O USO DE INSTRUMENTOS INFORMATIZADOS NA TRANSIÇÃO DO CUIDADO PUERPERAL

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10249041101


Eigon Santana de proença
Denise de Abreu de Proença


Resumo

Este estudo analisou a implementação de instrumentos informatizados no cuidado puerperal na Maternidade do Hospital Municipal de Bebedouro, durante o período de 2021 a 2023. Foram coletados dados de 900 puérperas encaminhadas para a atenção básica por meio do instrumento de Alta Qualificada, uma ferramenta adotada pelo município para assegurar um acompanhamento eficaz no pós-parto. Dentre as 900 puérperas, 820 compareceram às consultas agendadas nas 19 Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município, o que permitiu um monitoramento contínuo e adequado. A ferramenta de Alta Qualificada mostrou-se eficaz ao possibilitar a identificação de 70 puérperas que não compareceram às consultas e a realização de busca ativa para garantir o cuidado necessário. Esse processo é fundamental para evitar descontinuidade no acompanhamento e prevenir complicações no puerpério. Além disso, a análise destacou a importância do teste do pezinho, um exame essencial para a detecção precoce de doenças metabólicas, genéticas e infecciosas em recémnascidos. Observou-se que 870 testes foram realizados dentro do prazo preconizado pelo Ministério da Saúde, refletindo uma taxa de adesão de 96,7%. No entanto, 30 coletas não foram feitas dentro do prazo devido a fatores como a realização do teste ainda durante a hospitalização ou mudança de cidade das famílias. Esses resultados reforçam a importância de ferramentas informatizadas para melhorar a intercomunicação entre os profissionais de saúde e assegurar um acompanhamento seguro e eficaz no período pós-parto. Conclui-se que o uso de instrumentos informatizados no cuidado puerperal apresenta significativos benefícios, como a melhoria na continuidade do cuidado e na segurança das pacientes. No entanto, desafios como a proteção de dados e a necessidade de capacitação dos profissionais de saúde devem ser abordados. Estudos futuros são recomendados para explorar novas estratégias de integração tecnológica no cuidado puerperal.

Palavras-chave: cuidado puerperal, instrumentos informatizados, teste do pezinho, saúde materno-infantil, acompanhamento pós-parto.

Abstract

This study analyzed the implementation of computerized instruments in puerperal care at the Maternity Unit of Hospital Municipal de Bebedouro, during the period from 2021 to 2023. Data were collected from 900 postpartum women referred to primary care through the Qualified Discharge instrument, a tool adopted by the municipality to ensure effective postpartum monitoring. Among the 900 postpartum women, 820 attended scheduled appointments at the city’s 19 Basic Health Units (UBS), which allowed continuous and adequate monitoring. The Qualified Discharge tool proved to be effective in enabling the identification of 70 postpartum women who did not attend their appointments and carrying out an active search to ensure the necessary care. This process is essential to avoid discontinuity in monitoring and prevent complications in the postpartum period. Furthermore, the analysis highlighted the importance of the heel prick test, an essential exam for the early detection of metabolic, genetic and infectious diseases in newborns. It was observed that 870 tests were carried out within the deadline recommended by the Ministry of Health, reflecting a compliance rate of 96.7%. However, 30 collections were not carried out within the deadline due to factors such as the test being carried out during hospitalization or the families moving to another city. These results reinforce the importance of computerized tools to improve intercommunication between health professionals and ensure safe and effective monitoring in the postpartum period. It is concluded that the use of computerized instruments in postpartum care presents significant benefits, such as improving continuity of care and patient safety. However, challenges such as data protection and the need for training healthcare professionals must be addressed. Future studies are recommended to explore new strategies for technological integration in postpartum care.

Keywords: puerperal care, computerized instruments, heel prick test, maternal and child health, postpartum follow-up.

INTRODUÇÃO

O período puerperal é uma fase crítica que se estende do nascimento do bebê até a recuperação completa da mãe, geralmente considerado como as primeiras seis semanas após o parto. Esse período exige uma atenção especial dos profissionais de saúde devido às mudanças físicas e emocionais pelas quais a mãe passa. A transição do cuidado durante o puerpério envolve uma série de desafios, incluindo a continuidade do atendimento, o monitoramento de complicações e o apoio emocional à mãe. Nesse contexto, o uso de instrumentos informatizados tem ganhado destaque como uma ferramenta potencial para melhorar a qualidade do cuidado e garantir uma transição suave e segura para as mães durante o período pós-parto.

A implementação de instrumentos informatizados no cuidado puerperal é uma abordagem inovadora que pode potencializar a comunicação entre os profissionais de saúde e melhorar o monitoramento das condições das mães e

dos recém-nascidos. Tecnologias como aplicativos de saúde, prontuários eletrônicos e sistemas de telemedicina permitem um acompanhamento mais próximo e contínuo das necessidades das pacientes, o que é essencial para a detecção precoce de complicações e para o suporte psicológico adequado. 

Diante disso, surge o problema de pesquisa: como o uso de instrumentos informatizados pode influenciar a qualidade da transição do cuidado puerperal, proporcionando um acompanhamento mais eficiente e eficaz às mães no período pós-parto? O objetivo geral deste estudo é analisar o impacto do uso de instrumentos informatizados na transição do cuidado puerperal, avaliando sua influência na qualidade do atendimento e na continuidade dos cuidados às mães durante o período pós-parto. 

Para alcançar esse objetivo, foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos: identificar os tipos de instrumentos informatizados mais utilizados no cuidado puerperal; avaliar os benefícios e desafios da implementação de tecnologias informáticas no cuidado pós-parto; investigar a percepção das mães e dos profissionais de saúde sobre o uso de tecnologias informatizadas durante o puerpério; e propor estratégias para a integração efetiva de instrumentos informatizados no acompanhamento puerperal, visando melhorar a qualidade e a continuidade do cuidado.

A metodologia adotada para este estudo envolveu um levantamento de dados realizado na Maternidade do Hospital Municipal de Bebedouro, onde foram analisados 900 registros de puérperas entre os anos de 2021 e 2023. Esses registros referem-se a mulheres encaminhadas para a atenção básica por meio do instrumento de Alta Qualificada, uma estratégia adotada pelo município para garantir o acompanhamento pós-parto. 

REFERENCIAL TEÓRICO

CONTEXTUALIZAÇÃO E IMPORTÂNCIA DO CUIDADO PUERPERAL

O cuidado puerperal é um componente essencial no continuum do cuidado à saúde da mulher, que se estende do parto até o período pós-parto imediato e tardio. Esse cuidado é vital para garantir o bem-estar físico e emocional da mãe, bem como para monitorar a saúde do recém-nascido (Lima; Fialho, 2017). Durante o puerpério, a mulher passa por várias mudanças fisiológicas e psicológicas que requerem uma atenção especial. O entendimento adequado dessas mudanças é fundamental para proporcionar um cuidado eficaz e adaptado às necessidades individuais de cada mãe (Wiggers, 2010). Assim, o cuidado puerperal não se limita apenas ao acompanhamento médico, mas também engloba aspectos emocionais e sociais que influenciam diretamente a recuperação da mulher e a adaptação ao novo papel materno (Guerreiro et al., 2013).

A contextualização do cuidado puerperal permite uma compreensão ampla das necessidades que as mulheres enfrentam no pós-parto, incluindo os desafios culturais, sociais, emocionais, físicos e psicológicos (Mendonça et al., 2017). Em muitas culturas, o puerpério é visto como um período de vulnerabilidade, onde a nova mãe necessita de suporte não apenas da equipe de saúde, mas também da família e da comunidade. Este suporte é crucial para a recuperação e para o fortalecimento do vínculo entre mãe e bebê (Tavares; Dias; Munari, 2012). A falta de apoio adequado durante o puerpério pode levar a complicações, como depressão pós-parto, além de afetar a saúde do recémnascido (Guerreiro et al., 2013). Portanto, é necessário compreender o contexto cultural e social que envolve o cuidado puerperal para desenvolver estratégias de cuidado que sejam culturalmente sensíveis e eficazes (Ponte; Silva, 2014).

A importância do cuidado puerperal também se reflete na necessidade de monitoramento contínuo das condições físicas e emocionais da mãe. O puerpério é uma fase de adaptação, onde a mãe se recupera do parto e lida com as demandas de cuidar de um recém-nascido (Lima; Fialho, 2017). Durante esse período, o risco de complicações como hemorragias, infecções e problemas de saúde mental aumenta (Wiggers, 2010). O cuidado puerperal eficaz ajuda a identificar precocemente esses problemas, permitindo intervenções rápidas e eficazes (Tavares; Dias; Munari, 2012). Além disso, o suporte emocional é crucial, pois muitas mães experimentam sentimentos de ansiedade, medo e incerteza durante esse período (Ponte; Silva, 2014). O apoio psicológico adequado pode ajudar a prevenir ou gerenciar esses sentimentos, promovendo uma recuperação mais saudável (Guerreiro et al., 2013).

Além dos aspectos de saúde física e emocional, o cuidado puerperal também envolve uma dimensão educativa importante. As mães, especialmente as de primeira viagem, muitas vezes necessitam de orientações sobre cuidados com o recém-nascido, amamentação, nutrição e sinais de alerta para possíveis complicações (Wiggers, 2010). A educação em saúde no puerpério é uma ferramenta valiosa para empoderar as mulheres, proporcionando-lhes o conhecimento e a confiança necessários para cuidar de si mesmas e de seus bebês de maneira eficaz (Mellado; Ávila, 2016). Dessa forma, a educação puerperal contribui para a redução de taxas de morbidade e mortalidade materna e infantil, além de melhorar a qualidade de vida das famílias (Saavedra; Cesar; Linhares, 2019).

O papel da família e da comunidade no cuidado puerperal é outro aspecto importante a ser considerado. O suporte familiar pode influenciar significativamente a experiência da mãe durante o puerpério, seja positivamente, oferecendo apoio e compreensão, ou negativamente, quando há falta de apoio ou conflitos (Mendonça et al., 2017). A comunidade também desempenha um papel vital, pois pode oferecer recursos adicionais, como grupos de apoio e serviços de saúde comunitária, que são essenciais para muitas mães durante o pós-parto (Guerreiro et al., 2013). Dessa forma, o cuidado puerperal deve ser visto como um esforço colaborativo que envolve não apenas os profissionais de saúde, mas também a família e a comunidade, para garantir o melhor suporte possível para a nova mãe (Tavares; Dias; Munari, 2012).

INSTRUMENTOS INFORMATIZADOS NO CUIDADO PUERPERAL

A utilização de instrumentos informatizados no cuidado puerperal tem se mostrado uma estratégia fundamental para aprimorar o suporte às mulheres no período após o parto (Roberts et al., 2017). A transição do ambiente hospitalar para o cuidado domiciliar exige um acompanhamento contínuo, e as ferramentas tecnológicas permitem que esse monitoramento seja mais eficaz e integrado (Kennelly et al., 2018). A adoção de sistemas informatizados, como prontuários eletrônicos e aplicativos de saúde, facilita a comunicação entre os profissionais de saúde e assegura um atendimento mais preciso e personalizado, atendendo às necessidades específicas de cada mulher durante o puerpério (Banos et al., 2015).

Os aplicativos de saúde têm ganhado popularidade por proporcionar um canal de comunicação direta entre as puérperas e os profissionais de saúde (Banos et al., 2015). Por meio desses aplicativos, as mulheres podem receber orientações personalizadas sobre cuidados pós-parto, amamentação, sinais de alerta para complicações e cuidados com o recém-nascido (Kennelly et al., 2018). Essas ferramentas também permitem que as mães relatem sintomas ou preocupações em tempo real, possibilitando um atendimento mais dinâmico e responsivo por parte da equipe de saúde (Krishnamurti et al., 2017). Essa interação constante pode reduzir a ansiedade das mães e promover uma recuperação mais tranquila (Guerreiro et al., 2013).

Além de melhorar a qualidade do atendimento, os instrumentos informatizados também promovem a educação e o empoderamento das mulheres durante o puerpério (Wiggers, 2010). Através de aplicativos e plataformas digitais, as puérperas têm acesso a uma vasta gama de informações sobre saúde, bem-estar, nutrição e cuidados com o bebê (Mellado; Ávila, 2016). Essa disponibilidade de informações educa as mães e as p a tomar decisões informadas sobre sua saúde e a do seu bebê (Saavedra; Cesar; Linhares, 2019). Dessa forma, as tecnologias digitais contribuem para aumentar a autonomia das mulheres e melhorar os resultados de saúde materna e infantil (Mendonça et al., 2017).

A integração de instrumentos informatizados no cuidado puerperal também pode otimizar o uso de recursos de saúde, promovendo uma gestão mais eficiente do tempo e do trabalho dos profissionais de saúde (Roberts et al., 2017). Com a utilização de tecnologias digitais, muitos aspectos do cuidado podem ser automatizados, como o agendamento de consultas, o envio de lembretes e a atualização de prontuários (Banos et al., 2015). Isso não só reduz a carga de trabalho administrativo dos profissionais de saúde, mas também garante que mais tempo possa ser dedicado ao atendimento direto e personalizado das puérperas (Lima; Fialho, 2017).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O levantamento de dados realizado na Maternidade do Hospital Municipal de Bebedouro, entre 2021 e 2023, registrou 900 puérperas encaminhadas para a atenção básica utilizando o instrumento da Alta Qualificada, uma estratégia que demonstra eficácia em garantir a continuidade do cuidado no período pósparto. Dentre essas puérperas, 820 compareceram às consultas agendadas nas 19 Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município, indicando um alto índice de adesão (91%) e reforçando a importância de estratégias de encaminhamento bem planejadas para promover a adesão ao cuidado pós-natal (Lima; Fialho, 2017).

Entretanto, 70 puérperas (8% do total) não compareceram às consultas agendadas, destacando a importância de mecanismos adicionais como a busca ativa. O sistema informatizado adotado permitiu identificar rapidamente essas ausências e mobilizar a equipe de saúde para realizar a busca ativa, garantindo que todas as mulheres recebessem o acompanhamento necessário, crucial para prevenir complicações e assegurar um suporte contínuo no puerpério (Ponte; Silva, 2014).

A análise dos dados também revelou que 870 testes do pezinho foram realizados dentro do prazo recomendado pelo Ministério da Saúde, representando uma taxa de sucesso de 96,7%. Este resultado reflete a eficiência das estratégias de monitoramento e a colaboração eficaz entre as unidades de saúde envolvidas no cuidado neonatal (Saavedra; Cesar; Linhares, 2019). No entanto, os 30 testes não realizados no prazo indicado destacam desafios relacionados à mudança de cidade das famílias e ao registro de dados já coletados durante a hospitalização, apontando para a necessidade de aprimorar a comunicação e o registro de informações (Mellado; Ávila, 2016).

Os benefícios dos instrumentos informatizados são evidentes, incluindo a melhoria da intercomunicação entre os profissionais de saúde e a garantia de um acompanhamento seguro e contínuo no período pós-parto. A utilização de sistemas digitais permite um acesso mais fácil e rápido a dados clínicos, facilitando intervenções mais ágeis e precisas, beneficiando tanto as puérperas quanto os recém-nascidos (Roberts et al., 2017). Essas ferramentas promovem um cuidado mais coordenado e integrado, essencial para a qualidade do atendimento (Banos et al., 2015).

Contudo, a implementação dessas tecnologias no cuidado puerperal também apresenta desafios, como a necessidade de proteger a privacidade das informações das pacientes. O manejo de dados sensíveis requer medidas robustas de segurança para evitar vazamentos e acessos não autorizados, o que é um desafio significativo que acompanha a digitalização do cuidado (Krishnamurti et al., 2017). Além disso, há uma necessidade de investimentos em capacitação e infraestrutura para garantir que os profissionais de saúde estejam preparados para utilizar essas ferramentas de forma eficaz (Kennelly et al., 2018).

Para maximizar os benefícios dessas tecnologias, é crucial realizar estudos adicionais que avaliem sua eficácia em diferentes contextos e populações. Embora os resultados obtidos em Bebedouro sejam promissores, a diversidade demográfica e social de outras regiões pode apresentar desafios únicos que precisam ser considerados para garantir a eficácia dessas ferramentas (Mendonça et al., 2017). Esses estudos são essenciais para adaptar e refinar as tecnologias de acordo com as necessidades específicas de cada contexto (Wiggers, 2010).

O refinamento contínuo das ferramentas digitais é essencial para manter sua relevância e eficácia no cuidado puerperal. A constante evolução tecnológica exige que as ferramentas sejam regularmente atualizadas para incorporar novas funcionalidades que possam melhorar a experiência do usuário e a eficácia clínica (Roberts et al., 2017). Adaptar essas tecnologias às necessidades específicas do cuidado puerperal pode resultar em melhores resultados de saúde materna e neonatal (Lima; Fialho, 2017).

Além dos aspectos técnicos, essas tecnologias também desempenham um papel importante na educação e no empoderamento das puérperas. O acesso a informações precisas e atualizadas via plataformas digitais permite que as mulheres compreendam melhor suas condições de saúde e façam escolhas mais informadas sobre o cuidado com seus bebês, promovendo autonomia e melhorando os resultados de saúde (Tavares; Dias; Munari, 2012; Guerreiro et al., 2013).

Por fim, a implementação bem-sucedida de instrumentos informatizados no cuidado puerperal depende de um modelo de cuidado colaborativo e interdisciplinar. A tecnologia deve ser vista como uma ferramenta de suporte que complementa práticas clínicas de alta qualidade, promovendo um cuidado mais integrado e coordenado que aumenta a satisfação das pacientes e melhora os resultados de saúde (Ponte; Silva, 2014). A continuidade do acompanhamento e

o suporte pós-parto são fundamentais para garantir a saúde e o bem-estar das puérperas e de seus bebês, reforçando o papel vital da atenção básica em parceria com as maternidades (Mendonça et al., 2017).

Os instrumentos informatizados oferecem um potencial significativo para transformar o cuidado puerperal, promovendo uma abordagem mais centrada na paciente e melhorando os desfechos de saúde. Para maximizar esses benefícios, é fundamental continuar investindo em capacitação profissional, segurança de dados e refinamento tecnológico, assegurando uma aplicação eficaz e segura no cuidado diário das puérperas (Kennelly et al., 2018).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados deste estudo evidenciam a importância do uso de instrumentos informatizados no cuidado puerperal, destacando como essas ferramentas podem melhorar a comunicação entre os profissionais de saúde, aumentar a segurança no acompanhamento das puérperas e facilitar o acesso a dados clínicos de forma integrada. A utilização de tecnologias digitais no contexto do cuidado pós-parto demonstrou ser uma estratégia eficaz para promover a continuidade do cuidado e o atendimento personalizado, atendendo às necessidades específicas das mulheres no período pós-parto. No entanto, é fundamental que esses instrumentos sejam continuamente refinados e adaptados às particularidades de diferentes contextos e populações, garantindo que todas as puérperas recebam o acompanhamento adequado e que as melhores práticas sejam adotadas.

Apesar dos benefícios observados, a adoção de tecnologias no cuidado puerperal também enfrenta desafios significativos, como a proteção da privacidade dos dados das pacientes e a necessidade de capacitação contínua dos profissionais de saúde. Para maximizar o potencial dessas ferramentas, é necessário o desenvolvimento de políticas públicas que incentivem a utilização de tecnologias de forma segura e eficiente, além de promover estudos adicionais para explorar novas formas de integrar essas ferramentas ao cuidado puerperal. 

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