THE USE OF PSYCHOTROPIC DRUGS BY MEDICAL STUDENTS AT A UNIVERSITY IN IMPERATRIZ-MA
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202411300051
Ana Beatriz Cavalcante da Cruz1;
Letícia Mendonça de Assis Castro2;
Marcelo Cauã Cruz Santos3;
Mhel Carolyne Barleze Duarte4;
Cinara Wirtzbiki Saraiva5
Resumo
Introdução: O uso de medicamentos estimulantes e benzodiazepínicos é acentuado entre os estudantes universitários vinculados à área da saúde, seja para elevar o humor, melhorar os estudos, ou a atenção, aumentar seu tempo de rendimento, diminuindo a distração ou tratar sintomas de ansiedade e gerar relaxamento em períodos de estresse relacionados ao seu curso ou convívio familiar. Diante disso, procura-se, com essa pesquisa, traçar o perfil sociodemográfico dos estudantes que consomem essas substâncias a fim de proporcionar à comunidade científica dados que possam ser utilizados na avaliação da saúde mental desses discentes. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo transversal descritivo com abordagem quantitativa. O instrumento de coleta de dados foi um questionário aplicado a estudantes do curso de medicina de uma Universidade privada em Imperatriz-MA, devidamente matriculados no período de agosto de 2023 à junho de 2024. A realização do estudo se deu após a aprovação do presente projeto no Comitê de Ética em Pesquisa, seguindo a resolução 466/12 do CNS. A coleta de dados foi realizada através da aceitação voluntária dos participantes e após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE. Resultados e Discussão: Evidenciou-se que estes são majoritariamente jovens de 18 à 23 anos, com prevalência no uso de ansiolíticos, antidepressivos e anfetaminas. Tais dados demonstram busca por alívio de sintomas emocionais e cognitivos que cruzam o caminho dos estudantes em resposta à pressão intensa vivenciada no curso. Considerações finais: É de suma importância que o assunto seja mais explorado no academicamente, tendo em vista baixo número de artigos encontrados e a relevância da temática quando trabalhada na área da saúde mental e uso crescente de fármacos que possam alterar as funções cognitivas. Nessa mesma perspectiva, pesquisas aprofundando o consumo indiscriminado das substâncias citadas entre os estudantes de medicina também se tornam indispensáveis.
Palavras-chave: Psicotrópicos. Automedicação. Estudantes de Medicina.
1. INTRODUÇÃO
A história da psicofarmacologia moderna teve início em 1940, quando foram incrementados os primeiros psicofármacos para o tratamento específico de transtornos psiquiátricos. Na década de 50 foram introduzidos os ansiolíticos, antipsicóticos e os benzodiazepínicos, classes de psicofármacos que também são usados no tratamento de ansiedade e depressão. No Brasil, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o início da comercialização da Ritalina (Cloridrato de Metilfenidato), um psicoestimulante, teria sido em 1998 como uma alternativa para o tratamento de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O uso desses medicamentos pelos acadêmicos de medicina tem aumentado cada vez mais e abrange dois caminhos: um para alterar as funções psíquicas normais, e o outro para terapêutica de enfermidades mentais.
O termo psicofármaco é aplicado a compostos que modificam as funções psíquicas e os estados mentais, devido à sua capacidade de alterar a ação de neurotransmissores no cérebro. São usados o tratamento de transtornos mentais, como: psicoses, transtornos de ansiedade e depressivos, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e transtorno bipolar. Também são utilizados os termos psicotrópicos e substâncias psicoativas (Sadock; Sadock; Sussuman, 2015). É imprescindível ressaltar que o consumo sem orientação médica e de forma negligenciada de psicofármacos envolve sérios riscos de agravos, como problemas vasculares, além da dependência química.
Medicamentalização diz respeito ao controle exercido pela “mão” de um médico sobre a vida das pessoas, onde a prescrição e o uso de medicamentos são vistos como a única solução possível para lidar com os desafios do cotidiano, como resultado da medicalização, em que se transforma questões não médicas, aspectos sociais e econômicos, sob domínio medicalizável, usando de medicamentos e equipamentos para aboná-las. (Bezerra et al, 2016).
Com o decorrer dos anos, a automedicação ficou talhada como um ato de usar medicações sem prescrição médica (Iza; Ubillus; Jiménez, 2019), sendo a escolha e o uso uma decisão pessoal do indivíduo. E apesar de se esperar que o conhecimento afaste os acadêmicos da automedicação, partem com autoconfiança e estão propensos a usufruir desses medicamentos que atuam no sistema nervoso central, seja pelo fácil acesso a essas substâncias, seja pelo uso relacionado às suas situações acadêmicas.
O uso sem prescrição médica de benzodiazepínicos e ansiolíticos começa mais comumente na adolescência e início da idade adulta. No ano de 2012, de acordo com o Estudo Nacional sobre Uso de Drogas e Saúde 2,4 milhões de americanos com 12 anos ou mais realizaram o uso de fármacos psicotrópicos (hipnosedativos, opióides e estimulantes) sem prescrição médica. Estudos mostram como a prevalência relacionada a utilização de psicotrópicos sem acompanhamento médico vem crescendo. O opióide é o segundo fármaco de abuso mais comum e a Cannabis a primeira (Sadock; Sadock; Sussuman, 2015).
A utilização de medicamentos estimulantes, como Cloridrato de Metilfenidato, acontece entre os universitários para elevar o humor, melhorar os estudos, a memória e a atenção, e a saúde mental como um todo, além de aumentar seu tempo de rendimento, diminuindo a distração e impulsividade (Itaborhy, 2009). De modo semelhante acontece com os benzodiazepínicos, como o Clonazepam, utilizados para o tratamento de transtornos de ansiedade, gerando um relaxamento e alívio no acadêmico principalmente em períodos de muita tensão e estresse no curso e no convívio familiar (Miranda et. al, 2020).
As variações socioeconômicas, culturais e epidemiológicas de um país, assim como entre comunidades de uma mesma região, podem impactar o uso de medicamentos, o acesso a eles e até mesmo o hábito da automedicação. Esses fatores resultam em perfis distintos de consumo de psicotrópicos ao redor do mundo. Dessa forma, toda comunidade exposta a níveis de estresse físico e mental torna-se predisposta ao adoecimento psíquico e, consequentemente, ao abuso de substâncias psicoativas.
Não obstante, os acadêmicos do curso de medicina não só estão expostos a esse risco como possuem conhecimento em relação aos compostos e seus efeitos. Pesquisar e avaliar a saúde mental de qualquer possível população de risco, do ponto de vista médico, é fundamental para traçar não só medidas de rastreamento e tratamento, como também prevenção de enfermidades. Nesse contexto, quantificar e pautar o perfil de uso dessas substâncias traz à comunidade científica tanto índices relacionados à saúde mental dos discentes, quanto auxilia no desenvolvimento de práticas intervencionistas e profiláticas, do abuso desses medicamentos e relacionadas à sua saúde mental.
Além disso, a compreensão das variações no consumo de medicamentos psicotrópicos em diferentes contextos sociais e culturais é essencial para a formulação de políticas de saúde pública. A análise dos padrões de uso pode revelar a necessidade de programas de educação e conscientização voltados para a população, especialmente em comunidades com menor acesso a serviços de saúde mental. Ao identificar as particularidades que influenciam a automedicação e o uso inadequado de substâncias, é possível desenvolver intervenções mais eficazes e adaptadas às realidades locais, promovendo um cuidado mais holístico.
Ademais, os resultados obtidos a partir desta pesquisa poderão servir como base para futuras intervenções e políticas educacionais dentro das universidades. A análise do perfil dos alunos que utilizam psicotrópicos pode auxiliar na identificação de padrões de comportamento que precisam ser abordados, permitindo que as instituições de ensino superior desenvolvam estratégias específicas para a promoção da saúde mental. Com isso, busca-se não apenas proteger o bem-estar dos acadêmicos, mas também formar profissionais mais preparados para reconhecer e tratar questões de saúde mental na prática clínica, contribuindo para uma abordagem mais humanizada e responsável na área da saúde.
Por fim, esta proposta tem por intenção avaliar a utilização de fármacos psicotrópicos por acadêmicos de medicina em uma instituição de ensino superior, com perspectiva na definição do perfil do aluno adepto ao uso dessas substâncias, buscando disponibilizar dados concretos que viabilizem futuras análises quantitativas com enfoque na saúde dessa população.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA
Para o embasamento teórico desta pesquisa foram considerados artigos disponíveis nas bibliotecas virtuais: Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), SciELO e LILACS e, pensando em contemplar artigos que trabalhassem o uso de psicofármacos na população e em estudantes de medicina, foram selecionados os Descritores em Ciências da saúde “psicotrópicos” ou “psicofármacos” e “estudantes de medicina” ou “acadêmicos de medicina”.
Ademais, pensando na prevalência de dados, encontrados nos artigos supracitados, acerca da automedicação e da medicamentalização, visualizou-se a necessidade de incluir o descritor “automedicação” nas mesmas bases de dados.
Dessa forma, foram selecionados 22 artigos, sendo estes considerados os disponíveis nas línguas inglesa, portuguesa e espanhola, e excluídos aqueles que não contemplavam as temáticas destacadas nas palavras-chave, artigos indisponíveis nos 3 idiomas citados e que não contemplavam no corpo do texto os critérios de inclusão. Não foi possível realizar uma restrição de temporalidade pelo número escasso de artigos, nestas condições, no período dos últimos 5 anos.
2.1 Fármacos Psicotrópicos
Fármacos ou medicamentos psicotrópicos são aqueles que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (Organização Mundial da Saúde, 2024), “agem no Sistema Nervoso Central produzindo alterações de comportamento, humor e cognição, possuindo grande propriedade reforçadora, sendo, portanto, passíveis de autoadministração”, desta forma controlando disfunções psíquicas e realizando de forma seletiva mudanças no sistema nervoso central.
Os psicotrópicos, geralmente classificados em: antidepressivos; estimulantes psicomotores, ansiolíticos e sedativos; psicomiméticos; potencializadores da cognição e antipsicóticos (neurolépticos) (Rang; Dale, 2018) são utilizados por cerca de 25,8% da população brasileira, prevalecendo em destaque os antidepressivos (73%) seguidos de ansiolíticos benzodiazepínicos, antipsicóticos e agentes dopaminérgicos (Borges et. al, 2015). Dado este que revela a urgência em realizar análises mais profundas em relação ao uso destas medicações e as principais motivações para este uso, de forma a proporcionar dados que participem da definição dos fatores de risco relacionados ao adoecimento mental.
Elucidando de forma mais detalhada, os psicofármacos são substâncias quimicamente ativas e a utilização dessas substâncias provoca mudanças na estrutura e funcionamento do organismo, alterando o comportamento mental, podendo levar a pessoa a uma condição de excitação, depressão ou, ainda, estimular modificações de comportamento e personalidade (Rang; Dale, 2018).
De maneira similar, “substância psicoativa” é um termo que contempla todas as substâncias que provocam algum efeito no sistema nervoso central com o objetivo de produzir modificações em percepção, humor, comportamento e estado de consciência; medicações anestésicas, ansiolíticos, antipsicóticos e antidepressivos participam desse conceito. Em virtude disso, ambos os termos acabam sendo utilizados como sinônimos em diversas situações.
Dentre as medicações psicotrópicas, segundo Kaplan, os ansiolíticos são medicamentos que agem principalmente no sistema nervoso central, modulando a atividade do neurotransmissor ácido gama-aminobutírico (GABA), que apresenta um efeito inibitório. Esses fármacos são utilizados no tratamento de transtornos de ansiedade, insônia e, em algumas situações, como relaxantes musculares, pois diminuem o estado de ansiedade e promovem uma homeostase emocional.
Em contrapartida, o livro de farmacologia de Rang & Dale destaca que os medicamentos antipsicóticos atuam no sistema dopaminérgico cerebral, reduzindo a atividade da dopamina e com isso melhorando sintomas como alucinações e delírios. Sendo utilizados para o tratamento de esquizofrenia e transtorno psicoativo, podem ainda ser classificados em antipsicóticos típicos e atípicos.
Já os medicamentos antidepressivos são empregados no tratamento de transtornos depressivos e distúrbios do humor. Apresentam um mecanismo de ação que se baseia na modulação dos níveis de neurotransmissores no sistema nervoso central, neurotransmissores como: serotonina, norepinefrina e dopamina. Esses fármacos se dividem em inibidores seletivos da recaptação de serotonina, aumentam a concentração de serotonina na fenda sináptica; inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina, aumentam as concentrações de serotonina e norepinefrina; antidepressivos tricíclicos, inibem a recaptação de serotonina e norepinefrina, porém apresentam ações anticolinérgicas e histaminérgicas; inibidores da monoamina oxidase, impedem a degradação de neurotransmissores; antidepressivos atípicos, apresentam mecanismos variados (Organização Mundial da Saúde, 2024).
2.2 Medicamentalização da Sociedade
A Medicamentalização é um termo advindo do conceito de medicalização, que aborda questões consideradas anteriormente como cotidianas ou “não médicas” sendo debatidas à luz do viés médico (Bezerra, Indara et al), elevadas à posição de patologias e trazendo, portanto, a supervalorização de alguns diagnósticos e sintomas, tornando assim indivíduos previamente hígidos em pacientes passíveis de diagnósticos (Brozozowski; CaponiI, 2013). Este conceito traz como debate não só os limites de definição da percepção individual e da medicina como um sintoma, como questiona a separação entre problemas e sensações rotineiras e o universo patológico abordado nas práticas médicas e, portanto, necessitando do uso supervisionado de terapia farmacológica.
Estes desafios cotidianos, uma vez transformados em sintomáticas sob domínio médico, passam a ser abordados, cada vez mais, sob um viés farmacológico, “tratável”, em uma tentativa de abandonar os dilemas sociais, econômicos e sofrimentos psíquicos (Bezerra et. al, pág 62, 2014). Essa abordagem farmacológica como uma tentativa de evitar ou modificar a experiência cotidiana humana, sob o domínio médico, é chamada de medicamentalização.
A generalização de muitos problemas que não eram considerados médicos traz consigo o diagnóstico de transtornos mentais para muitas pessoas até então saudáveis (Brozozowski; CaponiI, 2013), aumentando consequentemente a busca precoce e muitas vezes injustificada por uso de medicações que possam corrigir a experiência a ser evitada, situação elaborada no trabalho de Bezerra et al, 2016. que busca analisar não apenas a crescente medicalização de transtornos mentais no cenário brasileiro atual, mas também enfatizar a abordagem multidimensional dos sintomas e pacientes em relação à saúde mental. Esse efeito de exacerbação na prescrição de fármacos, em busca de tratar sintomas – e não pessoas – pode ser observado no desenvolvimento e ascensão do mercado e indústria farmacêutica nacional e no consumo, onde o Brasil se destaca entre os dez maiores mercados consumidores de insumos farmacêuticos do mundo, evidenciando a busca crescente por fármacos por suas mais diversas razões (Silva; Oliveira, 2014).
Por se tratar de um fenômeno crescente, é importante destacar a necessidade de constantes atualizações e pesquisas no que tange a medicalização e a medicamentalização dos transtornos mentais em todas as populações, sobretudo às de risco pois, apenas deste modo é possível identificar onde há uma crescente de pacientes e sintomas em contrapartida de onde há um uso exacerbado e injustificado de medicações e suas respectivas motivações.
2.3 Saúde mental, automedicação e uso de fármacos entre estudantes de medicina
De acordo com um estudo realizado por Montgomery et al., baseado em 27 artigos que estudavam a prática da automedicação em estudantes de medicina e médicos, a taxa de automedicação por médicos e estudantes de medicina pode ultrapassar 50% dessa população e, mais a fundo na pesquisa, cerca de 61% (de 25%) dos acadêmicos e graduados teriam iniciado essa prática durante a graduação. Estes resultados expõem não só a alta incidência da medicação independente por uma população que conhece os riscos do uso inadvertido de fármacos e dos potenciais agravos e efeitos colaterais destes, como a influência do meio universitário para essa prática.
Em consonância à estas conclusões, o estudo estabelecido por Moraes et al. discute como a prática da automedicação é alimentada pelo fácil acesso às medicações e seus efeitos graças ao conhecimento médico – tendo esta se mostrado mais prevalente com andar do curso, apresentando taxas de 44,57% no primeiro e segundo ano de curso e 71,42% no terceiro e quarto ano – e como os alunos de medicina, muitas vezes, subestimam os riscos associados ao uso indevido de medicamentos. Estes resultados refletem o mesmo cenário exposto por Montgomery, demonstrando como a evolução dos períodos no estudo médico parecem refletir no uso autônomo de medicações.
Diferenças culturais, epidemiológicas e socioeconômicas de um país interferem diretamente no perfil de consumo de medicamentos; não obstante, diferentes prevalências de transtornos mentais podem explicar a variação no consumo dessas substâncias (Lima, 2017). Dessa forma, é possível inferir que algumas ocupações e contextos sociais gerem diferentes demandas no âmbito da saúde mental, sendo por exemplo a automedicação com psicofármacos um reflexo do esforço na busca do controle de sintomas mentais conseguintes do contexto de atitudes e práticas que possam favorecer a automedicação, como o ambiente universitário, raciocínio desenvolvido também no estudo de Berrouet MC, 2018, que busca explorar as atitudes, conhecimentos e práticas dos estudantes de medicina em relação à automedicação com produtos herbais e psicotrópicos.
Buscando ampliar a análise dessa situação para outros cenários socioeconômicos e, desta forma, reforçar o ambiente acadêmico da medicina como fator contribuinte para o uso de psicotrópicos dentre os alunos de medicina, Iza; Ubillus; Jiménez, 2019. analisa em seu estudo pesquisas em diversas universidades ao redor do mundo quanto ao uso de psicoativos entre alunos de medicina, destacando os resultados encontrados nas universidades da Colômbia, Croácia e Peru, onde destaca não apenas o aumento do uso destes com o passar do tempo e a taxa de automedicação, como também algumas das motivações para esse consumo: “…la ansiedad, el insomnio, el estrés, el exceso de trabajo y la depresión fueron los motivos para consumirlos…”. Esses resultados contribuem para a percepção de que, apesar dos diferentes cenários políticos, sociodemográficos e econômicos de cada país, os resultados permanecem similares, destacando a necessidade de se pensar no meio médico e universitário como fator de risco importante para o adoecimento mental e, por conseguinte, maior taxa de uso de medicamentos psicotrópicos nessa população.
Outrora, um estudo dirigido por Miranda et al, 2020. visando analisar o consumo de substâncias psicoativas e a saúde mental dos estudantes de medicina no Brasil identificou uma prevalência maior no uso destas do que na população geral, destacando a importância de estudos no que tange o comprometimento da saúde psíquica dos acadêmicos e colocando este ambiente como um provável fator de risco para o adoecimento psicológico.
Ainda nessa perspectiva, resultados semelhantes quanto à incidência do uso de medicações psicoativas por estudantes de medicina e a maior prevalência com o avançar do curso já foram identificados na pesquisa de Luna et al 2018, que identificou em seus resultados o curso de graduação como um dos principais desencadeadores do uso de psicofármacos de acordo com os estudantes de medicina entrevistados, destacando ainda mais a urgência da temática no ambiente universitário brasileiro.
Tendo em vista os resultados colhidos por estas pesquisas e a pluralidade de fatores capazes de influenciar a saúde mental e a psiquê humana, torna-se relevante aprofundar os estudos sobre os fatores contribuintes para o adoecimento mental de populações de risco, como os estudantes de medicina e profissionais médicos. Alguns fatores de risco, como a responsabilidade por vidas humanas, pressões de tempo, longas horas de trabalho e/ou estudo e necessidade de tomar decisões críticas em situações de pressão podem exacerbar o estresse (Sadock; Sadock; Sussuman, 2015).
Contudo, por se tratar de um contexto específico, ainda é possível identificar um número baixo de pesquisas voltadas a este viés, sendo as pesquisas, em sua maioria, voltadas também ao consumo de substâncias psicoativas, como no trabalho de Berrouet et al., à automedicação com fármacos em geral, como em Moraes et al. e LIRA, MH., ou ao uso de psicofármacos na população geral (Borges et al.; 2015. Bezerra et al.;2014. Brozozowski et al.; 2013), dificultando a análise da busca por essas substâncias dentro do meio acadêmico e a elucidação da real suscetibilidade e facilitação do uso destas por estudantes de medicina em relação à população geral.
3. METODOLOGIA
3.1 População/Amostra
A coleta dos dados da pesquisa utilizando o instrumento questionário foi realizada em uma universidade privada em Imperatriz, Maranhão, conforme autorizado em Carta de Anuência de Pesquisa. Tal campo foi escolhido devido ao grande número de alunos matriculados e devido a possibilidade de acompanhar um grupo que atualmente está em crescimento visto que é uma universidade que teve seu curso inaugurado na segunda metade de 2018. Durante o desenvolvimento da pesquisa existiam cerca de 602 alunos matriculados e esperava-se a participação de 316 alunos. O cálculo amostral foi feito com população de 602 alunos, erro amostral de 5% e nível de confiança de 99%.
Como instrumento para coleta de dados foram aplicados questionários aplicados entre setembro e outubro de 2024, em uma quantidade de aproximadamente 294, em Forms Office, por meio de busca ativa em salas e corredores da universidade. As questões presentes abordaram temáticas sociodemográficas e de saúde mental relacionadas ao conteúdo central da pesquisa. Os questionários foram aplicados aos acadêmicos de medicina de uma universidade privada em Imperatriz, que aceitaram contribuir para a pesquisa mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido— TCLE. A coleta não aconteceu em sua totalidade de amostra pois houve resistência de alguns alunos a participação da pesquisa por se tratar de um tema que julgam como sensível.
Após a coleta de dados, criou-se um banco de dados por meio do programa eletrônico Microsoft Excel, para que os dados fossem cruzados de diversas maneiras, sendo possível correlacionar de diversas formas a resposta da população.
3.2 Referencial Teórico
Foram considerados os artigos das bibliotecas virtuais: Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), SciELO e LILACS e, dentro destes, foram selecionados os artigos que contemplavam os seguintes descritores: psicotrópicos ou psicofármacos, estudantes de medicina ou acadêmicos de medicina e automedicação. Foram considerados os textos disponíveis nas línguas: Português, Inglês e espanhol; foram excluídos aqueles que não contemplavam as temáticas destacadas nas palavras-chave, artigos indisponíveis nos 3 idiomas citados e que não contemplavam no corpo do texto os critérios de inclusão. Não foi possível restringir a temporalidade da pesquisa aos artigos dos anos mais recentes pelo baixo número de publicações da temática no período dos últimos 5 anos. Sendo assim, foram selecionados 22 artigos para execução do trabalho.
3.3 Procedimentos
3.4 Análise Estatística
A análise estatística foi realizada pelo método descritivo, e durante a discussão ressaltou-se o que mais se destacou (moda) ao analisar o banco de dados concluído.
3.5 Aspectos éticos
De acordo com a resolução nº 466/12 da Comissão Nacional de Ética em pesquisa do Ministério da Saúde, os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, feito em duas vias de igual conteúdo, consentindo sua participação nesse estudo, e garantindo seu sigilo em relação à suas informações.
Esta pesquisa foi realizada após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), e seguindo as normas da Resolução CNS/MS № 466/12. Diretrizes e normas regulamentadoras para pesquisas envolvendo seres humanos. A presente pesquisa seria interrompida, parcial ou total, temporariamente ou definitivamente, se houver qualquer indicativo de prejuízo a uma das partes, ou a critério do CEP, porém não houve intercorrências.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS
4.1 Dados sociodemográficos
Durante a coleta de dados, a amostra foi composta por 294 acadêmicos, sendo 140 (47,62%) dos quatro primeiros períodos (ciclo básico), 131 (44,55%) dos períodos intermediários (ciclo clínico) e 23 (7,83%) dos quatro períodos finais que correspondem somente a estágios (internato). A maioria dos participantes possuíam entre 18 e 23 anos (199 – 67,68%), era do sexo feminino, sendo 188 mulheres ao total e 128 (43,53%) dentro da faixa etária de maior prevalência, e moram com familiares (215 – 73,13%).
Tabela 1 – Distribuição dos dados quanto período que os participantes estavam cursando
Variáveis (n=294) | N | % |
1º período | 28 | 9,52 |
2º período | 18 | 6,11 |
3º período | 62 | 21,08 |
4º período | 32 | 10,88 |
5º período | 38 | 12,92 |
6º período | 15 | 5,10 |
7º período | 20 | 6,80 |
8º período | 58 | 19,72 |
9º período | 6 | 2,04 |
10º período | 4 | 1,36 |
11º período | 6 | 2,04 |
12º período | 7 | 2,38 |
Total | 294 | 100 |
FONTE: dados da pesquisa, 2024
Tabela 2 – Distribuição dos dados quanto o ciclo que os participantes estavam cursando
Variáveis (n=294) | N | % |
Ciclo básico (soma de 1º, 2º, 3º e 4º período) | 140 | 47,62 |
Ciclo clínico (soma de 5º, 6º, 7º e 8º período) | 131 | 44,55 |
Internato (soma de 9º, 10º, 11º e 12º período) | 23 | 7,83 |
Total | 294 | 100 |
FONTE: dados da pesquisa, 2024
Tabela 3 – Distribuição dos dados quanto o sexo dos participantes
Variáveis (n=294) | N | % |
Sexo feminino | 188 | 63,95 |
Sexo masculino | 106 | 36,05 |
Total | 294 | 100 |
FONTE: dados da pesquisa, 2024
Gráfico 1 – Faixa etária dos entrevistados organizada por sexo
FONTE: dados da pesquisa, 2024
Tabela 4 – Distribuição dos dados quanto a convivência doméstica dos participantes
Variáveis (n=294) | N | % |
Mora com a família | 215 | 73,13 |
Mora sozinho | 59 | 20,07 |
Mora com amigos | 20 | 6,80 |
Total | 294 | 100 |
FONTE: dados da pesquisa, 2024
4.2 Dados sobre uso de psicotrópicos
Em relação ao uso de fármacos psicotrópicos, a princípio somente 67 (22,78%) acadêmicos assinalaram fazer uso, porém ao serem questionados quanto a classe farmacológica, 71 (24,15%) dos entrevistados assinalaram fazer uso de alguma classe, o que demonstra incongruência dos dados coletados já que podemos hipotetizar o constrangimento quanto ao uso ou até mesmo falta de conhecimento quanto aos fármacos.
Em relação às classes farmacológicas, foi possível perceber 3 mais prevalentes, sendo elas, ansiolítico com 7,48%, antidepressivo com 7,14% e anfetamina com 5,10%. É interessante também levar em consideração que 4 dos entrevistados não conhecem a classe de fármaco que usam, podendo ser considerado como erro amostral, além de explicitar o risco quanto ao uso diário acentuado por esse desconhecimento da classe farmacêutica.
Tabela 5 – Distribuição dos dados quanto o uso de psicotrópicos
Variáveis (n=294) | N | % |
Não faço uso | 227 | 77,22 |
Faço uso | 67 | 22,78 |
Total | 294 | 100 |
FONTE: dados da pesquisa, 2024
Tabela 6 – Distribuição dos dados quanto classes de psicotrópicos utilizadas pelos entrevistados
Variáveis (n=294) | N | % |
Não faço uso | 223 | 75,85 |
Ansiolítico | 22 | 7,48 |
Antidepressivo | 21 | 7,14 |
Anfetamina | 15 | 5,10 |
Estabilizador de humor | 7 | 2,39 |
Não sei a classe | 4 | 1,36 |
Antipsicótico | 2 | 0,68 |
Total | 294 | 100 |
FONTE: dados da pesquisa, 2024
Pela coleta de dados também foi possível constatar de que forma os acadêmicos tiveram acesso a tais fármacos, sendo que 215 (73,13%) assinalaram que não fazem uso, 62 (21,09%) assinalaram que obtiveram a medicação através de receita médica e compraram na farmácia e 17 (5,78%) não possuem receita médica para uso do fármaco (compraram sem receita ou por outros meios). Em tal questão é possível observar incongruência de respostas, o que abre margem para discussão quanto ao uso eventual de psicotrópicos sem receita médica, o que pode ser confirmado quando questionado sobre a forma de acesso ao fármaco, que 227 (77,22%) assinalaram que não fazem uso, ou seja, pode-se supor que, cerca de 12 (4,09%) dos entrevistados que respondeu que não faz uso de psicotrópicos acaba por fazer uso esporádico de tais fármacos.
Tabela 7 – Distribuição dos dados quanto a forma com que os participantes tiveram acesso
Variáveis (n=294) | N | % |
Não faço uso | 215 | 73,13 |
Comprei com receita médica | 62 | 21,09 |
Comprei sem receita médica ou tive acesso por outros meios | 17 | 5,78 |
Total | 294 | 100 |
FONTE: dados da pesquisa, 2024
É interessante comparar os dados coletados com o que se tem em literatura. Segundo Moraes et al., a incidência do uso de medicações cresce conforme o andar do curso, o que é possível ser observado em nossa amostra, já que conforme o andar do curso o uso de fármacos psicotrópicos houve um aumento, já que 31 (10,55%) alunos do ciclo básico fazem uso enquanto 36 (12,24%) alunos do ciclo clínico assinalaram estar em uso.
Tabela 8 – Distribuição dos dados quanto a relação período e uso de psicofármacos
Variáveis (n=294) | N | % |
1º período | 7 | 2,38 |
2º período | 4 | 1,36 |
3º período | 12 | 4,09 |
4º período | 8 | 2,72 |
5º período | 15 | 5,10 |
6º período | 7 | 2,38 |
7º período | 1 | 0,34 |
8º período | 13 | 4,42 |
9º período | 1 | 0,34 |
10º período | 1 | 0,34 |
11º período | 1 | 0,34 |
12º período | 1 | 0,34 |
Não assinalaram nenhuma classe | 223 | 75,85 |
Total | 294 | 100 |
FONTE: dados da pesquisa, 2024
Tabela 9 – Distribuição dos dados quanto a relação ciclo e uso de psicofármacos
Variáveis (n=294) | N | % |
Ciclo básico (soma de 1º, 2º, 3º e 4º período) | 31 | 10,55 |
Ciclo clínico (soma de 5º, 6º, 7º e 8º período) | 36 | 12,24 |
Internato (soma de 9º, 10º, 11º e 12º período) | 4 | 1,36 |
Não assinalaram nenhuma classe | 223 | 75,85 |
Total | 294 | 100 |
FONTE: dados da pesquisa, 2024
Ao realizar cruzamento dos dados da convivência doméstica com os dados das classes mais utilizadas, a maior parte dos usuários mora com os familiares (42 – 14,29%). Já ao comparar os dados obtidos entre os participantes que mudaram de realidade (passaram a morar sozinhos ou moram com amigos), é possível perceber que morar com amigos serve como fator protetor à saúde mental.
Tabela 10 – Distribuição dos dados da correlação de convivência doméstica e uso de psicotrópicos
Variáveis (n=294) | N | % |
Mora com a família | 42 | 14,29 |
Mora sozinho | 22 | 7,48 |
Mora com amigos | 7 | 2,38 |
Não assinalaram nenhuma classe | 223 | 75,85 |
Total | 294 | 100 |
FONTE: dados da pesquisa, 2024
A partir da análise dos acadêmicos que residem com a família, com amigos ou que moram sozinhos, em relação ao todo, tem-se que 42 (14,29%) faz uso de medicação e moram com sua família, e de forma surpreendente, quando comparado o percentual dos que moram com amigos encontrou-se apenas 7 (2,38%), enquanto àqueles que vivem sozinhos ultrapassam esse valor cerca de 3 vezes mais, alcançando 22 (7,48%). Com esse dado entende-se a importância que há na convivência, e não obstante, como a solidão traz consigo mais insegurança, tristeza, ansiedade e apreensão quanto a rotina acadêmica e a necessidade do uso de medicações controladas.
Gráfico 2 – Correlação de convivência/moradia entre usuários e não usuários de psicotrópicos
FONTE: dados da pesquisa, 2024
Com a amostra anterior, tratou-se dos usuários comparados percentualmente com o total da amostra obtida, com essa nova interpretação dos dados, foram filtrados apenas quantos acadêmicos são usuários ou não e aqueles que moram ou não com família e amigos. Com a amostra anterior, observaram-se os usuários em relação ao total da amostra obtida. Nesse novo gráfico, contudo, evidenciou-se que, embora o número absoluto de alunos que consomem psicotrópicos seja menor entre os que moram sozinhos (42 contra 22), a porcentagem relativa de acadêmicos em uso de fármacos psicopáticos é maior entre os que moram sozinhos. Isso ocorre porque, como o número total de alunos que moram sozinhos (59) é menor do que o número que mora com a família (215), a proporção de alunos
5. CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto, a análise do uso de fármacos psicotrópicos por acadêmicos de medicina, evidenciou que estes são majoritariamente jovens de 18 à 23 anos, com prevalência no uso de ansiolíticos, antidepressivos e anfetaminas. Tais dados demonstram a busca por alívio de sintomas emocionais e cognitivos que cruzam o caminho dos estudantes em resposta à pressão intensa vivenciada no curso. Apesar disso, observa-se que, embora em menor número, há ainda os que utilizam essas substâncias de forma indiscriminada, pelo fácil acesso às prescrições e que, mesmo sendo minoria, existem alguns que, de forma indiscriminada, conseguem receitas pelo fácil acesso e ainda sem um acompanhamento médico, o que representa um risco adicional.
Outro aspecto relevante é a análise das condições de moradia dos acadêmicos que fazem uso desses medicamentos. A partir das amostras, conclui-se que quando comparados os usuários que moram sozinhos e os que moram com amigos, a parte amostral majoritária são estudantes que moram sozinhos. Esse contexto sugere que o apoio e a companhia de pessoas próximas podem proporcionar um ambiente mais estável e acolhedor, somando para a manutenção do bem-estar emocional e a redução da necessidade de intervenção medicamentosa. Tal influência é ainda mais benéfica no caso dos que residem com a família, apesar de uma maioria ser usuária, o suporte afetivo contínuo pode atuar como fator protetivo contra o estresse elevado característico do curso de medicina. Haja vista, esses achados destacam a importância do suporte social e do acompanhamento médico no contexto acadêmico, promovendo um ambiente mais seguro e saudável para os estudantes.
Entretanto, é relevante pontuar a eventual existência de incongruências entre os resultados dos dados, levando em consideração a possibilidade de constrangimento quanto ao uso ser um possível fator para gerar respostas enganosas e, também, as recusas em responder o questionário, sendo apenas possível quantificar nesta pesquisa a taxa de uso autodeclarada de fármacos psicotrópicos, podendo estas porcentagens não corresponderem ao valor real.
Destarte, é de suma importância que o assunto seja mais explorado no meio acadêmico, tendo em vista o baixo número de artigos encontrados e a relevância da temática quando trabalhada na área da saúde mental e o uso crescente de fármacos que possam alterar as funções cognitivas. Nessa mesma perspectiva, pesquisas aprofundando o consumo indiscriminado das substâncias citadas entre os estudantes de medicina também se tornam indispensáveis.
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1Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade Ceuma Campus Imperatriz e-mail: biacavalcantedc@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0009-0007-5964-3173;
2 Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade Ceuma Campus Imperatriz e-mail: leticia28mendonca@gmail.com ORCID:https://orcid.org/0009-0000-0106-6552;
3 Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade Ceuma Campus Imperatriz e-mail: marcelocauacs@hotmail.com ORCID: https://orcid.org/0009-0003-9844-8494;
4 Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade Ceuma Campus Imperatriz e-mail: mhel17441@ceuma.com.br ORCID: https://orcid.org/0009-0008-0106-0597;
5 Docente do Curso Superior de Medicina da Universidade Ceuma Campus Imperatriz. Especialista em Gestão de Programas de Serviço de Saúde (Universidade Ceuma/UNICEUMA) e-mail: cinaraw2@hotmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6602-6930