O TRANSTORNO DE DEFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE – TDAH

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12701296


Aparecida Rodrigues de Souza; Cleuza Pereira de Souza; Esterlina Alves Nunes dos Santos; Eliete Rodrigues Lopes Couto; Regiane Cristina da Silva Araújo; Rosilene Moreira Gomes Fialho; Orientador: Prof.º Edio Luis Bressan


RESUMO:

A proposta desta pesquisa, o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade, que será chamado neste TCC pela sigla TDAH, é um assunto pertinente a problemas de aprendizagem apresentados em crianças.  As considerações feitas nesse trabalho são produtos de estudo, pesquisa teórica e reflexão,  procurou-se aqui decorrer sobre como o TDAH, o  desempenho escolar, as possíveis causas para o baixo rendimento, e indicações alternativas para o diagnóstico correto, tendo como abordagem principal, o papel da escola, do Orientador Educacional e do professor, no processo de tratamento e aprendizagem do aluno. O objetivo principal deste trabalho é compreender as dificuldades de aprendizagem causadas pelo TDAH e procurar soluções, apresentado propostas, que possam contribuir para amenizar o sofrimento dos alunos portadores desse transtorno. Também, pretende gerar uma reflexão sobre a importância de a escola atender de modo diferenciado, aos alunos portadores de necessidades educacionais, especialmente com TDAH. 

 Palavras-chave: Aprendizagem; Orientador Educacional; Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade. 


ABSTRACT:

The purpose of this research, the Attention Deficit Hyperactivity Disorder, which will be called in this CBT by the acronym ADHD, is a subject pertinent to learning problems presented in children. The considerations made in this work are products of study, theoretical research and reflection, we sought here to discuss how ADHD, school performance, possible causes for low income, and alternative indications for the correct diagnosis, The role of the school, the Educational Advisor and the teacher, in the student’s treatment and learning process. The main objective of this work is to understand the learning difficulties caused by ADHD and to seek solutions, presented proposals, that can contribute to ameliorate the suffering of the students with this disorder. Also, it intends to generate a reflection about the importance of the school to attend in a differentiated way, to the students with educational needs, especially with ADHD.

Keywords: Learning, Guidance Counselor, Attention Deficit Disorder with Hyperactivity.

INTRODUÇÃO:

 Nesta, pesquisa procurei abordar alguns relatos  nas escolas onde se encontram  criança com TDAH, que se ocupam o campo escolar desatento, hiperativo, impulsivo, indisciplinado, desorganizado, comportamentos esses descritos com sintomas que define o diagnósticos do transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).  Crianças com TDAH, possuem características que as diferenciam de outras. Na escola, a criança  se torna um estorvo a mais numa classe já tumultuada. E, provavelmente, não só deixará de receber atenção adequada, como também será marginalizada pelos colegas, educadores e pais dos seus colegas. Com a progressão do quadro, não é raro que a criança seja convidada a se retirar da escola e que, ao ingressar em outra, o ciclo se repita. Neste quadro, notamos que a formação dos educadores brasileiros pode ser deficitária e, em função disso, a maioria deles possivelmente, não está preparada para diagnosticar e ou encaminhar adequadamente as crianças com o TDAH. com isso, esta pesquisa, tem a finalidade de conhecer  as características comportamentais e emocionais dessas crianças, discorrendo sobre essas no decorrer desse trabalho, e ainda avaliar o nível de conhecimento de seus professores acerca das características do TDAH, pois nem todos professores possuem algum conhecimento sobre o assunto, Se possuem qual a capacidade destes de identificar uma criança com TDAH. O presente estudo teve com objetivo conhecer as alterações comportamentais e emocionais de uma criança com TDAH.

O QUE DIZ O PROCESSO  SOBRE ESSE TRANSTORNO.

O TDAH é um transtorno neurológico, com forte influência genética, que se inicia na infância e pode persistir até a vida adulta em algumas pessoas, é o transtorno mais comum em crianças e adolescentes encaminhados para serviços especializados. Ele ocorre em 3 a 5% das crianças, em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da metade dos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos.

 Existem inúmeros estudos em todo o mundo,  inclusive no Brasil  demonstrando que a prevalência do TDAH é semelhante em diferentes regiões, o que indica que o transtorno não é secundário a fatores culturais as práticas de determinada sociedade, o modo como os pais educam os filhos ou resulta. 

 As características básicas são a desatenção, a hiperatividade e a impulsividade, podendo variar em menor ou maior grau. Mas é bem mais do que isso. Não se trata apenas de uma questão de estar desatento ou hiperativo, muito menos de um estado temporário, uma fase  normal  da infância. Também não é falta de disciplina ou controle parental, nem algum tipo de maldade da criança (BARKLEY, 2002)

Estudos científicos mostram que o ser humano portadores de TDAH têm alterações na região frontal e as suas conexões com o resto do cérebro. A região frontal orbital é uma das mais desenvolvidas no ser humano em comparação com outras espécies animais e é responsável pela inibição do comportamento, isto é, controlar ou inibir comportamentos inadequados , pela capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole.

Estar alterado nesta região cerebral é o funcionamento de um sistema de substâncias químicas chamadas neurotransmissores principalmente dopamina e noradrenalina, que passam informação para as células nervosas neurônios.

Existem causas que foram investigadas para estas alterações nos neurotransmissores da região frontal e suas conexões.

Atualmente o TDAH é um transtorno amplamente investigado no âmbito científico em diferentes partes do mundo, por vários grupos diferentes de pesquisadores. O aumento do número de diagnósticos do transtorno esta associado a uma maior difusão do conhecimento do que a um modismo como muitos leigos alegam.

PAIN (1989,pg,38). nos lembra  se classificavam as crianças com dificuldades de aprendizagem como transtornadas emocionalmente, como retardadas mentais ou como desvantajosas  culturais. Esses transtornos podem produzir, e de fato produzem, dificuldades na aprendizagem.

É preciso que os professores conheçam um pouco sobre o TDAH, para não criarem barreiras em relação ao aluno e tentarem dar uma maior atenção a quem possui o transtorno. Estudar em turmas pequenas, sentar próximo ao quadro e ao professor, sala com poucos detalhes que possam dispersar a atenção, permissão especial para ter mais tempo de fazer as tarefas sem punições, são algumas dicas que podem ajudar muito essa criança.

A criança com TDAH deve aprender aos poucos, e aplicar em seu dia-a-dia  ou seja, não apenas focar um processo ligado à tarefa, mas chegar a um resultado satisfatório, do que eficiência aplicar muita energia, tempo, dedicação e empenho para a realização de uma determinada tarefa. Desta forma, o desgaste emocional será menor e os resultados, mais satisfatórios. Essa criança provavelmente realizará tarefas que proporcionam desafios e emoções, mesmo que seja exaustiva, em condições muito melhores do que tarefas que lhe exijam concentração e tempo.

 De acordo o TDAH não é um problema de aprendizagem, embora possa prejudicá-la, especialmente no âmbito escolar. O TDAH leva a uma dificuldade com controle das funções executivas da atenção e auto-regulação em geral, portanto afeta a capacidade de aprendizagem. Já nos transtornos de aprendizagem encontra-se uma dificuldade intrínseca à aprendizagem, envolvendo normalmente a capacidade de raciocínio, compreensão e articulação das idéias. 

Para, SMITH STRICK,( 2001) muitos sintomas de TDAH sejam observáveis desde muito cedo na infância, ficarão mais óbvios em situações que exijam atividade mental prolongada, e é por este motivo que muitos casos vão  aparecendo no início das atividades escolares . O transtorno pode ser caracterizado pela combinação dos sintomas distração, impulsividade e hiperatividade. 

Compreende-se  a explicação da causa do TDAH como originário de uma disfunção na produção de neurotransmissores, é causado pela pouca produção de Catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), que é uma classe de neurotransmissores responsável pelo controle de diversos sistemas neurais no cérebro, incluindo aqueles que governam a atenção, o comportamento motor e a motivação. Uma visão de base neurológica para o TDAH é que baixos níveis de catecolaminas resultam em uma hipoativação desses sistemas. Portanto os indivíduos afetados não podem moderar sua atenção, seus níveis na atividade, seus impulsos emocionais ou suas respostas a estímulos no ambiente tão efetivamente quanto as pessoas com sistemas nervosos normais.

 Segundo, Rohde Apuh Halpern (2004:62), sugerem haver estudos familiares que mostraram consistentemente uma recorrência familiar significante para esse transtorno. Os autores apontam também fatores psicossociais que atuam no funcionamento adaptativo e na saúde emocional geral da criança, como desentendimentos familiares, presença de transtornos mentais nos pais, classe social baixa, família muito numerosa, criminalidade na família, psicopatologia materna e colocação em lar adotivo.

 SINTOMAS E DIAGNÓSTICO:

O transtorno ocorre na infância, no momento em que à criança apresenta excessivas alterações no comportamento. Partindo do princípio em que as crianças normalmente são agitadas e inquietas, seria então difícil diagnosticar qualquer distúrbio comportamental, mas quando se trata de crianças com TDAH a  inquietude e agitação se multiplica, e o comportamento dessa criança torna-se excessivo em relação a outras que convivem no mesmo ambiente.

Para, Naparstek (2004,pg.01). Ressalta em seus estudos que o diagnóstico precoce e tratamento podem reduzir consideravelmente os conflitos familiares, escolares, comportamentais e psicológicos vividos por essa pessoa. Acredita-se que com o diagnóstico e tratamento correto, problemas como repetência escolar, abandono dos estudos, uso de drogas, depressão, transtornos comportamentais, problemas vocacionais e de relacionamento podem ser adequadamente tratados.

No ambiente escola crianças com TDAH  devem alcançar diariamente objetivos, o que leva a escola a cobrar sempre bons resultados referentes a seu aprendizado. Consequentemente os professores, que não possuem conhecimento acerca do transtorno, podem concluir apressadamente que estas crianças são irresponsáveis. Essa instabilidade de atenção, juntamente com a hiperatividade, pode acarretar dificuldades em conquistar e manter amizades. Ao aumentarem as chances de a criança com TDAH ter um desempenho escolar insatisfatório, ela pode perceber que não agrada às demais crianças e assim se sentir rejeitada, o que pode causar-lhe depressão, falha em direcionar a atenção por um tempo prolongado faz com que haja dificuldades.

No entanto, ele visto que não há nenhum procedimento ou teste de diagnóstico definitivo para o TDAH, a determinação final de que uma criança se enquadra ou não nesse diagnóstico precisa estar baseada na integração de todos os dados coletados. A pessoa responsável pelo diagnóstico deve ter em mente que, além de confirmar a presença ou ausência do TDAH e de outros problemas, ela está também tentando traçar um perfil dos pontos fortes daquela criança em particular (PHELAN, 2005, p. 234).

O outro fator que o  Transtorno de  Déficit de Atenção com Hiperatividade geralmente começa antes que a criança ingresse na escola. Entretanto, em crianças em idade pré-escolar, o TDAH é caracterizado não apenas por dificuldades de atenção, impulsividade excessiva e hiperatividade, mas é também frequentemente acompanhado por graves acessos de raiva, comportamento exigente, agressivo e não cooperativo que podem interferir com a frequência à creche ou às instituições de educação infantil, impedimento de participação em reuniões familiares, e que podem se tornar um pesado fardo de cuidados e angústias para a família. Frequentemente, esses comportamentos perturbadores constituem a fonte de preocupações para os pais, e muitas crianças  recebem o diagnóstico de transtorno desafiador e de oposição. A identificação precoce pode ser útil para abordar inúmeras questões de desenvolvimento que crianças com TDAH podem apresentar. O comportamento de cada criança, com sintomas de TDAH  referente ao modo com que ela aja, muitas vezes vem de maneira com que ela se relaciona em seu meio familiar, pois muitos pais agem de maneira errada com seus filhos em relação ao seu meio escolar, um exemplo disso é o momento onde os pais interferem no momento errado, de qualquer maneira, só que na verdade é importante que os pais participem e se interessem pela escola e saibam o objetivo da unidade escolar, saiba como é o trabalho desses educadores e qual é o sistema de avaliação adotado por eles.

Os educadores geralmente antecipam que no final da educação infantil e no primeiro ano do ensino fundamental, a criança deve ser capaz de seguir rotinas de sala de aula, seguir instruções simples, brincar de forma cooperativa com colegas, e permanecer concentrada de 15 a 20 minutos por vez em uma tarefa acadêmica. Preocupações levantadas por professores, especialmente os mais experientes, fornecem detalhes importantes sobre o funcionamento acadêmico e social da criança. Os conhecimentos sobre o ensino de alunos com necessidades educacionais especiais não podem ser de domínio apenas de alguns  especialistas, e sim apropriados pelo maior número possível de profissionais da educação, idealmente por todos. 

Para Paulo Mattos (2007) A intervenção escolar é muito importante e em alguns casos pode facilitar o convívio dessas crianças com colegas e também evitar que elas se desinteressem pelo colégio, fato muito comum em adolescentes. O problema é a escola participar do tratamento; muitas escolas não apenas desconhecem o TDAH como também não têm o desejo ou possibilidade de participar do tratamento, pelas mais variadas razões” (MATTOS, 2007, p. 43).

METODOLOGIA

A pesquisa realizou-se com conhecimentos bibliográfica com vários autores  para a fundamentação teórica partindo dos resultados obtidos na aplicação da técnica de pesquisa, questionários aos docentes de turmas em escolas municipal de Barra do Garças.

O objetivo principal foi buscar e compreender as dificuldades encontradas em suas práticas pedagógicas, realizada pelos professores na intervenção em sala de aula com os alunos de TDAH.

Observou-se com as questões respondiam os relatos de professores com dificuldades por parte da escola os professores não tem um auxilio para o aluno com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade.

O método de pesquisa foi quantitativo pois caracterizou  pelo emprego da quantificação tantos nas modalidades de coleta de informações quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas” (LAKATOS, MARCONI, 2010, p.3).

ANÁLISE DE DADOS COLETADOS, RESULTADOS, RESULTADOS E DISCUSSÕES.

Observou-se quanto às professoras questionadas sobre qual a turma que atua, 80% responderam que atuam em  escolas, com crianças de 6 a 7anos, no ensino fundamental,    com a relação preparação das professoras no ato de ensinar as crianças com   TDAH por meio da interação , 69% responderam que não esta  preparadas, e 20% dizem que estão preparadas em partes.

Na opinião das professoras quando questionadas sobre as atividades que mais contribuem no desenvolvimento  com a criança na escola, 30% apontaram as brincadeiras livres. Com 15%, já tem outra opinião sendo com diversas atividades e com situação para o desenvolvimento da criança.

Utilizar brincadeiras, significa transportar para o campo do ensino aprendizagem condições para maximizar a construção do conhecimento, introduzindo as propriedades do lúdico, do prazer, da capacidade de iniciação e ação ativa e motivadora. (KISHIMOTO,2008, pag.37)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No desenvolvimento deste estudo, aprendemos o quanto o universo peculiar da criança com TDAH pode enriquecer o trabalho do professor.  O quanto pode ser interessante o convívio com essas crianças com mentes tão ativas e criativas. O trabalho, a cada dia, trará uma novidade, um novo obstáculo e uma desejada vitória. Melhor ainda, é que aprendemos que todos são capazes de aprender, independente de sua limitação. É preciso querer ensinar e buscar conhecimento para lidar com as dificuldades encontradas no dia-a-dia escolar. Assim, o trabalho se tornará mais prazeroso e os resultados serão melhores. No momento em que o professor inclui um aluno com necessidades especiais em sua aula poderá trabalhar com maior competência com o restante da sua turma, podendo trabalhar temas como identidade  e diversidade contribuindo para a formação humana do aluno com TDAH e com o restante dos alunos, tornando sua turma mais madura, autônoma e responsável. As dificuldades que a criança portadora do TDAH  são tantas,  e  nesse sentindo que a escola desenvolve um papel importantíssimo na vida dessas crianças, sendo necessário desenvolver programas de incentivo aos professores para se especializarem, a fim de estes poderem traçar estratégias significativas que tornem a vida dessas crianças mais fácil. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

Barkley, R. A. (2002). Major life activity and health outcomes associated with Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder.( 63, 10-15).    

LAKATOS, E. Maria; MARCONI, M. de Andrade. Fundamentos de Metodologia Científica: Técnicas de Pesquisa. 7 ed. – São Paulo: Atlas, 2010.

 MATTOS, Paulo. No mundo da lua: perguntas e respostas sobre transtorno do déficit de atenção com hiperatividade em crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Lemos Editorial, 2003.

NAPARSTEK, F. A. El psicoanalista em acción. In: BELAGA, G. (Org.). La urgencia generalizada: la práctica en el hospital. Buenos Aires: Grama, 2004.

PAÍN, S. (1989) Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. Porto Alegre.

PHELAN, Thomas W. Transtorno de Déficit de Atenção e HiperatividadeSintomas, diagnósticos e tratamentos: crianças e adultos. Trad. Tatiana Kassner. São Paulo, SP: M. Books do Brasil, 2005.

ROHDE, L. A.; HALPERN, R. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade: atualização. Rio de Janeiro, v. 80, n. 2, p. 61-70, 2004.

Smith, C., & Strick, L. (2001).Dificuldades de Aprendizagem.  1ª ed. Ed. Artes Médicas.  

SILVA, M. da. Metáforas e entrelinhas da profissão docente. São Paulo: Pioneira, 2004. 

KISHIMOTO, TizukoMorchida. A criança e a educação. 14. e.d. Petrópolis, RJ,( 2008 pg, 37)