REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10180979
Carlos Eduardo Tombini Rivero D’Agostini1
Ellen Caroline Chrun Vianna2
RESUMO
O seguinte trabalho pretende investigar como se dá o processo formador de sintoma na criança sob a ótica da psicanálise, evidencar as influências da relação parental e indagar como se dá o processo de autonomia do sujeito em relação ao sintoma e a formação do Eu, conceituando o sintoma nesta abordagem e diferenciando-a da visão da psiquiatria e medicina, entendendo assim o sintoma como algo inerente ao sujeito, manifestação de seu inconsciente, expressando um desejo recalcado. Abordando diversos conceitos que ajudarão a elucidar no esclarecimento deste processo, tais como “O grande Outro” de Lacan, servindo de base para compreender que a criança necessita e se aliena ao outro para se constituir como sujeito, incluindo também o “complexo de Édipo”, importante conceito da psicanálise que será utilizado no intuito de inferir a influência dos pais sobre o sintoma da criança, levando a mesma a uma identificação como falo da mãe até o entendimento de sua castração e entrada a neurose, entre outros diversos conceitos psicanalíticos. A metodologia utilizada para este estudo foi a revisão bibliográfica narrativa, visando a escolha livre de vários artigos e livros referentes à temática escolhida para esta proposta. Ao que diz respeito aos resultados da pesquisa, o sintoma é compreendido como resultado do processo de construção do sujeito, tendo o entendimento de que a criança passa por fases de experiências que a marcam e juntamente sofre por conta das influências da relação parental. Concluindo assim que o sintoma não somente advém do sujeito, de que a criança não é a única responsável por tal processo, dividindo a formação do sintoma com a relação que a mesma possui com seus respectivos pais.
Palavras-chave: Palavra/expressão 1. Sintoma na criança 2. Outro 3. Édipo 4. Psicanálise com crianças 5. Formação do sintoma
ABSTRACT
El siguiente trabajo tiene como objetivo investigar cómo se lleva a cabo el proceso de formación de síntomas en el niño desde la perspectiva del psicoanálisis, busca evidenciar las influencias de la relación parental e indagar sobre cómo se desarrolla el proceso de autonomía del individuo en relación con el sintoma y la formación del Yo. Se conceptualiza el síntoma en este enfoque, diferenciándolo de la visión de la psiquiatría y la medicina, entendiendo así el síntoma como algo inherente al sujeto, una manifestación de su inconsciente que expresa un deseo reprimido.Se abordan diversos conceptos que ayudarán a esclarecer este proceso, como “El gran Otro” de Lacan, que sirve de base para comprender que el niño necesita alienarse al otro para constituirse como sujeto, incluyendo también el “complejo de Edipo”, un concepto importante del psicoanálisis que se utilizará para inferir la influencia de los padres sobre el síntoma del niño, llevándolo a una identificación como falo de la madre hasta comprender su castración y entrar en la neurosis, entre otros conceptos psicoanalíticos.La metodología utilizada para este estudio fue la revisión bibliográfica narrativa, con el objetivo de elegir libremente varios artículos y libros relacionados con la temática elegida para esta propuesta. En cuanto a los resultados de la investigación, se comprende el síntoma como el resultado del proceso de construcción del sujeto, entendiendo que el niño atraviesa fases de experiencias que lo marcan y sufre las influencias de la relación parental. Se concluye así que el síntoma no proviene únicamente del sujeto, que el niño no es el único responsable de este proceso, dividiendo la formación del síntoma con la relación que tiene con sus respectivos padres.
Palabras-llave: Palavra/expressão 1. Sintoma en el ninõ 2. Otro 3. Édipo 4. Psicoanálisis con niños 5. Formación del síntoma
1. INTRODUÇÃO
O conceito de sintoma é frequentemente relacionado à definição originária da medicina, o que leva ao entendimento do sintoma como um sinal, que possibilita ser fenomenologicamente visível em um indivíduo. Sendo assim, o conjunto dos sintomas manifestados direciona ao diagnóstico de uma doença ou distúrbio. No campo médico, o sintoma é considerado como uma desarmonia, que, por meio de um diagnóstico preciso e tratamento adequado resultará na harmonia (Ciani, 2013).
Em contrapartida, para a psicanálise, o sintoma é dado como outro sentido, caracterizado como uma articulação linguística do sujeito definida como inconsciente. Em virtude da luta psicológica em que cada sujeito se constrói, a concepção sintomática abandona a representação pela ideia saúde-doença de sintomas, sendo então originário do próprio sujeito: não existe sujeito fora de um conjunto sintomático, tendo em vista que o sintoma é formado na relação de significância e o sujeito constituído na linguagem, no campo do Outro (Silva e Rudge, 2017).
Segundo a psicanálise, o desenvolvimento das instâncias intrapsíquicas é inevitavelmente acompanhado da atenção à relação e interação do sujeito com o outro, ou com o Outro. (Laplanche,2008) O sujeito busca em sua vida um Outro ao qual possa se vincular para encontrar amor e segurança. No entanto, o Outro falta por sua estrutura, e ao longo da vida, o sujeito apenas encontra alguns substitutos, nunca alcançando total plenitude, pois o Outro é intrinsecamente incompleto e inconsistente. Diante da ausência do Outro, surge o sentimento de desamparo (Quinet, 2012).
Na Psicanálise, a temática do sintoma é extensamente discutida, pois a partir dela que é guiada a prática clínica e definidos os limites terapêuticos desse campo de estudo. Na origem da abordagem psicanalítica, o sintoma é identificado como manifestação que demanda o ato freudiano de escuta, com o objetivo de dar sentido àquilo. Com base nessa colocação preliminar, Freud estabeleceu os fundamentos para a ética psicanalítica de ouvir o indivíduo em sua singularidade radical (Maia, Medeiros, Fontes, 2012).
De acordo com Calzavara (2012), segundo o ponto de vista clínico do desenvolvimento infantil, os sintomas surgem como resultado de conflitos intrapsíquicos e fatores externos ao processo de desenvolvimento.
A criança é direcionada a um movimento que vem dos agentes do Outro, responsáveis por esta, apontando-lhe a posição que ela exerce no desejo deles. O que possibilita que a mesma possa responder de acordo com a própria interpretação sobre esses apontamentos e construa a sua própria neurose infantil por meio do sintoma e do fantasma (Bernardino,2004).
Conforme Lacan (1969/1986), o sintoma infantil pode ser compreendido de duas maneiras, sendo uma delas como reação à sintomatologia familiar ou como correspondente de um fantasma da mãe tendo como objetivo obstruir a falta materna, de tal maneira simbolizando o objeto na sua fantasia.
Assim, sobre o primeiro ponto de vista da sintomatologia familiar, concebe-se o entendimento de que há uma distância entre a criança e a mãe operada pelo papel simbólico, formando o campo neurótico. Esta característica da sintomatologia que a criança manifesta pode trazer uma abertura para que os pais possam buscar entender o motivo e criar suposições que possibilitem os movimentos necessários para que a criança possa iniciar uma relação analítica (Flesler,2008).
Levando isso em consideração, de que modo a psicanálise poderia contribuir para uma diferente interpretação do sintoma? Sendo herdeira da concepção psiquiátrica moderna, a psicanálise se edifica sobre uma prática que prioriza o sujeito da linguagem, através de sua expressão verbal, gestual e até mesmo do seu silêncio, instaurando diversas alterações sobre a compreensão do psiquismo humano. Tendo assim uma nova perspectiva sobre o conceito dos sintomas(Silva e Rudge,2017).
De acordo com Figueiredo (2004), Freud ao direcionar-se ao inconsciente introduz a psicanálise em um novo paradigma que recaracteriza a abrangência do diagnóstico, evoluindo do relato à dinâmica, e do fenômeno à estrutura (Figueiredo & Machado, 2000).
Essa mudança delimita um novo campo, divergindo com o enfoque fenomenológico-descritivo da psiquiatria e da psicopatologia, ou seja, o campo do inconsciente e suas formações, ou o campo do Outro (Silva e Rudge, 2017).
Desta forma, a realização desta pesquisa torna-se importante na medida em que, ao haver uma melhor compreensão acerca de como se dá o processo de formação de sintoma na criança, consequentemente isso contribuirá para identificação da construção do sintoma e direcionamento da análise em crianças.
Sendo assim, o presente trabalho busca investigar como se dá o processo de formação do sintoma da criança, evidenciando a influência da relação das figuras parentais e investigando como esta relação parental afeta este processo, assim tem o intuito de indagar sobre como ocorre o processo de autonomia deste sujeito em relação ao sintoma e o surgimento do eu?
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 A FORMAÇÃO DO SINTOMA NA CRIANÇA
De acordo com Freud (1996), em suas pesquisas clínicas sobre as origens e o funcionamento das neuroses, observou que a maioria dos pensamentos e desejos reprimidos estavam ligados a conflitos de ordem sexual situados nos primeiros anos da vida dos indivíduos, ou seja, que na vida infantil estavam as experiências traumáticas, reprimidas e por conta disso se tornaram a raiz dos sintomas, reforçando a ideia de que eventos ocorridos durante a infância deixam profundas marcas na estruturação do indivíduo.
Os sintomas são entendidos ou como uma satisfação de um desejo sexual ou são estratégias para evitar essa satisfação. Geralmente, eles adotam uma natureza de compromisso, servindo como um meio de reconciliação entre as duas forças em conflito: a libido insatisfeita, que representa o que está recalcado, e a força repressora que originou essa repressão. É esse acordo entre as partes envolvidas no conflito que confere ao sintoma sua resistência (Dias, 2006).
Segundo Carmo e Chaves (2019), a busca pela satisfação em um primeiro momento é dificultada e reduzida pelo princípio da realidade e pelo Eu. Assim, a libido se vê na condição de se desprender da realidade, se afastar das leis do Eu e
buscar satisfação em suas antigas fixações. Essas fixações correspondem às zonas erógenas recalcadas no período infantil, mas nunca totalmente abandonadas, permanecendo no inconsciente do sujeito como objetos da fantasia.
Em um primeiro momento, esse processo aparece como uma solução para a libido que se vê entre a exigência interna de satisfação e as imposições da realidade e do Eu, que dificultam seu escoamento. No entanto, se essa porção libidinal escolhe representantes inconscientes, estes estão a serviço dos processos de condensação e deslocamento visando driblar a barreira do recalque. Com isso, a libido está sujeita a esses processos, tendo como êxito uma satisfação também bastante restrita (Carmo e Chaves,2019).
Segundo Dias (2006), as neuroses são resultado da expressão de conflitos entre o eu e as pulsões que, devido à sua incompatibilidade com a integridade ou com os padrões éticos do eu, são recalcadas, assim, são impedidas de se tornar conscientes e são inicialmente afastadas da possibilidade de satisfação. Entretanto, o recalcamento nem sempre é bem-sucedido, e a libido reprimida, insatisfeita e que foi rejeitada pela realidade, precisa encontrar outras maneiras de se manifestar a partir do inconsciente, buscando por rotas indiretas.
Foi através da análise do discurso da histérica que foi possível evidenciar que o sintoma possui um sentido, um sentido inconsciente, ele comunica alguma coisa, mesmo que o indivíduo não saiba disso. O sintoma não apenas comunica, mas também exerce um propósito de satisfação, uma “satisfação real” que é entendida pelo sujeito como um tipo de sofrimento. O sintoma representa um espaço paradoxal onde o sujeito,sem ter consciência disso, encontra sua satisfação sexual e também seu sofrimento (Dias,2006).
Lacan (1998) em “Função e campo da fala e da linguagem em psicanálise”, declara que o sintoma é completamente compreendido através de uma análise linguística, pois o mesmo é estruturado como linguagem, sendo a linguagem cuja fala necessita ser libertada.
O sintoma, assim como o inconsciente, segue uma estrutura de linguagem, pois segue à linguagem e às suas regras. Além disso, é um discurso direcionado ao
Outro, local de onde o sujeito recebe o sentido e a significação do seu sintoma, ou seja, a própria mensagem de forma invertida (Lacan, 1998).
O sintoma é um sinal de substituição de uma satisfação pulsional que não se concretizou, consequente do processo de repressão. Esse processo é desencadeado pelo Eu, por influência do Super-Eu, quando não deseja colaborar em um investimento instintual despertado no Id. Através da repressão, o Eu entende que a ideia do impulso indesejado seja deixado fora da consciência (Nascimento, 2019).
2.1.1 PROCESSO DE FORMAÇÃO DO SUJEITO
A formação de um sujeito é baseada na sua origem, história e nas fantasias que o mesmo desenvolve sobre as relações que compõem seu romance familiar. Para tanto, o essencial é o inconsciente que é constituído por meio de fragmentos de linguagem, absorvidos a partir do discurso que ronda em sua família. São significantes impostos ao sujeito, que os ouve, pois não pode evitar a exposição às palavras (Marconi, 2008).
Ao nascer de uma criança, a mesma é herdada da função de recomposição da família por meio das alianças formadas das duas descendências. Assim, a criança é encarregada de conservar o conjunto e nutrir-se dessa herança (André-Fustier & Aubertel, 1998).
Assim como acontece com seus pais, em um certa fase da vida da criança, ela entra no complexo de édipo, onde se entende como o falo da mãe, sendo o objeto desejo da mãe e isso por conta de que a criança se identifica com a mãe. O que prevalece nisso é o imaginário, caracterizado pela alienação à mãe. Não existe aqui uma individualidade psíquica, a relação é dual. Esse estágio é o do narcisismo, marcado pela onipotência da criança (Garcia-Roza, 2009).
Posicionar a criança no lugar de objeto do desejo dos pais, ou seja, na posição de falo é crucial para a estruturação psíquica dos sujeitos, é essa posição que proporciona a criança a humanização. A criança tem que ocupar o falo da mãe para se inscrever no simbólico (Jorge & Ferreira, 2005).
A segunda fase do Édipo é caracterizada pela intensificação do registro
simbólico, tendo a entrada do pai com o papel daquele que interdita, estabelecendo a barreira na mãe em relação ao filho. O pai restringe ambos, criança da mãe e mãe da criança, essa privação terá como consequência a ruptura do narcisismo primário por meio da Lei do Pai (Garcia-Roza, 2009).
O pai realiza então a castração do desejo de união com a mãe desencadeando o recalque desse desejo, assim, culminando na separação e clivagem entre os sistemas consciente e inconsciente. A criança não se enxerga mais como o falo da mãe e inicia a se perguntar em haver ou não haver o falo, a mãe não representa mais a Lei, agora é o pai quem possui o falo e ele é a Lei (Garcia-Roza, 2009).
O menino em dado momento percebe, cedo ou tarde, que a menina não possui um pênis, crença que ele acreditava ser, e isso faz com que ele passe a imaginar a possibilidade de perder o seu pênis. Enquanto a menina, concebe a ideia que possuía um pênis e foi castrada, sendo assim a castração é entendida como algo já ocorrido e portanto, a ameaça de castração não é manifestada pela menina. O que ela teme é uma perda de amor resultante da intimidação em relação a sua sexualidade pelos cuidadores (Freud, 1924, 1996).
A angústia da castração é que encaminha a criança a se envolver no jogo das identificações e resulta no declínio do Complexo de Édipo. O menino renuncia a identificação do falo da mãe e entende-se como aquele que possui o falo; enquanto isso a menina passa a identificar-se com a mãe sob a forma de não possuir, mas sim de saber onde deve ir buscar o falo (Costa, 2010).
Dessa maneira passa a ocorrer então a transição do sujeito faltante para o sujeito desejante. A criança se desvincula da relação de objeto com a mãe e transita a uma busca de satisfazer o seu desejo, não mais o da mãe, entende-se como um ser, e agora começa a experimentar as coisas por si mesma. (Garcia-Roza, 2009; Wisnewski, 1989).
Há três modalidades de defesa possíveis durante a dissolução do complexo de édipo, que são também nomeadas de estruturas, sendo então a neurose, psicose ou perversão. Conforme citado por Freud (1924/1923,1996 p. 169) a estrutura da neurose tem origem no “recuo do ego em aceitar um poderoso impulso instintual do
Id, ou em ajudá-lo a encontrar uma saída ou direção, ou também em o ego proibir aquele impulso ou objeto que visa.
Assim, dentro da Neurose a castração é negada, porém a deixa conservada no inconsciente, recalcando a Lei aqui. O Outro é barrado e se torna inconsciente, consequentemente o Eu se separa do Outro. Essa negação eventualmente voltará no simbólico com o fenômeno de sintoma.(Quinet, 2009/2012).
Concluindo, segundo Ferrari (2010), a formação do sintoma e do fantasma é possível por conta dos processos constitutivos de alienação ao desejo do Outro, e separação, desencadeada pela introdução da metáfora paterna.
2.2 INFLUÊNCIA DOS PAIS NA FORMAÇÃO DO SINTOMA NA CRIANÇA
Se tornou evidente que diferentes abordagens teóricas reconhecem a necessidade de uma investigação sobre o papel dos pais3 no atendimento dos filhos. Isso por conta da dependência das mesmas em relação aos seus pais e as inter-relações que se firmam entre os sintomas apresentados pelas crianças e o sofrimento psíquico que isso pode causar nos pais (Ferrari,2012)
Profissionais que atuam com crianças diversas vezes testemunham a angústia quando uma criança em tratamento, cujo sofrimento está sendo aliviado, é retirada da terapia devido à resistência dos pais em relação à melhora de seus filhos (Ferrari, 2012).
Bleichmar (1988) observou, a partir de uma retrospectiva sobre a psicanálise infantil, que durante os anos setenta, devido a uma interpretação inadequada da concepção lacaniana sobre a formação do sujeito, a criança na cena analítica era frequentemente reduzida à função de depositário das neuroses dos pais.
A sintomatologia neurótica ou psicótica da criança não era pertencente a ela, mas sim resultada pela rede relacional pré-existente à sua chegada. Isto se deu muitas vezes à realização de extensas entrevistas preliminares com os pais, com o intuito de realizar uma psicoterapia de casal, em desfavor do atendimento direcionado à criança (Bleichmar,1988).
3 pessoas que exercem a função de criar e cuidar, responsáveis pela criança
É importante ressaltar que Mannoni (1976) destaca a importância de compreender a história da linhagem dos pais objetivando determinar o lugar que a criança ocupa no tempo psicanalítico, dentro dessa cadeia geracional. O Autor ainda enfatiza que ao ouvirmos o discurso parental, o fazemos para entender aquilo que, na criança, não pode ser nomeado.
O processo de alienação torna-se aparente inicialmente devido à dependência do bebê em relação à mãe, esta que, ao ocupar o papel primordial de expressar seu desejo pela criança através dos cuidados diários, pressupõe e antecipa comportamentos que estão ligados à própria história infantil e constitutiva. Em certo sentido, o que é reencenado na relação com o bebê é uma reprodução do momento constitutivo de seu próprio período infantil (Ferrari & Piccinini, 2010).
Conforme Laplanche (2008), a criança, independente de menina ou menino, almeja identificar-se como falo a fim de captar o desejo de sua mãe (marcando o primeiro momento de Édipo). A proibição do incesto (segundo momento) deve tem o intuito de retirá-lo da posição ideal do falo da mãe. Tal proibição é feita pelo pai simbólico, ou seja, por meio de uma lei cujo intermédio deve ser assegurado pelo discurso da mãe. Apesar de que, ela não se viabiliza somente à criança, mas também à mãe, e, por conta disso, é percebida pela criança como castrando a mãe.
No terceiro período, entra o pai real, aquele que é visto pela criança como portador do falo (mais precisamente aquele que, é suposto tê-lo), e que, em todo momento, utiliza-o e faz-se preferir pela mãe. O menino, após renunciar à identificação do falo, poderá se identificar com o pai, enquanto à menina, esse terceiro estágio a orienta para que lado ela precisa se posicionar para encontrar o falo (Lacan 1957/1958).
É entendido então, durante a interação com esse Outro, que a criança passa a perceber que este Outro lhe falta, que a mãe não dedica sua atenção exclusivamente a ela. A criança entende que não é somente com ele que a mãe conversa, e em dados momentos não está presente com ele o tempo todo e nisso ele compreende que o Outro possui desejos além dele, que há limitações e ele não é capaz então de ocupar o lugar de falo da mãe (Sbardelotto, 2016).
A ausência que estava anteriormente encoberta pela alienação volta a ser revelada de forma explícita, e a única saída para o sentido é através do desejo, dessa forma, compreender o lugar se ocupa no desejo do Outro, e isso é realizado por meio da fantasia. É por via da fantasia que é dada a tentativa de dar sentido ao que se é no desejo do Outro (Sirelli, 2010).
Flesler (2008) identifica uma terceira perspectiva para entender a sintomatologia da criança, sendo esta quando o sintoma do filho entra em conflito com a imagem narcísica parental projetada sobre ele. Nesse caso, os pais que buscam tratamento frequentemente têm como intuito restaurar a conformidade da criança com os ideais sociais que ela supostamente deveria cumprir.
Nesse contexto, a autora constata que os pais, ao invés de questionar a razão por trás do sintoma da criança, esperam que o analista intervenha de forma a restituir o narcisismo parental ao fazer com que a criança se adeque novamente às expectativas das quais ela havia se afastado (Ferrari, 2012).
Conforme apontado por Zornig (2010), uma das características da prática com crianças não está necessariamente relacionada ao fato de as crianças ainda não terem internalizado seu superego ou terem habilidades verbais incipientes. Em vez disso, o que se destaca é a interligação estrutural entre o sintoma da criança e o discurso e desejo parental.
Além disso, uma característica importante desse tipo de tratamento é a abertura de espaço para ouvir os pais, tanto durante as entrevistas preliminares quanto ao longo do processo terapêutico, reconhecendo a relevância de incluir a perspectiva dos pais no entendimento e na abordagem do tratamento (Caram, 2003).
O advento do movimento lacaniano, com sua abordagem conceitual do “sujeito”, introduziu uma nova dinâmica no campo da psicanálise infantil. Segundo De Rosenberg (2002), essa dinâmica estabeleceu uma polarização entre a teoria da formação subjetiva, conforme fundamentada por Lacan, e a teoria do sujeito constituído, de acordo com Klein. Com as indagações de Lacan a respeito da constituição do sujeito, o lugar dos pais na clínica passou a recair não mais sobre a orientação pedagógica dos mesmos, mas como participação ativa no processo terapêutico (Ferrari, 2012).
No início dos anos 1980, quando predominava a perspectiva na psicanálise infantil de que o analista da criança deveria manter distância da família, Féres-Carneiro (1980) ressaltou, em sua pesquisa sobre a relação conjugal e suas influências no comportamento dos filhos, que em muitos casos, os problemas manifestados pela criança têm suas raízes na dinâmica parental.
A autora destaca que, em muitos casos, uma intervenção focada no casal pode ser eficaz em uma redução significativa de grande parte dos sintomas apresentados pelas crianças. Além disso, é crucial ponderar sobre o papel atribuído às crianças diante das variadas configurações familiares contemporâneas, como as famílias homoparentais, monoparentais e recasadas (Féres-Carneiro, 1980).
A entrada da criança na ordem da cultura e da linguagem é condicionada pelo papel que lhe é designado com base nas expectativas e desejos dos pais. Este papel além de humanizar a criança, também assegura sua sobrevivência. Dada a sua dependência dos adultos, que desempenham funções parentais, é comum que os sintomas apresentados pela criança estejam intrinsecamente ligados à sua relação com os pais (Azevedo, Féres-Carneiro & Lins, 2014).
Sendo assim, o narcisismo e o investimento dos pais têm uma função determinante na construção da subjetividade da criança e na produção de seus sintomas (Zornig, 2010).
É importante ressaltar que na maioria das vezes, que o projeto de um filho ocorre quando falta algo ao casal, portanto, a aposta narcísica nesse plano reflete a busca por recuperar a completude perdida durante a constituição de sua própria infância. A expressão de Freud, ‘sua majestade o bebê’, nos recorda esse renascimento narcísico que ocorre quando um filho está a caminho. (Ferrari, Piccinini & Lopes, 2006/ Ferrari & Piccinini, 2010).
No entanto, a fim de que a criança possa desenvolver-se como sujeito, é necessário que a aposta narcísica falhe minimamente, permitindo assim que as características únicas da criança possam vir à tona (Ferrari, Piccinini & Lopes, 2006/ Ferrari & Piccinini, 2010).
Isso ocorre predominantemente por conta da criança não aceitar tudo que lhe
é atribuído, manifestando sinais de resistência em relação ao que lhe foi designado. Em algumas situações, essa expressão de resistência pode provocar nos pais uma sensação de estranheza, o que, por sua vez, os leva a ressituar o projeto inicial que haviam esboçado (Freud, 1919/1999).
A necessária falha do investimento narcísico dos pais em relação à criança abre caminho para que esta constitua sua subjetividade com base nos primeiros enunciados identitários que lhe são apresentados pelos pais em seu relacionamento com a criança.(Aulagnier e Stern 1994/1997)
Essa falha na busca da completude narcísica abre uma brecha, levando a criança a questionar sua posição em relação ao desejo de seus pais, uma questão que anteriormente não era abordada. Essas dúvidas surgem à medida que a criança percebe uma negligência nas atenções diárias (Ferrari,2012).
Essa sensação de insatisfação estabelece um vazio a ser preenchido. A criança começa a explorar esse espaço ao questionar sua origem e, consequentemente, desenvolver suas próprias teorias sexuais infantis (Ferrari e Sordi, 2009). Essas teorias sexuais infantis servem como uma tentativa de dar conta sobre a falha na aposta narcísica dos pais em relação à criança (Pommier,1999).
Dolto (1980) interpreta que a criança, através dos seus sintomas, evidencia as consequências de um conflito, familiar ou conjugal, camuflado e aceito por seus pais. Cabe a ela suportar, inconscientemente, o peso das tensões e interferências da dinâmica emocional sexual inconsciente em ação nos pais, cujo efeito de contaminação mórbida é tanto mais intenso quanto mais se guarda ao seu redor o silêncio e o segredo. Logo, os sintomas infantis manifestos de impotência são uma ressonância às angústias ou aos processos reativos às angústias dos pais.
METODOLOGIA
A metodologia da abordagem utilizada na presente pesquisa é a revisão bibliográfica narrativa com o intuito de visar uma pesquisa mais ampla, utilizando da seleção de materiais diferentes com questões associadas sobre um tópico específico (Cook, Mulrow e Haynes, 1997).
Segundo Cordeiro et al. (2007) a revisão bibliográfica narrativa envolve uma
metodologia mais simples no recolhimento das fontes bibliográficas, sendo assim mais passível a mediação nos resultados. Baseia-se na junção da pesquisa de diversas produções, tendo como intuito principal proporcionar sínteses narrativas, a fim de juntar materiais de diversas obras para formar e expor de maneira coesa ao leitor sem a necessidade de apresentar critérios de recolha das obras inseridas (Ribeiro, 2014).
A pesquisa narrativa sobre este trabalho de conclusão de curso foi desenvolvida através de livros e por meio de pesquisas em plataformas eletrônicas como Google Acadêmico, Scielo e Bvsalud. Nestas, foram pesquisadas palavras como “psicanálise com crianças”, “sintoma na criança”, “formação de sintoma na psicanálise”, assim foram recolhidos 35 artigos que abordavam sobre o tema proposto
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A partir da análise deste trabalho, torna-se viável inferir que o sintoma manifestado pela criança reflete a uma demanda inconsciente dos pais e, também, à escolha autônoma como sujeito. Ao tentar responder ao enigma do desejo do Outro, a criança passa a identificar-se como objeto, que, fantasmaticamente, imagina ser possível de completar. A resposta sintomática carrega consigo a marca das construções individuais como sujeito, trazendo as suas correspondentes responsabilidades e implicações (Azevedo, Féres-Carneiro & Lins, 2014).
O complexo na formação de um sujeito reside na questão de que ela não se concretiza por conta da atualização do momento constitutivo parental, porém é por meio disso que a criança em certas situações precisa desenvolver um sintoma que possa dar conta daquilo que os pais não conseguem fornecer. Os questionamentos aqui apresentados não sugerem que se deva escutar os pais em razão da criança pois, como refere Rodulfo (2005), há algo inerente a ela que faz com que se posicione dessa maneira mediante aquilo que os pais lhe oferecem (Ferrari ,2012).
No que diz respeito a influência dos pais, a neurose destes desempenha um papel importante e crucial no surgimento dos sintomas da criança, pois esta estabelece a existência da criança num lugar determinado pelos pais baseado em
seu sistema de fantasias e desejos. Diante disso a criança busca decifrar o enigma dos significantes obscuros propostos pelos pais, ao se identificar ao que julga ser objeto de desejo materno, em uma tentativa de preencher a falta estrutural do Outro e escapar à angústia de castração (assunção da própria falta) (Zornig, 2000).
A alienação é essencial para a formação do ser humano, no entanto na alienação o ser não é um sujeito. Na alienação o bebê não busca e não deseja por si só, ele está amarrado em uma relação na qual ele só é por intermédio do Outro, além disso, essa relação ilude ao pensar que o ser é completo e sem faltas, resultando na criança não sendo um sujeito desejante. Desse modo, é necessário que a alienação propicie espaço ao processo de separação que resultará na possibilidade do surgimento do sujeito desejante, este sujeito do inconsciente, distintivamente do Eu que segue o princípio da realidade e da consciência, e que opera de acordo com o desejo inconsciente (Sbardeloto, 2016).
O processo de separação é determinado em três fases, sendo eles os três estágios do complexo de Édipo, onde no primeiro instante a criança e mãe vivem em certa plenitude, em que um completa a falta do outro; no segundo instante a criança então enxerga que não é a completude aa a mãe, pois a mãe lhe falta, que ela não está disponível o tempo todo e direciona atenção a outras pessoas além dela. Então o pai enquanto a função paterna e Lei, intervém e separa efetivamente criança e mãe. Dado a isso, o desejo surge e motiva a criança a buscar a realização desse em outros objetos (Sbardeloto ,2016).
A tentativa de eliminar o sintoma da criança, sem trabalho prévio de deslocamentos discursivos, impõe aos pais sofrimento difícil de suportar. A supressão do sintoma da criança implica renunciar algo do gozo que isso proporciona aos pais. Partindo desse contexto, entende-se que a criança faz sinthome para os pais, funcionando então como um círculo suplementar que repara a falha de um ou ambos os pais.(Ferrari, 2012).
Ainda segundo Ferrari (2012), levando em consideração que o projeto de um filho possibilita retomar o momento de completude narcísica, podemos entender que o sintoma apresentado pela criança desencadeia, nos pais a experiência da castração por meio de uma dupla identificação. Os pais se enxergam no papel de
seus próprios pais, que não conseguiram cumprir a completude narcísica e se percebem como os próprios filhos que já foram, que não foram capazes de satisfazer o desejo parental. Ter essa concepção em mente ajuda a evitar de tomar as queixas dos pais literalmente como necessário a ser restituído, mas algo que possa ser utilizado no intuito de trabalhar nas entrevistas preliminares com os pais e a própria criança.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da análise de diversos textos em referência a temática do processo formador de sintoma na criança pela ótica da psicanálise, incluindo livros de Freud e Lacan, foi possível neste trabalho de conclusão de curso evidenciar, discorrer e ampliar a compreensão acerca de como ocorre tal processo.
Primeiramente sendo distinguido o conceito de sintoma comum ao campo da medicina e da psiquiatria, para o conceito utilizado na abordagem psicanalítica, entendendo o sintoma como manifestação proveniente do sujeito ao invés de algo atrelado a doença, fora do sujeito.
Foi visto diante do estudo que a criança passa por várias fases e influências, advindas de sua relação parental que por consequência corroboram para a formação dos sintomas, como citado anteriormente o complexo de Édipo que entende a criança em seu primeiro momento como falo da mãe e ao final do complexo se inferindo como castrada, não assumindo mais a função de objeto e adentrando a neurose, assim recalcando seu desejo e formando o sintoma.
Outro conceito que colaborou para a elucidação deste trabalho foi o “Grande Outro” de Lacan, no qual diz sobre como o sujeito se aliena ao outro para formar suas instâncias intrapsíquicas e poder constituir-se como sujeito, porém ao se encontrar com a falta do outro acaba por afastar-se deste e buscar uma completude. Dessa maneira ao longo do estudo foi concebível afirmar que este processo formador de sintoma está diretamente ligado à relação parental, tendo também como base para essa afirmativa diversos conceitos abordados como: O Complexo
de Édipo, O grande Outro, Complexo de castração, falo e narcisismo.
Concluindo então que o processo formador de sintoma na criança não
somente advém do sujeito, sendo portanto ocasionado também pela relação adjunta de seus pais, inferindo diretamente em tal fenômeno, sendo inerente ao processo de constituição e formação da criança.
Tendo isso em vista, a realização deste trabalho torna-se importante na medida em que, ao haver uma melhor compreensão de como é constituído o sintoma da criança, abordando simultaneamente as influências da relação parental, isto resultará em uma melhoria no que diz respeito à condução do atendimento de crianças na clínica psicanalítica, ampliando o conhecimento e a visão da análise, possivelmente dando maior espaço à escuta dos pais no acompanhamento infantil.
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