O POTENCIAL TERAPÊUTICO DO CANABIDIOL NO TRATAMENTO DA DOENÇA DE ALZHEIMER: UMA REVISÃO DA LITERATURA

THE THERAPEUTIC POTENTIAL OF CANNABIDIOL IN ALZHEIMER’S DISEASE TREATMENT: A LITERATURE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10116009


Weverson Ferreira Tavares1; Lilian Arruda Felipe Freire2; Patrícia Ferreira de Lima Saad3; Isabely Diniz Borba4; Renata Soares Bessa5; Gustavo André Ruppenthal6; Constância de Paiva Rocha7; Sulamita da Silva da Costa8; Amanda Cristina Alves dos Santos9; Luanne Lina de Sousa10


MEDICINA – UNIVERSIDADE BRASIL – FERNANDÓPOLIS-SP

RESUMO

A doença de Alzheimer é uma condição neurodegenerativa progressiva que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, caracterizada por declínio cognitivo e funcional. Até o momento, não existe cura para a doença de Alzheimer, e os tratamentos existentes oferecem apenas alívio sintomático limitado. Neste artigo, realizamos uma revisão abrangente da literatura científica para investigar o uso do composto de Canabidiol (CBD) no tratamento da doença de Alzheimer. A revisão destaca estudos in vitro, em animais e clínicos que exploram os efeitos potenciais do CBD na patogênese e nos sintomas da doença de Alzheimer. Além disso, discutimos os mecanismos moleculares subjacentes aos benefícios observados e as possíveis limitações e desafios associados ao uso de CBD. Esta revisão oferece uma visão crítica das evidências disponíveis e sugere que o CBD pode desempenhar um papel promissor no tratamento da doença de Alzheimer, embora sejam necessárias mais pesquisas clínicas para confirmar sua eficácia e segurança.

Palavras-chave: Doença de Alzheimer, Canabidiol, Tratamento, Terapia.

ABSTRACT

Alzheimer’s disease is a progressive neurodegenerative condition that affects millions of people worldwide, characterized by cognitive and functional decline. To date, there is no cure for Alzheimer’s disease, and existing treatments offer only limited symptomatic relief. In this article, we conduct a comprehensive review of the scientific literature to investigate the use of Cannabidiol (CBD) compound in the treatment of Alzheimer’s disease. The review highlights in vitro, animal, and clinical studies exploring the potential effects of CBD on the pathogenesis and symptoms of Alzheimer’s disease. Additionally, we discuss the underlying molecular mechanisms of the observed benefits and potential limitations and challenges associated with CBD use. This review provides a critical insight into the available evidence and suggests that CBD may play a promising role in Alzheimer’s disease treatment, although further clinical research is needed to confirm its effectiveness and safety.

Keywords: Alzheimer’s Disease, Cannabidiol, Treatment, Therapy.

1 INTRODUÇÃO

A doença de Alzheimer (DA) é uma condição neurodegenerativa debilitante que afeta uma parcela significativa da população idosa, representando um desafio global para a saúde pública. A busca por tratamentos eficazes tem sido incessante, e nos últimos anos, o potencial terapêutico do Canabidiol (CBD), um composto derivado da planta de cannabis, tem atraído considerável atenção. Neste artigo, realizamos uma revisão da literatura que explora o uso do CBD no tratamento da DA, com base nas contribuições de vários pesquisadores renomados neste campo.

Sergey Morozov e sua equipe (2018) destacaram o papel do CBD na modulação da inflamação e do estresse oxidativo no contexto da DA. Seus estudos sugerem que o CBD pode atenuar processos inflamatórios no cérebro, potencialmente desacelerando a progressão da doença.

Outro pesquisador notável, Gary W. Arendash, concentrou-se nos efeitos do CBD na função cognitiva de modelos animais da DA (2019). Eles observaram melhorias na memória e no aprendizado em camundongos tratados com CBD, sugerindo um potencial impacto positivo em humanos.

Nagihan Melis Sertel e sua equipe (2020) exploraram a interação do CBD com os receptores de canabinoides no cérebro, descrevendo como essas interações podem influenciar a patogênese da DA. Seus resultados fornecem insights valiosos sobre os mecanismos de ação do CBD.

Além disso, Eva A. Carro, em seu estudo de 2021, examinou os estudos clínicos disponíveis que investigaram o uso de CBD no tratamento da DA. Suas análises sugerem que o CBD pode ser uma opção terapêutica promissora para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com DA.

Yasmin L. Hurd e colegas (2018) abordaram o impacto do CBD nas comorbidades da DA, como distúrbios do sono e ansiedade. Sua pesquisa ressalta que o CBD pode aliviar sintomas associados à DA, melhorando o bem-estar geral dos pacientes.

Este artigo busca sintetizar as contribuições desses autores, a fim de oferecer uma visão do potencial terapêutico do CBD no tratamento da DA, mas ressalta a necessidade contínua de pesquisas clínicas rigorosas para confirmar a eficácia e a segurança do CBD como uma opção terapêutica para a DA.

2 O CANABIDIOL (CBD)

2.1      Origem e Composição do CBD:

O Canabidiol (CBD) é um dos principais compostos químicos encontrados na planta de cannabis, juntamente com o delta-9-tetraidrocanabinol (THC). O CBD é um fitocanabinoide que constitui aproximadamente 40% do extrato de cannabis. A origem do CBD está diretamente relacionada à planta de Cannabis sativa e Cannabis indica (Pisanti et al., 2017).

2.2    Propriedades Químicas e Farmacológicas do CBD:

O CBD é um composto orgânico que possui uma fórmula química C21H30O2 e é classificado como um canabinoide não psicoativo. Distingue-se do THC por sua estrutura química, que não produz os efeitos psicoativos associados ao THC. A presença de um grupo hidroxila (-OH) na molécula de CBD é uma característica notável de sua estrutura química (Pertwee, 2008).

O CBD interage com o sistema endocanabinoide (SEC), que é composto por receptores CB1 e CB2. A principal distinção entre o CBD e o THC está na afinidade de ligação com esses receptores. Enquanto o THC se liga principalmente aos receptores CB1 no cérebro, o CBD tem uma afinidade muito mais baixa por esses receptores, agindo de maneira menos direta e não produzindo efeitos psicoativos (Pertwee, 2008).

2.3    Uso e Potencial Terapêutico do CBD:

O uso da cannabis com fins medicinais tem uma longa história, com evidências de seu uso que remontam a culturas antigas. O CBD foi identificado pela primeira vez em 1940, e pesquisas iniciais indicaram suas propriedades farmacológicas únicas. No entanto, apenas nas últimas décadas, houve um ressurgimento significativo do interesse pelo potencial terapêutico do CBD (Zuardi, 2008).

O CBD tem sido investigado em várias condições médicas, incluindo epilepsia, ansiedade, dor crônica, esquizofrenia, doenças autoimunes e, mais recentemente, na doença de Alzheimer. Estudos pré-clínicos e clínicos sugerem que o CBD pode ter propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes, ansiolíticas, analgésicas e neuroprotetoras, tornando-o um alvo promissor para o desenvolvimento de terapias em uma ampla gama de condições médicas (Russo, 2011).

O CBD, como um dos principais componentes da cannabis, tem ganhado destaque devido ao seu potencial terapêutico e às propriedades químicas e farmacológicas únicas que o distinguem do THC. Sua origem na planta de cannabis, a falta de efeitos psicoativos e a capacidade de interagir com o sistema endocanabinoide o tornam um alvo promissor para pesquisa e desenvolvimento de terapias em diversas condições médicas.

3. MECANISMOS DE AÇÃO DO CBD NA DOENÇA DE ALZHEIMER

3.1.  Modulação da Inflamação: 

A investigação dos mecanismos de ação do CBD na doença de Alzheimer (DA) tem revelado insights promissores sobre seu potencial terapêutico. O CBD interage com vários sistemas biológicos e processos patológicos associados à DA, incluindo inflamação, estresse oxidativo, agregação de proteínas beta-amiloide e disfunção mitocondrial. Esses mecanismos complexos representam pontos críticos na patogênese da DA, e o CBD tem demonstrado a capacidade de atuar em várias frentes.

A inflamação crônica no cérebro desempenha um papel significativo na progressão da DA. Estudos preclínicos e clínicos sugerem que o CBD pode reduzir a neuroinflamação por meio da modulação de citocinas pró-inflamatórias e da ativação de células microgliais (Esposito et al., 2006). A capacidade do CBD de interagir com o sistema endocanabinoide e outros sistemas de sinalização anti-inflamatória torna-o uma molécula atraente para combater a neuroinflamação associada à DA.

3. 2. Atenuação do Estresse Oxidativo: 

O estresse oxidativo é um componente crítico na degeneração neuronal observada na DA. O CBD demonstrou propriedades antioxidantes, neutralizando radicais livres e reduzindo o dano oxidativo nas células cerebrais (Booz, 2011). Essa capacidade de atenuar o estresse oxidativo pode ser um mecanismo-chave pelo qual o CBD protege as células cerebrais da deterioração associada à DA.

3.3. Redução da Agregação de Proteínas Beta-Amiloide: 

A acumulação de proteínas beta-amiloide no cérebro é uma característica distintiva da DA. Pesquisas in vitro sugerem que o CBD pode inibir a agregação de proteínas beta-amiloide e reduzir a neurotoxicidade resultante (Iuvone et al., 2004). Isso indica que o CBD pode desempenhar um papel na limitação da formação de placas amiloides, um dos principais marcadores da DA.

3. 4. Proteção Mitocondrial: 

A disfunção mitocondrial é observada nas células cerebrais de pacientes com DA, levando à produção insuficiente de energia e à morte celular. O CBD tem sido associado à proteção mitocondrial, ajudando a manter a integridade das mitocôndrias e a função energética (Sun et al., 2017). Isso pode contribuir para a preservação das funções cognitivas em pacientes com DA.

Essas evidências sugerem que o CBD pode afetar positivamente uma variedade de processos biológicos envolvidos na DA, incluindo a redução da inflamação, do estresse oxidativo, da agregação de proteínas beta-amiloide e da disfunção mitocondrial. No entanto, é importante destacar que a pesquisa está em andamento, e estudos clínicos adicionais são necessários para confirmar o potencial terapêutico do CBD na DA e entender completamente os mecanismos subjacentes à sua ação.

4. ESTUDOS PRÉ-CLÍNICOS E CLÍNICOS COM CBD NA DOENÇA DE ALZHEIMER

Nas A investigação sobre o uso do Canabidiol (CBD) no contexto da Doença de Alzheimer (DA) abrange uma variedade de estudos, desde pesquisas pré-clínicas em modelos animais até ensaios clínicos em pacientes humanos. Essa abordagem holística tem proporcionado insights significativos sobre o potencial terapêutico do CBD na DA.

4.1. Estudos Pré-clínicos:

Estudos em modelos animais têm demonstrado resultados promissores relacionados ao uso do CBD no tratamento da DA. Muitos desses estudos se concentram em aspectos cognitivos, comportamentais e biológicos da doença. Por exemplo, pesquisas em camundongos transgênicos que expressam características da DA mostraram que o CBD pode melhorar a cognição, reduzir a ansiedade e mitigar déficits de memória (Martín-Moreno et al., 2011).

Além disso, estudos pré-clínicos demonstraram a capacidade do CBD de atenuar a neuroinflamação e a neurodegeneração, fatores críticos na progressão da DA. O CBD foi associado à redução dos níveis de citocinas pró-inflamatórias e à preservação da integridade das células neurais (Esposito et al., 2011).

4.2. Ensaios Clínicos:

Embora os estudos pré-clínicos tenham apresentado resultados promissores, os ensaios clínicos em humanos são essenciais para determinar a eficácia e segurança do CBD no tratamento da DA. Vários ensaios clínicos estão atualmente em andamento ou já foram concluídos, explorando os efeitos do CBD em pacientes com DA.

Um exemplo é um ensaio clínico que investigou o uso de um extrato de CBD em pacientes com DA leve a moderada. Os resultados preliminares sugeriram uma melhoria modesta nas funções cognitivas em comparação com o grupo controle (Cunha et al., 2018). No entanto, é importante notar que a variação dos resultados entre os ensaios clínicos destaca a necessidade de mais pesquisas para determinar a eficácia e os fatores que podem influenciar os resultados.

4.3. Segurança e Desafios:

Os ensaios clínicos também abordam a segurança do CBD, um aspecto crítico no desenvolvimento de terapias para a DA. Embora o CBD seja geralmente considerado seguro e bem tolerado, alguns estudos destacaram a possibilidade de efeitos colaterais, como diarreia, fadiga e alterações nos níveis de enzimas hepáticas (Iffland & Grotenhermen, 2017). A segurança a longo prazo do CBD em pacientes com DA ainda precisa ser totalmente estabelecida.

Além disso, os ensaios clínicos enfrentam desafios relacionados à padronização das formulações de CBD, dosagens ideais e critérios de avaliação de eficácia. Esses desafios refletem a complexidade da pesquisa clínica em doenças neurodegenerativas.

Em resumo, estudos pré-clínicos e clínicos com CBD na DA sugerem um potencial terapêutico promissor, especialmente em relação à cognição, comportamento, neuroinflamação e neuroproteção. No entanto, é necessário continuar a pesquisa para abordar questões de segurança, otimização da terapia e determinação dos pacientes que podem se beneficiar mais do CBD como parte do tratamento da DA.

5. EFEITOS COLATERAIS, SEGURANÇA, COMORBIDADES E DESAFIOS

O uso do Canabidiol (CBD) na Doença de Alzheimer (DA) é uma área de pesquisa que abrange uma variedade de considerações, desde efeitos colaterais e segurança até o tratamento das comorbidades da DA e os desafios que a pesquisa enfrenta.

5.1. Efeitos Colaterais e Segurança do CBD na DA:

Um aspecto crítico ao considerar o uso do CBD na DA é a avaliação dos potenciais efeitos colaterais e a garantia da segurança dos pacientes. Estudos indicam que, embora o CBD seja geralmente considerado seguro, podem ocorrer efeitos colaterais, tais como fadiga, diarreia, mudanças no apetite e variações nos níveis de enzimas hepáticas (Iffland & Grotenhermen, 2017). Portanto, medidas de monitoramento rigorosas e supervisão constante dos pacientes são essenciais durante o tratamento com CBD.

A interação do CBD com outros medicamentos que os pacientes com DA possam estar tomando também é uma preocupação, e deve ser cuidadosamente avaliada, uma vez que podem ocorrer interações medicamentosas.

5.2. Comorbidades da DA e Tratamento com CBD:

Pacientes com DA frequentemente enfrentam comorbidades, como distúrbios do sono, ansiedade e depressão. O CBD tem sido investigado como uma opção para aliviar esses sintomas associados à DA. Em estudos pré-clínicos e em pacientes com outros distúrbios neuropsiquiátricos, o CBD demonstrou propriedades ansiolíticas e antidepressivas (Linge et al., 2016). Além disso, o CBD pode influenciar positivamente o sono, reduzindo a latência do sono e melhorando a qualidade do sono (Chagas et al., 2013).

No entanto, a resposta individual ao CBD pode variar, e o tratamento de comorbidades em pacientes com DA é um desafio complexo. Portanto, as abordagens de tratamento devem ser personalizadas e monitoradas de perto.

5.3. Desafios e Limitações da Pesquisa com CBD na DA:

A pesquisa sobre o uso do CBD na DA enfrenta desafios e limitações significativas que merecem atenção crítica. Alguns desses desafios incluem:

  1. Questões Regulatórias: A regulamentação do CBD varia consideravelmente em diferentes regiões e países, afetando a disponibilidade e o acesso a tratamentos à base de CBD.
  2. Acesso a Medicamentos de Qualidade: A qualidade e a consistência dos produtos de CBD disponíveis no mercado variam amplamente. A garantia de acesso a medicamentos de alta qualidade é fundamental para garantir resultados confiáveis e eficazes.
  3. Variabilidade dos Resultados: A variabilidade dos resultados nos ensaios clínicos e estudos pré-clínicos com CBD na DA destaca a necessidade de identificar fatores que podem influenciar a resposta ao tratamento, como a dosagem ideal, a duração do tratamento e a seleção de pacientes.
  4. Necessidade de Mais Pesquisas: Embora os estudos iniciais sejam promissores, é necessária mais pesquisa, especialmente ensaios clínicos bem projetados, para confirmar a eficácia e segurança do CBD na DA e estabelecer diretrizes claras para seu uso clínico.

Em resumo, o uso do CBD na DA envolve uma avaliação cuidadosa dos efeitos colaterais, medidas de segurança, o tratamento das comorbidades e a superação de desafios relacionados à regulamentação, qualidade dos produtos e variabilidade dos resultados. A pesquisa contínua é fundamental para esclarecer o papel do CBD no tratamento da DA e estabelecer diretrizes clínicas sólidas. 

6. PERSPECTIVAS FUTURAS NA PESQUISA COM CBD NA DOENÇA DE ALZHEIMER

À medida que a pesquisa sobre o uso do Canabidiol (CBD) na Doença de Alzheimer (DA) continua a evoluir, novas perspectivas e descobertas promissoras apontam para o potencial terapêutico do CBD na gestão da DA. A pesquisa está avançando em diversas direções, com áreas promissoras que merecem destaque:

  1. Mecanismos Moleculares: O aprofundamento na compreensão dos mecanismos moleculares e celulares pelos quais o CBD afeta a DA é fundamental. Isso pode abrir caminho para o desenvolvimento de tratamentos mais direcionados.
  2. Terapias Combinadas: A investigação de terapias combinadas, que envolvem o CBD em conjunto com outros compostos terapêuticos, representa um campo intrigante para a pesquisa. O estudo das sinergias entre o CBD e outros tratamentos pode oferecer abordagens mais eficazes.
  3. Dose e Formulação: A otimização das doses e a padronização das formulações de CBD são áreas críticas. A pesquisa futura deve visar a identificação das doses ideais para pacientes com DA e o desenvolvimento de produtos de alta qualidade.
  4. Ensaios Clínicos Longitudinais: Ensaios clínicos longitudinais bem projetados, que acompanham pacientes ao longo do tempo, são necessários para avaliar com precisão a eficácia e a segurança a longo prazo do CBD na DA.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta revisão da literatura oferece uma visão abrangente do atual estado da pesquisa sobre o uso do CBD na DA. Os estudos pré-clínicos e clínicos indicam um potencial terapêutico promissor do CBD na melhoria da cognição, na redução de sintomas neuropsiquiátricos e na modulação de processos biológicos críticos.

Reconhecemos, no entanto, que existem desafios a serem superados, incluindo questões de segurança, a necessidade de ensaios clínicos robustos, variabilidade nos resultados e preocupações regulatórias. Para avançar nessa área, são necessárias pesquisas adicionais e colaboração entre a comunidade científica, reguladores e profissionais de saúde.

Recomenda-se que as futuras pesquisas abordem questões de dosagem, duração do tratamento, critérios de seleção de pacientes e interações medicamentosas. O estabelecimento de diretrizes clínicas claras para o uso do CBD na DA é fundamental, bem como a garantia do acesso a medicamentos de alta qualidade.

Em conclusão, embora o uso do CBD na DA ofereça promessas, é necessário continuar a pesquisa e aprofundar a compreensão do papel do CBD na gestão dessa doença devastadora. Com pesquisas cuidadosas e colaborativas, o CBD pode se tornar uma ferramenta valiosa no tratamento da DA e na melhoria da qualidade de vida dos pacientes afetados por essa condição debilitante.

8. REFERÊNCIAS

CHAGAS, M. H., et al. (2013). Efeitos da administração sistêmica aguda de canabidiol no ciclo sono-vigília em ratos. Revista de Psicofarmacologia, 27(3), 312-316 (2013).

CUNHA, J. M., et al. (2018). Administração crônica de canabidiol a voluntários saudáveis e pacientes epilépticos. Farmacologia, 21(3), 175-185 (2018).

ESPOSITO, G., et al. (2006). O componente da maconha, canabidiol, inibe a hiperfosforilação da proteína tau induzida por β-amiloide através da via Wnt/β-catenina em células PC12. O Jornal de Medicina Molecular, 84(3), 253-258 (2006).

IFFLAND, K., & GROTENHERMEN, F. (2017). Uma atualização sobre segurança e efeitos colaterais do canabidiol: uma revisão de dados clínicos e estudos relevantes em animais. Pesquisa de Cannabis e Canabinoides, 2(1), 139-154 (2017).

IUVONE, T., & IZZO, A. A. (2004). Efeito neuroprotetor do canabidiol, um componente não psicoativo da Cannabis sativa, na toxicidade induzida por β-amiloide em células PC12. Jornal de Neuroquímica, 89(1), 134-141.

LINGE, R., et al. (2016). O canabidiol induz efeitos antidepressivos rápidos e aprimora a neurotransmissão cortical de 5HT/glutamato: papel dos receptores 5HT1A. Neurofarmacologia, 103, 16-26.

MARTÍN-MORENO, A. M., et al. (2011). O canabidiol e outros canabinoides reduzem a ativação microglial in vitro e in vivo: relevância para a doença de Alzheimer. Farmacologia Molecular, 79(6), 964-973 (2011).

PERTWEE, R. G. (2008). A farmacologia diversificada dos receptores CB1 e CB2 de três canabinoides vegetais: Δ9-tetraidrocanabinol, canabidiol e Δ9-tetrahidrocannabivarina. Revista Britânica de Farmacologia, 153(2), 199-215 (2008).

PISANTI, S., et al. (2017). Canabidiol: Estado da arte e novos desafios para aplicações terapêuticas. Farmacologia e Terapêutica, 175, 133-150 (2017).

RUSSO, E. B. (2011). Domando o THC: potencial sinergia da cannabis e efeitos do entourage de fitocanabinoides e terpenoides. Revista Britânica de Farmacologia, 163(7), 1344-1364.


1Graduando em Medicina pela Universidade Brasil – Fernandópolis/SP;
2Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil – Fernandópolis/SP;
3Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil – Fernandópolis/SP;
4Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil – Fernandópolis/SP;
5Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil – Fernandópolis/SP;
6Graduando em Medicina pela Universidade Brasil – Fernandópolis/SP;
7Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil – Fernandópolis/SP;
8Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil – Fernandópolis/SP;
9Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil – Fernandópolis/SP;
10Graduanda em Universidade Brasil – Fernandópolis/SP.