O PAPEL DOS PROBIÓTICOS NA MODULAÇÃO DA FLORA VAGINAL E SEU IMPACTO NO TRATAMENTO DA CANDIDÍASE VULVOVAGINAL

THE ROLE OF PROBIOTICS IN MODULATING VAGINAL FLORA AND ITS IMPACT ON THE TREATMENT OF VULVOVAGINAL CANDIDIASIS

EL PAPEL DE LOS PROBIÓTICOS EN LA MODULACIÓN DE LA FLORA VAGINAL Y SU IMPACTO EN EL TRATAMIENTO DE LA CANDIDIASIS VULVOVAGINAL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10251537


Robson da Silva Santos Júnior1
Luzianne Araújo Sacramento1
Inessa Caroline Passos Borges1
Virna Maria Santana da Silvla1
Daniele de Oliveira1


RESUMO

Objetivo: Compilar informações que demonstrem a importância dos probióticos no equilíbrio da flora vaginal, contribuir para uma maior compreensão do modo de ação desses fármacos e despertar questionamentos que possam servir de base para a condução de novas pesquisas visando potencializar o seu uso para o combate de disbioses vaginais. Métodos: O trabalho baseou-se em uma revisão bibliográfica de caráter exploratório a partir da busca de artigos que abordassem o modo de ação e os benefícios oriundos do uso de probióticos para o combate de infecções vulvovaginais nas plataformas PubMed, ScienceDirect, BVS e MDPI utilizando os seguintes filtros: vaginal microbiota, vulvovaginal infections, cândida, vaginal health e probiotic. Resultados: No total, foram encontrados 51 títulos nas buscas; entretanto, apenas os oito artigos mais diretamente relacionados ao tema foram selecionados. Os artigos escolhidos demonstraram que os efeitos positivos dos probióticos envolvem principalmente o alívio rápido dos sintomas incômodos das infecções e o reestabelecimento da microbiota em desequilíbrio devido à proliferação excessiva de bactérias e fungos patogênicos. Esses resultados são variáveis e dependem da composição e da forma como as cepas dos Lactobacillus estão presentes nos probiótico. De maneira geral, as respostas combativas aos agentes patogênicos envolvem desde aspectos fisiológicos e metabólicos até aspectos estruturais que dificultam a aderência e colonização dos tecidos vaginais por esses agentes. Considerações finais: Apesar dos resultados positivos, a baixa quantidade de estudos clínicos robustos dificulta a condução de análises mais completa sobre o modo de ação e os aspectos mais complexos envolvidos nas respostas. Sendo assim, novos estudos precisam ser desenvolvidos.

Palavras-chaves: Disbiose vaginal, Infecções recorrentes, Infecções vaginais, Lactobacillus, , Microbiota vaginal

ABSTRACT

Objective: To compile information demonstrating the importance of probiotics in balancing the vaginal flora, contribute to a better understanding of the mechanism of action of these drugs, and raise questions that may serve as a basis for conducting new research to enhance their use in combating vaginal dysbiosis. Methods: The study was based on an exploratory literature review through the search for articles addressing the mode of action and benefits arising from the use of probiotics to combat vulvovaginal infections on platforms such as PubMed, ScienceDirect, BVS, and MDPI, using the following filters: vaginal microbiota, vulvovaginal infections, candida, vaginal health, and probiotic. Results: In total, 51 titles were found in the searches; however, only the eight articles most directly related to the topic were selected. The chosen articles demonstrated that the positive effects of probiotics primarily involve the rapid relief of uncomfortable symptoms of infections and the restoration of the microbiota imbalance due to the excessive proliferation of pathogenic bacteria and fungi. These results vary and depend on the composition and how the Lactobacillus strains are present in the probiotics. Overall, the combat responses to pathogenic agents involve physiological and metabolic aspects, as well as structural aspects that hinder the adherence and colonization of vaginal tissues by these agents. Conclusion: Despite the positive results, the low quantity of robust clinical studies hinders the conduct of more comprehensive analyses on the mode of action and the more complex aspects involved in the responses. Therefore, new studies need to be developed.

Key words: Vaginal dysbiosis, Recurrent infections, Vaginal infections, Lactobacillus, Vaginal microbiota

RESUMEN

Objetivo: Compilar información que demuestre la importancia de los probióticos en el equilibrio de la flora vaginal, contribuir a una mayor comprensión del modo de acción de estos fármacos y suscitar cuestionamientos que puedan servir de base para la realización de nuevas investigaciones con el fin de potenciar su uso en la lucha contra las disbiosis vaginales. Métodos: El trabajo se basó en una revisión bibliográfica de carácter exploratorio a partir de la búsqueda de artículos que abordaran el modo de acción y los beneficios derivados del uso de probióticos para el combate de infecciones vulvovaginales en las plataformas PubMed, ScienceDirect, BVS y MDPI, utilizando los siguientes filtros: microbiota vaginal, infecciones vulvovaginales, candida, salud vaginal y probiótico. Resultados: En total, se encontraron 51 títulos en las búsquedas; sin embargo, solo se seleccionaron los ocho artículos más directamente relacionados con el tema. Los artículos elegidos demostraron que los efectos positivos de los probióticos involucran principalmente el alivio rápido de los síntomas incómodos de las infecciones y el restablecimiento de la microbiota en desequilibrio debido a la proliferación excesiva de bacterias y hongos patógenos. Estos resultados son variables y dependen de la composición y de la forma en que las cepas de Lactobacillus están presentes en los probióticos. En general, las respuestas combativas a los agentes patógenos involucran aspectos desde fisiológicos y metabólicos hasta estructurales que dificultan la adherencia y colonización de los tejidos vaginales por parte de estos agentes. Consideraciones finales: A pesar de los resultados positivos, la baja cantidad de estudios clínicos robustos dificulta la realización de análisis más completos sobre el modo de acción y los aspectos más complejos involucrados en las respuestas. Por lo tanto, es necesario desarrollar nuevos estudios.

Palabras clave: Disbiosis vaginal, Infecciones recurrentes, Infecciones vaginales, Lactobacillus, Microbiota vaginal

INTRODUÇÃO

Por ser uma das principais estrutura relacionada ao sistema reprodutivo e genital interno feminino, a vagina está na centralidade de temas relacionando ao bem-estar e à saúde da mulher (LARA et al., 2008; NAGAMINE et al., 2021). Anatomicamente, a vagina estende-se do vestíbulo vulvar ao cérvix uterino. A cavidade vaginal é composta por quatro paredes de células poliédricas caracterizadas por um citoplasma glicogênico, o qual, ao ser convertido em ácido lático através da ação de bactérias comensais, mantém o pH ideal para o controle da proliferação de bactérias e fungos patogênicas causadores de disbioses vaginais (BALTAZAR e BARROS, sn; FERREIRA et al., 2015). Tomando como base essa premissa, a composição de uma biota vaginal saudável é determinada pelo equilíbrio entre microrganismos patogênicos e não patogênicos de ocorrência natural nessa região (BALAGHI et al., 2020; FRANCE et al., 2022; LYRA et al., 2023).

Devido ao ciclo reprodutivo e às alterações hormonais, a microbiota vaginal tende a se modificar ao longo da vida da mulher. Durante a gravidez, por exemplo, a presença de microrganismos benéficos e promotores de uma floral vulvovaginal equilibrada é favorecida pela presença de altos níveis de estrogênio no organismo, o qual tende a aumentar a presença de glicogênio nos tecidos intragenitais e, consequentemente, favorecer a ocorrência de lactobacilos (WALTHER-ANTÓNIO et al., 2014; FARIA, 2023). Além das alterações hormonais, mudanças na microbiota vulvovaginal também podem ser desencadeadas por hábitos alimentares e estilo de vida. Dietas ricas em gordura e açúcares, e pobres em fibras e nutrientes, podem reduzir as defesas do sistema imunológico e facilitar a proliferação de microrganismos patogênicos oportunistas na região genital da mulher (PEREIRA; FERRAZ, 2017; SILVA et al., 2020).

Fungos do gênero Candida são os principais causadores de infecções vulvovaginais, com especial destaque para a Candida albincas, a qual é relatada como sendo a maior causadora de infecções vaginais (GONÇALVES et al., 2016; CECCARANI et al., 2019), seguida da Candida grabata (PEREIRA, 2021). No tratamento de infecções vulvovaginais causas pelo gênero Candida, comprimidos e cremes vaginais à basedetriazólicos são os medicamentos tradicionalmente prescritos. Apesar de eficientes em muitos casos, o surgimento de variedades fúngicas resistentes a esse tipo de medicamento tem diminuído a sua eficácia paulatinamente, resultando na ocorrência de infecções recorrentes e persistentes (MACKLAIM et al., 2015; WHALEY et al., 2017). Antifúngicos sistêmicos têm sido utilizados no combate a infecções sistêmicas causadas por fungos resistentes. Entretanto, devido à sua alta toxicidade hepática e nefrológica, efeitos colaterais adversos são comuns nesse tipo de tratamento (ENE et al., 2012).

Por ter várias causas de ocorrência, a disbiose vaginal é uma doença de grande impacto na saúde das mulheres, causando desconforto e interferindo nas atividades cotidianas (MELO et al. 2019; KALIA et al., 2020). Fatores como atividade sexual, tipo de método contraceptivo utilizado, higiene íntima e utilização de roupas muito justas são os principais causadores de infecções vulvovaginais e apresentam grande percentual de ocorrência entre as mulheres. Estima-se que mais de 70% das mulheres serão acometidas por infecções vulvovaginais pelo menos uma vez na vida (MELO et al., 2019; CARVALHO et al., 2021; CARVALHO et al., 2023).

Visando diminuir a recorrência de infecções vulvovaginais e os efeitos colaterais adversos dos antifúngicos tradicionais, probióticos vêm sendo cada vez mais associados ao tratamento medicamentoso tradicional (FARIA, 2023). Por se tratarem de organismos vivos, os probióticos têm ação direta na microbiota intestinal e desencadeiam uma série de efeitos imunológicos, não-imunológicos e de combate aos agentes infecciosos vulvovaginais pela acidificação vaginal. A ação dos probióticos na modulação da microbiota vaginal envolve desde a reprodução dos microrganismos benéficos até mudanças na parede da mucosa vaginal, impedindo a adesão dos agentes patogênicos como a Candida spp. (BALAGHI et al., 2020; SUÁREZ et al., 2020; LYRA et al., 2023).

Dada a importância do tema e com o intuito de trazer informações acerca de estratégias voltadas para o bem-estar da saúde da mulher, a partir da investigação sobre o uso de probióticos em associação com medicamentos tradicionais no tratamento de infecções vulvovaginais, o presente trabalho tem como principal objetivo compilar informações sobre a importância do uso de probióticos na manutenção do equilíbrio de uma microbiota vaginal saudável e no restabelecimento do equilíbrio da flora vaginal em mulheres com infecções vaginais recorrentes através de uma revisão descritiva. Ao final dessa pesquisa, espera-se contribuir para uma maior compreensão do modo de ação desses fármacos e despertar questionamentos que possam servir de base para a condução de novas pesquisas visando potencializar o seu uso para o combate de disbioses vaginais.

MÉTODOS

Tipo de estudo

Este trabalho trata-se de uma revisão sistemática da literatura, de caráter descritivo, com o objetivo de compilar informações sobre a importância dos probióticos no equilíbrio da flora vaginal e a partir dessas informações produzir um artigo cientifico. De acordo com Garcia et al. (2020), neste tipo de revisão, os fatos são descritos criteriosamente com base nas informações que já foram definidas e publicadas em artigos científicos investigativos previamente publicados.

A revisão foi estruturada com base em critérios estabelecidos pelo guia “Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses” (VRABEL, 2015) para responder a seguinte pergunta clínica: Os probióticos ajudam no equilíbrio da flora vaginal e no tratamento de infecções vulvovaginais?

Critérios de elegibilidade

Foram incluídos os seguintes trabalhos: (i) artigos publicados entre os anos de 2013 e 2023; (ii) artigos em português e inglês; (iii) artigos de livre acesso e sem a necessidade de pagamento para leitura. Por outro lado, foram excluídos os trabalhos que: (i) não estavam completos e apresentavam apenas o resumo.

Estratégia de busca

Visando responder essa pergunta, foi realizado um levantamento bibliográfico dos artigos indexados nos últimos 10 anos nas bases de dados Public Medicine (PubMed), Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Multidisciplinary Digital Publishing Institute (MDPI) e ScienceDirect As buscas nas plataformas foram realizadas a partir dos seguintes descritores em inglês: vaginal microbiota, vulvovaginal infections, cândida, vaginal health, e probiotic.  Buscas como esses mesmos termos na língua portuguesa também foram realizadas. O operador booleno AND foi utilizado como conjunção de ligação entre os termos supracitados visando aumentar o refino das buscas, resultando assim, em estudos restritos ao tema abordado, nesse caso as buscas se deram pela combinação dos seguintes termos: ((vaginal microbiota) AND (vulvovaginal infections) AND (candida) AND (vaginal health) AND (probiotic)).

Desfecho esperado

A geração de um artigo de revisão sistemática que compile informações sobre a importância dos probióticos no equilíbrio da flora vaginal. O qual sirva para fomentar novas pesquisas e o uso desses medicamentos com vista a maximizar o sucesso do tratamento e a diminuição da incidência de infecções recorrentes.

Seleção de estudos e extração de dados

Um total de 51 títulos foram encontrados nas plataformas, sendo: 1 artigos na PubMed, 1 artigo na CDPI, 28 artigos na Science Direct e 12 títulos na BVS (Figura 1). A partir do acesso aos documentos, 2 títulos em duplicidade foram removidos, 14 títulos foram removidos por se tratarem de revisões, 5 capítulos de livros foram descartados e 11 trabalhos de acesso pago não puderam ser baixados na integra, sendo assim desconsiderados para a elaboração da revisão, resultando assim após esse refino na avaliação de 19 trabalhos para análise e elegibilidade. Dos 19 trabalhos analisados e lidos na integra, 11 não se relacionavam diretamente ao tema abordado e faziam apenas menção aos termos buscados, resultando na desclassificação final. Para a revisão apenas oito trabalhos estavam em consonância com a proposta do artigo e foram utilizados para sua elaboração. Alguns trabalhos foram observados em mais de uma plataforma e quando isso aconteceu o mesmo foi considerado apenas uma vez.

Figura 1. Fluxograma das etapas de seleção dos artigos analisados para elaboração do artigo de revisão

RESULTADOS

O número de artigos selecionados variou com base nos filtros utilizados para as buscas, dependendo dos diferentes sites de pesquisa empregados. Para o período de 2013 a 2023, um total de 51 artigos resultou das buscas com os termos supracitados. Desse total, oito títulos foram selecionados para elaboração desse artigo, e seu ano de publicação, bem como autores, título, objetivos, resultados e conclusão podem ser observados na tabela 1 a seguir.

Tabela 1 – Artigos selecionados nas plataformas PubMed, BVS e MDPI para o período entre 2013 e 2023

PubMed
Autor (ano)TítuloObjetivoResultadosConclusão
Pericolini et al. 2017Therapeutic activity of a Saccharomyces cerevisiae – based probiotic and inactivated whole yeast on vaginal candidiasisAnalisar o papel do probiótico Saccharomyces cerevisiae como levedura viva e levedura integral inativada no tratamento da candidíase vaginal, utilizando um modelo experimental “in vivo” adequadoA administração vaginal de probióticos de levedura viva de Saccharomyces cerevisiae e na sua forma inativada são capazes de influenciar positivamente o curso da infecção vaginal candidíase, acelerando a eliminação do fungo.Os resultados apoiam o potencial do probiótico S. cerevisiae e, provavelmente também, do produto de levedura inativada como agentes anti-infecciosos vaginal e encorajam mais estudos sobre sua capacidade de prevenir e controlar infecções do trato urogenital em mulheres. Esses resultados podem ajudar a desenvolver modalidades para otimizar as propriedades defensivas da microbiota vaginal, melhorando a saúde de muitas mulheres pela administração de S. cerevisiae.
Paniágua et al. 2021Inhibitory effects of Lactobacilllus casei Shirota against both Candida auris and Candida spp. Isolates that cause vulvovaginal candidiasis and are resistant to antifungalsInvestigar os efeitos inibitórios in vitro do Lactobacillus casei Shirota em Candida spp. que causam candidíase vulvovaginais e em C. auris. ​L. casei Shirota apresentou ação inibitória contra todas as Candida spp. testadas, variando de 66,9 a 95,6% de inibição dependendo da espécie.L. casei Shirota possui atividade antifúngica contra as espécies de Candida causadoras de candidíase vulvovaginais. L. casei também possui ação microbicida contra C. auris.
Sun et al. 2023Vulvovaginal candidiasis and vaginal microflora interaction: Microflora changes and probiotic therapy Vulvovaginal candidiasis and vaginal microflora interaction: Microflora changes and probiotic therapyResumir informações sobre as alterações da microflora vaginal durante a vulvovaginal candidíase (CVV), e ainda apontam a possibilidade de utilização de bactérias lácticas como probióticos para tratar CVV, de modo a reduzir as consequências adversas da CVV infecção e reduzir o custo do tratamento.O modo de ação em relação ao combate às infecções vulvoganais está relacionado a produção de composto biológicos. Sendo a eficiência do controle do probiótico relacionada ao tipo de agente patogênico causador da infecção.  Em muitos experimentos in vivo e in vitro, foi demonstrado que os Lactobacillus têm um certo efeito sobre a prevenção e tratamento da CVV, mas os dados clínicos ainda são escassos e precisam ser mais explorados. Acredita-se que com o avanço da tecnologia, a composição do microbioma vaginal e os efeitos preventivos e terapêuticos dos probióticos para a microbioma vaginal poderá ser melhor elucidada. ​
Husain et al. 2019Effects of oral probiotic supplements on vaginal microbiota during pregnancy: a randomised, double-blind, placebo-controlled trial with microbiome analysisDeterminar os efeitos na microbiota vaginal de uma preparação probiótica oral administrada desde o início da gravidezAs taxas de vaginose bacteriana não diferiram entre os grupos placebo e de mulheres gravidas que fizeram uso de probióticos entre a décima oitava e a vigésima semana de gestação.Os probióticos orais tomados desde o início da gravidez não modificaram a microbiota vaginal.
BVS
Xie et al. 2017Probiotics for vulvovaginal candidiasis in non-pregnant womenAvaliar a eficácia e segurança dos probióticos no tratamento da candidíase vulvovaginal em mulheres não grávidasComparado apenas com medicamentos antifúngicos convencionais, a adição de probióticos pode reduzir a taxa de primeira recorrência um mês após o tratamento de combate às infecções vulvovaginais.Em comparação com o tratamento convencional, o uso de probióticos como terapia adjuvante poderia aumenta a taxa de cura clínica e micológica a curto prazo e diminui a taxa de recorrência em um mês, mas isso não se traduziu em uma maior frequência de cura clínica ou micológica a longo prazo. Havendo a necessidade de estudos mais robustos.
Hertz et al. 2022Vaginal microbiome following orally administered probioticInvestigar se os lactobacilos, consumidos por via oral tem algum impacto na microbioma vaginalO probiótico oral não teve efeito detectável na composição ou no potencial funcional da microbiota vaginal. A maioria das participantes do estudo (11 de 16 mulheres) exibiram apenas pequenas alterações no microbioma vaginal durante o tratamento com probióticos, porém as alterações na composição não puderam ser associadas ao tratamento probiótico.Através do sequenciamento shotgun, não foi possível confirmar que os probióticos administrado por via oral tenham qualquer impacto indireto ou direto sobre o microbioma vaginal de mulheres saudáveis
Chee et al. 2020Vaginal microbiota and the potential of Lactobacillus derivatives in maintaining vaginal healthDestacar os efeitos benéficos dos derivados de lactobacilos na atividade antibiofilme, antioxidante, inibição de patógenos e imunomodulação para o desenvolvimento de remédios para o combate de infecções vaginais. Além de discutir os desafios atuais na implementação do uso de derivados de lactobacilos na promoção da saúde humana.Os efeitos benéficos dos Lactobacillus que atuam contra patógenos vaginais incluem anti-biofilme, antioxidante, antiviral, inibição de patógenos e imunomodulação são especulados para estarem diretamente envolvidos na interação entre o hospedeiro humano e a microbiota vaginal.Considerando a capacidade dos Lactobacillus de significativamente inibir o crescimento in vitro de patógenos vaginais, estudos clínicos com humanos devem ser conduzidos visando desenvolver novas opções de medicamentos.
MDPI
Pino et al. 2022Oral Intake of the Commercial Probiotic Blend Synbio for the Management of Vaginal DysbiosisAvaliar a eficácia in vivo de medicamentos administrados por via oral SYNBIO® para tratar a disbiose vaginal.O tratamento probiótico resultou em melhora significativa da flora vaginal; dados microbiológicos demonstraram que a administração oral do probiótico SYNBIO® levou a um aumento significativo nas populações de lactobacilos.O uso do SYNBIO® demonstrou melhora dos sintomas associados à vaginose bacteriana e também diminui a chances de recorrência, restaurando a microbiota vaginal, mostrando-se um método natural, seguro e eficaz de combater infecções vaginais.

A eficiência dos probióticos no tratamento de infecções vulvoginais oriundas de diferentes agentes patogênicos foi confirmada nos estudos de Pericolini et al. (2017), Paniágua et al. (2021) e Pino et al. (2022). Os resultados observados reforçam os benefícios da utilização desse medicamento para uma abordagem de tratamento de amplo espectro, uma vez que as infecções vulvovaginais são influenciadas também pelo microbiota gastrointestinal. Além da influência gastrontestinal, taxas hormonais também parecem determinar o feito responsivo da utilização de probióticos na modulação da microbiota vaginal. Em mulheres não-grávidas, por exemplo, Xie et al. (2017) observou efeito combativo imediato e de médio prazo em função do uso de probióticos, entretanto para mulheres grávidas, segundo Husain et al. (2019), nenhum efeito significativo foi observado. Através do sequenciamento shotgun em material vaginal de mulheres saudáveis, Hertz et al. (2022) também não pode confirmar efeito positivo resultante do uso desse medicamento. Resultados que levam às suspeitas de que os probióticos só agem na modulação da flora vaginal em resposta ao desequilíbrio, já que as suas principais vias de ação envolvem a atividade antibiofilme, antioxidante e de inibição da proliferação excessiva dos patógenos, assim como descritas por Chee et al. (2020). Para Sun et al. (2023), o modo de ação em relação ao combate às infecções vulvoganais pelos probióticos está relacionado a produção de composto biológicos e depende do tipo de agente patogênico causador da infecção. 

DISCUSSÃO

A resposta positiva no combate a infecções vulvovaginais desencadeada pela administração oral de probióticos não se restringe a flora vaginal. A presença de vestígios dos probióticos nas fezes de pacientes tratadas com esse medicamento, sugere a sua interferência e melhora da microbiota gastrointestinal. Através do controle da proliferação e trânsito de micro-organismos patogênicos da região anal para a área da vagina, os probióticos teriam a capacidade diminuir a ocorrência de infecções recorrentes, as quais são muito comuns quando o tratamento desse tipo de infecção é realizado apenas com base no tratamento tradicional, o qual tem ação específica na microbiota vaginal e não de amplo espectro como no caso dos probióticos orais (PINO et al., 2023).

Do ponto de vista clinico, os estudos investigativos voltados para o papel dos probióticos no tratamento de infecções vulvovaginais envolvem em grande parte a sua dimensão preventiva, uma vez que existem fortes evidências que a principal ação anti-infecção desses microrganismos está na acidificação da região vaginal e no controle do crescimento das colônias fúngicas e bacterianas. Nesse contexto, a acidificação seria o resultado da produção de metabolitos secundários oriundos das atividades fisiológicas dos Lactobacillus, os quais tornam o ambiente vaginal inapropriado para proliferação e colonização dos agentes patogênicos como a Candida. Apesar dos indicativo de resultados positivos, o modo de ação dos metabolitos secundários produzidos pelos Lactobacillus e que inibe a colonização por microrganismos patogênicos, ainda está pouco elucidado, alguns estudos observaram indícios de que essa ação envolve aspectos estruturas que dificultam tanto a adesão desses microrganismos nos tecidos internos da vagina, quanto a capacidade dos Lactobacillus de formar agregados com os agentes patogênicos, dificultando assim a sua proliferação (CHEEN et al.,2020; SUN et al., 2023).

Sintomas incômodos de infecções vulvovaginais são comuns após tratamento com antibióticos de ação geral e estão relacionadas à eliminação tanto de bactérias patogênicas quanto de bactérias envolvidas na resposta imunológica, como no caso dos Lactobacillus. Visando equilibrar a microbiota gastrointestinal e, consequentemente, inibir a ocorrência de infecções vulvaginais oportunistas, o uso de probióticos logo após o tratamento com esses antibióticos pode estimular o reestabelecimento da microbiota benéfica e, consequentemente, fortalecer as defesas imunológicas do corpo (PERICOLINI et al., 2017), evitando assim o crescimento das populações fúngicas que darão origem aos biofilmes responsáveis pela ocorrência de infecções sistêmicas que dificultam o tratamento das infecções vulvovaginais causadas por Candida spp. (PANIÁGUA et al., 2021, CHEE et al., 2022).

Para mulheres na fase de pré-menopausa, a administração oral por duas semanas de probióticos tem uma ação direta na elevação da contagem de Lactobacillus, ao quais são responsáveis pela resposta imunológica combativa contra o aumento de fungos e bactérias patogênicas na região genital da mulher. Como consequência dessa elevação, os sintomas incômodos das infecções vulvovaginais tendem a diminuir devido à produção de ácido láctico, que atua inibindo o crescimento populacional de bactérias do tipo cocos, além de bactérias e fungos dos gêneros Gardnerella e Candida, respectivamente. Entretanto, a ação no equilíbrio da microbiota vaginal desencadeada pelos probióticos pode ser melhor estimulada quando a composição desse medicamento terapêutico é diversificada e compostas por mais de uma cepa (PINO et al., 2023). Esse fato pode estar relacionando à diferenciação dos agentes patogênicos oportunistas que estão presentes na microbiota vaginal de cada mulher, o que resulta em repostas combativas mais ou menos eficiente dependendo do tipo de probiótico utilizado no processo de prevenção e combate das infecções vulvovaginais (SUN et al., 2023).

Os resultados observados por Pino et al. (2023) para mulheres na pré-menopausa diferem dos observados para mulheres grávidas por Hunsain et al. (2019) e pode estar relacionada às questões hormonais. No estudo de Hunsain et al. (2019), mesmo durante o uso continuado de probióticos durante a gravidez, a composição da microbiota vaginal das mulheres submetidas a esse tipo de tratamento não diferiu significativamente do grupo controle. Segundo dados apresentados por hertz et al. (2022), o uso de probióticos também não ocasionou alterações significativas na microbiota em mulheres saudáveis na fase reprodutiva e sexualmente ativas; entretanto, os próprios autores apresentam as possíveis inconstâncias dos resultados observados, uma vez que o teste foi realizado com um pequeno grupo de mulheres. Esse tipo de resultado traz a luz questionamentos sobre se os probióticos teriam ação efetiva apenas em situações de desequilíbrios da microbiota vaginal, e reforçam a necessidade de mais estudos.

Os diferentes resultados obtidos em função das diversas perspectivas de abordagem dos estudos, demonstram que a eficiência dos probióticos no combate de infecções vulvovaginais é complexa e deve ser analisada considerando diferentes fatores com potencias sinergéticos, como menstruação, estilo de vida, imunidade, taxa hormonal, utilização de outros medicamentos e fatores genéticos. Para resultados mais acurados, além de abordar os mecanismos de atuação fisiológicos, bioquímicos e estruturais envolvidos na atuação dos probióticos, os estudos clínicos precisam considerar que essa resposta não é generalista e depende do tipo de probiótico ministrado, uma vez que a resposta combativa depende da interação probiótico-microrganismo. A resposta combativa e de resistência da infecção oriunda interação do probiótico com o agente patogênico é chamada de imunomodulação e envolve a produção de biopolímeros imunossupressores dos mecanismos de colonização. Para pacientes com doenças que comprometem o sistema imunológico como o HIV, os probióticos apresentam potencial de diminuir a ocorrência de infecções vaginais oriundas de fungos e bactérias oportunistas, entretanto, mais estudos precisam ser conduzidos em testes clínicos envolvendo humanos visando fomentar o desenvolvimento de medicamentos alternativos às atuais opções disponíveis e amplamente prescritas (CHEE et al., 2020).

Mesmo tendo mostrado eficiência nas diversas formas testadas em diferentes estudos clínicos robustos, as respostas desencadeadas pelos probióticos têm relação direta com a forma como as cepas estão presentes nesses medicamentos.  As melhores respostas no combate a infecções causadas por C. albicans é obtida quando o probiótico intravaginal é composto por microrganismos vivos e na sua forma ativa. Nesse caso, além de estimular a manutenção de um pH ácido e inapropriado para a aderência física e mecânica de fungos nos tecidos vaginais internos, os microrganismos presentes nesses probióticos competem por recursos com os fungos, interferindo no desenvolvimento das hifas e do micélio do fungo.  Além desses efeitos, tanto probióticos constituídos de cepas ativas quanto inativas tendem a competir com os esses fungos por sítios de aderência nas paredes vaginais, através da formação de agregados, o que reduz as chances de sucesso dos processos de virulência e infecção (PERICOLINI et al., 2017, CHEE et al., 2020).

Para diversos fungos do gênero Candida resistentes a medicamentos tradicionais como o fluconazol, os probióticos tendem a inibir em mais de 50% a proliferação desses organismos, podendo chegar até quase 100% de inibição para algumas espécies de fungos (PANIÁGUA et al., 2021). Esses resultados demonstram, portanto, que a prescrição de probióticos é uma alternativa viável para associação com o tratamento tradicional, tanto pela sua eficiência no combate ao crescimento de colônias fúngicas causadoras de infecções vulvaginais quanto pela ausência de reações adversas em função do seu uso (PERICOLINI et al., 2017; PINO et al., 2023). O efeito positivo dos probióticos no tratamento de infecções vulvovaginais se traduz em resposta de médio e curto prazo, e não confere um efeito permanente na prevenção da recorrência das infecções, entretanto, essa observação não invalida o efeito potencializador na taxa de cura das infecções vulvovaginais desse medicamento quando utilizando concomitantemente com medicamentos tradicionais (XIE et al. 2017).

CONCLUSÃO

Por ser infecções de grande ocorrência entre as mulheres, a necessidade de diagnostico rápido e de alternativas de tratamento menos adversas para infecções vulvoginais deve estar no cerne das discussões e pesquisas clinicas que visam o bem-estar da mulher. Entretanto, apesar dessa percepção, os estudos que envolvem tratamentos medicamentosos mais eficazes e com menos contraindicações, como no caso dos probióticos isolados ou em associação com medicamentos tradicionais, ainda são incipientes, como constatado pelo baixo volume de estudos investigativos abordando diretamente esse tema, levando em conta o período de dez anos considerado nas plataformas nas quais as buscas foram realizadas. Apesar desse fato, os trabalhos encontrados demonstram a importância e o potencial de sucesso dos probióticos no tratamento de infecções vulvovaginais, evitando assim os altos níveis de recorrência constatado quando o tratamento é feito exclusivamente com a prescrição de medicamentos tradicionais. 

Nesse contexto, pesquisas clinicas voltadas para o papel dos probióticos na modulação da flora vaginal oferece a oportunidade de investigar abordagens terapêuticas inovadoras que podem melhorar a qualidade de vida das pacientes. Além disso, é um campo em crescimento com implicações para a saúde pública e a medicina, tornando o tópico atual e valioso para estudo. Com vista a melhorar a saúde intima, promover o bem-estar da mulher, diminuir a recorrência de infecções vulvovaginais e reduzir os efeitos colaterais adversos dos antifúngicos tradicionais, probióticos vêm sendo cada vez mais investigados e associados ao tratamento medicamentoso tradicional.

REFERÊNCIAS

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1Universidade Salvador – UNIFACS, Feira de Santana – BA