O PAPEL DOS ÓCULOS DE REALIDADE VIRTUAL (RV) NA REABILITAÇÃO DE PACIENTES COM PARKINSON

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/dt10202506051401


Ana Marcia de Queiroz Silva


RESUMO 

Este estudo investiga o papel dos óculos de realidade virtual na reabilitação de  pacientes com doença de Parkinson, analisando sua influência na fisioterapia e  seus potenciais benefícios para a melhora da marcha, do equilíbrio e da  coordenação motora. Foi realizada uma revisão bibliográfica sistemática, com  abordagem qualitativa, descritiva e exploratória. Os dados foram coletados em  bases de dados científicas relevantes, incluindo LILACS, SciELO e PEDRO,  garantindo acesso a pesquisas atualizadas e de alta qualidade. Para refinar a  busca, foram utilizados descritores padronizados do DECs (Descritores em  Ciências da Saúde), combinados com operadores booleanos. Os descritores  utilizados foram Parkinson Disease, Virtual Reality e Rehabilitation, e o operador  booleano AND foi aplicado para garantir que os artigos selecionados abordassem  simultaneamente os três conceitos principais. A análise da literatura revelou que a  realidade virtual contribui significativamente para a reabilitação de pacientes com  doença de Parkinson, proporcionando uma melhora substancial na mobilidade, no  equilíbrio e na estabilidade postural. A simulação de cenários interativos facilita o  aprendizado motor e promove adaptação funcional aos desafios cotidianos,  reduzindo o risco de quedas e aumentando a confiança do paciente. Além disso, o  treinamento baseado em RV tem se mostrado eficaz na ativação de circuitos  neuromusculares, ajudando a retardar a progressão dos déficits motores. No  entanto, a falta de padronização dos protocolos e a variabilidade metodológica dos  estudos analisados dificultam a aplicação clínica uniforme da tecnologia. Os óculos  de realidade virtual representam uma inovação promissora na fisioterapia para  pacientes com doença de Parkinson, oferecendo um ambiente seguro e estimulante  para a reabilitação motora. Embora os benefícios sejam evidentes, há desafios  relacionados à implementação clínica da tecnologia, como custos elevados e a  necessidade de estudos mais robustos para estabelecer diretrizes padronizadas.  Futuras pesquisas devem focar na comparação entre RV e métodos  fisioterapêuticos tradicionais, além de investigar os efeitos da tecnologia na  neuroplasticidade e no controle motor dos pacientes a longo prazo. 

Palavras-chave: Realidade Virtual; Doença de Parkinson; Reabilitação

ABSTRACT 

This study investigates the role of virtual reality (VR) glasses in the rehabilitation of  patients with Parkinson’s disease, analyzing their influence on physiotherapy and  their potential benefits for improving gait, balance, and motor coordination. A  systematic literature review was conducted using a qualitative, descriptive, and  exploratory approach. Data were collected from relevant scientific databases,  including LILACS, SciELO, and PEDRO, ensuring access to updated and high quality research. To refine the search, standardized descriptors from DeCS  (Descriptors in Health Sciences) were used, combined with Boolean operators. The  descriptors used were Parkinson Disease, Virtual Reality, and Rehabilitation, and  the Boolean operator AND was applied to ensure that the selected articles  addressed all three main concepts simultaneously. The literature analysis revealed  that virtual reality significantly contributes to the rehabilitation of Parkinson’s disease  patients, providing substantial improvements in mobility, balance, and postural  stability. The simulation of interactive scenarios facilitates motor learning and  promotes functional adaptation to everyday challenges, reducing the risk of falls and  increasing patient confidence. Additionally, VR-based training has proven effective  in activating neuromuscular circuits, helping to slow the progression of motor  deficits. However, the lack of protocol standardization and methodological variability  in the analyzed studies complicates the uniform clinical application of the  technology. Virtual reality glasses represent a promising innovation in physiotherapy  for Parkinson’s disease patients, offering a safe and stimulating environment for  motor rehabilitation. Although the benefits are evident, challenges related to the  clinical implementation of the technology, such as high costs and the need for more  robust studies to establish standardized guidelines, remain. Future research should  focus on comparing VR with traditional physiotherapy methods and investigating the  effects of technology on neuroplasticity and long-term motor control in patients. 

Keywords: Virtual Reality; Parkinson Disease; Rehabilitation

1. INTRODUÇÃO 

A Doença de Parkinson (DP) caracteriza-se por uma condição  neurodegenerativa progressiva no sistema nervoso central, que atinge regiões  fundamentais para o controle motor, principalmente os gânglios basais (Couto et al.,  2023), a substância negra e o mesencéfalo, neurotransmissor essencial para a  coordenação dos movimentos voluntários e para a produção de dopamina (Feng et  al., 20). A degeneração gradual dos neurônios responsáveis pela produção de  dopamina interfere na comunicação neural, ocasionando sinais clínicos, como  tremores em repouso, rigidez muscular, lentidão dos movimentos (bradicinesia) e  instabilidade postural, afetando diretamente a autonomia dos indivíduos (Martins,  2024).  

Do ponto de vista epidemiológico, a DP é a segunda doença neurodegenerativa  mais comum no mundo, afetando cerca de 1% da população acima dos 60 anos, com  maior prevalência entre homens e uma tendência de aumento em decorrência do  envelhecimento populacional (Couto et al., 2023). 

Além dos sinais motores evidentes, a perda da estabilidade corporal e das  habilidades motoras impacta diretamente a autonomia e o bem-estar de indivíduos  com DP (Feng et al., 2019). Eles demonstram uma redução nos limites de  estabilidade, menor eficiência em estratégias posturais automáticas (Perry; Burnfield,  2010) e frequência aumentada de marcha reduzida, levando a passos mais curtos e  número de passos aumentados (Gulcan et al., 2023). 

Esses desafios tornam a locomoção ainda mais complicada, principalmente ao  enfrentar obstáculos (Martins, 2024). Em estágios avançados da DP, em fases mais  avançada da doença, destaca-se o congelamento da marcha, que interrompe  abruptamente o andar e eleva o risco de quedas recorrente (Gulcan et al., 2023). Além  das dificuldades motoras, também estão associados sintomas não motores, como  depressão, fadiga e déficit cognitivo, que afetem a qualidade de vida (Lino et al., 2024). 

Embora a fisioterapia precoce seja recomendada para DP para frear a  progressão da doença e aliviar sintomas severos, poucas evidências comprovam essa  abordagem (Maranesi, 2022). As abordagens fisioterapêuticas incluem exercícios  voltados ao fortalecimento, à marcha e ao equilíbrio, com foco na promoção de maior  independência funcional e de movimentos mais seguros e eficientes (Fa et al., 2022). 

No entanto, a monotonia dos exercícios ou a falta de motivação pode comprometer a  adesão ao tratamento (Lima et al., 2023). 

Novas abordagens, como a realidade virtual (RV), têm sido introduzidas para  melhorar a experiência terapêutica (Dias, 2024). A realidade virtual cria cenários  imersivo que estimula a neuroplasticidade e facilita a reabilitação motora por meio da  simulação de tarefas funcionais (Karasinski, 2023). Óculos de RV proporcionam  imersão durante tarefas motoras em contextos simulados, com fisioterapeutas  monitorando o progresso (Feng et al., 2019). Além da RV, destacam-se as inovações  da gameterapia e dos exergames, que combinam jogos digitais com exercícios físicos,  tornando o processo de reabilitação mais motivador e eficaz (Lima et al., 2023;  Karasinski, 2023). Essas tecnologias permitem a personalização das atividades,  estimulam o engajamento dos pacientes e contribuem significativamente para a  melhora do controle motor e da função funcional (Karasinski, 2023). O uso dos  exergames, por exemplo, tem demonstrado impacto positivo não apenas em aspectos  motores, mas também cognitivos e emocionais, ao transformar o tratamento em uma  experiência lúdica e interativa (Lima et al., 2023). 

Este estudo propõe investigar o papel dos óculos de realidade virtual na  reabilitação de pacientes com DP, buscando entender sua influência na fisioterapia. 

2. MÉTODOS 

Esta pesquisa é caracterizada como uma pesquisa bibliográfica, conforme  definida por Gil (2017), que descreve este tipo de investigação como apropriado para  analisar e sintetizar informações obtidas de fontes secundárias, com o objetivo de  interpretar e compreender um tema específico.  

Os dados foram coletados em bases de dados científicas relevantes como  LILACS, SciELO e PEDRO, utilizando descritores padronizados obtidos do DECs  (Descritores em Ciências da Saúde) e combinados com operadores booleanos para  refinar a busca. Os descritores utilizados foram Parkinson Disease, Virtual Reality Rehabilitation. A estratégia de busca incluiu o uso do operador booleano AND,  garantindo que os artigos encontrados abordassem conjuntamente os três conceitos  principais. 

Os critérios de inclusão da pesquisa foram definidos como artigos publicados  em inglês, português e espanhol, estudos disponíveis nas bases LILACS, SciELO e  PEDRO, artigos que discutem intervenções com óculos de realidade virtual aplicadas  à fisioterapia em pacientes com Doença de Parkinson e estudos publicados entre 2019  e 2025. Já os critérios de exclusão incluíram estudos duplicados nas bases de dados,  artigos que não apresentassem aplicação prática da realidade virtual em reabilitação  de Parkinson e estudos de revisão teórica sem dados empíricos. 

Ao todo, foram identificadas 55 referências nas bases de dados consultadas.  Dentre elas, 15 pertencem à Lilacs, 15 à Scielo e 25 à Pedro, evidenciando a  distribuição das fontes utilizadas na pesquisa. Esses números refletem a diversidade  dos repositórios acadêmicos acessados, contribuindo para a amplitude e profundidade  da revisão realizada. Durante o processo de seleção, foram inicialmente identificados  40 artigos, dos quais 15 foram excluídos após a leitura dos títulos. Após essa etapa,  restaram 35 artigos, porém 5 foram descartados devido à duplicidade. Posteriormente,  aplicando os critérios de inclusão e exclusão, 20 artigos adicionais foram eliminados,  resultando em um total de 15 artigos incluídos na pesquisa. Esse processo rigoroso  garantiu a relevância e qualidade das referências utilizadas no estudo (Figura 1).

Figura 1: Fluxograma de seleção de artigos selecionados à temática

Fonte: Autora (2025)

Esses artigos foram analisados qualitativamente, utilizando técnicas de análise  de conteúdo para interpretar os achados e compreender o papel dos óculos de  realidade virtual na reabilitação de pacientes com Parkinson. O método qualitativo  adotado permitiu explorar as nuances das intervenções descritas, avaliando  benefícios, limitações e potencial de aplicação prática dos dispositivos de realidade  virtual na fisioterapia. 

3. RESULTADOS 

Os 15 artigos incluídos nessa pesquisa estão descritos no quadro 1.

Quadro 1: Artigos selecionados

Fonte: Autora (2025)

4. DISCUSSÃO 

A realidade virtual (RV) tem ganhado destaque como uma ferramenta  inovadora na reabilitação de pacientes com doença de Parkinson, especialmente  dentro do contexto da fisioterapia (Brito, 2022; Couto, 2023; Da Conceição, 2021). Os  óculos de RV possibilitam a criação de ambientes imersivos que estimulam a  neuroplasticidade, promovendo melhorias significativas na marcha, no equilíbrio e na  coordenação motora dos pacientes (Dias et al., 2024). Essa tecnologia tem sido cada  vez mais explorada como um complemento terapêutico à fisioterapia convencional,  proporcionando um meio de treinamento motor que alia interatividade, desafios  personalizados e um ambiente seguro para a prática de exercícios (Feng et al., 2021;  Gulcan et al,2023). 

A doença de Parkinson é uma condição neurodegenerativa caracterizada pela  perda progressiva de função motora devido à deficiência de dopamina no sistema  nervoso central. Os sintomas motores incluem tremores, rigidez muscular,  bradicinesia e instabilidade postural, levando a dificuldades significativas na  locomoção e na execução de atividades diárias. Além disso, a doença pode  apresentar sintomas não motores, como fadiga, distúrbios do sono e  comprometimento cognitivo, que impactam a qualidade de vida dos pacientes. A  fisioterapia desempenha um papel crucial na reabilitação desses indivíduos, ajudando  a preservar a mobilidade e reduzir os efeitos negativos da progressão da doença. A  RV surge como um complemento promissor à fisioterapia tradicional, oferecendo um  ambiente interativo e controlado para a realização de exercícios terapêuticos. 

Estudos como os de Brito et al. (2022) e Dias et al. (2024) destacam os  benefícios da RV na reabilitação de pacientes com Parkinson, evidenciando melhorias  na mobilidade e na capacidade funcional. A pesquisa de Feng et al. (2021) comparou  a reabilitação com RV à fisioterapia convencional, demonstrando que a RV pode ser  mais eficaz na melhora do equilíbrio e da marcha, especialmente quando associada a  programas de treinamento personalizados. Os autores ressaltam que os estímulos  visuais e táteis proporcionados pela tecnologia podem melhorar a adaptação dos  pacientes às dificuldades motoras da doença, permitindo uma resposta mais eficiente  aos desafios cotidianos. 

Além disso, Gulcan et al. (2023) investigaram o treinamento de marcha com  RV e realidade aumentada, concluindo que essas tecnologias oferecem um ambiente enriquecido para o aprendizado motor, facilitando a adaptação dos pacientes às  dificuldades da doença. A capacidade da RV de simular situações reais, como  caminhar em diferentes terrenos ou evitar obstáculos, torna-a uma ferramenta  poderosa para treinar o equilíbrio e melhorar a consciência corporal dos indivíduos  com Parkinson. Luz et al. (2021) reforçam essa perspectiva ao demonstrar que a RV  melhora significativamente o equilíbrio e a estabilidade postural dos pacientes,  permitindo que eles desenvolvam maior confiança em seus movimentos. 

A RV pode ser utilizada de diversas formas na fisioterapia para Parkinson,  incluindo treinamento de marcha e equilíbrio, exercícios de coordenação motora e  reabilitação funcional. O treinamento de marcha realizado em ambientes virtuais  permite que os pacientes pratiquem sua locomoção em diferentes contextos,  simulando o deslocamento em ruas, escadas e superfícies irregulares. Além disso, os  exercícios de coordenação motora, frequentemente realizados por meio de jogos  interativos, estimulam a precisão dos movimentos e a resposta neuromuscular,  promovendo uma melhora gradual na execução de tarefas motoras complexas. A  reabilitação funcional, por sua vez, consiste na simulação de atividades do dia a dia,  como pegar objetos, empurrar portas ou desviar de obstáculos, permitindo que os  pacientes aprimorem suas habilidades motoras em um ambiente seguro e controlado. 

Apesar dos benefícios evidentes, a implementação da RV na fisioterapia  enfrenta desafios, como a necessidade de equipamentos especializados e a  adaptação dos protocolos clínicos para uso generalizado. A tecnologia ainda não é  amplamente acessível em todas as clínicas e hospitais, sendo necessária uma maior  democratização dos dispositivos para que mais pacientes possam se beneficiar da  abordagem. Além disso, estudos como os de Maranesi et al. (2022) e Martins (2024)  apontam para a necessidade de pesquisas mais robustas para padronizar a aplicação  da RV na reabilitação de Parkinson, garantindo que sua eficácia seja comprovada de  maneira consistente em diferentes populações de pacientes. A falta de diretrizes  amplamente estabelecidas sobre a frequência, duração e intensidade dos  treinamentos virtuais também representa um obstáculo para a implementação clínica  da tecnologia. 

Futuras investigações devem explorar a integração da RV com outras  abordagens terapêuticas, como a cinesioterapia e os jogos sérios, conforme sugerido  por Lino et al. (2024) e Lima et al. (2021). A combinação dessas estratégias pode  potencializar os efeitos da reabilitação, proporcionando um tratamento mais eficaz e acessível para os pacientes. Além disso, estudos que investiguem o impacto da RV  na plasticidade neural e nos mecanismos compensatórios do sistema motor podem  fornecer insights valiosos sobre os processos fisiológicos subjacentes à melhora  observada nos pacientes em tratamento. 

Os óculos de realidade virtual representam uma inovação significativa na  fisioterapia para pacientes com Parkinson, oferecendo um ambiente seguro e  estimulante para a reabilitação motora. As evidências científicas indicam que a RV  pode melhorar a marcha, o equilíbrio e a coordenação dos pacientes, contribuindo  para uma melhor qualidade de vida. No entanto, desafios como a padronização dos  protocolos e a acessibilidade dos equipamentos ainda precisam ser superados para  que essa tecnologia seja amplamente adotada na prática clínica. O futuro da  reabilitação com RV para Parkinson depende da realização de estudos mais  detalhados e da expansão do acesso à tecnologia, possibilitando sua implementação  em larga escala nos centros de reabilitação. Se houver necessidade de  aprofundamento em algum aspecto específico, estou à disposição para expandir ainda  mais essa discussão.

CONCLUSÃO 

A realidade virtual (RV) tem sido amplamente explorada como uma tecnologia  inovadora para a reabilitação de pacientes com doença de Parkinson, especialmente  dentro da fisioterapia. O uso de óculos de RV possibilita a criação de ambientes  imersivos que estimulam a neuroplasticidade, auxiliando na melhora da marcha, do  equilíbrio e da coordenação motora. Esses dispositivos permitem que os pacientes  realizem treinamentos terapêuticos personalizados, adaptados às suas necessidades  individuais, favorecendo uma experiência interativa que contribui para o  aprimoramento da função motora e para o aumento da independência nas atividades  diárias. 

A doença de Parkinson compromete progressivamente o sistema motor dos  indivíduos, gerando sintomas como tremores, rigidez muscular e dificuldade de  locomoção. Além dos desafios motores, alterações não motoras, como fadiga e  distúrbios cognitivos, impactam a qualidade de vida dos pacientes. Nesse contexto, a  fisioterapia desempenha um papel essencial na reabilitação, buscando minimizar os  efeitos da doença e preservar a mobilidade dos indivíduos. A realidade virtual surge  como uma alternativa inovadora, permitindo que os pacientes pratiquem exercícios de  forma mais dinâmica, motivadora e segura. 

Os estudos indicam que o treinamento baseado em realidade virtual pode  proporcionar benefícios significativos na marcha, no equilíbrio e no controle postural.  A tecnologia permite a simulação de ambientes realistas, oferecendo desafios  adaptados às dificuldades motoras específicas de cada paciente. Treinamentos  virtuais podem incluir atividades que simulam deslocamento em ruas movimentadas,  subida e descida de escadas, além de obstáculos dinâmicos que incentivam ajustes  motores instantâneos. Essas interações proporcionam um estímulo mais intenso ao  sistema neuromotor, promovendo uma resposta adaptativa eficaz no controle dos  movimentos. 

Outra aplicação relevante da realidade virtual é a possibilidade de realizar  exercícios de coordenação motora por meio de exergames, onde os pacientes  interagem com cenários virtuais por meio de movimentos precisos. Esses jogos  oferecem desafios progressivos que aumentam o controle neuromuscular e estimulam  a resposta motora de maneira lúdica e motivadora. Além disso, a reabilitação funcional baseada em RV simula tarefas do dia a dia, como pegar objetos, abrir portas e evitar  obstáculos, permitindo que os pacientes treinem movimentos específicos em um  ambiente protegido. 

Apesar dos benefícios evidentes, a implementação da RV na fisioterapia  enfrenta desafios, como a necessidade de equipamentos especializados, o custo dos  dispositivos e a adaptação dos protocolos clínicos. A falta de padronização nos  métodos de treinamento também representa um obstáculo para a replicação dos  resultados obtidos em diferentes estudos, dificultando a formulação de diretrizes  clínicas amplamente aplicáveis. Além disso, a acessibilidade da tecnologia ainda é um  fator limitante, impedindo que sua aplicação seja amplamente adotada em centros de  reabilitação. 

Este estudo teve como objetivo investigar o papel dos óculos de realidade  virtual na reabilitação de pacientes com doença de Parkinson, buscando compreender  sua influência na fisioterapia. Entretanto, a principal limitação da pesquisa reside no  fato de ser uma revisão bibliográfica, sem experimentação direta ou coleta de dados  primários. A ausência de uma abordagem experimental impede conclusões definitivas  sobre a eficácia da tecnologia em comparação com outros métodos fisioterapêuticos. 

Futuras pesquisas devem se concentrar na realização de ensaios clínicos que  avaliem a eficácia da RV em comparação com abordagens convencionais da  fisioterapia. Estudos que aprofundem os efeitos neuromotores da tecnologia podem  oferecer insights valiosos sobre sua influência na neuroplasticidade e na resposta  funcional dos pacientes. Além disso, é essencial desenvolver diretrizes que garantam  a implementação padronizada da RV na fisioterapia, tornando sua aplicação mais  acessível e eficaz. A integração da RV com outros métodos terapêuticos, como a  cinesioterapia e os jogos sérios, pode representar um avanço significativo na  reabilitação de pacientes com doença de Parkinson. Por fim, investigações que  avaliem os impactos da RV a longo prazo na qualidade de vida e na progressão da  doença podem contribuir para consolidar essa tecnologia como uma ferramenta  indispensável na prática fisioterapêutica.

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