O PAPEL DO SUPERVISOR ESCOLAR E OS DESAFIOS NA ATUALIDADE

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7442097


Michelle Pires Dutra Júdice


RESUMO

As funções e títulos do pessoal de supervisão variam entre os sistemas escolares de um país. A supervisão é definida neste texto como um serviço prestado aos professores com a finalidade de melhorar o ensino, sendo o aluno o beneficiário final. Um supervisor é um auxiliar treinado ou funcionário cuja função principal é a prestação de serviço de acordo com um modelo conceitual. A justificativa e relevância para esta pesquisa está na necessidade de compreender que o papel do supervisor escolar inclui projetar todos os esforços dos funcionários da escola direcionados para fornecer liderança aos professores e outros trabalhadores educacionais na melhoria da instrução. Quais são os objetivos principais a serem alcançados pelo supervisor escolar? O objetivo geral do estudo é apresentar a importância do papel do supervisor escolar. A pesquisa é uma revisão bibliográfica. Uma característica distintiva dos verdadeiros supervisores é que eles deixam seus escritórios com frequência com o objetivo de ajudar outros funcionários da escola – ou seja, professores – a fazer melhor seu trabalho. Os supervisores das escolas desempenham um grande papel em garantir que a aprendizagem de qualidade seja realizada nas escolas.

Palavras-Chave: Supervisor. Educação. Espaço Escolar. Liderança.

1. INTRODUÇÃO

O desenvolvimento de qualquer sociedade depende da qualidade da educação, e a qualidade da educação depende da qualidade dos professores, dos alunos e do envolvimento efetivo dos pais na educação. Para promover uma educação de qualidade e eficaz, é importante a cooperação nas escolas. Nesse sentido, o papel do supervisor escolar é essencial para garantir a administração no processo de ensino e aprendizagem.

Principalmente, a supervisão nas escolas é reconhecida como uma função geral de liderança destinada a melhorar o desempenho do ensino e instrução dos professores. Portanto, a supervisão significa simplesmente a função do líder para fazer a diferença na organização escolar por meio do controle e supervisão do processo de ensino e aprendizagem.

A justificativa e relevância para esta pesquisa está na necessidade de compreender que o papel do supervisor escolar inclui projetar todos os esforços dos funcionários da escola direcionados para fornecer liderança aos professores e outros trabalhadores educacionais na melhoria da instrução. A melhoria do ensino e da aprendizagem nas escolas é o objetivo geral da supervisão. Uma premissa básica da supervisão é que o comportamento instrucional do professor afeta o aprendizado do aluno.

Diante do contexto apresentado, surge uma questão de pesquisa para ser analisada: Quais são os objetivos principais a serem alcançados pelo supervisor escolar? Um exame dos comportamentos instrucionais pode levar a uma melhoria no ensino e na aprendizagem. A pesquisa escolar eficaz identifica a prática escolar e as características associadas a melhorias mensuráveis ​​no desempenho do aluno e excelência entre o desempenho do aluno.

Nesse processo de aprendizado, surge a necessidade, de acordo com a teoria de Vygotsky do mediador do processo de aprendizagem, no entanto, no ambiente escolar a mediação vai além do processo de ensinar e aprender, pode estar presente na supervisão, na coordenação pedagógica, nos conflitos diários gerais. Nesse sentido, a atividade de mediação desenvolvido pela supervisão escolar assume grande relevância no processo escolar.

O objetivo geral do estudo é apresentar a importância do papel do supervisor escolar. E tem como objetivos específicos: Identificar a profissão de supervisor escolar; compreender a importância da supervisão escolar; analisar o papel do supervisor escolar; e apresentar as contribuições do supervisor na formação do aluno.

A pesquisa traz como hipótese que a supervisão em um sistema escolar implica o processo de garantir que as políticas, princípios, regras, regulamentos e métodos prescritos para fins de implementação e alcance dos objetivos da educação sejam efetivamente executados. Visto que a supervisão envolve o uso de conhecimento especializado e experiência para supervisionar, avaliar e coordenar o processo de melhoria do ensino e aprendizagem nas escolas.

O estudo é uma revisão bibliográfica, pesquisas do tipo tem o objetivo à exposição dos atributos de determinado fenômeno ou afirmação de relações entre as variáveis. Foi usado as seguintes palavras-chave de pesquisa na internet, a busca foi realizada nas plataformas EDUBASE, SPELL e SciELO, são repositórios que centraliza artigos científicos das áreas de gestão e administração em organizações, com acesso gratuito à informação técnico-científica para o desenvolvimento da pesquisa: O papel do supervisor escolar; a importância do supervisor escolar; e atributos do supervisor escolar.

O estudo caracteriza-se como pesquisa qualitativa, assim, recomenda que apresente características do tipo: analisar a atmosfera como fonte direta dos dados e o pesquisador como um instrumento interruptor; não agenciar o uso de artifícios e métodos estatísticos; tendo como apreensão maior a interpretação de fenômenos e a imputação de resultados; o método deve ser o foco principal para a abordagem e não o resultado ou o fruto; a apreciação dos dados deve ser atingida de forma intuitiva e indutivamente através do pesquisador (GIL, 2008).

2. SUPERVISÃO ESCOLAR E SEUS DESAFIOS

O fortalecimento da cultura escolar, o cultivo de um espírito antirracista e a inclusão de alunos na vida escolar podem ser buscados por meio da formação de um clima cooperativo e do aproveitamento dos bens culturais de todos os alunos. Com a iniciativa dos professores da unidade escolar e o apoio do supervisor escolar, é possível organizar ações inovadoras para fortalecer a cultura da escola com o objetivo de elevar sua qualidade (LIMA, 2005). 

É fundamental que os alunos sintam que o momento das ações inovadoras é um momento diferente na vida escolar. É uma zona de liberdade, criatividade, na qual podem destacar suas particularidades, interagir uns com os outros, expressar desejos, tendências, pensamentos em um clima de aceitação e segurança. Tais ações, que abraçam os princípios da educação inclusiva para todos (conhecimento das culturas, respeito mútuo, igualdade, respeito pela diversidade, valorização da identidade individual, consciência da aceitação de si e dos outros, empatia) e motivam positivamente os alunos (RANGEL, 2006).

O supervisor escolar pode apoiar cientificamente a comunicação, participar no papel de co-facilitador e promover discussão e reflexão, encorajando ou alimentando o diálogo. Ele poderá até reunir algumas das escolas de sua responsabilidade pedagógica e criar uma comunidade de aprendizagem juntos. Uma comunidade (comunidade de prática, comunidade de aprendizagem, comunidade de aprendizagem online) pode ser definida como um grupo de pessoas que se reúnem em um local e horário específicos ou online, no espírito de alcançar objetivos comuns, aceitando regras comuns para regular suas interações (FREIRE, 2005). 

Seus membros interagem socialmente, refletem e interpretam eventos e situações buscando satisfazer suas necessidades particulares ou desempenha papéis específicos (liderança, mediadores). As comunidades de aprendizagem, em particular, consistem em pessoas que estão conectadas por vontade própria, compartilham valores e ideais comuns, cooperam, influenciam-se mutuamente no processo de aprendizagem e visam construir conhecimento. Essa construção ocorre por meio da negociação de significado e da obtenção de consenso, permitindo que a validade desse conhecimento seja testada (CELESTINO, 1997). Hall (2016, p.26) argumenta que:

a supervisão das escolas inclui todos os esforços dos funcionários da escola direcionados para fornecer liderança aos professores e outros trabalhadores da educação na melhoria da instrução e principalmente nas questões disciplinares. A melhoria do ensino e da aprendizagem nas escolas é o objetivo geral da supervisão. Uma premissa básica de supervisão é que o comportamento instrucional de um professor afeta o aprendizado do aluno. Um exame dos comportamentos instrucionais pode levar a melhorias no ensino e na aprendizagem.

A pesquisa escolar eficaz identifica as práticas e características da escola associadas a melhorias mensuráveis ​​no desempenho e excelência dos alunos entre os resultados. Um supervisor pode executar muitas etapas para manter a disciplina na preocupação, regulando verificações e medidas, rigor nas ordens e instruções, mantendo um relato da disciplina geral da escola, implementando penalidades e punições para os professores e alunos indisciplinados. Todas essas etapas acima ajudam a melhorar a disciplina geral da escola (HALL, 2016).

2.1 QUEM SÃO OS SUPERVISORES?

No significado tradicional de supervisão, qualquer pessoa que supervisiona o trabalho de outra pessoa é um supervisor. Assim, todo administrador é ipso facto um supervisor. Se limitar o conceito de supervisão à gestão de recursos e pessoal, estará em terreno firme ao rotular o administrador de supervisor. Mas se limitar a supervisão aos meios de melhorar o currículo e a instrução, não podem concluir que todo administrador é um supervisor educacional (VILAS BOAS, 2006).

Logicamente, parece que qualquer funcionário da escola que ajuda os professores a melhorar o currículo e a instrução é um supervisor. Na prática, no entanto, alguns indivíduos no sistema escolar são encarregados da gestão de recursos e pessoal como sua tarefa principal, enquanto outros recebem a melhoria do currículo e da instrução como sua função principal (LIMA, 2005).

Muitos argumentos são travados sobre se o diretor do edifício, por exemplo, é um supervisor. Embora os diretores sejam responsáveis ​​pelo currículo e pela instrução da escola, a supervisão desses aspectos é apenas uma de suas muitas tarefas. Infelizmente, a supervisão educacional costuma ser uma tarefa secundária para muitos diretores de escola, que geralmente lamentam não ter tempo para se dedicar ao currículo e à liderança educacional porque estão muito ocupados com o funcionamento diário da escola (LIMA, 2005).

Apressa-se a acrescentar que naquelas pequenas escolas em todo o país que empregam vários professores e um diretor sem ninguém para auxiliá-lo, os diretores, por necessidade, se não por desejo, desempenham a função de supervisor educacional. Poderia referir com mais precisão a esses diretores por um título usado anteriormente, diretores supervisores, para distingui-los dos supervisores educacionais (SILVA, 2011)

Estão testemunhando, no entanto, um desejo de mudança, se não a própria mudança, no papel do diretor do prédio – de gerente a supervisor educacional. A profissão começou a reconhecer a escola individual como o lócus da mudança, colocando a responsabilidade pela liderança instrucional diretamente no diretor (PRATA, 2011). 

Embora alguns diretores continuem a dedicar menos tempo à supervisão educacional do que a outras funções e podem, se possível, delegar grande parte da tarefa a outros, mais diretores estão aceitando a responsabilidade pelo papel de supervisor educacional. Desenvolvimentos, como currículos exigidos pelo estado, sistemas de avaliação, pagamento por mérito e programas de carreira, levam ainda mais o diretor a cumprir as responsabilidades de supervisão educacional (FRISON e ABREU, 2007).

Pelos seus frutos os conhecereis é mais pertinente no mundo da supervisão do que pelos seus títulos os conhecereis. Deve-se observar neste ponto que a questão normalmente não é invertida – isto é, raramente há discussão sobre se os administradores devem assumir responsabilidades de supervisão. Por motivos legais e práticos, os administradores já possuem essas responsabilidades (LIMA, 2005).  

2.2 A IMPORTÂNCIA DA SUPERVISÃO ESCOLAR

A supervisão escolar existe em quase todos os lugares. Suas origens remontam ao nascimento da educação pública, quando jovens nações usaram a educação para forjar uma língua e uma cultura comuns. A supervisão foi uma ferramenta fundamental para garantir que todos os funcionários da educação respeitassem as mesmas regras e regulamentos e seguiu um programa semelhante (LIMA, 2005).

De acordo com Silva (2011), uma função é quando um professor se vê como de natureza desenvolvimentista e não apenas para impactar o conhecimento à moda do “papagaio”. As tarefas que o professor deve enfrentar incluem prestar assistência direta a alunos individualmente, ajudando-os a entender melhor as lições. O professor deve desenvolver a aula por meio de trabalhos em grupo e discussões, o produto final de todo esse esforço é uma melhoria no desempenho dos alunos.

Bons supervisores parecem ter muitas das mesmas qualidades de bons professores e bons conselheiros. Eles são empáticos, genuínos, abertos e flexíveis. Como eles respeitam seus supervisionados como pessoas e como profissionais em desenvolvimento, e são sensíveis às diferenças individuais (por exemplo, sexo, raça e etnia) dos supervisionados. Eles se sentem confortáveis com a autoridade e as funções avaliativas inerentes ao papel do supervisor, dando indicações claras e frequentes de sua supervisão do desempenho do conselheiro (LIMA, 2005).

Mesmo assim, bons supervisores realmente gostam de supervisão, estão empenhados em ajudar o conselheiro a crescer e demonstram comprometimento com o empreendimento de supervisão por meio de sua preparação e envolvimento nas sessões de supervisão. Esses supervisores evidenciam altos níveis de funcionamento conceitual (LIMA, 2005).

É inegável que a supervisão demonstra apoiar o crescimento e desenvolvimento profissional dos professores, resultando em ensino e aprendizagem de qualidade. De um modo geral, a supervisão nas escolas repousa no trabalho de equipe, na reflexão e na troca de ideias entre supervisores e subordinados. Além disso, a supervisão visa uma compreensão mais reflexiva dos inúmeros papéis e identidade do professor. No entanto, Frison (2007) afirma que as práticas de supervisão ainda não são tomadas em sua generalidade.

De acordo com Frison (2007) o modelo tradicional de inspeção tem uma longa história e evidências dignas até hoje. Além disso, a falta de entendimento mútuo entre funcionários e supervisores em uma organização levava a um cuidado individual ruim. Na opinião de Prata (2011, p.14):

nas últimas décadas não houve supervisão abrangente das escolas no Brasil. Argumenta-se que, devido à má supervisão nas escolas brasileiras, foram evidenciadas falhas nas escolas secundárias. A educação tem se deparado com pessoal de supervisão insuficiente, daí o ensino e a aprendizagem e seu processo tem sido inativo na transmissão de conhecimentos e habilidades aos alunos.

Na verdade, as tarefas de supervisão envolvem o processo de verificação da execução efetiva do currículo nas escolas. Os padrões de educação e desempenho dos alunos podem ser melhorados se a supervisão for feita adequadamente. É a tarefa que assenta na ação de inspeção e supervisão dirigida à consecução dos objetivos pré-determinados pela escola, com especial destaque para a utilização dos recursos humanos e materiais disponíveis (LIMA, 2005).

2.2 O PAPEL DO SUPERVISOR ESCOLAR

Em muitos países do mundo, há uma alegação generalizada de que os padrões acadêmicos estão em declínio. A culpa é transferida para o professor que é considerado não eficaz na oferta de ambiente de ensino e aprendizagem em sala de aula. No entanto, a realidade pode ser atribuída ao fato de que não há supervisão suficiente dos diretores das escolas e outras autoridades relevantes (DELEUZE, 1992). 

Uma das principais causas da queda dos padrões de educação no Brasil, é a fraca supervisão dos professores nas escolas. Diante desse ponto de vista, a maioria dos professores sabe que não são supervisionados rigorosamente, não se apresentam regularmente às escolas para ensinar ou dão um ensino ruim aos seus alunos e é isso que afeta os padrões de ensino (LIMA, 2005).

Quando falta supervisão nas escolas, os alunos tornam-se rudes com os professores e isso leva à falta de comunicação na escola, mau desempenho devido ao mau ensino e aprendizagem. Outros estudiosos deram seus próprios pontos de vista, dando razões da fraca supervisão (DELEUZE, 1992).

Os supervisores das escolas têm o papel de identificar as responsabilidades de ensino e aprendizagem dos professores e alocar os recursos necessários que estão disponíveis para cumprir o objetivo pré-estabelecido na organização escolar. O melhor de tudo é que os supervisores das escolas também têm a responsabilidade de organizar a lista do programa de treinamento de desenvolvimento profissional e indicar o número de professores que podem ser envolvidos em cada programa. Não muito longe disso, o supervisor das escolas deve auxiliar os professores por meio da supervisão a superar os desafios que os impedem de crescer profissionalmente, fornecendo orientações efetivas sobre habilidades profissionais (ALARCÃO, 2010).

Felizmente, no nível da escola, o professor ajusta o cronograma de maneira a evitar colisões e perda de tempo. Por exemplo, o supervisor das escolas deve saber com antecedência o tempo necessário para todas as atividades na escola. Um horário escolar pode ser organizado de forma que diferentes disciplinas possam ser ensinadas em diferentes classes por diferentes professores ao mesmo tempo sem colisão (LIMA, 2005).

Deve assegurar que o trabalho de equipe entre os funcionários seja incentivado para que todas as várias atividades escolares possam ser incluídas no horário e em todo o processo. A harmonização das atividades nas escolas é necessária para garantir o entendimento mútuo entre os diretores das escolas e os professores supervisionados (LIMA, 2005).

A fim de garantir que os professores estejam envolvidos em várias atividades na escola, o supervisor da escola deve garantir que as oportunidades em que os professores possam participar de programas como a revisão do currículo escolar ou a elaboração de programas escolares sejam bem comunicadas a eles. Em outras palavras, os professores devem compartilhar seus conhecimentos e habilidades na revisão do currículo e assumir a responsabilidade por seu desenvolvimento profissional. Com base nesse ponto de vista, a responsabilidade do supervisor das escolas é promover um clima escolar propício que incentive a supervisão em equipe entre os professores para aprimorar sua competência profissional (ALVES, 1991).

2.3 AS CONTRIBUIÇÕES DO SUPERVISOR NA FORMAÇÃO DO ALUNO

Os supervisores das escolas empregam uma variedade de técnicas de supervisão que atendem às diversas necessidades dos professores. Isso pode aumentar as chances de satisfação do público com o processo instrucional. Os supervisores instrucionais podem adquirir essas técnicas por meio de sua participação em programas de treinamento em serviço. Para serem eficazes, os líderes instrucionais devem ter o conhecimento e as habilidades necessárias para mudar os comportamentos dos professores. Estes podem ser adquiridos participando de seminários, conferências e aulas de pós-graduação (ALVES, 1991).

Argumenta-se que, como se espera que os diretores escolares estejam na escola durante todo o ano, eles podem desempenhar muitas funções de supervisão com mais eficácia do que os supervisores escolares externos, que raramente visitam as escolas. A possibilidade de as escolas pretenderem satisfazer os supervisores externos torna-se irrelevante quando são confiadas aos diretores das escolas as funções de supervisão nas suas escolas (ALARCÃO, 2010).

A supervisão no âmbito brasileiro, continua a ser um problema. Identifica-se alguns dos desafios que impedem os diretores das escolas de realizar uma supervisão eficaz nas suas escolas. Os desafios que se colocaram fortemente envolviam questões como conhecimento e experiência limitados dos supervisores das escolas, recursos pedagógicos inadequados para facilitar a supervisão dos diretores das escolas, formação inadequada dos diretores das escolas e percepção negativa dos professores sobre a supervisão (LIMA, 2005). 

Embora a supervisão seja um requisito por lei para todos os diretores de escola, ela ainda precisa ser feita de forma eficaz conforme exigido. Nas últimas três décadas, muitas legislaturas estaduais aprovaram leis exigindo reformas abrangentes na educação pública. Eles aumentaram os salários dos professores, exigiram testes estaduais dos professores, instituíram avaliações no local de trabalho, estabeleceram programas de avaliação de alunos, prescreveram aspectos do currículo e ordenaram avaliações anuais de todo o pessoal escolar. Os departamentos estaduais de educação implementaram e administraram as muitas reformas exigidas por seus legislativos e conselhos estaduais de educação (TAYLOR, 1990).

Embora tenha sobrado espaço para algumas tomadas de decisão locais, o aumento da direção do nível estadual certamente reduziu a flexibilidade dos sistemas escolares locais para tomar decisões com base em sua avaliação das necessidades e em suas próprias filosofias de educação. Os sistemas escolares locais tiveram que dar prioridade aos mandatos estaduais. Depois de atender aos requisitos do estado, eles podem ir além das diretivas (LIMA, 2005).

O papel do supervisor é fortemente afetado por mandatos estatais, por testes estatais para professores e alunos, por instrumentos-modelo estatais para avaliação de professores, por guias curriculares desenvolvidos pelo Estado e por especificações estatais de competências de ensino. Os supervisores que estão em desacordo com as reformas do estado enfrentam conflitos internos. As avaliações do desempenho do aluno, por exemplo, são quase exclusivamente de natureza cognitiva (VASCONCELOS, 1995). 

O supervisor que tem comprometimento com a aprendizagem afetiva e psicomotora, assim como cognitiva, se sentirá incomodado com testes restritos apenas ao domínio cognitivo. No entanto, o supervisor deve isso aos professores para ajudá-los a obter notas altas nos testes dos alunos. Mandatos estaduais estabeleceram prioridades para o pessoal escolar local, incluindo supervisores. Por um breve período, o mandato estadual atingiu o pico, e a responsabilidade pela administração, supervisão, currículo e instrução passou mais para as escolas locais (APPLE, 2012). 

Movimentos em direção à descentralização, incluindo gerenciamento local ou baseado na escola, capacitação de professores e participação dos pais na tomada de decisões, colocaram mais responsabilidade e autoridade nas escolas individuais e menos nos níveis distrital e estadual. No entanto, à medida que a primeira década do século XXI se desenrola, estão vendo uma ênfase renovada (em ambos os significados de “ênfase” e “tensão”) no estabelecimento de padrões e testes provenientes dos níveis distrital e estadual e, como é o caso da Lei Nenhuma Criança Deixada para Trás, a nível nacional (DEITOS, 1997). 

3. CONCLUSÃO

Um dos segredos mais bem guardados fora da profissão educacional e, até certo ponto, até mesmo dentro da profissão, é a existência de um grande exército oculto de pessoal escolar conhecido pelo título coletivo de supervisores. Pais e às vezes professores declaram não saber da presença desses especialistas nos sistemas escolares do país. Embora os leigos possam estar cientes de que os sistemas escolares empregam uma variedade de funcionários, como zeladores, secretárias, funcionários do refeitório e conselheiros, o conceito de pessoal escolar mantido por um leigo típico é o de um professor em cada sala de aula e um diretor em cada escola.

Se os membros da comunidade fossem solicitados a identificar um supervisor escolar, eles provavelmente indicariam o diretor, que pode ou não ser o único supervisor. Ou eles podem se referir ao superintendente, no entanto, como dizem os observadores alienígenas sobre seres extraterrestres, os supervisores estão “lá fora”. Na verdade, eles estão ao redor. Pode-se descobrir até que ponto eles estão presentes se tivessem o poder de equipar cada supervisor com um chapéu de mineiro e de acender todos os feixes de luz.

Se pudessem fotografar os rastros de luz, traçariam um padrão de movimento tão surpreendente quanto qualquer gráfico desenhado por um computador. Veriam um movimento quase interminável à medida que os supervisores viajavam de turma em turma, de escola em escola e de sistema escolar em sistema escolar. Enquanto os professores geralmente estão presos a um lugar, os supervisores estão em movimento periódico.

Uma característica distintiva dos verdadeiros supervisores é que eles deixam seus escritórios com frequência com o objetivo de ajudar outros funcionários da escola – ou seja, professores – a fazer melhor seu trabalho. Os supervisores das escolas desempenham um grande papel em garantir que a aprendizagem de qualidade seja realizada nas escolas. Seu papel de supervisão é da maior importância, pois melhora a competência dos professores e a excelência acadêmica dos alunos. O estudo estabeleceu que os supervisores das escolas orientam os novos professores, supervisionam o currículo, os horários e monitoram o progresso acadêmico dos alunos para melhorar a qualidade do processo de escolarização nas escolas. 

REFERÊNCIAS

ALARCÃO, Isabel. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. 8ªed. São Paulo: Cortez, 2010.

ALVES, Nilda. O fazer e o pensar dos supervisores e orientadores educacionais. São Paulo: Loyola, 1991.

APPLE, MW. Conhecimento, Poder e Educação: Os Trabalhos Selecionados de Michael W. Apple. Routledge: Nova York. p.31-121, 2012.

CELESTINO, A. S. J. Nove olhares sobre a supervisão. São Paulo: Papirus, 1997

DEITOS, F. et. al. Diálogo corporal: mito de zéfiro e folora. Santa Maria: Kaza do Zé, 1997.

DELEUZE, G. 1992. Postscript das sociedades de controle. Outubro, 59: p.3-7, 1992.

FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. Tradução de MB Ramos. Ringwood, Vic.  Austrália: Penguin Education, Penguin Books Ltd. p.12-39, 2005.

FRISON, Lourdes M. B.; ABREU, Rudimar S. de. Supervisores e orientadores educacionais nos espaços escolares. Ciência e Conhecimento: Revista eletrônica da ULBRA São Jerônimo. v. 1, 2007.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

HALL, L, AE et al. A natureza e as causas da satisfação no trabalho, Manual de psicologia organizacional industrial, McNally College Publishing Co. p.14-63, 2016.

LIMA, Elma. Um olhar sobre a supervisão. In: RANGEL, Mary (org.). Supervisão pedagógica: princípios e práticas. 8ª. ed. Campinas: Papirus, 2005.

PRATA, K. Desafio da indisciplina na escola: análise da rede pública estadual em Mimoso do Sul. 2011.

RANGEL, Mary. Supervisão: do sonho à ação – uma prática em transformação. IN: FERREIRA, Naura Syria Carpeto (Org.). Supervisão educacional para uma escola de qualidade: da formação à ação. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2006.

SILVA, EG. A indisciplina na visão do aluno. Faculdade Cenecista de Osório (RS), 2011.

VILLAS BOAS, Maria Violeta. A prática da supervisão. In: ALVES, Nilda. Educação e Supervisão: O trabalho coletivo na escola. 11ª. ed. São Paulo: Cortez, 2006.

TAYLOR, F. W. Supervisão educacional – uma reflexão crítica. 5. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1990.

VASCONCELOS, Celso dos Santos. Disciplina-construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula e na escola. 7 edições. São Paulo. Libertad, 1995.