O PAPEL DO ENFERMEIRO NO TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA EM HOMENS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11512523


Veronica Paola Rivera Oliveira¹
Liliane Silva de Oliveira Queiroz²
Estefani dos Santos Nicolas de Oliveira³
Maria Cristina da Silva4
Anderson Scherer5


RESUMO

O câncer de mama é uma doença que está presente na humanidade desde as primeiras civilizações. Em homens a doença tem um percentual de acometimento pequeno, com cerca de 1% em relação aos casos relatados no público feminino. Em 2020 foram registradas 207 mortes de homens com câncer de mama no Brasil, número expressivo e que tem desertado o olhar das autoridades e dos profissionais de saúde. O objetivo do presente trabalho foi discorrer acerca do câncer de mama masculino, sua fisiologia, seu desenvolvimento e o papel do enfermeiro nos cuidados e no acompanhamento dos homens acometidos pela doença. A metodologia consiste numa Revisão Bibliográfica subsidiada por artigos científicos disponibilizados nas principais plataformas de dados em saúde – LILACS, Google Acadêmico,  BVSMed, Scielo. Dentre os resultados constatou-se que a doença se desenvolve principalmente devido a fatores endócrinos, ambientais, genéticos e de estilo de vida, causados pelas mutações do genes BRCA2 no organismo. O prognóstico é realizado mediante exame físico e identificação de um nódulo na mama, subaureolar e indolor. O diagnóstico e início do tratamento é realizado semelhante ao carcinoma de mama feminino, mediante exame de imagem e biópsia. As chances de remissão são maiores quando diagnosticado nos primeiros estágios do surgimento do câncer, precocemente. O enfermeiro exerce um papel fundamental na orientação das famílias sobre hábitos saudáveis de vida e realização de exames regulares, principalmente de homens que apresentem histórico familiar da doença. Nos cuidados, o enfermeiro exerce um papel ativo e individualizado no tratamento de homens, garantindo-lhes autonomia para aceitar a doença e lidar com o tratamento. Conclui-se que há poucos estudos que tratem sobre a fisiopatologia do câncer de mama masculino, havendo a necessidade de estudos mais aprofundados que esclareçam seu desenvolvimento e contribuam para a redução dos casos relatados.

Palavras-chave: Câncer de mama; Assistência; Enfermagem; Neoplasia mamária.

INTRODUÇÃO 

O carcinoma de mama é uma doença crônica não transmissível que cada dia mais tem acometido pessoas no mundo inteiro, principalmente a população feminina. Estima-se que 2,1 milhões de casos de carcinoma foram registrados no mundo em 2018, com 327 mil óbitos – o que corresponde a uma média de 15,5% de mortes em relação aos casos registrados, segundo o INCA (2019). Nesse sentido, o número expressivo de casos tem despertado um olhar das autoridades na criação de políticas públicas em saúde para a contenção, prevenção e tratamento do câncer de mama. Além disso, em 2020, consta que ocorreram 207 mortes de homens com câncer de mama, número expressivo que tem aumentado com o passar dos anos (BRASIL, 2019; SILVA et al., 2023).

No Brasil, os casos da doença são registrados predominantemente entre a população feminina, com cerca de 16 mil mortes em 2019. Contudo, o público masculino também apresenta o câncer de mama e, pelo fato de ser uma parcela bem reduzida em relação as mulheres, acaba por tornar-se um tema pouco explorado e divulgado. O carcinoma de mama no homem corresponde a 1% dos casos que os acomete. Apesar de ser uma doença que ocorre em uma pequena parcela da população masculina, é preciso que melhores estudos sejam realizados com fins de garantir que o tema seja tratado com bons resultados (SILVA et al., 2023).

Assim sendo, consta que as origens do câncer de mama no homem e seu desenvolvimento se dão devido a fatores genéticos, principalmente associados às mutações do genes BRCA2. Além disso, os fatores de risco são determinantes para a prevenção, podendo constar entre eles a exposição do indivíduo em determinados ambientes, fatores endócrinos, estilo de vida e o histórico familiar. Contudo, existe uma série de estudos que mostram a existência do câncer de mama masculino em pessoas que não necessariamente apresentaram os fatores de risco associados, de forma que a realização de pesquisas mais amplas se fazem necessárias para melhor identificar e prevenir a doença (PEREIRA et al., 2024).

Vê-se, portanto, necessário o aprofundamento sobre o tema para identificação das principais causas do seu desenvolvimento no organismo. Sendo uma doença crônica que mais apresenta incidência sob a perspectiva da epidemiologia, demografia e intensificação bio e micropolítica, é fundamental que os profissionais de saúde promovam ações em prol da divulgação dos fatores de risco, da importância do autoexame e da qualidade de vida (GONÇALVES et al., 2016).

Nesse sentido, o enfermeiro destaca-se como um protagonista em promoção da saúde preventiva, principalmente em relação ao carcinoma de mama. Para tanto, suas ações devem ser pautadas na conscientização da população acerca da importância de se realizar o auto palpação mamária mensal, além de ressaltar a fisiologia da doença nos homens, que por muitas vezes acabam sendo negligentes com a própria saúde (SOUZA; MARTINS; FREITAS, 2023).

Como todos os tipos de câncer no homem, o carcinoma da mama deve ser diagnosticado precocemente, pois isso aumenta as chances de sua completa remissão. Contudo, a falta de presença da figura masculina nas Redes de Atenção Primária dificulta a detecção precoce. Como o enfermeiro é o profissional de saúde que está mais próximo dos pacientes, sua atuação torna-se fundamental para contribuir com a promoção da saúde masculina. Assim sendo, o profissional deve estar munido de conhecimentos que o capacitem para esta árdua tarefa, ressaltando a importância deste assunto entre os demais profissionais de saúde (RIBEIRO; SILVA; EVANGELISTA, 2020).

OBJETIVO GERAL

Analisar, mediante uma Revisão de Literatura, o papel do enfermeiro na orientação, prevenção e tratamento de homens acometidos com o câncer de mama.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Analisar a fisiologia do câncer de mama no organismo masculino;
  • Identificar os fatores de risco para o câncer de mama no homem;
  • Demonstrar o papel do enfermeiro na prevenção do câncer de mama no homem;
  • Identificar a função do enfermeiro no processo de tratamento e pós remissão do câncer de mama no homem.

REVISÃO DE LITERATURA

A fisiologia do câncer de mama

A neoplasia – também chamada de carcinoma ou, popularmente conhecido como câncer – está presente na humanidade desde as primeiras civilizações. Os povos egípcios antigos foram os primeiros a explorar o funcionamento e a fisiologia do corpo humano, tendo sido eles também a identificar o desenvolvimento do cancro. Esta doença é designada como “câncer” devido à origem do termo “karkinos”, que em grego significa “caranguejo”, pois as células cancerígenas espalhadas pelo corpo apresentam o formato deste animal (INCA, 2019).

Consta que o câncer é uma doença caracterizada pelo crescimento exacerbado das células do corpo e que se espalha pelos tecidos e órgãos, comprometendo o seu funcionamento dos mesmos. As células do corpo humano possuem os cromossomas em seu interior e estas são compostas pelo DNA. Quando ocorre uma alteração nos genes dessas estruturas, as células se multiplicam rapidamente, acumulando-se umas às outras e invadindo os tecidos vizinhos. Quando as células cancerígenas se desprendem e entram na corrente sanguínea, acabam comprometendo o processo natural de reprodução das células saudáveis, causando a metástase (INCA, 2002).

O câncer de mama masculino manifesta-se primeiramente com um nódulo subaureolar, indolor. É nesta fase que comumente o carcinoma é identificado. Seu diagnostico é realizado através de exames de imagem e biópsia. Tal massa originasse no interior dos ductos mamários e, caso seja identificado na fase ―in situ‖, pode evoluir para a metástase (FARIA et al., 2020).

Imagem 1 – Esquema mostrando os tipos de neoplasia.

Fonte: INCA, 2019.

Em 2020 foram registrados 207 mortes de homens com câncer de mama pelo Instinto Nacional do Câncer (INCA), fato que desperta cada vez mais a preocupação dos cientistas em relação a doença. Consta que a tendência ao desenvolvimento de câncer de mama nos homens está associada a fatores genéticos, obesidade, alcoolismo e tratamentos hormonais. Além disso, dentre fatores externos, é associada também à constante exposição da região do tórax à materiais radioativos (SILVA et al., 2023).

Imagem 2 – Esquema mostrando o trajeto das células cancerígenas na fase T4 do carcinoma, quando ocorre a metástase.

Fonte: INCA, 2019.

Nos homens, o prognóstico do câncer de mama é pior do que o câncer de mama feminino. Isso ocorre devido ao menor tamanho da mama, localização e disseminação das células cancerígenas mais precocemente, o que demonstra também a maior necessidade de um diagnóstico precoce (FARIA et al., 2020).

O carcinoma de mama em homens corresponde a 1% dos casos da doença e, por isso, o tema costuma ser pouco tratado entre os profissionais da saúde. Assim sendo, é necessário que mais pesquisas sejam desenvolvidas para garantir que as informações acerca de sua fisiologia, seus fatores de risco e tratamento cheguem ao maior número de pessoas. Um estudo desenvolvido por Lima et al. (2021), com uma amostra de entrevista realizada com 20 homens, mostrou que o conhecimento sobre o câncer de mama masculino era bastante escasso, mesmo entre aqueles que possuíam diploma do ensino superior. Além disso, os participantes demonstraram ausência de informações sobre a fisiologia do câncer de mama e de práticas rotineiras de autocuidado (LIMA et al., 2021). 

Um estudo realizado por Paula et al. (2024) mostrou a tendência de mortalidade por câncer de mama masculino num estado do Centro-Oeste do Brasil. Foram registradas 53 mortes entre 2011 e 2020. Nos dados apresentados, a maioria dos homens afetados pela doença eram idosos (55,75%), casados (48,10%) e com menos de 4 anos de escolaridade (38,46%). Tais dados sugerem a tendência dos fatores “idade” e “estado civil” como principais influenciadores na detecção do câncer de mama masculino (PAULA et al., 2024).

O câncer de mama masculino geralmente é identificado tardiamente, o que diminuem as chances de remissão e aumentam as possibilidades de metástase. Apesar de ainda serem escassas as informações acerca de outras alternativas terapêuticas para o tratamento, o carcinoma de mama em homens ainda segue sendo tratado semelhante ao câncer de mama feminino (SILVA et al., 2023).

Diagnóstico do câncer de mama masculino

É necessário considerar que muitos casos de câncer de mama em homens surgem sem qualquer fator de risco apresentado anteriormente. A genética, síndromes metabólicas, histórico familiar e hábitos de vida deletérios podem aumentar a possibilidade da aceleração exacerbada das células cancerígenas. Contudo, ainda é um grande desafio para a comunidade científica encontrar estratégias para conter a doença que surge sem qualquer sinal prévio. Outros fatores de risco mais específicos são apontados na literatura como determinantes para o desenvolvimento do carcinoma de mama em homens. Dentre eles constam a Síndrome de Klinefelter e a mutação dos genes BRCA2 (PEREIRA et al., 2024).

A mama do homem é um órgão pequeno e no serviço público de saúde não é rotineira a solicitação de mamografia ou ultrassonografia mamária, exceto em casos de queixas apresentadas pelo paciente. No caso das mulheres, costuma-se pedir tais exames sempre que o paciente apresenta histórico familiar de carcinoma. Esta é uma realidade que precisa ser questionada, pois apesar da doença afetar uma parcela mínima dos homens acometidos por câncer – em cada 100 mulheres com carcinoma de mama, 1 homem é acometido –, somente o diagnóstico precoce garante a remissão (SILVA et al., 2023).

Assim sendo, consta que as chances de remissão do câncer de mama masculino são promissoras quando o diagnóstico é realizado precocemente. A taxa de cura chega a 95%. Além disso, consta que a mamografia é o exame mais eficaz para a identificação da doença, além de garantir a redução da mortalidade (RODRIGUES et al., 2023).

Nesse sentido, a negligência do homem em relação à própria saúde associase à cultura da figura masculina como elemento de força física. O homem adquire hábitos desde a tenra idade e escuta de todos que precisa ser forte e que não pode ceder ao choro ou ao sofrimento. Isso descamba num comportamento de resistência aos cuidados com a própria saúde, levando o homem reconhecer-se fraco quando busca um médico. Tais falas também levam-no a procurar o serviço de saúde apenas quando seu estado já está agravado por uma série de complicações derivadas dos maus hábitos de vida, tornando qualquer tratamento mais difícil de ser realizado (TINELLI; CHIEPE, 2023).

A grande dificuldade encontrada para o diagnóstico do câncer de mama em homens, portanto, se deve a um fator social muito presente na cultura brasileira: o machismo. O estereótipo de força e resistência física presentes na população masculina reforça a falsa impressão de saúde, o que impede o homem de realizar exames periódicos e procurar o serviço médico. Além disso, a mama é um órgão do corpo que é associado à figura feminina e, por consequência, a neoplasia da mama em homens é ainda mais difícil de ser identificada pela falta de cuidados dos mesmos. Apesar de ser uma doença com pouca incidência, esta neoplasia teve um aumento de 50% do grupo dentro do período de 2 anos, devido justamente à falta de autocuidado e de hábitos saudáveis de vida (TINELLI; CHIEPE, 2023).

Faria et al. (2020) relatam o caso de um paciente de 63 anos, branco, que fora submetido à mastectomia devido ao diagnóstico de carcinoma minucioso de mama. O mesmo apresentou um nódulo na mama esquerda que vinha crescendo nos últimos 6 meses. Realizou-se o exame das mamas, onde foi identificada a presença de um nódulo periareolar palpável e móvel. Na ultrassonografia mamária bilateral, constatou-se o nódulo hipoecóico na região retroareolar na mama esquerda. O paciente foi encaminhado para o serviço de oncologia e submetido à cirurgia mamária devido à pouca resposta da quimioterapia.

Imagem 3 – Linfonodo sentinela de mama, evidenciado pela cor azul durante a incisão cirúrgica.

Fonte: Faria et al., 2020.

Imagem 4 – Peça cirúrgica de carcinoma minucioso de mama retirada de paciente de 66 anos.

Fonte: Faria et al., 2020.

Um estudo apresentado por Silva et al (2023) apresentou um caso clínico de um homem de 77 anos que não apresentava histórico de câncer de mama na família. A doença evoluiu para um quadro mais grave, causando lesões na estrutura óssea do crânio – conforme mostrado na ultrassonografia.

Imagem 5 – Ultrassonografia mostrando o nódulo cancerígeno na região da axila direita.

Fonte: SILVA et al., 2023.

Imagem 6 – Ultrassonografia de nódulo associado a linfonodo alterado na linha axilar média direita. Fonte: SILVA et al., 2023.

Fonte: SILVA et al., 2023.

Imagem 7 – Ultrassonografia de nódulo associado a linfonodo alterado na linha axilar média direita.

Fonte: SILVA et al., 2023.

Conhecimento sobre a doença

Outros estudos mostram que o conhecimento sobre o câncer de mama são associados apenas ao público feminino, com base nas informações obtidas por campanhas, divulgações sobre prevenção e experiências vividas com mulheres de seu círculo social. Os poucos dados sobre a doença, apresentados por participantes de entrevistas, demonstram a necessidade de melhores e mais consistentes orientações dos profissionais de saúde, principalmente acerca da prevenção (LIMA et al., 2021).

O estudo apresentado por Silva et al. (2023) mostrou a importância da divulgação do câncer de mama masculino. Foram realizadas apresentações de vídeos, imagens e banners com informações pertinentes sobre a fisiopatologia, as manifestações e as formas de tratamento do carcinoma. Fora notória a interação dos participantes das ações, com esclarecimentos e dados que eram desconhecidos pelos mesmos. Tal estudo demonstrou que este tema ainda é pouco divulgado, principalmente entre os próprios profissionais da saúde. Isso acontece devido à quantidade mínima de casos de câncer de mama em homens e, por isso, existe a ideia da não necessidade de tratar sobre o tema (SILVA et al., 2023). 

As produções científicas acerca do câncer de mama ainda são escassas. E são justamente porque os casos da doença são mínimos em relação à população feminina. Portanto, surge a necessidade de maior atenção por parte dos profissionais de saúde, dos pesquisadores e do governo para a realização de ações de prevenção e cuidados pertinentes, com base em estudos mais aprofundados sobre esse tipo de carcinoma (SILVA; FIGUEIROA; MENEZES, 2023).

Papel do enfermeiro 

O profissional de enfermagem exerce um papel fundamental nos cuidados de pessoas acometidas pelo câncer de mama. Em relação à doença que acomete homens, o enfermeiro atua principalmente nas ações de promoção à saúde masculina e na detecção precoce do carcinoma, impedindo que hajam desfechos mais graves da doença (COELHO; QUEIROZ; BRASIL, 2021).

O câncer de mama no homem tem seu tratamento similar ao câncer de mama em mulheres, com exceção de alguns procedimentos que se diferenciam devido às diferenças imuno-histoquímicas da doença em ambos os sexos (LIMA; BARBOSA; ROCHA, 2015).

O enfermeiro exerce o papel de atendimento e assistência em saúde de forma ativa e individualizada ao paciente que está acometido com o câncer de mama. Esta função é essencial para garantir que o homem possa, no enfrentamento desta doença, ter preservada sua autonomia e sua aceitação ao tratamento e à reabilitação. Além disso, o enfermeiro é uma figura de destaque na atenção básica devido à sua proximidade com as famílias e com os pacientes acompanhados. Assim sendo, pode desenvolver discussões com sua equipe de saúde e realizar ações de conscientização da população, tornando o câncer de mama masculino um tema mais presente no cotidiano das pessoas (SANTOS et al., 2023).

O enfermeiro tem uma importância fundamental principalmente nos serviços de atenção primária à saúde, pois o câncer de mama masculino tem uma fisiopatologia bastante semelhante ao câncer de mama feminino. Contudo, alguns protocolos para o atendimento de mulheres hoje seguem padrões de rigor que garantem o diagnóstico precoce, diferente dos homens. Nesse sentido, o enfermeiro deve estar munido de conhecimentos que proporcionem um olhar humanizado e integral do indivíduo, seja com ações de orientação, promoção de hábitos saudáveis de vida e também a solicitação de exames periódicos para detectar precocemente qualquer possível alteração celular (SILVA; FIGUEIROA; MENEZES, 2022).

CONCLUSÃO

Conclui-se, portanto, que o câncer de mama em homens é uma doença decorrente de fatores genéticos, hábitos de saúde, fatores endócrinos e ambientais. Em relação ao câncer de mama feminino, a doença acomete uma parcela pequena dos homens. Com o passar dos anos os casos tem aumentado, sendo necessários maiores estudos para identificação dos fatores de risco e pesquisas mais amplas que possam esclarecer melhor a fisiopatologia da doença.

O câncer de mama masculino desenvolve-se devido à alteração dos genes BRCA2, com o surgimento de um nódulo na região da mama. Este nódulo desenvolve-se devido à aceleração exacerbada das células no organismo. Este processo, quando descoberto no início, pode ser tratado com altos índices de remissão. Por isso, o diagnóstico precoce do câncer de mama masculino é tão importante, desafio que deve ser enfrentado pelos profissionais de enfermagem. O fato do homem não procurar o atendimento de saúde e fazer exames preventivos antes de detectar qualquer sintoma dificulta a identificação do câncer antes que ele espalhe-se pelo organismo no processo de metástase. 

O profissional de enfermagem exerce um papel essencial nos cuidados de pessoas com câncer de mama masculino. Sua atuação engloba desde os cuidados individualizados e ativos destinados aos homens que são acometidos com a doença, seja com ações de promoção de saúde e na atenção básica. Além disso, pelo fato do enfermeiro estar muito perto das famílias e pacientes, seu papel também inclui o de orientação e promoção de hábitos saudáveis de vida, com informações pertinentes para a identificação precoce da doença.

Pelo fato de ser uma doença com poucos casos relatados e com um percentual mínimo em relação ao câncer de mama feminino, há uma escassez de estudos e produção científica acerca do seu desenvolvimento. É necessário, portanto, que haja estudos mais aprofundados para tornar o câncer de mama masculino mais conhecido e divulgado entre a população. 

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¹Discente do Curso de Enfermagem da Universidade Anhembi Morumbi;
²Discente do Curso de Enfermagem da Universidade Anhembi Morumbi;
³Discente do Curso de Enfermagem da Universidade Anhembi Morumbi;
4Discente do Curso de Enfermagem da Universidade Anhembi Morumbi;
5Orientador Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Anhembi Morumbi.