THE ROLE OF NURSES IN PREVENTING PREGNANCY-ASSOCIATED URINARY TRACT INFECTION IN PRIMARY CARE: AN INTEGRATIVE REVIEW
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202411241607
Beatriz Passos Machado1;
Gabriela Sena De Lima2;
Izabella Araújo Morais3
RESUMO
Introdução: A infecção do trato urinário (ITU) é uma das complicações perinatais mais comuns, afetando aproximadamente 8% das mulheres grávidas brasileiras. Nesse entendimento a atenção primária à saúde dessas gestantes, entra como principal forma de prevenção e tratamento a ITU. Objetivo: Compreender o papel da enfermagem na prevenção de infecção do trato urinário associado a gestação. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa, envolvendo a coleta de dados por meio de plataformas de pesquisa em saúde (pubmed, scielo e BVS). Os dados foram obtidos por meio de referenciais bibliográficos, livros e artigos que incluem infecção do trato urinário em gestantes na atenção primária no intervalo de tempo entre 2014 e 2024. Resultados: Foram analisados 133 artigos em seu total, sendo necessário criar critérios de inclusão e exclusão, sendo excluídos 112 amostragens e incluídas 21, além disso, foi identificada uma associação significativa entre ITU e fatores como falta de educação em saúde sexual, a higienização dos genitais, história previa de ITU, bacteriúria assintomática, resistência a antibióticos e exames laboratoriais e como o pré-natal com enfermeiros é satisfatoria para as gestantes e importante para reduxir esses fatores de risco. Conclusão: Este estudo destaca áreas importantes para melhorar a detecção precoce e o manejo adequado das infecções urinárias em gestantes, visando aprimorar os cuidados obstétricos e reduzir potenciais complicações durante a gravidez.
PALAVRAS CHAVES: Infecção, trato urinário, urinário, gestantes, mulheres grávidas, pré-natal.
ABSTRACT
Introduction: Urinary tract infection (UTI) is one of the most common perinatal complications, affecting approximately 8% of Brazilian pregnant women. In this understanding, primary health care for these pregnant women is the main form of prevention and treatment for UTI. Objective: To understand the role of nursing in preventing urinary tract infection associated with pregnancy. Methodology: This is an integrative review, involving data collection through health research platforms (pubmed, scielo and BVS). The data were obtained through bibliographic references, books and articles that include urinary tract infection in pregnant women in primary care in the time interval between 2014 and 2024. Results: A total of 133 articles were analyzed, making it necessary to create inclusion and exclusion criteria, with 112 samples being excluded and 21 included. Furthermore, a significant association was identified between UTI and factors such as lack of sexual health education, genital hygiene, previous history of UTI, asymptomatic bacteriuria, resistance to antibiotics and laboratory tests and how prenatal care with nurses is satisfactory for pregnant women and important for reducing these risk factors. Conclusion: This study highlights important areas for improving early detection and adequate management of urinary tract infections in pregnant women, aiming to improve obstetric care and reduce potential complications during pregnancy.
KEYWORDS: Infection, urinary tract, urinary, pregnant women, pregnant women, prenatal care.
INTRODUÇÃO
A infecção do trato urinário (ITU) é uma inflamação das vias urinárias com sintomatologia e presença de bactérias na urina (Silva, 2020). Essa é, atualmente, a segunda infecção mais comum que afeta o ser humano, da infância à velhice, predominando no sexo feminino. É uma patologia clínica multifatorial, de grande incidência mundial, configurando- se também como a segunda principal causa de consulta na prática médica, e fica atrás somente das infecções respiratórias (Vaz, 2020).
O quadro clínico de infecção do trato urinário pode variar de bacteriúria sintomática e assintomática, podendo também ser classificado como infecção alta e baixa. A baixa compromete apenas bexiga e uretra (cistite), já a alta compromete rins e ureteres, caracterizando em uma (pielonefrite) (Oliveira, 2017).
Recorrente nas mulheres, a ITU é muito comum em todas as faixas etárias, sendo as mulheres mais predispostas do que os homens devido a uretra curta e da aproximação do orifício uretral com à abertura anal e, consequentemente maior possibilidade de contaminação por Enterobactérias ao trato urinário (Stella, 2020).
Na gravidez, transformações anatômicas e fisiológicas ocorrem no trato urinário facilitando a evolução de infecções urinárias assintomáticas para sintomáticas. A compressão dos ureteres e a redução da atividade peristáltica decorrente da progesterona provocam dilatação das pelves renais. Associada a essas mudanças, o aumento do débito urinário, leva à estase urinária também favorecida pela diminuição do tônus vesical (Firmino, 2020).
O rim diminui sua capacidade de concentrar urina, e devido a isso excreta quantidades maiores de aminoácidos e glicose, propiciando meio favorável para a proliferação de bactérias (Firmino, 2020). Contudo, na gravidez, a urina é normalmente mais rica em nutrientes (glicose, aminoácidos e vitaminas) o que propicia um meio de cultura mais rico, facilitando o crescimento das bactérias (Mazzer, 2010)
Nesse entendimento a atenção primária à saúde dessas gestantes, entra como principal forma de prevenção e tratamento a ITU, já que para tal acompanhamento requer a realização do pré-natal e buscar compreender a rotina de cada gestante, bem como o contexto e a realidade socioeconômica de cada gestante (Parmejiani, 2021)
Sendo assim, o pré-natal tem objetivos biológicos, sociais e de saúde pública, sendo notória a importância da enfermagem em sua assistência integral, já que o enfermeiro atua na prevenção da ITU durante a gravidez com orientações práticas quanto aos cuidados com: a higiene íntima, uso de roupas adequadas, prevenção do adiamento das micções (Oliveira, 2021)
Além de orientação quanto aos hábitos de micção antes do sono e após relação sexual, prescreve medicações quando a ITU é diagnosticada e considerada não complicada. (Brasil, 2016).
Mesmo com as melhorias no acesso à assistência pré-natal, dados revelam que os índices de mortalidade materno-infantil ainda são preocupantes, especialmente os relacionados às causas obstétricas. Esta realidade denota um problema alarmante e, portanto, requer intervenção imediata e eficaz. (Oliveira, 2017).
Considerando os dados da literatura sobre a ITU como fator de risco para a ocorrência de morbidade e mortalidade materna e perinatal, avaliou-se a relevância em analisar as atividades desenvolvidas por enfermeiras durante a assistência pré-natal (Simone, 2013).
Portanto, ter conhecimento sobre a prevalência da ITU em gestantes está intimamente ligado à essência do Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento (PHPN), uma vez que é base para garantir parâmetros mínimos assistenciais para a gestante, educando e tornando, assim, a mulher mais participativa no processo de acompanhamento pré-natal, parto e puerpério.
Justifica-se que o rastreio da ITU é de suma importância para evitar complicações durante a gestação e partos prematuros, pois nota-se que durante o acompanhamento do pré- natal é perceptível a grande incidência dessa infecção. Considerando que dentre os casos detectados, 10 a 20% são assintomáticos (McCormik, 2008). Um dado considerável, pois, pode evoluir para uma cistite ou pielonefrite, ambas com incidência de 1-2%, em que há sequelas graves na gravidez, incluindo parto prematuro, anemia, sepse, coagulação intravascular disseminada e síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA). (BRASIL, SES-DF, 2023).
O presente estudo tem o objetivo de compreender o papel da enfermagem na prevenção de infecção do trato urinário associado á gestação e questionar como o pré-natal influência na prevenção de ITU em gestantes.
MATERIAIS E MÉTODOS
A revisão integrativa é a análise detalhada dos estudos que envolvem uma questão norteadora, sejam esses ensaios clínicos randomizados, estudos experimentais e não experimentais, sendo assim, esse tipo de pesquisa permite uma visão ampla do tema a ser estudado. (Souza; Silva; Carvalho, 2010)
Segundo Soares (2014) para desenvolver uma revisão integrativa, é necessarios seguir as seguintes etapas: elaboração da questão norteadora, procura ou amostragem na literatura, coleta de dados, análise crítica dos estudos incluídos, discussão dos resultados e apresentação da revisão integrativa.
Para elaborar a questão norteadora utilizamos a estratégia PICO, que é uma técnica utilizada para definir de forma mais especifica a pergunta que iremos responder com a pesquisa. O PICO foi definido da seguinte forma:
P (Paciente ou Problema): Gestantes em risco de infecção do trato urinário;
I (Intervenção) – Papel da enfermagem na prevenção de infecção do trato urinário;
C (Comparação/Contexto) – Contexto da assistência á gestante no cuidado preventivo;
O (Desfecho) – conscientizar enfermeiros para reduzir a infecção urinaria associada à gestação.
Após definir esses critérios do método, chegamos a seguinte questão norteadora: Como o atendimento do pré-natal realizado por enfermeiros, influencia na redução de infecção do trato urinário associado à gestação?
A coleta de dados foi feita através de pesquisas nas bases de dados, Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos (PubMed) e a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando os seguintes descritores em ciências da saúde(DeCs/MeSH): (“Pregnant Women” OR “Pregnancy, High-Risk” OR “Prenatal Care” OR “Prenatal Diagnosis”) AND (“Urinary Tract Infections” OR “Infection, Urinary Tract” OR “Infections, Urinary Tract” OR “Tract Infection, Urinary” OR “Tract Infections, Urinary” OR “Urinary Tract Infection”) AND (“Primary Care” OR “Access to Primary Care” OR “Primary Health Care”) AND (Nursing OR nurse OR “Care nursing” OR “Primary Care Nursing”).
Os critérios de inclusão foram: artigos dos últimos 10 anos (2004 a 2024) que abordassem a infecção de trato urinário em gestantes na atenção primaria, além disso, os materiais utilizados possuíam mais de um idioma (inglês, português e espanhol). Já os critérios de exclusão foram: materiais pagos e população-alvo mulheres não grávidas, e atenção secundária, terciária, quaternária ou recuperação.
A busca dos estudos foi realizada em 2024, foram pré-selecionados 133 artigos no total, sendo 28 da Pubmed e 105 da BVS. Esses foram exportados para a plataforma Rayyan, em que foram analisados títulos, subtítulos, resumos e os critérios de elegibilidade, sendo assim, foram excluídos em consenso 108 artigos, restando então 8 artigos da Pubmed e 13 da BVS, totalizando 21 artigos.
Os 21 artigos para a pesquisa, pois todos atendiam o tema proposto, sendo assim, foi realizado um fichamento contendo: título, ano, autor e categorização, sendo utilizado o software Microsoft word.
A estratégia de busca e seleção dos manuscritos encontra-se detalhada no fluxograma prima da Figura-1 abaixo.
PRISMA DAS PRINCIPAIS INFORMAÇÕES DA METODOLOGIA
Figura 1: PRISMA- Fluxograma para revisão sistemática que inclui busca em bases de dados, protocolos e outras fontes.
RESULTADOS
Os estudos destacam a relevância do papel do enfermeiro na prevenção de infecções do trato urinário (ITU) em gestantes na atenção primária, com ênfase na educação em saúde e no acompanhamento contínuo. A atuação do enfermeiro permite intervenções precoces e educativas, promovendo práticas de autocuidado e adesão a hábitos preventivos que minimizam os riscos de complicações associadas à ITU durante a gestação. A orientação adequada e o monitoramento sistemático realizado pelos profissionais de enfermagem são essenciais para reduzir a incidência de ITU, fortalecendo o cuidado integral e a promoção da saúde materno-fetal.
A seguir, apresentamos uma tabela que resume os 21 estudos revisados, com o título dos artigos, ano de publicação, país, autor e sua categorização bem como os principais achados de cada pesquisa, podendo ser observado às semelhanças e diferenças entre as publicações estudadas. Além desses estudos, foi utilizado um protocolo sobre a ITU, em que é apresentando na figura 3 as principais complicações dessa infecção.
Quadro 1: Análise detalhada dos dados estudados. (Continua)
Quadro 1: Análise detalhada dos dados estudados. (Continuação)
Quadro 1: Análise detalhada dos dados estudados. (Continuação)
Quadro 1: Análise detalhada dos dados estudados. (Conclusão)
Quadro 2: Manuscritos encontrados por outros meios.
DISCUSSÃO
A importância da educação em saúde para reduzir a incidência de ITU em gestantes
Depois de analisar os artigos, é bem claro para os pesquisadores que os autores concordam que explicar sobre higiene íntima, cuidados íntimos e cuidados após as relações sexuais são importantes para reduzir incidência em ITU.
Para Vigario (2023) a prevalência de ITU pode ser atribuída a vários fatores como a higiene pessoal, comportamentos após a relação sexual, como urinar após a relação e realizar uma limpeza intima, e possuir uma infraestrutura limitada a saúde, sendo assim, entende-se que existe um déficit na educação em saúde sexual e higiene intima. Após a coleta de dados para estudo, Yazdi (2020) afirma a visão de Vigario (2023) quando declara “o aconselhamento de apoio e psicoeducacional desempenha um papel muito importante na informação das pessoas sobre a infecção do trato urinário”. Outros atores como Ghouri, (2018), Azami (2019) e Abu et al (2021) concordam com Vigario (2023) e Yazdi (2020). Segundo Ghouri (2018) fez uma comparação para testar métodos de prevenção a ITU, e de acordo com ele o método mais eficiente é manter uma boa higiene intima e sexual. Ele afirma “além de comportamentos de higiene, as evidências por trás dessas abordagens não são robustas o suficiente para ser recomendada na prática.”
Após a analise de estudos observa-se que é necessária uma educação em saúde sexual e cuidados íntimos mais eficazes, pois é fundamental ensinar para as mulheres a maneira correta de manter uma higiene adequada, além de precauções íntimas e comportamentos de cuidados após relações sexuais, para assim reduzir a possibilidade de infecção.
A prescrição de antibióticos por enfermeiros para gestantes com infecção do trato urinário na atenção primária: desafios e responsabilidades
Dentre as principais responsabilidades do enfermeiro na atenção primária da saúde, quanto ao tratamento de ITU para gestante, saber como prosseguir com essa terapia, exige também o conhecimento perante a consulta de enfermagem, para que sinais e sintomas sejam identificados corretamente para prescrição segura dos antibióticos. COFEN (2024)
Perante isso são vários os desafios que o enfermeiro enfrenta para a prescrição segura de medicamentos para gestante com ITU. Mas com a criação da portaria 2.436/2017 do Ministério da Saúde é possível que o enfermeiro tenha a autonomia de prescrever medicações que estejam de acordo com os programas de saúde pública e rotinas aprovadas pela instituição de saúde, dentre esses o antibiótico.
De acordo com o Ministério da Saúde as principais medicações para tratar as bactérias resistentes e recorrentes que demonstraram boa eficácia e adesão ao tratamento foram: cefalexina 500 mg e a nitrofurantoína 100 mg, porém perante a recorrência esse tratamento é contínuo até a 38ª semana de gestação.
Figura 2: Fluxograma contendo as principais formas de tratamento perante os sintomas de ITU em gestantes
Resistência a antimicrobianos e exames laboratoriais necessários para prescrição correta de antibióticos
Durante a gestação alguns antibióticos não podem ser prescritos, o que limita bastante o tratamento escolhido pelo médico, sendo assim, Asenjo (2019) alega que a escolha do fármaco para a terapia é feita de acordo com a suscetibilidade desse, causando uma resistência aos fármacos mais usados. Para Abu (2021) conclui declarando que as bactérias multirresistentes, são causadas pelo uso indevido dos antibióticos, pois não realizam o exame adequado para saber qual tipo de bactéria tratar.
Para Abu (2021) a urocultura é o exame adequado para descobrir o tipo de bactéria e a quais antibióticos essa possui resistência. Para Vigario (2020) declara “A variação no padrão de resistência de isolados a vários medicamentos observados neste estudo e as consequências de ITUs não diagnosticadas e não tratadas sustentam a necessidade de realizar cultura de urina e suscetibilidade a antibióticos antes do tratamento.”
Refletimos sobre os dados encontrados, pudemos perceber que a prescrição de antibioticos para tratamento de infecção não possui um critério especifico para o tratamento de infecção de trato urinario. Sendo assim, o aumento da resistencia a esses farmacos da-se justamente por esse motivo. Mesmo existindo um exame que possa definir um tratamento especifico para o tipo de bacteria, os profissonais preferem não prescreve-lo e utilizar um antibiotico comum.
Autonomia do enfermeiro na atenção primária da saúde e seu papel na prevenção e cuidado da gestante com ITU
A autonomia do enfermeiro na atenção primária à saúde é fundamental para o acompanhamento e cuidado integral de gestantes com infecções do trato urinário. Com a possibilidade de prescrição de medicamentos e a realização de orientações clínicas, o enfermeiro contribui para o tratamento precoce e a redução de complicações que podem afetar a saúde materno-fetal. Essa atuação é respaldada por normas que autorizam a restrição dentro do âmbito de protocolos estabelecidos, o que reforça o papel essencial do enfermeiro no cuidado contínuo e preventivo Cofen (2023).
No contexto de cuidados com gestantes, a atuação autônoma do enfermeiro permite monitorar sinais e sintomas de ITU e realizar intervenções práticas, fortalecendo o vínculo entre paciente e equipe de saúde. A capacidade de prescrever medicamentos (antimicrobianos) e fornecer orientações clínicas específicas promove um ambiente de atendimento mais ágil e centrado na necessidade da gestante, permitindo um cuidado preventivo e humanizado Cofen (2023). Como diz respeito ao presidente do Cofen:
“O reconhecimento dos enfermeiros como prescritores é crucial para fortalecer a Atenção Básica e ampliar o acesso da população aos cuidados de saúde. Além de valorizar o papel dos enfermeiros na promoção da saúde e na prevenção de doenças, especialmente em regiões com acesso limitado, essa medida permitirá que esses profissionais desempenhem plenamente suas funções”. Manoel Neri, 2023.
A educação em saúde é uma estratégia central utilizada pelos enfermeiros para promover a adesão das gestantes às práticas preventivas. A utilização de materiais didáticos, como cartelas educativas, tem se mostrado eficaz no fortalecimento do cuidado e na sensibilização dos pacientes sobre a importância da prevenção da ITU (Fioravante; Queluci, 2016).
Para Fioravante (2016), a atuação do enfermeiro na prevenção de infecções do trato urinário (ITU) em gestantes é essencial para evitar complicações graves como parto prematuro e sepse. Portanto (Gomes, 2019) enfatiza que durante o pré-natal, esses profissionais além de identificar fatores de risco que exigem atenção contínua, previnem e promovem a forma correta de como obter a melhora do quadro clínico e previnem o mesmo, assim como explica abaixo:
Os enfermeiros, por meio de ações educativas, desempenham papel essencial na prevenção da infecção do trato urinário durante a gravidez, promovendo o autocuidado e orientando as gestantes sobre práticas preventivas, como higiene íntima adequada, ingestão de líquidos e esvaziamento frequente da bexiga. Essas intervenções foram planejadas para reduzir complicações e melhorar os desfechos gestacionais. (Fioravante; Queluci, 2016).
Além da orientação individual, a enfermagem também promove ações preventivas em grupo, o que fortalece a troca de experiências e reforça comportamentos saudáveis. A integração entre educação e monitoramento clínico melhora a detecção precoce de sintomas, resultando em menor incidência de ITU e melhores desfechos gestacionais (Abu, 2021; Gomes, 2019).
As problemáticas enfrentadas pelos enfermeiros nas consultas estão relacionados à prevalência da ocorrência da ITU na gravidez perante relatos em pesquisa apresentaram-se em: pouca ingesta hídrica, nutrição inadequada e dieta pobre em nutrientes, constipação intestinal, retenção urinária voluntária, déficit de higiene após o coito, déficit em educação e informação. (Fioravante; Queluci, 2016).
PRINCIPAIS FUNÇÕES DO ENFERMEIRO DURANTE AS CONSULTAS DE GESTANTES COM ITU NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DE SÁUDE
Figura 3: Fluxograma contendo as principais funções do enfermeiro durante as consultas de gestantes com ITU na atenção primária de saúde, com base nos principais achados dessa pesquisa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A atuação do enfermeiro na prevenção de infecções do trato urinário (ITU) em gestantes é essencial para a promoção da saúde materna e fetal. Ao longo deste trabalho, ficou evidente que as gestantes representam um grupo de risco elevado para o desenvolvimento de ITU devido às alterações fisiológicas próprias da gravidez, que favorecem a bactéria no trato urinário. A intervenção do enfermeiro, por meio de ações educativas, acompanhamento rigoroso e práticas de prevenção, desempenha um papel crucial na identificação precoce e na orientação adequada das gestantes para minimizar os riscos associados.
Depois de analisar os artigos, é bem claro para os pesquisadores que os autores concordam que explicar sobre higiene intima, cuidados íntimos e cuidados após as relações sexuais são importantes para reduzir incidência em ITU.
Contudo, a partir da coleta e análise dos dados, constatou-se uma carência de estudos que exploram a importância do enfermeiro na assistência às gestantes, especialmente no contexto do pré-natal. Embora a literatura sobre o trabalho do enfermeiro ainda seja limitada, alguns estudos destacam que esses profissionais desempenham um papel fundamental na assistência pré-natal e que as gestantes geralmente expressam alta satisfação com o atendimento recebido.
Diante disso, é necessária a realização de pesquisas adicionais, baseadas em evidências científicas, para comprovar e detalhar como o trabalho dos enfermeiros impacta a qualidade do atendimento pré-natal, particularmente na prevenção e manejo de infecções do trato urinário. Estudos nesse campo contribuem para a qualificação contínua e a eficácia das práticas de enfermagem na atenção primária.
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1Graduanda em Enfermagem Instituição de ensino superior de Brasília (IESB), E-mail: beatrizpassosbsb@gmail.com
2Graduanda de Enfermagem Instituto de Ensino Superior de Brasília (IESB), E-mail: gabriela.sena@iesb.edu.br
3Docente do curso de Enfermagem no Centro Universitário (IESB). Mestre em Ciências e Tecnologias em Saúde pela Universidade de Brasília (UnB). E-mail: enf.izabellamorais@gmail.com