O PAPEL DO ENFERMEIRO FRENTE AO COMBATE A DEPRESSÃO E ANSIEDADE.

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8408257


Ana Caroline Silva de Carvalho
Franciane Maria Furtado da Costa
Orientador: Profº Enfº. Davidd de Britto Pissinatti


RESUMO

Introdução: O século XXI se encontra marcado por doenças mentais tais como a ansiedade e depressão, e é possível notar o aumento da incidência de pessoas desenvolvendo essas patologias, seja por fatores ambientais, socioeconômicos ou genéticos, dito isto, o Enfermeiro quanto agente de saúde, tem o papel de promover, incentivar, acompanhar e prestar a assistência necessária ao paciente levando em consideração dificuldades que possa encontrar. Métodos: trata-se de uma revisão de literatura disponível nas bases de dados BVS – SCIELO, LILACS – cujas as palavras utilizadas foram: Ansiedade; Depressão e Assistência de enfermagem. Os artigos selecionados foram no período de 10 anos. Resultados: O levantamento de dados resultou em 7 artigos onde foi pautado em: Desafios encontrados pelo profissional de enfermagem na assistência a pacientes com transtornos mentais. Conclusão: Foi possível notar que a importância da enfermagem na assistência prestada a pacientes com transtornos mentais é de suma importância, no entanto, são inúmeras as limitações que esse profissional pode encontrar, seja uma falta de qualificação, escassez de verba ou até mesmo um autocuidado posto de lado, nota-se então, que há a necessidade de ampliação do saber, e melhorias a serem realizadas no âmbito assistencial.

Palavras-chaves: Ansiedade; Depressão, Assistência de enfermagem.

ABSTRACT

Introduction: The 21st century is marked by mental illnesses such as anxiety and depression, and it is possible to notice the increase in the incidence of people developing these pathologies, whether due to environmental, socioeconomic, or genetic factors. That being said, the Nurse as a health agent, has the role of promoting, encouraging, monitoring, and providing the necessary assistance to the patient, taking into account the difficulties they may encounter. Methods: This is a review of literature available in the VHL databases – SciELO, LILACS – for which the keywords used were: Anxiety; Depression, and Nursing Care. The selected articles correspond to the period of 10 years. Results: The data collection resulted in 7 articles which were based on: Challenges encountered by the nursing professional in the care of patients with mental disorders. Conclusion: It was possible to note that the importance of nursing in the care provided to patients with mental disorders is of paramount importance, however, there are numerous limitations that this professional may encounter, whether it is a lack of qualification, lack of funds or even neglected self-care. It is noted then, that there is a need to expand knowledge and improvements to be made in the scope of care.

Keywords: Anxiety; Depression; Nursing care.

1. INTRODUÇÃO

A ansiedade tem por definição um estimulo de autopreservação natural, que motiva o indivíduo a ter uma reação para alcançar metas e se manter ativo. Entretanto, precisa existir em baixos níveis no organismo pois ao contrário, tem potencial para ser patológico, e assim, acarretar prejuízos e danos a qualidade de vida e saúde mental do ser humano (Paixão, et al.,2021).

Já a Depressão, vista como um problema de saúde pública, e é caracterizada por alterações diversas de humor, desinteresse pelas atividades mais diárias e comuns do dia a dia e dificuldade cognitiva advinda do padrão de sono irregular por ela causado (Paixão et al.,2021).

Os distúrbios relacionados a ansiedade e depressão estão interligados às mudanças que afetam os campos cultural e econômico, seguidas da imposição da tecnologia moderna e de uma sociedade cada vez mais competitiva, principalmente entre os jovens que se encontram no período de transição entre o final da adolescência e o início da vida adulta, caracterizam-se por características importantes que os alunos psicossociais devem enfrentar com várias mudanças desafiadoras (MOURA et al., 2021).

A prevalência dessas patologias é preocupante não só nos países subdesenvolvidos, mas também em países emergentes como o Brasil, o fenômeno do aumento do número de pessoas desenvolveu depressão e ansiedade. É grande a importância a prevenção dessas, visto que apresentam grandes consequências psicológicas e podendo desencadear problemas físicos a partir desses (BRASIL, 2020).

As principais causas da ansiedade e depressão está relacionada a fatores como: o isolamento social, estresse, questões psicológicas e familiares. O ambiente familiar é um fator decisivo nos hábitos diários saudáveis. A orientação do enfermeiro quanto a identificação precoce de uma possível evolução para a patologia é essencial para a prevenção da mesma. Pois, quando diagnosticada precocemente o quadro de evolução do paciente pode ser revertido de forma mais rápida e eficaz, assim prevenindo agravos maiores a saúde. As alterações psicológicas causadas pela depressão e ansiedade influenciam na vida do indivíduo, gerando tristeza, nervosismo, sentimento de inferioridade, solidão, ataques de pânico, insônia, transtornos alimentares e esses transtornos comprometem a qualidade de vida e a socialização do indivíduo (OPAS/OMS, 2020).

O referencial bibliográfico utilizado para compor este estudo foi selecionado de forma criteriosa, sendo escolhidos apenas aqueles que foram publicados nos últimos dez anos e disponíveis na integra para leitura. O desenvolvimento do projeto foi dividido em cinco capítulos, onde cada capítulo corresponde a um dos os objetivos específicos apresentado.

Diante da importância da assistência do enfermeiro frente a essas patologias, a pergunta que norteou este trabalho foi: Como o enfermeiro pode atuar na assistência para o combate a depressão e ansiedade?

1.1. OBJETIVO GERAL

Identificar, por meio da literatura, medidas aplicadas por enfermeiros na prevenção da depressão e ansiedade, abordando as peculiaridades de cada uma e seus impactos na sociedade.

1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS OU SECUNDÁRIO

Apresentar a incidência epidemiológica da depressão e ansiedade;

Abordar acerca da prevenção da Depressão e Ansiedade;

Descrever quais são os possíveis fatores que contribuem para o desenvolvimento da ansiedade e depressão, e das possíveis patologias desenvolvidas a partir destas;

Apresentar as atribuições do enfermeiro referentes ao combate da ansiedade e depressão.

2.3 JUSTIFICATIVA

Diante da problemática exposta e dos artigos pesquisados e analisados foi notório que os métodos e meios de prevenção para o surgimento de doenças psicológicas ainda são escassos, ainda mais quando damos ênfase na ansiedade e depressão, patologias que são consideradas o mal do século.

Assim sendo, podemos observar que essa problemática decorre de vários fatores sejam das mudanças de hábitos diário de vida, incluindo isolamento social a também apreensão, falta de vontade de viver, sentimento de insuficiência, condições bio e socioeconômicas.

 Considerando o enfermeiro o atuante principal na saúde pública seu papel frente ao combate dessas patologias então deve ser o de incentivar, ajudar, esclarecer a respeito da mesma em suas consultas, abranger em palestras, tentar expor de todas as formas para que as famílias identifiquem e possam tratar o quanto antes.

1.3 HIPÓTESES

Compreende-se como cuidado assistencial de enfermagem, um cuidado holístico e profissional baseado em um conjunto de ações que possam garantir um bom desempenho para todos profissionais, e seja no âmbito público ou privado, se faz necessária a participação desses profissionais no acompanhamento de pacientes com transtornos mentais. Portanto, podemos dizer que é cabível a esse profissional promover ações de saúde, palestras, mantendo uma busca ativa na comunidade e também assegurar-se de caucionar uma educação continuada para si e equipe multiprofissional

No entanto, é possível notar que não é tarefa fácil abordar transtornos mentais e prestar o devido cuidado em virtude das diversas limitações que podem vir a surgir no dia a dia, e mesmo assim o enfermeiro deve prestar sua assistência pautado nos direitos e deveres do SUS.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. INCIDÊNCIA EPIDEMIOLÓGICA.

A ansiedade é definida na CID-11 como um estado de apreensão ou antecipação de eventos que podem vir a ser desfavoráveis no futuro e de perigos possíveis ou não, geralmente acompanhado por um sentimento de desconforto, preocupação, ou sintomas característicos de tensão. Considera-se então, ansiedade patológica quando passa a resultar em sofrimento ou prejuízo funcional importantes (FROTA et al., 2022).

A síndrome ansiosa é constituída por sinais e sintomas, que normalmente são subdivididos em dois grupos: os subjetivos e objetivos. Em primeiro lugar quando falamos dos subjetivos, são os sentidos como experiência psicológica, incluem os temores a coisas do cotidiano, estressantes emocionais, a excessividade conhecida como despersonalização etc. Já os objetivos, ou somáticos, englobam, tudo aquilo que é mais físico como dores abdominais, vertigem, náuseas, palpitações em membros, boca seca (FROTA et al., 2022).

Segundo Costa (2017) os transtornos de ansiedade têm aumentado visivelmente, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgada em fevereiro de 2017 os distúrbios relacionados ansiedade afetam 9,3% (18.657.943) das pessoas que vivem no Brasil, tendo em vista que a ansiedade é o mal do último século, principalmente a relevantes transformações ocorridas no âmbito cultural e econômico, seguido por imposições de uma sociedade moderna tecnológica e cada vez mais competitiva, principalmente entre os jovens.

No que tange a Depressão, é marcada pela presença de tristeza, anedonia, sentimento de culpa, falta de autoestima, alterações no sono e no apetite, falta de concentração e cansaço (JUNIOR et al., 2020).

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS Brasil) vem a ser um tipo de transtorno mental comum, onde sua maior prevalência está em mulheres, acometendo até então 300 milhões de pessoas no mundo (OPAS/OMS Brasil, 2018).

No Brasil quando falamos de depressão, foi tido como o transtorno mental que mais gerou afastamento do trabalho, representando o pagamento de 64.076 benefícios pela previdência social no período de janeiro a dezembro de 2017, o que representa mais de 3% de todos afastamentos subsidiados pela previdência (BRASIL, 2018).

De acordo com National Institute of Mental Health, depressão não só é uma doença real, como também necessita de tratamento, e atinge indivíduos de todas as idades, e não deve ser considerada em nenhuma hipótese como fraqueza ou falha de caráter e sim como um transtorno comum capaz de afetar a todos (BALEOTTI; MARIA,2018).

Segundo IBGE (2020), qua­ndo voltamos nossa atenção para os índices de prevalência da depressão no Brasil, observamos que as regiões urbanas possuem maior índice contabilizando 10%, enquanto as áreas rurais o índice é de 7,7%, e de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em uma pesquisa realizada no ano de 2020 a região Sudeste lidera o ranking de adultos diagnosticados com depressão, enquanto a região norte fica em último lugar como representado na tabela a seguir:

Tabela 1- Incidências de Depressão por Região

RegiãoAnoPorcentagem
Sul202015,2%
Sudeste202011,5%
Centro-Oeste202010,4%
Nordeste20206,9%
Norte20205%
Fonte: adaptado IBGE (2020).

Quanto a prevalência dos casos de depressão por gênero, foi possível notar que há um maior índice de casos por sexo feminino do que o sexo masculino, e suas causas podem ser fatores socio e bio sociais e econômicos também (IBGE, 2020).

Gráfico 1 – Prevalência de depressão por sexo

Fonte: adaptado IBGE (2020).

Quando voltamos nossa atenção para ansiedade, é notório que os índices no país também são altos, segundo a Organização Mundial da Saúde, o Brasil possui o maior número de pessoas ansiosas se comparado aos outros países. Em estudo realizado no ano de 2019 concluiu-se que mais de 18,6 milhões de brasileiros sofrem algum transtorno de ansiedade (RENNÓ, 2021).

O referente estudo aponta também que o sexo feminino mais uma vez é o mais afetado assim como na depressão, como mostrado no gráfico abaixo;

Gráfico 2 – Prevalência de Ansiedade por sexo

       Fonte: adaptado OMS (2019).

Mulheres em geral vivem em estado de constante vigilância, não conseguem dormir como deveriam e tudo isso vem a ser agregado a estressores mais voltados ao universo feminino, e quando associados a fatores genéticos há as oscilações hormonais que contribuem ainda mais para o desenvolvimento dessa patologia, no Brasil, estudos apontam que as mulheres tiverem ao longo da vida menos acesso a escolaridade, são mais preocupadas com a saúde, vivem uma intensa vida diária e tudo isso pode vir a contribuir (BARROS et al., 2020).

2.2. PREVENÇÃO DA ANSIEDADE E DEPRESSÃO

As ações preventivas objetivam o aumento nas formas de proteção, e auxilio na diminuição dos riscos do surgimento de algumas problemáticas e quando falamos em prevenção, é possível classifica-la em: Prevenção primaria, que visa a promoção de saúde para evitar o desenvolvimento da patologia; prevenção secundaria, que diz a respeito do diagnóstico e a terciaria voltada para reabilitar o paciente que já foi diagnosticado (PAVOSKI, et al. 2018).

É possível também usar a atividade física como um meio preventivo a depressão, e acerca disso tanto o senso comum como estudos científicos, apontam que a atividade física se mostra eficaz na redução de sintomas da depressão, melhorando de maneira geral o estado de humor impactando, portanto, de maneira positiva tanto na saúde física quanto na saúde psicológica. No entanto, atividade física pode contribuir como um processo paliativo, mas não atuara como um excludente das terapias convencionais, mas que trará mais eficiência e segurança do que o uso de medicamentos, que muitas vezes gera efeitos adversos e traz um alto custo aos pacientes (ANIBAL; ROMANO,2017).

Devido à alta incidência e prevalência da doença, os principais métodos de tratamento são medicamentosos e psicoterápicos. O uso dessas drogas é motivo de grande preocupação, pois podem levar à dependência química, física e psicológica, principalmente ao abuso de longa duração. Nesse caso, muitas discussões são realizadas no âmbito da prática de enfermagem para mudar o foco do tratamento e da assistência medicamentosa, o que pode ser alcançado por meio da utilização de terapias complementares (CARDOSO, 2019).

Se levarmos adiante a substituição de medicamentos para outras modalidades psicoterápicas, os pacientes que sofrem de transtornos mentais podem se beneficiarem de terapias complementares, a exemplo da musicoterapia, para tratamento de sintomas desagradáveis uma vez que a musicoterapia está baseada na Classificação de Intervenções de Enfermagem (NIC) como intervenção que auxilia em mudanças no comportamento, resultando em alívio desses sintomas. A musicoterapia tem a função de atuar em áreas em que medicamentos não têm eficácia esperada (JUNIOR et al., 2020).

O Ministério da Saúde incentiva a aplicabilidade da terapia de grupo por ser uma abordagem inovadora e utilizada como método complementar para o tratamento de pacientes com transtornos mentais, principalmente aqueles com sintomas de ansiedade e depressão (IBIAPINA, 2018).

2.3. POSSIVEIS FATORES QUE CONTRIBUEM PARA O DESENVOLVIMENTO DA ANSIEDADE E DEPRESSÃO.

A causa da Ansiedade e depressão não são totalmente compreendidas embora estudos apontem que podem ser o resultado de uma combinação de fatores genéticos, biológicos e ambientais. Na depressão, há um desequilíbrio químico no cérebro, o que indica que a depressão é uma doença orgânica, não uma doença mental, através de avanços científicos foi possível notar a existência de alterações em certas substancias cerebrais como: neurotransmissores, serotonina, noradrenalina ou dopamina (GUSMÃO et al., 2017).

Após tratamento psicoterápico esses desequilíbrios químicos cerebrais nos pacientes com depressão geralmente desaparecem, mesmo quando o paciente não faz uso de medicamentos para corrigir esses distúrbios. O que nos sugere que o desequilíbrio químico viria a ser uma resposta do organismo à depressão psicológica e não uma causa totalmente orgânica e somente (BRASIL, 2020).

A depressão é um transtorno comum, mas sério, que interfere na vida diária, capacidade de trabalhar, dormir, estudar, comer e aproveitar a vida. É causada por uma combinação de fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos. Algumas pesquisas genéticas indicam que o risco de depressão resulta da influência de vários genes que atuam em conjunto com fatores ambientais ou outros. Alguns tipos de depressão tendem a ocorrer em famílias. No entanto, a depressão também pode ocorrer em pessoas sem histórico familiar do transtorno. Nem todas as pessoas com transtornos depressivos apresentam os mesmos sintomas (OMS, 2020).

Certos tipos de depressão afetam membros de uma mesma família, o que indica a possibilidade de suscetibilidade genética. Esse parece ser o caso do chamado transtorno bipolar e, em menor grau, da depressão maior. É importante notar que nem todas as pessoas que se enquadram no fator genético ​​terão essa doença. Outros fatores, o chamado ambiente, como estresse, e outros fatores psicológicos também parecem estar relacionados à doença, e cada um desses fatores estão pautados no DSM-5 (RIBEIRO, 2016).

No entanto, estudos mais recentes apontam que o índice maior de depressão parece existir na família, geração após geração, mas a frequência não indica uma causa orgânica. Além do mais, essa patologia também ocorre em pessoas sem histórico familiar algum de depressão. Portanto, embora existam alguns fatores biológicos que induzem a depressão, é nitidamente um distúrbio psicológico (OPAS/OMS, 2020).

São inúmeros os fatores que parecem ter um papel na probabilidade de desenvolvimento de depressão e ansiedade. Um deles é o psicológico e provavelmente, esse fator é o principal responsável por outras formas de transtornos mentais, uma vez que nosso consciente está suscetível a estímulos diversos (BRASIL, 2020).

Outro ponto muito importante vem a ser a maneira com que as pessoas com baixa autoestima veem o mundo e a si mesmas, que muitas vezes é com pessimismo ou que são mais facilmente arrebatadas pelo estresse, logo, estão mais propensas ao desenvolvimento de problemas mentais. Os profissionais da psicologia frequentemente representam fatores de aprendizado social, como sendo significativos no desenvolvimento da depressão, bem como outros fatores psicológicos (PENA, 2018).

No que tange o âmbito familiar como fator de desenvolvimento, algumas pessoas aprendem maneiras bem adaptadas e inadequadas de lidar com estresse e responder aos problemas encontrados no ambiente familiar, na escola e em ambientes sociais e profissionais. Se unirmos, esses fatores relacionados ao ambiente, influenciam o desenvolvimento psicológico e em como as pessoas tentam resolver seus problemas, à medida em que eles surgem. Com isso, aprendizagem social também explica por que os problemas parecem ocorrer mais, muitas vezes em membros do mesmo (FIOCRUZ,2020).

Já a ansiedade, Segundo Silva e Filho (2013), possui diversos fatores de desenvolvimento e apresenta etiologia multifatorial, destacando-se, didaticamente, a etiologia genética, neurobiológica, psicológica e ambiental. Sobre os fatores genéticos, não existem evidências de um gene específico associado à ansiedade, mas há indícios de que as contribuições de diversos genes parecem se somar para determinar uma vulnerabilidade biológica para o desenvolvimento de um transtorno ansioso.

As situações psicossociais e estressantes por quais um ser humano pode passar são definidas como fatores ambientais, situações como relacionamentos interpessoais, o histórico clinico de um ser humano; doenças pregressas e internações e um fator contribuinte. Violências e abusos, o uso ou até mesmo a abstinência de drogas, entre outros fatores também podem contribuir para o desenvolvimento da ansiedade (SILVA; FILHO, 2013).

Estudo realizado em 2017 aponta a internação como um alto potencial para os desenvolvimentos de transtornos mentais, pois, esses pacientes presenciam diariamente óbitos, há a ausência de seus familiares pois ele é repentinamente retirado do ambiente em que está inserido, da sua rotina diária. Outro ponto é a quantidade de dias de internação que também influencia como um fator estressor e por últimos fatores fisiológicos como a imobilização (LANA, 2017).

2.4 CATEGORIAS DAS POSSIVEIS PATOLOGIAS DESENVOLVIDAS ATRAVES DA DEPRESSÃO E ANSIEDADE.

A sigla DSM-5 significa: “Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders”, que traduzido para o português fica: “Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, vem a ser um manual com o objetivo de ser um guia funcional, prático e flexível que apresenta características e sintomas dos transtornos mentais, e a partir deste podemos categorizar cada transtorno e suas peculiaridades (ARAUJO, 2013).

De acordo com DSM-5, a depressão é caracterizada por um grau de tristeza muito grave ou persistente, podendo acabar interferindo no dia a dia da pessoa, diminuindo o seu interesse ou prazer em suas atividades diárias e pode se dividir em várias categorias como:

Tabela 2 – Transtornos de depressão

Transtornos disruptivos de humorA característica central do transtorno disruptivo da desregulação do humor é a irritabilidade crônica grave.
Transtorno depressivo maiorA característica essencial de um episódio depressivo maior é um período de pelo menos duas semanas durante as quais há um humor depressivo ou perda de interesse ou prazer em quase todas as atividades.
Transtorno Depressivo Persistente (Distimia)A característica essencial é um humor depressivo que ocorre na maior parte do dia.. por pelo menos dois anos, ou por pelo menos um ano para crianças e adolescentes.
Transtorno Disfórico Pré-menstrualAs características essenciais do transtorno disfórico pré-menstrual são a expressão de labilidade do humor, irritabilidade, disforia e sintomas de ansiedade que ocorrem repetidamente durante a fase pré-menstrual.
Transtorno Depressivo Induzido por Substância/Medicamento  As características diagnósticas do transtorno depressivo induzido por substância/medicamento incluem os sintomas de um transtorno depressivo, entretanto, abstinência está associada a ingestão, injeção ou inalação de uma substância.
Transtorno Depressivo Devido a Outra Condição MédicaA característica essencial do transtorno depressivo devido a outra condição médica é um período persistente de humor deprimido ou de diminuição acentuada de interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades.
Fonte: adaptado DSM-5 (2022)

Quanto a ansiedade, incluem transtornos que partilham particularidades de medo e ansiedade desacerbados acompanhados perturbações comportamentais relacionados. Medo é a resposta emocional a ameaça iminente real ou percebida, enquanto ansiedade é a antecipação de ameaça futura (APA, 2014).

Dito isto, o DSM-5 também traz consigo definições acerca da ansiedade e de seus transtornos relacionados, pois cada um deles podem vir a ter diferentes tipos de indução e características, tais como:

Tabela 3 – Transtornos de Ansiedade

Transtorno de Ansiedade de SeparaçãoA característica essencial do transtorno de ansiedade de separação é o medo ou a ansiedade excessiva envolvendo a separação de casa ou de figuras de apego.
Mutismo SeletivoAo se encontrarem com outros indivíduos em interações sociais, as crianças com mutismo seletivo não iniciam a conversa ou respondem reciprocamente quando os outros falam com elas.
Fobia EspecíficaUma característica essencial desse transtorno é que o medo ou ansiedade está circunscrito à presença de uma situação ou objeto particular, que pode ser denominado estímulo fóbico.
Transtorno de Ansiedade Social (Fobia Social)A característica essencial do transtorno de ansiedade social é um medo ou ansiedade acentuados ou intensos de situações sociais nas quais o indivíduo pode ser avaliado pelos outros.
Transtorno de PânicoTranstorno de pânico se refere a ataques de pânico inesperados recorrentes. Um ataque de pânico é um surto abrupto de medo ou desconforto intenso.
AgorafobiaA característica essencial da agorafobia é o medo ou ansiedade acentuado ou intenso desencadeado pela exposição real ou prevista a diversas situações
Transtorno de Ansiedade GeneralizadaAs características essenciais do transtorno de ansiedade generalizada são ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva) acerca de diversos eventos ou atividades.
Transtorno de Ansiedade Induzido por Substância/MedicamentoAs características essenciais do transtorno de ansiedade induzido por substância/medicamento são sintomas proeminentes de pânico ou ansiedade que são considerados como decorrentes dos efeitos de uma substância
Transtorno de Ansiedade Devido a Outra Condição MédicaA característica essencial do transtorno de ansiedade devido a outra condição médica é uma ansiedade clinicamente significativa que pode ser mais bem explicada como um efeito fisiológico direto de outra condição médica.
Específicos e não específicos Esta categoria aplica-se a apresentações em que sintomas característicos de um transtorno de ansiedade, mas não satisfazem todos os critérios para qualquer transtorno na classe diagnóstica dos transtornos de ansiedade.
Fonte: adaptado DSM-5 (2022).

Lembrando que cada uma destas condições está pautada no DSM-5, e aborda desde as suas características, prevalência, desenvolvimento, fatores de risco entre outras, tudo para auxiliar os profissionais a chegarem no melhor diagnostico possível para cada paciente com transtorno mental, e tornar universal a assistência a ser prestada, onde todos os profissionais falarão a mesma linguagem (APA, 2014).

2.5. ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE AO COMBATE DA EVOLUÇÃO DA ANSIEDADE E DEPRESSÃO.

A literatura científica nos dá a possibilidade de indeferir diversas sugestões e também soluções acerca de todos os desafios encontrados ao lidar com PTM, mesmo aqueles que não foram citados, No entanto, assegurar a integridade da ciência e do paciente, gerar informações a fim de propor avanços, incentivar pesquisas em prol da saúde de todos é de grande valor (SCHMIDT et al., 2020).

Desde a promulgação da Lei nº 10.216/01, que tem por objetivos a redução do número de pacientes internados e do tempo de internação, além de propor a participação das famílias e da comunidade na assistência em saúde mental, houve uma  importante mudança no Sistema de Saúde do País caracterizado por um cenário privilegiado para implementação de transformações significativas das práticas e saberes na área de saúde mental, de modo que a família passa a ser vista, como elo no tratamento das pessoas, ou seja, com o auxílio da ESF o profissional pode inserir a família na assistência prestada (PANDINI et al., 2011).

O trabalho em equipe é primordial, seja nas redes de colaboração ou dentro de um âmbito hospitalar ou de AB, afim de propagar informação e troca de saberes com o propósito de construir soluções eficaz para o futuro próximo. Com maior ênfase na área de saúde mental, parte dessas soluções somente será possível ao conciliar a capacidade técnica dos profissionais com a tecnologia, construir um elo multiprofissional para compartilhamento de informação através de pesquisas em beneficio comum pode ser uma herança positiva para uma assistência humanizada e qualificada que tanto se discute (FIOCRUZ, 2020).

Baseado nisso é necessário a realização de intervenções psicológicas, a fim de reduzir impactos negativos e promover a saúde mental durante toda a vida do indivíduo (SCHMIDT et al., 2020).

Ressalta-se, no entanto, que o papel do enfermeiro não é o de diagnosticar, ou até mesmo prescrever medicamentos, e sim de prestar assistência necessária com base na qualidade de vida do indivíduo, buscando sempre atuar em novos modelos de atenção (MOURA, 2022).

Uma vez que o enfermeiro tem o papel social de agente de saúde humanizado, é de suma importância que sua assistência seja acolhedora afim de respeitar o psicótico de cada paciente, vendo além de um sintoma a ser debelado, mas como um ser humano que necessita de cuidados específicos e holísticos, ou seja, a equipe de enfermagem deve se sensibilizar quanto a necessidade humana (OLIVEIRA; MARQUES; SILVA, 2020).

A importância de tratamentos psicológicos ou psiquiátricos à população é essencial, uma vez que, uma sociedade saudável possa contribuir muito mais para a constituição, o cuidado em saúde mental favorece a atuação do profissional no seu local de trabalho, favorece um bom convívio social e profissional (PENA, 2018).

O enfermeiro é o profissional considerado agente terapêutico, onde o relacionamento que se forma entre cliente e profissional é à base dessa terapia. O objetivo principal deste profissional é baseado em proporcionar qualidade de vida ao indivíduo com doença mental, além de auxiliar no diagnóstico clínico do mesmo, então além das habilidades praticas, necessita-se também de uma boa relação com o paciente para que seja posto em pratica toda e qualquer intervenção necessária, visando o sucesso do serviço prestado (GUILLAND et al., 2021).

Ademais, a falta de conhecimento também é um aspecto que contribui negativamente para a recuperação do paciente e sua reinserção na sociedade, e é nesse sentido que o profissional de enfermagem deve ter atenção, mantendo constantemente uma educação continuada, buscando trazer conhecimento para si e para outros profissionais de saúde (GUILLAND et al., 2021).

3. METODOLOGIA

3.1. TIPO DE ESTUDO

O tipo de estudo a ser realizado será de uma pesquisa de Revisão de Literatura de caráter descritiva e qualitativa. É definida como o tipo de pesquisa que é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos e se caracteriza como uma análise aprofundada sobre o tema. Portando, todos os artigos utilizados estão diretamente ligados com a pergunta norteadora desta literatura, ademais, para a conclusão deste trabalho algumas etapas devem ser seguidas com essa metodologia de estudo tais como 1) formulação do problema, 2) coleta de dados ou definições sobre a busca da literatura, 3) avaliação dos dados, 4) análise dos dados e 5) apresentação e interpretação dos resultados.

3.2. COLETA DE DADOS

Foram utilizados e pesquisados artigos científicos, dissertações e manuais relacionados com o tema. As buscas dos materiais se deram através das pesquisas nas seguintes bases de dados, Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana, Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Biblioteca Virtual em Saúde. O período dos materiais do estudo foi de trabalhos publicados nos últimos 10 anos, e para as buscas foram utilizados os descritores:ansiedade; depressão; e assistência de enfermagem”.

3.3   CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

3.3.1 Critério de Inclusão

Dessa forma, os critérios de inclusão da pesquisa foram artigos publicados no período 2012 a 2022, indexados nas bases de dados selecionadas e escritos em português.

3.3.2 Critério de Exclusão

 E os critérios de exclusão foram os trabalhos de teses, dissertações e artigos em que a temática não foi pertinente ao tema do estudo.

4. RESULTADOS

Foram encontrados 331 artigos a partir da busca dos descritores. Desse total, foram encontrados 100 na LILACS, 231 SCIELO. No entanto, usando os critérios de exclusão e inclusão e ilegibilidade somente 7 foram utilizados nesta revisão conforme ilustrado a seguir.

Tabela 4 – Fluxograma do número de artigos encontrados e selecionados após os critérios

Tabela 5 – Categorização dos artigos utilizados para compor amostras dos resultados (n=7).

                   TÍTULOAUTOR/ANOBASE DE    DADOSPERÍODICO
Depressão: pontos de vista e conhecimento de enfermeiros da rede básica de saúde.Costa, Antonia et al. 2017.Scielo.Revista Latino Americana de Enfermagem.
O Papel do Enfermeiro acerca dos usuários depressivos na unidade básica de saúde.RODRIGUES et al.  2021.LILACS.Brazilian  Journal of Developmet.
Relação entre trabalho e depressão na equipe de Enfermagem.Vieira, Mayara et al. 2017.LILACS.Revista ensaios Pioneiros.
Cuidados de Enfermagem à pessoas com depressão.Lima, Jean. 2017.ScieloRevista cientifica Falsete.
Cuidados de Enfermagem frente ao transtorno de ansiedade.Oliveira et al. 2020.ScieloRevista das ciências de saúde e ciências aplicadas do oeste Baiano-HIGIA.
Transtornos mentais associados ao trabalho em profissionais de enfermagem.Fernandes et al. 2018.LILACS.Revista brasileira Med Trab.
Qualidade de vida dos profissionais de Enfermagem.Andrade et al. 2018.LILACS.Revista Inic Cient.
Fonte: Elaborado pelas autoras (2022).

5. DISCUSSÃO

 Após análise da literatura desenvolvida, e do levantamento de dados, é notório como há um crescimento constante de desenvolvimento de doenças mentais com ênfase na ansiedade e depressão, suas causas podem ser diversas e cada uma delas causa um malefício ao indivíduo, dito isto, a assistência de enfermagem se torna cada vez mais necessária uma vez que o enfermeiro está cada vez mais presente na saúde pública. No entanto, a assistência prestada não é eficaz e com a qualidade necessária pois inúmeros são os obstáculos enfrentados na hora de prestar esse serviço em saúde.

5.1. DESAFIOS ENCONTRADOS PELO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA A PACIENTES COM TRANSTORNOS MENTAIS.

Em relação aos custos sociais da ansiedade e depressão, mesmo no Brasil que possui um sistema público de saúde com cobertura universal, os transtornos mentais foram associados a um aumento modesto dos gastos de saúde, principalmente com a medicação, trazendo um gasto social que pode não ser bem visto economicamente tornando o atendimento defasado (OLIVEIRA et al, 2020).

E quando falamos do SUS, englobamos também a UBS, que é a porta de entrada da saúde no brasil e tem consigo profissionais de enfermagem em constante contato com pacientes com transtornos mentais através da ESF, ainda assim, a assistência prestada causa insegurança por dividir opiniões quanto a qualidade da assistência prestada, uma vez que há uma dificuldade no acolhimento por conta da falta de capacidade teórica e cientifica desses profissionais (RODRIGUES et al, 2021).

Uma vez que no momento da assistência de enfermagem, a influência mútua entre o enfermeiro e paciente é relevante, tudo ali dependerá das qualidades próprias de cada um, onde o enfermeiro necessitará empregar sua captação e habilidade para discorrer bem com o paciente, e este mais positividade para suportar circunstâncias complexas e de estresse (RODRIGUES et al., 2021).

Tendo-se em vista que a qualificação da assistência prestada é influenciada pelos aspectos microssociais que acontecem nos processos de produção do cuidado, deve-se buscar apostas em encontros singulares no fazer/saber das equipes de saúde mental, afim de garantir uma educação continuada, mas nem sempre é isso que acontece nas equipes multiprofissionais, tornando essa troca de saberes ainda mais utópica e trazendo lacunas ao serviço prestado (OLIVEIRA et al., 2020).

Ou seja, a falta de conhecimento também é um aspecto que contribui negativamente para a recuperação do paciente tornando difícil a assistência, mas esse desinteresse não advém apenas do sistema de saúde e do receio econômico e sim dos próprios profissionais pois a maior parte não apresenta conhecimento suficiente, e esse déficit muitas vezes vem desde a graduação, seja por falta de cursos preparatórios ou por serem instruídos a terem um pensamento baseado no tradicionalismo hospitalocêntrico (LIMA, 2017).

Em outras palavras, o ensino de enfermagem deixa a desejar pois ainda não incorporou uma nova filosofia baseada na Reforma Psiquiátrica que se baseia na substituição dos manicômios por iniciativas sociais, culturais que propõe modificar os conceitos quanto as pessoas com transtornos mentais,  e os seus trabalhadores que atuam nas redes de atenção não foram devidamente atualizados, e assim se faz necessário o envolvimento de todos os segmentos da enfermagem, seja ele ensino, assistência e pesquisa, afim de desenvolver uma pratica terapêutica eficaz (COSTA et al., 2017).

No que se refere aos aspectos dos próprios profissionais de enfermagem, nenhum desses leques de opções para uma assistência poderá ser devidamente executada se os agentes em saúde também não estiverem mentalmente aptos para trabalhar, e segundo pesquisa realizada no Brasil em 2016, mais de 70% de profissionais foram afastados em detrimento de problemas mentais (ANDRADE et al., 2018).

A saúde mental associada ao trabalho (SMAT) vem discutindo a relação entre transtornos mentais e o trabalho, em particular a associação entre TM e o trabalho dos profissionais de saúde, transtornos esses que decorrem de diversas causas. Algumas delas são a elevada carga de trabalho, baixa remuneração, trabalhar em mais de um estabelecimento, contratos que não dão estabilidade e segurança, tudo isso pode corresponder a um possível transtorno ao longo da vida (FERNANDES et al., 2018).

Na área de saúde o resultado do trabalho faz parte da sua própria performance e deveria deixar o profissional satisfeito. Entretanto, não é isso que acontece, pois infelizmente o modelo de saúde no Brasil apresenta graves distorções, fazendo com que o profissional não consiga vir a oferecer à população um serviço de qualidade, e diante dessa situação, sobre a qual não tem controle, o profissional se desmotiva e muitas vezes passa a trabalhar apenas com o intuito de sobreviver (ANDRADE et al., 2018).

A depreciação profissional e a falta de autonomia podem corroborar para um sentimento de insuficiência e má qualidade no serviço prestado, uma vez que a autonomia para fazer escolhas e tomar decisões é o que torna o enfermeiro um bom agente em saúde (VIEIRA et al., 2019).

Portanto, é nítida a necessidade de olharmos para profissionais de saúde como pessoas sujeitas a desenvolverem transtornos e que para fornecer uma boa assistência precisara se colocar em primeiro lugar, dando ênfase ao auto cuidado (VIEIRA et al., 2019).

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo objetivou identificar, por meio de literatura, medidas aplicadas por enfermeiros na prevenção da depressão e ansiedade, abordando suas peculiaridades, impactos e maneiras de combate. Os textos analisados demonstram a importância da prevenção dessas patologias assim como o tratamento psicológico ou psiquiátrico à população é essencial, uma vez que, em uma sociedade saudável, há a possibilidade de contribuir para a constituição, e o cuidado em saúde mental é muito maior e favorece a atuação do profissional.

Todos os relatos científicos têm reforçado o papel da família e do enfermeiro no sentido de prevenir e tratar essas comorbidades. Baseado nisso é necessário a realização de intervenções psicológicas, a fim de reduzir impactos negativos e promover a saúde mental durante toda a vida do indivíduo. Uma das responsabilidades do enfermeiro é conscientizar a sociedade sobre a importância da prevenção ou até mesmo de um tratamento precoce e isso pode ocorrer através de palestras nas Unidades de saúde e visitas em locais públicos.

Desta forma, este trabalho é de extrema importância no sentido de demonstrar a contribuição dos profissionais da Saúde a pessoas que sofrem com ansiedade e depressão por meio de cuidados especiais na prevenção e no tratamento dessas, mostrando a importância de um cuidado, de uma atenção, do carinho familiar, em consultas de rotina.

Ao enfermeiro cabe ainda levar sua atuação a toda a sociedade, contribuindo para impedir a evolução de casos já diagnosticados e melhorando o prognóstico desses pacientes, seja por meio de palestras, ações, incentivo a pesquisas e reuniões multiprofissionais, afim de traçar boas intervenções e prognósticos.

E quanto a qualidade da assistência, ainda há muito a ser trabalhado pois os desafios são diversos, desde as questões culturais, ensino defasado, falta de qualificação, até mesmo esgotamento profissional. Portanto, é de suma importância manter uma educação continuada, inserir familiares por meio da ESF, unir a equipe multiprofissional e o mais importante, assegurar que esses profissionais não deixem de lado o auto cuidado, pois apenas alinhando todas essas esferas será possível trazer uma boa assistência de enfermagem.

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