O PAPEL DA NUTRIÇÃO NO AUXÍLIO DA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE  TRANSTORNOS ALIMENTARES 

THE ROLE OF NUTRITION IN HELPING THE PREVENTION AND TREATMENT  OF EATING DISORDERS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8368633


Caroline Formoso da Silva 1 
Fabíola Cristina Barbosa Marinho1 
Lillian Tavares de Lima2
 Ronildo Oliveira Figueiredo2


RESUMO 

Os transtornos alimentares (TA´s) são distúrbios severos decorrentes dos maus  hábitos alimentares, correlacionados a comportamentos compulsivos e emocionais  devido à falta de aceitação do seu corpo atual. Os TA´s acometem qualquer indivíduo  independente de educação, gênero, classe social ou idade. Apesar desses transtornos apresentarem características em comum, os mais conhecidos e  frequentes são a anorexia e a bulimia. Nesse contexto, o presente artigo tem como  objetivo, verificar a importância do tratamento nutricional para os indivíduos que  apresentam comportamentos alimentares compulsivos, contribuindo para o equilíbrio  do funcionamento do corpo e mente em quadros de TA. No que se refere à metodologia, optou-se por um estudo de revisão sistemática. Durante o  desenvolvimento do trabalho, constatou-se a necessidade de alertar a sociedade  quanto a importância do tratamento nutricional e clínico em casos de TA, contribuindo  para o equilíbrio do funcionamento do corpo, tendo uma aceitação e consequentemente uma vida saudável. Também foi verificado que o tratamento pode  variar de acordo com cada transtorno e o nutricionista junto com a equipe multidisciplinar, são os profissionais capacitados a identificar, compreender, auxiliar e orientar os indivíduos que estão propícios a desencadear esses distúrbios e que eles  compreendam que o sentimento de culpa não deve se transformar compulsão. 

Palavras-chave: Nutrição, Transtornos alimentares, Prevenção, Tratamento

ABSTRACT 

Eating disorders (EDs) are severe disorders resulting from poor eating habits,  correlated with compulsive and emotional behaviour due to a lack of acceptance of  one’s current body. EDs affect any individual regardless of education, gender, social  class or age. Although these disorders have common characteristics, the most frequent ones are anorexia and bulimia. In this context, the goal of this article is to  show the importance of nutritional treatment for individuals who display compulsive  eating behaviours, helping them to balance the functions of body and mind in cases of  ED. In terms of methodology, we opted for a systematic review study. During the  course of the study, we realised the need to alert society about the importance of  nutritional and clinical treatment in cases of ED, contributing to a balance in the  functioning of the body, acceptance and, consequently, promoting a healthy lifestyle.  It was also noted that treatment can vary according to each disorder and the dietitian  alongside with the multidisciplinary team are the professionals qualified to identify,  understand, help and guide individuals who are prone to triggering these disorders and They must understand that guilt should not turn into a compulsion, such as binge  eating. 

Keywords: Nutrition, Dietitian, Eating disorders, Prevention, Treatment 

1 INTRODUÇÃO 

Diariamente somos tomados por imagens de corpos esbeltos e bonitos  associados a um padrão estético que relaciona magreza a sucesso, os cuidados com  o corpo tornam-se importante não somente na fala dos médicos, mas também no que  se refere a prevenção de doenças bem como, na correlação que a sociedade faz entre  o peso e a imagem de beleza. Desta forma, podemos observar que o culto ao corpo  termina propiciando a abertura de uma porta que poderá desencadear no surgimento  de transtornos alimentares naquelas pessoas que já possuem uma predisposição para  esse adoecimento (BITTAR; SOARES, 2020). 

Os transtornos alimentares (TA´s) são comportamentos compulsivos capazes  de desencadear diversos distúrbios e consequentemente doenças graves que devem  ser tratadas e acompanhadas por profissionais capacitados. Normalmente, esses transtornos surgem pela primeira vez na infância e na adolescência. Na infância esses  distúrbios aparentemente parecem não estar relacionados com a preocupação  exagerada com o peso, e ou formato do corpo, mas que são capazes de influenciar  no desenvolvimento do indivíduo. Pode-se elencar como transtornos da primeira  infância a pica e o transtorno de ruminação. Entre os transtornos que se apresentam  de maneira mais tardia tem destaque a anorexia nervosa e a bulimia  (FERREIRA,2022). 

O descontrole alimentar geralmente é causado por vergonha, vícios e até  mesmo por manias que geram compulsões que se agravam gradativamente durante  a adolescência ou na fase adulta. Estes transtornos resultam em preocupações  excessivas como o ganho ou perda de peso, a insatisfação com a imagem corporal, a  imposição da sociedade por um padrão estético ideal para com o indivíduo, a falta de  conhecimento e diálogo, ou até mesmo o receio de ter um acompanhamento  adequado com os profissionais. Impactos que contribuem com a saúde, a qualidade  de vida, e o desenvolvimento desse indivíduo na sociedade (AMERICAN, 2023). 

Vasconcelos et al, 2021 afirma que: 

A prática de dietas com restrições alimentares é a principal causa do surgimento de diversos tipos de transtornos alimentares, principalmente em mulheres. Entretanto, essas dietas já possuem evidências que não são efetivas, pois salvo que elas não atendem aspectos da própria individualidade, promovem mudanças fisiológicas e psicológicas graves.

Os TA´s acometem qualquer indivíduo, nível, educação ou classe social, os  mais conhecidos e que apresentam maior incidência são, a anorexia e bulimia. Apesar  desses transtornos apresentarem características em comum, que é a má alimentação,  a nutrição pode variar de acordo com cada TA, pois o nutricionista é o profissional  capacitado em identificar, e conduzir o tratamento nutricional (MORAES, 2023). 

Perante esse cenário, o profissional de nutrição se torna uma peça  importantíssima no processo relacionado ao tratamento de TA’s, pois seu trabalho vai  além de dietas, e sim, contribuindo na manutenção, educação, avaliação e cuidados  com o corpo e mente, juntamente com a equipe médica capacitada e preparada, que  fará o indivíduo com transtornos alimentares, entender que a culpa não é uma  compulsão. Tais aspectos devem ser explorados e repassados para a sociedade e  familiares como alerta, no qual poderão observar e ter um melhor entendimento sobre  o tema.

Diante disso, este estudo buscou analisar o papel da nutrição no auxílio e  prevenção dos TA’s, bem como, avaliar as práticas compensatórias nos transtornos  alimentares e a importância do tratamento nutricional na prevenção das TA’s. 

2 MATERIAL E MÉTODOS  

O presente trabalho trata-se de um estudo de revisão sistemática. Uma revisão  sistemática da literatura é uma abordagem rigorosa e estruturada para identificar,  analisar e sintetizar os documentos disponíveis sobre um tópico específico de  pesquisa. É uma metodologia que busca reunir, de forma sistemática, os resultados  de estudos primários relevantes e supervisionados, com o objetivo de responder a  uma pergunta de pesquisa específica de maneira imparcial e abrangente (LINDE &  WILLICH, 2003). 

A coleta das informações para a revisão sistemática foi realizada por meio da  exploração de fontes como livros, revistas, artigos, sites eletrônicos de congressos e  fóruns de saúde, tais como Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da  Saúde (LILACS), BIREME, Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Repositórios  Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP), Biblioteca Virtual em Saúde  (BVS), Medical Literature Analysisand Retrieval Sistem online (MEDLINE) entre outros,  que abordam a importância do Papel da nutrição no tratamento e prevenção de  transtornos alimentares. A busca das informações foi orientada pelas palavras-chave:  Papel da nutrição, transtornos alimentares, prevenção e tratamento. 

Os critérios de inclusão definidos para a seleção dos artigos foram: Artigos  científicos publicados nos idiomas português e inglês; que abordam sobre a  especialidade de transtornos alimentares; conteúdo de revistas científicas e do  ministério da saúde; artigos publicados e indexados nos referidos bancos de dados  nos anos 2014 a 2023. 

Os critérios de exclusão para a seleção dos artigos foram: Artigos de especialidade: saúde pública, educação continuada e clínica geral, estudos com  resumo não acessível na base científica, os artigos não disponíveis na íntegra online  gratuitamente, conteúdos não científicos.  

Nessa fase de análise do projeto, foi produzido um instrumento para formatação  dos dados no programa Microsoft Word 2010 para organizar adequadamente a  extração das informações dos estudos selecionados no intuito de facilitar a análise das amostras extraídas. Foi analisada de forma crítica todas as referências  encontradas, refletindo o seu perfil metodológico e sua similaridade entre os resultados encontrados de forma minuciosa, buscando respostas para os resultados  diferentes ou conflitantes nos estudos. 

De acordo com os estudos realizados foram encontrados um total 18 artigos  que abordavam de forma direta a importância do Papel do Nutricionista no tratamento  de transtornos alimentares e 10 artigos que tratavam do assunto mencionado de forma  indireta, com publicações no período de 2014 a 2023. 

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 

3.1 O papel da nutrição no auxílio da prevenção dos transtornos alimentares. 

Na atualidade a internet faz parecer que tudo é mais fácil e prático, onde o  indivíduo acaba sendo influenciado pelas mídias. Essas mídias possuem papel  decisivo na criação e propagação de ideias para a sociedade, em virtude disso surgem  algumas dúvidas, tais como: comer, ou não comer? O que é mais importante para me  manter dentro da estética imposta pelas pessoas? São respostas inadequadas para  essas perguntas, que levam os indivíduos ao adoecimento, pois para uns, é evitar  futuras patologias e controlá-las, para outros, é seguir somente aquilo que não está  agradando naquele momento (REZENDE, 2019). 

Mas, até que ponto os hábitos não saudáveis podem ser prejudiciais ao nosso  corpo? O desejo por ter e manter uma boa saúde é tão antigo quanto à humanidade.  Entretanto, para manter a saúde equilibrada é necessário esforço, dedicação,  cuidados, acompanhamentos e disciplina. Corpo e mente precisam viver em harmonia  para um bom funcionamento da máquina, chamada corpo humano (REZENDE, 2019). 

Transtornos alimentares (TA´s) são doenças psiquiátricas relacionadas com a  comida e o corpo do indivíduo, seja por excesso ou a falta da alimentação. O aumento  gradativo da incidência desses adoecimentos nos tempos atuais, vem sendo nos adolescentes e jovens adultos. Visto que, devido a facilidade e vasta informação  inserida em redes sociais, o indivíduo acaba seguindo um parâmetro inadequado para  sua rotina alimentar, até mesmo no ciclo familiar (TIMERMAN, 2021). 

Como diz Hipócrates [s.d.] “Nós somos o que comemos”. E sim, nosso corpo é  o reflexo da nossa alimentação, precisamos dela para manter a energia, células,  tecidos e órgãos. No qual a nutrição entra nesse processo, atuando na alimentação 

adequada, balanceada e rica em nutrientes para que o corpo esteja em  funcionamento, juntamente com uma equipe multidisciplinar composta por psiquiatra,  psicólogo, endocrinologista e família, objetivando o não agravamento do quadro desse  indivíduo Todavia, quando falamos de tratamento multidisciplinar os pacientes com  transtornos alimentares em consonância com seus familiares conseguem perceber  um resultado muito positivo, levando-os a um maior entendimento do quadro clínico 

(OLIVEIRA, 2019). 

 Além disso, é importante reforçar a relevância do tratamento nutricional para  os indivíduos que apresentam comportamentos compulsivos, visando hábitos  alimentares adequados para obter a melhora no quadro e consequentemente  equilibrando o funcionamento do corpo e mente (LIMA, 2019). Junto ao tratamento  nutricional, o nutricionista tem o devido cuidado em avaliar, orientar e educar  nutricionalmente o paciente que apresenta o transtorno (FARIAS & ROSA, 2020). 

O indivíduo com sintomas de transtornos alimentares não consegue perceber  os maus hábitos, ou qualquer alteração e mudança no seu corpo, na maioria das  vezes é notado somente pelos familiares (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2023). A  Educação alimentar e nutricional possui métodos, recursos e técnicas apropriadas que  estimulam e facilitam a melhora do quadro dos pacientes com transtornos alimentares,  fornecendo uma qualidade de vida e à saúde. Porém, não é indicado a prática isolada,  aos pacientes que apresentam o quadro de disfunções psiquiátricas, devido o agravo  da relação do corpo-mente, sendo necessário outros acompanhamentos e  tratamentos, para recuperação do paciente (FARIAS & ROSA, 2020). 

A anorexia e bulimia são os principais transtornos alimentares no Brasil, tendo  os maiores índices de casos e as maiores taxas de mortalidades no mundo. Destaca-se na faixa etária de 12 a 17 anos, e na maioria das vezes por mulheres. Cerca de 70  milhões de pessoas sofrem de distúrbios alimentares, sendo quase comum que  indivíduos com distúrbios como a anorexia ou bulimia, possam apresentar outros  transtornos que vem atingindo a sociedade, tais como; a desnutrição, depressão,  ansiedade, compulsão alimentar, ortorexia e a vigorexia. Tendo em vista que a  nutrição é essencial para o tratamento do indivíduo que apresenta qualquer tipo de  transtornos alimentares (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2022). 

Diversos trabalhos científicos que focam na adolescência fazem alusão a este  período como mais impactado pelos TA’s, atribuindo o adoecimento, às características inerentes à idade, tais como: relevância dada à avaliação dos seus pares e  necessidade de aceitação social, sendo eles considerados aspectos de predisposição  que servirão como lastro para desenvolver tais patologias (LIMA, 2019). 

Os artigos pesquisados durante esse trabalho evidenciaram que em relação à percepção comportamental e cognitiva, os adolescentes se sentem em um ambiente  onde as exigências estéticas são imensas, tendo como resultado comportamentos  sugestivos de transtornos de conduta alimentar e da distorção da imagem (BITTAR;  SOARES, 2020). 

Os TA´s estão intimamente relacionados aos transtornos de autoimagem e  atuando diretamente no público jovem, pois nessa faixa etária acontecem as  transformações físicas, fisiológicas, sociais e emocionais. Os prejuízos causados  pelas redes sociais a este público, vem sendo ocasionado pela busca constante do  corpo ideal ditado como magro, sofrendo desta forma pressão pela imagem perfeita  por parte de influencer, blogueiros ou até mesmo familiares, buscando satisfazê-los  por meio de dietas restritivas ou super calóricas (PRUDÊNCIO E VIANA 2022). 

O acompanhamento nutricional nos casos de TA´s não necessita de uso de  dietas específicas em que deverá ser controlada por quantidade, peso ou horário.  Sendo primordial a educação nutricional, que é considerada como o conhecimento de  uma alimentação nutritiva e adequada, além do acompanhamento psiquiátrico e se  necessário o uso de medicamentos, dependendo do quadro em que o indivíduo  apresenta. A pessoa com os sintomas de transtorno alimentar, será orientada e ouvida  para que tenha uma melhora no quadro, descartando possíveis agravos (GOMES,  2021). O indivíduo que apresenta condutas alimentares inadequadas, e por não ter  um acompanhamento correto, ocasiona a piora do seu estado nutricional. O  crescimento de casos de indivíduos mórbidos e de mortalidade por consequência dos  transtornos alimentares, passaram a ser o ponto principal de alerta para os  profissionais de saúde principalmente para os nutricionistas, no qual possuem um dos  papéis fundamentais no acompanhamento dos pacientes com transtornos (FARIAS &  ROSA, 2020).

3.2 Práticas alimentares compensatórias inadequadas, utilizadas pelos  indivíduos com transtornos alimentares (TA) 

Os transtornos podem ser causados por dietas indevidas e estabelecidas pelo  próprio indivíduo, tendo a dificuldade em se enxergar da maneira que está e se  incomodando com a própria imagem, acarretando alguns conflitos emocionais como  os distúrbios mencionados no artigo. Existem vários sintomas identificando sinais de  transtornos alimentares, um deles é a mudança significativa de peso que ocorre num  curto período de tempo, em que a pessoa consegue perder ou ganhar muitos quilos,  no qual a balança vira um aliado, ou o seu pior inimigo. Comer rapidamente sem  prazer algum, comer quando não está com fome, comer compulsivamente ou além do  que seu corpo suporta, comer escondido ou sentir-se culpado por ingerir qualquer  alimento (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2022). 

A busca excessiva de exercícios físicos no qual o indivíduo acaba criando uma  obsessão em conquistar o corpo ideal. A baixa autoestima, onde o indivíduo não  consegue se ver da maneira que está, se olha no espelho e não se aceita, se acha  feio, as roupas não se moldam ao corpo, e nada agrada. Mudança de humor devido  às diversas alterações no corpo, causando a irritabilidade que é considerado um dos  comportamentos mais comuns no tratamento dos transtornos alimentares, e  consequentemente a ansiedade ou depressão. Uso de medicamentos ou métodos  para induzir a excreção dos alimentos ingeridos, que aliás, é um dos sintomas mais  preocupantes, pois o indivíduo começa a procurar meios em que o corpo será  altamente prejudicado (TIMERMAN, 2019). 

A compulsão alimentar levam a consequências graves para o organismo,  desencadeando patologias como: anemia, perda de massa muscular, hipertensão,  diabetes, colesterol alto, obesidade, gastrite,problemas vasculares, alteração de humor, desnutrição, má formação óssea, alterações psíquicas, sendo predominante o  quadro de anorexia e bulimia nervosa, que será discorrido abaixo (SOUZA, 2022). 

BULIMIA NERVOSA:  

Transtorno alimentar caracterizado pelo consumo excessivo de alimentos, que  podem ocasionar vários malefícios à saúde devido a culpa e o receio do ganho de  peso. Os primeiros sintomas da bulimia nervosa pode dar início em dietas para emagrecer sem orientação e que não deram certo, por comportamento  compensatório, que significa que o indivíduo engole o alimento sem ao menos  mastigar, come uma grande ou exagerada quantidade de comida, e em seguida se  arrepende e faz a indução de vômitos para compensar o comer excessivo naquele  momento. Em outras situações, para amenizar a culpa, o indivíduo faz uso de  laxantes, diuréticos, lavagens intestinais e até mesmo jejuns prolongados, no qual é  determinado pelo próprio indivíduo (PEREIRA, 2020). 

De acordo com Gomes (2021), a pessoa com o quadro de bulimia nervosa, não  necessariamente é obeso ou magro demais, ele apresenta um corpo normal como de  uma pessoa saudável. Porém, esses sintomas provocam distúrbios biológicos  importantes, e consequentemente por serem graves os comportamentos psíquicos devem ser considerados como, a baixa autoestima, automutilação e até pensamentos de suicídios. 

Tais distúrbios não devem ser tratados com menosprezo ou como frescura,  sendo necessário uma atenção dobrada com os hábitos alimentares incorretos,  práticas de jejum intermitente indevidamente e a compulsão por alguma refeição. O tratamento é composto por uma equipe multidisciplinar. Sendo necessário o  acompanhamento adequado quanto aos alertas diários. A família é um dos principais  pontos que contribuirá para a melhora do quadro desse indivíduo que apresenta os  sintomas de bulimia nervosa, pois ele necessitará de carinho, afeto, amor, atenção, compreensão. Caso o indivíduo não tenha um acompanhamento da equipe técnica e  um tratamento adequado, seu estado de saúde poderá agravar ou até mesmo levar a  óbito (ALVES, 2022). 

ANOREXIA NERVOSA: 

Transtorno alimentar que busca o padrão excessivo da magreza. Essa busca  do padrão ideal, a obsessão por um tipo de corpo que é imposto pela sociedade,  geram diversas preocupações e até mesmo distúrbios para os indivíduos que não se  aceitam e não se enxergam como estão (ALVES, 2022). Um dos principais sinais da  anorexia nervosa, é quando o indivíduo já está abaixo do seu peso normal, e não se  vê magro, se enxerga gordo. Os sintomas da anorexia nervosa incluem o medo em  engordar, a baixa autoestima, crises de ansiedade, depressão, e em alguns casos  mais graves os indivíduos sofrem de crises de pânico (TIMERMAN, 2019).

Conforme Gomes (2021), a anorexia pode ocasionar vários sintomas e  consequências no corpo, algumas podendo ser agressivas, comprometendo o  organismo por completo, afetando principalmente o sistema cardiovascular e  imunológico devido a desnutrição, a desidratação, distúrbios eletrolíticos, distúrbios  na motilidade gastrointestinal, infertilidade, desmaios, baixa imunidade ocorrendo o  aumento de infecções, alterações hormonais, hipotermia, amolecimento da dentição,  dentre outros sintomas a falta de conhecimento e socorro para com esse indivíduo,  podendo o levar a óbito. 

Durante esse curto período de tempo com os sintomas da anorexia, o corpo  começa a sentir e refletir a falta de nutrientes, minerais e as vitaminas necessárias  para manter uma vida saudável. A anorexia nervosa é grave, e os casos vêm  aumentando cada vez mais. Não existe medicação para anorexia,porém o indivíduo que apresenta o quadro, necessita de um acompanhamento multidisciplinar.  (CARMO, 2014). 

3.3. Importância do tratamento nutricional na prevenção dos indivíduos que  apresentam comportamentos compulsivos. 

O diagnóstico nutricional é capaz de identificar os sintomas e distúrbios  apresentados pelo indivíduo com transtornos alimentares, juntamente com o suporte  e apoio de uma equipe formada por profissionais capacitados capazes de contribuir no  auxílio do tratamento. Na nutrição a prevenção dos TA´s é com base numa  alimentação tranquila, sem exageros, e sem o uso de alguma prática medicamentosa  que estimulam negativamente a orientação nutricional. Considerando o entendimento  e a dedicação do indivíduo em relação à comida, o seu bem-estar, a vontade de  comer, a importância da alimentação, os cuidados em relação aos sentimentos e  sensações, sejam elas, referente ao humor, temperamento, a vontade ou prazer  (GOMES, 2021). 

No atendimento nutricional, inclui a prescrição dietética e a avaliação nutricional  do indivíduo, é com base nela que o nutricionista consegue acompanhar o  desenvolvimento e a evolução do paciente. Para que isso ocorra, o nutricionista  precisa criar certa intimidade e aproximação com o paciente, para que ele se sinta tranquilo, confortável, e consequentemente, para que tenha uma boa relação com o indivíduo e analisar seus comportamentos relacionados aos transtornos (MORAES, 2019). 

O intuito do suporte nutricional do paciente com TA, vai além da relação do  indivíduo com a comida, seu principal objetivo é aconselhar e orientar a importância  nutricional que o alimento traz e faz com o seu corpo. É respeitar, entender e atentar  para as informações, quanto aos detalhes e atitudes do indivíduo em relação ao seu  hábito alimentar (AMERICAN, 2023). 

Quando o TA é diagnosticado precocemente, diminui as chances e a  probabilidade de agravamento do quadro, evitando possíveis enfermidades, como a  desidratação e desnutrição. O nutricionista tem como base, estimular o indivíduo que  apresente qualquer dos distúrbios mencionados no artigo, a ter uma relação  harmoniosa e saudável com a sua alimentação e até mesmo com o próprio alimento.  Trazendo uma qualidade de vida e uma adaptação no cardápio e na sua rotina,  podendo haver uma melhora em todas as funções do seu corpo, principalmente as  cerebrais (TIMERMAN, 2019). 

4 CONCLUSÃO 

A nutrição nos ensina perfeitamente que ela vai além de dietas, ela contribui como um auxílio para manutenção, educação, avaliação e cuidados com o corpo e mente  para com os indivíduos que passam a ter a sensação de descontrole, ou que apresentam comportamentos alimentares compulsivos.  

O artigo nos fez compreender que o apoio e o suporte do nutricionista, são extremamente importantes e essenciais para o controle e direção dos distúrbios alimentares mencionados. Esclareceu que para viver em harmonia e com qualidade  de vida, devemos seguir as nossas necessidades básicas em relação ao nosso corpo,  onde esses aspectos devem ser explorados e repassados para a sociedade como  alerta. 

Destaca-se também, que hábitos e rotinas alimentares saudáveis, previnem  contra a má nutrição e agravo do quadro de transtornos. Nesse aspecto, a orientação de um profissional e o conhecimento prévio sobre o assunto, são fatores de grande  relevância. 

Por fim, devemos entender que compulsão, distúrbio ou transtorno alimentar não  é brincadeira ou “frescura”, e sim um ponto de alerta para uma possível doença  psicológica que o indivíduo está apresentando ou poderá desencadear. 

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1 Discente do Curso Superior de Nutrição da Universidade Nilton Lins. Campus Manaus 

2 Docente do Curso Superior de Nutrição da Universidade Nilton Lins. Campus Manaus.