THE ROLE OF NURSING IN WOMEN’S HEALTH FACING CERVICAL INTRAEPITHELIAL NEOPLASIA
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8303389
Grazielle Maria Coutinho Dias1; Mirian Rayle de Oliveira Nascimento2; Aline Lopes dos Santos Teixeira3; Aylla de Sousa Silva4; Gabriella Aparecida Alves5; Sheila Maria de Almeida Carvalho6; Otoniel Borges Silva7; Sílvia Luana Lima Marques Melo8; Rute Elen dos Santos Lima9; Adriana Cabral dos Santos10
RESUMO
Objetivo: descrever quais são as atribuições do enfermeiro na prevenção e manejo do câncer de colo uterino. Método: estudo descritivo do tipo revisão de integrativa da literatura. Realizada entre os meses de junho a agosto de 2023. Foram utilizadas as fontes de dados: Google Acadêmico®, Biblioteca Virtual em Saúde, Sciello e PubMed. Incluíram-se os artigos disponíveis na íntegra, publicados no período de 2018 a 2023, no idioma português e os critérios de exclusão foram dissertações e teses, livros, anuais de eventos e artigos que não respondiam à questão norteadora Utilizaram-se os descritores controlados “ Promoção de saúde”; “Neoplasia Cervical Intraepitelial”; “Consulta de enfermagem”; “Saúde da mulher”, sendo intercalados pelo operador booleano “AND”. Resultados: Essa revisão contou com uma amostra de 6 artigos científicos. Os dados extraídos dos artigos selecionados foram interpretados e expostos por meio de um quadro sinóptico, com a descrição dos seguintes aspectos: título, periódico/ano, autor(es), objetivo, metodologia, sujeito da pesquisa e síntese de resultados, com sua respectiva codificação. Conclusão: As atribuições do enfermeiro são de extrema importância em todo processo de doença do câncer de colo uterino, essas atribuições vão desde a educação em saúde que se inicia na consulta de enfermagem, prosseguindo na realização do exame que continua na prevenção e se estende até os cuidados durante o tratamento da doença.
Palavras Chave: Promoção de saúde; Neoplasia Cervical Intraepitelial; Consulta de enfermagem; Saúde da mulher.
ABSTRACT
Objective: to describe the duties of nurses in the prevention and management of cervical cancer. Method: descriptive study of the integrative literature review type. It was carried out between June and August 2023. Data sources were used: Google Scholar®, Virtual Health Library, Sciello and PubMed. Articles available in full, published from 2018 to 2023, in Portuguese were included and the exclusion criteria were dissertations and theses, books, annals of events and articles that did not respond to the guiding question. Health promotion”; “Cervical Intraepithelial Neoplasia”; “Nursing consultation”; “Women’s health”, being interspersed by the Boolean operator “AND”. Results: This review had a sample of 6 scientific articles. The data extracted from the selected articles were interpreted and exposed through a synoptic table, with the description of the following aspects: title, journal/year, author(s), objective, methodology, research subject and synthesis of results, with their respective codification. Conclusion: Nurses’ attributions are extremely important in the entire disease process of cervical cancer, these attributions range from health education that begins in the nursing consultation, continuing with the examination that continues in prevention and extends to care during the treatment of the disease.
Keywords: Health promotion; Cervical Intraepithelial Neoplasia; Nursing consultation; Women’s health.
INTRODUÇÃO
O Papilomavírus Humano (HPV) é conhecido por ser o agente causador da Infecção Sexualmente Transmissível (IST) mais frequente no mundo. É um vírus epiteliotrópico que se instala na pele ou em mucosas, tanto de homens quanto de mulheres. O HPV apresenta um conjunto de mais de 200 subtipos, os quais já foram isolados e são reconhecidos como causadores de diversas neoplasias humanas, como do colo do útero, vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca. Os subtipos de HPV mais estudados são aqueles que infectam o trato anogenital, sendo ao todo 40 e, destes, 12 são considerados oncogênicos. Já se tem esclarecido que os subtipos, 16 e 18, estão fortemente relacionados ao desenvolvimento de neoplasia intraepitelial cervical (NIC), com probabilidade aumentada para progressão de um câncer invasor no colo uterino (LAZAROTTO, 2020).
O câncer do colo de útero é o segundo tipo mais incidente entre as mulheres brasileiras, porém é de fácil detecção por meio da coleta de material para o exame preventivo citopatológico, prioritariamente entre as idades de 25 a 59 anos e com vida sexual ativa. O intervalo entre os exames deve ser de três anos, após resultado negativo em dois exames anuais consecutivos. No Brasil, em 2020, foram estimados 16.710 novos casos de câncer do colo do útero, com um risco aproximado de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres. No ano de 2019, essa neoplasia foi responsável por 6.596 óbitos, representando uma taxa ajustada de mortalidade de 5.33/100 mil mulheres, conforme dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Câncer (HOLANDA, 2021).
A melhor forma de reduzir essa doença é através do diagnóstico prematuro. No Brasil, o diagnóstico é realizado através do exame citopatológico, mais conhecido como Papanicolau, um exame fácil e acessível que tem sido a melhor maneira para o rastreamento do Câncer do Colo de Útero (CCU). O mecanismo para realização do Papanicolau é confiável e seguro para diminuição das taxas de morbimortalidade por esse fator, visto que sendo identificado com antecedência há chances de 100% de cura (ROCHA, 2021).
Em maio de 2014 foi lançado pelo Ministério da Saúde (MS) a Política de Atenção à Saúde da Mulher que teve como um dos objetivos fortalecer a prevenção de câncer de colo de útero com ações educativas em saúde e ressaltando a importância de realizar exames de rastreamento. Com isso a diligência do enfermeiro na prevenção do câncer de colo uterino é essencial através da prevenção primária e secundária realizando ações que objetivam o controle de câncer cervical atuando na promoção, prevenção, rastreamento, detecção precoce, diagnósticos, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos (CARNEIRO, 2019).
Dessa forma, o enfermeiro contribui significativamente ao orientar, tratar e encaminhar para serviços especializados pessoas com maior potencial de desenvolver o CCU, ou ainda, os próprios pacientes, possuindo papel ativo nos cuidados e proteção contra a doença.
Portanto, trata-se de uma revisão de literatura com o objetivo de descrever quais são as atribuições do enfermeiro na prevenção e manejo do câncer de colo uterino.
MÉTODO
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, que buscou descrever quais são as atribuições do enfermeiro na prevenção e manejo do câncer de colo uterino. Para o desenvolvimento desta revisão integrativa, foram adotados os passos metodológicos preconizados por Mendes, Silveira e Galvão (2019): 1) Elaboração da pergunta da revisão; 2) Busca e seleção dos estudos primários; 3) Extração de dados dos estudos; 4) Avaliação crítica dos estudos primários incluídos na revisão; 5) Síntese dos resultados da revisão e 6) Apresentação do método.
Os artigos, fundamentais no aprofundamento do tema, com levantamento de dados científicos para análise e interpretação dos resultados, foram selecionados no período de julho de 2023, utilizando-se a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), o Google Scholar® e as bases de dados Scientific Electronic Library Online (Scielo), Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos (PubMed).
Foram critérios para inclusão dos artigos: artigos científicos, disponíveis na íntegra, publicados no período de 2018 a 2023, no idioma português. Os critérios de exclusão foram dissertações e teses, livros, anuais de eventos e artigos que não respondiam à questão norteadora. Foram utilizados, para levantamento dos artigos, os descritores controlados da saúde (DeCs): “Promoção de saúde”; “Neoplasia Cervical Intraepitelial”; “Consulta de enfermagem”.
. Para a busca dos artigos foi realizado o cruzamento de descritores intercalados pelo uso do operador booleano AND. Utilizou-se a estratégia de busca: “Consulta de enfermagem” AND “Neoplasia Cervical Intraepitelial”.
Foram encontrados 370 artigos científicos que foram analisados a partir do esquema proposto por Mendes, Silveira e Galvão (2019). Conforme demonstrado na figura 1, após leitura do título, foram selecionados 93 artigos.
A partir da leitura do resumo, totalizaram 61 artigos que demonstravam responder à questão norteadora, por conseguinte, após a leitura na íntegra, foram selecionados um total de 7 artigos, contudo, 1 destes artigos foi excluído, por estar repetido nas bases de dados, e por fim, 6 artigos constituíram a amostra desta revisão, conforme demonstrado na tabela de resultados.
Figura 1. Sistematização da busca de artigos científicos nas bases de dados BVS; Scielo, PubMed e Google Scholar. Maceió – AL, 2023.
Fonte: Autores, 2023.
RESULTADOS
Essa revisão contou com uma amostra de 6 artigos científicos. Os dados extraídos dos artigos selecionados foram interpretados e expostos por meio de um quadro sinóptico, com a descrição dos seguintes aspectos: título, periódico/ano, autor(es), objetivo, metodologia, sujeito da pesquisa e síntese de resultados, com sua respectiva codificação, conforme aponta o Quadro 1.
A base de dados com mais resultados com a estratégia de buscas, foi o Google Scholar, por sua abrangência com repositórios universitários, e portais de revistas científicas.
Tabela 1. Síntese dos artigos incluídos, considerando as seguintes variáveis: título, ano e revista científica, objetivo, método e síntese dos resultados.
Título | Autor | Revista e Ano | Objetivo | Método | Síntese dos Resultados |
Ações educativas: papel da (o) enfermeira (o) na prevenção do câncer do colo do útero | E. T. R. Ferraz | Brazilian Journal of Development. 2019 | identificar as ações desenvolvidas pela (o) enfermeira (o) na prevenção do câncer do colo de útero | Trata-se de uma pesquisa exploratória, com abordagem qualitativa, | Entretanto, conclui-se que as (os) enfermeiras (os) têm um papel fundamental na estratégia de prevenção |
A Educação Em Saúde Como Alicerce Para O Controle Do Câncer De Colo Do Útero: Perspectivas Para A Enfermagem Na Saúde Da Mulher | R. L. de Oliveira | REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR. 2022 | Analisar as perspectivas da enfermagem na saúde da mulher, no controle do câncer de colo de útero. | Trata-se de uma revisão sistemática da literatura | A enfermagem, atuando na saúde da mulher e na prevenção do câncer de colo do útero, possibilitando o auxílio à comunidade científica e à melhores reflexões sobre a temática. |
USO DO PROTOCOLO DE SAÚDE DA MULHER NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO | J. C. R. de Holanda | Revista Baiana de Enfermagem. 2021 | Analisar o uso do protocolo de saúde da mulher na prevenção do câncer de colo do útero por enfermeiros | Coleta de dados a entrevista semiestruturada | As ações realizadas por enfermeiros na Atenção Básica, que ora estavam de acordo com o Protocolo de Atenção Básica, ora divergiam de suas normativas. |
O PAPEL DO ENFERMEIRO FRENTE AO CÂNCER DO COLO DE ÚTERO | R. R. Alexandrino | Revista Ibero- Americana de Humanidades, Ciências e Educação. 2021 | Evidenciar, por meio da revisão integrativa, a participação e atribuições do enfermeiro no enfrentamento do câncer do colo uterino, tanto na prevenção quanto nos cuidados com os pacientes portadores da doença | Estudo com a abordagem descritiva e qualitativa | A enfermagem se mostra presente na prevenção, tratamento e cura desse tipo de câncer. |
O Papel do enfermeiro frente ao câncer de colo uterino | C. P. F. Carneiro | Revista Eletrônica Acervo Saúde. 2019 | Descrever quais são as atribuições do enfermeiro no manejo do câncer de colo uterino (CCU), desde sua prevenção até o momento da doença já instalada. | Trata-se de um estudo de uma Revisão de Literatura, qualitativa e descritiva | Conclui-se que o enfermeiro possui uma atribuição de suma relevância em todo processo do câncer de colo de útero desde sua prevenção, rastreamento precoce até seu tratamento. |
Atuação Da Enfermagem Na Educação Em Saúde De Mulheres Indígenas Sobre A Prevenção Do Câncer Do Colo De Útero | A. De S. Marques | Revista Liberum Accessum. 2022 | Descrever as competências do enfermeiro na educação em saúde de mulheres indígenas com ênfase na promoção e prevenção do câncer do colo de útero, | Natureza básica, qualitativa tendo como estratégia a análise de conteúdo | É fundamental que o enfermeiro esteja preparado para orientar as mulheres indígenas sobre os sinais e sintomas relacionados ao câncer, utilizando metodologias apropriadas que facilitem o atendimento para a prevenção do câncer do colo de útero. |
Fonte: Autores, 2023.
DISCUSSÃO
O câncer de modo geral é caracterizado por ser uma doença crônica e degenerativa, que tem sua iniciação com alterações nos genes de uma célula, seu desenvolvimento acontece quando todos os mecanismos do sistema imunológico falham. No câncer de colo uterino as células que revestem o epitélio começam sofrer alterações e se multiplicam desordenadamente, podendo comprometer tecidos, estruturas e órgãos próximos ou à distância (CARNEIRO, 2019).
Embora seja uma doença prevenível e curável, com potencial para ser erradicada, ainda é considerada um problema de saúde pública. Segundo informações da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) são mais de 570.000 novos casos, estimando-se cerca de 311 mil mortes por ano, com a média de 85% delas ocorrendo em regiões menos desenvolvidas do globo. As elevadas taxas de incidência e mortalidade também são um fator alarmante no Brasil. No país, ocupa o terceiro lugar entre neoplasias malignas que acometem o público feminino, sendo que dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), demonstraram a ocorrência de mais de 16 mil novos casos da doença somente em 2020. Discute-se a problemática que impera no combate e tratamento da doença, salientando-se que sua detecção precoce através da prevenção é uma grande aliada na diminuição dos índices de mortalidade entre as mulheres (ALEXANDRINO, 2021).
No que diz respeito ao plano de cuidados na prevenção do colo do útero, as atribuições são de responsabilidade tanto de enfermeiros e médicos, quanto da equipe multiprofissional. Esse plano envolve o agendamento da consulta de retorno, o encaminhamento para serviços de referência, o acompanhamento da usuária pós-exame, o estímulo às ações de prevenção primária, as ações de vigilância em saúde e educação em saúde. O protocolo dá liberdade ao enfermeiro para realizar encaminhamentos (seja para ginecologia/colposcopia, seja para oncoginecologia) dos casos que necessitam de avaliação nos serviços de referência, de acordo com os critérios acordados pela gestão municipal, estadual e/ou federal, seguindo as recomendações para cada. Além disso, trata também da autonomia do enfermeiro diante da avaliação do resultado do citológico. No entanto, é necessário refletir se os enfermeiros, quando deixam de atender, não estão deixando também de garantir atributos da Atenção Primária à Saúde, tais como acessibilidade e integralidade da assistência (HOLANDA, 2021).
Sabe-se que toda mulher com vida sexual ativa deve ser orientada pela equipe de saúde quanto à necessidade de realização do respectivo exame, isto favorece a prevenção primária do câncer do colo do útero, bem como o controle do vírus HPV, agente de transmissão sexual interligado com o desenvolvimento desta doença neoplásica, a prevenção primária e secundária do câncer do colo do útero é possível, todavia a mulher precisa de orientações sobre os objetivos do exame preventivo, quanto à redução da mortalidade por neoplasia do colo do útero, da detecção precoce das lesões intraepiteliais cervicais, sobretudo associadas como vírus HPV. O câncer de colo do útero é uma doença de progressão lenta e silenciosa, que progride por anos, antes de atingir o estágio invasor, onde a cura se torna mais difícil (OLIVEIRA, 2022).
Segundo Marques (2022), a CCU é uma doença multifatorial, causada pela ligação de múltiplos fatores. O câncer pode estar relacionado a fatores ambientais, histórico familiar, ao estilo de vida e ao processo de envelhecimento. São separados em dois grupos, o que se inicia no epitélio escamoso é denominado carcinoma epidermóide, está em 90% dos casos, é o mais incidente, e o que tem sua iniciação no epitélio glandular a partir das células glandulares produtoras de muco do endocérvice nomeia-se adenocarcinoma, este mais assintomático e mais ofensivo. O qual também é conhecido como câncer cervical, nada mais é que, o crescimento desordenado de células com mutação em seu DNA, podendo levar ao comprometimento do tecido subjacente, e assim invadir estruturas e órgãos. Possuindo sintomatologia apenas em estágio avançado, alguns dos sinais e sintomas são a dor pélvica, dor durante a relação sexual, sangramento vaginal, presença de secreção anormal em sua maioria fétida e alguns casos, queixas urinárias ou mesmo intestinais.
Segundo o protocolo, o enfermeiro pode realizar abordagem sindrômica de identificação de sinais e sintomas para seguimento de tratamento oportuno durante a coleta do exame citopatológico, na presença de secreção vaginal anormal ou de colo friável e, independente desta abordagem, dar continuidade à rotina de rastreamento. Em caso de anormalidades, como sangramento fora do período menstrual ou lesões suspeitas, a usuária deve ser encaminhada para uma avaliação especializada. Em casos como, por exemplo, o cisto de Naboth, que não demanda intervenção, o enfermeiro deve apenas observar. Desse modo, considera-se relevante a abordagem sindrômica de atuação profissional, por possibilitar o tratamento precoce e evitar complicações provindas das IST, como forma de interceptar a transmissão (HOLANDA, 2021).
A coleta do exame é considerada o instrumento mais apropriado, de fácil adesão e de baixo custo para o rastreamento. O procedimento consiste em esfregar ou raspar células descamadas do epitélio cervical e vaginal, assim facilitando no diagnóstico e na prevenção de outras doenças. Mesmo sendo um procedimento fácil, rápido e barato, ainda há mulheres que não conseguem ter acesso ao exame (MARQUES, 2022).
A perspectiva da enfermagem para o controle do câncer de colo do útero é um diferencial na saúde da mulher e no controle do câncer de colo do útero, pois, a enfermagem, em sua prática cotidiana de cuidado nos diferentes serviços de saúde, orienta e conduz a mulher para que a sua necessidade seja atendida, através de uma assistência que esteja integrada a outros serviços de forma intersetorial, e desenvolvendo os encaminhamentos necessários para a prevenção e promoção da sua saúde (OLIVEIRA, 2022).
Considera-se importante que o enfermeiro, ao abordar a mulher no citológico, aja de modo diferenciado, garantindo as condições necessárias para que ela possa conversar sobre a doença e conhecer como preveni-la. Deve ser ainda garantido o respeito à sua intimidade e à sua privacidade. Ao tomar como referência de abordagem a perspectiva da enfermagem humanística, o enfermeiro propicia uma atenção voltada à promoção da saúde da mulher, com base no conhecimento sobre seu corpo e sua sexualidade, por meio de uma conversa aberta e empática (HOLANDA, 2021).
O enfermeiro é habilitado ao longo de sua vida acadêmica para coleta de exame de citopatologia oncótica e possui respaldo pela Lei do Exercício Profissional 7.498/86, além da coleta do material para realização do exame tem habilidade de interpretar resultados, fazer encaminhamento quando necessário e monitorar casos de suspeita e confirmados de câncer cervical (CARNEIRO, 2019).
A não realização do EC pode estar relacionado a sentimentos como medo, vergonha, ansiedade, timidez, comodismo, descuido, além das crenças, tabus, e a falta de conhecimento a respeito das doenças sexualmente transmissíveis (DST). Estes fatores atrelados tanto ao sentimento do paciente como ao profissional de enfermagem, que acarretam a não realização do EC, podem levar ao atraso do tratamento do câncer, quando este se fizer necessário. As consequências disso são adversas, mas a principal seria a mortalidade, desfecho este que poderia ser evitado em casos de um diagnóstico precoce e tratamento da neoplasia (FERRAZ, 2019).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As atribuições do enfermeiro são de extrema importância em todo processo de doença do câncer de colo uterino, essas atribuições vão desde a educação em saúde que se inicia na consulta de enfermagem, prosseguindo na realização do exame que continua na prevenção e se estende até os cuidados durante o tratamento da doença.
Sendo assim, é fundamental que o enfermeiro compreenda os principais fatores de risco que influenciam no processo de desenvolvimento do CCU, atuando tanto na prevenção primária com a educação em saúde contínua, como na secundária com o rastreamento para um diagnóstico de lesões precursoras encontradas no resultado do exame de citopatologia oncótica.
Em relação ao tratamento o enfermeiro tem que priorizar a mulher e a família atuando de maneira holística, cuidando de forma humana, dando apoio emocionalmente, explicar todo o processo de tratamento, que geralmente é longo, e que às vezes traz insegurança a mulher e família, ou seja, fornecendo uma qualidade na assistência para as mulheres, sem deixar brechas para dúvidas e cuidado que só a enfermagem consegue oferecer.
REFERÊNCIAS
LAZAROTTO, Angela Khetly; VIEIRA, Valquíria Kulig; TRECO, Indianara Carlotto; BORTOLOTI, Durcelina Schiavoni; PASCOTTO, Claudicéia Risso; FOLLADOR, Franciele Ani Caovilla; FERRETO, Lirane Elize Defante; LUCIO, Léia Carolina. Relação entre vitaminas antioxidantes, progressão da infecção pelo Papilomavírus Humano e Neoplasia Intraepitelial Cervical: uma revisão sistemática. Research, Society And Development, Cascavel, v. 9, n. 10, p. 1-17, 25 out. 2020. Research, Society and Development. http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i10.9291.
HOLANDA, Joyce Carolyne Ribeiro de; ARAðJO, Maria Helloysa Herculano Pereira de Oliveira; NASCIMENTO, Wezila Gonçalves do; GAMA, Maeli Priscila Alves; SOUSA, Claudia Santos Martiniano. USO DO PROTOCOLO DE SAÚDE DA MULHER NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO. Revista Baiana de Enfermagem, Campina Grand, v. 35, p. 1-11, 29 abr. 2021. Revista Baiana de Enfermagem. http://dx.doi.org/10.18471/rbe.v35.39014.
ROCHA, Welmer Danilo Rodrigues; NOGUEIRA, Alexia Mariana da Silva; ARAðJO, Anna Laura Almeida de; SILVA, Kamilla Germana da; SOUSA, Kyaren Sena da Silva. Assistência de enfermagem na saúde da mulher frente ao câncer do colo do útero: revisão integrativa. Research, Society And Development, Palmas, v. 10, n. 15, p. 1-10, 20 nov. 2021. Research, Society and Development. http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i15.22606.
CARNEIRO, Cláudia Priscila Fonseca; PEREIRA, Danilo Moreira; PEREIRA, Amanda Torres; SANTOS, Gislaine Aparecida Silva; MORAES, Fernanda Aparecida da Silva de; DUARTE, Rosilei de Fátima Rodrigues. O Papel do enfermeiro frente ao câncer de colo uterino. Revista Eletrônica Acervo Saúde, São José dos Campos, v. 35, n. 1, p. 1-9, 24 out. 2019. Revista Eletronica Acervo Saude. http://dx.doi.org/10.25248/reas.e1362.2019.
ALEXANDRINO, Rosecler Rodrigues. O PAPEL DO ENFERMEIRO FRENTE AO CÂNCER DO COLO DE ÚTERO. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, Mogi das Cruzes, v. 7, n. 9, p. 734-752, 30 set. 2021. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciencias e Educacao. http://dx.doi.org/10.51891/rease.v7i9.2277.
FERRAZ, Elian Trindade Reis; JESUS, Marília Emanuela Ferreira. Ações educativas: papel da (o) enfermeira (o) na prevenção do câncer do colo do útero. Brazilian Journal Of Development, Salvador, v. 5, n. 10, p. 21083-21093, 2019. Brazilian Journal of Development. http://dx.doi.org/10.34117/bjdv5n10-271.
OLIVEIRA, Rafaela Lima de; MACHADO, Raquel da Silva; SARAH, Thamires Lima; SANTOS, Isabel Cristina Targino dos; CARDOSO, Veronica Nunes da Silva. A EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO ALICERCE PARA O CONTROLE DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO: perspectivas para a enfermagem na saúde da mulher. Recima21 – Revista Científica Multidisciplinar – Issn 2675-6218, Rio de Janeiro, v. 3, n. 7, p. 1-9, 4 jul. 2022. RECIMA21 – Revista Cientifica Multidisciplinar. http://dx.doi.org/10.47820/recima21.v3i7.1644.
MARQUES, Andreza de Sousa. ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NA EDUCAÇÃO EM SAÚDE DE MULHERES INDÍGENAS SOBRE A PREVENÇÃO DO CÂNCER DO COLO DE ÚTERO. Revista Liberum Accessum, Goiânia, v. 14, n. 4, p. 1-12, 23 nov. 2022.