O PAPEL DA DOULA NA PREVENÇÃO E REDUÇÃO DA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

THE ROLE OF THE DOULA IN PREVENTING AND REDUCING OBSTETRIC VIOLENCE: AN INTEGRATIVE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202505301820


Priscilla Santos Ferreira Souza1
Wilca Cristina Silva  de Sousa1
Josivan da Costa Sousa2


RESUMO 

Introdução:  O  parto,  que  antes  era  um  momento  natural  conduzido  por  parteiras,  passou  por  um  processo  de  medicalização  a  partir  do  século  XVIII.  Essa  transformação  reduziu  a  autonomia  das  mulheres  e  contribuiu  para  a  institucionalização  da  violência  obstétrica,  especialmente  entre  mulheres  em  situação  de  vulnerabilidade  social.  Nesse  contexto,  a  doula  se  destaca  como  uma  profissional  que  oferece  apoio  físico,  emocional  e  informativo  à  gestante,  promovendo  um  cuidado  mais  humanizado  e  respeitoso.  Sua  presença  tem  sido  associada  à  redução  de  intervenções  desnecessárias,  como  cesarianas,  episiotomias  e  o  uso  excessivo  de  medicamentos. Objetivo: O  estudo  teve  como  objetivo  identificar  como  a  presença  da  doula  contribui  para  a  prevenção  e  redução  da  violência  obstétrica. Métodos:  Trata-se  de  uma  pesquisa  qualitativa,  baseada  em  revisão  bibliográfica  integrativa,  com  análise  de  32  artigos  publicados  entre  2015  e  2025.  As  fontes  utilizadas  foram  SCIELO,  PubMed  e  Google  Acadêmico,  com  aplicação  de  critérios  de  inclusão  e  exclusão  para  a  seleção  dos  estudos.  Discussão  e  Resultados:  Os  estudos  analisados  revelam  uma  alta  incidência  de  práticas  abusivas  nos  serviços  obstétricos  brasileiros.  A  presença  da  doula  está  associada  à  redução  do  tempo  de  trabalho  de  parto,  menor  uso  de  analgésicos,  queda  na  taxa  de  cesarianas,  além  de  favorecer  a  satisfação  materna  e  o  protagonismo  feminino. Considerações  finais:  A  atuação  da  doula  é  essencial  para  promover  um  parto  mais  humanizado,  proteger  os  direitos  da  gestante  e melhorar  os  desfechos  maternos  e  neonatais,  sendo  um  recurso  valioso  para  a  transformação  da  assistência obstétrica. 

Palavras-Chave:  Doula; Violência Obstétrica; Parto. 

ABSTRACT 

Introduction:  Childbirth,  which  was  once  a  natural  moment  led  by  midwives,  underwent  a  process  of  medicalization  from  the  18th  century  onwards.  This  transformation  reduced  women’s  autonomy  and  contributed  to  the  institutionalization  of  obstetric  violence,  especially  among  women  in  situations  of  social  vulnerability.  In  this  context,  the  doula  stands  out  as  a  professional  who  offers  physical,  emotional  and  informational  support  to  pregnant  women,  promoting  more  humanized  and  respectful  care.  Her  presence  has  been  associated  with  the  reduction  of  unnecessary  interventions,  such  as  cesarean  sections,  episiotomies  and  the  excessive  use  of  medications.  Objective: The  study  aimed  to  identify  how  the  presence  of  a  doula  contributes  to  the  prevention  and  reduction  of  obstetric  violence.  Materials  and  Methods: This  is  a  qualitative  research,  based  on  an  integrative  bibliographic  review,  with  analysis  of  33  articles  published  between  2015  and  2025.  The  sources  used  were  SCIELO,  PubMed  and  Google  Scholar,  with  application  of  inclusion  and  exclusion  criteria  for  the  selection  of  studies.  Discussion  and  Results:  The  studies  analyzed  reveal  a  high  incidence  of  abusive  practices  in  Brazilian  obstetric  services.  The  presence  of  a  doula  is  associated  with  a  reduction  in  labor  time,  less  use  of  painkillers,  a  drop  in  the  rate  of  cesarean  sections,  in  addition  to  favoring  maternal  satisfaction  and  female  protagonism.  Conclusion:  The  work  of  the  doula  is  essential  to  promote  a  more  humanized  birth,  protect  the  rights  of  pregnant  women  and  improve  maternal  and neonatal outcomes, being a valuable resource for the transformation of obstetric care.

Keywords: Doula; Obstetric Violence; Childbirth.

INTRODUÇÃO 

Sendo  percebida  como  uma  experiência  única  e  profunda  na  vida  de  uma  mulher,  o  parto  até  o  século  XVIII  não  era  visto  como  um  ato  de  função  médica,  mas  sim  como  um  ritual  entre  as  mulheres,  de  responsabilidade  das  parteiras.  O  método  de  institucionalização  e  medicalização  do  parto,  tomou  conta  do  processo  de  nascimento,  com  as  intervenções  médicas,  e  com  a  consequente  perda  do  poder  de decisão da mulher na hora do processo parturitivo (Leal;Leme, 2021). 

De  acordo  com  o  mesmo  autor,  a  mulher  passou  a  ser  tratada  como  objeto  de  intervenções  em  um  ambiente  controlado  pelos  profissionais  de  saúde.  Esse  processo  resulta  em  um  momento  de  fragilidade  para  a  mulher,  o  que  cria  condições  propícias  para  a  ocorrência  de  violência,  a  qual  é  exacerbada  quando  fatores  como  faixa  etária  e  classe  social aumentam sua vulnerabilidade. 

A  violência  obstétrica  constitui  uma  grave  violação  aos  direitos  humanos  das  mulheres,  em  especial  aos  sexuais  e  reprodutivos.  Dessa  forma,  no  contexto  de  resgate  da  valorização  do  processo  fisiológico  do  nascimento  e  de  garantia  de  assistência  obstétrica  livre  de  violência,  com  foco  em  uma  experiência  materna  positiva,  uma  figura  importante que se apresenta é a da doula (Leal; Leme, 2021). 

No  Brasil,  a  Lei  nº  11.108  de  07  de  abril  de  2005,  ficam  obrigados  a  permitir  a  presença,  junto  à  parturiente,  de  um  acompanhante  durante  todo  o  período  de  trabalho  de  parto,  parto  e  pós-parto  imediato,  nesta  fase  crucial  de  sua  vida,  a  mulher  pode  ser  acompanhada  não  apenas  pelo  parceiro  ou  por  alguém  de  sua  confiança,  mas  também  por uma doula (Santos, 2021). 

De  acordo  com  a  Classificação  Brasileira  de  Ocupações  (código  3221-35),  as  doulas  são  profissionais  escolhidas  pelas  parturientes  para  oferecer  suporte  durante  a  gravidez,  o  parto  e  o  puerpério.  Com  certificação  em  cursos  específicos,  elas  proporcionam  apoio  emocional,  conforto  físico  e  informações  relevantes.  Utilizando  métodos  não  farmacológicos  para  alívio  da  dor,  as  doulas  criam  um  ambiente  acolhedor  e  seguro.  Sua  atuação  é  crucial  para  promover  uma  experiência  positiva  e  respeitosa,  destacando  a  importância  do  cuidado  humanizado  no  processo  de  nascimento  e  diminuindo a violência obstétrica (Cavalieri; Souza, 2022). 

Ainda  segundo  Santos  (2021)  a  doula  presta  constante  apoio  à  parturiente  e  a  seu  acompanhante,  esclarece  a  respeito  da  evolução  do  trabalho  de  parto,  aconselha  as  posições  mais  confortáveis  durante  as  contrações,  promove  técnicas  de  respiração  e  relaxamento,  proporciona  contato  físico  e,  ainda,  oferece  apoio  psicológico.  Diante  deste  cenário,  a  Organização  Mundial  de  Saúde  –  OMS  e  o  Ministério  da  Saúde  definem  a  doula  como  sendo  uma  prestadora  de  serviço  treinada  com  capacidade  de  fornecer  informações  à  parturiente  sobre  todo  o  desenrolar  do  processo  de  parto  e  nascimento,  que  a  mesma  possa  participar  de  fato  das  decisões  acerca  das  condutas  a  serem  tomadas no momento do parto. 

O  acompanhamento  de  uma  doula  no  parto  pode  ser  de  grande  ajuda.  O  primeiro  estudo  a  apresentar  o  benefício  da  presença  das  doulas  para  o  parto  foi  em  maternidades  da  Guatemala,  que  demonstrou  que  a  presença  de  doulas  ajudou  a  reduzir  em  50%  o  número  de  cesarianas;  reduzir  em  60%  os  pedidos  de  anestesia  epidural;  reduzir  em  40%  o  uso  de  ocitocina  sintética;  reduzir  em  30%  o  uso  de  analgésicos;  e  reduzir  em  40%  o  uso  de  fórceps.  Os  autores,  diante  desses  dados,  afirmaram:  “Se  a  doula  fosse  uma  droga, seria antiético não usá-la” (Rohde, 2016). 

Em  vista  disso,  formulou-se  a  seguinte  pergunta  norteadora:  Como  a  presença  da  doula  durante  o  parto  contribui  para  a  prevenção  e  redução  da  violência  obstétrica,  e  quais as evidências científicas que sustentam essa relação? 

Uma  das  hipóteses  é  que  a  presença  da  doula  contribua  para  a  promoção  de  um  parto  humanizado,  que  se  caracteriza  por  uma  assistência  integral  à  mulher,  considerando  suas  dimensões  biológica,  psicológica,  espiritual  e  emocional.  Esse  modelo  de  cuidado  busca  tornar  o  parto  mais  fisiológico,  reduzindo  intervenções  desnecessárias  e  incorporando  práticas  que  aliviam  o  desconforto  físico  e  emocional  da  parturiente.  A  humanização  do  parto  tem  como  objetivo  central  assegurar  a  autonomia  da  mulher  nesse  momento, respeitando seus valores, escolhas e hábitos (Almeida; Gama; Bahiana, 2015). 

Recomenda-se  a  implementação  de  cuidados  de  maternidade  respeitosos:  cuidados  organizados  e  proporcionados  a  todas  as  mulheres,  de  modo  a  garantir  a  preservação  de  sua  dignidade,  privacidade  e  confidencialidade,  além  de  assegurar  a  ausência de danos e maus-tratos (Brasil, 2024). 

Contamos  como  objetivo  identificar  as  práticas  de  cuidados  adotadas  pelas  Doulas  que  podem  contribuir  para  a  prevenção  da  violência  obstétrica  e  identificar  e  avaliar  os  tipos  de  violência  obstétrica  mais  frequentemente  reportados  em  partos  sem  a  presença  de doulas. 

METODOLOGIA 

Trata-se  de  uma  pesquisa  bibliográfica  integrativa,  qualitativa,  pois  de  acordo  com  Nunes  (2021),  “A  pesquisa  bibliográfica  é  fundamental  para  a  construção  do  conhecimento  científico,  pois  fornece  a  base  teórica  e  o  contexto  necessário  para  a  compreensão  e  análise  do  problema  de  pesquisa”.  Ainda  segundo  o  mesmo  autor,  as  pesquisas  bibliográficas  são  aquelas  que  envolvem  a  análise  de  trabalhos  e  fontes  já  publicados  sobre  um  assunto  específico.  Seu  objetivo  é  reunir  e  examinar  o  conhecimento  disponível, oferecendo uma base teórica que guia e fundamenta a pesquisa em questão. 

Segundo  Silva  et  al.,  (2016)  a  pesquisa  integrativa  pode  ser  dividida  em  seis  etapas,  sendo  elas:  Elaboração  da  pergunta  norteadora;  Busca  ou  amostragem  na  literatura;  Coleta  de  dados;  Análise  crítica  dos  estudos  incluídos;  Discussão  dos  resultados e Apresentação  da  revisão  integrativa. 

Estudos  mostram  que  a  presença  de  doulas  durante  o  parto  pode  trazer  diversos  benefícios,  como  a  redução  do  tempo  de  trabalho  de  parto,  a  diminuição  do  uso  de  analgésicos,  e  uma  menor  taxa  de  partos  operatórios  e  cesarianas.  Esses  resultados  destacam  a  importância  do  apoio  contínuo  e  emocional  oferecido  pelas  doulas  nesse  momento  tão  único  e  delicado.  Além  disso,  revelaram  que  as  mulheres  parturientes  acompanhadas  pelas  doulas  têm  menos  depressão  pós-parto  e  amamentam  seus  recém-nascidos  nas  primeiras  semanas  de  vida,  muito  mais  do  que  outras  que  não  foram  acompanhadas  (Silva;  Faria,  2023).  A  pergunta  norteadora  foi:  “Como  a  presença  da  doula  durante  o  parto  contribui  para  a  prevenção  e  redução  da  violência  obstétrica,  e  quais as evidências científicas que sustentam essa relação?”. 

Definiu-se  como  critérios  de  inclusão  artigos  disponibilizados  na  íntegra,  disponíveis  na  língua  portuguesa  e  inglesa,  publicados  entre  os  anos  de  2015  a  2025.  Os  critérios  de  exclusão  foram  artigos  incompletos,  artigos  duplicados,  artigos  que  não  abordam  a  temática  e  fora  da  linha  temporal  estabelecida  entre  2015  a  2025.  Utilizou-se  para  a  pesquisa  os  descritores  “Doula”  ,  “Violência  Obstétrica”,  “Parto”.  Esses  termos  foram  pesquisados  através  de  agrupamentos  de  palavras  utilizando  o  método  booleano,  seguindo a seguinte combinação: “Doula” and “Parto” and “Violência Obstétrica”. 

Para  a  elaboração  desse  estudo,  foram  consultadas  as  bases  para  a  coleta  de  dados:  Scientific  Electronic  Library  Online  (SCIELO),  PubMed  e  Google  acadêmico.  Após  a  seleção  dos  estudos,  foi  necessário  revisar  e  sintetizar  as  informações  extraídas  para  facilitar a gestão dos dados obtidos. 

Para  assegurar  a  integridade  científica  da  revisão,  os  estudos  serão  examinados  cuidadosamente  quanto  à  sua  autenticidade,  qualidade  metodológica  e  relevância  das  informações.  O  propósito  dos  resultados  é  mostrar  o  que  foi  encontrado  na  pesquisa,  sendo  expostos  os  dados  brutos  adquiridos  durante  a  investigação,  empregando  tabelas,  gráficos,  imagens  ou  outros  meios  visuais  pertinentes  (Rosa,  2023).  Na  etapa  final  será  feita a apresentação da revisão integrativa.  A  busca  pelas  referências  bibliográficas  para  o  desenvolvimento  deste  trabalho  iniciou-se  com  uma  pesquisa  na  plataforma  Google  Acadêmico,  Scientific  Electronic  Library  Online  (SCIELO)  e  PubMed,  onde  foram  encontradas  975  fontes  acadêmicas  relacionadas  ao  tema  proposto.  Em  seguida,  para  refinar  os  resultados,  foi  aplicada  uma  filtragem  temporal,  abrangendo  os  anos  de  2015  a  2025,  o  que  reduziu  o  número  de  publicações  para  788.  Além  disso,  para  atender  melhor  aos  objetivos  da  pesquisa,  utilizou-se  a  estratégia  de  busca  avançada,  resultando  em 117  artigos  encontrados.  A  partir  disso,  os  autores  analisaram  os  resumos,  os  objetivos  e  os  resultados  das  publicações,  selecionando  33  referências  que  serviram  de  base  para  a  construção  da  resposta ao objetivo do trabalho.

 Figura 1:  Fluxograma metodológico para seleção da  amostra

FONTE: Os autores, 2025.

REFERENCIAL TEÓRICO  Capítulo 1 – Violência Obstétrica 

A  estipulação  de  um  grau  significativo  de  dor  e  sofrimento  evitáveis  são  constatadas  como  violência,  e  a  Violência  Obstétrica  se  destaca  como  um  tipo  específico  de  abuso  contra  a  mulher.  Historicamente  as  mulheres  vêm  sendo  vítimas  de  diversas  formas,  e  para  aumentar  a  qualidade  da  assistência,  tem-se  medicalizado  o  parto,  de  forma  extensiva  está  sendo  utilizado  procedimentos  considerados  inadequados,  que  frequentemente  podem  comprometer  a  saúde  e  a  vida  da  mãe  e  do  bebê,  procedimentos  interventivos  e,  muitas  vezes,  irrelevantes,  têm  ocasionado  a  insatisfação  das  mulheres ( Zanardo et al., 2017). 

Sendo  reconhecida  como  uma  questão  de  saúde  pública,  o  conceito  abrange  todos  os  tipos  de  violências  acometidas  a  parturientes,  algumas  delas  sendo,  físicas,  morais,  institucionais,  verbais,  psicológicas.  A  Violência  Física  pode  ser  observada  nas  intervenções  e  práticas  que  são  cientificamente  prejudiciais,  sem  o  consentimento  da  parturiente,  essas  intervenções  são  feitas  com  a  intenção  de  acelerar  o  trabalho  de  parto,  mesmo em gestantes de risco habitual (Pereira et al., 2016). 

Como  formas  de  Violência  Física,  a  manobra  de  Kristeller,  consiste  em  uma  manobra  na  qual  é  exercida  uma  técnica  que  envolve  a  aplicação  de  pressão  na  parte  superior  do  útero,  com  o  objetivo  de  ajudar  o  bebê  a  nascer  mais  rapidamente,  o  uso  de  ocitocina,  é  utilizado  para  acelerar  o  trabalho  de  parto,  a  amniotomia  consiste  em  romper  as  membranas  que  envolvem  o  feto,  enquanto  a  episiotomia,  que  é  uma  incisão  cirúrgica  na  vulva,  é  feita  de  rotina  para  minimizar  os  traumas  nos  tecidos  do  canal  de  parto  e  facilitar a saída do bebê (Pereira et al.,  2016). 

Por  sua  vez,  a  Violência  Verbal  e  Psicológica  causa  uma  dor  ainda  mais  profunda,  fazendo  com  que  a  parturiente  sinta-se  inferior  e  humilhada,  prejudicando  a  experiência  do  parto  e  deixando  uma  marca  negativa  nesse  momento  especial  (Brandt  et  al.,  2017),  o  uso  de  frases  ofensivas,  repreensões,  ameaças  contra  as  mulheres,  alterações  do  volume  de  voz,  uso  de  palavras  que  causam  constrangimento,  destaca-se  ainda  a  utilização  de  jargões  pejorativos  e  piadas,  como  exemplo:  “Na  hora  de  fazer  não  chorou,  está chorando agora por quê?” (Souza et al., 2019). 

Já  na  Violência  Institucional  e  Moral,  refere-se  ao  comportamento  de  postura  autoritária  do  profissional  durante  o  trabalho  de  parto,  que  pode  se  manifestar  por  meio  de  palavras  intimidadoras,  violação  de  direitos,  como  a  negação  do  acompanhante,  uso  de  termos  confusos  para  a  paciente,  desconsideração  da  dor  e  da  assistência,  abandono  e proibição de se expressar durante o trabalho de parto (Brandt et al., 2017). 

Capítulo 2 – Papel da Doula 

A  palavra  “doula”  tem  origem  no  grego  antigo,  onde  “doula”  (δούλη)  significa  “mulher  que  serve”  ou  “mulher  serva”.  As  doulas  são  especializadas  para  entender  a  fisiologia  do  parto  e  utilizam  métodos  não  farmacológicos  para  promover  o  alívio  da  dor,  e  também  oferecer  cuidados  pós  parto  e  orientações  sobre  a  amamentação.  Elas  desempenham  um  papel  fundamental  ao  ajudar  as  gestantes  a  se  sentirem  mais  empoderadas  e  seguras,  contribuindo  para  uma  experiência  de  parto  mais  positiva  e  acolhedora  (Barbosa  et  al.,  2018). 

Segundo  Barbosa  et  al.  (2018),  as  doulas  exercem  diversas  funções  valiosas  durante  o  trabalho  de  parto.  Elas  oferecem  suporte  emocional,  ajudando  a  gestante  a  se  sentir  mais  tranquila  e  confiante.  Utilizam  técnicas  como  massagens  e  banhos  mornos  para  proporcionar  conforto  físico  e  aliviar  a  dor.  Além  disso,  fornecem  informações  e  orientações  que  ajudam  a  mulher  a  entender  melhor  o  que  está  acontecendo.  Outro  papel  importante  é  o  de  facilitar  a  comunicação  entre  a  gestante  e  a  equipe  de  saúde,  garantindo  que  suas  necessidades  e  desejos  sejam  expressos  e  respeitados  durante  todo  o processo. 

Estudos  mostram  que  seu  apoio  gera  benefícios  psicossociais  e  obstétricos,  como  redução  da  ansiedade,  aumento  da  satisfação,  encurtamento  do  trabalho  de  parto  e  melhoria  dos  resultados  perinatais.  Além  disso,  elas  resgatam  o  senso  de  irmandade  e  colaboração  entre  mulheres,  trazendo  uma  nova  valorização  a  essa  experiência.  É  admirável  como  as  doulas  transformam  o  parto  em  um  momento  mais  positivo  e  humanizado  (Borja et al., 2018). 

É  com  sua  presença  sendo  considerada  essencial  para  proporcionar  uma  assistência  humanizada,  que  deve  ser  acessível  a  todas  as  mulheres,  a  mesma  se  integra  à  equipe  de  apoio  durante  a  gestação  e  o  pós-parto,  destacando  a  importância  do  protagonismo  feminino.  Essa  abordagem  ajuda  as  mulheres  a  se  sentirem  mais  no  controle  de  suas  experiências,  resultando  em  um  parto  mais  respeitoso  e  significativo  (Rondon; Sampaio;Talizin , 2021). 

Capítulo 3 – Humanização do Parto 

O  termo  humanização  vem  sendo  utilizado  há  cerca  de  quarenta  anos,  com  sentidos  diversos,  e  envolve,  desde  a  atenção  comprometida,  até  a  introdução  do  discurso  dos  direitos  dos  cidadãos  à  assistência  holística.  Os  principais  significados  atrelados  ao  termo  humanização  se  referem,  principalmente,  à  relação  interpessoal  eficaz  entre  profissionais  de  saúde  e  usuários,  respeito  aos  direitos  dos  pacientes,  naturalização  do  parto,  nascimento  e  participação  da  família  durante  o  processo  de  parturição.  Foram  criados  projetos  com  o  intuito  de  humanizar  o  cuidado  à  saúde  da  mulher,  visando  oferecer  um  acolhimento  integral.  Entre  os  mais  recentes  e  significativos,  destacam-se  a  Política  Nacional  de  Humanização  do  Parto  e  do  Nascimento  (PHPN)  e  a  Estratégia  Rede  Cegonha (Santos; Melo; Cruz, 2015). 

Um  desses  projetos  é  o  Programa  de  Humanização  do  Pré-natal  e  Nascimento  (PHPN)  que  busca  melhorar  a  assistência  prestada  durante  o  pré-natal,  com  uma  experiência  mais  acolhedora  e  aperfeiçoada  na  atenção  aos  processos  parturitivos  e  puerperal  (Possati,  2017).  A  essência  do  PHPN  valoriza  a  humanização  na  assistência,  com  ações  que  garantem  um  cuidado  acolhedor  e  respeitoso  para  as  gestantes,  visando  prevenir  intercorrências  durante  a  gestação  e  parto,  evitando  assim  qualquer  forma  de  violência  (Santos; Melo; Cruz, 2015). 

Ainda  de  acordo  com  Santos;  Melo;  Cruz  (2015)  a  abordagem  desse  programa,  é  que  a  estratégia  mais  eficaz  para  a  humanização  é  o  acolhimento,  baseado  nos  princípios  da  humanização  no  cuidado  obstétrico  e  neonatal,  oferecendo  um  suporte  adequado  durante  o  parto  e  o  pós-parto,  o  programa  defende  uma  mudança  na  ética  dos  profissionais  de  saúde  e  na  organização  das  instituições,  com  o  intuito  de  criar  um  ambiente  de  apoio  e  acolhimento,  ao  adotar  atitudes  que  quebram  com  o  tradicional  parto  hospitalar, imposto através do isolamento feminino. 

Um  outro  plano  relevante  é  a  Rede  Cegonha,  lançada  pelo  governo  federal,  é  um  plano  estratégico  estabelecido  no  Sistema  Único  de  Saúde,  com  o  objetivo  de  diminuir  os  índices  de  morbimortalidade  materna,  assegurando  o  acesso  contínuo  a  uma  rede  de  cuidados  integrados,  o  direito  de  planejar  a  reprodução,  de  receber atenção   humanizada  na  gravidez,  no  parto  e  no  puerpério, classificação   de  risco,  vinculação  da gestante   a  uma  unidade de  referência   mais  próxima,  atenção  à  saúde  da  criança desde  do  nascimento   até  24  meses  de  vida,  além  de  acesso  a  um  planejamento  familiar  adequado (Guerra et al., 2016). 

O  Plano  de  Parto  e  Nascimento  foi  criado  por  Sheila  Kitzinger  em  1980,  nos  Estados  Unidos,  começaram  a  utilizar  esse  documento  como  uma  maneira  de  planejar  uma  forma  de  parto  com  o  menor  número  possível  de  intervenções.  Tendo  um  importante  papel,  possibilitando  um  maior  controle  das  mulheres,  na  preparação  para  o  processo  parturitivo. (Cortés et al., 2015). 

Ele  é  um  documento  formal  e  legal,  elaborado  antecipadamente,  de  preferência  com  o  apoio  de  profissionais  de  um  serviço  de  atenção  primária,  referente  aos  cuidados  que  as  gestantes  gostariam  de  receber  durante  o  trabalho  de  parto,  levando  em  conta  seus  valores  e  desejos,  com  o  objetivo  de  evitar  intervenções  indesejadas.  Após  a  elaboração,  o  plano  deve  ser  entregue  à  equipe  da  maternidade  responsável  pelos  cuidados da mulher (Medeiros et al., 2019). 

Esse  plano  envolve  a  presença  de  pessoas  de  apoio  durante  o  trabalho  de  parto  e  o  parto,  além  de  tomadas  de  decisões  como  a  ingestão  de  líquidos,  alimentação,  posições  corporais  a  serem  adotadas,  cuidados  com  o  recém-nascido  e  intervenções  médicas  para  possíveis  complicações.  O  plano  oferece  orientação  durante  todo  o  processo  de  parturição,  a  valorização  do  parto  normal,  o  uso  de  métodos  não  farmacológicos  para  alívio  da  dor,  os  riscos  de  intervenções  desnecessárias,  como  a  cesariana  sem  indicação  clínica, entre outras complicações (Medeiros et al., 2019).

Capítulo 4 – Políticas Públicas Relacionadas a Doula 

O  trabalho  de  parto  é  uma  experiência  que  pode  deixar  uma  marca  profunda  nas  mulheres,  sendo  muito  influenciada  pelas  pessoas  que  as  cercam.  Estudos  conduzidos  pela  fisioterapeuta  Penny  Simkin,  apresentados  na  IX  Conferência  de  Parto  em  1990,  mostram  que  mulheres  que  têm  o  apoio  de  uma  doula  provavelmente  lembram  do  parto  de  forma  mais  positiva,  mesmo  que  não  consigam  seguir  o  plano  que  haviam  traçado ( Asselli; Teixeira, 2018) 

Nos  últimos  anos,  o  movimento  das  doulas  ganhou  destaque,  especialmente  com  a  criação  de  políticas  públicas  voltadas  para  a  Humanização  do  Parto  e  do  Nascimento  (P&N)  e  tem  se  fortalecido  como  um  resgate  do  cuidado  humanizado  na  gestação,  no  parto  e  no  pós-parto.  Essas  profissionais  oferecem  apoio  emocional,  físico  e  informativo,  criando  um  ambiente  de  confiança  e  segurança,  onde  a  mulher  se  sente  acolhida  e  fortalecida.  Elas  se  tornam  companheiras  indispensáveis  em  um  momento  tão  transformador  da  vida,  especialmente  com  o  avanço  de  políticas  públicas  que  promovem  a P&N (Almeida; Gama; Bahiana, 2015). 

Em  7  de  abril  de  2005,  a  Lei  do  Acompanhante  (Lei  nº  11.108)  entrou  em  cena,  garantindo  um  direito  fundamental  para  as  mulheres  no  momento  mais  transformador  de  suas  vidas:  a  escolha  de  quem  as  acompanharia  no  parto.  Essa  lei  assegura  que,  nos  serviços  do  Sistema  Único  de  Saúde  (SUS),  a  mulher  possa  ter  ao  seu  lado  uma  pessoa  de  sua  confiança,  alguém  da  sua  rede  de  afeto,  durante  todo  o  trabalho  de  parto  e  o  nascimento do seu filho (Vilanova et al., 2015). 

Estudos  mostram  que  esse  apoio  contínuo  traz  benefícios,  como  maior  chance  de  parto  vaginal  espontâneo,  redução  do  tempo  de  trabalho  de  parto,  maior  satisfação  e  melhores  resultados  de  APGAR  para  os  recém-nascidos.  O  objetivo  é  combater  a  violência  obstétrica,  reduzir  o  número  de  cesarianas  desnecessárias  e  evitar  práticas  que  causem danos físicos e psicológicos às mulheres (Asselli; Teixeira, 2018). 

Contudo,  a  função  da  Doula  foi  registrada  em  2006  pelo  Ministério  da  Saúde  mediante  a  publicação  da  Portaria  971  que  criou  a  Política  Nacional  de  Práticas  Integrativas  e  Complementares  (PICs)  com  o  escopo  de  garantir  a  prevenção  de  agravos,  promoção  e  recuperação da saúde (Isfer, 2017). 

DISCUSSÃO E RESULTADOS 

Dos  975  estudos,  33  foram  selecionados  para  a  elaboração  do  presente  artigo,  a  seguir,  apresenta  o  resultado  das  filtragens  realizadas  e,  que  se  constituem  no  “corpus”  da  pesquisa,  ou  seja,  o  material  selecionado  para  a  discussão  se  encontra  na  literatura  científica específica sobre o assunto. 

Quadro  1:  Estudos  sobre  Humanização  do  Parto,  Violência  Obstétrica  e  o  Papel  das  Doulas: Uma Revisão da Literatura

Autores/ Ano Resultados dos Artigos 
Almeida; Gama;  Bahiana,  2015 O  estudo  destaca  a  atuação  dos  enfermeiros  na  promoção  de  um  parto  mais humanizado, com foco no respeito e apoio contínuo à parturiente. 
Asselli; Teixeira, 2018 A  pesquisa  evidencia  a  adoção  do  parto  humanizado  e  o  papel  da  doula,  especialmente  com  o  respaldo  da  legislação  que  regulamenta  esse  cuidado. 
Barbosa et al., 2018 O  artigo  discute  a  evolução  do  papel  das  doulas  no  parto  hospitalar,  abordando a transição do voluntariado à sua mercantilização. 
Brandt et al., 2017 O  estudo  revela  a  alta  incidência  de  violência  obstétrica,  enfatizando  as  suas consequências físicas e psicológicas para as mulheres. 
Borja et al., 2018 As  puérperas  destacam  a  importância  da  presença  das  doulas,  relatando  um aumento significativo no conforto emocional durante o parto. 
Carniel; Vital; Souza,  2019 A  pesquisa  conclui  que  a  episiotomia  de  rotina  é  considerada  uma  violência  obstétrica  e  que  pode  ser  evitada  com  práticas  mais  respeitosas e naturais. 
Cavalieri; Souza, 2022 O  estudo  identifica  como  a  participação  das  doulas  nas  maternidades  altera  positivamente  a  percepção  das  mulheres  sobre  o  processo  de  parto. 
Cortés et al., 2015 Os  planos  de  parto  têm  um  impacto  direto  na  humanização  do  nascimento,  empoderando  as  mulheres  e  garantindo  maior  controle  sobre a experiência. 
Silva;  Santos;  Santos,  2024 O  artigo  reforça  a  necessidade  de  estratégias  de  enfermagem  para  combater  a  violência  obstétrica,  enfatizando  a  importância  do  cuidado  respeitoso e humanizado. 
Fernandes et al., 2024 A  pesquisa  sublinha  o  papel  fundamental  das  doulas  na  redução  da  violência  obstétrica,  oferecendo  suporte  emocional  e  psicológico  durante  o parto.
Freitas et al., 2020 O  estudo  aponta  que  a  prática  de  episiotomia  de  rotina  é  uma  violação  dos direitos das mulheres, sendo desnecessária na maioria dos casos. 
Guerra et al., 2016 O  estudo  discute  as  ações  da  Rede  Cegonha,  destacando  as  políticas  públicas  que  visam  garantir  um  parto  mais  humanizado  e  a  redução  da  violência obstétrica no Brasil. 
Isfer et al., 2017 O  artigo  apresenta  o  perfil  das  doulas  no  Brasil,  evidenciando  seu  compromisso  com  a  humanização  do  parto,  apesar  das  dificuldades  enfrentadas na profissão. 
Leal;  Leme, 2021 A  pesquisa  evidencia  o  impacto  positivo  da  presença  das  doulas  no  parto,  ajudando  as  mulheres  a  se  sentirem  mais  empoderadas  e  confiantes. 
Medeiros et al., 2019 O  estudo  conclui  que  o  uso  do  plano  de  parto  contribui  para  um  processo  de  nascimento  mais  respeitoso,  com  a  mulher  se  sentindo  mais  no  controle. 
Ministério da Saúde, 2022  As  diretrizes  de  assistência  ao  parto  normal  enfatizam  o  respeito  à  mulher  e  a  necessidade  de  garantir  que  suas  escolhas  sejam  respeitadas durante o parto. 
Nunes, 2021 A  metodologia  científica  aplicada  no  estudo  busca  trazer  clareza  nas  práticas  de  saúde,  especialmente  nas  questões  relacionadas  ao  parto  humanizado. 
Pereira, 2024 O  artigo  discute  as  práticas  que  configuram  violência  obstétrica  e  como  a  presença da doula pode ajudar a reduzir tais abusos durante o parto. 
Pereira  et al.,2016 A  pesquisa  trata  da  violência  obstétrica  como  uma  violação  grave  dos  direitos  humanos,  com  impactos  significativos  sobre  a  dignidade  das  mulheres. 
Possati et al., 2017 O  estudo  conclui  que  as  enfermeiras  desempenham  um  papel  essencial  na  humanização  do  parto,  principalmente  por  meio  de  práticas  respeitosas e acolhedoras. 
Rohde, 2016 A  pesquisa  evidencia  a  relação  entre  a  violência  obstétrica  e  questões  culturais  e  sociais,  apontando  a  necessidade  de  um  novo  olhar  sobre  o  parto. 
Rosa, 2023 O  estudo  reforça  a  importância  de  uma  análise  de  resultados  clara  e  objetiva,  permitindo  uma  melhor  aplicação  do  conhecimento  na  prática  de enfermagem. 
Rondon; Sampaio;  Talizin, 2021 Mulheres  assistidas  por  doulas  reportam  uma  experiência  positiva  no  parto,  com  maior  segurança  e  conforto  devido  ao  apoio  contínuo  da  doula. 
Santos; Melo; Cruz,  2015 O  estudo  revela  que,  embora  a  humanização  do  parto  tenha  avançado  no  Brasil,  ainda  há  desafios  para  garantir  o  acesso  equitativo  aos  cuidados respeitosos. 
Santos, 2021 O  artigo  sublinha  o  papel  crucial  das  doulas  no  suporte  emocional  e  físico  à  parturiente,  contribuindo  para  uma  experiência  de  parto  mais  satisfatória. 
Sampaio; Tavares.  Herculano, 2019 A  pesquisa  explora  como  a  violência  obstétrica  afeta  emocionalmente  as  mulheres,  destacando  a  importância  do  suporte  das  doulas  para  superar  esses traumas. 
Silva; Faria, 2023 O  estudo  apresenta  a  violência  obstétrica  como  um  problema  persistente,  com  impactos  profundos  sobre  a  saúde  mental  e  física  das  mulheres. 
SILVA et al., 2016 As  famílias  de  neonatos  prematuros  enfrentam  enormes  desafios  emocionais  e  psicológicos,  principalmente  em  unidades  de  terapia  intensiva neonatal. 
Silva;  Cunha;  Kappler,  2018 A  pesquisa  identifica  as  percepções  das  mulheres  sobre  o  parto  e  a  atuação  das  doulas,  revelando  uma  experiência  predominantemente  positiva. 
Souza et al., 2019 O  estudo  aborda  a  violência  obstétrica  como  uma  prática  que  deve  ser  erradicada,  com  ênfase  na  educação  e  na  conscientização  para  mudanças efetivas. 
Souza et al., 2023 Mulheres  assistidas  por  doulas  expressam  uma  sensação  de  empoderamento  e  apoio  emocional,  o  que  contribui  para  uma  experiência de parto mais positiva. 
Vilanova et al., 2015 A  pesquisa  conclui  que  a  presença  de  acompanhantes  durante  o  parto  aumenta  a  sensação  de  segurança  e  apoio  emocional  para  as  parturientes. 
Zanardo et al., 2017 O  estudo  revela  que  a  violência  obstétrica  no  Brasil  é  um  problema  grave  que  precisa  de  ações  mais  eficazes  para  garantir  o  respeito  aos  direitos  das mulheres. 

FONTE: Os autores, 2025. 

O  parto  vai  além  da  visão  idealizada  e  envolve  fatores  físicos,  emocionais  e  socioculturais.  Segundo  pesquisa  da  Fiocruz  (2012),  30%  das  mulheres  em  hospitais  privados  e  45%  no  SUS  relataram  abusos  durante  o  parto.  Esses  dados  mostram  a  gravidade  da  violência  obstétrica,  que  ainda  é  comum  no  Brasil,  com  números  que  evidenciam  uma  realidade  preocupante,  que  em  muitos  casos  resulta  na  morte  tanto  da  mãe quanto do bebê (Fernandes et al., 2024). 

Essa  forma  de  violência  é  apontada  por  Pereira  e  Oliveira  (2024)  como  uma  negação  da  autonomia  das  mulheres  durante  o  processo  de  parturição.  Além  disso, autores  como  Pereira  et  al.  (2016),  Brandt  et  al.  (2017)  e  Zanardo  et  al.  (2017)  destacam  práticas  abusivas  recorrentes,  como  o  uso  injustificado  da  episiotomia,  manobras  como  a  de  Kristeller,  administração  abusiva  de  ocitocina,  proibição  de  alimentação  ou  movimentação,  e  comportamentos  verbais  e  gestuais  que  desqualificam  ou  afetam  psicologicamente  a  mulher.  Todas  estas  atitudes  configuram  graves  violações  dos  direitos  da parturiente. 

Nesse  contexto,  os  dados  da  pesquisa  Nascer  no  Brasil ,  que  entrevistou  mais  de  23  mil  mulheres  e  revelou  a  alta  prevalência  de  intervenções  obstétricas  nas  maternidades  brasileiras.  Entre  as  práticas  mais  comuns  estão  a  posição  litotômica  (92%),  episiotomia  (56%),  uso  rotineiro  de  ocitocina  e  amniotomia  (40%)  e  manobra  de  Kristeller  (37%).  Muitas  dessas  intervenções  são  realizadas  sem  o  consentimento  da  parturiente.  A  OMS,  por  exemplo,  recomenda  que  a  episiotomia  não  ultrapasse  10%  dos  partos  vaginais.  Esses  procedimentos  aumentam  os  riscos  de  complicações  para  a  mulher.  Um  estudo  em  Recife  confirmou  essa  realidade,  apontando  que  86,5%  das  mulheres  sofreram  algum tipo de intervenção durante o parto  (Brandt et al., 2017). 

Dentre  essas  práticas,  a  episiotomia  desponta  como  um  dos  exemplos  mais  emblemáticos  da  violência  obstétrica.  Mesmo  sem  recomendação  da  Organização  Mundial  da  Saúde  (OMS)  para  sua  realização  sistemática,  ela  ainda  é  amplamente  utilizada, sobretudo em contextos nos quais a mulher não conta com suporte contínuo. 

Quando  realizada  sem  justificativa  clínica  e  sem  o  consentimento  da  parturiente,  a  episiotomia  deixa  de  ser  um  procedimento  terapêutico  e  passa  a  representar  uma  violação  de  direitos.  Autores  como  Carniel;  Vital;  Souza  (2019),  Brandt  et  al.  (2017)  e  Freitas  et  al.  (2020)  apontam  que  essa  prática,  quando  realizada  de  forma  rotineira  e  sem  necessidade  comprovada,  configura  uma  forma  explícita  de  violência  obstétrica  ao  ultrapassar os limites éticos da atuação clínica. 

Além  das  intervenções  físicas,  a  violência  verbal  também  é  recorrente  no  cenário  obstétrico.  Comentários  depreciativos,  ameaças  e  humilhações  são  frequentemente  relatados  por  parturientes.  Fernandes  et  al.  (2024)  descrevem  essas  condutas  como  um  “mecanismo  de  controle  simbólico”,  utilizado  por  profissionais  para  coagir  ou  silenciar  as  mulheres.  Sampaio,  Tavares  e  Herculano  (2019)  exemplificam  com  frases  como  “na  hora  de  fazer,  não  chorou”  ou  “se  não  colaborar,  o  bebê  vai  morrer”,  que  são  especialmente  comuns  em  casos  em  que  a  parturiente  não  contou  com  o  apoio  de  uma  doula, transformando o parto em uma experiência traumática. 

Nesse  sentido,  a  presença  da  doula  surge  como  uma  figura  de  proteção  e  suporte.  Leal  e  Leme  (2021)  apontam  que  ela  atua  como  um  “escudo  protetor”,  inibindo  condutas  abusivas  por  parte  da  equipe  de  saúde.  Autores  como  Cortés  et  al.  (2015),  Medeiros  et  al.  (2019)  e  Barbosa  et  al.  (2018)  reforçam  essa  ideia  ao  associarem  a  ausência  da  doula  à  intensificação  da  violência  institucional.  A  falta  de  consideração  pelo  plano  de  parto,  a  recusa  em  permitir  acompanhantes  e  o  desrespeito  à  privacidade  da  mulher  são  exemplos disso. 

A  atuação  das  doulas  na  prevenção  da  violência  obstétrica  é  multifacetada,  envolvendo  desde  a  promoção  de  um  ambiente  de  parto  humanizado  até  a  capacitação  contínua  e  o  engajamento  em  causas  de  justiça  social.  A  educação  em  saúde,  a  criação  de  vínculos  de  confiança  com  as  parturientes  e  a  redução  de  intervenções  invasivas  são  algumas  das  estratégias  fundamentais  identificadas  na  literatura  para  combater  essa  forma de violência (Silva; Santos; Santos, 2024). 

Toda  mulher  deveria  ser  assistida  por  uma  doula,  já  que  ela  atua  de  forma  a  apoiar,  encorajar  e  amparar  a  gestante,  desmitificando  achismos  e  levando  informações  para  que  ela tenha os seus direitos fundamentais respeitados (Pereira; Oliveira, 2024). 

Segundo  Santos  (2021)  durante  o  parto,  a  doula  funciona  como  uma  interface  entre  a  equipe  de  saúde  e  o  casal,  ela  deve  usar  uma  linguagem  acessível  junto  à  mulher  e  acompanhante  explicando-lhes  sobre  as  técnicas  e  os  procedimentos  hospitalares  que  estão  sendo  utilizados,  além  disso,  ela  atenua  a  eventual  frieza  da  equipe  médica  num  dos momentos mais vulneráveis da vida da mulher. 

Já  Silva,  Cunha  &  Kappler,  (2018)  relata  que  no  trabalho  de  parto,  a  doula  orienta  a  mulher  a  assumir  a  posição  que  mais  lhe  agrade  durante  as  contrações,  favorece  a  manutenção  de  um  ambiente  tranquilo  e  acolhedor,  com  silêncio  e  privacidade;  auxilia  na  utilização  de  técnicas  respiratórias,  apoia  e  orienta  a  mulher  durante  todo  o  período  expulsivo,  incluindo  a  possibilidade  da  liberdade  de  escolha  quanto  à  posição  a  ser  adotada. 

Entretanto,  para  Souza  et  al  (2023),  o  processo  de  doulagem  dá-se  juntamente  ao  apoio  social  que  as  mulheres  recebem  durante  o  período  gestacional  e  em  especial  durante  o  trabalho  de  parto.  As  atividades  de  apoio  durante  o  trabalho  de  parto  podem  ser  classificadas  em  quatro  categorias:  suporte  emocional,  que  consiste  em  encorajar,  tranquilizar  e  estar  presente  continuamente;  medidas  de  conforto  físico  como  massagem  e  compressa  fria;  suporte  de  informações  através  de  orientações,  instruções  e  conselhos  e  defesa  que  consiste  em  interpretar  os  desejos  do  casal  frente  aos  profissionais  do  hospital e agir em favor do mesmo. 

Nessa  perspectiva  os  autores  argumentam  que  o  cuidado  não  é  apenas  um  ato,  mas  uma  atitude  que  significa  acolhimento,  respeito  pelas  diferentes  histórias  de  vida,  embasando  a  importância  da  presença  da  doula  no  suporte  ao  parto  proporcionando  inúmeros  benefícios  à  mulher  no  enfrentamento  dos  desconfortos  no  processo  de  parto  e  nascimento,  diminuindo  o  medo,  a  tensão  e  a  dor  e,  consequentemente  aumentando  a  possibilidade  do  parto  ser  uma  experiência  positiva  para  a  mulher  e  sua  família  (Santos  2021). 

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Este  estudo  buscou  compreender  de  que  forma  a  presença  da  doula  durante  o  parto  contribui  para  a  prevenção  e  redução  da  violência  obstétrica,  bem  como  identificar  as  práticas  de  cuidado  por  ela  desenvolvidas  nesse  processo.  Através  da  revisão  bibliográfica  integrativa,  foi  possível  confirmar  que  a  atuação  das  doulas  representa  um  elemento  fundamental  na  promoção  de  um  parto  mais  humanizado,  acolhedor  e  respeitoso. 

Verificou-se  que  a  presença  contínua  da  doula  oferece  suporte  físico,  emocional  e  informativo  à  parturiente,  contribuindo  significativamente  para  a  redução  de  intervenções  desnecessárias,  como  a  episiotomia,  o  uso  abusivo  de  ocitocina  e  manobras  invasivas.  Além  disso,  a  doula  atua  como  ponte  de  comunicação  entre  a  mulher  e  a  equipe  de  saúde,  promovendo  o  protagonismo  feminino  e  resguardando  os  direitos  da  gestante  no  momento do parto. 

Evidências  científicas  apontam  que  a  presença  da  doula  está  associada  à  diminuição  de  cesarianas,  do  tempo  de  trabalho  de  parto,  do  uso  de  anestesia  e  à  melhora  dos  desfechos  maternos  e  neonatais.  Também  foi  observado  que  mulheres acompanhadas  por  doulas  relatam  menor  incidência  de  violência  obstétrica,  maior  satisfação com a experiência de parto e maiores taxas de amamentação precoce. 

Diante  dos  achados,  conclui-se  que  a  atuação  da  doula  não  apenas  contribui  diretamente  para  a  prevenção  de  práticas  violentas  durante  o  parto,  mas  também  fortalece  políticas  públicas  de  humanização  e  reafirma  a  importância  da  escuta,  do  respeito  à  autonomia  da  mulher  e  do  cuidado  baseado  em  evidências.  Portanto,  a  inclusão  e  valorização  das  doulas  nos  serviços  de  saúde  representam  uma  estratégia  eficaz  para  transformar  o  cenário  obstétrico  brasileiro  e  assegurar  uma  assistência  digna  e respeitosa a todas as mulheres. 

REFERÊNCIAS 

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1Alunas do Curso de Bacharelado Em Enfermagem
2Professor do Curso de Bacharelado em Enfermagem