THE ASSISTANT ROLE OF PHARMACISTS IN POSTOPERATIVE PHARMACOTHERAPY FOLLOW-UP OF BARIATRIC SURGERY: AN INTEGRATIVE REVIEW
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7942448
Tatiana Sousa Machado1
Omero Martins Rodrigues Junior2
RESUMO
Objetivo: Analisar o papel assistencial do farmacêutico no acompanhamento farmacoterapêutico pós-operatório de cirurgia bariátrica. Métodos: Estudo exploratório, de natureza bibliográfica e pesquisa qualitativa, com marco inicial nos meses de fevereiro a abril de 2023, tendo como base de busca a Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), a Scientific Electronic Library Online (SciELO), e Harzing Publish or Perish, entre os anos de 2013 a 2023, utilizando os descritores: Assistência farmacêutica; Cirurgia bariátrica; Reabilitação, em português, inglês e espanhol. No critério de exclusão foram indeferidas todas as publicações duplicadas, em línguas estrangeiras não pertencentes às elencadas, de acesso pago e não condizentes com o objetivo geral, assim como publicações anteriores ao ano de 2013. Resultados: foram selecionados 30 estudos publicados, sendo dezoito em português, oito em inglês e quatro em espanhol, o maior quantitativo de trabalhos foi encontrado na plataforma Scientific Electronic Library Online (Scielo). Os artigos destacaram o papel do farmacêutico na fase pós-bariátrica. Conclusão: Observa-se que a obesidade é considerada um distúrbio alimentar de impacto mundial, sem causas definidas e multifatorial sendo fator preditor de inúmeras comorbilidades. Os portadores de obesidade mórbida são os grupos submetidos a cirurgia bariátrica, nos casos de falha no tratamento clínico inicial. O apoio multiprofissional, inclusive do farmacêutico, no período pós-cirúrgico busca auxiliar a readequação do organismo do indivíduo através da reposição farmacológica de suplementação vitamínica de forma vitalícia, atuando na prevenção de deficiências nutricionais assegurando a segurança ao paciente quanto ao uso correto dos medicamentos.
Palavras-chave: Obesidade. Pacientes pós-bariátricos. Atenção farmacêutica.
ABSTRACT
Objective: To analyze the role of the pharmacist in the postoperative pharmacotherapeutic follow-up of bariatric surgery. Methods: An exploratory study, of a bibliographic nature and qualitative research, with an initial milestone in the months of February to April 2023, based on the Virtual Health Library (VHL), the Scientific Electronic Library Online (SciELO), and Harzing Publish or Perish, between the years 2013 to 2023, using the descriptors: Pharmaceutical assistance; Bariatric surgery; Rehabilitation, in Portuguese, English and Spanish. In the exclusion criteria, all duplicate publications, in foreign languages not belonging to those listed, with paid access and not consistent with the general objective, as well as publications prior to the year 2013, were rejected. Results: 30 published studies were selected, 18 in Portuguese, eight in English and four in Spanish, the largest number of papers was found on the Scientific Electronic Library Online (Scielo) platform. The articles highlighted the role of the pharmacist in the post-bariatric phase. Conclusion: It is observed that obesity is considered an eating disorder of worldwide impact, with no defined and multifactorial causes, being a predictor of numerous comorbidities. Patients with morbid obesity are the groups submitted to bariatric surgery, in cases of failure in the initial clinical treatment. The multidisciplinary support, including the pharmacist, in the post-surgery period seeks to help the readjustment of the individual’s body through the pharmacological replacement of vitamin supplementation for life, acting in the prevention of nutritional deficiencies, ensuring patient safety regarding the correct use of medicines.
Keywords: Obesity. Post-bariatric patients. Pharmaceutical attention.
1. INTRODUÇÃO
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define que a obesidade é uma doença de natureza crônica e multifatorial que implica na capacidade fisiológica do indivíduo em acumular um quantitativo excessivo de gordura adiposa, tendo por um dos principais tratamentos, a cirurgia bariátrica, visando reduzir o desenvolvimento de doenças, sendo preciso que o paciente pós-bariátrico receba orientação e acompanhamento multidisciplinar, na prevenção de doenças ou de desequilíbrios nutricionais (FONSECA, 2021).
A obesidade é uma doença de impacto mundial, e as indústrias alimentícias que ofertam alimentos de valor acessível, de baixa qualidade, ricos em gorduras e transgênicos com alto teor de glicose contribuem para os elevados índices de morbimortalidade por obesidade. As comorbidades maiores de um paciente obeso são: hipertensão arterial, doença cardiovascular, dislipidemia, diabetes tipo 2, síndrome da hipoventilação, apnéia do sono, osteoartrite, infertilidade, além dos fatores ambientais (MAZUR e NAVARRO, 2015).
No que concerne os métodos de redução de peso sem intervenção cirúrgica, se fundamentam em tentativas mal sucedidas de métodos para a perda ponderal, como dietas da moda, ou procedimentos a fim de conseguir o emagrecimento, a falta de procura e encontro um profissional com intuito de chegar ao peso ideal, como nutricionista e endocrinologista, a adaptação do estilo de vida para as atividades físicas regulares, e a eminência de não obterem o resultado desejado, os pacientes abandonam qualquer tratamento e aumentam a ingestão diária, como forma de fuga da tentativa não praticada, sendo assim então são indicados a intervenção da cirurgia bariátrica (DE SOUZA e DE MENEZES SOARES, 2017).
Em suma, a origem da obesidade ainda tem causas desconhecidas, podendo ser adquirida pelo estilo de vida e alimentação inadequada ou por fatores genéticos, onde o indivíduo já tem a predisposição à obesidade. Portanto, antes e após o procedimento cirúrgico o paciente precisa ser acompanhado por uma série de profissionais, como médicos, psicólogos, psiquiatras, nutricionistas, fisioterapeutas, enfermeiros, serviço social e o farmacêutico (LOPES et al., 2013).
Nestes casos, a assistência farmacêutica contempla aos usuários pós bariátricos um tratamento estruturado na suplementação vitamínica e mineral, na incorporação de polivitamínicos para as necessidades nutricionais dos pacientes, num período entre 18 meses pós cirurgia, com fármacos e suplementação adequada (JALLES et al., 2022).
O farmacêutico tem portanto uma atuação essencial no acompanhamento e educação a estes pacientes, visando promover o uso racional de medicamentos, assegurando um tratamento farmacológico apropriado e evitando que reações adversas que interfiram nos resultados terapêuticos e na reabilitação pós cirúrgica, as intervenções farmacêuticas corroboram para uma maior segurança ao paciente (TORTATO et al., 2021).
Considerando a midiatização de procedimentos de cirurgia bariátrica, apresenta-se a seguinte questão norteadora deste estudo: Qual o papel assistencial do farmacêutico no acompanhamento farmacoterapêutico pós-operatório de cirurgia bariátrica?
Neste contexto, o presente estudo tem sua importância em fomentar novos dados e analisar através da literatura tal problemática, envolvendo os aspectos que definem as necessidades que determinam o enquadramento de pacientes a realização da cirurgia bariátrica, concomitante à importância do papel e acompanhamento do profissional farmacêutico, que faz parte integrante da equipe multidisciplinar, destacando assim como a assistência deste profissional pode interferir de forma positiva e benéfica no processo pós-operatório de pacientes cirúrgicos bariátricos, destacando a relevância da orientação terapêutica medicamentosa durante este quadro pós-cirúrgico.
Cabe ressalvar que o assunto apesar de ser uma realidade da atualidade, proporciona bastante interesse no campo científico, pois se verifica poucas publicações nos últimos dez anos desta área, que correlacione o farmacêutico à essa demanda terapêutica, o que contribuiu para escolha deste tema.
Diante do exposto, o objetivo deste estudo é analisar o papel assistencial do farmacêutico no acompanhamento farmacoterapêutico pós-operatório de cirurgia bariátrica.
2. METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão teórica delineada na síntese de estudos sobre o papel assistencial do farmacêutico no acompanhamento de pacientes pós-operatórios de cirurgia bariátrica. O levantamento da literatura teve seu marco inicial nos meses de fevereiro a abril de 2023, tendo como base de busca a plataforma Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), a Scientific Electronic Library Online (SciELO), e Harzing Publish or Perish, compreendendo os anos de 2013 a 2023.
Na coleta de dados, empregou-se o levantamento geral por artigos e publicações existentes utilizando os seguintes descritores: Assistência farmacêutica; Cirurgia bariátrica; Reabilitação, em português e seus correspondentes na língua inglesa e espanhola, sendo estes Pharmaceutical care; Bariatric surgery;
Rehabilitation, Cuidado farmacéutico; Cirugía bariátrica; Rehabilitación respectivamente.
Em relação ao critério de inclusão foram selecionados artigos, livros e publicações catalogadas com acesso livre na íntegra e originais, nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola, verificados pelo resumo e considerações finais/conclusão disponíveis nas plataformas de busca, indexadas entre os anos de 2013-2023. Neste trabalho foram excluídas as publicações duplicadas, em línguas estrangeiras não pertencentes às elencadas, de acesso pago e não condizentes com o objetivo geral, assim como publicações anteriores ao ano de 2013.
As publicações tiveram por método a análise de conteúdo, conforme Bardin (2016) dita que a análise de conteúdo segue etapas de pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados, no qual se adotou a escolha do tema, levantamento da literatura, formulação do problema, busca na plataforma de dados, leitura do material, emprego dos critérios de inclusão e exclusão, e elaboração textual, na Figura 1, as etapas de seleção das publicações conforme o fluxograma Prisma.
Figura 1. Etapas de seleção das publicações.
Fonte: Elaborado pela autora (2023).
Deste modo foram identificadas 60 publicações. Na triagem dos estudos os materiais duplicados, resultaram em 05 pesquisas desconsideradas. Seguindo a adoção do critério de inclusão, pela leitura e análise do material, verificou-se as publicações completas, originais, disponíveis na íntegra, sendo 55 periódicos; Estudos excluídos por serem de outras línguas estrangeiras; 15 estudos.
Sob as publicações de acesso livre, interligadas ao objetivo geral, nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola: 40 periódicos; No critério de exclusão, foram excluídos pesquisas indisponíveis de acesso pago: 02 publicações; Estudos não relacionados ao objetivo do tema: 03 trabalhos; e publicações anteriores ao ano de 2013, um total de 05 pesquisas. E por fim, os estudos incluídos nesta revisão integrativa, constaram em um quantitativo de 30 trabalhos.
3. RESULTADOS
Foram selecionados 30 estudos publicados, sendo dezoito (64%) em português, oito (24%) em inglês e quatro (12%) em espanhol, onde oito (24%) foram identificados na plataforma Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), quinze (55%) foram identificados na plataforma Scientific Electronic Library Online (SciELO) e sete (21%) identificados na plataforma Harzing Publish or Perish, representados nos gráficos 1 e 2, a seguir.
Gráfico 1. Distribuição percentual das publicações selecionadas por idioma.
Fonte: Elaborado pela autora (2023).
Gráfico 2. Distribuição dos artigos selecionados pelas plataformas de busca.
Fonte: Elaborado pela autora (2023).
Desses, vinte (55%) foram publicados em livros, monografias e revistas de farmácia e quinze (45%) em periódicos interdisciplinares. O maior quantitativo de trabalhos para este estudo foi encontrado na plataforma Scientific Electronic Library Online (Scielo) com 55%. A seguir, apresenta-se a síntese dos estudos incluídos no estudo.
Quadro 1. Características dos principais artigos incluídos no estudo.
Ano | Título do estudo | Periódico | Autores | Base de dados |
2016 | Indicadores clínicos nutricionais da NANDA (Associação Norte Americana de Diagnósticos de Enfermagem) internacional em pacientes no Pós operatório | Rev Enfermagem UFSM | Araújo et al. | BVS |
2016 | Impacto da deficiência de vitamina de cálcio nos ossos de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica: uma revisão sistemática | ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva (São Paulo) | Cabral et al. | Scielo |
2016 | Perfil farmacoterapêutico de pacientes obesos no pós-operatório201 de cirurgia bariátrica | Jornal Vascular Brasileiro | Kovaleski et al. | Scielo |
2017 | A importância do farmacêutico no pré e pós-operatório de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica | Visão Acadêmica | Domingues e Assunção | Harzing Publish or Perish |
2018 | Obesidade: um estudo sobre a adesão ao tratamento medicamentoso e a percepção da qualidade de vida relacionada à saúde | Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento | Fieira e De Lourdes Silva | Harzing Publish or Perish |
2018 | Avaliação da condição de saúde e da qualidade de vida no pós-operatório tardio de pacientes submetidos a cirurgia bariátrica | Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento | Santos et al. | Scielo |
2018 | Caracterização físico-química de preparações prescritas para pacientes pós-cirurgia bariátrica | Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento | Suzuki e Berto | Scielo |
2019 | Experiência de um serviço ambulatorial multidisciplinar e interdisciplinar para obesidade e cirurgia bariátrica | Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento | Lordani et al. | Scielo |
2019 | Recomendações analgésicas em pacientes com obesidade e SAOS (Síndrome da Apnéia do Sono Obstrutivo) | Rev. Mex. anestesiologa | Villegas Sotelo et al. | Scielo |
2020 | Avaliando um papel potencial para farmacêuticos comunitários no suporte nutricional de pacientes pós bariátricos | Clin. Obes . | Graham et al. | BVS |
2021 | Dosagem oral de medicamentos após cirurgia bariátrica: conceitos gerais e recomendações específicas de dosagem | British journal of clinical pharmacology | Kingma et al. | BVS |
2022 | Eficácia de um farmacêutico de clínica de cirurgia bariátrica | Obesity surgery | Han et al. | BVS |
2022 | Iniciativa liderada pela farmácia para melhorar a reconciliação de medicamentos perioperatórios entre pacientes cirúrgicos bariátricos: qual é o papel? | Revist. Surg Endosc | Falconer et al. | BVS |
2022 | Complicações pós-operatórias imediatas e tardias de cirurgias bariátricas: uma revisão de literatura | Revista Eletrônica Acervo Médico | Morais et al. | Harzing Publish or Perish |
Fonte: Elaborado pela autora (2023).
Os artigos elegidos destacam o papel do farmacêutico na fase pós-bariátrica, com maior importância em seus estudos, discriminados no quadro 2 abaixo.
Quadro 2. Síntese dos artigos de revisão inclusos.
Título | Autor | Objetivo | Resultados |
Indicadores clínicos nutricionais da NANDA (Associação Norte Americana de Diagnósticos de Enfermagem) internacional em pacientes no pós-operatório | Araújo et al., 2016 | Descrever os indicadores clínicos nutricionais de pacientes em pós operatório baseados no domínio Nutrição da NANDA Internacional. | Os cuidados e as ações de equipe multidisciplinar devem priorizar e atender as necessidades dos diagnósticos identificados no intuito de evitar complicações pós-operatórias. |
Impacto da deficiência de vitamina D e cálcio nos ossos de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica: uma revisão sistemática | Cabral et al., 2016 | Avaliar o impacto da deficiência de vitamina D e do cálcio ósseo de pacientes após gastroplastia em Y-de Roux, relacionando tipo de administração, dose e efeito pós-cirúrgico. | Os pacientes submetidos a cirurgia Bypass Gástrico em Y de-Roux (BPGYR) devem fazer uso de polivitamínicos e minerais principalmente a vitamina D e o cálcio para evitar fraturas ósseas. Monitoramento, tratamento e controle dos fatores de risco são essenciais para prevenir estas complicações após a operação. |
Perfil farmacoterapêutico de pacientes obesos no pós operatório de cirurgia bariátrica | Kovaleski et al., 2016 | Avaliar o perfil metabólico e farmacoterapêutico de pacientes obesos após cirurgia bariátrica | O estudo mostra o sucesso da cirurgia bariátrica em pacientes obesos com comorbidades, revelando melhora no perfil metabólico e redução na utilização de medicamentos para tratamento de comorbidades. |
A importância do farmacêutico no pré e pós operatório de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica | Domingues e Assunção, 2017 | Analisar a importância do papel do farmacêutico no tratamento pré e pós operatório de pacientes, as formas farmacêuticas utilizadas, principais deficiências nutricionais, e relatos dos pacientes juntamente com suas expectativas e dificuldades. | O farmacêutico é o profissional habilitado e capacitado para esclarecer qualquer dúvida em relação aos medicamentos, seus efeitos colaterais e demais orientações sobre a cirurgia, devendo estar sempre presente no pré e pós operatório de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. |
Obesidade: um estudo sobre a adesão ao tratamento medicamentoso e a percepção da qualidade de vida relacionada a saúde | Fieira e De Lourdes Silva, 2018 | Analisar a associação da obesidade com a adesão ao tratamento farmacológico e percepção da qualidade de vida relacionada à saúde em pacientes acompanhados por um serviço de obesidade e cirurgia bariátrica | Constatou-se uma alta porcentagem de provável não adesão ao tratamento farmacológico, bem como uma baixa percepção de qualidade de vida do grupo estudado, principalmente nos componentes de saúde física desses pacientes. |
Avaliação da condição de saúde e da qualidade de vida no pós-operatório tardio de pacientes submetidos a cirurgia bariátrica | Santos et al., 2018 | Avaliar o estado de saúde e qualidade de vida sem pós-operatório tardio de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica em 2011 | Reforça-se a importância da avaliação e acompanhamento dos pacientes para o desfecho efetivo e de longo prazo. |
Caracterização físico química de preparações prescritas para pacientes pós-cirurgia bariátrica | Suzuki e Berto, 2018 | Estimar a quantidade de macronutrientes presentes nas cinco preparações prescritas no protocolo para pacientes pós-cirurgia bariátrica em acompanhamento em uma clínica de Nutrição na cidade de Cascavel PR. | A análise físico-química para todas as preparações sejam realizados, pois apesar de ser um período curto no processo, quanto mais nutrientes forem ofertados, melhor será o resultado. |
Experiência de um serviço ambulatorial multiprofissional e interdisciplinar de obesidade e cirurgia bariátrica | Lordani et al., 2019 | Descrever a experiência da implantação e evolução de um serviço ambulatorial multiprofissional e interdisciplinar de obesidade e cirurgia bariátrica em um hospital escola do oeste do Paraná, no período entre 2012 e 2018 | O trabalho em grupo em obesidade é uma ferramenta importante para melhorar a adesão ao tratamento, dar sustentação a fragilidade do paciente e continência no enfrentamento das suas dificuldades, respeitando, sobretudo, sua individualidade e subjetividade. |
Recomendações analgésicas em pacientes com obesidade e SAOS (Síndrome da Apnéia do Sono Obstrutivo) | Villegas Sotelo et al., 2019 | Demonstrar o manejo da dor aguda em pacientes obesos e a escolha das técnicas analgésicas mais eficazes para monitoramento. | As recomendações para escolha de uma terapia analgésica são baseadas em: idade, índice de massa corporal, tipo de cirurgia, morbidades associadas, intensidade da dor e classe medicamentosa. Essas estratégias podem ser dosadas por peso, área de superfície corporal e doses ajustadas. |
Avaliando um papel potencial para farmacêuticos comunitários no suporte nutricional de pacientes pós bariátricos | Graham et al., 2020 | Explorar um papel potencial para os farmacêuticos comunitários no fornecimento de suporte nutricional cirúrgico pós bariátrico. | Os farmacêuticos possuem conhecimento sobre absorção e metabolismo de suplementos que podem ser usados para apoiar ativamente pessoas que fizeram cirurgia bariátrica em seu estado fisiológico alterado. A educação deve se concentrar no impacto funcional dos procedimentos e intervenções cirúrgicas bariátricas e nas consequentes recomendações nutricionais necessárias. |
Dosagem oral de medicamentos após cirurgia bariátrica: conceitos gerais e recomendações específicas de dosagem | Kingma et al., 2021 | Relatar a influência geral da cirurgia bariátrica na absorção de medicamentos orais e fornecer orientação para a dosagem de medicamentos comumente usados nessa população especial. | Concluímos que não há evidências suficientes para aconselhamento geral para terapia medicamentosa oral após cirurgia bariátrica, o que implica uma avaliação de risco caso a caso é necessária para cada medicamento. |
Eficácia de um Farmacêutico de Clínica de Cirurgia Bariátrica | Han et al., 2022 | Avaliar o impacto de um farmacêutico baseado em clínica bariátrica no tempo de internação do paciente, erros de medicação e experiência do paciente. | Ter farmacêuticos como parte de uma abordagem multidisciplinar para o atendimento ao paciente de cirurgia bariátrica pode prevenir eventos adversos relacionados à medicação e melhorar a satisfação do paciente. |
Iniciativa liderada pela farmácia para melhorar a reconciliação de medicamentos perioperatórios entre pacientes cirúrgicos bariátricos: qual é o papel? | Falconer et al., 2022 | Avaliar a viabilidade e eficácia de uma iniciativa liderada pela farmácia para facilitar a reconciliação de medicamentos de alta após a cirurgia bariátrica. | A consulta de farmácia para pacientes internados facilitou a alteração rápida para uma terapia mais apropriada para o controle da hipertensão e aumentou significativamente o uso de analgésicos não narcóticos após a alta entre os pacientes de cirurgia bariátrica. |
Complicações pós operatórias imediatas e tardias de cirurgias bariátricas: uma revisão de literatura | Morais et al., 2022 | Elucidar complicações pós-operatórias imediatas e tardias de cirurgias bariátricas sendo elas restritivas, disabsortivas ou mistas, com o intuito de diminuir sua incidência a partir do aprendizado em relação ao mecanismo em que elas se estabelecem. | Em suma, a aplicabilidade correta das técnicas, junto a individualização do doente na escolha da abordagem cirúrgica, culminam em menores índices de complicações referentes a este procedimento |
Fonte: Elaborado pela autora (2023).
4. DISCUSSÃO
Para uma análise mais fidedigna dos artigos e demais manuscritos selecionados, a discussão está dividida em três categorias: Principais causas e consequências da obesidade; Critérios clínicos para a realização da cirurgia bariátrica e Importância da assistência farmacêutica no período pós-cirúrgico de cirurgia bariátrica.
4.1 Principais causas e consequências da obesidade
A obesidade é uma disfunção causada por inúmeros fatores de risco que podem ser ambientais, nutricionais, genéticos, etc. No organismo vivo é caracterizada pelo quantitativo excessivo de tecido adiposo, devido a isto é relacionada a altas taxas de mortalidade no mundo, visto que os indivíduos obesos são favoráveis ao desenvolvimento de várias comorbidades por causa da adiposidade excessiva (SUZUKI e BERTO, 2018).
A World Health Organization (2017) aponta que por etiologia a obesidade é complexa e multifatorial, pois resulta da interação de vários aspectos genéticos, metabólicos, ambientais, socioculturais, simbólicos e psíquicos. O consumo alimentar é um fator que propicia a instalação da doença, pois a oferta de alimentos energéticos industrializados são associados ao sedentarismo, resultando no ganho de peso.
Na classificação da obesidade são utilizados métodos de verificação por medidas antropométricas, bioimpedância elétrica, pregas cutâneas e índice de massa corporal. As medidas antropométricas analisam as dimensões físicas e composição global do corpo. A bioimpedância elétrica consiste em uma corrente elétrica de baixa intensidade conduzida no corpo. As pregas cutâneas seguem as medidas da espessura da gordura corporal no tecido subcutâneo, distribuídas em várias regiões do corpo. O Índice de Massa Corporal (IMC) é o cálculo de divisão do peso (em quilos) pela altura (em metros) elevada ao quadrado, o que não está totalmente relacionado com a gordura corporal, mas é amplamente utilizado em estudos epidemiológicos (DOMINGUES e ASSUNÇÃO, 2017).
De acordo com Brasil (2022) os níveis mais elevados de Índice de Massa Corporal (IMC) em pacientes adultos com excesso de peso e obesos promovem inúmeras comorbidades, a gravidade desta situação pode ser comprovada pelos dados a seguir (Figura 2).
Figura 2. Indicativo de indivíduos com excesso de peso e obesidade no Brasil.
Fonte: Brasil (2022).
O quantitativo apresentado reforça que há uma predominância alta de pessoas a desenvolver obesidade, independente da questão da idade, abrangendo uma grande parcela da população, que estão expostas a um risco aumentado de doenças cardiovasculares, câncer, diabetes mellitus, hipertensão, artrite, apneia do sono e outras comorbilidades (KINGMA et al., 2021).
Segundo Fieira e De Lourdes Silva (2018) dentre as consequências da obesidade que mais se destacam estão a diminuição da percepção de qualidade de vida, o predomínio da dor e o comprometimento nestes indivíduos da saúde mental correlacionada ao maior grau de Índice de Massa Corporal (IMC).
Diante estas consequências é preciso que o paciente faça mudanças no estilo de vida, nos hábitos alimentares e inclusão da atividade física, além de terapia farmacológica e acompanhamento psicológico, a maioria dos pacientes demonstram resistência na prática de tratamentos clínicos, partindo como solução a intervenção cirúrgica (MORAIS et al., 2022).
4.2 Critérios clínicos para realização da cirurgia bariátrica
As Diretrizes Brasileiras de Obesidade indicam a intervenção cirúrgica bariátrica em situações especiais, desde que o paciente tenha acompanhamento pré e pós-cirúrgico por equipe multiprofissional, que permanecerá no período pós cirúrgico, onde o cuidado será na reposição da deficiência nutricional e vitamínica (BRASIL, 2017).
De acordo com Lopes e Santos (2020) para a realização da cirurgia bariátrica é preciso que o paciente se enquadre nas seguintes indicações e critérios (Tabela 1).
Tabela 1. Indicações e critérios aos candidatos à cirurgia bariátrica.
Critérios | Descrição | Principais Indicações |
Quanto ao IMC | – IMC maior ou igual a 40 kg/m2. – IMC maior que 35 kg/m2 associado a comorbidades específicas. | Doenças agravadas pela obesidade. São elas: diabetes, apneia do sono, hipertensão arterial, dislipidemia, doenças cardiovasculares (doença arterial coronariana, infarto de miocárdio (IM), angina, insuficiência cardíaca congestiva (ICC)), acidente vascular cerebral, hipertensão e fibrilação atrial, cardiomiopatia dilatada, síndrome de hipoventilação, asma grave não controlada, osteoartroses, e outros. |
Quanto à idade | – Entre 18 e 65 anos; – De 16 anos completos e 18 anos; – Acima de 65 anos | – Individualizando os riscos e benefícios de cada caso e respeitando as normas específicas; – É de caráter experimental, sendo realizada apenas sob as normas do sistema CEP/CONEP (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa); – Analisado o risco cirúrgico, expectativa de vida e comorbidades individualizando cada caso sob uma avaliação multiprofissional |
Tratamento Prévio | Tempo mínimo de 2 anos de tratamento clínico insatisfatório | O paciente que cumpre os critérios citados |
Precauções | Avaliação de indicação cirúrgica do paciente obeso | É avaliado o uso de drogas ilícitas ou alcoolismo; quadros psicóticos ou demenciais graves ou moderados; compreensão do paciente quanto aos riscos e o porte da cirurgia a ser realizada; acompanhamento multidisciplinar pós-operatório |
Fonte: Adaptado de Lopes e Santos (2020).
Segundo Silva et al. (2014) e Lordani et al. (2019) intervenções cirúrgicas são os mais efetivos, mas devem responder aos padrões de indicação obrigatória quanto a IMC > 40 kg / m², com ou sem comorbidades, manejo clínico longitudinal sem êxito há pelo menos dois anos e/ou pessoas com IMC > 35 kg / m² e com diabetes mellitus apnéia do sono, hipertensão arterial, dislipidemia e enfermidade arterial coronariana são as categorias submetidos à operação bariátrica. A categorização da obesidade é descrita pelo IMC sendo Grau 1: 30 a 34,9; Grau 2: entre 35 e 39,9; e Grau 3 (obesidade anormal): igual ou superior a 40.
Nesse contexto, Vilallonga et al. (2020); Marchesini e Antunes (2017) descrevem que a cirurgia bariátrica é uma via terapêutica de escolha após a falha na intervenção clínica inicial, apresentando melhor efetividade nos casos de obesidade mórbida em que são utilizadas três técnicas (Tabela 2).
Tabela 2. Técnicas de cirurgias bariátricas.
Tipo | Intervenção | Técnica |
Restritivas | Diminuição da cavidade gástrica | Gastrectomia Vertical (GV) |
Disabsortivas | Encurtamento intestinal | Bypass intestinal ou cirurgia de desvio intestinal |
Mistas | União dos dois métodos anteriores | Bypass Gástrico em Y de Roux (BGYR) ou cirurgia de fobi-capella |
Fonte: Adaptado de Vilallonga et al. (2020); Marchesini e Antunes (2017).
Portanto, antes da realização do procedimento cirúrgico são avaliados todos os critérios clínicos obrigatórios já supracitados, pois o intuito é reduzir as chances de complicações de ordem clínica e psicológica, minimizando os riscos assumidos pelo paciente e pela equipe envolvida, aumentando as chances de uma recuperação tranquila e a eficácia do procedimento (SANTOS et al., 2018).
4.3 Importância da assistência farmacêutica no período pós-cirúrgico bariátrico
O pós-operatório (PO) é o momento da saída do paciente da sala do centro cirúrgico até a alta hospitalar. Trata-se de um período de cuidados intensificados, que exige um cuidado dedicado para reduzir sintomas frequentes como a dor, provocada pela cirurgia, o restabelecimento do equilíbrio fisiológico para a recuperação cirúrgica a fim de prevenir complicações que estão interligadas ao aspecto nutricional, metabólico e hídrico desde a admissão (ARAÚJO et al., 2016).
O manejo da dor no PO tem suas singularidades quanto a escolha das medicações analgésicas mais eficazes e o monitoramento para garantir a sua segurança. A definição da terapia analgésica segue alguns critérios quanto à idade, IMC, tipo de técnicas de cirurgias, comorbilidades, intensidade da dor e classe de drogas, sendo dosados por peso, área de área de superfície corporal e dose ajustada devido aos processos inflamatórios (VILLEGAS-SOTELO et al., 2019).
Neste viés, Falconer et al. (2022) em seus estudos enfatiza que múltiplas mudanças de medicamentos no período pós-cirúrgico bariátrico são constantes e requerem a assistência do farmacêutico nesse cenário, pois o profissional avalia as características do paciente, as prescrições de mudanças na medicação e os resultados de 30 dias antes da intervenção, visando estabelecer os medicamentos adequados a cada caso, priorizando a saúde e segurança do paciente no uso dos fármacos.
Desta forma, os efeitos restritivos e a má absorção devido a intervenção cirúrgica requerem o consumo vitalício de vitaminas e minerais para sanar deficiências nutricionais, que podem promover alterações patológicas de qualquer natureza a longo prazo. Nestes casos, a atuação do farmacêutico está em revisar os medicamentos e a suplementação nutricional adjunta pós-cirúrgica (GRAHAM et al., 2020).
Segundo O’ Kane et al. (2014) e Rizzoli (2016) é fundamental que todos os pacientes submetidos à intervenção bariátrica necessitam repor alguns nutrientes e vitaminas já que o organismo não consegue mais absorver pela alimentação ou absorve apenas em parte. Estas reposições são vitalícias e os tipos de dosagens variam conforme a técnica cirúrgica aplicada, sendo recomendadas pelo farmacêutico (Tabela 3).
Tabela 3. Suplementação vitamínica, técnicas cirúrgicas e recomendação de uso.
Bypass gástrico | Gastrectomia vertical (Sleeve) | Derivações Biliopancreáticas | Recomendação de Uso | |
Polivitamínicos e minerais (Zinco 15mg, Ácido fólico 400mcg, Biotina 30mcg, Vitamina K 120mcg, Selênio 34mcg, Ferro 18mg e Cobre 2mg) | Sim (2 doses/dia) | Sim (1 dose/dia) | Sim (2 doses/dia) | Período pós operatório e por toda a vida |
Ferro | Sim (quando indicado) | Sim (quando indicado) | Sim | É bastante variável e muitas vezes necessárias doses elevadas, a aplicação endovenosa (Noripurum EV) |
Vitamina B12 | Sim | Sim | Sim | 1 ampola de 5000mcg +B1 100mg +B6 100mg no intervalo de 2 ou 3 meses de forma vitalícia |
Ácido fólico | Sim, como parte do polivitamínico | Sim, como parte do polivitamínico | Sim, como parte do polivitamínico | Por toda a vida |
Citrato de cálcio e vitamina D | Sim | Sim | Sim | Dose diária de 1000- 1500mg e de vitamina D de 1000U por dia até doses altas como 150.000 unidades por semana |
Zinco e cobre | Sim, como parte do polivitamínico | Sim, como parte do polivitamínico | Sim, parte do polivitamínico | Vitalício |
Selênio | Sim, como parte do polivitamínico | Sim, como parte do polivitamínico | Sim, como parte do polivitamínico | Vitalício |
Outras vitaminas lipossolúveis | Não | Não | Sim | Se necessário |
Fonte: Adaptado de O’ Kane et al. (2014); Rizzoli (2016).
A inserção da suplementação é necessária ao paciente pós-bariátrico no PO por causa da diminuição das comorbilidades resultantes da obesidade (IMC elevado, peso, pressão arterial, glicemia, triglicerídeos, colesterol total e LDL (low-density lipoprotein), aumento das frações de HDL (high-density lipoprotein)) (KOVALESKI et al., 2016).
Segundo Han et al. (2022) a assistência farmacêutica no contexto clínico, previne as possíveis reações esperadas e adversas numa abordagem multidisciplinar para o atendimento aos pacientes de cirurgia bariátrica relacionados às medicações, visando potencializar os efeitos benéficos dos medicamentos e proporcionar satisfação no paciente.
Sendo assim, Cabral et al. (2016) afirma que o acompanhamento profissional farmacoterapêutico ao paciente é fundamental na escolhas das formas farmacêuticas dos medicamentos e suplementos, e no processo de recuperação, visto que cada indivíduo tem diferenças quanto a absorção, dosagens e respostas das medicações, tornando as administrações dos fármacos sujeitas a múltiplas adequações, independente do tipo de cirurgia bariátrica.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando os estudos explanados buscamos analisar as causas e consequências da obesidade, os critérios clínicos que classificam o paciente à submissão da cirurgia bariátrica, e a assistência farmacêutica no período pós-cirúrgico bariátrico, sendo este último um fator a ser explorado devido a necessidade do envolvimento do farmacêutico com os pacientes submetidos a cirurgia bariátrica. Diante do exposto, observa-se que a obesidade é uma consequência de distúrbio alimentar de impacto mundial, que pode ocasionar quadros de sedentarismo, resultando no ganho de peso e sendo fator preditor de diversas comorbilidades. De maneira geral, nota-se que os grupos elencados para a realização de cirurgia bariátrica são os portadores de obesidade mórbida, por isso a necessidade do apoio multiprofissional, em especial do farmacêutico, para auxiliar na readequação do organismo do indivíduo obeso, utilizando a cirurgia bariátrica como última via terapêutica efetiva.
No tocante, a assistência farmacêutica no período pós-cirúrgico é fundamental, na orientação e reposição de nutrientes e vitaminas disponíveis nos medicamentos, essa reposição farmacológica é em sua maioria de forma vitalícia sendo diferenciada as doses e administração conforme o tipo de técnica cirúrgica implementada, onde o farmacêutico atua na prevenção de déficits nutricionais de forma direta e indireta.
A partir deste estudo, sugere-se que novas pesquisas futuras sejam realizadas em intervalos temporais distintos, pois na área da farmácia é importante evidenciar a participação deste profissional na equipe multidisciplinar que trata dos pacientes pós bariátricos, em que o farmacêutico é o profissional habilitado na orientação e acompanhamento farmacoterapêutico, seus efeitos esperados e colaterais quanto as práticas de segurança no uso dos medicamentos.
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1 Graduanda do curso de Farmácia. Universidade Nilton Lins (UNL). Manaus-AM, Brasil. Email: tatisousa.machado@hotmail.com
Orcid: 0009-0007-4403-0825
2Prof. Esp. Orientador do curso de Farmácia. Universidade Nilton Lins (UNL). Manaus-AM, Brasil. Email: omeromartins.farma@gmail.com