REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202411152346
Helena Aparecida Galindo
Ingrid Justiniano Roca
Orientadora: Cíntia Campos Costa
Orientadora: Camilla Oliveira de Araújo
RESUMO
A disfunção sexual feminina é definida como qualquer alteração ou dor em uma ou mais etapas do ciclo de resposta sexual, como qualquer desordem relacionado ao desejo sexual, excitabilidade, orgasmo, dor sexual, dispareunia e vaginismo. É considerado um problema de saúde pública que afeta significativamente a vida das mulheres e de seus parceiros. As causas de disfunção sexual nas mulheres são multifatoriais, envolvendo aspectos físicos, psicológicos, sociais ou até mesmo sendo de causa desconhecida, o tratamento fisioterapêutico ainda não é tão difundido. Assim, o objetivo do estudo é avaliar a percepção do conhecimento de acadêmicas sobre a atuação da fisioterapia nas disfunções sexuais femininas na cidade de Porto Velho- RO. O presente estudo é de caráter transversal, com uma amostra de 104 mulheres acadêmicas, com idade entre 20 e 30 anos, que se enquadrarem nos critérios do questionário online reportando ter alguma disfunção sexual, e sobre o conhecimento da atuação da Fisioterapia. Os resultados mostraram que em relação ao conhecimento da atuação da fisioterapêutica nesse campo 23,4% das participantes relataram não ter conhecimento da atuação da Fisioterapia nas disfunções sexuais. Esses dados corroboram com a literatura e trazem mais evidências sobre o assunto.
Palavras chaves: Disfunção Sexual, dor, Avaliação, Fisioterapia.
ABSTRACT
Female sexual dysfunction is defined as any change or pain in one or more stages of the sexual response cycle, such as any disorder related to sexual desire, excitability, orgasm, sexual pain, dyspareunia and vaginismus. It is considered a public health problem that significantly affects the lives of women and their partners. The causes of sexual dysfunction in women are multifactorial, involving physical, psychological, social aspects or even being of unknown cause, physiotherapeutic treatment is not yet as widespread. Thus, the objective of the study is to evaluate the perception of knowledge of academics about the role of physiotherapy in female sexual dysfunctions in the city of Porto Velho- RO. The present study is cross-sectional in nature, with a sample of 104 academic women, aged between 20 and 30 years, who meet the criteria of the online questionnaire reporting having some sexual dysfunction, and about their knowledge of Physiotherapy. The results showed that in relation to knowledge of the role of physiotherapeutics in this field, 23.4% of participants reported having no knowledge of the role of physiotherapy in sexual dysfunctions. These data corroborate the literature and provide more evidence on the subject.
Keywords: Sexual Dysfunction, pain, Assessment, Physiotherapy
INTRODUÇÃO
A pelve humana é estruturada pelos ossos ílio, ísquio, púbis, sacro e cóccix. Está localizada na parte inferior da coluna vertebral e apresenta duas bases, uma “maior” mais superior, é ocupada pelas vísceras abdominais e continua inferiormente até a base mais estreita chamada “menor”. A abertura pélvica inferior é fechada pelo assoalho pélvico.
O assoalho pélvico é composto por músculos e fáscias que agem em conjunto para suporte das vísceras, oferece também resistência ao aumento da pressão intra-abdominal durante os esforços de tensão e expulsão dos músculos abdominais. Além disso, possuem ação esfincteriana importante (uretra e ânus) e manutenção da pressão vaginal.
A pelve humana é responsável pelas funções urinárias, fecal e sexual humana, além de parte da função obstétrica. Problemas locais são as disfunções da estática pélvica (prolapsos genitais), disfunções anorretais e urinárias femininas, masculinas e infantis, algias pélvicas, além das disfunções sexuais diversas em ambos os gêneros.
Nas disfunções sexuais, a conscientização dos Músculos do Assoalho Pélvico (MAP) e seu treinamento têm sido apontados como técnicas auxiliares no tratamento por alterarem de maneira positiva a vida sexual. O tratamento com esse foco frequentemente promoveria o aumento do desejo sexual com maior possibilidade de melhorar a excitação e o orgasmo2.
O conceito de dispareunia deve ser referido por Matheus e colaboradores (2016a, p.2), que afirmam: dispareunia é a dor sentida exclusivamente durante o ato sexual, mas também pode ocorrer nos pós coito: “A dispareunia pode ocorrer no momento da penetração (superficial/de intróito), na penetração profunda, com o movimento peniano ou nos pós coito”3. Como Mattheus e Zucca-Matthes (2016c, p.698) afirmam: “a dor pélvica crônica, depressão e ansiedade são consequências dispareunia e não causa, pois, virgens com estes sintomas nunca têm dispareunia.”
A abordagem para pacientes com dispareunia deve ser feita de forma correta, para que seja possível fazer uma avaliação minuciosa, e chegar ao possível diagnóstico. Para isso, é preciso identificar durante a avaliação se a dor é na entrada da vagina ou vulva, ou trata-se de dispareunia superficial. Deve- se fazer um exame ginecológico com foco em alterações anatômicas, investigar vulvodínia, vaginismo. Se presente, preferencialmente, deve-se encaminhar para ginecologistas e fisioterapeutas habilitados.
O vaginismo é uma patologia caracterizada pela contração involuntária da musculatura pélvica ocasionando dor vaginal e desconforto durante a penetração seja por ato sexual, toque, procedimentos ginecológicos, ou qualquer tipo de penetração, sua precedência é dada por infecções frequentes, traumas sexuais, fatores psicológicos, evolução de dispareunia e por irritações sobre a vulva e a vagina. Sua análise ainda é complexa por falta de um conhecimento profissional suficiente e por ser de difícil abordagem, pois seus sintomas provocam grande incômodo e receio (Moreira, 2013).
Em ambas, primária e secundária, a penetração é impossibilitada. Outra classificação é quanto a gravidade da disfunção, se apresentando em quatro graus quantificados no espasmo do assoalho pélvico. Essa quantificação ocorre no ato do exame físico para fins de diagnóstico. Nos graus um e dois, a paciente consegue permanecer imóvel e o exame é possível, mesmo na presença de dor. No grau 3 o exame é realizado com dificuldade e impossível no quarto grau (PACIK PT, et al., 2019; CARVALHO J, et al., 2017; NARAYANAN S, et al., 2019).
A avaliação visual funcional mostra a visualização da genitália externa, verificando-se a presença ou ausência de contração voluntária visível da musculatura do assoalho pélvico após comando verbal, a observação do movimento do períneo para dentro durante a contração do músculo do assoalho pélvico. Diante desse contexto, a visualização da contração muscular do assoalho pélvico é baseada na graduação de 0 a 5, a qual permite determinar a avaliação funcional do MAP, conforme a escala dos autores Bernardes et al. (2000) e Contreras Ortiz O, Coya Nuñez F, Ibañez G (1994). Baseada nesses procedimentos o Grau 0- sem contração perineal visível, nem à palpação (ausência de contração); Grau 1- sem contração perineal visível, contração reconhecível somente à palpação; Grau 3- contração perineal presente e resistência não opositora à palpação; Grau 4- contração perineal presente e resistência opositora não mantida mais que cinco segundos à palpação; e Grau 5- contração perineal presente e resistência opositora mantida mais que cinco segundos à palpação.
O MPA é tradicionalmente avaliado por meio da palpação vaginal. A paciente permanece posicionada na postura ginecológica desnuda da cintura para baixo, seguida da percepção tátil palpatória pelo teste digital, em que o examinador introduz o dedo indicador e o médio no introito vaginal. Hanh et al. (1996) deduziram que a palpação vaginal permitiu que as pacientes contraíram a musculatura o mais fortemente possível, avaliando-se as fibras do tipo II, de contração rápida, mais sensível à fadiga. Dessa forma, é possível averiguar a força muscular e classificar a paciente nas cinco categorias
Para o tratamento das DFS, existem várias abordagens. Há referência aos tratamentos clínicos, medicamentosos e cirúrgicos. Ainda existem os psicológicos, nutricional e fisioterapêutico (AL-ABBADEY M, et al., 2015; SILVA T, et al., 2019; DANTAS J, et al., 2020).
Quanto aos tratamentos fisioterapêuticos, eles podem ajudar em vários casos de disfunção sexual. Essa classe de recursos terapêuticos mostra-se efetiva em disfunções como a dispareunia. Os protocolos de atendimento são elaborados de acordo com cada diagnóstico apresentado pela paciente. Os mais recorrentes são aqueles representados por níveis vaginais e clitorianos de flacidez, rigidez, atrofias e/ou diminuição circulatória. A partir do diagnóstico das disfunções sexuais claramente mapeados, os tratamentos fisioterapêuticos podem incluir uso de: dilatadores; biofeedback; exercícios do assoalho pélvico. eletroterapia, termoterapia; terapia comportamental, entre outros (AL-ABBADEY M, et al., 2015; MESQUITA L, et al., 2010).
As disfunções sexuais ainda são um tabu na sociedade, após uma série de conversas extracurriculares com mulheres diversas percebeu-se um sério déficit no conhecimento acerca desse assunto.
A OMS declarou as disfunções como problema de saúde pública, visto que afeta diretamente na qualidade de vida das mulheres. Assim, consideramos necessária uma pesquisa para avaliar o nível das informações de acadêmicas perante o assunto, tendo em mente a importância de bases para tratamento e prevenção desta problemática.
MATERIAIS E MÉTODOS
O estudo é de caráter transversal, ocorreu na cidade de Porto Velho, em Rondônia. A coleta de dados foi realizada por meio digital através de um formulário sociodemográfico eletrônico no Google Forms com 21 perguntas objetivas criado pelas acadêmicas responsáveis pela pesquisa, que foi divulgado online através das redes sociais como Instagram e WhatsApp para acesso. Todas as participantes da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido online antes de prosseguir para responder as perguntas, e as pesquisadoras principais estiveram à disposição a qualquer momento para sanar qualquer dúvida das participantes. Este questionário sociodemográfico consistia em perguntas para analisar a percepção das acadêmicas sobre as disfunções sexuais, contava com perguntas sobre a idade, número de paridade e via de parto, presença ou ausência de disfunções, religião, presença ou ausência de vida sexual ativa, idas regulares ao ginecologista, estado civil, profissão, instituição de ensino matriculada, conhecimento sobre anatomia do assoalho pélvico, tratamentos prévios para disfunções sexuais, como se sentia ao falar abertamente sobre o tema, e sua opinião sobre passar por uma avaliação fisioterapêutica posteriormente. Além de seu conhecimento tanto sobre disfunções quanto sobre a atuação da fisioterapia em seus tratamentos. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa sob o parecer 6.314.925 em 21/09 de 2023.
A coleta de dados da pesquisa online aconteceu no período de outubro de 2023 a novembro de 2023. Foram incluídas mulheres acadêmicas, com idade de 18 a 30 anos, que residiam na cidade de Porto Velho – RO. Foram excluídas da pesquisa mulheres que não se enquadraram na faixa etária especificada da pesquisa, não residiam na cidade e não eram acadêmicas. O risco foi mínimo, mas se durante o preenchimento do questionário houvesse algum constrangimento ou desconforto, havia a possibilidade de interrupção ou a desistência da pesquisa a qualquer momento. Ao final da coleta de dados foi distribuída uma cartilha informativa digital sobre as disfunções sexuais, os sintomas, e como a fisioterapia pode auxiliar no tratamento para todas as mulheres que participaram da pesquisa, via e-mail informado no preenchimento do questionário. Os dados coletados através dos instrumentos avaliativos foram analisados e tabulados no programa Microsoft Excel e realizado à análise estatística.
RESULTADOS
A amostra foi composta de 104 acadêmicas do ensino superior dos cursos de Fisioterapia, Direito, Enfermagem, Medicina, Psicologia, Administração, Estética e Cosmética, História, Ciências Contábeis, Medicina Veterinária, Nutrição. A média da idade das participantes é de 23,95 ± 4,6. Foi verificado também que 82,9 % eram solteiras e 17,1 % eram casadas.
Sobre as perguntas especificas, 45,7%das participantes responderam saber sobre disfunções sexuais femininas e 39% sabem parcialmente, enquanto 15,2% desconhecem do assunto. Em relação a pergunta sobre desconforto ao falar abertamente sobre disfunções sexuais 17,3% relataram que sentem desconforto, 17,3% se sentem um pouco desconfortável e 65,4 % não sente nenhum desconforto.
Em relação ao conhecimento da atuação da fisioterapêutica nesse campo 23,4% das participantes relataram não ter conhecimento da atuação da Fisioterapia nas disfunções sexuais enquanto 76,6% relatou que tinha conhecimento como mostra a figura 1.
Figura 1.
Apesar do assunto não ser desconfortável para a maioria das participantes, 36% não tem conhecimento sobre a anatomia do próprio assoalho pélvico e 7,2% alegaram que além de não conhecer, nunca tiveram curiosidade sobre isso e 56,8% conhecem a anatomia do assoalho pélvico como mostra a figura 2.
Figura 2.
Em relação ao número de filhos, 84,8 % não tinham filhos, 15,2 % tinham pelo menos 1 filho. Sobre a via de parto, 7,2 % declararam que o parto foi normal, enquanto 9,3% declararam parto cesárea, e 83,5 % não se aplicavam nesta perguntam, pois não tiveram filhos.
Outro fator verificado é que 31% não são adeptas de nenhuma religião; 23% eram católicas, 19% se declararam cristãs, 18% evangélicas, 5% adventistas, 4% espíritas, 3% adeptas da umbanda ou outra religião de matriz africana, e 1% se declarou wicca; sendo o catolicismo a religião mais presente entre as acadêmicas.
DISCUSSÃO
É preciso destacar que essa pesquisa contou com repostas de acadêmicas de diversos cursos, entretanto, foram em sua maioria acadêmicas da área da saúde. Segundo o artigo “Prevalência de disfunções sexuais em dois grupos de mulheres de níveis socioeconômicos diferentes” (2010), de autoria Padro, Mota e Lima, as disfunções sexuais são resultadas de diversos fatores. A etnia, a religião, estado civil, idade e grau de instrução são algumas variáveis que podem influenciar, assim como os aspectos psicogênicos, vasculogênicos, neurogênicos, hormonais e musculo gênicos.
Nesse sentido, observou-se que apesar da sexualidade feminina ser um assunto recorrente em nossa sociedade atual, ainda existem tabus e certa opressão acerca do tema, e nota-se que a formação de um indivíduo é uma questão complexa que engloba muitos fatos além daqueles ensinados na faculdade. O conhecimento é construído de vivencias desde a infância, incluindo o lar, a visão de famílias sobre a vida, a escola em que se estuda e os grupos sociais que mais tarde passam a ser frequentados.
O estudo proposto verificou que nessa coleta de dados realizada em RO, apesar de 52,2% terem conhecimento 37,1% das acadêmicas abordadas não tem conhecimento sobre a anatomia do próprio assoalho pélvico e 7,6% alegaram que além de não conhecer, nunca teve curiosidade sobre isso.
Em comparação a isso outras pesquisas evidenciam que cerca de 30 a 50% das mulheres não sabem contrair os músculos perineais quando solicitado, mostrando que existe ainda uma certa desinformação acerca da anatomia feminina entre as mulheres, as quais muitas não conhecem seu próprio corpo (PINHEIRO et al.,2012).
Em seu estudo “Função sexual de universitárias: estudo comparativo entre Brasil e Itália” Bezerra, Karine de Castro, et al.(2018) verificou que a prevalência das disfunções sexuais entre as acadêmicas apresentadas foi elevada, quando comparada com outras investigações com mulheres não universitárias presentes na literatura, sugerindo que apesar de seu grau de conhecimento quanto à fisiologia, anatomia feminina e sexualidade humana, esta população possui dificuldades para exercer de forma plena e eficaz sua própria sexualidade.
A fisioterapia vem desempenhando um papel muito importante enquanto componente da equipe multidisciplinar, atuando fortemente nos tratamentos relacionados à saúde da mulher. A fisioterapia pélvica é uma área ainda pouco conhecida entre os pacientes e profissionais da área de saúde, mas vem crescendo cada dia mais (TRINDADE et al., 2017). No estudo proposto, apesar de cerca 76, 6% das participantes terem conhecimento sobre a atuação da Fisioterapia nas disfunções sexuais, 23, 4% não sabe nada acerca do assunto. O que corrobora para uma dificuldade de estabelecer um atendimento multidisciplinar e mais chances de sucesso ao tratamento.
Sendo assim, o papel da fisioterapia dentro das disfunções é muito importante, devido aos recursos e conhecimentos que é proporcionado aos pacientes. O fisioterapeuta especializado enquanto componente da equipe de saúde, atua em diversos contextos nas disfunções sexuais e utiliza de alguns métodos propedêuticos, técnicas e recursos, destacando-se: o treinamento dos músculos do assoalho pélvico através da eletroterapia transcutânea no tratamento de mulheres com vaginismo e dispareunia; o biofeedback com utilização do manométrico e eletromiográfico em dores vulvares e as terapias manuais na dispareunia e anorgasmia; a terapia comportamental ou cognitiva e a acupuntura como técnicas que são eficazes nessas disfunções (CAMARA et al., 2016).
Outros autores reforçam ainda o uso de demais recursos como parte do plano de tratamento da fisioterapia, como a cinesioterapia para o treinamento da musculatura do assoalho pélvico. Acrescenta-se ainda nessa avaliação, a anamnese da paciente, com inspeção visual e palpação do assoalho pélvico, identificação das condições da musculatura, pontos de dor, presença de incontinências urinária, fecal e flatos, distopias, testes de sensibilidade (táctil, térmica e dolorosa) e reflexos na região pélvica e do assoalho pélvico (LIMA et al, 2016).
Um ensaio clínico randomizado realizado por Piassoroli et al. (2010), cujo objetivo foi avaliar o efeito do treinamento dos MAPs em mulheres com disfunção sexual (transtorno de desejo sexual, de excitação, orgástico e/ou dispareunia), composto por 26 mulheres submetidas à realização de exercícios em dois grupos com 10 sessões cada, cerca de 1 ou 2 vezes na semana, por 50 minutos, identificou que houve melhora na força dos MAPs em pelo menos 2 graus avaliados. Um outro estudo que tem o mesmo enfoque, realizado por Nazarpour et al, com 97 mulheres também evidenciou que mulheres que fizeram exercícios dos MAPS obtiveram um fator preditivo para ter mais satisfação sexual e melhora na função sexual, especialmente nos domínios de excitação, orgasmo e satisfação (NAZARPOUR et al., 2018).
A utilização dos exercícios supracitados para reabilitação e o fortalecimento desses músculos possuem efeito positivo na vida sexual das mulheres e imprimem importante evolução e melhora quando feitos de forma apropriada e aplicando técnicas/métodos já consolidados, como os realizados nos estudos anteriores. Além disso, apesar de não ter encontrado tantos estudos que dessem ênfase nos treinamentos pélvicos, compreende-se que esses são os mais atuais e aplicados na prática do fisioterapeuta especialista em disfunções sexuais (BARRETO et al., 2018).
Isso mostra que com o devido acesso a informação e tratamento, não somente a cerca das disfunções sexuais mas como a seus tratamentos, destacando aqui a fisioterapia pélvica, há uma melhora visível não somente na satisfação sexual mas também na qualidade de vida. Visto que a vida sexual de um indivíduo é parte crucial da sua existência.
Estudos mostram uma alta prevalência de disfunções sexuais na população mundial, como já supracitado, sendo que em relação as mulheres segundo (AVASTHI et al., 2017; WOLPE et al., 2015) “Em relação as mulheres compreendem-se que são as que mais adquirem alguma disfunção sexual no decorrer da vida”.
O que corrobora com a tese do presente estudo que discorre sobre como a percepção feminina sobre o tema vem de um caráter multifatorial que é construída mesmo que de forma inconsciente ao longo de sua vida e formação como indivíduo. Nesse sentido, sugere-se a necessidade de mais estudos que se baseiem em experiências pessoais e coletivas, para melhorar o conhecimento, propagar a informação, e melhorar o aprofundamento da discussão referente a essa temática.
CONCLUSÃO
O intuito da pesquisa foi avaliar o nível de conhecimento das acadêmicas em Porto velho sobre disfunções sexuais, anatomia do assoalho pélvico e atuação da fisioterapia pélvica. O tema foi abordado com intuito não apenas de pesquisa, mas também com um viés informativo, pelo fato de que após a participação voluntária, as acadêmicas receberam uma cartilha informativa a respeito da temática.
O presente estudo trouxe perguntas sobre o nível de conforto ao falar sobre o tema, ao conhecimento e as reações ao serem abordadas diretamente sobre o assunto. Grande parte dos feedbacks foram sobre como as mulheres receberam de forma positiva e consideram importante que existam mais debates relacionados a essa parte de suas vidas, mesmo que tenha uma escassez e um certo tabu que abrange o tema.
Os resultados obtidos no presente estudo corroboram com a literatura e destaca-se que apesar do presente avanço na propagação de informações com auxílio da internet no século vinte e um, a pesquisa nos mostra que ainda há um longo caminho a ser percorrido no que tange assuntos mais delicados como disfunções sexuais. Sendo assim, espera-se que este estudo contribua para a comunidade científica, e é importante ressaltar que haja a realização de novas pesquisas.
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