REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ma10202412140721
Robison Alex Leite Germano
RESUMO
Este trabalho analisa o impacto dos agrotóxicos na saúde humana e ambiental, destacando os riscos associados à exposição a essas substâncias, como doenças crônicas, câncer e distúrbios neurológicos, além de comprometer a qualidade do solo, da água e da biodiversidade. A pesquisa também explora alternativas sustentáveis ao uso de agrotóxicos, como a agricultura orgânica, práticas agroecológicas e o manejo integrado de pragas. Além disso, são discutidas as inovações tecnológicas, como a agricultura de precisão e o uso de drones, que permitem a aplicação mais eficiente de insumos. O trabalho enfatiza a importância de políticas públicas e da educação ambiental para uma transição para práticas agrícolas mais sustentáveis.
Palavras-chave: Agrotóxicos, Sustentabilidade, Saúde Ambiental.
1 INTRODUÇÃO
Os agrotóxicos desempenham um papel central na modernização da agricultura, promovendo o aumento da produtividade e garantindo a disponibilidade de alimentos em larga escala. Contudo, seu uso intensivo e, muitas vezes, inadequado tem levantado preocupações significativas sobre os impactos na saúde humana e no meio ambiente. Esses compostos químicos, projetados para controlar pragas, doenças e ervas daninhas, também afetam organismos não-alvo, contribuindo para problemas ambientais como a contaminação de solos, corpos d’água e a redução da biodiversidade.
Do ponto de vista da saúde humana, a exposição direta ou indireta a agrotóxicos está associada a uma série de enfermidades, que vão desde irritações cutâneas e problemas respiratórios até doenças mais graves, como câncer e distúrbios endócrinos. A população rural, especialmente agricultores e trabalhadores do campo, figura como a mais vulnerável, mas a contaminação ambiental e a presença de resíduos químicos em alimentos ampliam esses riscos para toda a sociedade.
No cenário brasileiro, o uso de agrotóxicos atinge proporções alarmantes. O país figura entre os maiores consumidores desses produtos no mundo, impulsionado por um modelo de agricultura intensiva e de monoculturas voltadas para exportação. Essa realidade exige uma análise crítica dos custos e benefícios associados ao uso de agrotóxicos, considerando tanto os impactos na saúde pública quanto às consequências para a sustentabilidade ambiental.
Este trabalho tem como objetivo analisar os impactos dos agrotóxicos na saúde humana e no meio ambiente, destacando os desafios e as alternativas para uma agricultura mais sustentável. Para isso, será apresentada uma revisão das evidências científicas sobre o tema, seguida de uma discussão sobre as políticas públicas e práticas agrícolas que podem mitigar os danos causados por esses compostos químicos.
2 EFEITOS DOS AGROTÓXICOS NA SAÚDE HUMANA
O uso intensivo de agrotóxicos na agricultura moderna, embora tenha contribuído para o aumento da produtividade, levanta preocupações crescentes sobre os impactos adversos na saúde humana. A exposição a esses compostos pode ocorrer de diversas formas, como o contato direto durante a aplicação, a inalação de partículas dispersas no ar ou o consumo de alimentos contaminados. Esses mecanismos de exposição, dependendo da frequência e intensidade, podem levar a efeitos agudos ou crônicos na saúde (Siratsuchi et al., 2014).
A exposição aguda aos agrotóxicos, geralmente associada a acidentes ou manuseio inadequado, pode causar sintomas imediatos como irritação na pele, dificuldades respiratórias, náuseas, vômitos, tonturas e, em casos mais graves, insuficiência respiratória ou morte. Segundo Vieiro et al. (2015) esses efeitos são mais comuns entre trabalhadores rurais, que frequentemente lidam diretamente com os produtos químicos sem o uso adequado de equipamentos de proteção individual (EPIs).
Por outro lado, a exposição crônica, resultante de baixos níveis de contato ao longo do tempo, apresenta consequências mais preocupantes. Estudos indicam que o consumo contínuo de alimentos contendo resíduos de agrotóxicos está relacionado ao desenvolvimento de câncer, distúrbios endócrinos e doenças neurológicas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que substâncias como organofosforados e carbamatos podem interferir no funcionamento do sistema hormonal, levando a problemas como infertilidade, alterações no crescimento e desenvolvimento fetal (WHO, 2020). Além disso, pesquisas recentes sugerem que a exposição prolongada pode estar associada a doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer (Araújo et al., 2022).
Um caso emblemático foi o da substância glifosato, amplamente utilizada como herbicida em culturas agrícolas. Em 2015, a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) classificou o glifosato como “provavelmente cancerígeno para humanos”, baseando-se em evidências epidemiológicas e estudos experimentais. Essa classificação gerou debates internacionais e reforçou a necessidade de regulamentações mais rigorosas para o uso de agrotóxicos (IARC, 2015).
Além dos impactos diretos, os agrotóxicos também afetam indiretamente a saúde das populações, sobretudo em áreas rurais, onde a contaminação ambiental é mais evidente. Estudos realizados no Brasil demonstraram que a pulverização aérea de agrotóxicos está associada ao aumento de casos de intoxicação em comunidades vizinhas às plantações (Freitas; Bonfatti; Vasconcellos, 2022). A situação é agravada pela falta de monitoramento e pela aplicação inadequada de normas de segurança.
Essas evidências ressaltam a necessidade de ações integradas para reduzir os riscos associados aos agrotóxicos. A promoção de práticas agrícolas mais seguras, a fiscalização rigorosa e a conscientização da população são passos fundamentais para minimizar os efeitos nocivos desses produtos na saúde humana.
3 IMPACTOS AMBIENTAIS DO USO DE AGROTÓXICOS
O uso indiscriminado de agrotóxicos na agricultura tem causado uma série de impactos negativos no meio ambiente, comprometendo o equilíbrio ecológico e a qualidade dos recursos naturais. Esses produtos químicos, ao serem aplicados nas lavouras, frequentemente ultrapassam os limites das áreas-alvo, contaminando o solo, os corpos d’água e afetando a biodiversidade (Araújo et al., 2022)..
Os agrotóxicos podem se infiltrar no solo ou ser transportados pela chuva, atingindo lençóis freáticos e cursos d’água. Segundo Araújo et al. (2022), compostos como os organoclorados possuem alta persistência no ambiente, permanecendo no solo por décadas e comprometendo sua fertilidade. Além disso, a contaminação dos corpos d’água afeta tanto a fauna aquática quanto o abastecimento humano, gerando preocupações relacionadas à segurança alimentar e à saúde pública. Estudos conduzidos em regiões agrícolas intensivas do Brasil mostram níveis alarmantes de resíduos de pesticidas em rios e lagos, prejudicando comunidades locais que dependem desses recursos para consumo e irrigação (Freitas; Bonfatti; Vasconcellos, 2022).
Os impactos dos agrotóxicos na biodiversidade também são amplamente documentados, com destaque para a morte de polinizadores, como abelhas, borboletas e outros insetos. Esses organismos desempenham um papel crucial nos ecossistemas, garantindo a reprodução de diversas plantas e a manutenção da cadeia alimentar. Estudos indicam que o uso de neonicotinoides está diretamente associado ao declínio de populações de abelhas em várias regiões do mundo, colocando em risco a segurança alimentar global (Gallai et al., 2015).
Além dos polinizadores, os agrotóxicos afetam espécies não-alvo, como aves, anfíbios e pequenos mamíferos, alterando as dinâmicas populacionais e promovendo desequilíbrios nos ecossistemas. Em áreas de monocultura, onde esses produtos são aplicados de forma intensiva, observa-se a redução da diversidade de espécies, o que pode resultar em um aumento da vulnerabilidade do ambiente a pragas e doenças (Belchior et al., 2014).
Outro aspecto preocupante é a persistência de resíduos químicos no ambiente. Muitos agrotóxicos apresentam propriedades bioacumulativas, ou seja, acumulam-se ao longo das cadeias alimentares, atingindo níveis tóxicos em organismos de topo, como aves de rapina e mamíferos. Essa persistência também dificulta o manejo de resíduos, exigindo tecnologias avançadas para a remediação de solos e águas contaminados (Baldissarelli et al., 2022).
Os desafios para mitigar esses impactos incluem a adoção de práticas agrícolas mais sustentáveis, como o manejo integrado de pragas, o uso de biopesticidas e a transição para sistemas agroecológicos. Políticas públicas que incentivem a pesquisa e o desenvolvimento de alternativas menos impactantes são fundamentais para reduzir os danos ambientais causados pelos agrotóxicos.
4 ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS AO USO DE AGROTÓXICOS
As alternativas sustentáveis ao uso de agrotóxicos têm ganhado crescente relevância à medida que se tornam mais evidentes os impactos negativos desses produtos na saúde humana e no meio ambiente. A crescente conscientização sobre os danos causados pelo uso excessivo de agrotóxicos tem incentivado a busca por práticas agrícolas mais equilibradas, que preservem a saúde das pessoas e do planeta. Nesse contexto, a agricultura orgânica e as práticas agroecológicas surgem como estratégias viáveis para mitigar esses impactos, promovendo um modelo agrícola mais saudável, eficiente e sustentável (Altieri; Nicholls, 2020).
A agricultura orgânica, por exemplo, se distingue por evitar o uso de insumos químicos sintéticos, priorizando métodos naturais e sustentáveis. Essa abordagem adota práticas como compostagem, rotação de culturas e o uso de adubos orgânicos, visando promover a regeneração do solo e a manutenção da fertilidade de forma natural. Além disso, a agricultura orgânica tem como um dos principais objetivos reduzir a contaminação dos recursos hídricos e, ao mesmo tempo, promover a biodiversidade, contribuindo para a preservação dos ecossistemas e evitando o empobrecimento do solo (Batista et al., 2017).
De acordo com Altieri e Nicholls (2020), a agroecologia vai além da substituição de insumos, buscando integrar conhecimentos tradicionais e modernos para criar sistemas agrícolas resilientes, que atendam tanto às necessidades econômicas quanto às demandas ambientais. A agroecologia propõe um olhar holístico para a agricultura, que considera as complexas interações entre os elementos naturais e humanos no campo.
Outra alternativa importante ao uso de agrotóxicos é o manejo integrado de pragas (MIP), que combina diversas estratégias de controle de pragas, utilizando práticas naturais e menos impactantes ao meio ambiente. O MIP envolve o uso de inimigos naturais das pragas, como predadores, parasitas e patógenos, que ajudam a reduzir a população de organismos indesejáveis de maneira ecológica e eficiente. Além disso, a utilização de armadilhas e a implementação de práticas culturais, como o plantio de variedades resistentes e a alteração no calendário de plantio, dificultam o desenvolvimento e a disseminação das pragas. O uso de biopesticidas, substâncias derivadas de organismos naturais ou microrganismos, também tem mostrado grande eficácia no combate a pragas específicas, ao mesmo tempo que reduz o impacto ambiental (Batista et al., 2017).
Estudos realizados por Dellamatrice e Monteiro (2014) indicam que os biopesticidas podem ser tão eficientes quanto os pesticidas convencionais em determinadas situações e, ainda assim, representar uma alternativa mais segura para os trabalhadores agrícolas e para os consumidores, devido à sua menor toxicidade.
As políticas públicas e os incentivos governamentais têm um papel fundamental na promoção de uma transição bem-sucedida para práticas agrícolas mais sustentáveis. Programas de apoio à agricultura orgânica, como subsídios para a adoção de tecnologias agroecológicas e investimentos em pesquisa e desenvolvimento, são essenciais para acelerar essa mudança. Países da União Europeia, por exemplo, têm implementado políticas robustas de incentivo à agricultura sustentável, com resultados positivos.
Segundo Batista et al. (2017) essas iniciativas têm levado a um aumento significativo na adoção de práticas agrícolas mais ecológicas, resultando na redução do uso de pesticidas químicos e na melhoria da qualidade ambiental. A criação de regulamentações mais rígidas para o uso de agrotóxicos e a ampliação de incentivos financeiros para os produtores que adotam práticas sustentáveis são medidas que podem apoiar essa transição e contribuir para um modelo agrícola mais responsável e ecológico.
Além disso, a educação ambiental e a capacitação de agricultores são elementos-chave para a implementação bem-sucedida de práticas agrícolas sustentáveis. Muitos produtores ainda enfrentam barreiras técnicas, econômicas e culturais que dificultam a adoção de alternativas ao uso de agrotóxicos. Por isso, programas de treinamento e assistência técnica, aliados a incentivos financeiros, têm um papel fundamental na superação dessas dificuldades e na promoção da transição para sistemas agrícolas mais sustentáveis (Freitas; Bonfatti; Vasconcellos, 2022).
A formação de redes de conhecimento e a troca de experiências entre agricultores, especialistas e consumidores podem ajudar a fortalecer essas iniciativas. A transição para um modelo agrícola mais sustentável exige uma abordagem integrada, que leve em consideração tanto os aspectos técnicos quanto os sociais e econômicos, buscando sempre o equilíbrio entre a produção de alimentos, a saúde humana e a conservação ambiental (Inamasu et al., 2019).
Então, as alternativas sustentáveis ao uso de agrotóxicos não apenas oferecem soluções para a preservação do meio ambiente e a saúde pública, mas também representam uma oportunidade para a criação de um modelo agrícola mais justo, resiliente e ecologicamente responsável. As estratégias aqui discutidas, como a agricultura orgânica, o manejo integrado de pragas e o incentivo a políticas públicas, são passos importantes para garantir um futuro mais saudável e equilibrado para as próximas gerações.
5 EDUCAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO PARA A REDUÇÃO DO USO DE AGROTÓXICOS
A educação e a conscientização são pilares essenciais para reduzir o uso de agrotóxicos e promover práticas agrícolas mais sustentáveis. Informar agricultores, consumidores e a sociedade em geral sobre os impactos adversos desses produtos químicos, bem como as vantagens das alternativas sustentáveis, é uma estratégia que pode transformar o modelo agrícola vigente. Campanhas de conscientização, treinamentos técnicos e programas de extensão rural desempenham um papel crucial nesse processo, ajudando os agricultores a compreender os riscos associados ao uso indiscriminado de agrotóxicos e a adotar práticas como a agroecologia e o manejo integrado de pragas (Freitas; Bonfatti; Vasconcellos, 2022).
Os programas de capacitação técnica têm se mostrado particularmente eficazes. Segundo Altieri e Nicholls (2020), a educação técnica focada na agroecologia não apenas transmite conhecimentos práticos, mas também fortalece a autonomia dos agricultores ao promover sistemas agrícolas mais resilientes e menos dependentes de insumos externos. Além disso, a conscientização sobre os impactos dos agrotóxicos também é fundamental para os consumidores, que podem influenciar o mercado ao optar por produtos orgânicos e exigir maior responsabilidade socioambiental dos produtores.
Outro aspecto importante é a inclusão do tema nas escolas e universidades. A formação de novas gerações de profissionais que compreendam a necessidade de práticas agrícolas sustentáveis é uma ferramenta poderosa para a transformação do setor. Iniciativas educacionais que integram conceitos de sustentabilidade, impacto ambiental e saúde pública ao currículo contribuem para formar cidadãos mais conscientes e preparados para lidar com os desafios do modelo agrícola atual. Freitas; Bonfatti e Vasconcellos (2022). destacam que a educação ambiental nas escolas pode criar um ciclo virtuoso, influenciando tanto os futuros agricultores quanto os consumidores.
As campanhas de comunicação social também têm um papel crucial na disseminação de informações. Por meio de mídias tradicionais e digitais, é possível alcançar um público amplo e diversificado, promovendo uma maior sensibilização sobre os impactos dos agrotóxicos e as alternativas disponíveis. Nesse sentido, programas de certificação e selos de qualidade, como os de produtos orgânicos, auxiliam no engajamento do consumidor e aumentam a demanda por produtos sustentáveis, pressionando o mercado a adotar práticas menos prejudiciais ao meio ambiente (Inamasu et al., 2019).
Dessa forma, a educação e a conscientização não são apenas ferramentas complementares, mas estratégias indispensáveis para a redução do uso de agrotóxicos. Quando aliadas a políticas públicas robustas e incentivos financeiros, essas iniciativas podem acelerar a transição para um modelo agrícola mais sustentável, promovendo benefícios econômicos, sociais e ambientais.
6 TECNOLOGIAS E INOVAÇÕES NA REDUÇÃO DO USO DE AGROTÓXICOS
As tecnologias e inovações desempenham um papel crucial na redução do uso de agrotóxicos, permitindo um controle mais eficiente de pragas e doenças, com menor impacto ambiental. A agricultura de precisão, por exemplo, utiliza tecnologias como sensores, GPS, e dados geoespaciais para monitorar e gerenciar as variáveis do solo e da cultura, possibilitando a aplicação mais controlada de insumos. Essa abordagem tem o potencial de reduzir significativamente a quantidade de agrotóxicos aplicados, já que os tratamentos são realizados apenas nas áreas específicas que necessitam, ao invés de serem aplicados de maneira uniforme em toda a plantação (Inamasu et al., 2019).
A utilização de drones na agricultura também tem se mostrado eficaz na redução de agrotóxicos. Esses dispositivos são capazes de monitorar grandes áreas e aplicar produtos fitossanitários de maneira precisa e localizada, minimizando o uso excessivo de químicos. De acordo com Cardim (2022), o uso de drones para pulverização não só economiza recursos, mas também reduz o risco de contaminação da água e do solo, além de diminuir a exposição dos trabalhadores aos produtos químicos. Essa inovação, aliada ao uso de tecnologias de monitoramento em tempo real, permite que o agricultor tome decisões informadas e aplique os insumos de maneira mais eficiente e sustentável.
Além disso, a criação de cultivares geneticamente modificados ou melhorados para resistir a pragas e doenças tem se tornado uma ferramenta importante na redução da dependência de agrotóxicos. Essas plantas são desenvolvidas para suportar infestações de pragas sem a necessidade de tratamento químico intensivo, reduzindo significativamente a aplicação de pesticidas. No entanto, é importante que o uso dessas tecnologias seja aliado a práticas de manejo integrado de pragas (MIP), a fim de evitar o desenvolvimento de resistência nas pragas (Gazziero, 2015).
Plataformas digitais também têm sido desenvolvidas para auxiliar os agricultores no gerenciamento de suas atividades, fornecendo informações sobre a previsão de clima, o monitoramento de pragas e a recomendação de insumos de forma precisa e personalizada. Esses sistemas ajudam na tomada de decisões mais eficazes, reduzindo a quantidade de agrotóxicos aplicados e promovendo práticas agrícolas mais sustentáveis. O uso de inteligência artificial e big data tem demonstrado grande potencial na criação de soluções personalizadas para o manejo agrícola, o que possibilita a maximização da produtividade com menores impactos ambientais (Lopes; Albuquerque, 2018).
Sendo assim, as tecnologias e inovações são instrumentos indispensáveis para promover a sustentabilidade na agricultura. Elas oferecem alternativas viáveis e eficientes para a redução do uso de agrotóxicos, contribuindo para a preservação do meio ambiente e a saúde pública, ao mesmo tempo em que mantém ou até melhora a produtividade agrícola.
7 CONCLUSÃO
A análise do impacto dos agrotóxicos na saúde humana e ambiental e a busca por alternativas sustentáveis demonstram a urgência de repensar as práticas agrícolas atuais. O uso excessivo de agrotóxicos está associado a sérios riscos para a saúde pública, como doenças crônicas, câncer, distúrbios neurológicos e endócrinos, além de comprometer a qualidade do solo, da água e a biodiversidade. Contudo, o avanço de tecnologias e inovações, como a agricultura de precisão, o uso de drones e biotecnologia, oferece soluções viáveis para minimizar esses impactos. Essas ferramentas permitem a aplicação mais eficiente de insumos, a redução do desperdício de agrotóxicos e a preservação de ecossistemas vitais.
Além disso, as práticas agroecológicas e a agricultura orgânica se mostram alternativas promissoras ao uso indiscriminado de químicos, promovendo uma abordagem mais equilibrada e integrada com o meio ambiente. O manejo integrado de pragas, o uso de biopesticidas e a educação ambiental são essenciais para garantir uma transição bem-sucedida para sistemas agrícolas mais sustentáveis.
As políticas públicas também têm um papel fundamental nesse processo, sendo necessárias para incentivar a adoção de tecnologias sustentáveis, apoiar a transição para a agricultura orgânica e garantir a fiscalização do uso de agrotóxicos. A conscientização dos consumidores, aliada à promoção de produtos orgânicos e certificados, pode acelerar essa transformação, pois gera uma demanda crescente por alimentos mais saudáveis e ambientalmente responsáveis.
Em síntese, a redução do uso de agrotóxicos requer uma abordagem multifacetada que envolva tecnologias inovadoras, alternativas agrícolas sustentáveis, políticas públicas eficazes e educação contínua. Somente com uma abordagem integrada e colaborativa entre agricultores, consumidores, pesquisadores e governantes será possível alcançar uma agricultura mais saudável e sustentável, promovendo benefícios tanto para a saúde humana quanto para o meio ambiente.
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