THE IMPACT OF BORDERLINE PERSONALITY DISORDER ON SOCIAL LIFE: A REVIEW OF STUDIES
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102501241242
Kaio César Queiroz Barrêto1
Yvie Takayama1
Caio Fernandes Crepaldi1
Laura Santos Castro1
Juliana de Araújo Santos1
Matheus Eloy Rennó Resende1
André Lucas Dinis Carvalho1
Felipe de Carvalho Poli1
Karollynne Pontes Cordeiro Chiang1
Kelvin Kim Chiang1
Resumo
O transtorno de personalidade borderline (TPB) é caracterizado por um padrão persistente de instabilidade nas relações interpessoais, autoimagem e emoções, frequentemente acompanhado por comportamentos impulsivos. Este artigo apresenta uma revisão da literatura acerca do impacto do TPB na vida social dos indivíduos que possuem essa condição. Por meio de uma análise de estudos publicados, identificam-se os desafios enfrentados por pessoas com TPB em contextos familiares, profissionais e sociais, além das estratégias de intervenção mais eficazes. Os resultados indicam que o TPB gera dificuldades significativas no estabelecimento e na manutenção de relações sociais, com consequências para a saúde mental e qualidade de vida. Conclui-se que intervenções terapêuticas direcionadas podem melhorar a interação social e o bem-estar de pessoas com TPB.
Palavras–chave: Transtorno de personalidade borderline. Vida social. Relações interpessoais. Qualidade de vida.
1 INTRODUÇÃO
O transtorno de personalidade borderline (TPB) é uma condição psicológica complexa que afeta aproximadamente 1,6% da população geral (APA, 2013). Caracteriza-se por uma instabilidade acentuada no humor, nas relações interpessoais e na autoimagem, além de comportamentos impulsivos que podem resultar em automutilação e outros riscos (Linehan, 1993). Esses sintomas têm impactos profundos na vida social dos indivíduos, afetando sua capacidade de estabelecer e manter relações saudáveis em diversos contextos.
O TPB é frequentemente associado a experiências de rejeição social, conflitos interpessoais e isolamento, que reforçam padrões disfuncionais de comportamento e exacerbam os sintomas do transtorno. Embora o impacto do TPB sobre a saúde mental seja amplamente documentado, há uma necessidade crescente de compreender como ele afeta especificamente a dinâmica social dos indivíduos. Este artigo busca abordar essa lacuna, analisando a literatura existente sobre o tema.
O objetivo deste trabalho é revisar estudos que explorem a influência do TPB na vida social, identificando os principais desafios enfrentados pelos indivíduos com o transtorno e as estratégias de intervenção mais eficazes. Justifica-se pela relevância clínica e social do tema, considerando o impacto significativo que o TPB tem sobre a qualidade de vida e a integração social dos indivíduos afetados.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA
Estudos sugerem que indivíduos com TPB enfrentam dificuldades significativas em relações interpessoais devido às características do transtorno, como medo de abandono, impulsividade e instabilidade emocional (Gunderson, 2001). Essas dificuldades contribuem para a fragmentação de suas redes de apoio social e para o aumento da percepção de isolamento.
Linehan (1993) propõe que a terapia comportamental dialética (DBT) é uma abordagem eficaz para melhorar as competências sociais e reduzir os comportamentos disfuncionais associados ao TPB. Além disso, intervenções focadas na regulação emocional e na melhoria das habilidades de comunicação podem ajudar os indivíduos a estabelecer relações mais saudáveis.
Outros estudos destacam o papel da rede social e do suporte familiar na atenuação dos sintomas do TPB. A inclusão de familiares e amigos em programas de psicoeducação mostrou-se benéfica para reduzir conflitos e aumentar o entendimento sobre o transtorno (Bateman & Fonagy, 2004).
3 METODOLOGIA
Este trabalho consiste em uma revisão de literatura baseada na análise de estudos publicados em bases de dados como PubMed, PsycINFO, Scielo e livros. Os critérios de inclusão consideraram artigos publicados entre 1993 e 2023, em língua inglesa e portuguesa, que abordassem o impacto do TPB na vida social. Foram excluídos estudos que não apresentassem dados empíricos ou que tratassem exclusivamente de aspectos biológicos do transtorno.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS
Os resultados indicam que o TPB afeta a vida social de várias maneiras. Indivíduos com o transtorno frequentemente relatam dificuldades em manter relações estáveis devido ao medo de abandono e à instabilidade emocional. Em ambientes profissionais, o TPB pode levar a conflitos interpessoais e dificuldades de integração em equipes.
Os resultados também indicam que intervenções que abordem a regulação emocional em tempo real, enfatizando que técnicas terapêuticas, como a Terapia Comportamental Dialética (DBT), podem ajudar os pacientes a gerenciar melhor suas emoções e reações. Conclui-se que a abordagem momentânea oferece insights valiosos para o desenvolvimento de estratégias de tratamento mais eficazes para o TPB. (BONNÍN 2019)
A revisão também revelou que intervenções como a DBT e a terapia baseada em mentalização (MBT) são eficazes para melhorar a capacidade de regulação emocional e promover interações sociais mais saudáveis. Ademais, o suporte social, especialmente de familiares, foi identificado como um fator protetivo importante.
Estudos mostram que a maioria das rupturas em relacionamentos pessoais está associada à dificuldade desses indivíduos em gerenciar conflitos e regular emoções. Além disso, o estigma social contribui para o isolamento e redução na qualidade de vida.
5 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo revisou a literatura sobre o impacto do TPB na vida social, destacando que o transtorno representa um desafio significativo para o bem-estar e a integração social dos indivíduos. Conclui-se que intervenções terapêuticas podem minimizar esses impactos, promovendo melhorias na qualidade de vida.
REFERÊNCIAS
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5). 5th ed. Arlington, VA: APA, 2013.
BATEMAN, Anthony; FONAGY, Peter. Psychotherapy for Borderline Personality Disorder: Mentalization-Based Treatment. Oxford: Oxford University Press, 2004.
BONNÍN, Caterina del Mar . et al. Emotion dysregulation in borderline personality disorder: a momentary perspective. Journal of Personality Disorders, v. 33, n. 5, p. 645-656, 2019. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC6672628/. Acesso em: 09 jan. 2025.
DALGALARRONDO, P.; VILELA, W. A.. Transtorno borderline: história e atualidade. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, v. 2, n. 2, p. 52–71, abr. 1999.
GUNDERSON, John G. Borderline Personality Disorder: A Clinical Guide. Washington, DC: American Psychiatric Press, 2001.
LINEHAN, Marsha. Cognitive-Behavioral Treatment of Borderline Personality Disorder. New York: Guilford Press, 1993.