O IMPACTO DO BURNOUT NA QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: UMA ANÁLISE DA LITERATURA

THE IMPACT OF BURNOUT ON THE QUALITY OF NURSING CARE: An Analysis of the Literature

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102410281953


Aline da Silva Guimarães1
Aline Oliveira Gonçalves²
Isadora Cruz de Souza³
Orientador: Prof. e Msc. Bruno Santos de Assis 4


Resumo:  A ocorrência de Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento profissional é reveladora entre as equipes de enfermagem, com impacto contraproducente no âmbito pessoal, institucional, governamental e na assistência com os pacientes. O objetivo do estudo foi identificar a superioridade da Síndrome de Burnout em profissionais de enfermagem. Portanto, o presente artigo objetivou uma revisão exploratória da literatura brasileira que aborda os fatores que contribuem para o desgaste profissional da saúde no âmbito hospitalar, podendo proporcionar o acometimento pelo impacto da Síndrome de Burnout na qualidade da assistência de enfermagem. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de revisão exploratória de literatura. A busca foi realizada nas bases de dados eletrônicos: LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde), Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE e PubMed), Scientific Electronic Library Online (ScieLO), Base de Dados em Enfermagem (BDENF). Foram selecionados artigos publicados entre 2019 e 2024. Dessa forma, ressalta-se a necessidade de desenvolver mais pesquisas na área da saúde, principalmente envolvendo outras categorias profissionais e abrangendo outros ambientes de trabalho, investigando ainda o impacto da predominância de profissionais na saúde.

Palavraschave: Burnout; Esgotamento Profissional; Qualidade de Vida; Síndrome; Esgotamento Psicológico; Profissionais de enfermagem.

Abstract: The occurrence of professional exhaustion syndrome or burnout syndrome is revealing among nursing professionals, with a counterproductive impact on the personal, institutional, governmental and patient care spheres. The aim of this study was to identify the superiority of Burnout Syndrome in nursing professionals. Therefore, this article aimed to review the Brazilian literature that addresses the factors that contribute to the professional exhaustion of nurses in the hospital environment, which can cause the impact of Burnout Syndrome on the quality of nursing care. Methodology: This is an integrative literature review research. The search was carried out in the electronic databases: LILACS (Latin American and Caribbean Literature on Health Sciences), International Literature on Health Sciences (MEDLINE and PubMed), Scientific Electronic Library Online (ScieLO), Nursing Database (BDENF). Articles published between 2019 and 2024 were selected. Thus, the need to develop more research in the health area is emphasized, especially involving other professional categories and covering other work environments, also investigating the impact of the predominance of professionals in health.

Keywords: Burnout; Professional Burnout; Quality of Life; Syndrome; Psychological Exhaustion; Nursing professionals

1 INTRODUÇÃO

Vieira e russo (2022) alegam que a Síndrome de Burnout (SB) é um conjunto de sintomas físicos e emocionais decorrentes de uma estafa profissional crônica, caracterizada pelo estresse, baixa realização profissional e despersonalização, provenientes na qualidade da assistência de enfermagem a exposição da equipe de enfermagem a situações extremas e duradouras de exigência física, mental e emocional.

    Primeiramente, a síndrome de burnout (SB) é uma das grandes questões da atualidade. O marco tem origem inglesa, burn: queimar e out: exterior, que significa, semanticamente, combustão mental. A abordagem conceitual mais aceita é a sociopsicológica, para a qual, a Síndrome de Burnout é uma doença ocupacional de caráter multidimensional, que envolve: exaustão emocional, despersonalização e redução da realização profissional; oriunda de uma reposta mal-adaptada ao estresse crônico, vivido por profissionais que atuam sobre altas demandas e com baixo controle sobre o trabalho, característico dos atuais modos de produção (SILVA et al, 2019).

     É fato que a Síndrome de Burnout (SB), é elucidada pela dimensão da exaustão emocional e é confirmado pelo sentimento de fadiga, cansaço físico e emocional e despersonalização, ou seja, o indivíduo está longe das relações interpessoais, e devido à redução da realização profissional, o indivíduo proporciona um sentimento negativo para si mesmo. A síndrome é insidiosa e está relacionada a profissionais que costumam lidar com pessoas e estressores no ambiente de trabalho (LIMA & FARAH & BUSTAMANTE-TEIXEIRA, 2019). Somando a isso, em profissionais de enfermagem a doença se manifesta com maior frequência por vários fatores, principalmente por questões de contato direto com o paciente que envolvem sentimentos de afetividade, angústia e impotência (FERNANDES LS et al., 2019).            Estão relacionadas a baixa produtividade organizacional, saídas repentinas do trabalho, aposentadoria precoce e fragilidade da saúde física e mental (TOMAZ et al., 2020).

    Além disso, o pouco tempo de lazer, o excesso de tarefas de trabalho e a insatisfação quanto à remuneração tem levado os profissionais de enfermagem a usualmente possuírem mais de um vínculo empregatício, a prolongadas jornadas de trabalho. Esse sentimento de insatisfação e a sobrecarga de trabalho geram, muitas vezes, malefícios à saúde física e mental e o profissional a um estresse ocupacional, uma sensação de vazio, e exaustão no trabalho, sintomas da síndrome de burnout (MASLACH et al. 2019).

     Em suma, percebe-se que a presença de um quadro sintomático da Síndrome de Burnout é extremamente preocupante, na medida em que afeta significativamente o rendimento profissional e os fatores norteadores da Síndrome de Burnout presentes no cotidiano dos profissionais da enfermagem (BRITO, TB et al., 2018). 

Sendo assim, a relevância correlacionada a este estudo é a necessidade de compreender o estresse laboral e sua influência no desgaste dos profissionais de enfermagem, no âmbito hospitalar, pois isso pode proporcionar o acometimento pelo impacto da Síndrome de Burnout na qualidade da assistência de enfermagem. Além disso, é crucial elaborar uma estratégia para lidar com situações estressantes no trabalho, já que os casos diagnosticados da Síndrome de Burnout aumentaram nos últimos anos. Dada a complexidade dessa condição, frequentemente subestimada ou confundida com cansaço normal, é fundamental identificar quais sinais indicam a necessidade de atenção especializada.

Contudo, os objetivos propostos para esta revisão de literatura são investigar os impactos decorrentes do burnout na qualidade da assistência de enfermagem, além de investigar as principais causas que levam ao adoecimento dos profissionais de enfermagem, culminando assim no diagnóstico de burnout e sugerir estratégias que possam minimizar os riscos dos profissionais em adquirirem a síndrome de burnout.

2 MATERIAL(IS) E MÉTODOS

A presente pesquisa trata-se de uma revisão narrativa da literatura, a qual tem o objetivo de resumir e integrar as principais informações acerca de um determinado assunto ou tema, levando em consideração assim vários autores.

Para a construção desta revisão, foram utilizados os seguintes dados eletronicos: biblioteca Virtual da Saúde (BVS)-(DECS), LILACS (Literatura LatinoAmericana e do Caribe em Ciências da Saúde), Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE e PubMed), Scientific Electronic Library Online (ScieLO), Base de Dados em Enfermagem (BDENF). Para que fossem incluídos neste estudo de revisão narrativa, foram estabelecidos critérios específicos, artigos publicados em português que retratassem a temática em estudo. 

A seleção dos documentos para este estudo considerou um recorte temporal de cinco anos e a coleta dos dados foi realizada no segundo semestre de 2024. Inicialmente, os artigos foram selecionados a partir dos títulos e resumos, e, quando o título e/ou resumo se revelaram insuficientes, foi necessário a avaliação através da leitura na íntegra. 

As bases de dados utilizadas para a seleção dos artigos foram biblioteca Virtual da Saúde (BVS)-(DECS), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE e PubMed), Scientific Electronic Library Online (ScieLO), Base de Dados em Enfermagem (BDENF). Para seleção dos artigos foi construído a estratégia de busca com os seguintes descritores: “Burnout”; “Qualidade de Vida”; “Síndrome”; “Esgotamento Psicológico”; “Profissionais de enfermagem”.Foram selecionados 15 documentos para fundamentar a discussão sobre a síndrome de burnout e seu impa cto na qualidade da assistência de enfermagem, o esgotamento profissional que afeta tanto a saúde dos enfermagem quanto a qualidade do atendimento aos paciente. 

3 DESENVOLVIMENTO

Para o alcance dos objetivos propostos desta revisão narrativa da literatura, o desenvolvimento proposto para este estudo encontra-se esquematizado em três eixos do saber. Os quais se descrevem a seguir.

3.1 Impactos de correntes do burnout na qualidade da assistência de enfermagem

Além disso, os fatores ocupacionais assimilados aos elementos da Síndrome de Burnout em profissionais de enfermagem onde caracterizou a atividade laboral nos hospitais por carga de trabalho excessiva, alto nível de tensão e de riscos para os profissionais de enfermagem e contato com situações limitantes (EBLING, M. 2019).  Ademais, as queixas psicossomáticas, elevadas demandas de trabalho, relacionamento interpessoal ineficaz, duplo vínculo empregatício e os profissionais tornando-se insatisfeitos com a profissão e trabalho, provocando assim, intenção de deixar a profissão e absenteísmo (CARNEIRO, R.M, 2019).

Por outro lado, escutar de forma ativa os profissionais de enfermagem também pode auxiliar e manter um bom relacionamento no ambiente profissional com a equipe de enfermagem e pacientes, tornando-se fundamental para a redução insatisfação no meio profissional, de forma que as instituições de saúde também podem oferecer aos profissionais de enfermagem um ambiente psicossocial de labor adequado (MORENO et al., 2018).

Logo a Síndrome de Burnout é composta pelo seguinte tripé: a falta de realização profissional, a despersonalização e a exaustão emocional. A falta de realização na profissão é caracterizada por baixa autoestima em relação ao trabalho, com uma sensação de incapacidade produtiva. Despersonalização é caracterizada por distância dos colegas de trabalho e com os pacientes, tendo sua empatia para com o outro diminuída. Já exaustão emocional se deve ao sentimento de que não há mais energia emocional suficiente, sentindo-se constantemente cansado (LOURENÇÃO et al, 2019).

Para mais, a Síndrome de Burnout é um processo que se desenvolve na interação de características do ambiente de trabalho e características pessoais. É um problema que atinge profissionais de enfermagem no plantão, principalmente aqueles voltados para assistência ao paciente, no qual a oferta do cuidado ou serviço frequentemente ocorre em situações de mudanças emocionais. Ajudar outras pessoas sempre foi reconhecido como objetivo nobre, mas apenas recentemente tem-se dado atenção para os custos emocionais da realização do objetivo. O exercício da equipe de enfermagem que envolvem o cuidado implica em uma relação permeada de ambiguidades, como conviver com a tênue distinção entre envolver-se profissional e não pessoalmente na ajuda ao outro (FRANÇA et al., 2020).

Por outro lado, a profissão de enfermagem é apreciada como altamente estressante quando comparada com outras profissões, devido ao convívio diário da equipe de enfermagem com a doença, sofrimento humano e a morte, o que pode causar uma instabilidade emocional. Além do que, o profissional enfermeiro exerce função assistencial como: cuidar, educar, colaborar e realizam também tarefas administrativas que incluem administração de conflitos, processo decisório, orientação, coordenação e supervisão da equipe de enfermagem, ou seja essas funções são exercidas com frequência e, alguns momentos, podem ser desenvolvidas mais esporadicamente dependendo da situação, porem elas não se desagregam (BEZERRA et al., 2019).

No entanto, estudos pioneiros no assunto diz que a Síndrome de Burnout pode ser considerada um tipo de estresse do trabalho que surge em resposta a recorrente exposição social, principalmente quando envolve uma situação problema. Diferencia-se de outros tipos de estresse por ter origem na relação direta entre o trabalhador e as pessoas alvo do trabalho desenvolvido. Pode-se dizer que essa síndrome não tem origem repentina, mas seus sinais e sintomas vão surgindo ao longo do tempo de forma gradual, por vezes de forma lenta (THOMAZ, 2019).

Por sua vez, os profissionais de enfermagem necessitam conhecer a Síndrome de Burnout para que passem a identificar os fatores que colaboram para o adoecimento dentro de seu contexto de trabalho. De modo semelhante, as instituições precisam contribuir com a prevenção e o tratamento de seus profissionais (KOVALESKI, BRESSAN, 2019).

Por fim, quando se trata da área de enfermagem, as questões relacionadas a saúde mental dos profissionais ganham destaque, pois a enfermagem se encontra na quarta posição entre as profissões mais estressantes. Tal fato justifica-se devido à ausência de reconhecimento da profissão, a sobrecarga de trabalho e a falta de delimitação de papéis na categoria, o que causa uma desvalorização profissional, podendo ocasionar a Síndrome de Burnout (SILVA et al, 2019).

3.2 Principais causas que levam ao adoecimento dos profissionais de enfermagem

Sobretudo, são vários sintomas relacionados a síndrome de Burnout foram identificados na literatura. Estes incluem sintomas: físicos como: fadiga persistente e progressiva, dores musculares ou musculoesqueléticas, distúrbios do sono e respiratórios, dores de cabeça/enxaquecas, distúrbios gastrointestinais, deficiências imunológicas, doenças cardiovasculares, disfunções sexuais e alterações menstruais em mulheres. Principalmente alterações nos sinais mentais (falta de concentração, memória); lentidão no pensamento, sentimentos de alienação, frustração, irritabilidade, depressão (negligência/excesso de cautela, irritabilidade, aumento da agressividade, incapacidade de relaxar, dificuldade em aceitar mudanças, falta de iniciativa aumentada); consumo material, comportamento de alto risco e suicídio) e sintomas defensivos (tendências de isolamento, sentimento de onipotência, perda de autoconsciência) interesse pelo trabalho ou mesmo lazer, absenteísmo, desejo de desistir do trabalho, sarcasmo/cinismo (BENEVIDES, 2020).

De acordo com Vieira e Russo (2022) a Síndrome de Burnout é um conjunto de sintomas físicos e emocionais decorrentes de uma estafa profissional crônica, caracterizada pelo estresse em um ambiente insalubre, a baixa realização profissional e despersonalização, provenientes da exposição do indivíduo a situações extremas e duradouras de exigência física, mental e emocional. O cansaço emocional alusivo ao trabalho realizado pelo equipe de enfermagem está significativamente relacionada à ocorrência de estresse.  

No entanto, as causas do estresses no labor hospitalar estão comumente unidos ao tipo de atuação do profissional de enfermagem que tem ligação a forma de assistência, regras, ocupações, protocolos e administração. Justifica-se, portanto, as diferentes manifestações e representações da Síndrome de Burnout na equipe de enfermagem como o desgaste ao nível do humor e da motivação que indicam um estado de estar “exausto” (BRITO, TB et al. 2019).

    Adicionalmente, os indícios de Burnout abrangem baixo emprego de energia, irritabilidade com os colegas da equipe de enfermagem e privação de interesse no trabalho. Nesse sentido, podem ocasionar baixo rendimento, baixa criatividade, problemas de saúde e absenteísmo elevado (CARLOTTO, MS 2019). Além do mais, a Síndrome de Burnout é qualificada com uma das grandes doenças relacionadas a problemas psicossociais que influenciam na vida da pessoa, tanto na atuação profissional quanto em momentos de sua vida pessoal, o que pode fazer o esse trabalhador realizar atividades prazerosas com menos frequência e propiciar um nível de esgotamento crítico (SILVA; DIAS; TEIXEIRA, 2019).

Análogo a isso Soto-Rubio (2020) e Morgantini (2020) afirmam que a equipe de enfermagem por estarem expostas a altos níveis de estresse diário na assistência ao paciente, os profissionais de enfermagem, em especial os enfermeiros, possuem maior tendência a desenvolverem transtornos psíquicos, sendo a Síndrome de Burnout o principal deles, com as mais altas taxas de prevalência quando relacionada ao ambiente de trabalho da enfermagem durante a assistência.

Por sua vez, alguns estudos apontam que, com essa síndrome desenvolvida, o profissional de enfermagem sente-se exausto, adoece frequentemente, relata desenvolver insônia, úlceras, cefaleia, problemas com a pressão arterial, mialgia, depressão, ansiedade, preocupação excessiva, baixa na imunidade entre outros problemas (MONTEIRO et al, 2019). 

Até agora, estudos realizados com as equipes de enfermagem em setores fechados dentro dos hospitais e evidenciaram outros sintomas prejudiciais a saúde como: choro, enxaqueca, dor epigástrica, taquipneia, taquicardia, radiculopatia, dificuldade ao se alimentar, relata sonhar com o trabalho e não conseguir descansar além do desenvolvimento do envelhecimento precoce e utilização de medicações como os benzodiazepinicos (PEREIRA et al., 2019).

Em vista disso, sintomas físicos, tanto Pereira et al. (2019) quanto Moreira et al. (2020) também expõem sentimentos relatados por profissionais de enfermagem, dentre eles: frustrações e impotência devido a estarem expostos a morte de pacientes, cansaço físico e emocional, menosprezo por si mesmo, gerando um desencorajamento na atuação de suas funções. Nesse sentido podemos destacar, em outro estudo sobre os fatores ocupacionais associados a Síndrome de Burnout em hospital com fins lucrativos, que conflitos de valores pessoais e organizacionais são forte influência para o aparecimento da Síndrome de Burnout (GALINDO et al., 2023).

Considerando isso, os profissionais de enfermagem ao sentirem-se injustiçados em decorrência da falta de reciprocidade e gratidão dos beneficiários, do esforço não recompensado, e da falta de reconhecimento por parte das outras equipes multiprofissionais tornam-se mais vulneráveis ao desgaste físico e mental, em virtude do desequilíbrio esforço-recompensa. Assim, programas de apoio psicológico e terapia em grupo foram eficazes na promoção de um ambiente de trabalho mais solidário e na redução de incidência da Síndrome de Burnout entre as equipes profissionais  (GALINDO et al., 2023).

3.3 Estratégias que possam minimizar os riscos dos profissionais em adquirirem a síndrome de burnout

Segundo Bastos JC (2021), sugere que sejam desenvolvidos programas e condutas que possam levar a equipe de enfermagem a uma boa promoção de saúde mental, a fim de evitar que tais profissionais desenvolvam a Síndrome de Burnout. 

Logo, as atividades de lazer, segundo Portela et al. (2019), desempenham um papel cruciais para os profissionais de enfermagem como artifícios que aliviam o estresse e de certa forma harmonizam momento de tranquilidade e quietude para o profissional de enfermagem longe do meio laboral, na qual muitas destas atividades estão profundamente relacionadas ao tempo com a família, tempo livre para realizar atividades que tenham retorno de prazer e satisfação, momentos de descanso e horas de sono, assistir filmes no cinemas ou participar de passeios coletivos, também se revelam valiosas, pois contribuem para a descontração e rejuvenescimento.

Além desta prática, a atividade física entra em ação como uma forma de complementar a qualidade de vida proporcionando manutenção de um hábito saudável além de diminuir as tensões, o estresse e proporcionar melhores condições de saúde e de atenção no trabalho (PORTELA et al 2019).

Em função disso, os profissionais de enfermagem muitas vezes ausentam-se do trabalho por não suportarem a carga a que se encontram expostos.  Os afastamentos do trabalho mostram os desgastes vivenciados pelos trabalhadores, desgastes estes que geram danos e comprometem a saúde e a qualidade de vida dos profissionais de enfermagem. Os afastamentos e os adoecimentos mentais dos membros da equipe de enfermagem poderiam ser evitados através de uma boa escuta e apoio da instituição onde trabalham (MONTEIRO et al, 2019).

Por isso, estudo de revisão referente ao Burnout em profissionais de enfermagem eles abordam as questões inerentes ao lazer e a prática de atividade física, na qual dispõem de uma melhor qualidade de vida e são importantes para o desempenho das equipes de enfermagem, principalmente, para os indivíduos que estão na assistência de enfermagem, no dia a dia com emergências que propiciam o cansaço, o estresse físico e psicológico bem como originam a Síndrome de Burnout logo,  o acréscimo de profissionais das equipes de enfermagem, a fim de atender a demanda de forma justa (RIBEIRO et al, 2019).

Em vista disso, ao se investir em treinamentos, aumento do quadro de funcionários, suporte psicológico, aumento de salário e na melhoria de qualidade de vida desses profissionais, tanto eles como os pacientes e as instituições hospitalares podem ser beneficiadas, tendo em conta que os mesmo atuariam motivados e satisfeitos, estendendo estes benefícios aos pacientes por meio de atendimento humanizado e qualificado, bem como à instituição financeira por meio de aumento da produtividade e satisfação do paciente (BASTO, 2021).

Em resumo, a Síndrome de Burnout, na época atual, vem sendo estudada em diversos países uma vez que afeta conexões socioculturais, administrativas e econômicas, indo mais além de que um problema psicológico (FRANÇA et al., 2019).

Dado que, a ocorrência da Síndrome de Burnout pode ser alterada de acordo com a gerência de pessoas das instituições. Considerando o exposto, estratégias que permitam o crescimento e reconhecimento profissional podem prevenir os malefícios provocados pela Síndrome de Burnout (SÁ et al., 2019).

Diante disso, todas essas alterações, segundo Santos et al. (2018), são agentes perturbatórios que interferem no desenvolvimento das atividades e diretamente na assistência ao indivíduo, viabilizando assim no aparecimento da Síndrome de Burnout e no desequilíbrio do trabalhador, deixando-o mais propenso ao sofrimento mental e ao descontentamento da dinâmica do trabalho. 

Ainda assim, mesmo diante do amplo comprometimento tanto profissional quanto pessoal, é imprescindível que as equipes de enfermagem interpretem e entendam os espaços de trabalho, que sirvam como promotores do cuidado em saúde e que possam ter este significado e não o de doença, sendo possível aprender seus limites de trabalho para não interferir na qualidade do atendimento prestado e no aparecimento de ocasiões estressoras (DUTRA et al., 2019).

Em síntese, a Psicologia está interessada em identificar estratégias de intervenção eficazes para o manejo da Síndrome de Burnout entre os profissionais de enfermagem. Intervenções baseadas na terapia cognitivo-comportamental, mindfulness e promoção da resiliência têm mostrado resultados promissores na redução dos sintomas de Burnout e no aumento do bem-estar dos enfermeiros (Benevides-Pereira, 2020). A Psicologia busca desenvolver abordagens personalizadas e adaptadas às necessidades específicas das equipes de enfermagem, levando em consideração seus recursos individuais, características do ambiente de trabalho e fatores contextuais. Ao fornecer suporte psicológico e intervenções direcionadas, a Psicologia pode desempenhar um papel crucial na prevenção e manejo da Síndrome de Burnout entre os profissionais de enfermagem, promovendo assim sua saúde mental e qualidade de vida no trabalho.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo revelou que a Síndrome Burnout traz alguns impactos na assistência de enfermagem dentre eles destacam-se: esgotamento emocional, despersonalização e baixa realização pessoal. Tendo como impacto a falta de empatia e conexão com os pacientes, sentimento de frustração, fechando um ciclo negativo que é difícil de romper, o que afeta todos ao seu redor.

Revelou ainda que dentre as principais causas de adoecimento dos profissionais de enfermagem podemos citar que essa condição afeta não apenas a saúde do trabalhador, mas também a do cliente e a da instituição. 

Por fim, pode-se observar também que existem algumas estratégias que podem ser implementadas para minimizar os riscos, dentre elas podemos citar a criação de um ambiente de trabalho saudável promovendo o bem-estar físico e mental, apoio psicológico, educação continuada, reconhecimento do trabalho e comprometimento avaliando possibilidades gratificações o que pode aumentar a satisfação no trabalho,  gerenciamento da carga horário, incluir contratação de mais pessoal, redistribuição de tarefas e incentivo atividades fora do trabalho que promovam o desenvolvimento pessoal.

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1  Acadêmica do curso de bacharelado email:aline.s.guimaraes@lseducacional.com

²  Acadêmica do curso de bacharelado email:isadoracruz.s@lseducacional.com

³  Acadêmica do curso de bacharelado e-
em enfermagem, no centro universitário UNILS, em enfermagem, no centro universitário UNILS, em enfermagem, no centro universitário UNILS, email:aline.o.goncalves@Lseducacional.com

4 Orientador – Enfermeiro Mestre em Ciência Política com linhas de pesquisa em Direitos Humanos, Cidadania e Estudos sobre a Violência, Professor e Coordenador do Curso Bacharelado em Enfermagem da UNILS, e-mail:bruno.assis@unils.edu.br