O IMPACTO DAS PRÁTICAS ESG E DOS ODS DA ONU NAS EMPRESAS: PREFERÊNCIA POR INVESTIMENTOS EM EMPRESAS QUE SEGUEM ESSA ESTRATÉGIA

ESG PRACTICES AND SUSTAINABLE DEVELOPMENT GOALS FROM UN – PREFERENCE FOR INVESTMENTS IN COMPANIES THAT FOLLOW THEM.

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8436050


Alan Sousa de Andrade¹
Ana Carolina Russo²


Resumo: O artigo em questão foi desenvolvido com base em análises de fontes variadas até abril de 2023 e tem como objetivos informar e educar os leitores sobre a crescente importância das práticas ESG (ambientais, sociais e de governança) nas empresas, destacar desafios e oportunidades, promover a conscientização sobre sustentabilidade, incentivar decisões responsáveis e resumir informações complexas para tornar o tema acessível a um público amplo. A metodologia utilizada para criar o texto foi principalmente a análise e síntese de informações com base em uma variedade de fontes, incluindo notícias, artigos acadêmicos e relatórios corporativos relacionados ao tema das práticas ESG e seu impacto nas empresas. A análise crítica dessas fontes foi usada para estruturar e desenvolver as principais ideias apresentadas no texto. Além disso, o texto também incorpora princípios de pesquisa e apresenta uma abordagem informativa e integrativa sobre o assunto das práticas ESG nas empresas. Com isso, concluiu-se que as práticas ESG são cruciais para o sucesso a longo prazo das empresas, oferecendo benefícios financeiros, resiliência em crises e uma imagem empresarial positiva. O alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e o foco em métricas ESG são passos-chave para a sustentabilidade empresarial. Empresas que adotam essas práticas estão bem-posicionadas para prosperar em um mundo cada vez mais consciente da sustentabilidade.

Palavras-chave: “ESG”, “ODS”, “Governança”, ”Investimento”, “Sustentabilidade”

Abstract: Summary: The article in question was developed based on analyses of various sources until April 2023 and aims to inform and educate readers about the growing importance of ESG (Environmental, Social, and Governance) practices in companies, highlight challenges and opportunities, promote sustainability awareness, encourage responsible decisions, and simplify complex information to make the topic accessible to a broad audience. The methodology used to create the text primarily involved the analysis and synthesis of information from a variety of sources, including news, academic articles, and corporate reports related to ESG practices and their impact on companies. Critical analysis of these sources was used to structure and develop the main ideas presented in the text. Additionally, the text incorporates research principles and presents an informative and integrative approach to the subject of ESG practices in companies. In conclusion, it was found that ESG practices are crucial for the long-term success of companies, offering financial benefits, resilience in crises, and a positive corporate image. Alignment with the UN Sustainable Development Goals and a focus on ESG metrics are key steps toward corporate sustainability. Companies that adopt these practices are well-positioned to thrive in an increasingly sustainability-conscious world.

Keywords: “ESG”, “ODS”, “Governance”,” Investment”, “Sustainability”.

INTRODUÇÃO

A abordagem ESG (Environmental, Social and Governance [Ambiental, Social e de Governança]) tem ganhado cada vez mais destaque no mundo dos negócios, na medida em que se torna mais importante para as empresas serem responsáveis social e ambientalmente. Os investidores também estão mais interessados em empresas que adotam práticas ESG, pois acreditam que essas empresas são mais resilientes e têm maior probabilidade de sucesso a longo prazo.

As práticas ESG incluem a adoção de medidas para reduzir a emissão de gases de efeito estufa, a promoção da diversidade e inclusão no local de trabalho, a garantia de uma remuneração justa para todos os funcionários e a transparência nas informações financeiras e de governança. Esse conceito engloba vários aspectos das operações de uma empresa, desde a gestão dos impactos ambientais e sociais até a governança corporativa.

Ele é um indicador central de desempenho não financeiro. Os investidores que concordam com o conceito de investimento socialmente responsável acreditam que os fatores ESG ajudam a ter uma visão do desempenho de longo prazo da empresa (RIBEIRO, 9, E0120.).

A importância da implementação de fatores ambientais, sociais e de governança (EGS) na atividade das empresas é refletida por Eliwa et al. (2021), cujo estudo apoia a ideia de papéis complementares entre comunidades, mercado e estado, mostrando que o mercado desempenha um papel importante na motivação das empresas para a implementação de práticas ambientais, sociais e de governança.

As Organizações das Nações Unidas (ONU), criou a Agenda 2030 baseando-se nos ODM. A agenda 2030 conta com 17 objetivos e 169 metas, visando o ambiente, a sociedade, a economia e a instituição. O movimento dos ODS conta com o apoio de muitos países, incluindo o Brasil para a implantação de um conjunto de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, sendo eles (ONU, 2015).

Este artigo tem como objetivo, através de uma revisão integrativa, analisar a importância e a necessidade do conceito ESG nas empresas, expondo a ligação dessas práticas com os objetivos de desenvolvimento sustentáveis (ODS) da ONU. Além disso, analisar a influência que empresas com práticas ESG tem sobre os investidores, analisando os pesos relativos dos fatores que refletem a visão deles, atraindo mais investimentos e tendo uma diferente percepção de retorno, não só o financeiro, como também o social e o ambiental.

1 REVISÃO DE LITERATURA

A adoção corporativa de ESG pode ser benéfica para as partes interessadas da empresa. Investir em ESG está estimulando o interesse geral dos investidores institucionais por dois motivos. Primeiro, o investimento ESG promove ativamente práticas de investimento éticas. Em segundo lugar, os investimentos ESG estão a ser considerados como um meio de melhorar o desempenho das carteiras geridas, aumentar os retornos e reduzir o risco da carteira (BROADSTOCK ET AL. 2021).

É necessário muito trabalho preliminar e aplicação regulamentar para construir um quadro fiável com sólida aceitação social que possa levar a utilizações mais generalizadas de informações ESG. Os principais fatores restritivos são os seguintes: As empresas nas economias emergentes, carecem de um modelo ESG fiável. Os atuais fatores ESG não têm em conta os ambientes de gestão específicos do país e/ou da indústria. As pontuações da avaliação ESG variam significativamente de acordo com o fornecedor de informações ESG (OECD, 2020, APUD PARK ET AL., 2021).

Estudos como Aouadi e Marsat (2018), têm investigado se os investidores do mercado financeiro valorizam o desempenho sustentável das instituições, além do desempenho meramente econômico. Este fator precisa ser analisado, pois é sabido que existe um custo financeiro para a organização implementar estratégias de desenvolvimento sustentável.

Alshehhi et al (2018) explicam que as pesquisas de avaliação do desempenho econômico-financeiro, têm utilizado diferentes tipos de medidas financeiras para examinar o impacto das práticas de sustentabilidade nas organizações. De acordo com os autores as métricas de desempenho financeiro geralmente são segregadas em medidas relacionadas à lucratividade, ROA, ROE, ROI e ROS. E medidas relativas ao mercado, Q de Tobin, Preço por Lucro, Lucro por Ação e Fluxo de Caixa.

Dahlberg e Wiklund (2018) estudaram os países nórdicos, Suécia, Finlândia, Dinamarca e Noruega, com o objetivo de analisar se os investidores nórdicos valorizam os fatores ESG. Para tanto, testaram a relação entre os índices ESG e o desempenho corporativo das suas organizações, durante os anos de 2007 a 2017. Os autores utilizaram como indicadores de mercado e contábil, o Q de Tobin e o ROA, respectivamente, para medir o desempenho financeiro. Os resultados do estudo indicaram uma relação positiva entre os desempenhos financeiro e ESG, e a conclusão dos autores foi de que os investidores nórdicos valorizam as classificações ESG ao escolher seus investimentos. Argumentam ainda, que as empresas podem se beneficiar por terem boas políticas de sustentabilidade

1.1 INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA (IBGC)

A Governança Corporativa é um tema atual e considerado de vital importância. A necessidade de se poder controlar e acompanhar as tomadas de decisão pelos usuários das informações financeiras leva consequentemente à adoção de um sistema de Governança Corporativa. Esta é uma maneira de controlar através de legislação e transparência o que ocorre dentro das organizações sem negligenciar os direitos das partes interessadas. É um mecanismo que preza as boas práticas de legislação e procura atender as necessidades de seus envolvidos da maneira mais igualitária possível (ECKERT ET AL., 2022)

O IBGC tem como seu principal documento o Código de Boas Práticas de Governança Corporativa que objetiva ajudar no crescimento das empresas brasileiras (IBGC, 2015). O Código de Boas Práticas de Governança Corporativa teve sua primeira edição em 1999.

Segundo Slomski et al. (2008), em declaração do IBGC os objetivos que essa instituição tem são:

a) no Brasil ser entidade central sobre debates a respeito de Governança Corporativa;

b) capacitar profissionais que possam atuar nos conselhos das organizações;

c) incentivar a aprendizagem das partes interessadas das empresas sobre Governança Corporativa;

d) ajudar com treinamentos e orientações os conselhos das companhias que queiram implantar excelência de Governança Corporativa;

e) participar de instituições nacionais e internacionais que tenham propósitos afim do IBGC em relação a Governança Corporativa;

f) estimular pesquisas sobre Governança Corporativa;

g) auxiliar para que as empresas adotem aos princípios de Governança Corporativa para que assim atinjam sucesso e continuidade.

O IBGC é visto como referência e principal estimulador de adoção das boas práticas de Governança nas empresas brasileiras, ele identifica a importância delas e sua intenção é que as companhias cresçam e se desenvolvam praticando uma boa Governança Corporativa (Slomski et al., 2008)

1.2 ODS – OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA ONU:

Figura 1 – Objetivos de desenvolvimento sustentável – ONU

Os 17 ODS representados na figura 1 demonstram principalmente um compromisso com a busca de um ambiente melhor para as pessoas, sem fome, pobreza e desigualdade; protecão do ambiente, consumo responsável, gestão e produção sustentáveis; prosperidade económica, social e tecnológica, respeito pela natureza; a promoção da paz, da justiça e da inclusão na sociedade; a participação de todos, países e pessoas, na implementação da Agenda 2030. (GARLET, VALÉRIA ET AL, 2022)

A Agenda 2030 apresenta o compromisso com a busca do desenvolvimento sustentável no mundo, abrangendo também a sustentabilidade. Esta Agenda foi concebida por chefes de estado e de governo e altos representantes, baseou-se na Declaração Universal dos Direitos Humanos e foi proposta pela ONU. Na Agenda 2030, os 17 ODS abrangem áreas cruciais como Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parceria Global para o Desenvolvimento Sustentável. (GARLET, VALÉRIA ET AL, 2022)

A construção de uma sociedade sustentável depende da ação de todos: governo com leis rigorosas, fiscalização adequada das instituições para preservar os recursos naturais e compromisso de todos os cidadãos. Os negócios em geral estão empenhados em prestar contas também com a sociedade, o ESG atende às questões do Pacto Global, iniciativa da ONU para engajar empresas e organizações na adoção de 17 princípios nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção. (ZARIF; KARAM; CAPRONI, 2018).

Os ODS proporcionam um guia para explorar a contabilidade da sustentabilidade, iluminando a materialidade de aspectos como justiça econômica, responsabilidade ecológica ou educação (LARRINAGA, 2023).

ESG não é um novo nome para sustentabilidade, apesar da convergência entre vários aspectos, trata-se de perspectivas diferentes. O olhar ESG tem premissas, objetivos e resultados que podem convergir com os da sustentabilidade, mas que não os substituem. (BELINKY, 2023)

1.3 PRÊMIOS POR BOA PRÁTICA DO ESG

Vários estudos demonstram que, a longo prazo, as empresas que promovem e protegem a saúde, segurança e bem-estar dos trabalhadores estão entre as mais bem-sucedidas, possuem melhor desempenho no mercado financeiro, desfrutam de melhores taxas de retenção de funcionários e de forma mais sustentável.

O processo de gestão de investimentos é em grande parte alimentado pelas informações que os investidores necessitam para avaliar oportunidades de investimento individuais. Por esta razão, é importante saber que tipo de informação os gestores ESG realmente necessitam. Um analista fundamental pode querer acesso aos dados brutos sobre fatores ESG, além de todos os dados financeiros regulares. Esses dados brutos podem incluir relatórios anuais da empresa sobre fatores ESG, declarações à imprensa, relatórios de grupos de interesse, etc. (PLANTINGA, 2015)

No entanto, os investidores podem ter restrições de tempo e, portanto, podem ter tendência a usar dados processados, como classificações ESG. Muitas informações ESG podem abranger todo o mercado, como mudanças na regulamentação ambiental ou nas condições sociais, porém, as notícias sobre as condições individuais de uma empresa específica em relação ao ESG também serão importantes. (PLANTINGA, 2015)

Alguns destes estudos merecem atenção. Em comparação com as S&P 500 (índice do mercado de ações que reúne as 500 maiores empresas do mundo listadas e domiciliadas nas principais Bolsas de Valores dos Estados Unidos, a NYSE e a Nasdaq), as empresas que alcançam uma cultura de saúde, com o desempenho superior em avaliações medidas pelo recebimento de vários prêmios de saúde, segurança e bem-estar, como o Prêmio Nacional de Realização de Saúde Corporativa (CHAA) do American College of Occupational and Environmental Medicine (CHAA), o C. Everett Koop (Koop) National Health Award, o Prêmio Gallup Great Workplace Award ou ser reconhecida como uma empresa de alta pontuação da Health Enhancement Resource Organization (HERO) apresentaram melhor desempenho de ações corporativas de forma sustentável e por mais de uma década. (FABIUS & PHARES, 2021).

2 METODOLOGIA

Tendo em vista que existe uma necessidade de se entender as práticas do ESG que se baseiem nos bons resultados já registrados, a revisão integrativa vem sendo mencionada como um recurso importante dentro dessa área.

Esta pesquisa configura-se em um estudo teórico por meio da aplicação do procedimento técnico de revisão integrativa da literatura (RIL). Tal técnica foi empregada visando identificar, avaliar e interpretar as pesquisas relevantes sobre as práticas de ações ESG e suas consequências, utilizando-se de uma sequência metodológica definida que permite agregar conhecimento e construir saberes (KITCHENHAM; CHARTERS, 2007).

A RIL compreende uma sequência de três etapas: planejamento, condução e apresentação da revisão, cada qual guardando suas respectivas ações (Figura 1).

Figura 2 – Etapas da Revisão da Literatura

Fonte: (adaptado de KITCHENHAM; CHARTERS, 2007)

Iniciou-se a fase de planejamento a partir de uma revisão sobre os impactos de ações ESG nas empresas, ligado também aos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, com o intuito de obter maior familiarização com o tema abordado e a definição do problema de pesquisa. Nessa fase também se confirmou a viabilidade e a necessidade desta pesquisa, principalmente a partir dos apontamentos de El Kadri Filho e De Lucca, (2022a).

As buscas foram realizadas nas bases Google Scholar, Scielo, Scopus e revistas acadêmicas da área de empreendedorismo, inovação e gestão, no período de abril à setembro de 2023, escolhidas pelo caráter interdisciplinar e por serem consideradas uma das maiores bases de dados referenciais do mundo.

Com a definição dos termos a serem pesquisados, obteve-se as seguintes combinações de palavras, que resultaram em 16 arranjos conforme figura 3.

Figura 3 – Combinação das palavras chaves utilizadas na busca

Critérios de elegibilidade:
Estudos potencialmente relevantes foram selecionados de acordo com os seguintes critérios de inclusão: somente artigos em português, inglês e espanhol; foram excluídos os estudos com objetivos diferentes da presente revisão; comunicações orais e carta ao editor.

A seleção inicial dos artigos ocorreu por meio da leitura de seus títulos e resumos. Posteriormente, os textos que atenderam os critérios de inclusão foram lidos em sua totalidade.

Extração dos dados dos artigos

A extração dos dados incluiu as seguintes variáveis: autores, ano, desenho do estudo, amostra, objetivo, principais resultados do estudo. O Microsoft Office Excel 2021® foi utilizado para gerenciar a seleção dos artigos.

A busca identificou 70 documentos. Eliminou-se 27 artigos duplicados e 24 foram excluídos por não atenderem aos critérios de inclusão referente ao tema.

Dos 19 trabalhos restantes avaliados na íntegra, nenhum foi excluído. Logo, 19 foram os trabalhos incluídos na presente revisão (Figura 4).

Com isso, foi descrito com detalhes (Quadro 1) os títulos, autores, objetivos, método utilizado e principais resultados dos trabalhos escolhidos para a realização desse artigo.

Figura 4 – Fluxo da informação com as diferentes fases da revisão sistemática.

Quadro 1 – Análise dos artigos selecionados

TítuloAutores (ano)ObjetivosMétodo utilizadoPrincipais resultados
Comparativo entre práticas de governança corporativa
Eckert, A., Silva, G. B. da,Bem, D. D. & Schlindwein, C. E. (2022). Comparativo
Evidenciar as diferenças de práticas de Governança Corporativa entre o Brasil e os Estados Unidos, com base nas legislações específicas de cada país.A pesquisa teve caráter documental, utilizando como base de pesquisa duas grandes empresas brasileiras que operam tanto na Bolsa de Valores do Brasil quanto nos Estados Unidos.Constatou-se que que há diferenças consideráveis estre os dois países, especialmente na questão dos conselheiros independentes, na composição dos comitês e nos códigos de conduta.
Environmental, social e governance (esg): Mapeamento e análise de clusters


Ribeiro, T. de L., & Lima, A. A. de (2022). Environmental, Social and
Mapear e analisar as principais correntes teóricas de base e de fronteira acerca da pesquisa internacional em Environmental, Social e Governance (ESG). Adicionalmente, também foram analisados quais autores, periódicos e países são mais ativos na pesquisa internacional de ESG.Foi efetuada uma análise bibliométrica focada em análises de cocitação e de acoplamento bibliográfico, com técnicas de análise fatorial exploratória e mapeamento gráfico através de clusterização.Através da análise de pareamento, foram identificadas 6 correntes teóricas de fronteira, sendo: a) investimentos sustentáveis; b) Transparência e conselho administrativo; c) Efeitos da ESG; d) Relações entre desempenho financeiro e desempenho social corporativo; e) Relação entre acionistas e ESG; e f) Riscos e ESG.
ESG practices and the cost of debt: Evidence from EU countries



Yasser Eliwa, Ahmed Aboud, Ahmed Saleh (2021)
O estudo distingue entre o desempenho ESG, que é utilizado para indicar um compromisso efetivo com as estratégias ESG, e a divulgação, que representa um esforço para construir uma imagem de compromisso concebida para influenciar positivamente as percepções das partes interessadas.O nosso estudo distingue entre o desempenho ESG, que é utilizado para indicar um compromisso efetivo com as estratégias e a divulgação, que representa um esforço para construir uma imagem de compromisso concebida para influenciar positivamente as percepções das partes interessadas.Fornecemos evidências de que o impacto do desempenho e da divulgação ESG sobre o custo da dívida é mais dominante nos países orientados para as partes interessadas (onde a comunidade é mais predominante)
Contabilidade sustentável: as abordagens ESG não são suficientesCarlos Larrinaga, (2023)Este estudo visa os objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU) como pontos que proporcionam um guia para explorar a contabilidade da sustentabilidade, iluminando a materialidade de aspectos como justiça econômica, responsabilidade ecológica ou educaçãoMétodo utilizado foi estudos de acontecimentos recentes analisando ações que estavam sendo praticadas sem obtenção de resultados positivos.Adotar o relato ESG ou a materialidade financeira tem implicações que exigem precisão científica e rigor em nossas análises. A sustentabilidade ecológica e social é crucial para o futuro de nossa civilização; a sustentabilidade é um fim e a materialidade financeira é apenas um instrumento
Guidelines for performing Systematic Literature Reviews in Software EngineeringKitchenham, (2007)O objetivo deste documento é apresentar a metodologia para realizar revisões de evidências empíricas atuais para a comunidade de engenharia de softwareEsse documento tenta construir diretrizes para a realização de literatura sistemática, revisões que sejam apropriadas às necessidades dos pesquisadores de engenharia de softwareAs revisões sistemáticas visam apresentar uma avaliação justa de um tópico de pesquisa usando uma metodologia confiável, rigorosa e auditável.
The role of ESG performance during times of financial crisis: Evidence from COVID-19 in ChinaDavid C. Broadstock, Kalok Chan, Louis T.W. Cheng, Xiaowei Wang (2020)Examinamos o papel do desempenho ESG durante a crise financeira de todo o mercado, desencadeada em resposta à pandemia global da COVID-19. As circunstâncias únicas criam uma oportunidade inimitável para questionar se os investidores interpretam o desempenho ESG como um sinal de desempenho futuro das ações e/ou mitigação de risco.Usando um novo conjunto de dados que abrange os constituintes CSI300 da China, mostramos (i) que as carteiras de alto ESG geralmente superam as carteiras de baixo ESG (ii) o desempenho ESG mitiga o risco financeiro durante a crise financeira e (iii) o papel do desempenho ESG é atenuado em condições ‘normais’ Vezes.Através do estudo aplicado, foi confirmado sua importância incremental durante a crise. Foi expressado os resultados no contexto das práticas de investimento ESG.
Companies That Promote a Culture of Health, Safety, and Wellbeing Outperform in the Marketplace.Raymond Fabius, Sharon Phares. (2021)O objetivo desta pesquisa é testar a hipótese de que empresas que se distinguem pelo comprometimento com a saúde, segurança e bem-estar de sua força de trabalho apresentam desempenho superior no mercado.Para testar isto, foi analisado o desempenho do mercado de ações no mundo real de um fundo de investimento de empresas cotadas na bolsa, selecionadas com base em evidências que demonstram a sua busca por uma cultura de saúde, segurança e bem-estar.Este fundo teve um desempenho superior ao do mercado em 2% ao ano, com um retorno ponderado sobre o capital próprio de 264% em comparação com o retorno do S&P 500 de 243% num período de 10 anos.
ESG Integration and the Investment Management Process: Fundamental Investing Reinvented. Journal of Business EthicsEmiel van Duuren, Bert Scholtens, Auke Plantinga. (2015)Foi investigado como os gestores de ativos convencionais levam em conta os fatores ambientais, sociais e de governança (ESG) em seu processo de investimento.Foi feito com base num inquérito internacional junto de gestores de fundos.Foi descoberto que muitos gestores convencionais integram o investimento responsável no seu processo de investimento. Além disso, descobrimos que as informações ESG, em particular, estão a ser utilizadas para alertar e gerir riscos.
Sustainable development goals – SDG: an analysis of the main characteristics of publicationsValéria Garlet; Fernando Cezar; Thiago Beuron; Lucas Ávila; Lúcia Madruga. (2022)O trabalho realizado apresenta algumas limitações. Primeiro, o estudo envolveu uma análise de uma única base de dados e durante um período de 5 anos. Para uma análise mais aprofundada, os pesquisadores do tema deverão continuar monitorando e também analisando lacunas individuais por áreas específicas que envolvem os 17 ODS.Para atingir o objetivo deste artigo, foram feitas buscas na base de dados Web of Science com a expressão “objetivos de desenvolvimento sustentável” no tópico de artigos. Foram identificados: o número total de publicações, o número de publicações por ano, o número de publicações dos países, por idioma e áreas temáticas.Este estudo revelou a existência de lacunas. Embora alguns países e regiões estejam bem representados na literatura, como Estados Unidos, Inglaterra, China, entre outros. Deve-se notar que os documentos da América Latina e da África não são fortemente citados na literatura internacional sobre os ODS.
Boletim de Inovação e SustentabilidadeCarla Zarif; Catherine Karam; Geovanna Caproni. (2018)Foi visto nesse trabalho como esse tema se comporta em nível mundial, em quais empresas já é empregado, quais tratados o pautam e em que se baseiam, além de nos mostrar, quais os principais impactos que a Governança Ambiental pode ter na economia de um paísO estudo utilizou de fontes recentes, através de uma revisão bibliográfica, para analisar e demonstrar ações e resultados voltados à práticas sustentáveis, que estão sendo aplicadas pelas empresas.É de suma importância ser frisado na economia verde e seus principais atributos, visto que a mesma é base fiel para uma economia com fins sustentáveis e que vise um desenvolvimento em prol da saúde do planeta
Governança corporativa e governança na gestão públicaValmor Slomski, Gilmar Ribeiro Mello, Francisco Tavares Filho, Macêdo Fabricio de Queiroz (2008)Analisar a importância da governança corporativa na gestão de recursos públicos, identificando recomendações e conceitos relevantes e verificando o estágio de implementação desses princípios na instituição.A pesquisa utilizou abordagem qualitativa de natureza descritiva, foram coletadas informações por meio de documentação primaria e d=secundaria e técnicas relacionadas ao estudo de caso único foram também aplicadas. A governança corporativa desempenha um papel fundamental na orientação de gestão de recursos públicos, mas ainda há trabalho a ser feio para a sua completa adoção e eficácia.
The Impact of ESG Management on Investment Decision: Institutional Investors’ Perceptions of Country-Specific ESG CriteriaSo Ra Park, Jae Young Jang (2021)Este estudo tem como objetivo identificar como os elementos ESG são considerados e qual a importância deles fatores são para os investidores na tomada de decisões de investimento.Este estudo propõe um modelo ESG específico de cada país para a Coreia do Sul e procura encontrar um consenso entre os investidores institucionais. Os achados deste estudo podem ser utilizados em Decisões de investimento, formulação de políticas, etc.Como resultado da análise, verificou-se que os investidores institucionais percebem que o ambiente e governança corporativa são mais importantes do que fatores sociais em suas decisões de investimento.
ESG Ratings: How the Weighting Scheme Affected Performance
Zoltán Nagy; Linda-Eling Lee; Guido Giese. (2020)Sugere que as questões ambientais e sociais eram mais específicas da indústria e tendiam a aparecer nas medidas financeiras durante um período de tempo mais longo do que as questões de governança.Especificamente, utilizamos diferentes metodologias para ponderar as pontuações das Questões Chave que são categorizadas em Ambiental (pontuação do pilar E), Social (pontuação do pilar S) e Governança (pontuação do pilar G).No curto prazo, descobrimos que tanto as abordagens com ponderação igual como as otimizadas tiveram melhor desempenho porque tinham exposições mais elevadas a questões-chave de governança.
Transformando nosso mundo: a agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável. Relatório técnico anual 2015ONU (2015)Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas possam desfrutar de paz e de prosperidade.Texto informativo em português no site oficial da ONU, utilização de tópicos e imagens para o entendimento mais didático possível do assunto.Apresentar o conteúdo para o leitor referente à agenda 2030 para as aplicações dos objetivos sustentáveis, ODS, da ONU
Seu ESG é SustentávelBelinky, Aron. (2021)Alertar para a importância da diferenciação entre ESG e sustentabilidade empresarial, mapeando as principais diferenças entre esses conceitos e propondo critérios para avaliar se a abordagem ESG da organização é consistente com o conceito de sustentabilidadeO artigo traz dois aportes originais para o debate: uma comparação estruturada entre a perspectiva ESG e a Agenda 2030 e um referencial para a análise do alinhamento de instrumentos ESG com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.O artigo apresenta referenciais práticos e estruturados para ajudar os gestores a compreender de forma crítica a temática do ESG e sua aplicabilidade
Why and How Investors Use ESG Information: Evidence from a Global SurveyAmir Amel-Zadeh, George Serafeim. (2017)O objetivo do texto é fornecer um resumo informativo das descobertas de um inquérito que investigou como os investidores seniores de organizações de investimento convencionais utilizam informações ambientais, sociais e de governação (ESG) em suas decisões de investimento.Definir critérios claros para a seleção da amostra, como o tipo de organizações de investimento convencionais e o nível de senioridade dos entrevistados. Avaliação das tendências emergentes e as previsões com base nas respostas dos entrevistados.Esses resultados fornecem uma visão geral das percepções e práticas dos profissionais de investimento seniores em relação ao investimento sustentável e ao uso de informações ESG em suas decisões de investimento. Eles sugerem uma mudança em direção a abordagens mais ativas e positivas em relação às questões ESG
Do ESG Controversies Matter for Firm Value? Evidence from International DataAmal Aouadi; Sylvain Marsat. (2018)investigar a relação entre controvérsias ambientais, sociais e de governança (ESG) e o valor de mercado das empresas, busca entender como as controvérsias do ESG afetam o valor das empresas e, em particular, examina como o desempenho social corporativo (CSP) pode interagir com elas.Envolve o uso de um conjunto de dados único que abrange mais de 4.000 empresas de 58 países durante o período de 2002 a 2011. A análise é conduzida usando técnicas estatísticas para examinar a relação entre as controvérsias do ESG, CSP score e valor de mercado das empresas.As controvérsias ESG estão associadas a um maior valor de mercado das empresas. No entanto, quando elas são interagidas com o CSP score, não há um efeito direto no valor de mercado, mas a interação entre eles é altamente positiva e significativa.
The Impact of Sustainability Practices on Corporate Financial Performance: Literature Trends and Future Research PotentialAli Alshehhi; Haitham Nobanee; Nilesh Khare. (2018)Analisar a literatura existente sobre o impacto da sustentabilidade corporativa no desempenho financeiro das empresas. Apesar da crescente atenção dada à relação entre práticas de sustentabilidade corporativa e desempenho financeiro em pesquisas, ainda não foi alcançado um consenso sobre essa relaçãoEnvolve uma análise de conteúdo da literatura para determinar o estado atual da pesquisa sobre o tema. Um total de 132 artigos de revistas de alto nível foram selecionados e examinados. A análise de conteúdo foi usada para avaliar as perspectivas predominantes na literatura.Os resultados indicam que 78% das publicações revisadas relatam uma relação positiva entre sustentabilidade corporativa e desempenho financeiro. No entanto, opiniões divergentes sobre essa relação são atribuídas a variações na metodologia de pesquisa e na medição de variáveis.
ESG Investing In Nordic Countries: An analysis of the Shareholder view of creating valueLinnea Dahlberg; Frida Wiklund. (2018)Teve como objetivo investigar se os investidores nórdicos valorizam os fatores ESG (ambientais, sociais e de governança) ao testar a relação entre altas classificações ESG e o desempenho financeiro das empresas.O estudo utilizou uma metodologia que envolveu a análise de dados financeiros e de classificações ESG de empresas nórdicas ao longo de um período de 10 anos. Foram conduzidas várias análises de regressão para determinar se havia uma relação significativa entre as classificações ESG e o desempenho financeiro das empresas.Os resultados mostraram uma relação significativa e positiva entre várias classificações ESG e o desempenho de mercado das empresas. Isso indica que empresas com altas classificações ESG tendem a ter um desempenho melhor no mercado financeiro.

DISCUSSÃO E RESULTADOS

A Ágora Investimentos divulgou em 2020 um estudo que comprovou que a adoção de uma agenda ESG traz impactos positivos que vão além da lucratividade, melhora da reputação e, consequentemente, diversas vantagens competitivas são consequências desse comportamento. Isso ocorre porque as empresas que respeitam os critérios ESG conseguem pensar a longo prazo e agir considerando todos os seus stakeholders, ao respeitar seus fornecedores, estabelece relações contínuas e evita descontinuidade no fornecimento; ao pensar no bem-estar de seus colaboradores, conseguem atrair os melhores talentos, e com isso, conseguem encantar seus clientes, obter mais fidelidade e assim por diante. (KERR, 2022)

Uma empresa ESG contempla em seus processos decisórios não apenas seu bem-estar financeiro, mas também de seus colaboradores, fornecedores, clientes e até do governo de seu país. Para um financiamento estável, é importante que as empresas compreendam as percepções dos investidores institucionais, especialmente aqueles com propensão ao investimento a longo prazo. Por exemplo, a pesquisa do MSCI (empresa financeira Norte-Americana) mostrou que em todos os setores, o peso médio dos fatores ambientais foi de 30%, enquanto o dos fatores sociais foi de 39%, e o dos fatores de governança foi de 31% (Nagy et al. 2020). No entanto, de acordo com um relatório da OCDE, não existe um padrão permanente que qualquer um dos três pilares é o melhor preditor do desempenho global da empresa. Diferentes provedores de classificação ESG, têm maneiras diferentes de medir o desempenho de questões ambientais, sociais e de governança. (PARK, 2021).

Esse maior interesse no ESG pode ser também verificado pelo número de empresas, que possuem métricas para a medição de suas práticas e emitem relatórios ambientais, sociais e de governança. No início da década de 90, menos de 20 empresas emitiram relatórios com informações referentes ao ESG, número que saltou para mais de 9 mil no ano de 2016 (AMEL-ZADEH E SERAFIM, 2017).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar do crescente interesse em práticas ESG, ainda há muito a ser feito para a adoção generalizada dessas práticas pelas empresas, muitas delas ainda não têm políticas e estratégias claras para abordar essas questões, e há uma falta de transparência na divulgação de informações por parte das empresas.

Em relação às métricas que poderiam contribuir para um melhor rating em ESG, temos oportunidades em: implementação de política de treinamento e desenvolvimento; implementação de equipes focadas em saúde e segurança; melhorias em saúde e segurança para a cadeia de suprimentos e implementação de política relacionada a diversidade e oportunidade. Não há dúvida de que tais temas sejam amplamente debatidos e difundidos na literatura, como possibilidade de melhoria de performance em diversos aspectos

Além disso, é possível alinhar os objetivos de ESG das empresas aos ODS da ONU, por exemplo, o objetivo de número 8 (Trabalho Decente e Crescimento Econômico) e 12 (Consumo e Produção Responsáveis) estão diretamente ligados com a forma em como o funcionário trabalha e produz, sem esquecer que se deve também observar toda a cadeia de fornecedores e prestadores de serviços. Para se ter altos padrões de qualidade, a empresa deve além de focar em seus funcionários diretos, focar também nos colaboradores indiretos e fornecedores. Como exemplo, a jornada de logística, cadeia de suprimentos e os funcionários terceirizados que nela trabalham devem estar alinhados aos valores e metas da empresa.

A cultura e propósito estão alinhados a alguns dos objetivos de Desenvolvimento Sustentável, como o de número 2 (Fome Zero e Agricultura Sustentável) e através de programas sociais, as empresas podem beneficiar diversas famílias com a doação de cestas básicas. Ações desse tipo também se relacionam com o ODS 12 (Consumo e Produção Sustentáveis), por meio de programas como a reciclagem de equipamentos que seriam descartados, transformando-os em novos produtos.

Os novos investidores podem mostrar-se relutantes em investir em empresas que não tenham desempenhos ESG satisfatórios, e os investidores existentes poderão exercer o código de administração nas assembleias de acionistas quando a empresa não estiver à altura das práticas ESG.

Exemplo de grandes empresas, como o grupo Samsung anunciaram que deixarão de investir em centrais eléctricas a carvão e decidiram utilizar materiais ecológicos nos seus produtos de visualização de vídeo. O Hyundai Motor Group substituiu diretores externos por especialistas em ESG, e as siderúrgicas afiliadas começaram a construir um banco de dados relacionado às emissões de carbono.

Como existe um custo para a implementação de políticas de boa governança, na utilização de energias renováveis e no cumprimento de outros aspectos de sustentabilidade, muitas pessoas acreditavam que as empresas que adotavam essas práticas não conseguiam lucrar tanto quanto conseguissem se visassem somente o capital, porém com o resultado da análise, verificou-se que os investidores institucionais percebem que as empresas sustentáveis ​​têm estrutura e planejamento para crescer e dar lucro, têm ótimos resultados a longo prazo, maior chance de pagamentos de dividendos estáveis, redução de riscos e surpresas desagradáveis, além de conseguirem atravessar com mais tranquilidade crises como a pandemia da covid-19, o que por sua vez, acabam conquistando a confiança do mercado.

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¹https://orcid.org/0009-0009-0262-3467
Escola Superior de Engenharia e Gestão – ESEG, São Paulo, SP, Brasil, alansousa220@gmail.com
²https://orcid.org/0000-0003-0276-1690