THE IMPACT OF PHYSICAL ACTIVITY ON COGNITION DURING AGING: AN INTEGRATIVE LITERATURE REVIEW
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202504211638
Janaina Ribeiro de Lima¹; Ricardo Sérgio Chucre Rocha Junior²; Felipe Gomes Pereira²; Janne de Jesus Bugarim Martins³; Kélia das Graças de Paiva Macias Nakai⁴; Eunice Lara dos Santos Cunha⁵; Danielle Cristine de Ávila Arrais⁶; Genislaine Ferreira Pereira⁷; Soly Guedes de Oliveira⁸; Tatiane Bahia do Vale Silva⁹; Ewellim Keit da Silva Ramos¹⁰; Gabriel Vinícius Reis de Queiroz¹¹.
RESUMO: O aumento da população idosa é um fenômeno mundial que impõe desafios consideráveis à saúde pública, especialmente no que envolve a saúde cognitiva. A atividade física tem sido objeto de diversas pesquisas como uma possível estratégia para aprimorar a cognição entre os idosos. O objetivo deste estudo foi identificar no acervo literário as contribuições da prática de atividade física na cognição durante o processo de envelhecimento. As informações foram coletadas de bases como SCIELO, BVS e Google Acadêmico, utilizando os termos “atividade física”, “exercício”, “cognição”, “habilidades cognitivas” e “envelhecimento”. Inicialmente, foram identificados 712 artigos, dos quais seis foram escolhidos para compor a amostra desta revisão. Os achados demonstram que a prática regular de atividade física está ligada a melhorias significativas nas funções cognitivas, ressaltando a importância de promover um estilo de vida ativo entre os idosos. Embora os benefícios sejam claros, incentivar a adesão à atividade física entre essa faixa etária pode apresentar dificuldades. A literatura também aponta que diferentes tipos de atividades físicas podem ter efeitos distintos sobre a cognição. Em síntese, a prática constante de atividade física se destaca como uma abordagem valiosa para melhorar a saúde mental em idosos, favorecendo um envelhecimento mais saudável e ativo.
Palavras-chave: Envelhecimento, Atividade física, Cognição, Revisão Integrativa.
ABSTRACT: The increase in the elderly population is a global phenomenon that poses considerable challenges to public health, especially with regard to cognitive health. Physical activity has been the subject of several studies as a possible strategy to improve cognition among the elderly. The objective of this study was to identify in the literature the contributions of physical activity to cognition during the aging process. The information was collected from databases such as SCIELO, BVS and Google Scholar, using the terms “physical activity”, “exercise”, “cognition”, “cognitive skills” and “aging”. Initially, 712 articles were identified, of which six were chosen to compose the sample for this review. The findings demonstrate that regular physical activity is associated with significant improvements in cognitive functions, highlighting the importance of promoting an active lifestyle among the elderly. Although the benefits are clear, encouraging adherence to physical activity among this age group can present difficulties. The literature also indicates that different types of physical activities can have different effects on cognition. In summary, the constant practice of physical activity stands out as a valuable approach to improving mental health in the elderly, favoring healthier and more active aging.
Key Words: Aging, Physical activity, Cognition, Integrative Review.
Introdução
O envelhecimento é um fenômeno inerente à vida que acarreta diversas alterações físicas, emocionais e mentais. Com o aumento da população idosa em todo o mundo, torna-se cada vez mais importante encontrar estratégias que favoreçam um envelhecimento saudável (Busse et al., 2009). Dentro desse cenário, a prática frequente de exercícios físicos tem sido objeto de diversas pesquisas, sendo considerada uma abordagem promissora para aprimorar a saúde cognitiva dos idosos. O vínculo entre atividade física e funções cognitivas é uma área em crescimento, que procura desvendar de que maneira o exercício pode afetar as capacidades mentais e, por conseguinte, a qualidade de vida na terceira idade (Busse et al., 2009; Garuffi et al., 2011).
Estudos contemporâneos revelam que a prática de exercícios não só favorece a saúde corporal, mas também é fundamental para preservar e até aprimorar as funções cognitivas. A realização regular de atividades físicas está ligada a diversos benefícios, como o aumento da neuroplasticidade, a diminuição do risco de demência e a melhoria da memória e concentração. Esses efeitos benéficos são especialmente significativos em um momento em que as doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, estão se tornando cada vez mais frequente (Vargas; Lara; Mello-Carpes, 2014).
A neurociência tem avançado na elucidação dos mecanismos pelos quais o exercício físico pode influenciar a cognição. Pesquisas sugerem que a atividade física pode estimular a liberação de proteínas que atuam no desenvolvimento e manutenção do sistema nervoso, como o Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro (BDNF), que é vital para a sobrevivência e desenvolvimento dos neurônios (Silva; Menezes, 2016). Além disso, o exercício pode aumentar o fluxo sanguíneo no cérebro, algo crucial para a saúde das células neuronais e para o desempenho cognitivo (Smith et al., 2010).
Um ponto relevante a ser levado em conta é a diversidade de tipos de atividades físicas e seus variados efeitos sobre a cognição. Práticas como exercícios aeróbicos, levantamentos de peso e atividades que envolvam coordenação e equilíbrio podem influenciar as funções cognitivas de maneiras diferentes. Entender essas distinções é fundamental para criar programas de exercícios personalizados que atendam às necessidades dos idosos (Smith et al., 2010; Geda et al., 2010; Cui et al., 2018).
Além dos benefícios para o raciocínio, a realização de atividades físicas está ligada a melhorias no bem-estar emocional e na qualidade de vida. A prática regular pode ser um forte aliado na regulação do humor, aliviando sintomas de depressão e ansiedade, frequentemente observados na população idosa. Essa conexão entre saúde mental e capacidades cognitivas ressalta a necessidade de uma abordagem integrada para um envelhecimento saudável (Busse et al., 2009; Mazo et al., 2010).
Embora haja avanços em pesquisas, ainda persistem lacunas acerca da ligação entre exercício físico e capacidade cognitiva em idosos. Aspectos como a adesão a atividade física, a motivação dos indivíduos e as dificuldades percebidas precisam ser analisadas de maneira mais aprofundada. Ademais, o impacto de fatores como alimentação, qualidade do sono e interação social na cognição e na realização de atividades físicas também requer uma consideração mais cuidadosa (Silva; Menezes, 2016; Cui et al., 2018).
Portanto, torna-se pertinente a realização de estudos que almejam promover a compreensão sobre a relevância da atividade física na melhoria da saúde cognitiva em pessoas idosas, ressaltando a urgência de iniciativas que promovam um modo de vida ativo e saudável. Fomentar a prática de exercícios não só tem o potencial de aprimorar as funções cognitivas, mas também pode levar a um envelhecimento mais dinâmico e gratificante, trazendo vantagens tanto para os indivíduos quanto para a sociedade em geral. Desse modo, o objetivo deste estudo foi identificar no acervo literário as contribuições da prática de atividade física na cognição durante o processo de envelhecimento.
Materiais e métodos
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, que possibilita a combinação de dados provenientes de pesquisas tanto empíricas quanto teóricas, com foco na elaboração de conceitos, descoberta de lacunas em áreas de estudo, revisão de teorias e avaliação dos métodos utilizados em investigações sobre um tema específico (Souza; Silva; Carvalho, 2010).
A questão central abordada neste estudo foi: Quais observações podem ser encontradas na literatura sobre a conexão entre a prática de atividades físicas e a cognição no processo de envelhecimento? Para tal, foi realizada uma pesquisa utilizando termos extraídos dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) através da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e dos Medical Subject Headings (MeSH) da Biblioteca Nacional, com o intuito de formular uma estratégia de busca.
A seleção dos estudos se deu por meio de uma pesquisa online nas seguintes bases de dados: Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Google Acadêmico. Os artigos selecionados foram analisados comparativamente para o desenvolvimento da revisão literária, com a meta de identificar discussões significativas relacionadas à questão em estudo. A coleta de dados para essa análise ocorreu entre fevereiro e março de 2025. Os descritores utilizados incluíram: “atividade física”, “exercício físico”, “cognição”, “habilidades cognitivas” e “envelhecimento”.
Em termos de critérios de inclusão, foram aceitos estudos que apresentassem conteúdo pertinente para responder à questão de pesquisa, publicados nos últimos 10 anos e no idioma português. Foram excluídos trabalhos duplicados e aqueles que, embora contivessem os termos selecionados, não apresentassem conteúdo relevante para esta investigação.
Após a coleta de dados, procedeu-se à análise dos artigos para reunir informações sobre a prática de atividade física no envelhecimento e as contribuições que essa oferece as habilidades cognitivas. Ademais, ao identificar áreas com conhecimento insuficiente, foram sugeridas orientações valiosas para investigações futuras.
Resultados
De acordo com as pesquisas efetuadas nas bases de dados propostas, foram localizados 712 artigos. Após uma avaliação minuciosa de títulos, resumos e conteúdo completo, elegeu-se seis estudos como amostra para esta revisão. Foi desenvolvida uma visão geral dos artigos analisados, resultando em um quadro sinóptico que inclui informações sobre autor, ano de publicação, objetivos e principais conclusões (Quadro 1).
Quadro 1. Quadro sinóptico dos estudos selecionados para a amostra.
Autor/Ano | Objetivo | Principais achados |
Silva, J. G; et al. (2020). | Avaliar a associação entre a cognição, a prática de atividade física, a qualidade de vida e investigar a influência dos fatores sociodemográficos em idosos em uma cidade de médio porte no estado de Minas Gerais. | Idosos engajados demonstraram uma qualidade de vida superior, porém não se constatou uma ligação com melhorias nas funções cognitivas. Foi identificado que a idade avançada, a renda reduzida e o nível de escolaridade baixo estão associadas a um pior desempenho cognitivo. Foi observada uma correlação favorável entre o bem-estar dos idosos e a realização de exercícios físicos. |
Zappelini, A.; et al. (2017). | Relacionar a atividade física com sintomas depressivos e estado cognitivo de idosas de um grupo de convivência. | Ao analisar a relação entre o tempo dedicado à atividade física moderada a intensa, a idade, os sintomas de depressão e a condição cognitiva, verificou-se que a idade teve um impacto estatisticamente relevante (p=0,012). Isso indica que a prática de atividade física tende a reduzir conforme a idade avança. Mulheres idosas que se exercitavam por mais minutos semanalmente apresentavam menos sinais de depressão e uma condição cognitiva superior. |
Castro, G. L. de; et al. (2023). | Avaliar o efeito de um treinamento de força, utilizando a estratégia de tarefa dupla na aptidão funcional e no desempenho cognitivo de idosos ativos. | A inclusão de atividades cognitivas no treino de força não compromete os avanços na aptidão física. Além disso, ambos os tipos de treinamento mostraram melhorias semelhantes no desempenho nas avaliações frontais e no teste Timed Up and Go com uma tarefa cognitiva, sem alterar os resultados no Miniexame do Estado Mental e no Teste do Desenho do Relógio. Dessa forma, ficou evidente que tanto o treinamento de força isolado quanto aquele associado a uma atividade cognitiva (tarefa dupla) podem resultar em progressos em áreas cognitivas. |
Silva, K. M. de; et al. (2023). | Verificar o efeito de 16 semanas de exercícios multimodais na capacidade funcional e cognitiva em idosos comunitários do município de Tocantinópolis-TO. | Após um período de 16 semanas de intervenção, observou-se uma diferença significativa no nível de cognição em comparação aos dados iniciais, tanto para homens quanto para mulheres. Assim, pode-se afirmar que os exercícios multimodais se mostraram eficazes na melhoria da cognição e em algumas variáveis associadas à capacidade funcional em idosos após esse período de intervenção. |
Feng, Y. H.; et al. (2018). | Comparar o desempenho de idosos sedentários e fisicamente ativos em testes neuropsicológicos. | Os achados indicaram que o grupo envolvido em atividades físicas apresentou um desempenho consideravelmente superior em aspectos relacionados ao humor (p=0,03) e à fluência verbal semântica (p=0,03). Este estudo reforça a ideia de que a prática de exercício na terceira idade oferece vantagens para a função cognitiva, sublinhando a relevância da atividade física para a saúde dos idosos. |
Oliveira, D. V. de.; et al. (2019). | Avaliar o nível de atividade física e o estado cognitivo de idosos usuários das Unidades Básicas de saúde (UBS) do Município de Maringá, Paraná. | Os idosos não praticam exercícios físicos intensos e realizam apenas algumas atividades moderadas ao longo da semana. No entanto, eles demonstraram um desempenho elevado em áreas como orientação temporal, orientação espacial, memória imediata, evocação e linguagem. Ao analisar o estado mental com base nos níveis de atividade física, observou-se que aqueles considerados muito ativos ou ativos apresentavam melhor desempenho em atenção e cálculo (p = 0,036), evocação (p = 0,001) e no estado cognitivo global (p = 0,002), quando comparados aos que eram sedentários ou tinham atividade irregular. Níveis adequados de atividade física podem estar associados a um desempenho superior nas funções cognitivas de indivíduos idosos. |
Discussão
O envelhecimento é um fenômeno natural que resulta em várias mudanças tanto físicas quanto cognitivas. A realização contínua de exercícios físicos tem sido objeto de extensa pesquisa, sendo considerada uma abordagem eficaz para amenizar algumas dessas transformações. A literatura corrobora que a atividade física não só aprimora a saúde física, mas também é fundamental para o bem-estar mental e cognitivo, particularmente em pessoas mais idosas (Silva et al., 2020; Castro et al., 2023; Silva et al., 2023).
A conexão entre exercício físico e funções cognitivas é intricada e variada. Pesquisas indicam que a realização de exercícios aeróbicos, especialmente, está ligada a avanços na memória, na atenção e nas funções executivas (Feng et al., 2018). Isso acontece, em parte, devido ao incremento da circulação sanguínea no cérebro e à secreção de fatores neurotróficos, que favorecem a neuroplasticidade. Essa plasticidade é essencial para a adaptação e para a aprendizagem ao longo da vida (Silva et al., 2023).
Entretanto, é fundamental levar em conta que nem todas as modalidades de atividade física produzem o mesmo efeito. Estudos apontam que práticas que unem exercícios físicos a desafios mentais, como danças ou esportes em equipe, podem oferecer benefícios ainda maiores. Isso indica que a combinação de aspectos sociais e cognitivos na realização de exercícios pode amplificar os resultados positivos na função cognitiva (Oliveira et al., 2019; Castro et al., 2023).
Ademais, a motivação e a disposição para se envolver em atividades físicas são aspectos fundamentais a serem levados em conta. Muitos idosos encontram obstáculos, como restrições físicas, escassez de tempo ou desinteresse (Zappelini et al., 2017). Por isso, é crucial criar programas de exercícios que sejam tanto acessíveis quanto estimulantes, considerando as preferências pessoais e as condições de saúde dos envolvidos. Ações estas, relevantes para serem implantadas nas Unidades Básicas de Saúde que em grande maioria possuem grupos de trabalho com idosos.
Um aspecto que merece atenção é a relevância da continuidade na realização de exercícios físicos. Pesquisas indicam que os efeitos positivos sobre a cognição se mostram mais evidentes em pessoas que praticam atividades físicas de maneira regular ao longo do tempo. Isso significa que ações esporádicas podem não ser adequadas para gerar transformações significativas nas funções cognitivas, destacando a importância de um envolvimento duradouro com o exercício físico (Feng et al., 2018).
A interação entre pessoas também tem uma função significativa na realização de atividades físicas por parte dos idosos. Ingressar em grupos de exercícios ou participar de atividades coletivas pode não apenas elevar a motivação, mas também oferecer um apoio social importante. A socialização pode ser um elemento que favorece a saúde mental e, por extensão, a cognição, gerando um ciclo benéfico de bem-estar (Zappelini et al., 2017; Silva et al., 2020).
É importante entender que a prática de exercícios não é a solução para todos os problemas. Apesar dos benefícios serem consideráveis, outros elementos, como alimentação, qualidade do sono e saúde mental, também afetam a capacidade cognitiva com o passar dos anos. Assim, uma estratégia abrangente que leve em conta todos esses fatores é crucial para favorecer um envelhecimento vigoroso e saudável (Oliveira et al., 2019; Castro et al., 2023).
Estudo realizado com idosos em Minas Gerais identificou associação entre o desempenho cognitivo e variáreis como nível socioeconômico e escolaridade. Participantes com maior escolaridade apresentaram melhor desempenho cognitivo e idosos de baixa renda pior desempenho (Silva et al., 2020). Pesquisa constatou que os idosos que praticam mais atividade física apresentam escores superiores de função cognitiva geral em comparação àqueles que têm um nível reduzido de atividade física e/ou vivem um estilo de vida sedentário (Oliveira et al., 2019).
Pesquisa revelou que a prática de exercícios de força, seja de forma isolada ou junto a uma atividade cognitiva, resulta em avanços na resistência aeróbica e na força dos membros superiores em idosos ativos. Ademais, essa abordagem também preserva outros componentes da condição física, como a flexibilidade, a coordenação, a agilidade e o equilíbrio dinâmico. Outro achado é que a inclusão de uma tarefa cognitiva no treinamento de força não compromete os progressos na capacidade funcional. Observou-se que tanto o exercício de força isoladamente quanto sua combinação com uma atividade cognitiva (tarefa dupla) podem trazer melhorias em fatores cognitivos (Castro et al., 2023).
Uma pesquisa conduzida com 44 pessoas idosas teve como objetivo analisar o impacto de atividades físicas diversas na habilidade funcional e na cognição de idosos residentes em Tocantinópolis-TO, identificou que, após 16 semanas de intervenção com exercícios multimodais, houve uma diferença significativa nos níveis de cognição em comparação aos valores observados antes da intervenção, tanto em homens quanto em mulheres (Silva et al., 2023).
Os resultados de um estudo realizado com 32 idosos na cidade de Brasília indicaram que o grupo que se exercitava teve um desempenho superior em comparação ao grupo sedentário em aspectos como humor, fluência verbal semântica e atenção. A habilidade verbal, que se mostrou estatisticamente mais desenvolvida entre os praticantes de atividade física, é uma das capacidades que sofre menos com o envelhecimento, o que reforça a teoria de que a atividade física influencia positivamente as competências verbais. Além disso, a pesquisa revelou que pessoas que se envolviam em atividades físicas regulares apresentavam uma menor incidência de sintomas depressivos, corroborando a relevância do exercício físico na manutenção do bem-estar, humor e qualidade de vida (Feng et al., 2018).
Este estudo enfrenta algumas limitações devido ao seu delineamento, uma vez que se trata de uma revisão integrativa da literatura. Embora essa abordagem seja eficaz para compilar e avaliar informações sobre um dado tema, existem aspectos que devem ser levados em conta. Em primeiro lugar, a qualidade e a relevância dos estudos selecionados podem apresentar variações significativas, o que pode influenciar a solidez das conclusões. Ademais, a escolha dos textos e a interpretação dos dados envolvem um certo grau de subjetividade, potencialmente introduzindo viés e comprometendo a imparcialidade da revisão.
Conclusão
Em conclusão, a investigação acerca da conexão entre atividade física e funções cognitivas no processo de envelhecimento avança constantemente. Novas pesquisas estão sendo conduzidas para aprofundar a compreensão dos mecanismos que fundamentam essa relação e para descobrir quais modalidades de exercício são mais efetivas. Tal informação é essencial para criar diretrizes e recomendações que possam ser implementadas na prática clínica e na promoção da saúde coletiva.
A realização de exercícios físicos é uma abordagem eficaz para aprimorar a função cognitiva à medida que envelhecemos. Contudo, é fundamental um esforço colaborativo para enfrentar obstáculos e encorajar a adoção de hábitos de vida mais ativos. Adotando uma perspectiva inclusiva e baseada em informações, é possível apoiar os mais velhos na preservação da sua saúde mental e do bem-estar ao longo do tempo.
Referências
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¹Fisioterapeuta. Especialista em Traumatologia e Ortopedia pela Universidade Pitágoras Anhanguera;
²Fisioterapeuta pela Universidade da Amazônia (UNAMA);
³Fisioterapeuta. Especialista em Fisioterapia Pélvica – Uroginecologia e Sexualidade Funcional pela Faculdade Inspirar;
⁴Enfermeira. Doutora em Psicanálise pelo Instituto Oráculo de Psicanálise;
⁵Biomédica. Mestre em Cirurgia e Pesquisa Experimental pela Universidade do Estado do Pará (UEPA);
⁶Enfermeira. Especialista em Saúde Pública e Saúde da Família pela Faculdade Laboro;
⁷Enfermeira. Especialista em Oncologia pela Faculdade Machado de Assis (FAMA);
⁸Fisioterapeuta. Mestre em Cirurgia e Pesquisa Experimental pela Universidade do Estado do Pará (UEPA);
⁹Fisioterapeuta. Doutora em Epidemiologia em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ);
¹⁰Assistente Social pela Universidade Paulista (UNIP);
¹¹Fisioterapeuta. Doutorando em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (USP).