THE IMPACT OF THE COVID-19 PANDEMIC ON THE SEDENTARY BEHAVIOR OF YOUNG PEOPLE AND ADULTS: AN INTEGRATIVE REVIEW
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10214755
Ana Beatriz Gonçalves Batista1
Marina Vieira Pereira2
Antônio Carlos Leal Cortez3
Resumo
Analisar, através de uma revisão integrativa, o impacto da pandemia da COVID-19 no comportamento sedentário de jovens e adultos. Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura, utilizando a estratégia PICo de pesquisa, na base de dados BVS, publicados no período 2020 a 2023. Dentre os principais resultados dos estudos selecionados sobre o impacto da pandemia da COVID-19 no comportamento sedentário de jovens e adultos podemos destacar que: houve uma diminuição no nível de atividade física (15%) e consequentemente aumento no comportamento sedentário (30%), seguido de alterações na pressão arterial (15%), alterações na saúde mental (40%). A análise dos estudos selecionados nos possibilitou concluir que com o surgimento da doença ocasionada pelo novo corona vírus (COVID-19) levou as pessoas a se isolarem e consequentemente alterou seus hábitos de vida, aumentando assim os baixos níveis de atividade física, além do aumento do comportamento sedentário, sendo esses fatores de risco para o aparecimento de patologias, dentre elas as doenças crônicas não transmissíveis.
Palavras-chave: COVID-19. Comportamento Sedentário. Jovens. Adultos.
Abstract
To analyze, through an integrative review, the impact of the COVID-19 pandemic on the sedentary behavior of young people and adults. This is an integrative literature review study, using the PICo research strategy, in the VHL database, published from 2020 to 2023. Among the main results of the selected studies on the impact of the COVID-19 pandemic on behavior sedentary behavior of young people and adults we can highlight that: there was a decrease in the level of physical activity (15%) and consequently an increase in sedentary behavior (30%), followed by changes in blood pressure (15%), changes in mental health (40% ). The analysis of the selected studies allowed us to conclude that with the emergence of the disease caused by the new coronavirus (COVID-19) it led people to isolate themselves and consequently changed their lifestyle habits, thus increasing low levels of physical activity, in addition to increasing sedentary behavior, these being risk factors for the emergence of pathologies, including chronic non-communicable diseases.
Keywords: COVID-19. Sedentary Behavior. Young people. Adults.
1 INTRODUÇÃO
A pandemia da COVID-19 ocasionada pelo Vírus Sars- Cov-2 identificado, inicialmente na cidade de Wuhan, na China, contribuiu para o aumento da incidência de algumas Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), potencializadas pelo isolamento social, diminuindo assim o nível de atividade física da população (FERREIRA, 2020; SHMIDT et al., 2010).
O distanciamento social impossibilitou a prática de atividades físicas indoor e outdoor várias pessoas a se afastarem de suas atividades físicas diárias isso o comportamento sedentário agravou bastante a sociedade (BOTERO, 2021). Entretanto, segundo Cortez et al. (2020), faz-se importante não interromper ou alterar totalmente o estilo de vida das pessoas durante a pandemia da COVI-19, visando manter um estilo de vida ativo, que é muito importante para a saúde da população em geral, sendo necessário a abertura de centros de atividades físicas indoo e outdoor de maneira segura, através de certificação, emitida por orgãos de saúde e tecnicos, respeitando as medidas biosegurança existentes.
Diante disso, foram restringidas a pratica de atividades físicas de forma coletiva em espaços públicos e privados, pois a população precisou adequar suas rotinas as condições de isolamento impostas pelos órgãos sanitários de saúde, fazendo com que a população tivesse que readequar suas rotinas (CRUZ, 2020).Dentre as mudanças e readequações da rotina populacional durante a pandemia, o estilo de vida foi aquele que mais sofreram alterações, mesmo que temporárias, uma vez que aumentou-se o tempo em que os indivíduos ficam sentados assistindo TV e no trabalho home office, contribuindo para o aumento do comportamento sedentário desses indivíduos (ASSIS, 2020).
Segundo dados OMS (2021) a parte da população que foi bastante atingida pela pandemia, impactando sobre o nível de atividade física e comportamento sedentário, foram jovens na faixa de 16 a 18 anos. Dessa forma o referido estudo possui como questão norteadora: Qual o impacto da pandemia da COVID-19 no comportamento sedentário de jovens e adultos? E como objetivo geral analisar, através de uma revisão integrativa, o impacto da pandemia da COVID-19 no comportamento sedentário de jovens e adultos.
2 METODOLOGIA
Tipo de Estudo
Para alcançar o objetivo proposto foi realizada uma revisão sistemática da literatura, que se trata de um método amplo, que permite incluir estudos de diferentes abordagens metodológicas, possibilitando a síntese e análise do conhecimento produzido (BEYEA; NICOLL, 1998).
A revisão cumpriu criteriosamente as seguintes etapas: formulação da questão norteadora; seleção de artigos tendo como base o ano de publicação e título; seleção dos artigos por seus resumos e seleção pelo texto na íntegra e logo após, extração dos dados dos estudos incluídos; avaliação e interpretação dos resultados e por fim apresentação da revisão do conhecimento produzido.
Definição da pergunta do estudo
Para formulação da questão norteadora utilizou-se a estratégia PICo, que segundo Santos, Pimenta e Nobre (2007) significa um acrônimo definindo-se como população “jovens e adultos”, fenômeno de interesse “impacto da Covid-19” e contexto “comportamento sendentário”. Com o problema de pesquisa: Qual o impacto da pandemia da COVID-19 no comportamento sedentário de jovens e adultos?
Estratégia de Busca
Utilizamos como fonte de busca a base de dados BVS (Biblioteca Virtual de Saúde) através dos seguintes descritores: Jovens (adolescentes), Adultos (adulto, adulto jovem)Comportamento Sedentário (comportamento sedentário) e COVID-19 (COVID-19 or Doença pelo Novo Coronavírus (2019-nCoV), Doença por Coronavírus 2019-nCoV, Doença por Novo Coronavírus (2019-nCoV), Infecção por Coronavirus 2019-nCoV, Infecção por Coronavírus 2019-nCoV, Infecções por Coronavírus) bem como suas traduções para o espanhol e inglês, de acordo com os DeCS (Descritores em Ciências da Saúde) e MeSH (Medical Subject Headings), publicados nessa base de dados entre os anos de 2020 a 2023. Os operadores booleanos (AND/OR) foram utilizados nas bases de dados para garantir melhores resultados.
Como critérios de inclusão foram selecionados estudos primários, publicados no período 2020 a 2023, que estejam disponíveis na íntegra nas bases de dados selecionadas e pesquisas que abordem os efeitos da infecção da COVID-19 em idosos, nos idiomas português, espanhol e inglês. Foram desconsiderados estudos de revisão, duplicados, bem como estudos fora da área de interesse da pesquisa.
Os dados coletados foram submetidos a uma leitura minuciosa para seleção, em seguida, os resultados foram apresentados em forma de quadro se distribuídos em categorias de acordo com a similaridade das informações. O levantamento bibliográfico foi realizado no mês de outubro de 2022 na base de dados BVS.
A escolha das bases de dados se deu pelo fato de ser um espaço de integração de fontes de informação em saúde que promove a democratização e ampliação do acesso à informação científica e técnica em saúde na América Latina e Caribe (AL&C). É desenvolvido e operado pela BIREME em três idiomas (inglês, português e espanhol). A coleção de fontes de informação do Portal está composta de bases de dados bibliográficas produzidas pela Rede BVS, como LILACS, além da base de dados Medline e outros tipos de fontes de informação tais como recursos educacionais abertos, sites de internet e eventos científicos.
Os descritores controlados foram selecionados após consulta aos termos DeCs e MeSH, conforme descrito e apresentado juntamente com a estratégia de busca no quadro 1.
Quadro 1. Descritores controlados utilizados para construção da estratégia de busca na base BVS.
Base de Dados | Estratégia de Busca |
BVS | comportamentosedentário AND covid-19 AND jovens AND adultos AND (year_cluster:[2020 TO 2023]) AND (year_cluster:[2020 TO 2023]) AND (year_cluster:[2020 TO 2023]) |
Autor: Batista, Pereira& Cortez (2023).
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A busca totalizou 87 produções e após a aplicação dos filtros 87 foram selecionados dos quais foram excluídos 27 artigos pela leitura do título, resumo e estudos duplicados, sendo selecionados 60 artigos para leitura na íntegra. Após a leitura na íntegra, 50 artigos foram excluídos por não atenderem aos critérios de inclusão. Desse modo, 10artigos compuseram a amostra final e foram analisados.
A figura 1 (Prisma Flow) descreve o percurso realizado para seleção dos estudos, segundo base consultada. Abaixo segue a estratégia de busca após a aplicação dos filtros.
Figura 01. Fluxograma da seleção dos artigos (Prisma Flow).
Foi realizada síntese narrativa dos estudos selecionados, apresentando as produções científicas relacionadas aos fatores associados a diminuição da autonomia funcional de idosos. A extração dos dados foi realizada com auxílio de instrumento próprio, contendo informações sobre autores; ano de publicação; nome do Periódico; Qualis e SJR; Local de realização do estudo; Tipo de estudo; Caracterização da amostra; Instrumento de Avaliação da Autonomia Funcional e Principais Conclusões. As produções selecionadas foram organizadas em quadros de acordo com as variáveis identificadas.
Podemos observar no quadro 02 que a maioria dos estudos (50%) foram publicados nos anos de 2020. Os estudos selecionados foram publicados em 5 periódicos diferentes, sendo 50% deles publicados no International Journal of Environmental Research and Public Health.
Levando em consideração o Qualis CAPES (Sistema Brasileiro de Avaliação de Periódicos) e o SCImago Journal Rank (SJR) (uma medida da influência científica de periódicos acadêmicos que responde pelo número de citações recebidas por um periódico e pela importância ou prestígio dos periódicos de onde essas citações vêm) observou-se que 80% foram classificadas no extrato A (A1-A3) e em relação ao SJR 100% obtiveram essa classificação (Q1 e Q2), conforme apresentado no quadro 2.
Quadro 2. Síntese das produções incluídas na Revisão Integrativa sobre as evidências científicas acerca da relação entre o nível de atividade física e o risco de quedas em idosos, segundo autor/ ano de publicação, periódico, banco de dados, Qualis e SJR. Teresina – PI, 2023.
Autor/ano de publicação | Periódico | Qualis | SJR |
Guelmami et al. (2022) | Front Public Health | A1 | Q1 -1.13 |
Haug et al. (2022) | Front Public Health | A1 | Q1 -1.13 |
Lindberg et al. (2023) | International Journal of Environmental Research and Public Health | A1 | Q2 – 0.83 |
Werneck et al. (2020) | Revista Ciência & Saúde Coletiva | B2 | Q2- 0.56 |
Paludo et al. (2022) | International Journal of Environmental Research and Public Health | A1 | Q2 – 0.83 |
Romero et al. (2020) | International Journal of Environmental Research and Public Health | A1 | Q2 – 0.83 |
Malta et al. (2020) | Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde | A3 | Q1 – 0.71 |
Wang et al. (2020) | International Journal of Environmental Research and Public Health | A1 | Q2 – 0.83 |
Yamada et al. (2023) | JMIR Public Health Surveill | B1 | Q1-1.55 |
Zheng et al. (2020) | International Journal of Environmental Research and Public Health | A1 | Q2 – 0.83 |
Fonte: Batista, Pereira& Cortez (2023).
Ao analisarmos o quadro 3 observamos que a maioria dos estudos foram realizados em países europeus (39%), (Suécia, Itália, Noruega, Espanha) seguido por países orientais (37%) (Arábia Saudita, Japão, China), e 24% dos estudos sendo realizados no Continente Ocidental (Brasil). Ao analisarmos os estudos selecionados, observa-se que 80% dos estudos são do tipo transversal, com a amostra variando entre 42 a 95.467 jovens e adultos ambos os sexos.
A análise das principais conclusões dos estudos selecionados sobre o impacto da pandemia da COVID-19 no comportamento sedentário de jovens e adultos aponta que: houve uma diminuição no nível de atividade física representada em 50% dos estudos selecionados, seguidos de mudanças no estilo de vida (30%), seguidas de alterações na saúde mental, padrão de saúde, aumento no tempo de sono e aumento no comportamento sedentário em 20% dos estudos respectivamente. O quadro 3, apresenta a síntese das produções, segundo local de realização do estudo, tipo de estudo, caracterização da amostra, tipos de comorbidades e principais conclusões dos estudos selecionados.
O quadro 3, apresenta a síntese das produções, segundo local de realização do estudo, tipo de estudo, caracterização da amostra, tipos de comorbidades e principais conclusões dos estudos selecionados.
Quadro 3. Síntese das produções segundo local de realização do estudo, tipo de estudo, caracterização da amostra e impacto da pandemia da COVID-19 no comportamento sedentário de jovens e adultos. Teresina – PI, 2023.
Local de realização do estudo | Tipo de estudo | Caracterização da amostra | Qual o impacto da pandemia da COVID-19 no comportamento sedentário de jovens e adultos: Principais Conclusões |
Suécia | Estudo transversais | 1.035 participantes 49,6% mulheres 52,2 anos | Diminuição no Nível de Atividade Física Aumento do Comportamento Sedentário Aumento da Pressão Arterial Alteração na saúde mental |
Japão | Estudo transversais | 1.627 pacientes, com idade variando entre 20 à 70 anos | Houve diversas mudanças no estilo de vida Aumento no tempo de sono Alteração na saúde mental |
Brasil | Estudo transversais | 415 pacientes, sendo 294 mulheres e 111 homens, com idade entre 18 a 25 anos. | Mudanças na imagem corporal Mudanças no comportamento relacionado à saúde, especialmente em mulheres. |
Itália | Estudo Método de questionário autoadministrado | 481 pacientes, sendo 51,8% homens e 48,2% mulheres Faixa etária entre 16 a 67 anos. . | Aumento da inatividade física. |
Noruega | Estudo Longitudinais | 2.940 pacientes 58% meninas 12 e 19 anos | Aumento da inatividade física. |
Brasil | Estudo de coorte, prospectivo | 41.923 Pacientes Faixa de etária entre 18 à 60 anos de idade. | Aumento da depressão, tempo assistindo TV, diminuição no consumo de frutas e vegetais e aumento no consumo de alimentos ultra processados. |
Espanha | Estudo transversais | 213 participantes, sendo 172 mulheres e 41 homens, com média de idade de 20,5 anos. | Houve aumento do tempo de permanência sentado entre os estudantes, bem como aumento no consumo de álcool, alterações no IMC, além no aumento de sintomas de ansiedade/depressão. |
Brasil | Estudo transversais | 45.161 Pacientes Sexo (feminino; masculino) e faixa etária entre 18 a mais de 60 anos de idade. | Os resultados apontam uma piora do estilo de vida e aumento de comportamentos de risco à saúde. |
China | Estudo transversais | 631 Pacientes 38,8% do sexo masculino Idade media de idade de 21,1 anos | Houve redução significativa nos níveis de atividade física. Aumento significativo no comportamento sedentário e na duração do sono dos adultos jovens após o surto de COVID-19. |
China | Pesquisa Qualitativa | 2.289 adultos 51,4% homens 48,6% mulheres idades entre 18 e 81 anos | Resultados indicam que o isolamento domiciliar de dois a três meses durante a COVID-19 teve influências mistas nos comportamentos de saúde dos adultos chineses. Além disso, a participação em AF durante as medidas de contenção foi associada a melhores níveis de qualidade de vida e de sono, e a qualidade do sono também serviu como mediadora no modelo. As pessoas comiam em casa e concentravam-se mais na qualidade e nos padrões alimentares, o que influenciava positivamente a QV, principalmente nas mulheres. |
O comportamento sedentário tem consequências a saúde, podendo ser comparado com a inatividade física, contudo, atualmente possui definição de como o tempo que é gasto, na posição sentada, em atividades que possui baixo gasto energético 1,5 equivalente metabólico – MET. Vale ressaltar que atualmente, há grande preocupação com o comportamento sedentário, visto que neste engloba muitas atividades nas quais crianças e adolescentes costumam realizar em longos períodos na posição sentada, tais como por exemplo: uso de celular, computador, tablet, videogame, assistir à televisão. Sobre esse ponto, organizações estadunidenses de saúde recomendam que crianças de limitem o tempo de lazer em frente à televisão, celular, computador etc. (Instituto Nacional do Coração, Pulmão, Sangue 2023; Academia Americana de Pediatria, 2023).
Resultados sistemática e metanálise desenvolvidas por Paula et al. (2023) evidenciam uma ligação sobre que a associação entre o elevado tempo de comportamento sedentário e aumento do ganho de peso, redução da aptidão física, hábitos alimentares inadequados, elevação da pressão arterial, aumento da prevalência de doenças crônicas e piora no perfil lipídico e controle glicêmico. No entanto, o impacto do comportamento sedentário no perfil cardiometabólico de crianças e adolescentes fisicamente ativos ainda é um objeto de discussão.
A diferença entre o comportamento sedentário e inatividade física possui definição de como não atingir a recomendação de atividades físicas de intensidade moderada e vigorosa, não é uma mera coincidência. Em estudos com foco em adultos (GRØNTVED; HU, 2011; PROPER et al., 2011; THORP et al., 2011; FORD; CASPERSEN, 2012; WILMOT et al., 2012; CHAU et al., 2013; CONG et al., 2014) têm demonstrado o comportamento sedentário como um fator de risco à saúde, independente do volume acumulado de atividade física moderada e vigorosa.
O mesmo padrão de achados científicos se observa em idosos, tendo em vista que resultados de uma revisão sistemática focada nesta faixa etária desenvolvida por Rezende et al. (2014) verificaram que os estudos têm apontado risco aumentado de morbimortalidade em adultos que passam mais tempo em comportamento sedentário. Também identificaram evidências que indicam uma associação positiva entre comportamento sedentário e síndrome metabólica, perímetro da cintura e excesso de peso, entretanto, para vários desfechos, os resultados ainda são inconclusivos, como para saúde mental, câncer renal, dentre outros…
A pandemia pelo COVID-19 trouxe grandes repercussões na população mundial em diferentes aspectos, mesmo após quase três anos de sua descoberta, ainda se sente os impactos negativos na sociedade, mas pouco se fala ainda sobre o impacto no estilo de vida e hábitos alimentares da população após a pandemia (BRASIL,2021). Somente em janeiro de 2021 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária/ANVISA (2021) aprovou a utilização de vacinas para prevenção da COVID-19, e foi realizada de forma gradual de acordo com os grupos de risco. No período anterior a vacina, a única forma de prevenção do contágio foi o isolamento social, que trouxe mudanças no cotidiano.
Durante a COVID-19 houve um aumento diagnosticado de doenças mentais na população, fato observado em pesquisa realizada por Liu et al. (2020) desenvolvido por uma Universidade de Medicina na China, onde demonstrou que a prevalência de depressão entre os estudantes foi de 35,5%, e a prevalência de ansiedade chegou a 22,1%, e que a maioria apresentava um estado de transtorno depressivo ou ansiedade generalizada de grau leve ou moderado nas alterações mentais. Ainda de acordo com o autor supracitado, em pesquisa intitulada: Saúde mental dos universitários e Educação Medica na pandemia de COVID-19, realizada por Liu et al. (2020) identificaram um surto de doenças mentais e alterações nos hábitos de vida durante a pandemia em decorrência do isolamento, desencadeando alterações na saúde mental em decorrência de: medo da infecção, frustração, tedio, preocupação da situação financeira , aumento da ansiedade, depressão com aumento do estresse, solidão, morte, etc…
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Visto o exposto, após análises dos estudos selecionados, podemos concluir que com o surgimento da doença ocasionada pelo novo corona vírus (COVID-19) levou as pessoas a se isolarem e consequentemente alterou significativamente seus hábitos de vida, aumentando assim os baixos níveis de atividade física, além do aumento do comportamento sedentário, sendo esses fatores de risco para o aparecimento de patologias, dentre elas as doenças crônicas não transmissíveis.
Dessa forma a pandemia da COVID-19 gerou impactos negativos na saúde e qualidade de vida de jovens e adultos uma vez que, levou a diversas mudanças no estilo de vida como: diminuição nos níveis de atividade física e aumento do sedentarismo, aumento do comportamento sedentário, mudanças na imagem e composição corporal, aliado a diminuição no consumo de frutas e vegetais e aumento no consumo de alimentos ultra processados, além do aumento no consumo de álcool. Outras mudanças significativas foram as de ordem mental, uma vez que foi observado nos resultados dos estudos selecionados alterações na saúde mental, aumento de sintomas de ansiedade/depressão, aumento no tempo de sono, além de problemas de ordem metabólica.
Sendo assim, faz-se importante intervenções voltadas a melhoria nos hábitos de vida da população, visando reverter os agravos gerados pela pandemia da COVID-19 e isolamento social e dessa forma promovermos saúde e qualidade de vida.
REFERÊNCIAS
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Discente do Curso Superior de Bacharelado em Educação Física do Centro Universitário Santo Agostinho – UNIFSA – e-mail: ana.beatrizgb97@gmail.com1
Discente do Curso Superior de Bacharelado em Educação Física do Centro Universitário Santo Agostinho – UNIFSA – e-mail: marinavieirapereira10@gmail.com2
Docente do Curso Superior de Bacharelado em Educação Física do Centro Universitário Santo Agostinho – UNIFSA – Doutor em Biociências (PPGENFBIO/UNIRIO) – e-mail: antoniocarloscortez@hotmail.com 3