THE IMPACT OF NUTRITION IN THE TREATMENT AND PREVENTION OF CHRONIC NON-COMMUNICABLE DISEASES: HYPERTENSION AND DIABETES MELLITUS
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202410292004
Isabella Gonçalves de Queiroz¹,
Rayanne Cristine Mota dos Santos¹,
Francisca Marta Nascimento de Oliveira Freitas²,
Rebeca Sakamoto Figueiredo3
RESUMO
A nutrição e a saúde possuem um vínculo direto, capazes de alterar o bem-estar de uma pessoa e influenciar na qualidade de vida de cada um. Neste trabalho, buscou-se analisar os aspectos da alimentação funcional e sua importância no tratamento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT): diabetes mellitus tipo 2 e Hipertensão arterial em pacientes adultos. Este estudo trata-se de uma pesquisa exploratória com abordagem de revisão de literatura. Fatores como sedentarismo, alimentação inadequada e estresse estão ligados ao aumento de DCNT’s, como diabetes tipo 2 e hipertensão arterial. Essas condições representam um desafio significativo para a saúde pública e requerem métodos de prevenção e manejo eficazes para diminuir sua prevalência e melhorar a qualidade de vida da população. A nutrição funcional desempenha um papel crucial na gestão dessas patologias A compreensão dos mecanismos dos alimentos funcionais permite intervenções nutricionais mais eficazes. O estudo confirma que uma alimentação equilibrada e mudanças no estilo de vida apoiam a gestão de condições crônicas e previnem novas comorbidades, sublinhando a importância de políticas públicas que promovam hábitos alimentares saudáveis.
Palavras-chave: Hipertensão, diabetes, nutrição, alimentação, funcional.
ABSTRACT
Nutrition and health have a direct link, capable of altering a person’s well-being and influencing their quality of life. This study sought to analyze aspects of functional nutrition and its importance in the treatment of chronic non-communicable diseases (NCD’s): type 2 diabetes mellitus and hypertension in adult patients. This is an exploratory study with a literature review approach. Factors such as a sedentary lifestyle, poor diet and stress are linked to an increase in NCD’s such as type 2 diabetes and hypertension. These conditions represent a significant public health challenge and require effective prevention and management methods to reduce their prevalence and improve the population’s quality of life. Functional nutrition plays a crucial role in the management of these pathologies. Understanding the mechanisms of functional foods allows for more effective nutritional interventions. The study confirms that a balanced diet and lifestyle changes support the management of chronic conditions and prevent new comorbidities, underlining the importance of public policies that promote healthy eating habits.
Keyword: Hypertension, diabetes, nutrition, food, functional.
1 INTRODUÇÃO
Uma alimentação saudável é de praxe, o básico exigido para que qualquer indivíduo consiga manter-se bem durante o dia, crescer e desenvolver-se de maneira adequada à medida que o tempo passa. A alimentação é inserida em um cenário histórico e cultural que permeia a vida humana. O envolvimento direto de indivíduos e comunidades em questões relacionadas à alimentação e saúde, aliado ao dever do governo em garantir a alimentação como um direito humano e fomentar a segurança alimentar e nutricional, são elementos fundamentais para o desenvolvimento físico, mental e social, constituindo passos cruciais para a efetivação da igualdade (Radaelli; Renice; Ferreira, 2022).
Desde a amamentação, os efeitos desse processo alimentar podem ser notados no crescimento e desenvolvimento das crianças que as prepara para receber alimentos em diferentes formas, texturas e sabores. E por meio de uma alimentação nutritiva é possível proteger-se de inúmeras doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), cânceres, doenças cardiovasculares e AVCs. O cenário brasileiro tem evidenciado um aumento significativo nos casos de doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade, hipertensão, osteoporose, diabete mellitus, câncer e condições que afetam a perda de memória, como a doença de Alzheimer (Mariano; Taha, 2023).
Os nutrientes são essenciais para o crescimento e desenvolvimento adequados dos indivíduos. Contudo, sua importância vai além do atendimento a essas necessidades básicas; é fundamental também proteger os indivíduos contra os perigos associados a agressões genéticas e ambientais, incluindo os padrões alimentares. A adoção de uma abordagem de nutrição preventiva, iniciada após o desmame e mantida ao longo da vida, pode contribuir para a redução de riscos que poderiam ser minimizados ou adiados (Angelis, 2018).
Mas é necessário compreender antes de tudo, a definição de nutrição funcional e seus benefícios para conservação da saúde e tratamento de variadas patologias. E, quantos as DCNT, a compreensão deve estender-se pela contribuição influenciada pela alimentação funcional que visa tratar e também as prevenir. Os alimentos funcionais constituem uma área de pesquisa amplamente explorada, pois oferecem benefícios que transcendem a nutrição básica. Esses alimentos têm o potencial de promover e aprimorar a saúde humana, além de contribuir para a redução do risco de diversas doenças crônico-degenerativas, muitas das quais estão associadas ao processo de envelhecimento. O impacto positivo desses alimentos é em grande parte atribuído à sua bioatividade, que inclui propriedades antioxidantes, ações anti-inflamatórias e efeitos imunomoduladores. A indústria de alimentos e os pesquisadores podem se beneficiar de uma colaboração próxima neste campo, devido ao grande potencial que esta nova classe de alimentos pode proporcionar (Sancho; Pastore, 2016).
Há uma conexão direta entre nutrição, saúde e bem-estar físico e mental do indivíduo. Estudos demonstram que uma alimentação adequada desempenha um papel essencial na prevenção e no tratamento de diversas doenças. O equilíbrio na dieta é um dos motivos que permitiu ao homem ter vida mais longa neste século (Radaelli; Renice; Ferreira, 2022).
Para desenvolver este trabalho, a metodologia adotada é com base na revisão da literatura focando na defesa dos objetivos definidos para reforçar quanto a justificativa de que através da nutrição e seus métodos é possível promover saúde, evolução de quadros clínicos e prevenir condições que afetem a qualidade de vida de um indivíduo.
O objetivo geral desta pesquisa foi analisar os aspectos da alimentação funcional e sua importância no tratamento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT): diabetes mellitus tipo 2 e Hipertensão Arterial em pacientes adultos. Tendo por objetivos específicos identificar a abordagem da alimentação funcional quanto a fisiopatologia da hipertensão arterial e diabetes mellitus e seu efeito no estado nutricional do indivíduo; citar os principais alimentos nas dietas personalizadas nos tratamentos das DCNT; Correlacionar a alimentação funcional e compostos bioativos com a melhora de sinais e sintomas de doenças crônicas não transmissíveis (DNCTs): hipertensão arterial e diabetes mellitus tipo 2.
2 METODOLOGIA
2.1 Tipo de estudo
Este estudo trata-se de uma pesquisa exploratória com abordagem de revisão de literatura, composta através de artigos científicos, monografias, periódicos, entre outros, disponíveis online, com artigos a partir do ano de 2016 que permitam corroborar os objetivos descritos nestes estudos bem como, sustentar a justificativa por meio de experiências já comprovadas por outras obras literárias.
Coelho (2020), define a metodologia do artigo científico, como um conjunto de processos escolhidos para investigar um fenômeno com rigor científico.
2.2 Coleta de dados
Utilizou-se as plataformas digitais Google Acadêmico, PubMed e Scielo para busca dos artigos científicos, monografias, periódicos com a utilização dos descritores “Alimentação funcional”, “dm tipo 2”, “pressão arterial”.
Os critérios de elegibilidade utilizados foram artigos publicados após 2015 e que estivem de forma integral para leitura, artigos em que os estudos apresentavam dados qualitativos sobre os alimentos funcionais em dietas para pacientes que tinham diabetes mellitus ou hipertensão. Artigos fora desses padrões eram excluídos. Foi realizada uma leitura analítica e após isso feito a escolha dos artigos que foram utilizados para fundamentação teórica desse trabalho.
2.3 Análise de dados
Os critérios de elegibilidade utilizados foram artigos publicados após 2016 e que estivem de forma integral para leitura, artigos em que os estudos apresentavam dados qualitativos sobre os alimentos funcionais em dietas para pacientes que tinham diabetes mellitus ou hipertensão.
Conforme figura 1, as literaturas foram selecionadas levando em consideração os critérios: ano, resumo e autores:
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A alimentação funcional tem ganhado crescente atenção no controle de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, que são grandes preocupações de saúde pública devido à sua alta prevalência e às complicações associadas. A dieta, quando composta de alimentos com propriedades funcionais, pode desempenhar um papel crucial na prevenção e no manejo dessas condições, contribuindo para a modulação de respostas fisiológicas que afetam diretamente o metabolismo e a saúde cardiovascular.
Na hipertensão, alimentos ricos em potássio, magnésio e compostos bioativos, como antioxidantes, têm mostrado eficácia na redução da pressão arterial. Esses nutrientes, encontrados em frutas, legumes, oleaginosas e peixes, atuam na regulação do equilíbrio eletrolítico e na dilatação dos vasos sanguíneos, o que ajuda a controlar a hipertensão de maneira natural (Silva et. al., 2020). Estudos indicam que uma dieta rica em alimentos funcionais pode reduzir os níveis de pressão arterial sistêmica, reduzindo o risco de doenças cardiovasculares (Oliveira; Costa, 2019).
Para o diabetes, a alimentação funcional se destaca pela capacidade de melhorar o controle glicêmico e a sensibilidade à insulina, por meio de alimentos de baixo índice glicêmico e ricos em fibras, como aveia, chia e linhaça. Esses alimentos retardam a absorção de glicose, evitando picos glicêmicos e melhorando o perfil metabólico do paciente (Souza; Santos, 2021). Além disso, compostos bioativos, como polifenóis e ácidos graxos, presentes em frutas e oleaginosas, atuam na redução do estresse oxidativo, um fator associado à resistência à insulina (Nogueira; Oliveira, 2021).
O consumo de fibras alimentares, presentes em cereais integrais, legumes e frutas, também é fundamental para o controle da glicemia em pacientes diabéticos. Fibras solúveis, em particular, têm mostrado efeitos positivos no controle glicêmico, auxiliando na prevenção de complicações associadas à diabetes, como neuropatias e doenças cardiovasculares (Mendes et. al., 2020).
Da mesma forma, a presença de ácidos graxos, como o ômega-3, presente em peixes e sementes, tem demonstrado efeitos protetores contra as inflamações crônicas associadas tanto à hipertensão quanto ao diabetes (Nogueira; Oliveira, 2021). A incorporação de antioxidantes, como as vitaminas C e E, bem como compostos fenólicos encontrados em alimentos como frutas vermelhas e chá verde, também é benéfica para pacientes com hipertensão e diabetes, por reduzir o estresse oxidativo, que é um fator de risco comum entre as duas condições (Faria, 2019).
Uma revisão sistemática confirmou a importância de alimentos funcionais no tratamento da hipertensão, com destaque para aqueles ricos em potássio, magnésio e antioxidantes, que agem diretamente no controle da pressão arterial (Santos; Lima, 2022).
3.1. Fisiopatologia da Diabetes Mellitus tipo 2
A Diabetes Mellitus (DM) é um distúrbio crônico que afeta o metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas. Seu aspecto característico é a hiperglicemia que é caracterizada por níveis elevados de glicose no sangue, sendo o reflexo da deterioração na utilização dos carboidratos (glicose) em virtude de resposta defeituosa ou deficiente a secreção de insulina e fatores genéticos e ambientais influenciam na diabetes mellitus (Perin; Zanardo, 2015).
A DM é classificada em três tipos, no tipo 1 é quando uma forma autoimune ataca as células beta do pâncreas no qual resulta em deficiência absoluta de insulina. No tipo 2, envolve resistência à insulina e falha na produção pancreática de insulina e a tipo 3 que é a diabetes gestacional. Na DM tipo 2 pelo aumento da demanda de síntese da insulina que tenta compensar o déficit de sua ação, acaba ocorrendo um hiperinsulinismo, nesse quadro causa uma exaustação das células β pancreáticas, quando a doenças já está mais avançada. O hipoinsulinismo relativo ocorre então devido a produção insuficiente para alta demanda sistêmica, pois não consegue manter os níveis glicêmicos normais e a hiperglicemia persiste (Zaparolli et. al., 2023).
De acordo com Perin e Zanardo (2015), a Federação Internacional de Diabetes classificou a diabetes como uma epidemia do século XXI após o número crescente de diabéticos e seu impacto em doenças cardiovasculares e estimou que 8,8% da população mundial tem o diagnóstico de diabates. A DM compreende uma série de sintomas comuns como sede e fome excessivas, perda de peso, eleveção do nível de glicose no sangue, entre outros
Os sintomas do diabetes mellitus tipo 2 (DM2) podem ser parecidos com os do tipo 1, mas geralmente são menos intensos. Por isso, o diagnóstico da doença pode ocorrer após vários anos, quando as complicações já começaram a se manifestar (OMS, 2016). Os principais sintomas incluem: polifagia, em que a pessoa come, mas não se sente satisfeita, levando a um aumento contínuo na ingestão de alimentos; polidipsia, que é o aumento da sede; e poliúria, caracterizada por uma maior frequência urinária, pois o organismo tenta eliminar o excesso de açúcar no sangue. A perda de peso também é um indicador dessa condição (Cardoso; Amorim, 2016).
O diagnóstico da DM tipo 2 é feito através de exames médicos laboratoriais, e seu tratamento específico é necessário, sua abordagem é feita de acordo com o estágio da doença. Os critérios para um diagnóstico correto é feito considerando dados dos exames realizados pelo paciente assim como a presença dos sintomas clínicos, como poliúria, polidipsia e perda de peso inexplicada, esses sintomas geralmente aparecem quando a doença já está avançada (Perin; Zanardo, 2015).
O diabetes tipo 2 geralmente é identificado em adultos com mais de 40 anos, sendo mais comum entre 50 e 60 anos, e se desenvolve de forma gradual. Atualmente, devido ao estilo de vida urbano e sedentário, além de hábitos alimentares inadequados e o estresse cotidiano, essa condição também tem sido frequentemente observada em jovens, representando cerca de 90% dos casos (Conceição; Bores, 2021).
Segundo Oliveira et. al. (2023), o tratamento é feito com diversas estratégias que envolvem tanto a terapia com fármacos quanto a terapia não farmacológica. Nesse sentido entra a alimentação mais saudável e o uso de alimentos funcionais. Incentiva-se ao paciente não somente o uso dos remédios, mas visar a qualidade de vida através de uma nova educação alimentar com base em recomendações nutricionais calóricas com objetivo de normalizar os níveis de glicose no sangue e reduzir outros fatores de riscos.
As doenças crônicas não transmissíveis DCNT, podem ser tratadas e prevenidas com outros métodos naturais, um deles, baseia-se na alimentação funcional, na qual é descrita pelos autores Santos e Flores (2022), como aqueles com capacidade de produzir efeitos metabólicos e fisiológicos benéficos a saúde, reduzindo os riscos de doenças diversas.
3.2. Fisiopatologia Hipertensão arterial
Hipertensão arterial sistêmica (HAS) conhecida também como pressão alta é uma condição que vem afeta inúmeras pessoas pelo mundo, quando não tratada podem apresentar complicações mais graves. Ela é caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial e associa-se a alterações funcionais ou estruturais dos orgãos-alvo: coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos. Sua etiologia está relacionada a fatores como hereditariedade, idade, etnia, peso e também a fatores internos como o sedentarismo, alimentação inadequada, alto consumo de sal, estresse, entre outros. A hipertensão é uma condição que em muitos casos não aprensenta muitos sintomas, e assim conhecida como uma doença silenciosa. Em alguns casos ela pode acarretar em dores de cabeça, tonturas e mal-estar, quando está muito elevada pode acontecer náuseas e vômitos, o que indicam para que a pessoa se dirija rapidamente para um pronto-socorro (Dammero et. al., 2019).
Conforme Nogueira, Mereu e Oliveira (2017) quando a HAS não é controlada pode acarretar em aterosclerose, hipertrofia ventricular, doença coronariana, insuficiência cardíaca, acidente vascular encefálico (EVA), insuficiência renal crônica, entre outros. Seu diagnóstico é feito através de aferição regulares em consultas médicas de rotina, dando assim importância na visita periódica ao médico. Seu tratamento é feito através de terapia farmacológica assim como mudança de hábitos de vida, principalmente a alimentação.
A fisiopatalogia da hipertensão envolve fatores genéticos, ambientais, vasculares, hormonais, neurais e renais. Em relação a genética ela apresenta a poligênica, no que resulta dos fatores ambientais de determinados genes. Os ambientais é quando a pessoa tem maior consumo de sal, pois o sódio aumenta o volume plasmático, a pré-carga e com isso o débito cardíaco. Quanto aos fatores vasculares, é avaliado o óxido nítrico (NO) que é um potente vasodilatador estimulado pelos estiramento pulsátil, estrese de cisalhamento e alterações da pressão arterial. A influência hormonal abrange o sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) que promove vasoconstrição por ação direta, no qual estimula a síntese e liberação de aldosterona, estimulando assim a sede e liberação do antidiurético e aumento da reabsorção tubular de sódio (Ferreira; Bodevan; Oliveira, 2019).
O funcionamento no sistema cardiovascular ocorre, com a liberação da noradrenalina e da acetilcolina pelo coração, modificando a frequência cardíaca e, consequentemente, o débito cardíaco, ocorre ainda uma modificação na contratilidade do coração devido a liberação da noradrenalina nos vasos circulantes, modificando assim a resistência vascular periférica. Outras respostas reflexas do sistema simpático e parassimpático causam ajustes no débito cardíaco e na resistência vascular periférica, realizando assim uma estabilização e manutenção da pressão arterial no organismo (Malta, 2017).
Com o aumento da pressão arterial ocorre várias alterações no organismo, o coração trabalha superiormente do que o normal e em seguida acaba tornando-se insuficiente e caminha para a descompensação, reduzindo a função renal, pode-se também surgir sinais de sofrimento cerebral e episódios do tipo epiléptico (Gomes; Cruz; Perina, 2018).
Um fator em destaque quanto ao aumento da hipertensão é consumo em excesso do sódio, quando ocorre a ingestão excessiva, provoca uma maior concentração de sódio nos fluidos corporais, ocorrendo a retenção de água, aumento da volemia e da pressão arterial (Nogueira; Mereu; Oliveira, 2019).
3.3. Benefícios da Alimentação funcional e as doenças crônicas não transmissíveis – DCNT
De acordo com Canas e Braibantes (2019), a definição de alimentos funcionais pode ser entendida como alimentos que contém nutrientes adicionais além dos nutrientes já considerados fundamentais caracteristicos, como exemplo, carboidratos, proteinas e vitaminas. Esse componente adicional, irá funcionar como um fator positivo e especifico no organismo e será caracterizado por essa função.
Souza et. al. (2022), ao discorrer sobre alimentos funcionais tráz a definicção de que são aqueles alimentos que além das suas funções nutricionais básicas, produzem efeitos metabólicos e/ou fisiológicos benéficos à saúde devido à presença de moléculas bioativas em sua composição.
As doenças crônicas não transmisssíveis (DCNT) são consideradas como um conjunto de patologias de múltiplas causas e fatores de risco, elas englobam as cerebrovasculares, cardiovasculares, diabtes mellitus, doenças respiratórias crônicas, obesidade, hipertensão, entre outras. Muitos fatores que envolvem esse aumento de DCNT são em função do crescimento do uso do tabaco, falta de atividade física, uso prejudicial do álcool e dietas não saudáveis ricas em açúcar e sal (Figueredo; Ceccon; Cunha, 2021).
Diante das doenças não transmissíveis apresentadas no tópico anterior, a diabetes e a hipertensão, podemos verificar que um dos fatores de maior diferença que pode incidir antes, durante e depois do tratamento dessas doenças é a alimentação funcional. Alimento funcional é aquele denominado como o qual produz efeitos metabólicos ou fisiológicos com efeitos benéficos para a saúde, contribuindo para uma nutrição saudável, bem- estar e reduzindo assim o desenvolvimento de doenças (Santos; Flores, 2022).
Dias, Simas e Junior (2020) acrescentam: “para que os alimentos funcionais sejam eficazes é preciso que seu uso seja regular e também esteja associado ao aumento da ingestão de frutas, verduras, cereais integrais, carne, leite de soja e alimentos ricos em ômega-3”.
O uso de alimentos funcionais foi introduzido primeiramente no Japão nos meados da década de 70, em que os alimentos tinham não somente uso para funções naturais básicas, podem ser usados como alimentos que podem fazer parte da nutrição para prevenir doenças crônicas (Silva, 2023).
As civilizações antigas da Ásia, África e Grécia Antiga valorizavam o conceito de comida como remédio, ou alimentos terapêuticos, atribuindo propriedades preventivas e até curativas a muitos alimentos. Elas também reconheciam a importância de preparar e consumir os alimentos de maneira adequada para obter esses benefícios (Araújo, 2018).
Silva et.al. (2023), em suas pesquisas aborda que, os alimentos mais comuns que podemos ser encontrados no dia a dia, sendo os mais acessíveis são: aveia, oleoginosas, probióticos, gorduras polinsaturadas e soja. Cada um destes, possui um princípio ativo tornando-se benéfico na prevenção da diabete mellitus tipo 2 pois, tem a capacidade de reduzir a absorção de glicose, minimiza a resistência insulínica e contribui na manutenção glicêmica.
Segundo a Cardoso (2020), alimentos funcionais são aqueles que, além de fornecerem a nutrição básica, promovem a saúde, pois contêm nutrientes que podem auxiliar, por exemplo, na manutenção de níveis saudáveis de triglicerídeos, na proteção das células contra os radicais livres, no funcionamento do intestino, na redução da absorção do colesterol. São alimentos convencionais e consumidos na dieta normal, possuem valor nutritivo básico e promovem benefícios à saúde, reduzindo o risco de que o consumidor possa contrair doenças. Recomenda-se um aumento no consumo de vegetais, frutas e cereais integrais, uma vez que uma significativa quantidade dos compostos bioativos investigados está presente nesses alimentos.
3.4. Alimentos funcionais para a Diabetes Mellitus
Sendo o diabete um problema de saúde pública responsável por acometer parte significante da população e tendo em vista que os índices de incidência da doença têm aumentado rapidamente nos últimos anos, o cuidado com a alimentação, que é um dos principais fatores de risco modificáveis da doença, tornou-se uma das várias preocupações da população (Perin; Zanardo, 2015).
A prevenção e/ou tratamento dos indivíduos portadores desta patologia baseando-se na nutrição funcional, consiste em basicamente uma dieta que contem fibras alimentares. Estudos apontam que a melhor fibra é a solúvel, pois esta tem como funcionalidade aumentar o tempo de transito intestinal, e com isso, diminuir o esvaziamento gástrico, retardar a absorção da glicose e reduzir a glicemia pósprandial (Cardoso; Amorim, 2024).
De acordo com Perin e Zanardo (2015), os alimentos funcionais, além de fornecerem nutrientes, podem trazer benefícios à saúde e diminuir o risco de desenvolver doenças, como o diabetes. Entre os diversos alimentos funcionais estudados, que contêm compostos bioativos e podem ajudar na prevenção dessa condição, destacam-se a aveia, as oleaginosas, as gorduras poli-insaturadas (ômega 3), a soja e os probióticos.
Conforme afirmam Conceição e Borges (2021), os benefícios dos alimentos funcionais no controle e tratamento do diabetes mellitus estão relacionados à diminuição da absorção de glicose, à redução da resistência à insulina e à proteção das células beta do pâncreas. Esses efeitos auxiliam diretamente para a manutenção dos níveis glicêmicos, sendo atribuídos aos compostos funcionais presentes em diversos alimentos, como aveia, oleaginosas, probióticos, gorduras poli-insaturadas (como o ômega 3) e soja.
Ainda, em seus estudos Canas e Braibantes (2019), especificam que existe uma variedades de susbstancias presentes nos alimentos funcionais elecam as pricipais e mais estudas pela ciência, afim de analisar seus potenciais entre as mais comuns no codiano das pessoas, como no caso das: carotenoides, flavonoides, ácidos graxos insaturados, omêga 3 e 6 e fibras.
Segundo o que discorrem os autores Tanaka, Bezerra e Ferreira (2022), existe um tratamento chamado Dietoterápica que funciona de acordo com um plano alimentar propondo uma alimentação adequada considerando a doença e as condições em que o paciente se encontra. E este tipo de tratamento é considerado de suma importância no que tange os avanços na manutenção e restabelecimento da saúde dos portadores da diabetes Mellitus.
Os alimentos funcionais, devem ser consumidos em quantidades adequadas conforme a necessidade de cada pessoa com DM tipo 2. Na tabela 1, foram colocados os principais alimentos funcionais no tratamento da ‘’DM’’ Tipo 2:
O consumo regular de alimentos ricos em compostos funcionais, como aveia, oleaginosas, soja, azeite e vegetais crucíferos, pode trazer benefícios significativos para o controle glicêmico e a resistência à insulina em pacientes com diabetes. Esses alimentos atuam de diversas formas, seja por meio da redução da produção de glicose, proteção das células beta do pâncreas, melhora da sensibilidade à insulina ou combate ao estresse oxidativo. Assim, a inclusão desses alimentos em uma dieta equilibrada deve ser incentivada como parte do tratamento dietético de doenças metabólicas como o diabetes tipo 2.
De acordo com Perin e Zanardo (2015), alimentos como a aveia, oleaginosas, probióticos e fontes de ômega 3 desempenham papéis essenciais na manutenção da glicemia. A aveia, rica em compostos funcionais, atua na redução da produção de glicose, contribuindo para a preservação das células beta do pâncreas, essenciais para a secreção de insulina e controle glicêmico. As oleaginosas, ricas em compostos bioativos como ácidos graxos monoinsaturados e vitamina E, possuem uma função antioxidante, que protege as células pancreáticas contra o estresse oxidativo, um dos fatores que contribui para a destruição das células beta. O ômega 3, encontrado em peixes e linhaça dourada, tem uma ação benéfica na diminuição da resistência à insulina, além de contribuir para a redução dos níveis de glicose no sangue (Silva, 2023).
Silva (2023) discutem detalhadamente o impacto de compostos bioativos em alimentos funcionais. A aveia, por exemplo, contém β-glucana, uma fibra solúvel que tem efeitos comprovados na redução da glicose sanguínea. Já as oleaginosas, que incluem nozes e amêndoas, são ricas em ácidos graxos monoinsaturados e compostos bioativos como a vitamina E, que desempenham um papel importante na proteção das células beta pancreáticas e na melhoria da resposta à insulina. Além disso, o consumo de alimentos ricos em ácidos graxos poli-insaturados, como o ômega 3, promove uma redução da resistência à insulina e dos níveis de glicose, conforme detalhado no estudo de Silva (2023).
A soja também é um alimento de destaque pela presença de isoflavonas, que contribuem para a diminuição da resistência à insulina e ajudam na manutenção dos níveis glicêmicos, sendo recomendada para pacientes diabéticos (Silva, 2023). Esses compostos são amplamente reconhecidos por sua capacidade de modular processos inflamatórios e de reduzir o risco de complicações metabólicas, favorecendo um melhor controle do diabetes.
Angelis (2021) destacam o azeite como uma fonte importante de compostos funcionais que atuam no controle glicêmico e na redução do estresse oxidativo. O azeite é rico em anéis de brofenol e ácidos graxos monoinsaturados, que não apenas melhoram a sensibilidade à insulina, mas também reduzem os níveis de hemoglobina glicada e os níveis séricos de glicose. Além disso, sua ação antioxidante ajuda a combater o estresse oxidativo, que é um dos principais fatores que contribuem para a destruição das células beta do pâncreas e a progressão do diabetes tipo 2.
Souza (2022) destacam a importância dos vegetais crucíferos, como brócolis, couve e espinafre, no combate ao estresse oxidativo, um dos fatores subjacentes ao desenvolvimento de complicações diabéticas. Esses vegetais são ricos em antioxidantes endógenos e enzimáticos, que atuam neutralizando os radicais livres, diminuindo a inflamação sistêmica e protegendo as células do envelhecimento precoce. Ao fortalecer o sistema imunológico e prevenir o surgimento de doenças degenerativas, cardiovasculares e inflamatórias, esses vegetais desempenham um papel crucial no manejo de condições como o diabetes (Souza, 2022).
3.1. Alimentos funcionais para a hipertensão
A hipertensão é uma condição clínica multifatorial caracterizada pela presença constante de níveis elevados de pressão arterial e pela prevalência de casos de pessoas com hipertenção e em muitas das vezes o desconhecimento que existem alimentos que podem prevenir esse quadro (Basílio; Oliveira; Guimarães, 2021).
A fisiopatalogia da hipertensão envolve fatores genéticos, ambientais, vasculares, hormonais, neurais e renais. Em relação a genética ela apresenta a poligênica, no que resulta dos fatores ambientais de determinados genes. Os ambientais é quando a pessoa tem maior consumo de sal, pois o sódio aumenta o volume plasmático, a pré-carga e com isso o débito cardíaco. Quanto aos fatores vasculares, é avaliado o óxido nítrico (NO) que é um potente vasodilatador estimulado pelos estiramento pulsátil, estrese de cisalhamento e alterações da pressão arterial. A influência hormonal abrange o sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) que promove vasoconstrição por ação direta, no qual estimula a síntese e liberação de aldosterona, estimulando assim a sede e liberação do antidiurético e aumento da reabsorção tubular de sódio (Ferreira; Bodevan; Oliveira, 2019).
O tratamento não medicamentoso é recomendado em todos os estágios da hipertensão, independentemente do nível de pressão arterial. A adoção de alimentação saudável, hipossódica, redução do estresse, restrição ao consumo de álcool, cessação do tabagismo e prática de exercício físico podem levar, inclusive, à diminuição da dosagem dos anti-hipertensivos ou até mesmo sua suspensão (Filho, 2021).
A eficácia do tratamento da hipertensão arterial através de estratégias nutricionais está ligada à implementação de uma dieta equilibrada e duradoura. A dieta deve enfatizar o consumo de frutas, hortaliças e laticínios com baixo teor de gordura, inclui a ingestão de cereais integrais, frango, peixe e frutas oleaginosas; preconiza a redução da ingestão de carne vermelha, doces e bebidas com açúcar (Brasil, 2022).
Ao desenvolver seus estudos para montar um protocolo e guia alimentar para adultos com hipertensão, Goncalves et.al. (2022), afirma que o basico alimentar tem uma funcionalidade boa pois, Arroz e feijão é o prato típico do brasileiro. O consumo dessa combinação promove a sensação de saciedade e bem-estar por ser uma preparação nutricionalmente rica, saborosa e representativa da nossa cultura. Assim como outros alimentos do mesmo grupo, os feijões são ricos em proteínas, fibras e várias vitaminas e minerais. A união de arroz e feijão integra dietas que, além de estarem ligadas a uma incidência reduzida de doenças crônicas não transmissíveis, como doenças cardiovasculares e diabetes, também auxiliam na diminuição da pressão arterial. Ademais, os feijões e outros alimentos dessa categoria são abundantes em potássio, e a ingestão maior desse mineral tem sido vinculada à redução da pressão arterial.
Alguns dos principais fatores de risco modificáveis da hipertensão arterial estão relacionados a hábitos alimentícios inadequados, como a ingestão excessiva de sal, o baixo consumo de vegetais, a obesidade e o consumo exagerado de álcool. O propósito do tratamento da hipertensão arterial é a redução da morbimortalidade cardiovascular e renal. Associada às recomendações de nutrição e de adoção de hábitos de vida saudáveis, o uso de fármacos deve não só reduzir os graus pressóricos, como também a ocorrência de eventos fatais e não-fatais, preservando a qualidade de vida do paciente (Carvalho; Oliveira, 2020).
De acordo com Franz e Lana (2020), todas as hortaliças podem ser consumidas por pessoas hipertensas, pois esses alimentos são naturalmente pobres em sódio. Em contrapartida, as hortaliças são fontes ricas em potássio, cálcio e magnésio, minerais que exercem efeitos benéficos sobre a pressão arterial. Ao temperar saladas, é recomendável evitar molhos e temperos industrializados, pois geralmente contêm altas concentrações de sódio. Uma alternativa saudável é preparar um molho vinagrete com cebola, tomate, pimentão, suco de limão e azeite de oliva.
Muito se fala da dieta DASH, (Dietary Approach to Stop Hypertension) que é um protocolo alimentar para tratar a hipertensão e segundo Bricarello (2018), a proposta dessa intervenção alimentar é introduzir alimentos de efeito hipotensor encontrados em alimentos básicos acessíveis no dia a dia da população, sem o auxílio de suplementos. Nesse caso, é priorizado na DASH, frutas, verduras, legumes, produtos lácteos, peixes, cereais integrais, nozes e aves que são produtos com baixo teor de sódio, açúcar e sem excesso de carne vermelha.
Na tabela 2, foram elencados os principais alimentos funcionais e seus compostos bioativos no benefício do trato e prevenção da hipertensão:
A diabetes mellitus 2 e a hipertensão são duas doenças crônicas não transmissíveis que podem ser evitadas adquirindo hábitos saudáveis que incluem uma dieta com alimentos funcionais que tem compostos bioativos para prevenção e tratamento dessas doenças. Os autores estudados indicavam que alimentos como linhaça, sementes de chia, peixes que são ricos em ácidos graxos insaturados e ômega 3, proteína vegetal, alho, cebola, entre outros, podem ser inseridos em dietas para evitar o aumento da pressão arterial. Um exemplo de substância benéfica para evitar a progressão da hipertensão e doenças cardiovasculares é o Licopeno que é uma substância entrada em algumas frutas vermelhas, tomate e seus derivados. O ômega 3 também foi citado por muitos autores, pois a presença de ácidos graxos ômega 3 é de extrema importância na alimentação, ela é aliada para prevenção e tratamento tanto da diabetes quanto da hipertensão. Quanto a diabetes tipo 2, as fibras alimentares ficaram evidenciadas pelos autores, a fibra alimentar é a parte comestível da planta ou carboidratos análogos, elas podem ser solúveis e insolúvel em água. Alguns autores também citaram o chá-verde que tem efeito hipoglicemiante como aliado na prevenção da diabetes tipo 2.
Em relação a funcionalidade dos alimentos, os autores selecionados explicam sua funcionalidade através nutrientes extras que atuam junto com os considerados nutrientes básicos do alimento.
No tratamento da P.A, Basilio, Oliveira e Guimarães (2021), abordam que alimentos compostos por fibras sofrem fermentação no intestino grosso, como a exemplo, algumas hortaliças. E através dessa fermentação, obtém-se ácido lático e ácidos graxos de cadeia curta como os ácidos acético, propiônico e butílico, que reduzem o colesterol circulante no sangue.
Em vista de estabelecer controle, prevenção e tratamento, Cardoso (2022), desenvolveu em suas pesquisas um programa de alimentação saudável especificamente no trato e melhora da Diabetes e da Hipertensão, em que destaca o café da manhã, almoço e jantar como as principais refeições que devem conter: cereais, frutas e laticínios; verduras e legumes, tubérculos, carnes e ovos e as leguminosas. Devendo o indivíduo, evitar o excesso de alimentos que contem açúcar e manter-se hidratado.
Carvalho e Oliveira (2020), defendem que os portadores de diabetes devem optar por alimentos que apresentem baixo e médio índice glicêmico e orienta a observar e seguir a pirâmide alimentar.
Em um estudo mais específico, Cardoso (2020) aborda sobre o consumo dos alimentos nutracêuticos que são definidos como um produto que contém alguns componentes alimentares funcionais isolados. Os nutracêuticos retiram dos alimentos funcionais os nutrientes necessários para o bom funcionamento do organismo. Por exemplo, o cálcio pode ser extraído do leite e, após purificação, é disponibilizado em formas farmacêuticas, como comprimidos ou pílulas, para uso medicinal.
O grande interesse e recentes avanços no estudo dos compostos bioativos de alimentos deve-se a fatores como o reconhecimento da relação entre nutrição, saúde e doença provenientes de diversos estudos nas áreas da bioquímica, da clínica, da epidemiologia e mais recentemente, da genômica. Evidências mostram que os estudos na área da genômica nutricional e da relação com microbioma humano podem resultar em informações mais precisas e contribuir para uma nutrição mais personalizada. As descobertas e avanços nesta área são também de grande interesse para as indústrias de alimentos e neste caso, para cada particularidade, um novo ambiente regulatório para o desenvolvimento de produtos vem sendo estabelecido (Duarte; Reis, 2019).
Além disso, Cardoso (2020) fala sobre o trato gastrintestinal possui uma microbiota enorme e graças a isso desempenha importantes funções fisiológicas, a menos que microrganismos prejudiciais e potencialmente patogênicos passem a ter presença dominante no mesmo. Para manter o equilíbrio da microbiota intestinal, é imprescindível complementar a alimentação com probióticos, prebióticos e simbióticos.
Na figura 2, é possível compreender a diferença entre alimentos probióticos, prebióticos e simbióticos:
Figura 2 – Alimentos prebióticos, probióticos e simbióticos.
Os autores em sua maioria, defendem que por meio da alimentação, é possível tratar e prevenir o surgimento e avanço das DCNT, isso mostra, que a Nutrição e suas intervenções de tratamento não medicamentosas, surtem efeitos positivos no que tange bem-estar e qualidade de vida. É preciso compreender também, o que é a nutrição funcional e seus principais benefícios.
A Nutrição Clínica Funcional possui cinco princípios básicos: 1 – Individualidade bioquímica que deverá sempre levar em consideração às necessidades individuais, bem como sinais e sintomas apresentados; 2 – Tratamento centrado no paciente: O tratamento é direcionado ao paciente e não à doença, ao oposto da medicina tradicional. Torna-se mais importante saber que paciente tem a doença do que saber que doença o paciente tem. O indivíduo é abordado como um todo, um conjunto de sistemas que se interrelacionam e que sofrem influências de fatores ambientais, emocionais, alimentares, história individual de patologias e uso de medicamentos, hábitos de vida e atividade física, por exemplo; 3 – Equilíbrio nutricional e biodisponibilidade de nutrientes: Se torna importante a oferta de nutrientes em quantidades adequadas e em equilíbrio com todos os outros, para que haja otimização da sua absorção e aproveitamento pelas células; 4 – Inter-relações em teia de fatores fisiológicos: todas as funções de nosso corpo estão interligadas. A teia da Nutrição Funcional considera a inter-relação mútua de todos os processos bioquímicos internos, de forma que um influencia no outro, gerando desordens que abrangem os diversos sistemas e; 5 – Saúde como vitalidade positiva: a saúde não é meramente a ausência de doenças, e sim o resultado de diversas relações entre os sistemas orgânicos, por isso devemos analisar os sinais e sintomas físicos, mentais e emocionais que podem estar nas bases dos problemas apresentados (Silva, 2019).
Os padrões alimentares estão estreitamente relacionados com o aumento da incidência de doenças crônicas não transmissíveis, destacando-se a obesidade, diabetes mellitus e hipertensão arterial. Em nosso país as doenças crônicas não transmissíveis são uma das principais causas de morte da população, com aumento nos índices a cada ano (Salvador; Dimer; Miranda, 2019).
O nutricionista por sua formação, capacitação e atividades privativas, especificamente na prescrição dietética, é o único profissional que está autorizado a realizar o cuidado nutricional específico para o paciente e alinhado a uma equipe de multiprofissionais, a prevalência e agravos de DCNT pode ser controlada e até mesmo diminuída consideravelmente (Chaves; Silva, 2023).
4 CONCLUSÃO
A importância da alimentação funcional como uma ferramenta eficaz no tratamento e prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, como a diabetes mellitus tipo 2 e a hipertensão arterial. A adoção de uma dieta rica em alimentos funcionais, que possuem compostos bioativos benéficos, desempenha um papel crucial na promoção da saúde, contribuindo para a redução dos riscos associados a essas doenças. Além disso, a compreensão dos mecanismos pelos quais esses alimentos atuam no organismo permite que profissionais de saúde recomendem intervenções nutricionais mais personalizadas e eficazes, que vão além do tratamento convencional com medicamentos.
Portanto, integrar alimentos funcionais no cotidiano, como parte de uma abordagem preventiva e terapêutica, pode melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes, ao mesmo tempo que reduz a progressão de complicações graves associadas a essas doenças. A revisão da literatura confirma que uma alimentação equilibrada, associada a mudanças de estilo de vida, não só apoia a gestão das condições crônicas, mas também pode evitar o surgimento de novas comorbidades. Isso destaca a importância de políticas públicas que incentivem hábitos alimentares saudáveis e a educação nutricional, visando a promoção da saúde e a redução da carga das doenças crônicas na população.
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¹Graduanda do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: isabellagqueiroz@gmail.com; rayannecristine333@gmail.com
²Orientadora do TCC, Doutora em Biotecnologia pela Universidade Federal do Amazonas. Docente do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: francisca.freitas@fametro.edu.br
3Coorientadora do TCC, Mestre em Ciência da Saúde – UFAM. Docente do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: rebeca.figueiredo@fametro.edu.br mailto:jose.ferreira@fametro.edu.br