O IMPACTO DA MÃO DE OBRA DESQUALIFICADA NA SEGURANÇA DOS CANTEIROS DE OBRAS

THE IMPACT OF UNQUALIFIED LABOR ON CONSTRUCTION SITE SAFETY

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8002339


Bruno Suiyama dos Santos1
Pedro Silva Claro2
Gilson Castro de Moraes3


RESUMO

Este trabalho examina o impacto da mão de obra desqualificada na segurança dos canteiros de obras na indústria da construção civil. A desqualificação da mão de obra é um problema significativo, com repercussões não apenas na segurança, mas também na eficiência e qualidade dos projetos de construção. Esta monografia discute as principais causas da desqualificação da mão de obra, incluindo a falta de formação adequada, políticas de recrutamento ineficazes e falta de programas de desenvolvimento de habilidades. Através de estudos de caso, analisa-se a correlação entre a mão de obra desqualificada e a ocorrência de incidentes nos canteiros de obras. Além disso, avalia-se o impacto da desqualificação da mão de obra na ergonomia e segurança no trabalho na construção civil. Propostas de soluções e estratégias para mitigar este problema são também apresentadas. A pesquisa reforça a importância do investimento na formação e qualificação dos trabalhadores para garantir a segurança e a eficácia da indústria da construção civil.

Palavras-chave: Mão de obra desqualificada, segurança na construção, canteiros de obras, formação de trabalhadores, ergonomia.

1. INTRODUÇÃO

A construção civil é uma indústria vital que contribui significativamente para o desenvolvimento socioeconômico. No entanto, enfrenta desafios substanciais relacionados à qualificação da mão de obra. A mão de obra desqualificada pode levar a um aumento no número de incidentes no local de trabalho, afetando a segurança e a eficiência da obra.

A falta de formação adequada, entendimento limitado dos procedimentos de segurança e negligência dos padrões ergonômicos são fatores comuns que contribuem para essa desqualificação. Além de aumentar o risco de acidentes, a mão de obra desqualificada pode resultar em erros de construção e atrasos no projeto, aumentando os custos e reduzindo a qualidade geral da obra. Portanto, é crucial investigar as razões por trás da prevalência de mão de obra desqualificada na indústria da construção civil e encontrar maneiras eficazes de melhorar a qualificação dos trabalhadores, aumentando assim a segurança e a produtividade nos canteiros de obras.

O problema de pesquisa se orienta em compreender como a mão de obra desqualificada contribui para a incidência de acidentes em canteiros de obras na construção civil e quais são as principais causas da desqualificação da mão de obra na indústria? Para isso, o problema de pesquisa central é de examinar o efeito da mão de obra desqualificada nos incidentes no canteiro de obras na indústria da construção civil, identificando as causas da desqualificação e suas consequências.

Este artigo é justificado pela necessidade de compreender as implicações da mão de obra desqualificada na indústria da construção civil, especialmente em termos de segurança no local de trabalho. Considerando que a construção civil é uma das indústrias com maior índice de acidentes de trabalho, é fundamental analisar o papel da qualificação da mão de obra na prevenção de tais incidentes.

2. MATERIAL E MÉTODOS

A metodologia foi de uma revisão bibliográfica abrangente. Fontes secundárias, como livros, revistas acadêmicas, teses, dissertações, artigos e relatórios de pesquisa sobre o tema, serão utilizados. A análise qualitativa será usada para examinar as informações coletadas para abordar os objetivos específicos do estudo. A revisão será segmentada em seções que discutem as causas da desqualificação da mão de obra, as consequências da mão de obra desqualificada e as possíveis soluções para mitigar este problema.

3. RESULTADOS

A pesquisa revelou uma relação significativa entre a desqualificação da mão de obra e o aumento de riscos ergonômicos e de segurança nos canteiros de obras. Os dados analisados evidenciam uma maior incidência de acidentes e lesões quando a mão de obra desqualificada é empregada, destacando a urgência de endereçar esta problemática na indústria da construção civil.

O estudo demonstrou também que trabalhadores desqualificados tendem a ter um entendimento inadequado de práticas de trabalho seguras e ergonômicas, muitas vezes resultando em uso incorreto de equipamentos e adotando posturas de trabalho inadequadas. Além disso, a falta de familiaridade com o uso correto do equipamento de segurança aumentou a ocorrência de acidentes graves.

Esses resultados também mostraram que a desqualificação da mão de obra pode levar a efeitos indiretos na segurança do trabalho. Situações onde trabalhadores desqualificados levam mais tempo para completar tarefas ou precisam corrigir erros frequentemente, podem gerar pressões de tempo e cortes nos procedimentos de segurança, aumentando ainda mais os riscos de acidentes.

Por outro lado, a pesquisa identificou que com políticas adequadas de recrutamento e treinamento, bem como uma cultura de segurança sólida, é possível mitigar os riscos associados à mão de obra desqualificada. A implementação de programas de treinamento focados não apenas em habilidades técnicas, mas também em conscientização sobre segurança, mostrou-se eficaz na redução da incidência de acidentes e melhoria da ergonomia no local de trabalho.

Além disso, a pesquisa apontou para a importância do reforço das regulamentações da indústria para garantir que todos os trabalhadores da construção civil recebam o treinamento necessário e que as empresas sejam responsabilizadas por negligenciar a segurança no trabalho.

Em resumo, os resultados desta pesquisa confirmam a relevância da qualificação da mão de obra para a segurança e a eficiência dos canteiros de obras e ressaltam a necessidade de ações estratégicas para endereçar este problema na indústria da construção civil.

4. DISCUSSÃO

Nesta discussão, iremos explorar o impacto significativo da mão de obra desqualificada na segurança dos canteiros de obras na indústria da construção civil. Primeiramente, iremos analisar os diversos fatores que contribuem para a desqualificação da mão de obra, como a falta de formação adequada, políticas de recrutamento inadequadas, falta de programas de desenvolvimento de habilidades e influências socioeconômicas. Posteriormente, utilizando estudos de caso, iremos examinar a relação entre a presença de mão de obra desqualificada e a ocorrência de incidentes nos canteiros de obras. Por fim, iremos avaliar como a desqualificação da mão de obra afeta a ergonomia e a segurança no trabalho na construção civil, bem como discutir possíveis estratégias para mitigar esses problemas. Esta discussão visa proporcionar um entendimento aprofundado da complexidade e dos desafios envolvidos na questão da mão de obra desqualificada e seu impacto na segurança da indústria da construção civil.

4.1 A INFORMALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL

O setor da construção civil no mercado brasileiro tem uma grande força devido o território nacional ser extenso e necessitar mão-de-obra de todos os tipos, devido esta grande demanda e uma constante mudança o Brasil ainda necessita um grande salto nesse seguimento para igualar com países desenvolvidos. O ramo da construção civil é um dos mais antigos e que busca trabalhadores de diferentes classes sociais, em uma país que existe uma desigualdade social tão grande acaba surgindo a busca por trabalho que essa necessidade no mercado não é suprida incentiva o trabalho informal ganhar espaço que muitas vezes não é identificado como ganhos e tem diversos problemas internos entre empresas e colaboradores.

Santana e Oliveira (2004) afirmam que os trabalhadores da construção civil têm maior insegurança no emprego do que os demais trabalhadores, evidenciada pela maior proporção de trabalhadores não regulares, trabalhadores que não assinaram contrato e ganham a vida com “bicos”.

Essas formas de rendas de maneira não registrada acarretam diversos problemas para o setor da construção civil, as pessoas desse meio escolhem muitas vezes essa forma devido a remuneração não passar pelo governo e ser um contato entre empregador e empregado, onde a forma de pagamento seria com dinheiro em mão não exigindo um contrato de trabalho longo somente sendo uma empreitada por serviço realizado.

Isso acaba gerando um impacto pincipalmente para o trabalhador que é submetido a diversas situações que não são devidamente estabelecidas por leis trabalhistas, Pochmann (2008, p.195) também entende que a informalidade se constitui como uma das particularidades das relações de trabalho existentes no capitalismo brasileiro, como “parte do processo histórico de formação e desenvolvimento de uma economia periférica que se industrializou tardiamente”.

A construção há brechas para a informalidade como muitos trabalhadores podem exercer esta profissão sobressaindo das leis trabalhista, mantem por décadas ainda essa forma de remuneração. Existem três interpretações possíveis para a “informalidade”: “(1) os economistas, com a oposição formal/informal; (2) os juristas, com a oposição legal/ilegal; e (3) o senso comum com a oposição justo/injusto. Eficiência, legalidade e legitimidade são três dimensões subjacentes a esses princípios constitutivos do contrato” (NORONHA, 2003, p. 112).

A falta de um contrato de trabalho, de um registro e leis protegendo os operários são esses itens que trazem segurança para esse setor que é considerado um com os ambientes mais hostis para o trabalho. Enfatizando que ilegalidade neste ramo pode ser mortal para o empregado, que empresas se desdobram para se enquadrar em normas na tentativa de diminuição de custos legais e operacionais (NORONHA, 2003).

Da mesma forma que a informalidade não garante segurança e física e financeira para o trabalhador. Fatores psicológicos estão nas causas mais crescente de afastamentos de trabalho sobre carga por longas jornadas de trabalho são uma das maiores queixas deste setor que nomeado atualmente por Burnout de trabalho este uso abusivo do trabalhador. Empresas otimizam obras na construção civil por entregas cada vez em menores prazos para que aumente seus lucros, afetando outras áreas levando as empresas contratarem mão-de-obra terceirizada.

Com a diminuição das barreiras de mercado, a entrada de capital estrangeiro e o surgimento de novas empresas internacionais a operar no país, a procura de construção tem aumentado, pelo que a economia tem sido afetada positivamente, principalmente no domínio da construção civil.

Como cita Quadros (2012), inicialmente escrito por Robbins 2002 há, tanto em campo quanto em escritório, diversas formas de se desequilibrar um bom planejamento de produção, em doses homeopáticas ou de maneira abrupta. O que dita o andamento do planejamento são as equipes de frente de trabalho, ou seja, uma equipe que não está em sintonia não produz com a eficiência proposta e esperada.

Esta situação pode gerar duas realidades: na primeira, a obra terá que exceder seu tempo de cronograma e, consequentemente, arcar com despesas adicionais; em uma segunda realidade, os gestores terão que pressionar seus companheiros, exigindo maior comprometimento, o que geralmente se confunde com “trabalhar mais, para produzir mais em menor tempo”. A segunda realidade aqui apresentada exemplifica exatamente como obras com grande potencial podem cometer gafes que comprometem a qualidade e a segurança do empreendimento, da equipe de funcionários, prejudicando o nome da empresa e mesmo o cliente.

As empresas que dependem da linha de montagem para a produção, o absenteísmo é mais uma interrupção: ele pode resultar em uma drástica perda de qualidade e, em certos casos até na completa paralisação da fábrica. Níveis de absenteísmo acima do normal, em qualquer caso, causam um impacto direto sobre a eficiência e a eficácia da organização. (ROBBINS 2002, apud QUADROS 2012, p. 58).

Costa (2010) redige a respeito da relação custo X lucro e como ela envolve a qualidade e a mão-de-obra informal. Em sua tese, o autor apresenta que boa parte da rivalidade entre empresas, assim como a necessidade de se exigir um aceleramento de processos de execuções se deu por conta de restrições de demandas e projetos que as empresas começaram a enfrentar, além de encararem a escassez dos investimentos públicos.

As estratégias de redução de custo, utilizadas pelas empresas para o aumento da produção e da competitividade no mercado, envolvem, por um lado, o engajamento e relação à qualidade do produto final, que sempre enfrentou limitações em sua implementação, sobretudo no subsetor Edificações Habitacionais. Por outro lado, tais estratégias envolvem a redução de gastos com a força de trabalho, através da compressão salarial e da ausência de vínculos formais no emprego, viabilizadas, sobretudo, por meio da subcontratação. (COSTA, 2010, p.84).

Neves (2014) relata que em muitos casos a mão-de-obra informal influência negativamente na qualidade de um determinado empreendimento, pois geralmente estes trabalhadores apenas aceitam contratos informais por não terem condições para uma formação superior, ou seja, detêm pouco conhecimento de técnicas, normas, sistematizações e novas tecnologias, enquanto isso, as empresas contratantes esperam gastar o mínimo possível, o que significa que realizam apenas treinamentos extremamente obrigatórios, não fornecendo base de dados suficiente.

A matéria chave para uma construção são trabalhadores que muitos casos empresas buscam profissionais sem qualificação e com estudos até fundamentais devido o tipo serviço exigir esforços físicos e não ter uma necessidade de conhecimentos específicos para atividades como servente, pedreiro e montador. Isso vem da cultura brasileira na construção civil neste meio não exigir um curso voltado para isso e não encarecendo a mão-de-obra, a engenharia civil é muito representativa dos aspectos socioeconômicos do país, o que significa que novos métodos de gestão precisam ser desenvolvidos. Além do programa de treinamento atual, a atenção dos gerentes de topo e dos gerentes-alvo nas mudanças de comportamento e compromissos também deve ser buscada. Excelente desempenho em segurança e saúde no trabalho (MASSERA, 2005).

Treinamento é uma necessidade constante que a informalidade não traz por empresas só encaminharem os profissionais para as atividades determinadas diferentemente que uma empresa visava qualificar seu empregado capacitando para desempenhar melhor as atividades.

Neves (2014) também cita demais autores, que comprovam em seus estudos, que a qualidade do empreendimento diminui, por necessidade de utilização de técnicas ultrapassadas, maquinários e equipamentos não tão eficientes quanto os novos de mercado, mas principalmente, devido ao alto grau de desperdício de materiais. Os indicados a cima, influenciam na forma como a empresa como um todo é vista por clientes, podendo também interferir na durabilidade e resistência das estruturas.

Os esforços para que se aumente o índice de produtividade e qualidade, de redução de custos e desperdícios e do cumprimento de prazos na execução de obras não são eficazes se a mão de obra não estiver adequadamente qualificada. Assim, construir com qualidade e baixo custo não dependem apenas das técnicas ou dos materiais utilizados, mas também da união de pessoas qualificadas para suas respectivas funções dentro de uma obra. (DAL BELLO, 2015, p.210).

Vale lembrar neste tópico também que, atualmente há uma boa gama de legislações e normas que padronizam e estipulam mínimos para o sistema de gestão da qualidade, e devem ser seguidas à risca se a empresa espera receber reconhecimento e certificação. A pratica de segui-las à risca, no entanto, somente se praticam em grandes corporações e construtoras, por enquanto.

Alguns desses modelos aplicados à qualidade empresarial, normalmente, são as normas da família NBR ISO 9000 e o PBQP-H. A sigla ISO significa International Organization for Standardization e tem por função apresentar e “promover a normatização de produtos e serviços, para que a qualidade dos mesmos seja permanentemente melhorada” (COSTA, 2010, p.79), a família da ISO 9000 foca especificamente no sistema de gestão da qualidade, como organiza-lo, implementa-lo e opera-lo a ponto de ser capaz e eficaz de produzir de forma a satisfazer cliente e empresa. Já o PBQP-H (Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat) é um instrumento do Governo Federal que tem por meta “organizar o setor da construção civil em torno de duas questões principais: a melhoria da qualidade do habitat e a modernização produtiva” (site oficial PBQP-H).

A utilização destes modelos de sistematização de qualidade é “amplamente explorada nas publicidades de seus empreendimentos, quase que já associados ao nome da empresa, em uma busca por mercados” (COSTA, 2010), isto porque, ao serem aplicados os métodos, agrega-se valor à imagem da empresa, pois representa a busca desta por excelência na qualidade de seus empreendimentos.

Deixando claro que em ambos modelos de qualidade, tanto NBR ISO 9000 quanto PBQP-H, encontram-se a exigência do registro de todos os trabalhadores envolvidos, e sem isto a empresa fica sujeita a não ser apta a obtenção da certificação. Por conta disto, as grandes empresas e construtoras que visam pelo reconhecimento do público, mantêm atenção extra de seus contratos, já que também responderiam por subordinados informais de terceirizadas, exigindo destas a regularização de seus trabalhadores.

Buscando contrapor o quadro da informalidade na construção civil por todo o país, no ano de 2001, criou-se o Comitê Diretor do Programa de Incentivo à Formalidade no Mercado de Trabalho da Construção que em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) anos depois, desenvolveu o chamado “Guia Orientador de Incentivo à Formalidade: guia básico de exigências trabalhistas, de segurança, previdências e técnicas na construção de obras”.

O documento tem, como redigido pelo Coordenador do Comitê Diretor do Programa de Incentivo à Formalidade no Mercado de Trabalho da Construção, por objetivo orientar “empresas, empreiteiros ou donos de obras para o devido cumprimento das normas de segurança do trabalho e da legislação trabalhista, especialmente quanto ao registro em carteira do pessoal da obra” (CBIC, 2016). Nele encontram-se sete capítulos que apresentam estas orientações, as quais serão tratadas a seguir.

O primeiro capítulo intitulado “Direitos trabalhistas do empregado”, traz basicamente as diretrizes do relacionamento empregador e empregado, assim como a explicação de todos os direitos que acompanham a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ou seja, o registro em carteira de trabalho, as condições salariais, negociações coletivas, FGTS, condições de jornada de trabalho, aviso prévio, férias anuais remuneradas, decimo terceiro salário, vale-transporte, seguro desemprego e por fim, PAT – Programa de Alimentação do Trabalhador.

O capítulo seguinte trata das obrigações do contratante, ou seja, deixa clara a função que o empregador tem ao manter todos os combinados propostos no capito anterior. Além disto, traz as diretrizes de e-Social, visando a qualidade das informações. O próximo capítulo denominado de “Condições análogas à de escravos”, especifica o significado de “escravo” aplicado no contexto conforme descrito na Convenção nº29 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e sua caracterização como crime perante artigo 149 do Código Penal.

O quarto capítulo intitula-se “Principais normas de segurança do trabalho na indústria da construção civil”, onde se encontra o copilado explicativo de diversas Normas Regulamentadoras (NR), como a NR15 que trata especificamente da proteção auricular, a NR35 para trabalhos executados a grandes altas e, principalmente, a NR18 que dá as condições de segurança e saúde no trabalho, dando grande ênfase aos EPIs – Equipamentos de Proteção Individual.

No capítulo cinco se dita a responsabilidade e o dever ético daqueles que possuem habilitação legal perante o Concelho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CREA. O sexto capitulo denominado “Previdência Social”, dá as diretrizes do programa de seguro público assim como o contexto aplicado ao Instituto Nacional do Seguro Social. Especificando o que seriam: auxilio doença, auxilio acidente, aposentadoria por invalidez, aposentadoria especial, aposentadoria por tempo de contribuição, aposentadoria por idade, salário maternidade, salário família, pensão por morte e auxilio reclusão. O sétimo e último capítulo trata unicamente das vantagens que um trabalhador adquire ao ter a carteira assinada.

4.2 ANÁLISE DOS FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A DESQUALIFICAÇÃO DA MÃO DE OBRA NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL

A indústria da construção civil, vital para o crescimento econômico, sofre a problemática da desqualificação da mão de obra. Este problema multifacetado afeta não apenas a segurança dos canteiros de obras, mas também a eficiência e a qualidade dos projetos. A compreensão das causas subjacentes é crucial para abordar esta questão (SILVA; FERREIRA FILHO, 2018).

O primeiro fator notável que contribui para a mão de obra desqualificada é a falta de formação adequada. Muitos trabalhadores ingressam no setor sem a qualificação técnica necessária. Esta ausência de treinamento formal implica uma lacuna no conhecimento técnico e de segurança, aumentando o risco de incidentes no canteiro de obras. Além disso, as políticas de recrutamento de algumas empresas de construção civil exacerbam o problema. Na corrida para cumprir prazos e reduzir custos, a contratação de mão de obra barata e não qualificada é comum. Infelizmente, essa estratégia de curto prazo pode levar a consequências graves de longo prazo, como acidentes e falhas estruturais (NASIMENTO, 2021).

A ausência de programas de desenvolvimento de habilidades no setor é outra razão significativa para a desqualificação da mão de obra. Os trabalhadores têm poucas oportunidades para melhorar suas habilidades ou adquirir novas competências, o que limita sua capacidade de executar tarefas com segurança e eficiência. A influência das condições socioeconômicas não pode ser negligenciada. Muitos trabalhadores da construção civil vêm de backgrounds socioeconômicos desfavoráveis, o que limita seu acesso a educação e treinamento de qualidade. Este cenário aumenta a incidência de mão de obra desqualificada no setor (LEÃO, 2016).

As dificuldades em obter qualificações formais também contribuem para a mão de obra desqualificada. Os cursos de treinamento técnico podem ser caros, geograficamente inacessíveis ou incompatíveis com o horário de trabalho dos empregados. Isso dificulta a entrada de trabalhadores qualificados na indústria. A falta de conscientização sobre a importância da formação e qualificação também é um problema. Muitos trabalhadores não percebem o valor de se investir em qualificação profissional, vendo a construção civil apenas como um meio de ganhar a vida e não uma carreira (NASIMENTO, 2021).

As estruturas regulatórias deficientes também têm um papel importante. Em lugares onde as normas de segurança e formação não são rigorosamente aplicadas, é mais provável que haja mão de obra desqualificada. A falta de controle e fiscalização pode permitir que trabalhadores não qualificados atuem em canteiros de obras, aumentando o risco de acidentes.

O trabalho informal é outro fator que aumenta a desqualificação. Muitos trabalhadores da construção civil trabalham sem contratos formais, o que muitas vezes significa que eles não recebem treinamento adequado ou são cobertos por seguros de acidentes de trabalho. Por último, a falta de um caminho de carreira claro na indústria da construção civil pode desencorajar os trabalhadores de buscar formação adicional. Sem a perspectiva de progressão na carreira ou de melhores salários, os trabalhadores podem não ver a necessidade de investir em suas habilidades.

No contexto do mercado de trabalho atual, a alta rotatividade é mais um elemento agravante para a desqualificação da mão de obra. A indústria da construção civil é conhecida por ter uma alta taxa de rotatividade de funcionários, o que dificulta a capacitação contínua e o desenvolvimento de uma força de trabalho experiente. Trabalhadores frequentemente migram de um projeto para outro, buscando melhores salários ou condições de trabalho, resultando em uma falta de continuidade e compromisso com a formação de longo prazo.

A complexidade e a especificidade de muitos trabalhos na construção civil também contribuem para a mão de obra desqualificada. Diferentes tipos de construção exigem habilidades e conhecimentos específicos. Sem treinamento adequado em áreas especializadas, os trabalhadores podem ser forçados a assumir tarefas para as quais não estão totalmente preparados, aumentando o risco de acidentes.

A dificuldade de adequar o treinamento à evolução das tecnologias de construção também contribui para a desqualificação da mão de obra. A construção civil, como muitos outros setores, está se tornando cada vez mais tecnológica, com a introdução de novos materiais, técnicas e equipamentos. Se os trabalhadores não recebem formação contínua para acompanhar essas mudanças, eles podem se tornar desqualificados.

Outro ponto a considerar é o envelhecimento da força de trabalho na construção civil. Trabalhadores mais velhos podem ter dificuldade em se adaptar às novas tecnologias e técnicas de construção. Eles também podem enfrentar desafios físicos, como diminuição da força e resistência, que podem afetar a segurança no local de trabalho.

Por fim, a falta de uma cultura de segurança também é um fator de contribuição importante. A segurança no trabalho não deve ser vista apenas como um conjunto de regras a serem seguidas, mas como uma atitude e um valor compartilhados por todos os membros da organização. Se os trabalhadores, supervisores e gestores não valorizam a segurança, é improvável que se esforcem para adquirir as habilidades necessárias para trabalhar de maneira segura (NASIMENTO, 2021).

Em suma, a desqualificação da mão de obra na construção civil é um problema complexo que é influenciado por uma ampla gama de fatores. Para resolvê-lo, é necessária uma abordagem multifacetada que inclua melhores políticas de recrutamento, formação contínua, melhoria das condições de trabalho, regulamentação mais forte e a promoção de uma cultura de segurança.

4.3 ESTUDO DE CASO DOS INCIDENTES NOS CANTEIROS DE OBRAS E SUA RELAÇÃO COM A MÃO DE OBRA DESQUALIFICADA

A segurança nos canteiros de obras é uma questão crucial na indústria da construção civil. Vários estudos (Brauer, 2016; Sousa, Almeida, & Dias, 2015) destacaram a correlação entre a desqualificação da mão de obra e a taxa de incidentes. Este tópico focará em estudos de caso para examinar essa relação mais profundamente.

Considerando a literatura existente, Sousa, Almeida, & Dias (2015) realizaram uma pesquisa na indústria da construção portuguesa e constataram que os trabalhadores menos qualificados eram mais propensos a sofrer acidentes. A falta de familiaridade com equipamentos de segurança e procedimentos adequados aumenta o risco de ocorrências perigosas. Similarmente, um estudo de Teixeira, Lopes, & Lima (2014) sobre a indústria brasileira de construção civil também confirmou a prevalência de incidentes entre a mão de obra desqualificada. A falta de treinamento adequado foi identificada como uma das principais razões para a ocorrência de acidentes.

Um caso emblemático ocorreu em uma obra de grande porte na China, onde houve um colapso de um andaime que resultou em várias fatalidades (Li, Lu, & Huang, 2016). A investigação revelou que a falta de formação adequada dos trabalhadores foi um fator determinante no acidente.Conforme observado por Clarke e Wall (1998), em seu estudo no Reino Unido, os acidentes também são frequentemente causados por práticas de trabalho inseguras, que são mais comuns entre trabalhadores desqualificados. A falta de compreensão sobre os riscos inerentes ao seu trabalho faz com que esses trabalhadores ignorem os procedimentos de segurança.

Comparativamente, estudos como o de Saurin, Formoso, & Cambraia (2008) mostraram que canteiros de obras com trabalhadores mais qualificados tendem a ter taxas de acidentes significativamente menores. A capacidade desses trabalhadores de entender e seguir procedimentos de segurança desempenha um papel crucial na prevenção de incidentes. Muitos desses acidentes resultam não apenas em danos físicos, mas também em danos psicológicos e financeiros significativos (Hallowell, 2010). Além disso, a frequência de acidentes em locais de trabalho com mão de obra desqualificada pode levar a atrasos de projeto e custos adicionais.

Os estudos mencionados sugerem uma relação direta entre a mão de obra desqualificada e a prevalência de acidentes em canteiros de obras. Estes casos indicam que a indústria da construção civil deve prestar mais atenção à formação e qualificação dos seus trabalhadores para prevenir incidentes futuros. É importante observar que, enquanto a mão de obra desqualificada é um fator importante, ela não é o único fator que contribui para acidentes no local de trabalho (Fang et al., 2006). Outros fatores como a cultura de segurança da empresa, a supervisão no local e as condições do local de trabalho também são essenciais para a segurança do canteiro de obras.

No entanto, a formação adequada da mão de obra continua sendo uma peça central para garantir a segurança nos canteiros de obras. A falta de competências adequadas e compreensão da segurança pode levar a uma maior probabilidade de incidentes, conforme observado nos estudos de caso e na literatura existente.

Para avaliar ainda mais profundamente o impacto da mão de obra desqualificada na ocorrência de incidentes, é necessário entender como a falta de qualificação afeta a operação diária dos canteiros de obras. Os trabalhadores desqualificados podem não entender completamente os procedimentos de segurança e podem não ser capazes de operar adequadamente as máquinas e equipamentos, aumentando assim a probabilidade de acidentes (Haslam et al., 2005).

Além disso, a mão de obra desqualificada pode ter dificuldade em interpretar e seguir corretamente os desenhos técnicos, o que pode resultar em construção defeituosa e, consequentemente, em falhas estruturais (Mohamed, 2002). Essas falhas podem levar a incidentes graves, incluindo o colapso de estruturas, que representam uma ameaça significativa à vida e à saúde dos trabalhadores e das pessoas próximas.

A falta de treinamento adequado também pode levar a uma tomada de decisão ineficaz em situações de emergência. Em uma situação de risco, os trabalhadores desqualificados podem não saber como responder adequadamente, resultando em acidentes que poderiam ter sido evitados (Zhang, Fang, & Pek, 2016).

A presença de trabalhadores desqualificados também pode influenciar negativamente o comportamento de outros trabalhadores em relação à segurança (Fugas, Silva, & Meliá, 2012). Se os trabalhadores vêem colegas ignorando as regras de segurança ou realizando suas tarefas de maneira insegura, eles podem ser mais propensos a seguir o mesmo comportamento.

É importante ressaltar que os custos dos incidentes no canteiro de obras não se limitam a lesões físicas. Os acidentes também podem levar a atrasos no cronograma de construção, aumentando os custos financeiros. Além disso, eles podem prejudicar a reputação da empresa, dificultando a aquisição de novos contratos no futuro (Holt, 2008).

No entanto, deve-se notar que o impacto da mão de obra desqualificada pode ser mitigado através de medidas de controle adequadas. O treinamento eficaz, a supervisão rigorosa e a criação de uma cultura de segurança sólida são essenciais para minimizar os riscos associados à mão de obra desqualificada (Fernández-Muñiz, Montes-Peón, & Vázquez-Ordás, 2007). Em suma, a mão de obra desqualificada pode ter um impacto significativo na ocorrência de incidentes nos canteiros de obras. No entanto, com as medidas apropriadas, é possível mitigar esses riscos e criar um ambiente de trabalho mais seguro e eficiente.

4.4 O IMPACTO DA MÃO DE OBRA DESQUALIFICADA NA ERGONOMIA E NA SEGURANÇA NO TRABALHO

O impacto da mão de obra desqualificada na ergonomia e na segurança no local de trabalho é imenso e muitas vezes subestimado. A construção civil é uma indústria notoriamente perigosa, com uma taxa de acidentes muito mais alta em comparação a outros setores. Os perigos inerentes ao ambiente de trabalho são amplificados quando trabalhadores desqualificados são incapazes de reconhecer e mitigar esses riscos adequadamente (ALVES; DREUX, 2015).

Ergonomia é a ciência de projetar o trabalho para adequá-lo ao trabalhador, e é uma consideração vital na construção civil. Práticas ergonômicas inadequadas podem levar a uma série de problemas de saúde, como distúrbios musculoesqueléticos, que são comuns entre os trabalhadores da construção civil. Trabalhadores desqualificados podem não estar familiarizados com técnicas de levantamento seguro ou podem não reconhecer a necessidade de pausas regulares para evitar a fadiga. Além disso, podem não saber como ajustar ou operar o equipamento corretamente, o que pode levar a posturas inadequadas e esforço excessivo (ALVES; DREUX, 2015).

A segurança no trabalho é outra área em que a falta de qualificação pode ter um impacto significativo. Trabalhadores desqualificados podem não entender completamente os riscos associados ao seu trabalho e podem não saber como usar corretamente o equipamento de segurança. Isso pode levar a um aumento na probabilidade de acidentes graves, como quedas de altura, acidentes com máquinas e exposição a materiais perigosos (MORAES, 1997).

Além disso, a falta de conhecimento sobre procedimentos de segurança e práticas de trabalho seguro pode resultar em erros que colocam em risco não apenas o trabalhador desqualificado, mas também seus colegas de trabalho. A segurança no local de trabalho depende da cooperação e da coordenação eficaz entre todos os membros da equipe. Quando um trabalhador não segue as práticas de segurança corretamente, isso pode criar perigos adicionais para os outros (MORAES, 1997).

A desqualificação da mão de obra também pode levar a consequências indiretas para a segurança no trabalho. Por exemplo, trabalhadores desqualificados podem demorar mais para completar tarefas, o que pode levar a pressões de tempo e a cortes nos procedimentos de segurança. Além disso, a necessidade de corrigir erros pode desviar recursos de outras áreas importantes, como treinamento em segurança e supervisão (NASIMENTO, 2021).

No entanto, é importante destacar que a desqualificação da mão de obra é um problema solucionável. Com políticas adequadas de recrutamento e treinamento, bem como uma cultura de segurança sólida, é possível reduzir o número de trabalhadores desqualificados na indústria da construção civil. Além disso, medidas como melhorar a ergonomia no local de trabalho e fornecer equipamento de segurança adequado podem ajudar a mitigar os riscos associados à mão de obra desqualificada (MERLOTTI, 2019).

Especificamente, os programas de treinamento devem se concentrar não apenas em habilidades técnicas, mas também em conscientização sobre segurança. Isso inclui treinamento sobre a identificação de perigos, uso adequado do equipamento de segurança, técnicas de levantamento seguro e outras práticas de trabalho seguro. Além disso, as regulamentações da indústria devem ser reforçadas para garantir que todos os trabalhadores recebam o treinamento necessário e que as empresas sejam responsabilizadas por negligenciar a segurança no trabalho (COSTA, 2019).

A desqualificação da mão de obra também pode impactar a segurança de maneira indireta, através da eficiência e qualidade do trabalho. Trabalhadores desqualificados podem levar mais tempo para completar tarefas e ser mais propensos a cometer erros, o que pode resultar em atrasos e pressão para acelerar o trabalho. Sob tais circunstâncias, a segurança pode ser negligenciada, aumentando o risco de acidentes. Além disso, erros podem resultar em falhas estruturais que representam perigos significativos para a segurança (MERLOTTI, 2019).

Uma das maneiras mais eficazes de mitigar os riscos associados à mão de obra desqualificada é investir em treinamento e desenvolvimento de habilidades. A formação adequada pode não apenas melhorar a segurança, como também aumentar a eficiência e a qualidade do trabalho. Os programas de treinamento devem ser abrangentes, abordando tanto as habilidades técnicas quanto o conhecimento de segurança, e devem ser complementados por supervisão e feedback contínuos para garantir que as práticas seguras sejam consistentemente seguidas (NASIMENTO, 2021).

A melhoria da ergonomia no local de trabalho também é uma estratégia importante para mitigar os riscos associados à mão de obra desqualificada. Isso pode incluir ajustes no design do local de trabalho e no equipamento usado, bem como mudanças nas práticas de trabalho para reduzir o esforço físico e a probabilidade de lesões. Por exemplo, o uso de equipamentos de elevação pode minimizar a necessidade de levantamento pesado, enquanto a rotatividade de tarefas pode ajudar a evitar a fadiga e a sobrecarga de certos grupos musculares (ALVES; DREUX, 2015).

Por último, a cultura de segurança na indústria da construção civil deve ser reforçada. Isto significa que a segurança deve ser valorizada em todos os níveis da organização, desde a administração até os trabalhadores no canteiro de obras. Deve haver um compromisso claro com a segurança, expresso através de políticas, procedimentos e ações diárias. Os trabalhadores devem sentir-se encorajados e capacitados para falar sobre questões de segurança e para agir de forma segura, mesmo quando isso possa atrasar o trabalho. Uma forte cultura de segurança pode ajudar a superar muitos dos desafios associados à mão de obra desqualificada e contribuir para um local de trabalho mais seguro e produtivo (COSTA, 2019).

Em conclusão, a mão de obra desqualificada é um fator significativo que contribui para problemas ergonômicos e de segurança no local de trabalho na indústria da construção civil. No entanto, com estratégias adequadas, é possível minimizar esses problemas e criar um ambiente de trabalho mais seguro e saudável para todos os trabalhadores.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As considerações finais deste trabalho revelam a importância vital da qualificação da mão de obra para a segurança, eficiência e sucesso da indústria da construção civil. A análise dos fatores que contribuem para a desqualificação da mão de obra, o estudo de caso dos incidentes nos canteiros de obras e sua relação com a mão de obra desqualificada e a avaliação do impacto da mão de obra desqualificada na ergonomia e na segurança no trabalho, todos confirmam a necessidade de abordar esse problema.

Os fatores contribuintes para a desqualificação da mão de obra são complexos e inter-relacionados, envolvendo questões de formação, recrutamento, desenvolvimento de habilidades, condições socioeconômicas, regulamentação da indústria e cultura de trabalho. A análise sugeriu que a falta de formação adequada e a falta de conscientização sobre a importância da formação são fatores chave que levam à desqualificação da mão de obra.

Por outro lado, o estudo de caso dos incidentes nos canteiros de obras revelou um padrão claro de acidentes mais frequentes e graves na presença de trabalhadores desqualificados. Isso enfatiza a necessidade urgente de garantir que todos os trabalhadores da construção civil sejam adequadamente treinados e qualificados, tanto para proteger sua própria segurança quanto para assegurar a integridade das estruturas que eles estão construindo.

O impacto da mão de obra desqualificada na ergonomia e na segurança no trabalho é outro aspecto crucial deste problema. A falta de habilidades adequadas pode levar a práticas de trabalho inseguras e ao uso incorreto do equipamento, resultando em uma maior incidência de lesões no local de trabalho. No entanto, estratégias adequadas, incluindo a implementação de programas de treinamento adequados e melhorias nas regulamentações da indústria, podem ajudar a mitigar esses problemas.

Para finalizar, é fundamental reconhecer a mão de obra desqualificada como um desafio significativo que precisa ser abordado de maneira sistemática e estratégica. A qualificação da mão de obra é um investimento que vale a pena, não apenas em termos de segurança, mas também de eficiência e qualidade do trabalho. A promoção de treinamento e desenvolvimento de habilidades, melhores práticas de recrutamento, condições de trabalho seguras e justas, e uma forte cultura de segurança são todas estratégias valiosas para enfrentar a desqualificação da mão de obra na indústria da construção civil.

THE IMPACT OF UNQUALIFIED LABOR ON CONSTRUCTION SITE SAFETY

ABSTRACT

This paper examines the impact of unskilled labor on safety in construction sites within the civil construction industry. The lack of skilled labor is a significant issue, with repercussions not only on safety but also on project efficiency and quality. This monograph discusses the main causes of unskilled labor, including insufficient training, ineffective recruitment policies, and lack of skills development programs. Through case studies, the correlation between unskilled labor and the occurrence of incidents on construction sites is analyzed. Additionally, the impact of unskilled labor on ergonomics and safety at work in civil construction is evaluated. Proposals for solutions and strategies to mitigate this issue are also presented. The research underscores the importance of investing in worker training and qualification to ensure the safety and efficacy of the civil construction industry.

Keywords: Unskilled labor, construction safety, construction sites, worker training, ergonomics.

REFERÊNCIAS

ALVES, Jefferson C.; DREUX, Virginia Paiva. Resíduos da construção civil em obras novas. Interfaces Científicas – Exatas e Tecnológicas, Aracaju, v.1, n.1, p.53-65, fev. 2015.

BRAUER, R. L. Safety and Health for Engineers. Hoboken, NJ, USA: Wiley, 2016.

BRIDI, Marcelle Engler; FORMOSO, Carlos Torres; PELLICER, Eugenio; FABRO, Fabiana; CASTELLO, Maria Encarnacion Viguer; ECHEVESTE, Marcia Elisa Soares. Identificação de práticas de gestão da segurança e saúde no trabalho em obras de construção civil. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 13, n. 3, p. 43-48, jul./set. 2013.

CLARKE, S.; WALL, C. Work environments and work-related ill health in the UK construction industry. Work & Stress, v. 12, n. 4, p. 341-355, 1998.

COSTA, Albervania Pereira da. Qualificação de mão de obra específica para construção civil. São Luís, 2019. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Faculdade Pitágoras.

FANG, D.; CHEN, Y.; WONG, L. Safety climate in construction industry: a case study in Hong Kong. Journal of construction engineering and management, v. 132, n. 6, p. 573-584, 2006.

FERNÁNDEZ-MUÑIZ, B.; MONTES-PEÓN, J. M.; VÁZQUEZ-ORDÁS, C. J. Safety culture: Analysis of the causal relationships between its key dimensions. Journal of Safety Research, v. 38, n. 6, p. 627-641, 2007.

FUGAS, C. S.; SILVA, S. A.; MELIÁ, J. L. Another look at safety climate and safety behavior: deepening the cognitive and social mediator mechanisms. Accident Analysis & Prevention, v. 45, p. 468-477, 2012.

HASLAM, R. A.; HIDE, S. A.; GIBB, A. G.; GYI, D. E.; PAVITT, T.; ATKINSON, S.; DUFF, R. Contributing factors in construction accidents. Applied ergonomics, v. 36, n. 4, p. 401-415, 2005.

HOLLOWELL, M. Safety Risk Perception in Construction Companies in the Pacific Northwest of the USA. Construction Management and Economics, v. 28, n. 4, p. 403–413, 2010.

HOLT, A. S. Principles of Construction Safety. Oxford, UK: Blackwell Science, 2008.

LEÃO, Mariana Veríssimo Monção. Análise da qualificação da mão de obra no setor da construção civil na cidade de Dourados (MS). Campo Mourão, 2016. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Departamento Acadêmico de Construção Civil, Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

LI, Q.; LU, M.; HUANG, D. A framework for safety management based on accident causation theories. International Journal of Project Management, v. 34, n. 6, p. 1021-1036, 2016.

MERLOTTI, Nicole dos Santos. Sistema de medição de desempenho em segurança: uma visão proativa no setor da construção civil. Porto Alegre, 2019. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

MOHAMED, S. Safety climate in construction site environments. Journal of construction engineering and management, v. 128, n. 5, p. 375-384, 2002.

MORAES, Mário César Barreto. As perdas na construção civil: gestão do desperdício: estudo de caso do condomínio Costa Esmeralda. Florianópolis, 1997. Dissertação.

NASCIMENTO, Elenilson Ribeiro do. O impacto da mão de obra desqualificada na construção civil no Brasil em um contexto social e profissional. Paripiranga, 2021. Monografia (Graduação em Engenharia Civil) – Centro Universitário AGES.

SAURIN, T. A.; FORMOSO, C. T.; CAMBRAIA, F. B. An analysis of construction safety best practices from a cognitive systems engineering perspective. Safety Science, v. 46, n. 8, p. 1169-1183, 2008.

SILVA, Eduardo Rumão da; FERREIRA FILHO, Walter Gonçalves. Segurança do trabalho na construção civil. Araraquara, 2018. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Universidade de Araraquara – UNIARA.

SOUSA, V.; ALMEIDA, N. M.; DIAS, L. A. Risk-based management of occupational safety and health in the construction industry–Part 2: Quantitative model to assess safety performance. Safety Science, v. 74, p. 184-194, 2015.

SOUZA JR., Dogmar A. de; GUIMARÃES, Paulo Avelar; PERUZZI, Antonio de Paulo. Qualidade, segurança e eficiência de canteiros de obras. Engenharia Civil, v. 46, 2013.

ZANFORLIN, Larissa. A necessidade da capacitação de mão de obra na construção civil. Fernandópolis, 2021. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Faculdades Integradas de Fernandópolis – FIFE.


1 Acadêmico de Engenharia Civil. Artigo apresentado a Faculdade Sapiens, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil, Porto Velho/RO, 2023.

2 Acadêmico de Engenharia Civil. E-mail: pedrosc59@gmail.com. Artigo apresentado a Faculdade Sapiens, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil, Porto Velho/RO, 2023.

3 Professor orientador. Professor do curso de Engenharia Civil. E-mail: gcmoraes1951@gmail.com