O IMPACTO DA FALTA DO USO DE PROTETOR SOLAR NA INCIDÊNCIA DE CÂNCER DE PELE: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA COM META-ANÁLISE

The impact of lack of sunscreen use on the incidence of skin cancer: a systematic review with meta-analysis

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102411292114


Maria Eduarda Lage Moura¹
Amanda de Matos Rocha²
Ana Julia Lopes³
Isadora de Oliveira Altmeyer⁴
Raquel Ferreira Luz Silva⁵
Márllos Peres de Melo⁶


Diferente da maioria das neoplasias malignas, o câncer de pele possui um aliado em sua prevenção, o protetor solar. Devido sua importância para o combate dessa doença, essa presente Revisão Sistemática, analisou diversas literaturas, sendo incluídos artigos selecionados nas bases Medline, Web of Science e Lilacs, que apresentavam os benefícios do protetor solar e correlacionavam seus efeitos na prevenção do câncer de pele, analisando os resultados obtidos em cada literatura. Dessa forma, foram apresentados através de uma tabela de sumarização dos 7 artigos incluídos, apresentando os autores/ano de publicação, amostra final, protocolo de intervenção, risco de viés, resultados e conclusão. Todos esses estudos foram incluídos e avaliaram 50.636 participantes. Foi observado que os estudos incluídos demonstram a importância da utilização de protetores solares, sendo essencial para a prevenção do câncer de pele.

Skin cancer is a disease that affects many people around the world, it is related to exposure to UV rays together with genetic predispositions, and is devastating when diagnosed late. Unlike most malignant neoplasms, skin cancer has an effective ally in prevention, the sunscreen, which forms a protective barrier, which prevents the sun’s rays from reaching the nucleus of the cells damaging them. Due to its importance for the fight against this disease, this Systematic Review aims to analyze several literatures on this subject, in order to promote knowledge on this subject and instigate not only the transfer of information, but also health promotion.

Keywords: Aged. Adult. Sunscreening Agents. Disease Prevention. Skin Neoplasms.

  1. INTRODUÇÃO

Atualmente, sabe-se que a exposição solar de maneira segura age de forma benéfica à saúde, como por exemplo a síntese e absorção de vitamina D ao organismo, e a regulação do humor e do sistema ósseo e cardiovascular. Entretanto, se a exposição solar for feita de forma incorreta e prolongada, o organismo pode sofrer inúmeros danos à sua saúde, como por exemplo queimaduras solares, câncer de pele e o fotoenvelhecimento. (Navarro-Bielsa et al., 2023)

O principal fator ambiental que influencia o desenvolvimento do câncer de pele é a irradiação UV proveniente dos raios solares, por isso a falta de conhecimento sobre as maneiras corretas de proteção solar pode influenciar diretamente na incidência de câncer de pele. Na Turquia, há uma grande falta de informações sobre os danos causados pela exposição solar excessiva, de modo que apenas 64% dos participantes de uma pesquisa fizesse o uso de protetor solar, apenas 4% faziam uso de medidas protetivas combinadas e 7% não faziam uso de nenhuma medida protetora. (Baykal Selcuk et al., 2019)

Há uma relação direta entre os raios ultravioleta e o câncer de pele, porém com as proteções ideais, estudos apontam que há a possibilidade de prevenir o desenvolvimento de câncer de pele. Dessa forma, é necessário que a população tenha consciência precocemente dos métodos de proteção e prevenção, assim diminuindo as queimaduras solares graves e a exposição solar prolongada. Logo, o conhecimento leva os adultos a manterem uma postura correta e segura, aumentando a qualidade de vida e a saúde da população. (Baykal Selcuk et al., 2019)

Nas últimas duas décadas, a incidência de casos nos Estados Unidos vem aumentando, de forma que estava previsto que o número de novos casos iria quase duplicar. Dessa forma, sendo considerado um problema de saúde pública, visto que o diagnóstico precoce traz um melhor prognóstico, e uma maior facilidade no tratamento. (McKenzie et al., 2023)

Na Austrália, estudos apontam que o protetor solar é eficiente na redução de casos de câncer de pele em altas condições de alta incidência de raios ultra violetas. Porem estudos feitos na Dinamarca demonstram que os dinamarqueses aplicam menos de 50% da quantidade indicada e cerca de metade da população faz o uso de protetores com o fator de proteção solar (FPS) suficiente para a proteção. (Køster et al., 2020)

O conhecimento de medidas fotoprotetoras é um grande aliado na prevenção do câncer de pele e outros danos causados pelos raios ultravioletas, sendo assim de extrema importância que a população saiba os modos corretos de se proteger. Algumas medidas de fotoproteção incluem evitar a exposição em horários de maior índice UV ou preferir a sombra, uso regular de protetor solar, roupas e chapéus apropriados e óculos de sol. Dessa forma, o conhecimento da população sobre os danos ocasionados pelos raios solares e sobre as medidas de proteção torna imprescindível para que haja benefícios à saúde pública. (Navarro-Bielsa et al., 2023)

O protetor solar é um dos métodos mais eficazes na proteção da radiação ultravioleta (UVR), sendo um produto químico que faz uma barreira de proteção, absorvendo e dispersando os raios UVR que chegam na pele, e protegendo as células da pele. Entretanto, usar o protetor de forma correta é crucial para que o produto seja realmente efetivo, seguindo a quantidade indicada e aplicando quando necessário. (Hafez et al., 2024)

Na Dinamarca, há também uma campanha de segurança solar, que envia mensagens para a população sobre rotinas diárias de proteção solar, visando reduzir os danos ocasionados pela exposição solar. As mensagens aumentam a eficácia se usadas em conjunto com outros meios de proteção. O FPS mede o nível de proteção solar, sendo que roupas fechadas, chapéus e tênis oferecem uma boa proteção. Pessoas que aplicam menos que o indicado de protetor solar, ou utilizam apenas a sombra como forma de se proteger acabam tendo um nível de proteção solar menor. (Køster et al., 2020)

O presente estudo tem como objetivo verificar as medidas fotoprotetoras da população e relacionar com as ocorrências do câncer de pele, levando em consideração o conhecimento da população sobre os danos que os raios ultravioletas causam e as medidas de proteção existentes em relação à exposição aos raios solares.

  1. MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de uma Revisão Sistemática da Literatura, uma vez que, para Galvão et al., (2015, p. 336-338) ela segue o método “Principais Itens para Relatar Revisões Sistemáticas e Meta-análises (PRISMA), que se trata de um checklist com 27 itens e um fluxograma de informações desde a identificação, seleção, elegibilidade e a inclusão de artigos pertinentes que abordam a temática”.

Logo a pesquisa foi guiada também a partir da seguinte questão norteadora:

1) Qual o impacto do uso de protetor solar na prevenção do câncer de pele?

A fim de responder essas indagações, foi realizado um levantamento dos estudos publicados em bases de dados científicos, sendo elas: o Web of Science, LILAC e o MEDLINE.

Realizou-se o cruzamento dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): “idosos” OR “adultos” AND “protetores solares” AND “prevenção de doenças” OR “neoplasias de pele”, conforme o assunto proposto na pesquisa.

Adotou-se como critérios de inclusão pesquisas publicadas no período temporal de 2019 a 2024; idioma inglês; em texto completo; estudos originais; e que atendessem às questões e ao objetivo de pesquisa.

Foram excluídos os estudos duplicados nas referidas bases de dados; fora do período de anos mencionado; que não atendiam às questões e ao objetivo da pesquisa; os estudos não publicados em periódicos científicos e as revisões bibliográficas.

Na busca online através dos descritores, foram identificados inicialmente 350 artigos, e foi utilizada a plataforma Rayyan para avalia-los e fazer a seleção final. Foi aplicado o filtro de “Duplicatos”, em que foram excluídos 8 artigos, restando 342 estudos; com a leitura completa, excluiu-se 12, restando 330 artigos. Por fim, aplicou-se o filtro de “Idioma Inglês” e “Intervalo de ano de publicação” de 2019 a 2024 excluindo-se 314 artigos, restando 7 estudos científico; para a apresentação dos resultados e discussão desta revisão, conforme foi ilustrado no fluxograma a seguir (Figura 1).

  1. RESULTADOS

A seguir, foram apresentados através de uma tabela de sumarização dos 7 artigos incluídos, apresentando os autores/ano de publicação, amostra final, protocolo de intervenção, risco de viés, resultados e conclusão. Todos esses estudos foram incluídos e avaliaram 50.636 participantes.

Quadro 1: Estudos selecionados para a Revisão Sistemática de Literatura

Autor/anoAmostr aProtocolo de intervençãoRisco de viésResultadoConclusão
Ma, Joyce H Y; Chatfield, Mark D; Campbell, Kirsty; Tilakaratne, Devn= 137Realizar entrevistas no período de moderado a alto índice de raio UV com questionários sobre uso de protetor solar e histórico de CA de peleAlto27 participantes relataram ter histórico prévio de câncer de pele; 22% deles usaram protetor solar no dia da entrevista, em comparação com 33% daqueles sem histórico de câncer de pele. Não houve associação entre história prévia de câncer de pele e uso de protetor solar ( p =0,27) ou procura de sombra ( p =0,56). .Conclui-se que melhorou-se o uso de proteção solar com relação a última pesquisa, mas ainda há o que melhorar, já que as taxas de câncer de pele ainda são altas.
Navarro-Bielsa, Alba; Gracia-Cazaña, Tamara; Almagro, Manuel; Fuente-Meira,n= 254Realizar questionário para comparar uso de protetor solar em pacientes com variados tipos de câncer de pele com o de indivíduos sem a presença de câncerAltoNão foram observadas diferenças nas medidas de fotoproteção entre pessoas com e sem história prévia de câncer de pele, no contexto atual, mas em relação aos últimos 15 anos os pacientes com CA se expuseram maisFica nítido a importância da proteção a longo prazo, mas também a relevância de conscientizar pacientes com diferentes tipos de câncer, já que há uma diferença no uso, tornando- os mais suscetíveis a novos tumores.
Hafez, Salwa Y; Alraddadi, Eman A; Ramadan, Majed; Alsalamah, Faris; Alghumuy, Raghad; Aljuhani/ 2024n= 2.321Identificar por meio de um questionário a prevalência do uso de protetor solar dentre a população da Arábia Saudita.AltoDentre os participantes, cerca de 75% relataram usar proteto de forma regular ou flutuante, e a prevalência de uso vária e acordo com o tipo de pele, idade, gênero, renda mensal e regiãoÉ possível concluir que o uso de protetor solar é um dos melhores métodos de prevenção contra a exposição solar, e diante da pesquisa, a prevalência do uso de protetor solar na Arábia Saudita é considerável.
Køster, Brian; Nielsen, Mia N; Vester, Karina Kreipke; Dalum, Petern= 1.548Aumentar os meios de proteção solar e diminuir as queimaduras solares entre os dinamarqueses que viajam de férias para destinos com altos índices de UVAltoHouve uma melhora na rotina de proteção dos participantes, principalmente ao uso de proteção solar, chapéus e a redução do tempo de exposição solar, entretanto não houve diferença significativa de queimaduras solares entre o grupo que sofreu as intervenções e o grupo controleMedidas básicas de proteção solar e o planejamento adequado das férias podem ajudar na prevenção de câncer de pele
Lindstrom, Akiaja R; von Schuckmann, Lena A; Hughes, Maria Celia Bn=1.621Verificar se a mortalidade foi afetada pelo uso contínuo do protetor solar em adultos que participam de um ensaio clínico sobre a prevenção do câncer de peleMédioDe 330 mortes registradas, 160 mortes foram do grupo que fez o uso regular do protetor solar e 170 mortes do grupo controleConclui-se que não há diferença significativa entre o grupo que fez o uso regular do protetor solar e o grupo controle
McKenzie, Costner; Nahm, William J; Kearney, Caitlin A; Zampella, John G/ 2023n= 26.986Foram realizados esforços preventivos para a prevenção do câncer de pele, em nível local, nacional e internacional.AltoForam observadas tendências positivas em relação às medidas preventivas de exposição solar, com um aumento na evitação solar de 2010 a 2015 e uma recaída entre 2015 e 2020.Há tendências positivas com relação à proteção solar e uma tendência negativa na prevalência de queimaduras solares, o que implica reduções no número de cancros de pele futuros.
Baykal Selcuk, Leyla; Aksu Arica, Deniz; Ates, Elif; Yayli, Savas; Bahadir, Sevgi / 2019n= 17.769Avaliar os comportamentos de proteção solar e a prevalência da exposição por meio da participação de uma população adulta jovem em uma universidade nacional na TurquiaAltoO uso de protetor solar foi o preferido, sendo utilizado por 64% da população estudada, seguido do uso de óculos escuros (60%), tendência a permanecer na sombra (49%), uso de chapéu (34%) e usar roupas de mangas compridas (23%)Quando comparado a Túrquia com os países com maior incidência de câncer como Austrália e Estados Unidos os jovens adultos na Turquia estão se protegendo mais do sol. Essa taxa foi ainda maior entre mulheres e estudantes de medicina

Entre os resultados obtidos, a frequência dos estudos e acordo com o ano de publicação foram respectivamente: 2019 com 42,84% (n=3), 2023 com 28,56% (n=2) e 2024 com 14,28% (n= 1 artigo). Quanto ao tipo de estudo, 57,12% (n=4) são estudos transversal, 28,56% (n=2) são randomizados e 14,28% (n=1) são caso controle.

Com relação ao cenário em que ocorreram as pesquisas 14,28 (n= 1 artigo) foram realizadas nos Estados Unidos; 28,56% (n= 2 artigos) foram realizadas na Austrália; 14,28% (n= 1 artigo) foram realizadas na Espanha; 14,28% (n= 1 artigo) foram realizadas na Dinamarca, 14,28% (n= 1 artigo) foram realizadas na Turquia e 14,28% (n= 1 artigo) foram realizadas na Arábia Saudita.

Dentre os artigos analisados, apenas 14,28% (n=1) tiveram o risco de viés intermediário, e 85,68% (n=6) obtiveram alto risco viés.

  1. DISCUSSÃO

Eficácia do Protetor Solar na Prevenção do Câncer de Pele

Há uma relação comprovada entre o desenvolvimento do câncer de pele e a exposição aos raios UV. Desse modo, observa-se que o desenvolvimento do câncer de pele pode ser prevenido com proteção contra os raios UV, principalmente com a aquisição de consciência sobre a proteção solar desde idades mais jovens. (Rodríguez-Gambetta et al., 2016)

Em um estudo randomizado e controlado, mostrou-se que o uso regular de protetor solar reduz as chances de ter melanoma. Portanto, práticas conscientes de proteção solar em adolescentes e jovens adultos, como a população estudada, são importantes na prevenção do câncer de pele. (Verde A C et al., 2011)

As vantagens para a saúde devido ao uso regular de protetor solar estão bem estabelecidas. Nos Estados Unidos, pelo menos 10% dos melanomas estão sendo evitados a partir de aumentos no uso de protetor solar, além do grande impacto na prevenção de queimaduras solares e outros tipos de câncer de pele. (Guy GP Jr. et al., 2017)

O protetor solar é a forma de proteção solar mais utilizada pela população. Na Austrália foi comprovado que o protetor solar reduz o câncer de pele nas células escamosas e no melanoma sob condições de alta UVR. (Verde AC et al., 2011)

A média de aplicação do protetor solar pelos dinamarqueses é menor que 50% da quantidade recomendada e 50% dos dinamarqueses que aplicaram protetor solar usaram um fator de proteção solar menor que o recomendado (FPS<30) e apenas 25% reaplicaram o protetor solar de maneira adequada. (Petersen B et al., 2014)

As queimaduras causadas pelo sol foram definidas como qualquer tipo de eritema, desconforto, dor ou bolha com duração maior que 12 horas depois do contato com o sol. Os demais critérios são informações sobre o risco de câncer de pele, maior uso de proteção (sombra/roupa/chapéu/protetor solar) e menor exposição ao ar livre quando o IUV é maior (12-15h) entre as intervenções e o grupo de controle. Além disso, a diminuição das queimaduras solares específicas em locais do corpo a partir de medidas de prevenção (como o uso de chapéu e queimaduras solares na região da cabeça), aumento do conhecimento e aumento da importância da proteção solar. (Jeanmougin M et al., 2014)

A exposição desmedida ao sol é considerada um fator de risco para o câncer de pele, sendo assim, a proteção solar de maneira eficaz desempenha um papel relevante na prevenção do câncer de pele. (FUNDAÇÃO DO CÂNCER DE PELE)

A Organização Mundial da Saúde e as Associações Internacionais de Câncer recomendam medidas de prevenção ao câncer de pele a partir do uso de protetores solares, chapéus de abas largas, óculos de sol com filtro UV, roupas que cubram a maior parte do corpo e tentar permanecer na sombra para reduzir a exposição aos UV. (Montague M et al., 2001)

O uso de protetor solar infantil e o uso atual de protetor solar não foram associados a uma redução estatisticamente relevante em relação ao número de CBCs desenvolvidos por indivíduos com CBCNS, embora ambos os resultados tenham tendência à significância estatística e à análise de regressão linear dos dados para ambos os resultados demonstrados. Ademais, há evidências da eficácia do filtro solar na prevenção do CBC. (Waldman, Reid A et al., 2019)

Os protetores solares, um dos principais métodos de proteção contra a UVR, são produtos químicos que reduzem a transmissão da UVR, seja absorvendo a UVR ou agindo como uma barreira física para dispersar a UVR. Na verdade, vários estudos relataram a eficácia do uso de protetor solar na redução de vários tipos de câncer de pele.(Sander M et al., 2020)

Fatores que Influenciam a Eficácia do Protetor Solar

Um dos fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de pele é a exposição excessiva ao sol, e o uso adequado de protetor solar é a melhor forma de prevenção para as neoplasias cutâneas. (FUNDAÇÃO DO CÂNCER DE PELE)

Para obter uma boa proteção solar, existem algumas medidas que devem ser utilizados com relação a aplicação do protetor solar, como aplicar de 15 a 30 minutos antes da exposição ao sol, e utilizar a quantidade adequada de protetor solar, que consiga cobrir toda a pele exposta ao sol, sendo aproximadamente uma a duas colheres de sopa. Além disso, deve-se lembrar que o uso do protetor solar deve ser realizado tanto em dias ensolarados quanto em dias nublados, pois apesar da luz solar não ser tão intensa na presença de nuvens, os raios UV continuam atingindo a pele da mesma maneira, podendo causar lesões cutâneas. (SANDER M. et al).

Além disso, outro fator que pode influenciar na eficácia do protetor solar é o tempo de reaplicação, pois com o tempo ele tende a diminuir seu efeito e também pode ser removido pelo suor ou por contato com água em excesso, sendo ideal a reaplicação do filtro solar de 2 a 3 horas. (BEYER A. et al). Então nota-se que saber o uso é imprescindível para a eficácia adequada, tendo inclusive um estudo indicando a maior taxa de uso em estudantes de medicina que nos demais cursos. (Baykal Selcuk et al., 2019)

Desafios e Perspectivas para o Uso do Protetor Solar

Existem diversos desafios e perspectivas relacionados ao uso do protetor solar, os quais precisam ser considerados para garantir sua máxima efetividade e segurança. Na análise dos dados foi evidenciado que adultos que não realizaram o ensino médio ou ensino superior, eram menos propensos a usar chapéus de abas largas e protetor solar do que adultos com pós-graduação, embora sejam mais propensos a evitar o sol; Os graduados universitários tiveram maiores chances de uso de protetor solar e de procura de sombra, enquanto os adultos que relataram ter maior sensibilidade ao sol em 2020 tiveram chances significativamente maiores de usar chapéus de abas largas, camisas de mangas compridas, usar protetor solar e evitar queimaduras solares.(McKenzie et al., 2023)

Verificou-se também uma maior taxa de uso de protetor solar em todos os alunos com características físicas como cabelo loiro ou ruivo, olhos claros (azul ou verde), presença de sardas ou nevos e histórico familiar de câncer de pele.(Baykal Selcuk et al., 2019)

Diversos foram os motivos que levaram a desestimulação ao uso das medidas protetivas, principalmente com relação ao protetor solar. Os citados incluíram consistência oleosa, medo de produtos químicos, exposição solar mínima esperada, tipo de pele escura e não fazer parte da rotina diária. Outro desafio observado foi a baixa adoção de algumas populações nativas. (MA, J. H. Y. et al., 2019)

Foram identificadas diversas deficiências nas práticas de uso do filtro solar, incluindo aplicação incorreta e frequência de reaplicação abaixo do ideal. A maioria dos usuários utilizaram-o apenas em dias ensolarados e o aplicou menos de 10 minutos antes da exposição solar. Em termos de fatores financeiros, inesperadamente, quanto menor a renda mensal maior a probabilidade de uso do protetor solar, mesmo com a maioria dos utilizadores relatando sua inacessibilidade. Além disso, foi avaliada a associação do uso de protetor solar com características específicas da pele que poderiam aumentar o risco de câncer de pele, sendo menos provável que os participantes relataram seu uso sem histórico de queimadura solar em comparação com a aquisição de uma queimadura solar. (Hafez et al., 2024)

  1. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nessa Revisão Sistemática observa-se que todos os estudos ressaltam a importância da utilização de protetores solares, sendo de suma importância para aprevenção do câncer de pele.

Apesar de tão relevante assunto, já que é uma neoplasia que em alguns tipos têm um alto potencial metastático, nota-se baixa quantidade de estudos sobre.

Além disso, também ficou notório a baixa quantidade de indivíduos na amostragem das pesquisas, dificultando saber o real impacto na sociedade como um todo.

Logo, os estudos mostraram relação entre o protetor solar e a prevenção do câncer de pele, só que urge que novos estudos sejam realizados para preencher as lacunas encontradas neste estudo. Como baixa amostragem e pequeno tempo de análise.

REFERÊNCIAS

Baykal Selcuk, Leyla et al. SunProtective Behaviours of Turkish Young Adults. Photodermatology, photoimmunology & photomedicine 35.3: 178–186, 2019.

Beyer A, Faurschou A, Philipsen P, Hædersdal M, Wulf H. Persistência do fator de proteção solar na pele humana durante um dia sem atividade física ou exposição ultravioleta.Fotodermatol Fotoimmunol Photomed. 2010;26:22-27.)Fundação do Câncer de Pele. Diretrizes de prevenção.<http://www.skincancer.org/prevention/sunprotection/preventionguidelines>. Acessado em 22 de fevereiro de 2016

Guy GP Jr., Berkowitz Z, Watson M. Custo estimado de visitas associadas a queimaduras solares aos departamentos de emergência de hospitais dos EUA.JAMA Dermatol. 2017;153(1):90–92, 2016

Hafez, Salwa Y. et al. Assessment of Prevalence of Sunscreen Use and Related Practices among People Living in Saudi Arabia: A CrossSectional SurveyBased Study. Journal of cosmetic dermatology 23.5: 1718–1725, 2024.

Jeanmougin M, Bouloc A, Schmutz JL. Uma nova técnica de aplicação de protetor solar para proteger com mais eficiência da radiação ultravioleta. Fotodermatol Fotoimmunol Fotomed: 323–31, 2014.

Køster, Brian et al. Novel Sunprotection Interventions to Prevent Skin Cancer: ARandomized Study Targeting Danes Going on Vacation to Destinations with High UV Index. PloS one 15.12: e024459, 2020

Lindstrom, Akiaja R. et al. Regular Sunscreen Use and Risk of Mortality: Long-Term Follow-up of a Skin Cancer Prevention Trial. American journal of preventive medicine56.5: 742–746, 2019

MA, J. H. Y. et al. A follow-up of sunscreen use and sun-protection practices in Darwin: a cross-sectional survey. Australian and New Zealand journal of public health, v. 43, n. 6, p. 589–590, 2019.

McKenzie, Costner et al. Sun-Protective Behaviors and Sunburn among US Adults. Archives of Dermatological Research 315.6 : 1665–1674, 2023

Montague M, Borland R, Sinclair C. Escorregar! Desleixo! Tapa! E SunSmart, 1980– 2000: controlo do cancro da pele e 20 anos de campanhas de base populacional. Saúde Educ Comportamento.28:290-305, 2001.

Navarro-Bielsa, Alba et al. A Multicenter Case-Control Study Comparing Sun Exposure Habits and Use of Photoprotection Measures in Patients Diagnosed with Different Types of Skin Cancer. Photodermatology, photoimmunology & photomedicine 39.5 : 457–465, 2023

Olsen CM, Wilson LF, Green AC, et al. Cânceres na Austrália atribuíveis à exposição à radiação ultravioleta solar e prevenidos pelo uso regular de protetor solar.Aust NZJ Saúde Pública.39(5):471–476, 2015

Rodríguez-Gambetta P, Moscoso-Porras MG, Taype-Rondan A. Fatores associados ao uso regular de protetor solar por estudantes de medicina de uma universidade peruana.J Prev Med Hyg. ;57(3):172-177, 2016

Sander M, Sander M, Burbidge T, Beecker J. A eficácia e segurança do uso de protetor solar para a prevenção do câncer de pele.CMAJ. 192(50): E1802-E1808, 2020

Verde AC, Williams GM, Logan V, Strutton GM. Melanoma reduzido após uso regular de protetor solar: acompanhamento de ensaio randomizado.J Clin Oncol.;29(3):257–263, 2011.

Waldman, Reid A., and Jane M. Grant-Kels. Sunscreen May Prevent the Development of Basal Cell Carcinoma in Individuals with Basal Cell Carcinoma Nevus Syndrome: A Retrospective Survey Study. Journal of the American Academy of Dermatology 81.4:1028–1030, 2019


1 Acadêmica do curso de Medicina na Universidade de Gurupi (UNIRG).
E-mail: maria.moura@unirg.edu.br

2 Acadêmica do curso de Medicina na Universidade de Gurupi (UNIRG).
E-mail: amanda.rocha@unirg.edu.br

3 Acadêmica do curso de Medicina na Universidade de Gurupi (UNIRG).
E-mail: ana.lopes@unirg.edu.br

4 Acadêmica do curso de Medicina na Universidade de Gurupi (UNIRG).
E-mail: isadora.altmeyer@unirg.edu.br

5 Acadêmica do curso de Medicina na Universidade de Gurupi (UNIRG).
E-mail: raquel.silva@unirg.edu.br

6 Doutor em Produção Vegetal, pela Universidade Federal do Tocantins (UFT).
Docente do curso de Medicina na Universidade de Gurupi (UNIRG).
E-mail: marllospere@unirg.edu.br