O IMPACTO DA COVID-19 NAS DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7562445


Monise Santana Braga
Lorranne Dias Lima


RESUMO

Objetivo: Determinar o impacto da pandemia de COVID-19 nas notificações das doenças de notificação compulsória no estado de Goiás do Brasil. Métodos: Estudo descritivo retrospectivo com base em dados do Sinan (Sistema de Informação de Agravos da Anvisa) e SIH/SUS (Sistema de Informação Hospitalar do SUS) sobre sífilis, tuberculose, meningites viral e bacteriana, hepatites virais, dengue e arboviroses, hanseníase, leptospirose e Covid-19. Estatísticas descritivas foram usadas para avaliar a diferença nos números absolutos de notificações e internações e suas variações médias entre 2015 e 2020. Resultados: O número de notificações de casos de meningite, arboviroses não dengue, hanseníase, leptospirose e hepatites virais diminuiu em 50% -80% geral em comparação com as temporadas anteriores. A variabilidade regional foi evidente na dengue e na febre hemorrágica da dengue, com aumentos e diminuições independentes. O número de casos e internações por sífilis adquirida, gestacional e congênita diminuiu em até 60%, com exceção da sífilis congênita, que permaneceu estável. As notificações de tuberculose e as hospitalizações permaneceram estáveis em toda a região. Conclusão: No geral, o número de notificações e internações diminuiu mais da metade, e os efeitos diferem por país e em cada sub-região de acordo com o processo endêmico.

Palavras-chave: Covid-19, Impacto da pandemia. Doenças de notificação compulsória.

ABSTRACT

Objective: To assess the impact of the pandemic of COVID-19 on compulsorily notifiable diseases in the region of Goiás of Brazil. Methods: A descriptive and retrospective study based on data from Sinan (Anvisa’s disease information system) and SIH/SUS (SUS hospital information system) on bacterial and viral meningitis, dengue, hemorrhagic fever, arboviroses, syphilis, tuberculosis, leprosy, and viral hepatitis. Descriptive statistics were used to assess the difference between the absolute numbers of notifications and hospitalizations and their average fluctuations between 2015 and 2020. Results: The number of cases and patients of meningitis, arboviroses not dengue, leprosy, leptospirosis and viral hepatitis in general decreased by 50-80% compared to previous periods. Regional variability was evident in dengue and dengue hemorrhagic fever, with independent increases and decreases. The number of cases and hospitalizations for acquired, gravid, and congenital syphilis decreased by up to 60%, with the exception of congenital syphilis, which remained stable. Tuberculosis notifications and hospitalizations remained stable throughout the region. Conclusion: Overall, the number of notifications and hospitalizations was more than halved, and the effects vary by country and by endemic process in each subregion. 

Keywords: Covid-19, Pandemic impact. Notifiable diseases.

1. INTRODUÇÃO

Desde 1951, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) desenvolveu o Regulamento Sanitário Internacional, esforços têm sido feitos para listar as doenças de notificação obrigatória devido à sua importância para a saúde da população mundial. Tais doenças têm um impacto direto ou indireto nas questões econômicas, de saúde pública e de qualidade de vida em todo o mundo.

As doenças de notificação compulsória foram definidas em 1961, no Brasil. Esse recurso foi fortalecido somente em 1969 pelas campanhas de erradicação da varíola. Desde então, com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) e sua Lei Orgânica 8.080, que instituiu a vigilância epidemiológica, houve uma inovação nas condições técnicas de diagnóstico e notificação dessas doenças.

Nesse sentido, entre outras coisas, foram criados, em 1993, o Sistema de Informação Hospitalar SUS (SIH/SUS) e o Sistema de Informação de Notificação de Doenças (Sinan). O objetivo é informatizar as notificações, melhorar o processamento e o planejamento da saúde em determinadas áreas epidemiológicas. Os sistemas são continuamente atualizados com informações epidemiológicas sobre diversas doenças como  sífilis, tuberculose, meningites viral e bacteriana, hepatites virais, dengue e outras arboviroses, hanseníase, leptospirose e Covid-19

O coronavírus Sars-Cov-2 foi o responsável por iniciar a pandemia da Covid-19, que teve seu início em 2019 na cidade de Wuhan, na China. O primeiro caso registrado no Brasil aconteceu no início de 2020, o que levou a mudanças no comportamento da população e também na disponibilidade de serviços de saúde. O uso de máscaras, a restrição à aglomerações, o uso de álcool 70%, o isolamento social e o fechamento temporário de vários estabelecimentos podem ter afetado a transmissão de outras doenças infecciosas no país, além de ter levado a uma possível subnotificação de doenças e agravos. Desta forma, o objetivo deste estudo é avaliar o impacto da pandemia de COVID-19 na notificação compulsória dessas doenças no Estado de Goiás.

2. OBJETIVOS

Avaliar o impacto da pandemia de COVID-19 nas notificações compulsórias de doenças no estado de Goiás.

3. MATERIAIS E MÉTODO(S)

Trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo, realizado com dados de notificação da base Sinan do TabNet e número de internações do SIH/SUS, referentes em Goiás, que inclui Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Ceres, Catalão, Mineiros e Rio Verde. Os dados coletados correspondem aos casos anuais da doença notificados em cada estado, portanto, os municípios não discriminam. 

Os casos anuais e o número de internações por cada doença são coletados com base na classificação internacional de doenças para os anos 2015-2020. (CID-10) e na nomenclatura contida no SIH/SUS: meningite bacteriana (CID 10: G00; SIH/SUS: meningite bacteriana); meningite viral (CID-10: A87, SIH/SUS: meningite viral); dengue (CID-10: A90; SIH/SUS: dengue [dengue clássica]); dengue hemorrágica (CID-10: A91;SIH/SUS: dengue hemorrágica); arboviroses (chikungunya, Zika, etc.) (CID-10:A92; SIH-SUS: outras febres arboviral, febre hemorrágica, vírus); sífilis congênita (CID-10: A50; SIH/SUS: sífilis congênita); sífilis adquirida (CID-10: A51); sífilis da gravidez (CID-10:O98.1); tuberculose (CID-10: A15 e A16; SIH/SUS: tuberculose pulmonar); hanseníase (CID-10: A30; SIH/SUS: hanseníase [hanseníase]); leptospirose (CID-10: A27; SIH/SUS: leptospirose não especificada); hepatite B aguda  (CID-10: B16; SIH/SUS: hepatite B aguda); hepatites virais (CID-10: B17; SIH/SUS: outras hepatites virais, gestacionais e congênitas), tuberculose e hanseníase. 

Para as demais doenças para as quais não foram inseridos dados, a análise foi baseada nas notificações de internações do SIH/SUS, que, embora não sejam representativas de todas as notificações (por não incluírem casos extra-hospitalares), são indicadores indiretos de incidência e a capacidade dos serviços hospitalares devido à pandemia de COVID-19.

Organizou-se os dados em gráficos e tabelas usando o software Google Docs e Google Sheets. As análises estatísticas foram obtidas por meio do software SPSS (Statistical Package for the Social Sciences). O estudo não precisou de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), pois utilizou dados de domínio público.

4. RESULTADOS

Notificações de Meningite

Em 2020, houve uma queda de 73% em relação ao ano anterior dos casos de meningite notificados em Goiás. Comparando as médias dos últimos cinco anos, os estados com declarações de 2020 que mais diferem da média das declarações de 2015-2019 são Goiânia (-83%), Aparecida de Goiânia (-77%) e Anápolis (-70%). (Tabela I); Ceres é a cidade com maior redução absoluta, com 15 casos notificados e média de 82,80 casos entre 2015 e 2019. Em relação a 2019, houve queda em todas as cidades, exceto Anápolis (82% para meningite bacteriana) e cidade de Goiás (89% para meningite bacteriana) (Tabela II). 

Anápolis é a única cidade que apresentou aumento de internações em relação a 2015-2019, com média anual de. Ressalta-se que Mineiros-GO não enviou notificação pelo Sinan, apesar das internações terem sido registradas no SIH/SUS.

Notificações de dengue por dengue clássica e febre hemorrágica da dengue

 O Sinan não manteve um padrão comum, com aumento acentuado em relação à média de Catalão nos últimos cinco anos (aumento de 296% em relação a 2019 e aumento em relação à média de 42%) e em Mineiros-GO, (aumento de 43% em relação à média), além de Aparecida de Goiânia (-97% em relação à média, -80% em relação a 2019) e Goiás (em comparação a -70%) caíram fortemente. (Tabela I). 

Em termos de internações registradas por dengue ou dengue hemorrágica, destaca-se o forte aumento das internações por dengue hemorrágica em Anápolis em relação à média de 2015-19 (+202%) e Catalão (+50%), em linha com os dados informados pelo Sinan. Em Aparecida de Goiânia, houve queda acentuada (-90%) das internações por dengue e nenhuma internação por febre hemorrágica. A cidade de Ceres também apresentou queda nas internações por dengue (-68%) (Tabela 2).

O SIH/SUS reporta as arboviroses chikungunya e Zika como uma entidade única, correspondendo à CID-10 A92, embora o Zika tenha sido atualizado recentemente para U06. No geral, as internações por arboviroses diminuíram em relação à média dos últimos cinco anos, principalmente em Goiânia (-60%), Goiás (-54%) e Catalão (-51%) (Tabela 2). 

Notificações de Sífilis adquirida 

As notificações de sífilis adquirida diminuíram em todos os estados, com Goiânia (-68%), Ceres (-63%) e Aparecida de Goiânia (-58%) recebendo menos notificações em relação à média de notificações em 2015 A maior queda foi de 2019 (Tabela I). As notificações de sífilis na gravidez também diminuíram em todos os estados. Em relação à média dos últimos cinco anos, as maiores quedas foram no estado do Amapá (-59%) e na cidade de Goiânia – GO (-53%). No entanto, deve-se notar que, em geral, a redução foi menor do que na sífilis adquirida. (Tabela I).

Notificações de Sífilis congênita 

Em consonância com o padrão anterior, houve menor número de notificações de sífilis congênita em relação à média de 2015-19, com foco em Anápolis (-70%) e em Catalão (-65%) (Tabela I). As taxas de internação permaneceram estáveis, com as maiores taxas de crescimento em Aparecida de Goiânia (212% em relação à média de 2019 e 63% -3% em relação a 2019) (Tabela 2). 

Notificações de Tuberculose

Notificações de TB no Sinan mostram que quase todas as cidades do estado de Goiás se mantiveram relativamente estáveis em 2020, em relação a 2019. Catalão teve o maior aumento (-20% em relação a 2019 e -17% em relação à média). 

Notificações de Hanseníase

As notificações de hanseníase mostram uma redução nas notificações de hanseníase em todas as cidades do território de Goiás em 2020. As maiores reduções em relação à média ocorreram nas cidades de Mineiros (-63%) e Anápolis (-49%) (Tabela I). 

As taxas de internação também diminuíram significativamente, principalmente  nas cidades de Mineiros (-77%), Anápolis (-74%) e Ap de Goiânia (-67%) (Tabela 2). 

Hepatite aguda B e outras hepatites virais

As hospitalizações por hepatite viral aguda diminuíram como resultado de tendências gerais. No entanto, as mudanças nas taxas de internação por hepatite B  em Aparecida de Goiânia e Rio Verde reverteram essas tendências. 

Em 2019, houve uma redução de 61% na taxa de internações por hepatite B em comparação com a taxa média de 2015 a 2019. Além disso, ocorreram 72% menos internações por hepatite B no estado de Goiás em comparação com as taxas médias de 2015 a 2019. As maiores quedas ocorreram na cidade de Goiás (que está agrupado) e em Ceres (que está desagrupado). 

Tabela I – Quantidade de notificações do Sinan em 2019 e 2020, média das notificações 2015-2019, desvio padrão da média, comparação percentual em 2019-2020, comparação percentual em 2020 e média do período 2015-2019 por estado da região em Goiás.

Tabela II – Número de internações do SIH/SUS em 2019 e 2020, média de internações anuais 2015-2019, desvio padrão da média, comparação percentual 2019-2020, comparação percentual 2020 e média do período 2015-2019 por estado em Goiás.

5. DISCUSSÃO

A revisão da literatura deste estudo não encontrou nenhum estudo semelhante no Brasil, pois este é o primeiro a avaliar dados sobre notificação obrigatória de doenças no Brasil durante a pandemia de COVID-19, cuja análise pode ser importante do ponto de vista da saúde pública e da promoção em saúde. Neste estudo, observou-se uma tendência geral de queda dos agravos de notificação obrigatória tanto nas notificações de 2019 quanto na parte média dos últimos cinco anos. 

Assim, esta diminuição deve-se a dois fatores principais: a pandemia de COVID-19 exigiu medidas que evitassem sua propagação por meio de contato humano direto; diminuindo, por consequência, a transmissão de outras doenças. Além disso, o estado de calamidade próximo de ser instalado ou propriamente instalado gerou uma dificuldade do sistema de saúde em atender as demais demandas de saúde, gerando subnotificações.

Medidas restritivas adotadas em nível nacional para conter a propagação da pandemia, como distanciamento social, tempos de rodízio reduzidos e medidas mais rígidas como lockdowns, como observado em outros países, como Austrália e Coreia do Sul. Neste estudo, a doença que mais representa esse fator é a meningite, pois seu tempo de germinação e desenvolvimento é mais agudo e reduzido, o que não pode ser explicado apenas por outros fatores.

Além disso, a redução da procura pelos serviços de saúde contribuiu para a subnotificação de todos os casos. Apesar da manutenção de serviços essenciais à vida, como diálise e terapia antirretroviral, no Brasil, assim como no mundo, a demanda por serviços de saúde diminuiu devido à pandemia que afetou as notificações. A hanseníase é uma doença que representa essa realidade que, embora as formas mais graves exigem acompanhamento hospitalar, a detecção e a notificação geralmente ocorrem na atenção primária.

É importante enfatizar que as arboviroses endêmicas como dengue, chikungunya e zika apresentaram padrões de notificação variáveis no estudo da época, porque Mineiros e Anápolis tiveram aumento e Aparecida de Goiânia e Rio Verde tiveram diminuição.

Como a infecção está associada principalmente ao mosquito Aedes aegypti, nem o comportamento humano nem a distância social seriam determinantes de sua disseminação e posterior notificação, mas a notificação mudaria de acordo com as tendências regionais e reduziria a demanda por serviços de saúde.

Os casos de sífilis chamam a atenção devido ao seu espectro clínico diversificado, ocorrendo em adultos, gestantes e recém-nascidos. Assim como a hanseníase, a maioria dos casos de sífilis adquirida e gestacional é diagnosticada na atenção primária. Portanto, a diminuição das notificações provavelmente não se deve ao seu quadro clínico ampliado e à presença de estágios latentes pouco sintomáticos e quase não infecciosos. Se isso acontecer, será detectado mais tarde. A diminuição das notificações provavelmente está relacionada à diminuição da procura por serviços de saúde, conforme já afirmado. 

A internação por sífilis congênita, porém, revela uma realidade diferente: a estabilidade geral. Em 2020, esta realidade explica-se pela menor sobrecarga da população infantil e do atendimento hospitalar infantil face à população adulta e idosa. Portanto, fica claro que enquanto o número de doenças notificadas no Sinan caiu para níveis recordes, as internações são constantes, refletindo essa realidade.

Em relação à tuberculose, ao contrário das previsões da Coreia do Sul e de outros países, a região Centro-Oeste em específico o estado de Goiás-GO não apresentou grande queda no número de notificações, ao contrário, por exemplo, da hanseníase. A Stop TB Partnership, grupo internacional de controle da tuberculose liderado pela Organização das Nações Unidas (ONU), fez projeções sobre a tuberculose em países de alta incidência, avaliando o potencial impacto do COVID-19 em seu controle e prevendo que a paralisação de três meses poderia ser atrasado cinco a oito anos na luta global contra a tuberculose. 

Portanto, a estabilidade dos casos notificados deve ser motivo de preocupação, pois se houver aumento no número de notificações, a estabilidade pode indicar uma falha nos esforços de controle da TB, a redução das internações por superlotação hospitalar por outras doenças, independente da etiologia, é o patamar mais afetado pela pandemia.

Outro fator a ser considerado nessa tendência é a subnotificação de casos nas bases de dados. Essa é a realidade do insucesso em uma das três etapas do tratamento: acesso à saúde, diagnóstico da doença ou notificação ao sistema de informação; Goiás é uma das regiões mais acometidas pela subnotificação, sendo a tuberculose um importante alvo de pesquisas. Além disso, em 2020, esses números diminuíram significativamente para outras denúncias, como violência contra crianças e jovens, outro fator que atesta o impacto da pandemia. 

Portanto, a subnotificação causada pela pandemia é agravada pela subnotificação específica da região Centro-Oeste (GOIÁS), no Brasil, onde o enfrentamento dessa situação é uma prioridade, especialmente durante uma crise de saúde pública, quando a integridade dos dados é essencial para o planejamento. É importante usar os dados dos sistemas de informação para o fim a que se destinam: apoiar a tomada de decisões nos níveis municipal, estadual e federal.

Tais estudos epidemiológicos devem, portanto, ser utilizados – juntamente com os eventos de vigilância, unidades e regiões – para focar e buscar ativamente a vigilância epidemiológica, com o objetivo de corrigir os dados e adequar as operações à vigilância adequada.

É importante enfatizar as limitações estatísticas deste estudo. Para analisar adequadamente as tendências e suas inversões, cada doença deve ser avaliada individualmente por meio de métodos estatísticos que avaliam uma série temporal com a maior precisão possível, medindo o impacto da pandemia em cada doença. Entretanto, a utilização da estatística descritiva como análise prévia já fornece orientações em pontos importantes e contribui com medidas de saúde pública tão necessárias na realidade da pandemia nos serviços de saúde. No entanto, ainda são poucos os estudos que avaliam esse efeito. 

Portanto, novos estudos são necessários para avaliar cada doença separadamente para que as medidas de saúde pública possam ser direcionadas conforme necessário, como exige o princípio da equidade do SUS. Portanto, apesar das limitações, a conscientização dessa realidade é muito importante no planejamento da saúde para os próximos anos, a fim de minimizar o impacto de outras doenças além da morbimortalidade da COVID-19. Para melhor moldar a política de saúde pública, seria necessário avaliar o impacto de cada doença separadamente.

Em relação ao impacto da pandemia de COVID-19 nas doenças no Estado de Goiás-GO, a tendência geral tem sido de queda nas notificações e internações, mais da metade das médias relatadas anteriormente, com efeitos variados em cada sub-região por estado e processo endêmico.

6. CONCLUSÕES 

Em relação ao impacto da pandemia de COVID-19 nas doenças da região de Goiás, no Brasil, a tendência geral tem sido de queda nas notificações e internações, mais da metade das médias relatadas anteriormente, com efeitos variados em cada sub-região.

7. REFERÊNCIAS

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