O ENSINO DA FILOSOFIA CONCEBIDO ESPECIFICAMENTE PARA A ARTE DE FILOSOFAR

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7701790


Alexandre Ferreira dos Santos¹


Ensinar filosofia é convidar a pensar. É
convidar a compartilhar uma atividade que
supõe um esforço, é certo, mas abre a
enorme perspectiva de chegar a enfrentar-se
como novo. E quando se possibilita a
novidade, quando aparece algo que antes
não havia, em alguma medida,
transformamos o mundo. (Alejandro Cerletti)1

Resumo: Propomos uma reflexão acerca da relevância e interpretação especificamente da área de investigação filosófica denominada a Filosofia propriamente dita, ou ainda, a arte de filosofar, aplicada no Ensino Médio. Existem três modalidades de atividade filosófica, as quais são distintas umas das outras, a saber: a Filosofia propriamente dita, o comentário de obras filosóficas e a história da Filosofia. Nossa proposta é examinar o ensino da Filosofia, mostrando a necessidade de se fazer a tripartição supracitada, pois as motivações e habilidades a serem ensinadas lhes são peculiares, e exaltar, especialmente a Filosofia propriamente dita como o método mais adequado para alunos de nível médio. Tal orientação se deve, principalmente, ao fato de que cursos de formação de filósofos, necessariamente devem se diferenciar dos cursos de formação de comentadores, que por sua vez, devem se diferenciar, em certos pontos, dos cursos de formação de historiadores. Assim, para a última etapa da Educação Básica, a meta não é a formação de filósofos enquanto estudiosos da Filosofia, mas o desenvolvimento de competências e habilidades próprias de cidadãos éticos, críticos, sujeitos e protagonistas.

Palavras-chave: Filosofia, método de ensino, arte de filosofar, professor, aluno, ensino médio.

Abstract: We propose a reflection on the relevance and interpretation of the specific area of philosophical inquiry called the philosophy itself, or the art of philosophizing, applied in high school. There are three methods of philosophizing, which are distinct from each other, namely the philosophy itself, the commentary of philosophical works and the history of philosophy. Our proposal is to examine the teaching of philosophy, showing the need to make the above tripartition, because the motivations and skills to be taught are peculiar to them, and praise, especially the philosophy itself as the most suitable for middle level students. This guidance is mainly due to the fact that training courses for philosophers, must necessarily differ from training courses commentators, who in turn must be distinguished, at certain points of the training courses of historians. So for the last stage of basic education, the goal is not the formation of philosophers as scholars of philosophy, but the development of competencies and skills of ethical citizens, critics, actors and subjects.

Key-words: Philosophy, teaching methods, art philosophy, teacher, student, high school.

Introdução

Nos últimos anos, com a inclusão da Filosofia no currículo oficial do Ensino Médio, sendo esta disciplina obrigatória para todos os Estados brasileiros, em conjunto com a Sociologia, percebe-se que há grande oportunidade de maior aproximação da realidade dos estudantes e a arte de filosofar. Isso porque não se pode fugir da Filosofia, sendo concebido, em certo sentido, que todo ser humano tem a predisposição para o processo do filosofar a partir de seu cotidiano. O objetivo da disciplina está implícito no Parecer que a regulamenta², bem como está explícito sua relevância:

Preliminarmente, reitera-se a importância e o valor da Filosofia e da Sociologia para um processo educacional consistente e de qualidade na formação humanística de jovens que se deseja sejam cidadãos éticos, críticos, sujeitos e protagonistas. Esta relevância é reconhecida não só pela argumentação dos proponentes, como por pesquisadores e educadores em geral, inclusive não filósofos ou não sociólogos. (PARECER CNE/CEB Nº. 38/2006, p. 2).

Mas a inserção da disciplina filosófica em tal curso tem gerado inúmeras discussões acerca de métodos e conteúdos de seu ensino.

A partir dessas questões acerca da Filosofia e o seu ensino, pretende-se aqui abordar teoricamente sobre as áreas de investigação dos estudiosos da Filosofia, enfatizando a relevância da filosofia propriamente dita, isto é, aquilo que os filósofos fazem e produzem, na aplicação em escolas de Educação Básica, mais especificamente, para estudantes de nível médio.

A princípio, se fará uma breve apresentação, distinção e contextualização das áreas de ensino da filosofia. Em seguida, se fará uma séria reflexão e discussão acerca do método de se ensinar a arte de filosofar e sua relevância na aplicação para estudantes de nível médio. Enfim, abordar-se-á propostas de ação para a aplicabilidade da filosofia propriamente dita para alunos de Educação Básica, mais especificamente, na etapa do Ensino Médio.

De acordo com Arruda (2010), pode-se distinguir três áreas de investigação filosófica, a saber: a filosofia propriamente dita, como citada anteriormente; o comentário de obras filosóficas, entendida como estudo de obras filosóficas comentadas de forma isolada; e a história da filosofia, entendida como estudo que conta o literário das ideias e doutrinas no tempo e no espaço de cada escola filosófica³.

Refletindo a partir de análises a respeito dessas três áreas, pode-se concluir que ambas são distintas umas das outras, muito embora possa correr o risco de se confundir as duas últimas pelo fato de trabalharem intimamente com a história da filosofia.

Porém, o maior objetivo aqui não é realizar uma reflexão especificamente para cada um dos três tipos de atividade filosófica, mas a partir da apresentação, distinção e contextualização desses tipos, abordar uma discussão coerente sobre como ensinar, na prática, a tão importante arte de filosofar na Educação Básica, uma vez que a sua mais importante meta é a formação de cidadãos responsáveis e autônomos no pensar e no agir4.

É evidente que, ao se fazer a tripartição acima, uma vez que as motivações e as habilidades a serem ensinadas são específicas de cada tipo de atividade filosófica, deve- se levar em consideração que há a necessidade da contemplação das três atividades supracitadas nos cursos filosóficos universitários, ou seja, na formação de profissionais da Filosofia. Contudo, pretende-se aqui apresentar soluções à aplicabilidade do ensino da filosofia para estudantes a partir de 15 anos de idade.

1. As três diferentes áreas de ensino e pesquisa da Filosofia: apresentação, distinção e contextualização

1.1. A filosofia propriamente dita: a arte de filosofar

Este é o tipo de atividade filosófica que visa o estudo daquilo que os filósofos fazem e produzem, isto é, sua atividade e o conteúdo, que é o produto dela. Contudo, percebe-se que em filosofia parece não haver nem metodologia nem teoria, as quais são adotadas, ao menos, pela maioria dos profissionais dessa área em suas atividades. Na verdade, o que mais chama a atenção na filosofia é justamente o volume de controvérsia e desacordo tanto em temas quanto em questões metodológicas.

Mas, então, o que se deve ensinar em filosofia, se ela é diferente das ciências, por exemplo, que apresentam temas substantivos e questões metodológicas bem definidas?

Nessa linha de raciocínio, o que resta para ser ensinado é uma atividade de se levantar questões, discuti-las e buscar respostas. Tal atividade é denominada por Arruda (2010) de atividade “do filosofar”, ou ainda, o ensino da “arte de filosofar”, pertencente à área da filosofia propriamente dita.

Tudo isso já foi dito por filósofos do passado, principalmente no que se refere a Immanuel Kant em suas obras Crítica da Razão Pura e no livro Lógica.

Sendo assim, parece que a maior característica de um filósofo é que ele pratica uma certa atividade, definindo-se muito mais por tal atividade que faz e que o insere no conjunto dos outros filósofos; e o aprendiz de filósofo, deve ser assim, um aprendiz da arte de filosofar (ARRUDA, 2010, p. 3).

Como este é o principal objeto de nossa análise, no próximo capítulo abordaremos melhor a relevância desse método, e no terceiro capítulo, abordaremos seus pontos cruciais para que haja uma proposta de ação consistente dessa atividade aplicada no Ensino Médio.

1.2. O comentário de obras filosóficas

Este é o tipo de atividade filosófica que pode ser entendido como “o modo a incluir estudos que não entram nos detalhes das ligações da obra comentada com a literatura filosófica anterior e/ou posterior”.

Esta área colabora especificamente para a formação de comentadores e não propriamente de filósofos.

Porta (2002)⁸ defende a ideia de que para se entender um texto, especialmente filosófico, o leitor deve ser capaz de repeti-lo, isto é, de parafraseá-lo, assimilando, assim, as regras que possibilitam a reprodução de estilo apresentada por tal texto, e isso parece significar ter a capacidade de comentar sobre tal texto, sem entrar na particularidade da análise histórica da filosofia, pois a literalidade textual supõe uma independência em relação a ela, uma vez que entender significa “traduzir” de forma mais explícita, mais clara, mais precisa que a original.

1.3. A história da filosofia

Este terceiro tipo de investigação filosófica pode ser entendido como “estudos que contam o literário das idéias e doutrinas no tempo e no espaço, examinando, portanto, o surgimento e desenvolvimento desta ou daquela doutrina ou escola num determinado lapso de tempo, às vezes maior às vezes menor”.

De fato, ao longo da história do ensino filosófico, a história da filosofia, sua historiografia e a literatura de comentário sempre vem intervindo no ensino do filosofar. De acordo com Arruda (2010), o “mestre-filósofo”, que é definido como um estudioso de temas/problemas/conceitos da filosofia, está numa dependência grande e inescapável dos pensadores do passado, e também da literatura historiográfica acerca deles.

Dessa forma, percebe-se a relevância da história da filosofia no ensino do filosofar, pois o interesse pela filosofia é o interesse pelas questões/temas dela construídos ao longo da história, e para isso, é preciso que o estudioso filosófico mantenha uma relação de partilha com os grandes pensadores do passado, bem como com os do presente. Assim, o aprendiz de filósofo poderá se identificar com essa ou aquela corrente filosófica, bem como o estímulo do prosseguimento do estudo nesses temas.

Porém, tudo isso não significa que ensinar filosofia seja sinônimo de ensinar história da filosofia, ou realizar pesquisas bibliográficas acerca de filósofos ao longo da história e, a partir de suas divisões, analisar suas principais idéias. Nesse caso, ressalta-se a importância da história da filosofia em apresentar-se como sinal de apoio ao ensino da arte de filosofar e à identificação do aprendiz de filósofo em relação à escola filosófica a que pode pertencer ou mais se simpatiza.

Enfim, como se pode observar, parece ser correto afirmar que o denominado estudioso da Filosofia ou é um filósofo (formado a partir de pontos pedagógicos próprios da arte de filosofar), ou é um comentador (formado a partir de pontos pedagógicos próprios de comentários de obras filosóficas), ou é, finalmente, um historiador das idéias (formado a partir de pontos pedagógicos da historiografia e da literatura filosófica).

Mas não se pretende, aqui, nos determos nessa distinção e tampouco na relevância da história da filosofia no processo de ensino filosófico. Pretende-se sim abordar daqui para frente, e a partir dos fundamentos já trabalhados anteriormente, acerca da relevância do ensino da arte de filosofar a partir da escola básica. Não com o objetivo de defender a formação de filósofos desde cedo, mas na defesa de se constituir as habilidades e competências necessárias para um pensar autônomo, coerente e crítico por parte de estudantes desse nível.

2. Abordagem e relevância do ensino da Filosofia propriamente dita: a arte de filosofar no Ensino Médio

O tipo de investigação filosófica denominada “filosofia propriamente dita”, proposto por Arruda (2010), como foi dito anteriormente, também pode ser chamado de “a arte de filosofar”, a qual parece imprescindível para a formação de estudantes de Educação Básica, especialmente no que se refere ao nível de Ensino Médio.

Mas antes de adentrarmos na reflexão sobre o tema supracitado, se faz necessário realizar um pequeno apanhado histórico da inserção da Filosofia no Ensino Médio nos últimos anos, para as devidas fundamentações.

De acordo com Dutra e Del Pino (2010)10, no ano de 1982, com a ausência da disciplina filosófica nas escolas, intensificaram-se as lutas pelo retorno da Filosofia ao currículo oficial dos Estados brasileiros. Neste mesmo ano, com o Parecer nº. 342/82, o Conselho Federal de Educação permitiu o retorno da Filosofia como disciplina optativa para as escolas. Em 1997, tal conquista começou a ficar mais forte, quando o então Deputado Federal Padre Roque (PT-PR) propôs o Projeto de Lei nº. 3.178/97 que visava modificar a terceira e atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a LDB nº. 9.394/96 (BRASIL, 1996).

Tal Projeto de Lei foi aprovado pela Câmara e pelo Senado Federal em 2001, porém, o então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, vetou a aprovação do mesmo (FÁVERO, 2004)11. Somente cinco anos depois, com o Parecer CNE/CEB 38/2006, começou-se efetivamente a inclusão da disciplina de Filosofia, como foi dito anteriormente na introdução deste trabalho.

Mas, de acordo com Schenini (2009)12, a concretude da inclusão curricular da Filosofia aconteceu no governo do então Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com a entrada em vigor da Lei nº. 11.684/08, que obrigou o ensino de Filosofia em todas as séries do Ensino Médio, provocando uma nova redação na LDB 9.394/96.

Apesar de perceber a forte influência ideológica presente no ensino escolar através desta pequena abordagem histórica e a grande luta em prol do ensino filosófico, percebe-se também o grande feito em meio à legislação brasileira, ao obrigar o ensino de Filosofia nas escolas secundárias.

Isso porque o ensino de filosofia para estudantes de nível médio justifica-se se este for o ensino de criação de conceitos que dêem conta de seus problemas.

Assim, segundo Aspis (2004)13:

“o ensino de filosofia deve ser produção de filosofia como o fazem os filósofos […]. O ensino da disciplina filosófica no pensamento leva à criação de parâmetros filosóficos para o jovem criar a si e ao mundo de forma original e autônoma”.

É justamente essa a proposta da área de investigação da filosofia propriamente dita, ou seja, a de aguçar no estudante uma devida educação para o pensar, no sentido da arte de filosofar.

Mas aqui surgem algumas questões, já levantadas, em certo sentido, por Aspis (2004): Para que ensinar filosofia para os jovens na escola? Qual a relevância do ensino da arte de filosofar para estudantes de nível médio? Se colocamos a filosofia dentro da escola, é para que cumpra uma determinada função na formação da subjetividade do jovem estudante. E que função é essa?

Primeiramente é imprescindível salientar que, de acordo com a teoria da Epistemologia Genética, de Jean Piaget (TASSINARI; GUTIERRE, 2011)14, um sujeito no período operatório formal ou também chamado de hipotético-dedutivo, apresenta a característica de constituição do sistema de esquemas de operações sobre signos que podem representar qualquer coisa. Assim, percebe-se que a característica mais marcante desse período é a capacidade de formular hipótese, raciocinar sobre proposições verbais verificadas pela constatação concreta e atual, assim, usando ou imaginando ou teorizando sobre tal hipótese em relação a outros elementos.

Segundo a teoria piagetiana, os sujeitos epistêmicos em idade escolar encontram- se justamente no período operatório formal e, no nível médio, isto é, a partir de 15 anos de idade, mesmo que esta fase já esteja terminando, ainda é possível adequar significativamente o sistema de esquemas de operações sobre signos construídos pelos estudantes, por meio do ensino da arte de filosofar. Eis o fundamento que justifica a relevância do ensino da arte de filosofar nas escolas médias, do ponto de vista epistemológico-genético:

Nesse período, o sujeito epistêmico (isto é, o estudante), adquire (e aperfeiçoa, de acordo com o ambiente educacional em que está inserido), a capacidade de deduzir as conclusões de puras hipóteses e, não somente, por meio de uma observação real. As operações formais fornecem ao pensamento do sujeito epistêmico o poder de destacá-lo e libertá-lo do real, ao permitir-lhe construir, a seu modo, as reflexões e teorias, e possibilitar-lhe a livre atividade da reflexão espontânea e autêntica. (SAYÃO, s.d.)15.

Depois, do ponto de vista do objetivo geral da Educação Nacional, de acordo com a LDB 9.394/96, parece ser necessário uma educação que motive o educando a conquistar “pensamento autônomo”. Tal pensamento pode ser definido, de acordo com Aspis (2004, p. 309), como:

O (pensamento) que conhece suas razões, que escolhe seus critérios, que é responsável, consciente de seus procedimentos e conseqüências e aberto a se corrigir. Pensamento criativo, capaz de rir de si mesmo, buscador de compreensão, sempre atento ao seu tamanho justo. Esse pensamento não se permite obediência à regra inquestionável do consumo automático, infundado e sem fim. Esse pensamento não se permite o preconceito, não se permite coisificar. É, de alguma forma, uma ferramenta de libertar-se, libertação no sentido nietzscheano, libertar-se das opiniões, das obrigações, da preguiça e do medo.

O pensamento autônomo definido acima por Aspis (2004) parece ser a grande meta de qualquer educador que se preze, em especial no que se refere ao professor de Filosofia, pois os elementos peculiares do pensamento autônomo, tais como: conhecimento de si, valores incutidos, responsabilidade, honestidade intelectual, criatividade, liberdade no sentido filosófico etc., são requisitos necessários para o bom desenvolvimento integral dos jovens estudantes.

Assim, afirmamos que o ensino de filosofia propriamente dita pode desenvolver tal pensamento, auxiliando a Educação em sua função social.

2.1. O método de ensino da filosofia propriamente dita como o mais adequado para o Ensino Médio

O método de ensino da arte de filosofar ou da filosofia propriamente dita se torna de suma importância para a formação intelectual do jovem estudante de nível médio, a partir do momento em que ele serve de estímulo para a investigação do significado da realidade por parte do aprendiz. Afinal, a Filosofia se caracteriza, sobretudo, por sua compreensão global em relação ao mundo circundante, como uma espécie de visão ampla acerca dos fatos cotidianos.

Eis porque tal método se apresenta como o mais apropriado na aplicação do ensino de filosofia nas escolas médias, longe de se pretender formar filósofos já neste nível de ensino, mas com o principal objetivo de se cooperar com o desenvolvimento cognitivo dos adolescentes e jovens, dando-lhes oportunidade de um crescimento considerável no que diz respeito à autonomia de pensamento, de forma coerente e lógica.

Assim, dentre os três diferentes tipos de ensino e pesquisa dos estudiosos de Filosofia, isto é, a história da filosofia, o comentário de obras filosóficas e a filosofia propriamente dita, para o Ensino Médio, este último método parece ser o mais adequado, pois considerando que a Filosofia, caracterizando-se, sobretudo, pelo estímulo e dedicação ao ato de pensamento e de reflexão crítica, favorece sensivelmente a formação da criatividade do estudante que desenvolve na sua vida um vínculo entre ação e consciência filosófica de mundo. Afinal, a arte de filosofar, como é denominada a filosofia propriamente dita, pretende auxiliar o ser humano a aprimorar suas faculdades intelectuais, livrando a sua ordem de pensamento das meras opiniões do senso comum, repetição irrefletida dos discursos através da inércia do hábito, dentre outras possibilidades similares de problemas que exterminam paulatinamente a cultura autêntica.

Porém, é importante salientar também que de acordo com Cerletti (2004) 16, o problema do ensino de Filosofia não é um problema simplesmente pedagógico, mas acima de tudo, uma questão filosófica: “Nesse sentido, a questão de ensinar filosofia começa a ser vista como um problema propriamente filosófico – e também político – e não como uma questão exclusivamente pedagógica”. Assim, percebe-se que não basta o conhecimento de uma didática geral e de conteúdos filosóficos para ensinar Filosofia, esta é uma tarefa que vai além do conhecimento de metodologias e técnicas de ensino, através das quais o professor deveria apenas reproduzir o conteúdo.

Isso porque atualmente, o maior desafio da educação, mais do que em qualquer época, é o diálogo e o desenvolvimento da capacidade argumentativa. Ahlert (2007)17 nos apresenta a grande urgência da escola em trabalhar para que a educação para o pensar aconteça: “A escola tem como maior desafio o ensinar a pensar, porque o mundo somente vai mudar se os nossos pensamentos mudarem[…].”

O “ensinar a pensar” que se refere o autor supracitado, parece ter o mesmo sentido que o ensino da arte de filosofar, método próprio da filosofia propriamente dita.

Marcondes (2008)18 caracteriza o método da arte de filosofar como principalmente uma busca e não concebido como saber pronto e acabado:

(A Filosofia propriamente dita) como saber que se faz pela busca, que resulta da busca, de uma atitude indagadora e não da posse da verdade e do conhecimento. O buscar nos transforma, faz-nos mudar de atitude em relação ao que sempre fomos, revela nossas insatisfações, nos impulsiona a atingir uma nova visão das coisas. Talvez a busca seja interminável, mas nela está o que nos torna filósofos.

No sentido do trecho apresentado acima, percebemos que não podemos ensinar a filosofia (a partir da concepção da história da filosofia e do comentário de obras filosóficas), já que não se trata de algo pronto e acabado, de um conteúdo informativo, que pode ser transmitido e reproduzido. Mas podemos ensinar a arte de filosofar no sentido de motivar ou impulsionar para a busca.

Tal autor defende que a concepção do ensino do filosofar não necessariamente deve ser aplicado nos cursos universitários de Filosofia, mas é o mais adequado para os cursos médios, com jovens e adolescentes.

Navia (2008)19, ao escrever seu artigo com o título Ensino médio de filosofia nas presentes condições culturais e sociais de nossos países, defende que o ensino da arte de filosofar no nível médio, a partir da abordagem dos “grandes temas do nosso tempo”, na verdade, é “uma esfera insubstituível na estruturação de uma atitude de abertura mental, de análise, de fundamentação e de exigência de fundamentação”, que são importantíssimas para a participação responsável e livre em uma sociedade democrática.

Vejamos o texto original:

[…] o ensino da filosofia (propriamente dita) atua como uma instância de coesão, explicitadora e reforçadora dessas capacidades. Animaria- me dizer que: sem filosofia, algo importante faltaria na formação de um cidadão livre em uma democracia moderna, que não o quer ser apenas de modo formal […].

As capacidades sobre as quais Navia (2008) salienta a respeito no trecho acima são justamente a esfera insubstituível já supracitada, ou seja, atitude de abertura mental, de análise, de fundamentação e de exigência de fundamentação.

O que é bastante diferente dos outros dois tipos de atividade filosófica, ou seja, a história da filosofia e o comentário de obras filosóficas. Estes métodos não necessariamente ensinam o aprendiz a filosofar de fato, mas a princípio, apenas os

colocam em contato com obras e idéias de pensadores que ao longo da história refletiram acerca de inúmeros problemas os quais se apresentam até hoje, porém, se não houver as características de autonomia e criticidade, próprias de quem já desenvolveu habilidades da arte de filosofar, os jovens e adolescentes não conseguirão assimilá-los e refleti-los de forma correta, apenas adquiriram informações e conteúdos. A argumentação de Bittencourt (2009, p. 3, grifo nosso) é bastante pertinente na defesa do método da filosofia propriamente dita no Ensino Médio:

(A atividade da arte de filosofar) encoraja o indivíduo a pronunciar publicamente aquilo que ele pensa ou sente, possibilitando o aprimoramento deste discurso […]. Trata-se, portanto, de um exercício extremamente necessário para que o indivíduo venha a compreender os valores de sua singularidade pessoal, afirmando a sua potencialidade criativa de modo independente […].

A independência criativa em relação ao jovem estudante, a que se refere Bittencourt (2009) acima, se apresenta como um elemento essencial como primeiro sinal de desenvolvimento cognitivo por parte do aprendiz. Isso porque este naturalmente possui potencialidades pessoais as quais são predisposições para a autonomia intelectual, mas que precisam ser trabalhadas, e o método da arte de filosofar pode auxiliar diretamente em tal desenvolvimento com seus elementos peculiares já apresentados anteriormente.

De acordo com Bittencourt (2009)20, quando se discutia a pertinência do ensino de Filosofia para os jovens de Ensino Médio, infelizmente alguns filósofos acadêmicos conservadores demonstravam pouca preocupação com essa questão, “uma indiferença indigna da própria condição de filósofo”, como diz o autor, talvez por preferirem manter dedicação exclusiva aos interesses do Ensino Superior, tanto no nível da graduação como da pós-graduação.

Geralmente, quando tais filósofos se pronunciavam publicamente acerca do ensino de Filosofia para os jovens e adolescentes, pareciam demonstrar um posicionamento contrário, considerando inclusive que os adolescentes ainda não possuem maturidade intelectual para a assimilação e reflexão de temas filosóficos.

Uma opinião desse nível deve ser considerada como um grande absurdo, pois denota uma série de problemas que somente prejudicam a própria presença da Filosofia na vida cotidiana da sociedade.

Enfim, tal posicionamento descrito acima é realmente lamentável,

“pois trata-se de um tipo de pensamento (a atividade filosófica como arte de filosofar) que favorece a formação do senso crítico, a apuração do gosto estético, o desenvolvimento da consciência do indivíduo como ser social, pois a arte de filosofar não é um alheamento do mundo, mas a possibilidade de intervenção e de ação efetiva no próprio mundo” (cf. BITTENCOURT, 2009, p. 5).

3. Proposta de ação: soluções para a aplicabilidade da arte de filosofar no Ensino Médio

Para início de reflexão acerca da proposta de ação, é importante afirmar que dentro da idéia do filosofar está a construção do estudante, criativamente por ele mesmo e também pelo professor, como mediador entre o filosofar e o aluno.

Sendo assim, a questão21 que se coloca agora é: “De que maneira teria lugar o aprendizado da atividade do filosofar?”

Arriscando a responder de antemão, tendo em vista a relevância da atividade da arte de filosofar, dizemos que é da mesma forma como os filósofos o fazem!

Como diz Aspis (2004, p. 309):

As inquietações dos jovens pela busca de compreensão, de significado e valor da realidade são genuínas e precisam de respeito para serem de alguma forma apaziguadas pelas respostas complexas encontradas, por mais provisórias que sejam.

Com isso, percebe-se que tudo deve partir das questões dos estudantes. Assim, parece não haver razão para se pensar em ensino de filosofia propriamente dita se não for da filosofia viva e vivificante que pode ser construída a partir das aflições humanas, do estranhamento e incômodo com a ordem vigente da vida como ela se apresenta.

Como diz, ainda, Arruda (2010, p. 2)22:

O sentimento de perplexidade, de espanto, sempre foi e continua sendo a origem da episteme (e em particular da Filosofia). Esse é o sentimento de se surpreender, de se admirar, com o fato de as coisas serem como são, ou ocorrem como ocorrem, e de se perguntar por que será que elas são assim, e não de outro modo, e ocorrem do modo como ocorrem e não de outro.

Dessa forma, a filosofia surge como  tentativa de elaboração de saídas para problemas concretos, por meio da criação de seus conceitos.

As aulas de filosofia em salas de Ensino Médio, como ensino da arte de filosofar, devem ter como objetivo oferecer critérios filosóficos para os estudantes julgarem a realidade através da prática do questionamento filosófico e da construção de conceitos, através do exercício da reflexão crítica e da criatividade e avaliação filosóficas. Diríamos aqui, em termos técnico-filosóficos, “the philosophical way of thinking”23.

Assim, além dos critérios e do modo de pensar da indústria, do consumismo ou da mídia, além dos critérios e do modo de pensar da tradição e da ciência, o estudante passará a dispor dos critérios e do modo de pensar próprios da filosofia para compor seu pensamento de forma autônoma, autoconsciente e, portanto, como diz Aspis (2004), “metacognitivo”.

Realizando uma análise mais profunda acerca da principal questão colocada, pode-se dizer que o principal ponto reside no campo da disposição, isto é, o professor de filosofia no Ensino Médio precisa saber ministrar tal disciplina propriamente dita, colocando e mantendo no centro das atenções o interesse pelos temas, pelas questões. Assim, segundo Arruda (2010), o espetáculo central será o do “levantamento de questões temáticas, de clarificação delas, e de discussão das respostas que foram, ou podem ser, dadas a elas”24.

Tal proposta tem como base cursos temáticos de filosofia para alunos de nível médio, nos quais figuras históricas e doutrinas vão entrar de um modo essencial, mas somente na medida em que contribuem para a reflexão sobre essas questões. Aqui, portanto, há uma íntima ligação entre a filosofia e o cotidiano dos jovens estudantes.

A relevância do ensino da arte de filosofar baseado na discussão de temas no centro das aulas, não está somente nos cursos de graduação em Filosofia, mas também nas escolas médias, as quais são responsáveis, principalmente, pela formação consistente da capacidade cognitiva dos jovens, parte dos quais ingressará no Ensino Superior e a outra parte, provavelmente, ingressará diretamente no mercado de trabalho, com ou sem qualidade.

Sendo assim, somos levados a afirmar que o professor, o qual se supõe ser alguém que conhece a arte de filosofar, tem de ser, ao mesmo tempo, um mestre na arte de ensinar a filosofar. Mas de que maneira?

Aqui surge outro ponto intimamente ligado à disposição e ao interesse pelos temas, pois na verdade, faz com que tais temas sejam interessantes, isto é, a discussão vista como primeira dimensão da arte do filosofar. Tal conceito é trabalhado por Arruda (2010) e se define como “a busca de procedimentos para clarificar os termos em que o problema é colocado, e de caminhos para compreender em profundidade as respostas, inclusive as respostas conflitantes entre si, e avaliar-lhe os méritos e deméritos relativos”25.

O professor deve, portanto, propor temas para a discussão, de preferência temas clássicos ou, como diz Arruda (2010), “semi-clássicos”, porque aí fica mais fácil encontrar um conjunto de textos do passado e contemporâneos sobre tais temas em questão.

De acordo com o mesmo autor, sem um tema e um conjunto de textos apropriados, não há como proceder para tentar ensinar a filosofar. É preciso, assim, fazer com que os estudantes tenham contato próximo e tangível com a problemática própria de determinadas questões propostas pelo professor. Trazendo a noção de problema, de tema para o centro da aula, isto é, “o coração da filosofia”, faz com que os estudantes vivenciem tal problema em seu caráter interessante, relevante, palpitante.

A esse respeito, Girotti (2011, p. 112-113)26 também tece alguns comentários consideráveis:

[…] o professor em sua prática no ensino da filosofia, como um aspecto da vida não-cotidiana, deve levar em consideração o cotidiano do aluno como ponto de partida engendrando debates que conduzam à elucidação da questão, debates que possam desembocar em conteúdos filosóficos e histórico-filosóficos. Ao mesmo tempo em que o professor acata a experiência vivida pelo aluno, ele consegue abarcar esse conteúdo e relacioná-lo com aquilo que pretende ensinar no âmbito do conhecimento filosófico […].

Aí está, a partir da argumentação de Girotti (2011), o fundamento pelo qual o professor de filosofia deve propor discussões a partir de temas que também estejam presentes no cotidiano dos estudantes, temas estes que podem ser alvo de reflexão a partir do modo de pensar filosoficamente, trazendo, nas palavras do autor supracitado e de Agnes Heller (2000)27, o cotidiano para o não-cotidiano, isto é, ao filosófico.

Somente assim há a possibilidade de auxiliar os estudantes de Ensino Médio a desenvolver o intelecto na reflexão pessoal sobre temas, e poder ter a possibilidade de contribuir para o debate filosófico contemporâneo.

Fazendo assim, o ensino da filosofia propriamente dita nas escolas médias contribuirá para que os estudantes, futuros cidadãos, não se deixem dominar pela inércia do hábito, o qual pode bloquear a emergência do sentimento de perplexidade, pois nos faz agir mecanicamente, inclusive em nossa conduta intelectual.

Também tal ensino provoca nos estudantes a denominada coragem e honestidade intelectual, que gera o sentimento de perplexidade, origem da Filosofia. A coragem e honestidade intelectual podem ser definidas como a predisposição para enfrentar uma realidade adversa ou perigosa, de qualquer natureza que ela seja, em vez de fugir dela, o que é de bastante relevância na formação de sujeitos plenos, autênticos e autônomos.

Enfim, o ensino da arte de filosofar provoca a predisposição para se livrar de preconceitos e estereótipos nos estudantes de nível médio, os quais são oferecidos pelo sistema econômico vigente, pois preconceitos, definidos como ideias e respostas prontas, não colaboram com a formação de consciência crítica dos indivíduos. E estereótipos, definidos como uma ideia pré-formada, mas no sentido de um retrato distorcido e exagerado de algo, também não colaboram com a formação de indivíduos críticos e autônomos, autênticos cidadãos, corresponsáveis pela construção de uma sociedade mais justa e fraterna.

4. Considerações Finais

Através das páginas que antecederam procuramos transmitir ao leitor uma forma de ensinar a Filosofia na Educação Básica, principalmente no nível médio.

Essencial em nosso trabalho é a afirmação de que o método da filosofia propriamente dita é o mais adequado para o Ensino Médio. Trata-se de um dos três tipos de ensino e pesquisa dos estudiosos da Filosofia, dentre os quais se destaca por oferecer possibilidades de desenvolvimento intelectual para os jovens e adolescentes estudantes de escolas secundárias. Este é o tipo de atividade filosófica que visa o estudo daquilo que os filósofos fazem e produzem, isto é, sua atividade e o conteúdo que é o produto dela.

Com a inclusão obrigatória da Filosofia nos currículos oficiais de todos os Estados brasileiros, através da Lei nº. 11.684/08 e conseqüente alteração da redação na LDB 9.394/96, o dito implica, em âmbito programático, o ensinamento para estudantes de Ensino Médio da atividade de se levantar questões, discuti-las e buscar respostas. Como já foi dito anteriormente, tal atividade é denominada de atividade “do filosofar”, ou ainda, o ensino da “arte de filosofar”.

Assim, o ensino de Filosofia para estudantes de nível médio se justifica se este for o ensino de criação de conceitos que dêem conta de seus problemas.

Considerando que o método da arte de filosofar é um tipo de pensamento que favorece a formação do senso crítico, a apuração do gosto estético e o desenvolvimento da consciência do indivíduo como ser social, então, conclui-se que a arte de filosofar não é um alheamento do mundo, mas a possibilidade de intervenção e de ação efetiva no próprio mundo, o que é bastante pertinente para o desenvolvimento integral de estudantes de escolas médias.

Portanto, as possíveis soluções para a aplicabilidade da arte de filosofar no Ensino Médio fundamentam-se especificamente em questões a partir das inquietações dos estudantes. As aulas de Filosofia devem, assim, ter como objetivo oferecer critérios filosóficos para os estudantes julgarem a realidade através da prática do questionamento filosófico e da construção de conceitos, através do exercício da reflexão crítica e da criatividade e avaliação filosófica.

Elementos essenciais para que aconteça de fato o ensino da arte de filosofar são: a disposição e o interesse, ou seja, o professor de filosofia no Ensino Médio precisa saber ministrar suas aulas, colocando e mantendo no centro das atenções o interesse pelos temas, pelas questões. Dessa forma, a principal meta é colocar em evidência o levantamento de questões temáticas, de clarificação delas, e de discussão das respostas que foram, ou podem ser, dadas a elas.

Tal proposta baseia-se em cursos temáticos de filosofia no Ensino Médio, nos quais a história da filosofia com seus textos filosóficos entrarão de modo essencial, porém, somente na medida em que contribuem para a reflexão sobre as questões levantadas em sala de aula.

Assim, sem um tema e um conjunto de textos apropriados, não há como proceder para tentar ensinar filosofia.

Finalmente, a consequência da aplicação do método em discussão se dá justamente em: coragem e honestidade intelectual, que gera o sentimento de perplexidade, origem da Filosofia e do Conhecimento em geral; e predisposição para se livrar de preconceitos e estereótipos em relação ao indivíduo que se propõe a filosofar, no caso, estudantes de nível médio. Terminamos aprendendo que a arte de filosofar é um exercício extremamente necessário no que diz respeito ao processo de ensino- aprendizagem dos jovens e adolescentes de nível médio, afim de que tais estudantes possam aprimorar suas faculdades intelectuais, livrando a sua ordem de pensamento das meras opiniões do senso comum, repetição irrefletida dos discursos através da inércia do hábito, dentre outras possibilidades similares de problemas que exterminam aos poucos a cultura autêntica.

Referências

AHLERT, A. Reflexões éticas e filosóficas sobre a educação. Revista Iberoamericana de Educación, n. 42/6, p. 1-8, may. 2007. Disponível em: http://www.rieoei.org/jano/1950Ahlert.pedf. Acesso em: 10 de set. 2011.

ARAUJO, J. C. S. A educação brasileira no século XXI: perspectivas e possibilidades. Revista Profissão Docente, Uberaba, v. 9, n. 20, 2009. Disponível em: http://www.uniube.br/propepe/mestrado/revista/vol09/palestra_encontro.pdf. Acesso em: 10 de set. 2011.

ARRUDA, A. T. M. A Filosofia: sua natureza, seus Problemas, seu Método. Material da disciplina de Filosofia Geral e Problemas Metafísicos. Programa de Pós-Graduação para Docentes em Filosofia. Marília: UNESP/REDEFOR, 2010. Disponível em: http://www.edutec.unesp.br/ava. Acesso em: 23 out. 2010.

ASPIS, R. L. O professor de filosofia: o ensino de filosofia no ensino médio como experiência filosófica. Cadernos Cedes. Campinas, v. 24. n. 64, p. 305-320, set.dez. 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v24n64/22832.pdf. Acesso em: 11 set. 2011.

BITTENCOURT, R. N. O ensino de Filosofia como despertar do espírito de criatividade. Revista Sul-Americana de Filosofia e Educação. Rio de Janeiro: UFRJ, 2009. Disponível em: http://bib.praxis,ufsc.br:8080/xmlui/hadle/praxis/22. Acesso em: 18 set. 2011.

BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Lei nº. 9.394/96. Brasília: MEC, 20 de dezembro de 1996. Disponível em: http://www.portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/lein9394.pdf. Acesso em: 10 set. 2011.

BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional da Educação. Parecer CNE/CEB nº. 38/2006 de 07 de julho de 2006. Inclusão obrigatória das disciplinas de Filosofia e Sociologia no currículo do Ensino Médio. Brasília. Agosto de 2006. Disponível em: http//:www.filoeduc.org/gt/pceb038_06.pdf. Acesso em: 10 set. 2011.

DOMINGUES, I. Desafios da filosofia no século XXI: ciência e sabedoria. Kriterion, Belo  Horizonte,       n.              113,                 p.      9-25,     jun.   2006.      Disponível           em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100- 512X2006000100001&script=sci_arttext#back. Acesso em: 10 de set. 2011.

DUTRA, J. da C.; DEL PINO, M. A. B. Resgate histórico do ensino de filosofia nas escolas brasileiras: do século XVI ao século XXI. InterMeio: revista do Programa de Pós-Graduação em Educação, Campo Grande, v. 16, n. 31, p. 85-93, jan-jul. 2010. Disponível em: http://www.intermeio.ufms.br/resvistas/31/31%20Artigo_05.pdf. Acesso em: 10 de set. 2011.

FÁVERO, A. A.; CEPPAS, F.; GONTIJO, P. E.; GALLO, S.; KOHAN, W. O. O
Ensaio da Filosofia no Brasil: um mapa das condições atuais. Cadernos Cedes.
Campinas,     v.     24,     n.     64,     p.     257-284,     set./dez.     2004.     Disponível     em:
http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v24n64/22830.pdf. Acesso em: 18 set. 2011.

GIROTTI, M. T. A filosofia e o cotidiano: o professor como mediador entre o indivíduo particular e o humano-genérico. Trilhas pedagógicas, Pirassununga, v. 1, n. 1, p. 108- 121, ago. 2011. Disponível em: http://www.fatece.edu.br/revista/trilhas_pedagogicas/pdf/Marcio%20Tadeu%20Girotti. pdf. Acesso em: 12 de set. 2011.

GONÇALVES, R. A. A Filosofia e seu ensino no nível médio: que paradigmas seguir. Santa Maria – RS: UNIFRA, s.d. Disponível em: http://www.unifra.br/thaumazein/edicao1/artigos/a%20Filosofia.pdf. Acesso em: 11 set. 2011.

MARCONDES, D. É possível ensinar a filosofia? E, se possível, como? In: KOHAN, W. O. (org.). Filosofia: Caminhos para seu Ensino. Rio de Janeiro: Lamparina, 2008, p. 54-68.

NAVIA, R. Ensino médio de filosofia nas presentes condições culturais e sociais de nossos países. In: In: KOHAN, W. O. (org.). Filosofia: Caminhos para seu Ensino. Rio de Janeiro: Lamparina, 2008, p. 69-84.

PORTA, M. A. G. A Filosofia e seus problemas. São Paulo: Loyola. 2002.

SAYÃO, R. Psicologia Educacional: Desenvolvimento Cognitivo – Operatório Formal, s.d. Disponível em: http://www.psicologiaeducacional.org/psicologia/index.php. Acesso em: 23 ago. 2011.

SCHENINI, F. Filosofia e Sociologia no ensino médio. 20 fev. 2009. In: BRASIL. Ministério da Educação. Brasília: MEC.

SILVA, V. P. da. Cotidiano e filosofia no Ensino Médio: mediações. Disponível em: http://www.anped.org.br.reunioes/28/textos/gt1713117int.rtf. Acesso em: 12 set. 2011.

TASSINARI, R. P.; GUTIERRE, J. H. B. A Epistemologia Genética. Material da disciplina de Lógica e Filosofia da Ciência. Programa de Pós-Graduação para Docentes em Filosofia. Marília: UNESP/REDEFOR, 2011. Disponível em: http://www.edutec.unesp.br/ava. Acesso em: 28 ago. 2011.


12004 apud. CERLETTI GONÇALVES, s.d., p. 1.
²Parecer nº. 38/2006, homologado em 11 de Agosto de 2006, sobre a obrigatoriedade da Filosofia e da Sociologia nas escolas médias do Brasil.
³cf. ARRUDA, A. T. M. A Filosofia: sua Natureza, seus Problemas, seu Método. Material da disciplina de Filosofia Geral e Problemas Metafísicos. Programa de Pós-Graduação para Docentes em Filosofia. Marília: UNESP/REDEFOR, 2010.
⁴cf. BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Lei n° 9.394/96. Brasília: MEC, 20 dez. 1996.
⁵cf. ARRUDA, A. T. M. A Filosofia: sua Natureza, seus Problemas, seu Método. Material da disciplina de Filosofia Geral e Problemas Metafísicos. Programa de Pós-Graduação para Docentes em Filosofia. Marília: UNESP/REDEFOR, 2010. p. 3.
⁶cf. PORTA, M. A. G. A Filosofia a partir de seus problemas. São Paulo: Loyola, 2002 (Coleção leituras filosóficas). p. 107-127.
⁷cf. ARRUDA, A. T. M. A Filosofia: sua Natureza, seus Problemas, seu Método. Material da disciplina de Filosofia Geral e problemas metafísicos. Programa de Pós-Graduação para Docentes em Filosofia. Marília: UNESP/REDEFOR, 2010. p. 1.
⁸cf. PORTA, M. A. G. A Filosofia a partir de seus problemas. São Paulo: Loyola, 2002. (Coleção leituras filosóficas). p. 54-55.
⁹cf. ARRUDA, A. T. M. A Filosofia: sua Natureza, seus Problemas, seu Método. Material da disciplina de Filosofia Geral e Problemas Metafísicos. Programa de Pós-Graduação para Docentes em Filosofia. Marília: UNESP/REDEFOR, 2010. p. 1.
10cf. DUTRA, J. C.; DEL PINO, M. A. B. Resgate histórico do ensino de filosofia nas escolas brasileiras: do século XVI ao século XXI. InterMeio: revista do Programa de Pós-Graduação em Educação, Campo Grande, v. 16, n. 31, p. 85-93, jan-jul. 2010.
11cf. FÁVERO, A. A. O Ensino da Filosofia no Brasil: um mapa das condições atuais. Cadernos Cedes. Campinas, v. 24, n. 64, p. 257-284, set./dez. 2004.
12cf. SCHENINI, F. Filosofia e Sociologia no ensino médio. 20 fev. 2009. In: BRASIL. Ministério da Educação. Brasília: MEC.
13 cf. ASPIS, R. L. O Professor de Filosofia: o ensino de Filosofia no ensino médio como experiência filosófica. Cadernos Cedes. Campinas, vol. 24. N. 64, p. 305-320, set./dez. 2004
14cf. TASSINARI, R. P.; GUTIERRE, J. H. B. A Epistemologia Genética. Material da disciplina de Lógica e Filosofia da Ciência. Programa de Pós-Graduação para Docentes em Filosofia. Marília: UNESP/REDEFOR, 2011, pp. 12-13.
15 cf. SAYÃO, R. Psicologia Educacional: O Desenvolvimento Cognitivo – Operatório Formal, s.d.
16CERLETTI, 2004 apud. GONÇALVES, s.d., p. 9.
17 cf. AHLERT, A. Reflexões éticas e filosóficas sobre a educação escolar. Revista Iberoamericana de Educación, n.42/6, p. 1-8, may. 2007.
18 cf. MARCONDES, D. É possível ensinar a filosofia? E, se possível, como? In: KOHAN, W. O. (org.). Filosofia: Caminhos para seu Ensino. Rio de Janeiro: Lamparina, 2008, p. 54-68.
19 NAVIA, R. Ensino médio de filosofia nas presentes condições culturais e sociais de nossos países. In: In: KOHAN, W. O. (org.). Filosofia: Caminhos para seu Ensino. Rio de Janeiro: Lamparina, 2008, p. 69- 84.
20 cf. BITTENCOURT, R. N. O ensino de Filosofia como despertar do espírito de criatividade. Rio de Janeiro: UFRJ, 2009. p. 3.
21 Já levantada por Arruda (2010, p. 4), in A Filosofia: sua Natureza, seus Problemas, seu Método: A Filosofia e a Perplexidade. Material da disciplina de Filosofia Geral e Problemas Metafísicos. Programa de Pós-Graduação para Docentes em Filosofia. Marília: UNESP/REDEFOR, 2010.
22 cf. A Filosofia: sua Natureza, seus Problemas, seu Método: A Filosofia e a Perplexidade. Material da disciplina de Filosofia Geral e Problemas Metafísicos. Programa de Pós-Graduação para Docentes em Filosofia. Marília: UNESP/REDEFOR, 2010.
23 O termo significa: “o modo filosófico de pensar”. Cf. PORTA, M. A. G. A Filosofia a partir de seus problemas. Coleção leituras filosóficas. São Paulo: Loyola, 2002. p. 41.
24 cf. Arruda, 2010, p. 4, in Três tipos de atividade filosófica.
25 cf. ARRUDA, A. T. M. A Filosofia: sua Natureza, seus Problemas, seu Método: Filosofia e Ensino da Filosofia. Material da disciplina de Filosofia Geral e Problemas Metafísicos. Programa de Pós-Graduação para Docentes em Filosofia. Marília: UNESP/REDEFOR, 2010, p. 5.
26 cf. GIROTTI, M. T. A Filosofia e o Cotidiano: o professor como mediador entre o indivíduo particular e o humano-genérico. Trilhas Pedagógicas, Pirassununga, v. 1, n. 1. p. 198-121, ago. 2011.
27 HELLER, 2000 apud. GIROTTI, 2011, p. 110.

¹Filósofo pelo CEUCLAR, Pedagogo pela UNIUBE, Teólogo pela FAJOPA, Especialista em Filosofia pela UNESP, em Educação Empreendedora pela UFSJ, em Gestão Educacional e Projetos pela Estratego e Mestrando em Educação pela UNEATLANTICO.