REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7981717
Tamires Rodrigues Toqueton1; Tainá Rodrigues Toqueton2; Ana Carolina Campos Moraes Guimarães3; Igor Parada Marangoni4; Thiago Melanias Araujo de Oliveira5; Jéssica de Vasconcelos Oliveira Viégas6; Nicole Xavier de Oliveira7; Maria Gabriella Cunha Batista8; Samira Dos Santos Ferreira de Freitas9; Joana Angélica Rodrigues Rocha10; Suely Abrantes de Araujo11; Larissa Dutra Torres12; Maria Fernanda Lopes13; Adelcio Machado dos Santos14; Raquel Benedetto15; Délio Guerra Drummond Júnior16; Lizandra Vidal Silva17; Nathalia Morais de Souza Pitaluga18; Gabriela de Melo Junqueira19; Laís Moreira de Galiza20; Michelle Loureiro Sosa Diaz21; Yasmim Victoria Loureiro Alvares de Oliveira Sosa Diaz22; Flávio Jean do Rosário23; Flávia Fumero de Souza24; Rodrigo Daniel Zanoni25.
Resumo
INTRODUÇÃO: No que tange o tratamento da obesidade, é possível levar em consideração a utilização de fármacos específicos, claro que a utilização de medicação deve estar atrelada a dieta e atividades físicas, a manipulação de medicação ajuda o obeso a atingir melhores resultados. Neste contexto tem-se a medicação de nome comercial Ozempic, originário da Semaglutida, é indicado para tratamento de diabetes mellitus tipo II e auxiliar na perda de peso. OBJETIVO: Analisar as vantagens de desvantagens do Ozempic para tratamento da obesidade. MÉTODOS: Através de uma análise sistemática foi possível fazer o levantamento de diferentes pesquisas em artigos científicos. O artigo estabeleceu critérios de inclusão, como palavras chave, língua da publicação e estar em uma das plataformas pré selecionadas (Scielo, PubMed) e também estabeleceu critérios de exclusão, como pesquisas incompletas, fora da temática pesquisada e sem métodos e resultados explícitos. RESULTADOS: O Ozempic (semaglutida) apresenta bons resultados para auxiliar perda de peso em pacientes obesos. Apesar de ser desenvolvido para tratar pacientes que possuem diabetes mellitus tipo 2, os resultados para obesidade são muito positivos. A perda de peso está diretamente condicionada à dosagem da medicação, assim como melhor ingestão energética e menor preferência por alimentos gordurosos nas escolhas dos pacientes. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A utilização do Ozempic se apresenta com resultados satisfatórios para perda de peso e tratamento da obesidade.
Palavras-chave: Ozempic; Semaglutida; Obesidade; Farmacologia.
Summary
INTRODUCTION: With regard to the treatment of obesity, it is possible to take into account the use of specific drugs, of course the use of medication must be linked to diet and physical activities, the handling of medication helps the obese to achieve better results. In this context, there is the medication with the trade name Ozempic, originating from Semaglutide, it is indicated for the treatment of type II diabetes mellitus and to help with weight loss. OBJECTIVE: To analyze the advantages and disadvantages of Ozempic for the treatment of obesity. METHODS: Through a systematic analysis, it was possible to survey different studies in scientific articles. The article established inclusion criteria, such as keywords, language of publication and being on one of the pre-selected platforms (Scielo, PubMed) and also established exclusion criteria, such as incomplete research, outside the researched theme and without explicit methods and results. RESULTS: Ozempic (semaglutide) shows good results to help weight loss in obese patients. Despite being developed to treat patients who have type 2 diabetes mellitus, the results for obesity are very positive. Weight loss is directly conditioned to medication dosage, as well as better energy intake and less preference for fatty foods in patient choices. FINAL CONSIDERATIONS: The use of Ozempic presents satisfactory results for weight loss and obesity treatment.
Keywords: Ozempic; Semaglutide; Obesity; Pharmacology.
Resumen
INTRODUCCIÓN: En cuanto al tratamiento de la obesidad, se puede tener en cuenta el uso de fármacos específicos, claro que el uso de medicamentos debe estar ligado a la dieta y la actividad física, el manejo de los medicamentos ayuda al obeso a lograr mejores resultados. En este contexto, se encuentra el medicamento de nombre comercial Ozempic, con origen en Semaglutida, indicado para el tratamiento de la diabetes mellitus tipo II y para ayudar a la pérdida de peso. OBJETIVO: Analizar las ventajas y desventajas de Ozempic para el tratamiento de la obesidad. MÉTODOS: A través de un análisis sistemático, fue posible relevar diferentes estudios en artículos científicos. El artículo estableció criterios de inclusión, como palabras clave, idioma de publicación y estar en una de las plataformas preseleccionadas (Scielo, PubMed) y también estableció criterios de exclusión, como investigación incompleta, fuera del tema investigado y sin métodos y resultados explícitos. RESULTADOS: Ozempic (semaglutida) muestra buenos resultados para ayudar a la pérdida de peso en pacientes obesos. A pesar de estar desarrollado para el tratamiento de pacientes con diabetes mellitus tipo 2, los resultados para la obesidad son muy positivos. La pérdida de peso está directamente condicionada a la dosis de medicación, así como a una mejor ingesta energética y una menor preferencia por los alimentos grasos en la elección del paciente. CONSIDERACIONES FINALES: El uso de Ozempic presenta resultados satisfactorios para el tratamiento de la pérdida de peso y la obesidad.
Palabras llave: Ozempic; semaglutida; Obesidad; Farmacología.
1. Introdução
A definição de obesidade é entendida como o acúmulo excessivo de gordura corporal (World Health Organization, 1998) e este acúmulo acarreta prejuízos nos indivíduos, dentre os quais, é possível citar: alterações metabólicas, dificuldades para respiração, dificuldades para locomoção (Anjos, 2006). Além destes fatores, indivíduos obesos podem ser considerados como grupos de riscos para determinadas enfermidades, como doenças cardiovasculares, diabetes mellitus tipo 2, e alguns tipos de câncer (Wanderley & Ferreira, 2010; Bray, 2018; Paccosi et al., 2020). É importante compreender que as consequências e a distribuição de gordura corpóreas apresenta variações entre os obesos, não sendo possível estabelecer um padrão único (Pinheiro et al., 2004).
Isso se associa a um aumento significativo de comorbidades, tais como diabetes melitus tipo 2 (DM2), hipertensão arterial sistêmica (HAS), doença cardiovascular, apneia do sono, doenças musculoesqueléticas e neoplasias. Estudos mostram que, mesmo uma perda de peso pequena de 5%-10% do peso corporal, independentemente de como for atingida, é associada com melhora do perfil de risco cardiovascular e uma menor incidência de DM2.
Nos últimos anos, a obesidade tem sido considerada uma doença metabólica e neuroendócrina que resulta da interface entre um ambiente obesogênico e uma predisposição genética intrínseca.
Para alguns autores, a obesidade é considerada uma das principais doenças da atualidade, os fatores que acometem indivíduos que são obesos interferem diretamente na qualidade de vida, enfrentamento de preconceito e alarmantes taxas de mortalidade (Faeh et al., 2011). Para o Brasil, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística indicam que em 2019, mais de 25% da população era considerada obesa, ou seja, um quarto da população, ou, um a cada quatro brasileiro é considerado obeso (Brasil, 2019).
Para proceder com o diagnóstico de obesidade é necessário, inicialmente, compreender os parâmetros utilizados pela Organização Mundial da Saúde, a qual estabelece o Índice de Massa Corporal (IMC), que é uma relação entre peso e estatura dos indivíduos. De acordo com a OMS (1998), são considerados indivíduos obesos aqueles com valor igual ou superior a 30 kg/m2 (Wanderley e Ferreira 2010). Apesar desses dados serem para todo o território nacional, há diferenças de acordo com as regiões, por exemplo, a prevalência maior de obesos está nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, consideradas as regiões com melhores índices de desenvolvimento e acesso no país, em detrimento das regiões Norte e Nordeste (Wanderley & Ferreira, 2010). Dentre os homens, a ocorrência de obesidade triplicou para o Sudeste do país.
A divisão entre norte e sul acerca da obesidade ultrapassa os limites do território brasileiro e adentra a dinâmica global. Países desenvolvidos têm maior proporção de pessoas obesas do que países em processo de desenvolvimento, e, geograficamente, os países desenvolvidos estão no hemisfério norte, a exemplo dos Estados Unidos, país no qual na década de 1990 já havia um número de obesos expressivo (Flegal et al., 1998). Em 2019, o número de obesos chegou a 43% da população americana, e o mais alarmante, o número de obesos entre 5 e 19 anos é de 20% (Trust for America ‘s Health, 2020).
Sobre os fatores que podem levar à obesidade, vários são citados, dentre os quais: disfunções neuroendócrinas, fatores genéticos, metabólicos e comportamentais, além claro, das diretrizes sociais (Ades & Kerbauy, 2002). Dentre os diversos prejuízos causados à saúde, o fator psicológico também merece atenção, de acordo com Wanderley e Ferreira (2010), as características emocionais e sociais dos obesos deve receber atenção, pois, há uma estrutura social que perpetua a existência de um corpo perfeito, e, por não se encaixarem nestas expectativas sociais, obesos acabam por desenvolver distúrbios psicológicos e o distanciamento dos centros de tratamentos e de atividades lúdicas e positivas para o enfrentamento da obesidade. O entendimento para controle da obesidade está direcionado a questões como atividades físicas, apoio social, avaliação metabólica, acompanhamento nutricional entre outros a depender da comorbidade existente (Ades & Kerbauy, 2002).
O tratamento da obesidade infere diretamente no tratamento estético, no qual há uma pressão psicológica acerca da percepção social sobre os pacientes obesos. Há um forte grau de pressão social sobre as pessoas obesas e a responsabilização por se encontrarem na forma como estão, levando ao afastamento destes pacientes de centros de apoio e muitas vezes de práticas sociais. Este distanciamento também pode levar ao afastamento do processo de tratamento, sendo necessário uma série de diferentes atores (profissionais e de entorno social) para que o paciente obeso alcance os resultados necessários para sua melhor qualidade de vida (Tarozzo et al., 2020).
Ainda sobre o tratamento da obesidade, é possível levar em consideração a utilização de fármacos específicos, claro que a utilização de medicação deve estar atrelada a dieta e atividades físicas, a manipulação de medicação ajuda o obeso a atingir melhores resultados (Gomes & Trevisan, 2021). Neste contexto tem-se a medicação de nome comercial Ozempic, originário da Semaglutida, é indicado para tratamento de diabetes mellitus tipo II e auxiliar na perda de peso. De acordo com Wilding et al (2021), a perda de peso para pacientes que utilizaram a medicação chegou a 15% do peso inicial em um período de pouco mais de um ano. Entretanto, esta medicação possui alguns efeitos colaterais. Reconhecendo a utilização do Ozempic como potencializador da perda de peso, esse artigo tem como objetivo analisar as vantagens de desvantagens do Ozempic para tratamento da obesidade.
2. Metodologia
Para alcançar o objetivo proposto, a metodologia aqui abordada é através de uma análise sistemática da literatura disponível em plataformas de publicação científica. A revisão sistemática é um método utilizado que tem como finalidade sintetizar os resultados de uma determinada pesquisa ou temática (Ercole et al., 2014). Neste processo de pesquisa foram inseridos ensaios científicos que possuem como debate desde o processo teórico e conceitual da temática, aqui sendo abordada como obesidade, até a utilização da medicação Ozempic.
O primeiro passo nesta pesquisa foi a identificação do tema para que a pesquisa acontecesse, o tema estabelecido foi: utilização do Ozempic no tratamento da obesidade (lembrando: o tema é o patamar geral para alcance do objetivo do artigo, ou seja, a temática é utilização de Ozempic para tratamento da obesidade e o objetivo é analisar as vantagens e desvantagens da utilização deste medicamento). Em seguida, estabeleceu-se os critérios de inclusão e exclusão, para inclusão: pesquisas públicas e disponíveis, para exclusão: ensaios publicados parcialmente ou não publicados. A busca da literatura ocorreu em plataformas científicas, dentre as quais: Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica (MEDLINE/PUBMED).
Após a definição das bases de acervos para pesquisa, foram definidas quais as palavras-chave que seriam utilizadas para identificação e busca de artigos científicos. As palavras-chave utilizadas foram quatro: Ozempic (1) utilizado por ser o nome comercial do fármaco Semaglutida (2), Obesidade (3) por ser necessário compreender o tratamento da obesidade e a dinâmica e características da doença, Farmacologia (4), para compreender o mecanismo de ação, efeito desejado e efeitos adversos do processo de emagrecimento com utilização de fármacos. O período selecionado para pesquisa de artigos científicos foram publicações de 2004 até 2023, totalizando 19 anos de pesquisas publicadas.
Os documentos foram categorizados considerando as diferentes características, como autor, ano da publicação e temática. A definição das informações chave dos documentos foi feita a partir da leitura individual de cada. A apresentação foi feita através de uma tabela e por fim, a interpretação dos resultados, correlacionando as informações, que será apresentado no tópico discussão deste artigo.
3. Resultados
Após pesquisas elaboradas nas plataformas PUBMED e SciELO, foram selecionados os artigos relevantes dentro da temática considerando os critérios de inclusão e exclusão. Inicialmente foram identificados 51 artigos sobre a temática em questão, foram excluídos 16 artigos fora da temática em questão, que não avaliavam a obesidade, mas sim as doenças associadas, 10 artigos foram excluídos por serem considerados incompletos e 8 artigos foram excluídos por não possuírem métodos explícitos e com resultados apresentados de forma parcial, restando assim, 17 artigos científicos.
Através do Quadro 1 é possível visualizar os autores em questão e a temática abordada por cada obra. Lembrando que, algumas obras foram necessárias para dar embasamento à temática central deste artigo, por exemplo: para entendimento sobre o tratamento da obesidade com Ozempic há a necessidade de entendimento sobre a obesidade em si e suas características e também sobre a medicação Ozempic em si, e seu processo de funcionamento. A partir desta base é possível conectar as informações e passar pelo processo de refinamento das informações e, consecutivamente, das pesquisas levantadas nesta revisão integrativa.
QUADRO 1 – Principais características de cada uma das obras escolhidas para o debate do tema em questão.
Fonte: Autores (2023).
4. Discussão
O crescimento da obesidade nas últimas décadas no Brasil e no mundo é alarmante. É visível também o aumento exponencial dos casos de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, refletindo um esforço dos médicos em tentar reverter potenciais complicações associadas à doença e ao mesmo tempo expondo a pequena gama de opções farmacológicas disponíveis para o tratamento clínico.
Ao entender que a obesidade é uma condição que pode gerar desconforto nos pacientes e também expor este grupo a diferentes riscos, busca-se cada vez mais desenvolver um mecanismo medicamentoso que possa ajudar este grupo na perda de peso, claro que, associado a melhores condições de alimentação e atividades físicas. Dentre um dos medicamentos para auxílio na obesidade tem-se o Ozempic (semaglutida), este que foi desenvolvido para tratamento de diabetes mellitus tipo 2, que possui resultados interessantes para busca de perda de peso. Os resultados apresentados nesta pesquisa afirmam que a semaglutida é eficiente na perda de peso, com resultado de perdas já nas duas primeiras semanas de tratamento, entretanto, este medicamento gera desconforto gastrointestinal nos pacientes, fator já previsto e confirmado entre os pesquisadores.
Ozempic é o nome comercial da semaglutida, esta atua no corpo estimulando a secreção de insulina das células beta- pancreáticas e reduzindo a produção de glucagon das células alfa-pancreáticas, de forma glicose-dependente para ambos, diminuindo assim a glicemia de jejum e pós-prandial (Bundell et al., 2017). Além da redução da glicose, a semaglutida promove também a perda de peso. Ou seja, o foco principal da semaglutida não está associado ao tratamento da obesidade e sim da diabetes tipo II. Entretanto, alguns pesquisadores vêm associando a utilização da semaglutida como estratégia para perda de peso em pacientes obesos (Phillips e Claments, 2022). De acordo com pesquisa de Bundell et al (2017), a semaglutida administrada uma vez por semana por 12 semanas (titulação: 0,25 mg nas primeiras 4 semanas, 0,5 mg nas próximas 4 semanas e 1,0 mg nas 4 semanas restantes) resultou em uma perda de peso de 5 kg, isto para pacientes sem diabetes e sem restrições alimentares. A redução na ingestão de energia foi observada durante e após a perda de com a utilização da semaglutida.
As drogas que são desenvolvidas para redução da obesidade nem sempre se mostram totalmente eficazes (Chistou et al., 2019). As drogas antiobesidade tem como principal objetivo a perda de peso em condições favoráveis e significativas para o paciente. De acordo com Chistou et al (2019), a utilização da semaglutida (Ozempic como nome comercial) apesar de potencializar a perda de peso, as doses utilizadas ainda não garantem a redução até a próxima aplicação do medicamento, o medicamento é aplicado semanalmente. Para garantir a perda até a próxima aplicação seriam necessárias maiores doses, logo, maiores efeitos colaterais implicariam neste processo. A semaglutida também pode ser aplicada fracionada uma vez ao dia nos pacientes, de acordo com estudos recentes, esse método parece ser mais eficaz no processo anti obesidade do que a dosagem semanal.
O tratamento com semaglutida foi descrito, de acordo com Phillips e Clements (2022), com uma menor ingestão de energia durante as refeições. Esse processo de diminuição da ingestão energética está atribuído a uma supressão de apetite. A questão da redução do apetite, de acordo com os autores, não veio acompanhada de náuseas ou aversão alimentar.
Em suas pesquisas, Chistou et al (2019) cita que o tratamento com semaglutida induziu os pacientes a sentirem menos fome e desejo de comida, assim como uma menor preferência por alimentos ricos em gordura, outra característica também foi melhores proporções alimentares e melhor controle da alimentação. Todos esses fatores são considerados positivos para pacientes com obesidade.
Agora abordando os efeitos colaterais, Chistou et al (2019) avalia que a semaglutida é geralmente bem tolerada. Os principais efeitos colaterais relatados nos pacientes de forma geral são: distúrbios do trato gastrointestinal (como náusea, vômito, diarreia, constipação e dispepsia). Os efeitos colaterais estão associados com a dosagem do medicamento, como já avaliado anteriormente, para aplicação semanal e resultados positivos na perda de peso, a dosagem semanal deve ser maior, garantindo assim sucesso até a seguinte dosagem, logo, maiores dosagens são responsáveis por maiores efeitos colaterais. Smits e Van (2021) avaliam que os efeitos colaterais são dependentes da dose e também transitórios, podendo ocorrer principalmente nas duas primeiras semanas de tratamento.
A incidência de hipoglicemia (queda nas taxas de açúcares no sangue) foi considerada como efeito que pode ocorrer raramente. Peter e Bain (2020) avaliam que a hipoglicemia pode ocorrer caso a semaglutida seja administrada com insulina ou sulfonilureias, cujo sintomas já são comuns.
Outros efeitos foram percebidos pelos pacientes, entre eles, dor de cabeça, nasofaringite (febre, congestão nasal, tosse e eventualmente sintomas gastrointestinais, como vômitos e/ou diarreia), e aumento níveis de lipase foram relatados em pacientes tratados com semaglutida. Chistou et al (2019) avalia que todos esses efeitos ocorreram em baixa proporção nos pacientes, que, de fato, os maiores problemas estão associados a questões no trato gastrointestinal. Smits e Van (2021) também relataram esses problemas nos pacientes, entretanto, afirmam que os sintomas de mal-estar vão diminuindo ao longo do tratamento.
Pacientes gestantes, lactantes, pacientes com diabetes mellitus tipo 1, em tratamento de cetoacidose diabética, pacientes com história pessoal de pancreatite, neoplasia endócrina múltipla tipa 2 ou histórico familiar de câncer de tireóide não são recomendados utilizarem a semaglutida em seus tratamentos (De Paulo et al.,2021). Para câncer na tireoide, Smits e Van (2021), afirmam que estudos em animais indicam desenvolvimento de tumores, entretanto, este fator ainda não é confirmado para humanos.
Não se sabe quanto da perda de peso inicial está associada aos efeitos colaterais gastrointestinais (náuseas, diarreia e vômitos) comuns da utilização da semaglutida em pacientes obesos (Pérez, 2021). É importante lembrar que, como qualquer novo medicamento, os efeitos colaterais ou adversos de sua utilização não permitem estabelecer certezas ou incertezas a longo prazo, este processo de investigação ocorre a partir de maiores experiências científicas.
Como já apresentado, a utilização da semaglutida é para pacientes com diabetes mellitus tipo 2, e não necessariamente para pacientes obesos. Logo, é preciso reafirmar a necessidade de maiores pesquisas para esclarecimento da eficiência ou não deste medicamento para este grupo. Considerando que o objetivo desta pesquisa foi analisar as vantagens e desvantagens do Ozempic para tratamento da obesidade, neste tópico foi possível constatar que, para perda de peso, pesquisas afirmam que há perda de peso e que está associada à dosagem necessária para os pacientes. Entretanto, fatores gastrointestinais foram considerados recorrentes nos pacientes, outros problemas são os riscos associados a este medicamento, muitos desses riscos ainda estão em processo de descoberta, devido ao pouco tempo de uso do medicamento.
5. Considerações Finais
Esta pesquisa conclui que os benefícios na utilização do Ozempic para auxiliar a perda de peso em pacientes obesos apresentam resultados positivos, entretanto, o fato de ser um medicamento novo demanda continuidade das investigações de cunho e robustez científica no acompanhamento da utilização do Ozempic. Por fim, deve-se ter em mente que, apesar de os dados apresentados trazerem grande esperança aos médicos que lidam no dia a dia com esse enorme problema, sempre pode haver divulgação de informações tendenciosas. Esses ensaios clínicos passam por rigorosas avaliações dos órgãos regulatórios, contudo, somente a prática clínica e anos de experiência com uso das medicações que vierem a ser aprovadas trarão à tona os verdadeiros benefícios e as eventuais mazelas a elas relacionadas.
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1Graduanda em Medicina pela Universidade Anhembi Morumbi
E-mail: tamirestoqueton@outlook.com
2Graduanda em Medicina pela Universidade Cidade de São Paulo (UNICID)
E-mail: tainatoqueton@hotmail.com
3Médica pela Universidade de Rio Verde, campus Rio Verde
E-mail: anacmguimaraes@hotmail.com
4Médico pela Unoeste, campus Presidente Prudente
E-mail: igorparadamarangoni@hotmail.com
5Médico pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, PUC GO
E-mail: thiagomelanias@hotmail.com
6Médica pela Universidade de Vassouras
E-mail: jessicaoviegas@yahoo.com.br
7Graduanda em Medicina pela Universidade de Rio Verde, campus Formosa
E-mail: nicolexdoliveira02@gmail.com
8Formação acadêmica: Médica pela Universidade de Rio Verde, campus Goianésia
Endereço: GO-438, km 01, Dona Fíica, 76380-000, Goianésia-GO
E-mail: maria_gabriellaa@hotmail.com
9Graduanda em Medicina pela Universidade Anhembi Morumbi
E-mail: samirafreitas2018@gmail.com
10Graduanda em Medicina pela Faculdade de Medicina Nova Esperança
E-mail: angelicarubens1428@gmail.com
11Médica pela Unitpac Araguaína
E-mail: suelyabrantes@yahoo.com.br
12Formação acadêmica: Médica pela Universidade de Vassouras
E-mail: lari_dtorres@hotmail.com
13Graduanda em Medicina pela Faculdade São Leopoldo MANDIC
E-mail: mariafernandalopes2205@gmail.com
14Doutor em Engenharia e Gestão do Conhecimento(UFSC). Pós-Doutor em Gestão do Conhecimento(UFSC). Docente, orientador e pesquisador de UNIARP-SC.
E-mail: adelciomachado@gmail.com
15Graduanda em Medicina pela Universidade de São Paulo (UNICID). Doutorado.
E-mail: benedettoraquel@yahoo.com.br
16Graduando em Medicina pela Universidade Federal do Oeste da Bahia
E-mail: dedrummond42@gmail.com
17Graduanda em Medicina pela Universidade de Rio Verde, campus Formosa
E-mail: lizvidals26@gmail.com
18Médica pelo Centro Universitário São Lucas. Pós graduação em Atendimento Domiciliar de Doenças Crônicas
E-mail: dra.nathaliapitaluga@gmail.com
19Médica graduada pela Universidade de Vassouras
E-mail: dragabrielamjunqueira@gmail.com
20Médica especialista em Oftalmologia e Medicina do Tráfego, subespecialista em Catarata
E-mail: laisgaliza@hotmail.com
21Médica pela Universidade Nilton Lins
E-mail: michelle.loureiro2009@hotmail.com
22Graduanda em Medicina pela Universidade Nilton Lins
Instituição de ensino: Universidade Nilton Lins
E-mail: vctoriaya@gmail.com
23Formação acadêmica: Graduando em Medicina da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG)
Instituição de ensino: Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG)
E-mail: flavio.jean.fj@gmail.com
24Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil
E-mail: flaviafumerosb@gmail.com
25Médico pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, PUC Campinas (1997 – 2002). Pós Graduado em Dermatologia e Pós Graduado em Cirurgia Dermatológica pelo Instituto BWS (2012-2015). Mestre em Saúde Coletiva pela Faculdade São Leopoldo Mandic Campinas (2018 – 2022).
E-mail: drzanoni@gmail.com