THE EFFECT OF TERATOGEN AGENTS IN PREGNANCY: A LITERATURE REVIEW
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7626130
Melina Even Silva da Costa1
Virlene Galdino de Freitas2
Juliane Oliveira Santos3
Jéssica Batista dos Santos4
Débora Alanna Araújo de Aquino5
José Flávio Borges Gomes6
Katia Maria Gomes Brito7
Elianara Kelly Vieira da Silva8
Katia Maria Gomes Brito9
Guilherme Caetano de Sousa10
Joel Alves de Sousa Júnior11
Ana Clara Puglia12
Rhaissa Vasconcelos Melo13
Matheus Neres Batista14
Elenice de Fatima Souza Capelario15
Jhenniffer Roberta Jorge Lucena16
Amanda Maritsa de Magalhães Oliveira17
Tamiris dos Anjos Pereira18
Katia Maria Gomes Brito19
Yara Pereira Sampaio20
Bruno Henrique de Andrade21
Mariana Carriço de Andrade22
Thiago de Sousa Farias23
Charmenes Alves Gomes24
Elianara Kelly Vieira da Silva25
Kelle Nolasco da Rocha26
Luísa Helena Silva Sucupira Meilhac27
RESUMO:
Todos aqueles agentes que já foram registrados e que provocaram danos no desenvolver do pré-natal, são considerados teratógenos. A palavra teratogenicidade vem do grego teratos, onde significa monstro e refere-se a malformações congênitas. Esta pesquisa tem como objetivo mostrar quais os efeitos das substâncias teratogênicas na gestação. Nesse contexto, os conceitos que foram expostos a agentes teratogênicos, terão consequências futuras, que acarretarão prejuízos a sua saúde, vida social e familiar. Após a visualização desses problemas surgiram questionamentos que nortearam a elaboração do presente estudo: As gestantes têm conhecimento acerca dos agentes teratogênicos? Essas gestantes recebem uma assistência adequada? Quais os efeitos dos agentes teratogênicos na gestação? Este trabalho justifica-se pelo fato de este período na vida da mulher exigir cuidados especiais, principalmente no primeiro trimestre de gestação. É relevante que o enfermeiro e os demais profissionais possam identificar precocemente aquelas gestantes que foram expostas a teratógenos e fornecer uma assistência de qualidade, assim como fornecer informação para as que não foram, tendo em vista que o enfermeiro é responsável pelo pré-natal de baixo risco é de suma importância que tenha conhecimento acerca do assunto para que possa realizar uma assistência de qualidade. Trata-se de uma revisão de literatura. Foi realizada uma busca nas bases de dados online e revistas de edição periódica de âmbito nacional publicado pela Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Como descritores foram utilizados: gravidez, teratogênicos e anormalidades congênitas, com os quais foram encontrados 142 artigos, sendo utilizados 13 artigos após a submissão aos critérios de inclusão: os artigos que estavam disponíveis na íntegra, no idioma português, que foram publicados nos anos de 1995 a 2016 e que apresentassem relação com o objetivo proposto. Os critérios de exclusão foram aqueles que eram publicados em outros idiomas, não contemplavam a temática e não estavam disponíveis gratuitamente. Feito isso foi realizado uma leitura dos referidos artigos e em seguida a construção dos dados. É importante investigar o uso de medicações, plantas medicinais e drogas durante a gestação, pois estes têm a capacidade de ultrapassar a barreira placentária. A falta de informação acerca do assunto faz com a população associe-o apenas a malformações físicas, contudo engloba desde as mais sutis até as mais severas. Os efeitos teratogênicos estão associados àquelas gestações não planejadas, que tiveram uma tentativa de aborto sem êxito, onde geralmente essas mulheres fazem o uso de plantas medicinais ou fármacos, porém sem assistência. No entanto, a maior incidência de teratogenicidade é por falta de informação acerca de quais agentes são teratógenos. Com esse estudo foi possível constatar que é necessário que a equipe de saúde em especial a da Estratégia de Saúde da Família, realizem ações de educação em saúde visando à diminuição dos casos de teratogenicidades por causas evitáveis, para que isso venha a ter uma maior probabilidade de acontecer o enfermeiro deve estabelecer uma relação de confiança e vínculo com a comunidade no geral, para que o mesmo possa identificar as gestantes que estão em risco seja ela e/ou seu conceito.
Palavras- chave: Gravidez, Teratogênicos, Anormalidades congênitas.
ABSTRACT:
All those agents that have already been registered and that caused damage in the development of prenatal care are considered teratogens. The word teratogenicity comes from the Greek teratos, where it means monster and refers to congenital malformations. This research aims to show the effects of teratogenic substances during pregnancy. In this context, the fetuses that were exposed to teratogenic agents will have future consequences, which will cause damage to their health, social and family life. After viewing these problems, questions arose that guided the elaboration of the present study: Do pregnant women have knowledge about teratogenic agents? Do these pregnant women receive adequate assistance? What are the effects of teratogenic agents in pregnancy? This work is justified by the fact that this period in a woman’s life requires special care, especially in the first trimester of pregnancy. It is relevant for nurses and other professionals to be able to early identify those pregnant women who were exposed to teratogens and provide quality care, as well as provide information for those who were not, bearing in mind that nurses are responsible for low-cost prenatal care. risk, it is extremely important that you have knowledge about the subject so that you can provide quality assistance. This is a literature review. A search was carried out in online databases and national periodicals published by the Virtual Health Library (BVS). As descriptors were used: pregnancy, teratogenic and congenital abnormalities, with which 142 articles were found, with 13 articles being used after submission to the inclusion criteria: articles that were available in full, in Portuguese, which were published in the years of 1995 to 2016 and that were related to the proposed objective. Exclusion criteria were those that were published in other languages, did not cover the theme and were not freely available. After that, a reading of the referred articles was carried out and then the construction of the data. It is important to investigate the use of medications, medicinal plants and drugs during pregnancy, as these have the ability to overcome the placental barrier. The lack of information on the subject causes the population to associate it only with physical malformations, however it ranges from the most subtle to the most severe. The teratogenic effects are associated with those unplanned pregnancies, which had an unsuccessful abortion attempt, where these women usually make use of medicinal plants or drugs, but without assistance. However, the higher incidence of teratogenicity is due to lack of information about which agents are teratogenic. With this study, it was possible to verify that it is necessary for the health team, especially that of the Family Health Strategy, to carry out health education actions aimed at reducing cases of teratogenicity due to preventable causes, so that this will have a greater probability. Before it happens, the nurse must establish a relationship of trust and bond with the community in general, so that it can identify the pregnant women who are at risk, whether she and/or her fetus.
Keywords: Pregnancy, Teratogens, Congenital abnormalities.
INTRODUÇÃO
A palavra teratogenicidade vem do grego teratos, onde significa monstro. Refere-se a malformações anatômicas macroscópicas, contudo apesar dos anos englobou tanto as anomalias mais sutis, como as que são causadas por efeitos bioquímicos, psicomotores e atraso intrauterino (GAVA et al., 2012).
Podem ser considerados agentes teratógenos aqueles que possuem natureza química, física, biológica e ambiental. A teratogenicidade causada pelos mesmos pode afetar tanto a mãe como o feto. (Embiruçui et al., 2005 apud RODRIGUES et al., 2011)
Na gestação o desenvolvimento emocional da mulher é considerado como uma fase de transição, tanto que as mudanças corporais e metabólicas geram reações adaptativas na mãe e no feto. O desenvolvimento embrionário depende de inúmeros fatores, a exemplo temos: fatores externos e influência genética. Sabe-se que os teratógenos provocam alterações embrionárias, sendo assim essas gestantes deverão ser assistidas rotineiramente pelos profissionais de saúde (PINHEIRO et al., 2013).
O uso de medicações durante o período gestacional é primordial para a investigação, porquanto os mesmos têm a capacidade de causar danos consideráveis tais como: ultrapassar a barreira placentária, alterações físicas e neurológicas, assim como interferir no processo de fecundação e nidação. Ressalta-se que o primeiro trimestre da gestação é o momento de maior risco a exposição desde agentes teratogênicos, porquanto está ocorrendo à fase mais delicada que é a organogênese, aumentando o risco para teratogenicidade (RODRIGUES; TERRENGUI, 2006).
Dentre os medicamentos de uso corriqueiro da população que na maioria das vezes fazem a automedicação, desconhecem que muitos podem ter ações adversas graves, principalmente quando estão em situação de vulnerabilidade que é o período gestacional, que vão causar danos ao feto, são eles: agentes alquilantes, antimetabólitos e antineoplásicos, anticonvulsivantes, anticoagulantes cumarínicos, anti-inflamatórios inibidores da prostaglandinas sintetase, inibidores da enzima conversora da angiotensina, carbonato de lítio, inibidores seletivos da recaptação da serotonina, misoprostol, retinóides sistêmicos, tionamidas e a talidomida (FREITAS. F et al., 2011).
O uso de plantas medicinais é considerado frequente desde os primórdios da nossa geração. Sendo que elas podem ser usadas com a intenção abortiva, por fatores socioeconômicos, ou simplesmente para o alívio de sinais e sintomas comuns na gestação. Alguns dos produtos de origem vegetal teratogênicos são: arnica, Artemísia, boldo do Chile, falso boldo, ginseng brasileiro, hortelã, ipê roxo ou quina verdadeira, vidreira, cabacinha ou buchinha e gengibre (RODRIGUES et al., 2011).
O etilismo, tabagismo e outras drogas possuem um alto teor de consumo por mulheres em idade reprodutiva que dependendo da quantidade de consumo, afetam significativamente a vida intrauterina do concepto causando teratogenicidade (RAMOS; OLIVEIRA; CARDOSO, 2008).
Nesse contexto, os conceitos das gestantes que sofreram o efeito dos agentes teratogênicos, terão repercussões na sua vida futura, consequentemente acarretando prejuízos a sua saúde, vida social e familiar. Através da visualização desse problema surgiram questionamentos que nortearam a elaboração do presente estudo: As gestantes têm conhecimento acerca dos agentes teratogênicos? Essas gestantes recebem uma assistência adequada? Quais os efeitos dos agentes teratogênicos na gestação?
O interesse pela temática justifica-se pelo fato de este período na vida da mulher exigir cuidados especiais, principalmente no primeiro trimestre de gestação.
Esse trabalho é relevante para que os acadêmicos de enfermagem e os demais profissionais da saúde possam ter um maior conhecimento acerca dos teratógenos, possibilitando-os uma assistência de qualidade durante o pré-natal as mulheres que foram expostas a agentes teratógenos quanto as que não foram, para que adquiram um maior conhecimento acerca do assunto.
A pesquisa tem como objetivo mostrar quais os efeitos das substâncias teratogênicas na gestação.
MÉTODOS
Trata-se de uma revisão bibliográfica. No primeiro momento procedeu-se uma busca na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Scientific Electronic Library Online(Scielo), Sistema de Informação sobre Agentes Teratogênicos (SIAT), Associação Brasileira de Portadores da Síndrome da Talidomida (ABPST), Revista de Enfermagem Universidade de Santo Amaro (UNISA), Revista de Ciência & Saúde Coletiva, Revista de Medicina em Saúde de Brasília. Os descritores utilizados foram: gravidez, teratogênicos e anormalidades congênitas, com os quais foram encontrados 142.
Utilizou-se como critérios de inclusão: os artigos que estavam disponíveis na íntegra, no idioma português, que foram publicados nos anos de 1995 a 2016. Excluíram-se os artigos que eram repetidos, pagos e não contemplavam a temática. Posteriormente, após uma análise e leitura dos referidos artigos restaram 13 artigos para consolidação do estudo. O estudo aconteceu entre os meses de março e abril de 2016.
DISCUSSÃO
O conceito de teratogenicidade pode ser definido por diferentes pontos: todos aqueles agentes que já foram registrados e que provocaram danos no desenvolver do pré-natal, aqueles que já foram apontados em estudos epidemiológicos e que estejam associadas a defeitos congênitos (PINHEIRO et al., 2013).
As malformações congênitas podem ser resultados de agentes teratógenos, causas genéticas ou os dois de forma concomitante, todavia as substâncias de natureza teratogênica em maior parte são responsáveis por estas anomalias. A falta de informação faz com que muitas gestantes não saibam os danos que tal substância possa causar a si mesma e ao seu conceito (PINHEIRO et al., 2013).
Na reprodução humana a ação de um teratogênico pode ter várias causas que podem levar a aborto, malformações, deficiência mental ou retardo do crescimento intrauterino, assim depende de fatores, entre eles: O estágio do desenvolvimento do concepto, relação dose-efeito, genótipo materno fetal e mecanismo patogênico específico de cada agente, culminando em defeitos congênitos, que acarretam sucessivas consequências na vida do feto e da mãe (TORALLES et al., 2009).
A falta de conhecimento sobre o que são teratógenos e os seus efeitos, faz com que a população acredite que os mesmos só tem efeito na estrutura física da criança, todavia, os efeitos teratogênicos são funcionais e comportamentais, não existindo idade fixa para que estes se apresentem, podendo ser chamados de anomalias congênitas, isso acontece com mais frequência em gestações equivocadas e sem planejamento (RODRIGUES; TERRENGUI, 2006).
Anomalias congênitas estão presentes desde o período embrionário e podem estar aparentes no nascimento ou no decorrer da infância, englobando tanto alterações metabólicas, estrutural ou funcional. Sendo as anomalias uma das principais causas que têm um alto índice de morbimortalidade infantil no Brasil (RAMOS; OLIVEIRA; CARDOSO, 2008).
Os fármacos são um dos maiores causadores dessas anomalias, dessa maneira constituem um risco no período gestacional pelo fato que quando ingeridos entram na corrente sanguínea e assim alcança o ser que está em formação. Os fármacos capazes de causar teratogenicidades atuam de formas diferenciadas com maior ou menor intensidade de acordo com a idade gestacional que o concepto se encontra, está correlacionada também com o tipo da droga e sua dosagem (RODRIGUES; TERRENGUI, 2006).
É de grande dificuldade a prescrição e administração de fármacos durante o período gestacional, porquanto a maioria destes atravessam a barreira placentária e são teratogênicos.
Algumas classes de medicamentos forem estabelecidos quanto aos riscos que expõe ao feto quando prescrito a gestante, esta classe foi determinada pela Food and Drug Administration (FDA), órgão que controla os medicamentos nos Estados Unidos (EUA), sendo que, são cinco classe, e dentro de cada classe apresenta-se três medicações específicas mais prescritas (RODRIGUES; TERRENGUI, 2006).
As classes são A, B, C, D e X, sendo que:
✔ Classe A: Sulfato ferroso, Ferro e Vitamina A, são os medicamentos que não apresenta risco fetal; ✔ Classe B: Paracetamol, Nistatina, Cefalexina, são os que segundo estudos em animais não apresentam risco fetal, porém não tem estudos específicos em mulheres gestantes que determinam a inexistência destes risco;
✔ Classe C: Hioscina, Hidróxido de alumínio, Vitamina B6, que demonstram nos estudos em animais risco fetal, porém não existem estudos controlados em mulheres;
✔ Classe D: Iodeto de potássio, Tetraciclina (assoc), Indometacina, são os que têm evidência de risco fetal em humanos;
✔ Classe X: Estudos em animais ou seres humanos demonstram anormalidades fetais ou há evidência de risco fetal baseado em experiência humana ou em ambos, e o risco de utilizar a droga em gestante claramente sobrepuja qualquer possível benefício. A droga está contraindicada para mulheres que estão ou podem estar grávidas. Haverá uma recomendação especial na seção de contraindicação da bula (RODRIGUES; TERRENGUI, 2006).
Estes fármacos e suas classes respectivamente podem ser alterados de acordo com a dosagem que é administrada, porquanto os da classe A e B podem se tornar da classe C ou D de modo que suas dosagens ultrapassem o que é recomendado para mulheres gestantes. Vale ressaltar que os medicamentos de preconcepção, como ácido fólico deve ser administrado durante a gestação em dosagem de 0,8mg/dia, quando extrapola esse limite já pode ser considerado um fármaco teratogênico, sendo o ácido fólico um exemplo, porquanto é considerável para as demais medicações que mudando sua dosagem já expõe o feto a risco de teratogenia (RODRIGUES; TERRENGUI, 2006).
É fundamental que os profissionais tenham conhecimento acerca dos fármacos e seus possíveis efeitos teratogênicos, para transcorrer com o processo de prevenção e proteção de anomalias. Vale salientar que a teratogenicidade também é causada por agentes naturais como as plantas medicinais (RODRIGUES; TERRENGUI, 2006).
O Brasil é um dos países que mais possui diversidade na sua flora, com isso tem um extenso número de plantas que são usadas para fins terapêuticos. Porém, mesmo diante da imensidão de plantas que há, ainda não existem estudos que abranjam se quer uma pequena parte desses produtos de origem vegetal, com isso não é comprovado cientificamente a sua eficácia e os seus efeitos colaterais. O consumo por gestantes em doses demasiadas podem acarretar sérios agravos no que concerne ao desenvolvimento embrionário e fetal de seu conceito (RODRIGUES et al., 2011). Dentre essas plantas está o boldo (Peumus Boldus Molina) seu foco principal de tratamento são distúrbios hepáticos, seu efeito teratogênico se detém ao “atraso do desenvolvimento fetal, aumento da incidência de anormalidades esqueléticas e redução do número de centro de ossificações fetais” (ALMEIDA; LEMONICA, 2000 apud CAMPESATO, 2005).
Bucha paulista ou cabacinha (Luffa operculata) pode ser usada para o “tratamento de rinite ou sinusite” (RODRIGUES et al., 2011, p.361). Possuindo também alguns componentes que causam malformações congênitas, como por exemplo ações embriotóxicas e abortivas que podem culminar em hemorragias e até mesmo a morte do produto (RODRIGUES et al., 2011, p.361).
A Arruda (Ruta graveolens) é comumente utilizada em casos de hipertensão, reumatismo e verminoses, porém está contraindicada para gestantes, pois além de estimular contrações uterinas, provoca ainda efeito “teratogênico a partir do extrato aquoso de suas folhas” (RODRIGUES et al., 2011, p. 363).
A Vidreira (Tripterygium wilfordii) é usada principalmente no tratamento de lúpus eritematoso sistêmico ou síndrome nefrotica. “Os alcalóides pirrolizidínicos presente nesta planta, pode estar relacionado ao efeito teratogênico provocado por esta planta” (STEENKAMP et al., 2001 apud RODRIGUES, 2011, p. 363).
Tendo em vista que o enfermeiro é profissional da saúde mais presente no acompanhamento das gestantes, ele tem um papel essencial na orientação a essas mulheres, quando se trata de agentes fitoterápicos e do consumo de álcool. Com isso é primordial o conhecimento desse profissional sobre esses agentes e seus principais efeitos colaterais (BISOGNIN et al., 2013).
O consumo de álcool por mulheres vêm ocupando números cada vez mais crescentes, isso se deve principalmente ao fato delas virem ocupando de forma demasiada o mercado de trabalho antes restrito apenas para a população masculina. A ingestão dessa substância no período gravídico causa diminuição de oxigênio para o feto por exercer constrição de seus vasos sanguíneos. Seus efeitos teratogênicos estão ligados a proliferação e função anormal celular, desorganização da estrutura do tecido celular, alteração da produção de neurotransmissores e formação anormal de sinapses nervosas (GAVA et al., 2012).
Os danos advindos da Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) estão ligados principalmente ao sistema nervoso, dentre eles podem ser aqui citados: “distúrbios de aprendizagem e comportamento, déficit de memória e atenção, hiperatividade, impulsividade, agressividade, retardo na maturação psicomotora, microcefalia, microftalmia, micrognatia e malformações cardíacas” (GAVA et al., 2012, p.4). Não existe uma dose aceitável do álcool sem que este cause teratogenia, portanto é primordial a educação da gestante para abster-se completamente dessa substância (GAVA et al., 2012).
Assim como o álcool ou medicamentos podem causar alterações visíveis ou não no feto. Algumas classes medicamentosas têm um efeito mais severo, pois atingem não somente no primeiro trimestre mas também nos demais períodos da gestação, dentre essas classes estão medicamentos como os anti-inflamatórios (FREITAS. F et al., 2011).
Os anti-inflamatórios inibidores da prostaglandina sintetase (Ibuprofeno, naproxeno, fenoprofeno), podem ser usados como tocolíticos, no trabalho de partos prematuros para que possam ajudar a retardar as contrações uterinas prolongando assim a gestação. Quando utilizados em pequenas quantidades não geram muita preocupação, no entanto usados no terceiro trimestre por mais de 3 dias, estão associados a fechamento prematuro do ducto arterioso e hipertensão pulmonar no feto ou neonato. Tendo em vista essas alterações é recomendado que a gestante não os utilize no terceiro trimestre. Estudos ainda não confirmados sugerem que o uso dos mesmos no primeiro trimestre pode acarretar o aumento de defeitos cardíacos, requerendo uma maior atenção e conhecimento do profissional para que os mesmos ofereçam uma maior segurança às suas pacientes e seus conceptos (FREITAS et al., 2011).
Na gestação, o uso de anticonvulsivantes é um problema específico, pois os riscos para a mãe e para o embrião-feto de epilepsia são aumentados, porém os medicamentos que são usados para seu controle também são considerados teratógenos. Alguns dos anticonvulsivantes mais vastamente usados são: Hidantoína; Fenobarbital; Ácido valproico; Carbamazepina; Lamotrigina. Dentre estes, o Fenobarbital apresenta possíveis sequelas neurocomportamentais, por exemplo, diminuição de QI e maior possibilidade de complicações nos neonatos, como dificuldades para alimentar-se, letargia perinatal e irritabilidade. Não se conhece nenhuma síndrome específica causada pela medicação (FREITAS et al., 2011).
Os inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA), como captopril e enalapril, a descoberta desses medicamentos representou um grande avanço no tratamento da hipertensão, sendo hoje um dos medicamentos mais utilizados, porém quando usados no 2° e 3° trimestre da gestação, podem ter efeitos teratogênico no concepto, contudo, vale ressaltar que esse efeito se restringe apenas nesse período. Dentre as características que o feto pode apresentar estão: anúria, hipotensão neonatal, displasia renal e hipoplástica dos ossos do crânio. A mortalidade materna com uso desses medicamentos é grande. O profissional deve orientar a gestante a não fazer o uso da medicação no 2° e 3° trimestre, no entanto, caso a mesma faça o uso destes nesse período, se deve procurar sinais de toxicidade e quando a criança nascer o obstetra deve estar atento a possíveis sinais de hipotensão do recém-nascido (FREITAS et al., 2011).
Os anticoagulantes cumarínicos pode ocasionar a síndrome da varfarina fetal, que é causada por um teratógeno bem conhecido, caracteriza-se por retardo mental, distúrbio ósseo, defeitos de crânio, malformações de olhos, orelhas e SNC, hipoplasia nasal, atrofia óptica e espasticidade, onde está relacionado com a exposição da 6ª a 9ª semana de gestação. Apesar de menos frequentes do que a embriopatia, os defeitos do SNC mostram muito maior significância clínica. Das gestantes que fizeram o uso da medicação, 6% dos fetos expostos a malformações, 1% apresentam hemorragias, e 4% ocorreu morte pré-natal. Contudo, deve-se realizar a troca da varfarina por heparina, que no primeiro trimestre não cruza a placenta, também deve ser evitada no último mês de gestação (FREITAS et al., 2011).
O carbonato de lítio é de suma importância para os pacientes que possuem depressão, todavia, possui efeitos teratogênicos, principalmente no que se refere a defeitos cardíacos, é apontado com uma das causas da síndrome de Ebstein, sendo esses riscos detectados. O neonato pode apresentar ao nascimento e durante os primeiros dias de vida, toxicidade neonatal, cardiomegalia e distúrbios do ritmo cardíaco. Alguns dos efeitos tóxicos que o neonato pode ter serão autolimitados, desaparecendo através da excreção renal. O profissional buscará terapias alternativas para essa mulher que faz o uso do carbonato de lítio, contudo, nem sempre essas terapias são eficazes, nesses casos a mulher deve continuar fazendo o uso do fármaco e fazendo acompanhamento com o obstetra e controlando o avançar da gestação através da ecocardiografia fetal, a interrupção do tratamento não é recomendado (FREITAS et al., 2011).
O uso de inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), quando usados no primeiro trimestre da gestação foram associados a defeitos cardíacos, especialmente aquelas que faziam o uso de paroxítona. Durante a gestação a depressão é algo bem prevalente, muitas vezes acarretando desfechos trágicos como abortamentos, prematuridades e sintomas neonatais neurocomportamentais. Tendo em vista isso o profissional deve ter conhecimento sobre os riscos que as gestantes que fazem o uso de ISRS estão expostas, sempre levando em consideração o risco/benefício, para evitar desfechos trágicos para a mãe e o feto (FREITAS et al., 2011).
O misoprostol é um medicamento que quando revestido era utilizado na prevenção de úlceras estomacais, porém quando descoberto o seu efeito abortivo, a comercialização de forma livre, foi restringida. Esse medicamento hoje não mais revestido é utilizado para abortar, esse abortamento sem acompanhamento pode levar a graves consequências, como esterilidade. Além dos inúmeros riscos que um aborto clandestino oferece, dentre ele está o risco de teratogenicidade. Durante o período de embriogênese vários defeitos já foram relatados como: redução de membros e paralisia congênita do VII par craniano associado ou não a paralisia de outros pares cranianos (FREITAS et al., 2011).
Os retinóides sistêmicos (isotretinoína, etretinato e acitretina), esses medicamentos são semelhantes à vitamina A, esses fármacos são considerados hoje os que possuem uma potente ação teratogênica. Geralmente são usados no tratamento da psoríase, acne cística e de outros distúrbios de queratinização. Esse medicamento provoca severos danos ao feto como: anomalias craniofaciais, alteração no sistema nervoso central (SNC), cardiovasculares, hepáticas e tímicas (causando alterações no timo, órgão responsável pela seleção dos linfócitos T), microcefalia, hidrocefalia, baixa implantação do pavilhão auricular, tetralogia de Fallot. Vale ressaltar que o retardo mental pode aparecer independente de existirem ou não outras malformações (FREITAS et al., 2011).
Essas drogas possuem uma meia vida bem prolongada, podendo ainda acumular-se no tecido adiposo, então é recomendado que as mulheres que fazem o uso dessa medicação devem esperar um prazo de dois meses para que possam engravidar. O uso tópico de retinóides durante a gestação não é recomendado, no entanto não é motivo para preocupações. O uso de acitretina concomitante com o álcool pode fazer com que esse fármaco transforme-se em outro retinoico, a mulher que faz uso destes deve esperar cerca de 3 anos para engravidar (FREITAS et al., 2011).
A talidomida é uma droga que foi criada em 1954 na Alemanha, com o intuito de diminuir as náuseas, ansiedade e tensão, tendo grande repercussão entre as grávidas, pois a mesma aliviava sintomas comuns na gestação. Em 1960 foram descobertos os efeitos teratogênicos desta droga, sendo conhecido como focomelia a qual afetou cerca de dez milhões de pessoas, esse evento drástico ficou conhecido como geração talidomida (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS PORTADORES DA SÍNDROME DA TALIDOMIDA, 2007).
Tal fármaco tem seu efeito teratógeno quando utilizado entre o 34° ao 50° dia de gestação, como seu efeito teratogênico é precoce quando a mulher é descobre a gestação, já não se pode mais intervir, independente a suspensão da medicação, visto isso, anticoncepção nessas mulheres deve ser feita de forma rigorosa e controlada. Essa droga é utilizada no tratamento da hanseníase, quando a mulher não informa ao profissional que está gestante ou não sabe acaba expondo o seu conceito a teratogenicidade. Existe um tratamento diferencial para mulheres que possuem hanseníase (FREITAS et al., 2011).
Tionamidas (metimazol e propiltiouracil) e o hipertireoidismo é um grande paradoxo, pois o uso destas drogas provocam tem efeito teratogênico, enquanto o hipertireoidismo também oferece risco para o desenvolvimento embrio-fetal, nisso entra a questão custo/benefício, visto isso a conduta é tratar essa gestante, as alterações irão ocorrer principalmente nas sete primeiras semanas de gestação, algumas dessas anomalias são: atraso psicomotor, atresia esofágica com fístula traqueoesofágica, anormalidades faciais menores e mamilos hipoplásicos. Como citado anteriormente o tratamento de escolha e o uso de tionamidas, contudo em doses mínimas, tanto para o controle da doença, como para os seus efeitos no feto (FREITAS et al., 2011).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os teratogênicos, diante do exposto anteriormente estão presente na vida cotidiana da maioria dos indivíduos, principalmente nos dias atuais que se tornou rotina a automedicação, a utilização de ervas medicinais para chás e outros tipos de cozimentos, o uso de substâncias químicas como álcool e tabaco; porém é desconhecido por muitos seus efeitos, em especial as gestantes que são consideráveis seres em estado de vulnerabilidade, os efeitos se tornam ainda mais nocivos ao feto.
Ressalta-se que deve ser considerada a idade gestacional, sendo que o primeiro trimestre apresenta o maior risco, o tipo de substância e a dosagem utilizada, com o qual determinadas medicações são recomendados durante a gestação, entretanto quando se aumenta a dosagem já tem um maior potencial de risco para teratogenicidades.
Diante do elucidado, o conhecimento dos acadêmicos e dos profissionais da saúde sobre a temática abordada é de fundamental importância, pois conhecimento gera conhecimento; estes são protagonistas do cuidado, a partir do aconselhamento se transcorre o conhecimento para seus clientes fluentemente de forma que os possam entender e colocar em prática, com o qual é notória a eficácia dentro de uma comunidade. São orientações simples que podem evitar a exposição das mulheres aos agentes teratogênicos, proporcionando um bem estar materno-infantil, todavia é necessário ter, manter e transmitir o conhecimento adquirido.
REFERÊNCIAS
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1 Enfermeira pela Universidade Regional do Cariri- URCA. E-mail:melina.costa@urca.br. Crato/CE
2 Enfermeira pela Universidade Federal de Campina Grande.
3 Enfermeira pela Universidade Federal de Sergipe. E-mail: julianeoliveira_@hotmail.com.Ribeirópolis/SE
4 Enfermeira pela Sociedade de Ensino Universitário do Nordeste. E-mail: jessicabatista12373@gmail.com. Maceió/AL
5 Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte E-mail:deboraalanna@hotmail.com. Santa Cruz – RN
6 Enfermeiro pela Unidade de Ensino Superior do Sul do Maranhão. E-mail: enfer_flavio@hotmail.com. Imperatriz – MA
7Enfermeira pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira. E-mail: katia.britogomes@hotmail.com. Redenção/CE
8 Enfermeira pelo Centro Universitário Tiradentes. E-mail: elianarakellyal@hotmail.com.Maceió/ AL
9 Enfermeira pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira. E-mail:katia.britogomes@hotmail.com. Redenção/CE.
10 Enfermeiro. E-mail: Guicaetano2016@gmail.com. Fortaleza-Ce
11 Acadêmico de medicina pela Carmo do Rio Verde Goiás. E-mai.:Joeljunior222@hotmail.com
12 Acadêmica de medicina pela Universitária- Unirv Goianésia. E-mail anacpuglia@hotmail.com. Goianésia/Go
13 Acadêmica de medicina UNIRV campus Goianésia. E-mail rhaissa.rhandley@gmail.com.Goianésia/GO
14 Acadêmico de medicina pela Universidade de Rio Verde. E-mail: matheusneresbatbat@gmail.com Goianésia/GO
15 Acadêmica de Odontologia pela UNIBRASIL. E-MAIL: elenice.capelario@gmail.com
16 Enfermeira pela faculdade Anhanguera. Email: jhennifferrobert@gmail.com Guarulho/SP
17 Enfermeira. Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal da Paraíba. E-mail: amanda_maritsa@hotmail.com. Recife/PE
18 Acadêmica em Enfermagem, Universidade do Estado da Bahia. Salvador/BA
19 Enfermeira pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). E mail:katia.britogomes@hotmail.com. Redenção/CE
20 Graduando Farmácia. E-mail: yara_sampaio@hotmail.com. Juazeiro do Norte/CE
21 Acadêmico de Medicina pelo Centro Universitário Municipal de Franca. E-mail: brunoandrade1896@gmail.com
22 Acadêmica de Medicina Centro Universitário Municipal de Franca.E-mail: maricarrico99@gmail.com
23 Acadêmico de Enfermagem pela Universidade Ceuma. E-mail: thiagodesousafarias57@gmail.com. Imperatriz/ MA
24 Fisioterapeuta pela Universidade Estadual da Paraíba. Campina Grande-PB. charmenesgomes@gmail.com
25 Enfermagem -Centro Universitário Tiradentes. Maceió/ AL. E-mail: elianarakellyal@hotmail.com
26 Faculdade para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Email: rochakelle30@gmail.com. Parauapebas- PA
27 Enfermeira. Faculdade Seune. E-mail: luisa.meilhac@gmail.com. Maceió AL