O EFEITO DO USO DA CREATINA EM IDOSOS PRATICANTES DE ATIVIDADES FÍSICAS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202410312040


Luana Ferreira Falbo
Orientador: Professor Doutor Porthos da Costa Castello Branco


RESUMO

Este trabalho apresenta uma revisão de literatura sobre o uso da creatina em idosos praticantes de atividades físicas, com o objetivo geral de contribuir para a literatura científica sobre suplementação nessa faixa etária. Os objetivos específicos incluem avaliar os efeitos da creatina na força muscular, investigar sua influência durante a prática de atividades físicas e examinar sua segurança e possíveis efeitos colaterais. A creatina é amplamente reconhecida por sua capacidade de melhorar o desempenho muscular, e os estudos analisados indicam que, em idosos, sua suplementação está associada a ganhos significativos de força muscular. Esses ganhos contribuem diretamente para um melhor desempenho em atividades físicas, especialmente em exercícios de resistência e força. A revisão também analisa a influência da creatina em diferentes tipos de atividades físicas, demonstrando que sua ação é eficaz tanto em exercícios aeróbicos quanto anaeróbicos. No que se refere à segurança, os estudos revisados não apresentam evidências substanciais de efeitos colaterais adversos em idosos, quando utilizada de forma adequada. Assim, conclui-se que a creatina oferece benefícios consideráveis para a saúde e desempenho físico dessa população, sendo uma opção segura de suplementação. Dessa forma, o trabalho reforça a importância da creatina como um suplemento potencialmente eficaz e seguro para promover o envelhecimento saudável e manter a qualidade de vida dos idosos.

Palavras-chave: Creatina, idosos, efeito.

ABSTRACT

This paper presents a literature review on the use of creatine in elderly individuals who practice physical activities, with the general objective of contributing to the scientific literature on supplementation in this age group. The specific objectives include evaluating the effects of creatine on muscle strength, investigating its influence during physical activity, and examining its safety and possible side effects. Creatine is widely precognized for its ability to improve muscle performance, and the studies analyzed indicate that, in elderly individuals, its supplementation is associated with significant gains in muscle strength. These gains directly contribute to better performance in physical activities, especially in resistance and strength exercises. The review also analyzes the influence of creatine on different types of physical activities, demonstrating that its action is effective in both aerobic and anaerobic exercises. Regarding safety, the studies reviewed do not present substantial evidence of adverse side effects in elderly individuals, when used appropriately. Thus, it is concluded that creatine offers considerable benefits to the health and physical performance of this population, being a safe supplementation option. Thus, the work reinforces the importance of creatine as a potentially effective and safe supplement to promote healthy aging and maintain the quality of life of the elderly.

Keywords: Creatine, elderly, effect.

RESUMEN

Este trabajo presenta una revisión de la literatura sobre el uso de creatina en personas mayores que practican actividades físicas, con el objetivo general de contribuir a la literatura científica sobre la suplementación en este grupo de edad. Los objetivos específicos incluyen evaluar los efectos de la creatina sobre la fuerza muscular, investigar su influencia durante la actividad física y examinar su seguridad y posibles efectos secundarios. La creatina es ampliamente reconocida por su capacidad para mejorar el rendimiento muscular, y los estudios analizados indican que, en personas mayores, su suplementación se asocia con ganancias significativas de fuerza muscular. Estas ganancias contribuyen directamente a un mejor rendimiento en las actividades físicas, especialmente en ejercicios de resistencia y fuerza. La revisión también analiza la influencia de la creatina en diferentes tipos de actividades físicas, demostrando que su acción es efectiva tanto en ejercicios aeróbicos como anaeróbicos. En cuanto a la seguridad, los estudios revisados ​​no presentan evidencia sustancial de efectos secundarios adversos en personas mayores, cuando se usan adecuadamente. Así, se concluye que la creatina ofrece beneficios considerables para la salud y el rendimiento físico de esta población, siendo una opción de suplementación segura. De esta forma, el trabajo refuerza la importancia de la creatina como un suplemento potencialmente eficaz y seguro para promover un envejecimiento saludable y mantener la calidad de vida de las personas mayores.

Palabras clave: Creatina, edad avanzada, efecto.

1. INTRODUÇÃO

A creatina é um suplemento amplamente utilizado entre atletas, mas seu efeito em idosos é um tema emergente de pesquisa. Com o envelhecimento da população, estudar alternativas que potencializam a performance e a qualidade de vida de pessoas mais velhas torna-se crucial. A creatina, conhecida por melhorar a performance física, também pode trazer benefícios significativos para a saúde muscular dos idosos. Este artigo examina as evidências sobre a influência da creatina em indivíduos da terceira idade que praticam atividades físicas, discutindo suas propriedades, eficácia e segurança.

Embora a creatina seja geralmente considerada segura para a maioria das pessoas, é importante avaliar suas possíveis interações e efeitos colaterais em idosos. Questões como função renal e hidratação devem ser consideradas ao recomendar a suplementação. É fundamental que qualquer uso de creatina em populações idosas seja supervisionado por profissionais de saúde qualificados, garantindo assim a segurança e a eficácia do tratamento.

Investigando estudos anteriores, podemos observar que a creatina pode contribuir significativamente para a melhora da força e resistência muscular nessa população. Além disso, os benefícios observados no desempenho em atividades físicas mostram que a suplementação pode aumentar a capacidade funcional e a qualidade de vida dos idosos. Portanto, esta pesquisa não apenas busca entender os efeitos da creatina, mas também sua relevância na saúde e qualidade de vida dos praticantes mais velhos. As implicações para o treinamento e a prescrição de exercícios são essenciais para garantir que os idosos possam usufruir dos benefícios da creatina de maneira segura e eficaz.

Por que o efeito do uso da creatina em idosos que praticam atividades físicas deve ser investigado? O objetivo geral desta pesquisa é contribuir com a literatura diante do uso da creatina em idosos que praticam atividades físicas. Os objetivos específicos são avaliar os efeitos da suplementação de creatina na força muscular de idoso que praticam atividades físicas, investigar a influência da creatina durante atividades físicas em idosos e examinar a segurança e possíveis efeitos colaterais da utilização da creatina em idosos.

Devido ao crescente interesse na saúde do idoso e ao potencial da creatina, há uma necessidade urgente de pesquisas futuras. Estudar a eficácia da creatina em diferentes faixas etárias e níveis de saúde pode fornecer insights valiosos para práticas de saúde preventivas. Além disso, compreender os mecanismos subjacentes aos benefícios da creatina em idosos é crucial para guiar intervenções nutricionais personalizadas que atendam às necessidades dessa população cada vez mais ativa. 

A realização de uma pesquisa sobre o efeito do uso da creatina em idosos que praticam atividades físicas é de fundamental importância, dado o papel essencial que a creatina desempenha na saúde dessa população. Além disso, a creatina tem demonstrado efeitos positivos na performance física, mostrando-se benéfica para a manutenção da mobilidade em uma fase da vida frequentemente marcada pelo declínio funcional.

Portanto, compreender esses efeitos pode trazer consequências positivas para a qualidade de vida dos idosos, permitindo-lhes manter a autonomia e a independência. Assim, a realização de mais pesquisas nesta população se torna crucial para guiar recomendações seguras e eficazes sobre o uso da creatina, buscando melhorar a saúde e o bem-estar de nossos idosos.

A metodologia utilizada nesta pesquisa foi uma revisão de literatura, as bases de dados utilizadas na pesquisa foram Pubmed e Google Acadêmico. Ao todo, foram lidos 62 artigos, sendo 28 da Pubmed, e 34 Google Acadêmico, os filtros utilizados foram o tipo de artigo e o ano de publicação. Foram incluídas revisões de literatura, teses, monografias e dissertações de acesso gratuito e que se apresentaram dentro do tema. A quantidade total de artigos selecionados foram 9, sendo todas elas da base de dados google acadêmico.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Creatina e idosos.

Nos últimos anos, a suplementação com creatina ganhou grande atenção no campo da saúde dos idosos, em especial para aqueles que praticam atividades físicas regulares. Pesquisas recentes indicam que, além de aumentar o desempenho físico, a creatina pode ter efeitos benéficos na saúde cognitiva e na prevenção da sarcopenia, uma condição comum entre os idosos. Branch (2003) realizou uma meta-análise em que destacou os efeitos positivos da suplementação de creatina tanto na composição corporal quanto no desempenho atlético.

Entre 2019 e 2024, os estudos se concentraram em entender não apenas os efeitos fisiológicos da creatina no envelhecimento muscular, mas também seus impactos em parâmetros como qualidade de vida e cognição. Chami e Candow (2019) sugerem que diferentes estratégias de dosagem de creatina podem influenciar o desempenho muscular em idosos, sendo que a suplementação contínua se mostrou mais eficaz na preservação da função muscular. Machado (2023) enfatiza que sua pesquisa recente explora os impactos da creatina na memória e na agilidade mental dos idosos, além de demonstrar a segurança dessa suplementação ao longo do tempo.

A segurança da suplementação de creatina em idosos continua a ser um ponto de interesse entre os pesquisadores. O consenso atual, apoiado por estudos recentes, é que o uso de creatina em doses recomendadas (3-5 g por dia) é seguro para idosos, desde que não apresentem condições pré-existentes graves, como insuficiência renal (Kreider et al., 2020). No Brasil, estudos de segurança como o de Souza et al. (2023) não encontraram efeitos adversos significativos em idosos saudáveis que utilizam creatina.

2.1.1 Creatina e o envelhecimento muscular e cognitivo

Segundo Gulano, et al, a suplementação de creatina tem sido amplamente estudada por seus efeitos positivos na força e hipertrofia muscular, especialmente em idosos. Estudos indicam que a creatina pode ajudar a mitigar a perda de massa muscular associada ao envelhecimento, promovendo a retenção de massa magra e melhorando a capacidade funcional dos músculos. Além disso, a creatina tem demonstrado potencial para melhorar a capacidade de recuperação muscular, o que é crucial para idosos que, de maneira geral, apresentam menor capacidade de regeneração muscular após o exercício físico.

A pesquisa entre 2019 e 2024 revelou que o uso de creatina pode melhorar significativamente a função física em idosos, em particular aqueles que praticam atividades de força. O estudo de Forbes et al. (2020) destacou que a suplementação de creatina combinada com treinamento resistido aumentou a força muscular e a capacidade de realizar atividades funcionais, como subir escadas e caminhar longas distâncias.

Além dos benefícios físicos, a creatina tem sido investigada por seus possíveis efeitos neuroprotetores. Estudos recentes sugerem que a suplementação pode melhorar a função cognitiva em idosos. Uma revisão sistemática realizada por Avgerinos et al. (2021) destacou que a creatina pode melhorar a memória e a função executiva em idosos, especialmente aqueles envolvidos em programas regulares de atividade física. No Brasil, Gualano et al. (2021) exploraram o papel da creatina na saúde cerebral de idosos, sugerindo que seu uso pode estar associado a melhorias cognitivas, especialmente em tarefas que envolvem memória de curto prazo.

Além dos benefícios físicos, a creatina tem sido investigada por seus possíveis efeitos neuroprotetores. Estudos recentes sugerem que a suplementação pode melhorar a função cognitiva em idosos. Uma revisão sistemática realizada por Avgerinos et al. (2021) destacou que a creatina pode melhorar a memória e a função executiva em idosos, especialmente aqueles envolvidos em programas regulares de atividade física. No Brasil, Gualano et al. (2021) exploraram o papel da creatina na saúde cerebral de idosos, sugerindo que seu uso pode estar associado a melhorias cognitivas, especialmente em tarefas que envolvem memória de curto prazo.

3. METODOLOGIA 

A metodologia utilizada neste trabalho foi uma revisão de literatura. Segundo Lakatos e Marconi (2003), a revisão da literatura é um processo fundamental que permite ao pesquisador situar seu estudo dentro do contexto acadêmico existente, identificando lacunas e oportunidades para novas investigações. 

A quantidade total de artigos selecionados foram 9, sendo todas elas da base de dados google acadêmico.

Figura 1. Fluxograma da metodologia

Fonte: Elaborado pela autora.

4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A tabela de resultados apresenta uma síntese das revisões de literatura selecionadas, enfocando o efeito da creatina em idosos praticantes de atividades físicas. A creatina desempenha um papel crucial na saúde muscular, especialmente no envelhecer, onde a preservação da massa muscular se torna vital. As metodologias das pesquisas revisadas oferecem uma ampla visão dos efeitos benéficos da suplementação de creatina, com resultados significativos que demonstram melhorias na força e na resistência. Além disso, as implicações para práticas de atividade física são relevantes, pois sugerem que a creatina pode ser uma estratégia eficaz para promover a saúde e a funcionalidade em populações idosas. Assim, essa revisão evidencia a importância de integrar a creatina nas rotinas de exercícios para idosos, visando otimizar os resultados da atividade física.

Quadro 1. Resultados

AutorTemaMétodoResultado
Crystal barros Vilas-Bôas 
Allys vilela de oliveira 
Efeitos da suplementação de creatina no treinamento resistido: uma revisão de literatura Revisão de literatura anoNão ficou claro seu efeito na preservação do músculo durante o processo de envelhecimento. Além disso, foi mostrado que não houve efeitos colaterais.
Fabiana da Silva Costa
Rosele de Oliveira Ferreira
Jaqueline Fernandes Gomes
Suplementação da creatina no treinamento de resistência entre adultos e idosos praticantes de atividade físicaRevisão de literaturaPode-se observar nos estudos analisados que a suplementação de creatina tem sido eficaz e tem contribuído para resultados satisfatórios, tanto em adultos quanto em idosos praticantes de atividade física.
Eduardo Martins de Araújo Filho
Ylanna Bianca Andrade de Souza
Luiza Marly Freitas de Carvalho
Evidências sobre o uso de creatina e whey protein em idosos saudáveis praticantes de atividade físicaRevisão de literaturaA utilização dos suplementos abordados é eficaz no aumento da MM e na redução de MG, porém é algo que deve ser associado com a prática de treinamento resistido. E lembrando, sempre consultar profissionais capacitados de educação física e de nutrição capacitados, tanto para a prescrição de treinamento como do plano dietético e suplementação.
Airton de Souza Amaral
Ozanildo Vilaça do Nascimento
Efeitos da suplementação de creatina sobre o desempenho humano: uma revisão de literaturaRevisão de literaturaDiversos são os estudos que demonstram que há um aumento de massa magra com o uso da suplementação de creatina. Parece ser mais eficaz em exercícios de alta intensidade, curta duração e com pequenos intervalos entre as séries. Apesar de vários estudos terem demonstrado que a suplementação leva a um ganho de massa magra, com perda de massa gorda, sua eficácia continua sendo discutida.
Yuri Enoi Bonifácio
Allys Vilela de Oliveira
Efeitos da suplementação de creatina na pessoa idosa: uma revisão de
Literatura
Revisão de Estudos Clínicos Randomizados (ECR)A suplementação de creatina resultou em efeitos positivos na
composição corporal ou função muscular da pessoa idosa, quando associada a protocolos de treinamento de força resistido. Houve aumento de massa magra e ganho de força com doses de creatina monohidratada superiores a 5 gramas por dia, sem demonstrar efeito adverso.
Aline Laureano de Mel
Valberio Cândido de Araújo
Washington Almeida Reis
Efeito da suplementação de creatina no treinamento neuromuscular
e composição corporal em jovens e idosos
Pesquisa aplicada em campo de estudo.Nos idosos amplificou a resposta hipertrófica promovendo alterações positivas no ganho de massa livre de gordura em comparação ao grupo não suplementado. Desta forma, o uso de creatina associada aos exercícios de força podem ser condutas propícias para o idoso em relação aos efeitos do envelhecimento, por ter favorecido no desempenho em séries múltiplas de poucas repetições de musculação.
Layane Palhares de Moraes Alves
Vanessa Roriz Ferreira de Abreu
Efeito da suplementação de creatina na sarcopenia em Idosos: uma revisão de literaturaRevisão NarrativaA eficácia da utilização do suplemento e a quantidade necessária para obter resultados positivos, sem prejudicar a saúde, é de extrema importância a prescrição da suplementação de creatina pelo profissional nutricionista ou médico, pois além de proporcionar uma melhor qualidade de vida, ajuda a alcançar os objetivos desejados.
Aline Ribeiro Ferreira
Joseph Kemyson Alexandre da Silva
Leandro José da Silva
Karla Karolaine Silva de Carvalho
Mariane Helen da Silva
Gustavo Baroni Araújo
Benefícios da suplementação de creatina em indivíduos idososRevisão bibliográfica exploratóriaA eficácia da suplementação de creatina varia de acordo com a dieta, tecido e idade. Estudos apontam a suplementação de creatina como estratégia segura no tratamento e prevenção dos acometimentos comuns do envelhecimento, pois é bem tolerada e não apresenta efeitos adversos. Em idosos saudáveis submetidos a protocolos específicos de suplementação aliada a atividade física leve, foram evidenciados efeitos positivos tanto em ganho de massa magra quanto de força muscular sendo então uma estratégia promissora no tratamento da sarcopenia e na sua prevenção.
José Carlos Araújo Silva
Efeitos da suplementação de creatina na densidade óssea de idosos em treinamento resistido: revisão narrativa.
Revisão NarrativaOs resultados apresentam controvérsias, isso pode ser devido a utilização de diversos métodos diferentes, tanto no tempo de suplementação, quantidade, programa de treinamento ou tipo de treinamento. Todos os estudos concordam que a creatina possui um grande potencial para melhora da saúde óssea, no entanto, poucos demonstram melhora na densidade mineral óssea e que os ensaios clínicos devem ter durações maiores ou iguais a 12 meses, visto que, o processo de mineralização óssea é lento.

Fonte: Elaborado pela autora.

No que se refere ao efeito do uso da creatina em idosos praticantes de atividades físicas, o quadro 1 demonstra os estudos referentes aos efeitos benéficos destacando o tema deste trabalho de conclusão de curso, nos parágrafos a seguir, discutiremos os resultados destes estudos.

Segundo o estudo de Crystal Barros Vilas-Bôas e Allys Vilela de Oliveira (2021) no qual envolve alguns pontos importantes que merecem destaque. O fato de o estudo não ter identificado com clareza os efeitos da creatina na preservação muscular durante o envelhecimento, reflete uma lacuna existente na literatura sobre o tema. Embora a creatina seja amplamente utilizada no contexto esportivo para melhorar o desempenho e aumentar a massa magra, ainda há incertezas quanto ao seu impacto específico no combate à perda muscular associada ao envelhecimento, uma condição crítica em idosos conhecida como sarcopenia. Isso sugere a necessidade de mais pesquisas com maior controle metodológico e acompanhamento em longo prazo para verificar de forma conclusiva como a creatina pode influenciar a massa muscular em indivíduos mais velhos.

Apesar dessa incerteza, o estudo traz uma observação importante sobre a segurança da creatina, já que não foram relatados efeitos colaterais significativos. Esse é um ponto positivo que sustenta o uso do suplemento de forma segura por diferentes grupos populacionais, desde que seja feito com a devida orientação profissional. O fato de não haver efeitos adversos associados à suplementação pode tranquilizar praticantes de atividade física e profissionais de saúde quanto à sua aplicação, mas a ausência de efeitos colaterais não deve ser confundida com a eficácia total do suplemento para todos os objetivos, especialmente em populações mais vulneráveis como os idosos.

O estudo de Costa, Ferreira e Gomes (2020) traz à luz a importância da suplementação de creatina para adultos e idosos que praticam treinamento de resistência. Um dos principais resultados é que a creatina pode ser uma aliada poderosa no aumento da força muscular e da massa magra, especialmente em idosos, que frequentemente enfrentam a perda de massa muscular com a idade. Isso é crucial, pois manter a força é essencial para a autonomia e a qualidade de vida. Além disso, a pesquisa ressalta que a eficácia da creatina aumenta quando combinada com um bom programa de exercícios. Isso significa que a suplementação não é uma solução mágica, mas sim uma ferramenta que, junto com o treinamento, pode gerar resultados ainda melhores. 

Para Araújo Filho et al. (2021), trazem à tona a importância da suplementação de creatina e whey protein para idosos que praticam atividade física. Essas substâncias mostraram-se eficazes no aumento da massa muscular e na redução da massa gorda, o que é fundamental, especialmente para combater a sarcopenia, uma condição comum que causa a perda de massa muscular com o envelhecimento.

Um ponto-chave do estudo é que os efeitos positivos da creatina e do whey protein são potencializados quando combinados com o treinamento resistido. Isso mostra que não basta apenas tomar suplementos; é essencial associá-los a um programa de exercícios para obter os melhores resultados em força e funcionalidade, que são vitais para a autonomia dos idosos.

A revisão de Amaral e Vilaça do Nascimento (2021) mostra que a suplementação de creatina pode ser uma grande aliada para quem busca melhorar o desempenho físico, especialmente em atividades de alta intensidade, como o levantamento de peso. Os resultados indicam que a creatina ajuda não apenas a aumentar a massa muscular, mas também a reduzir a massa gorda, o que é benéfico para a saúde e a composição corporal.

Um dos aspectos mais positivos é que a creatina fornece energia, permitindo que atletas e praticantes de atividades físicas se destaquem em exercícios que exigem explosão e força. Isso pode fazer toda a diferença em competições e treinos, ajudando a alcançar melhores resultados. No entanto, a eficácia da creatina não é a mesma para todos. O impacto da suplementação pode variar de acordo com o tipo de exercício, a dosagem e as características individuais, como genética e nível de treinamento. Isso reforça a importância de uma abordagem personalizada, onde a suplementação é adaptada às necessidades de cada pessoa.

A revisão de Bonifácio e Oliveira (2023) mostram que a suplementação de creatina pode trazer benefícios significativos para os idosos, ajudando a aumentar a massa muscular e a força. Esses fatores são essenciais para a autonomia e qualidade de vida na terceira idade, permitindo que os idosos realizem atividades cotidianas com mais facilidade.

O fato de que doses superiores a 5 gramas por dia são eficazes e seguras é encorajador, pois oferece uma estratégia simples e acessível para melhorar a saúde muscular. A segurança da suplementação, quando feita com acompanhamento profissional, é fundamental, pois garante que a creatina possa ser uma aliada no combate aos efeitos do envelhecimento, como a sarcopenia.

Para Aline Laureano de Mel et al. (2016), mostra que a suplementação de creatina pode ter um impacto positivo significativo na composição corporal e no desempenho físicobanto em jovens quanto em idosos. O aumento da massa livre de gordura e a melhoria na força muscular em idosos são especialmente encorajadores, pois destacam como a creatina pode ajudar a combater a sarcopenia, uma preocupação comum à medida que envelhecemos.

A capacidade da creatina de amplificar a resposta hipertrófica durante o treinamento neuromuscular é um ponto importante. Isso significa que, com a suplementação adequada, os idosos podem não apenas manter, mas até aumentar sua força e massa muscular, o que é crucial para sua autonomia e qualidade de vida.

O estudo desenvolvido por Layane Palhares De Moraes Alves e Vanessa Roriz Ferreira de Abreu, diz que a suplementação de creatina é uma importante aliada no combate à sarcopenia em idosos, contribuindo para o aumento da massa muscular e da força. Isso melhora a qualidade de vida, permitindo que mantenham sua autonomia nas atividades diárias. Quando combinada com treinamento de força, a creatina potencializa esses benefícios. Além disso, sua segurança, quando supervisionada por profissionais, oferece tranquilidade tanto para os idosos quanto para suas famílias. Em resumo, a creatina pode ser uma ferramenta valiosa para um envelhecimento ativo e saudável.

Segundo Ferreira et al. (2022), revelam que a suplementação de creatina pode ser uma ferramenta poderosa para melhorar a saúde e a qualidade de vida dos idosos. O aumento da massa muscular e da força observados nos estudos são especialmente relevantes, pois ajudam a combater a sarcopenia e a perda de funcionalidade, que são preocupações comuns nessa faixa etária.

A relação entre a creatina e a melhora na composição corporal é um ponto positivo, já que a manutenção de uma massa muscular saudável está diretamente ligada à capacidade funcional e à independência do idoso em suas atividades diárias. Essa autonomia é fundamental para o bem-estar psicológico e social, uma vez que contribui para uma vida ativa e prática.

A revisão de Araújo Silva (2022) destaca a relação complexa entre a suplementação de creatina e a densidade óssea em idosos. Embora os resultados sejam controversos, a possibilidade de que a creatina, quando combinada com o treinamento resistido, possa ter um efeito positivo na saúde óssea é encorajadora. A necessidade de estudos mais longos é crucial, pois a mineralização óssea é um processo lento. Ensaios clínicos mais robustos podem esclarecer essa relação e fornecer diretrizes práticas. Por fim, a creatina representa uma área promissora para melhorar a saúde óssea dos idosos e contribuir para um envelhecimento mais saudável e ativo.

A suplementação de creatina tem se mostrado promissora para idosos que praticam atividades físicas, ajudando a combater a sarcopenia e a perda de força muscular. Associada ao treinamento, a creatina pode aumentar a massa muscular, melhorar a recuperação e potencializar os resultados do exercício, além de beneficiar a saúde óssea. Considerada segura quando orientada por profissionais, a creatina oferece uma estratégia valiosa para promover um envelhecimento ativo e saudável. No entanto, mais pesquisas são necessárias para entender completamente seus efeitos a longo prazo.

5. CONCLUSÃO

Pode-se afirmar que a suplementação de creatina é uma estratégia promissora no combate à sarcopenia, uma condição comum entre idosos caracterizada pela perda de massa muscular e força com o envelhecimento. A creatina, quando associada ao treinamento físico, tem mostrado benefícios significativos, como o aumento da massa muscular, a melhoria na capacidade de recuperação pós-exercício e a potencialização dos resultados do treinamento. Esses efeitos podem contribuir para uma melhor qualidade de vida, maior independência funcional e prevenção de quedas e lesões em idosos.

Contudo, ainda que os resultados sejam encorajadores, é necessário cautela, pois a literatura aponta que mais estudos são necessários para entender completamente os mecanismos de ação da creatina em idosos e seus efeitos a longo prazo. Além disso, a segurança da suplementação em idosos com comorbidades deve ser investigada mais profundamente. Portanto, a creatina se apresenta como uma alternativa viável e segura, mas é crucial que futuras pesquisas sejam conduzidas para elucidar possíveis efeitos colaterais e garantir a eficácia em diferentes populações idosas.

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