O EFEITO DO ESTRESSE NO SISTEMA IMUNOLÓGICO  

EL EFECTO DEL ESTRÉS EN EL SISTEMA INMUNOLÓGICO 

THE EFFECT OF STRESS ON THE IMMUNE SYSTEM

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202409302033


Ananda Carolyne Coelho da Silva1;
Kanada Vitória de Souza Rangel2;
Satya Aysha Ribero Vieira3;
Claudio Augusto Kelly4


RESUMO 

O estresse é um elemento inerente a toda doença, que produz certas modificações na estrutura e na composição química  do corpo, as quais podem ser observadas e mensuradas. Hans Selve foi o primeiro a pesquisar seriamente o estresse na  década de 1930, ele observou que organismos diferentes apresentavam um mesmo padrão de resposta fisiológica para  estímulos sensoriais ou psicológicos, e isso teria efeitos nocivos em quase todos os órgãos, tecidos e processos  metabólicos. Por meio de suas pesquisas Hans Selve descreveu a “Síndrome de Adaptação Geral” (SAG) com suas três  fases: alarme, resistência e exaustão. Existem dois tipos de estresses, o crônico que afeta a maioria das pessoas, senso  constante no dia-a-dia, mas de uma forma mais suave podendo levar à fase de exaustão, resultando em consequências  adversas para a saúde, como doenças cardiovasculares, infecciosas, e até câncer. Enquanto que o estresse agudo é mais  intenso e curto, sendo causado normalmente por situações traumáticas, mas passageiras. O objetivo desse estudo foi  identificar e analisar as reações fisiológicas perante o estresse e como o organismo responde quando exposto a essas  situações. Este trabalho trata-se de uma revisão da literatura, cujo referencial teórico para a composição foram estudos  entre 2002 a 2022, disponíveis nas bases de dados SciELO, PubMed e LILACS. Foram selecionados 7 estudos para a  elaboração dos resultados, e todos concordaram que o estresse está associado ao desenvolvimento de doenças mentais,  como depressão e ansiedade, em que a elevação nos níveis de cortisol afeta negativamente a formação de novas  memórias. Portanto, a implementação de estratégias eficazes para o gerenciamento do estresse é fundamental para  preservar a saúde imunológica e promover o bem-estar. 

Palavras-chave: estresse, sistema imunológico, cortisol, saúde mental, imunossupressão. 

ABSTRACT 

Stress is an element inherent in every disease, which produces certain changes in the structure and chemical composition  of the body, which can be observed and measured. Hans Selve was the first to seriously research stress in the 1930s. He  observed that different organisms showed the same physiological response pattern to sensory or psychological stimuli,  and that this would have harmful effects on almost all organs, tissues and metabolic processes. Through his research,  Hans Selve described the “General Adaptation Syndrome” (GAS) with its three phases: alarm, resistance and  exhaustion. There are two types of stress: chronic stress, which affects most people, is a constant part of everyday life, 

but in a milder form and can lead to the exhaustion phase, resulting in adverse health consequences, such as  cardiovascular diseases, infectious diseases and even cancer. Acute stress, on the other hand, is more intense and short lived and is usually caused by traumatic but temporary situations. The aim of this study was to identify and analyze the  physiological reactions to stress and how the body responds when exposed to these situations. This work is a literature  review, whose theoretical reference for the composition were studies between 1984 and 2022, available in the Scielo  and Lilacs databases. Seven studies were selected for the elaboration of the results, and all agreed that stress is associated  with the development of mental illnesses such as depression and anxiety, in which the rise in cortisol levels negatively affects the formation of new memories. Therefore, implementing effective stress management strategies is fundamental  to preserving immune health and promoting well-being. 

Keywords: stress, immune system, organismo. 

RESUMEN 

El estrés es un elemento inherente a toda enfermedad, que produce ciertos cambios en la estructura y composición  química del organismo que pueden observarse y medirse. Hans Selve fue el primero en investigar seriamente el estrés  en los años 30. Observó que diferentes organismos mostraban el mismo patrón de respuesta fisiológica ante estímulos  sensoriales o psicológicos, y que esto tendría efectos nocivos en casi todos los órganos, tejidos y procesos metabólicos.  A través de sus investigaciones, Hans Selve describió el «Síndrome General de Adaptación» (SGA) con sus tres fases:  alarma, resistencia y agotamiento. Existen dos tipos de estrés: el estrés crónico, que afecta a la mayoría de las personas,  forma parte constante de la vida cotidiana, pero de forma más leve, y puede conducir a la fase de agotamiento, con  consecuencias adversas para la salud, como enfermedades cardiovasculares, infecciosas e incluso cáncer. El estrés  agudo, en cambio, es más intenso y de corta duración y suele estar causado por situaciones traumáticas pero temporales. El objetivo de este estudio fue identificar y analizar las reacciones fisiológicas al estrés y cómo responde el organismo  cuando se expone a estas situaciones. Este trabajo es una revisión bibliográfica, cuya referencia teórica para la  composición fueron estudios entre 1984 y 2022, disponibles en las bases de datos Scielo y Lilacs. Para la elaboración  de los resultados se seleccionaron siete estudios, y todos coincidieron en que el estrés está asociado al desarrollo de  enfermedades mentales como la depresión y la ansiedad, en las que el aumento de los niveles de cortisol afecta  negativamente a la formación de nuevos recuerdos. Por lo tanto, aplicar estrategias eficaces de gestión del estrés es  fundamental para preservar la salud inmunitaria y promover el bienestar. 

Palabras clave: estrés, sistema imunológico, organismo. 

1. Introdução 

O estresse é um tema que provoca muitos debates. Ocasionalmente, o estresse é definido como um estímulo ou uma resposta  vigorosa pelo estímulo (Cortez & Silva, 2007). Observa-se que cada vez mais os seres humanos estão adoecendo por um fator  mental que causa diversas alterações no sistema imunológico. Posteriormente, as revoluções, as guerras e tantos outros episódios  históricos que provocaram grandes mudanças também fomentaram o estresse. As doenças que hoje abalam a humanidade, são  bastante distintas das que afligiam a população no século passado. Com exceção da COVID-19, as doenças por falta de higiene,  doenças infecciosas e virais, são consideradas menos agravantes do que as doenças causadas pelo estresse, como por exemplo,  a síndrome do pânico, depressão e ansiedade, podendo desencadear doenças cardiovasculares, devido ao aumento do cortisol  (Faccini et al, 2020).  

Pode-se definir o estresse como uma reação natural biológica do organismo, por meio da ativação do sistema nervoso  autônomo simpático que afeta o cérebro com a liberação do cortisol e adrenalina, que ocorre em momentos de perigo e ameaça,  colocando em alerta o nosso corpo, e provocando alterações físicas e emocionais (Reiche, Nunes & Morimoto, 2005). O estresse  é uma condição dinâmica em que uma pessoa se depara com uma oportunidade, limitação ou demanda relacionada aos seus  desejos, sendo que o resultado é visto como incerto e significativo. A palavra “estresse” refere-se a pressão, tensão ou insistência;  assim, estar estressado significa estar sob pressão ou exposto a estímulos persistentes (Silva & Torres, 2020). 

O termo estresse foi originado da física, que significa tensão e desgaste em que os materiais estão expostos, foi usado pela  primeira vez na área da saúde em 1936, pelo médico endocrinologista canadense Hans Selye (1907-1982), para constituir um  conjunto de reações fisiológicas específicas que ele determinou como Síndrome de Adaptação Geral (SAG), como: alterações nas glândulas suprarrenais, no timo, estômago, baço e algumas outras estruturas linfáticas do corpo humano. Hans Selye  identificou três fases da presença do estresse: 1) fase de alarme, caracterizada por manifestações agudas; 2) fase de resistência,  quando as manifestações agudas desaparecem e; 3) fase de exaustão, quando há a volta das reações da primeira fase e pode haver  o colapso do organismo. Hans Selye afirma que o estresse pode ser encontrado em qualquer das fases, embora suas manifestações  sejam diferentes ao longo do tempo (Marques-Deak & Sternberg, 2004; Pagliarone & Sforcin, 2009; Silva Jr. & Gonzalez, 2021) 

Além disso, não é necessário que as três fases se desenvolvam para haver o registro da síndrome, uma vez que somente o  estresse mais grave leva à fase de exaustão e à morte. De acordo com a autora Marilda Lipp (1984), o estresse pode ser definido  como “uma reação psicológica, com componentes emocionais físicos, mentais e químicos, a determinados estímulos que irritam,  amedrontam, excitam e/ou confundem a pessoa” (Lipp, 1984). A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece o estresse  como uma pandemia ou, o mau do século. Na Classificação Internacional de Doenças (CID), é definido a reação de estresse  (CID 10-F43), estresse agudo (CID 10-F43.0), estado de estresse pós traumático (CID 10-F43.1), reações de estresse grave (CID  10-F43.8). Alguns, porém, denominam o estresse como um estado gerado pela percepção de estímulos capazes de promover  excitação emocional e produzir diversas manifestações sistêmicas e distúrbios fisiológicos e psicológicos. 

O estresse pode prejudicar a saúde física e mental, levando a maioria a desencadear doenças mentais como depressão,  ansiedade e até mesmo perda de memória pela liberação de cortisol que afeta a formação de novas memórias. No ambiente  laboral, o estresse afeta diretamente a produtividade dos colaboradores, perda de oportunidades, erros, atrasos na entrega de  projetos, acidentes de trabalho, aumento dos custos com saúde, má gestão da empresa, custos com ações trabalhistas e maior  rotatividade de funcionários. No ambiente familiar o estresse pode desencadear diversos problemas físicos e mentais,  principalmente quando eles ocorrem entre a primeira infância e a adolescência, pois essa fase tem impacto duradouro em sua  vida. Podemos citar como algumas das consequências problemas emocionais, dificuldade no aprendizado, hiperatividade e os  transtornos de conduta (Fonseca, Gonçalves & Araújo, 2001; Gracino et al., 2016; Scholze et al., 2017; Silva, 2019) 

O que vai dizer qual patologia o indivíduo irá desenvolver é o tempo de exposição dele ao estresse, e também os fatores  genéticos. Umas das patologias mais conhecidas principalmente por conta do estresse no ambiente de trabalho, é a gastrite e  ou úlcera, pois, o estresse por internação de longo prazo causa o aumento da acidez gástrica e subsequente formação dela. Outra  consequência muito conhecida é Burnout, com o CID-10. O estresse crônico pode causar danos ao cérebro, como a perda de  dendritos e neurônios, e prejudicar a neurogênese. Os glicocorticoides do estresse ligam-se a receptores no cérebro, afetando o  desempenho cognitivo. Em situações de estresse agudo, o desempenho pode ser maximizado, mas no estresse crônico,  especialmente com níveis alterados de cortisol, o desempenho cognitivo piora. Isso está associado ao Burnout e ao aumento da  exaustão emocional e despersonalização no trabalho (Silva & Torres, 2020). 

Entre as doenças psiquiátricas que podem ser desencadeadas ou agravadas pela disfunção do eixo HHA ( hipotálamo hipófise-adrenal, local onde é produzido hormonal como o cortisol e em caso de estresse pode desregular a produção dele,  levando a problemas como níveis anormais de cortisol, fadiga, alterações no humor) e pela resposta neural ao cortisol, podemos  mencionar o transtorno bipolar, a depressão maior, a depressão e a psicose pós-parto, além da perda de memória associada à  velhice ou ao mal de Alzheimer e a contribuição do comportamento compulsivo a dependência de drogas (álcool, nicotina, entre  outros) (Silva & Torres, 2020). 

Além de aumentar os riscos de doenças cardíacas, distúrbios alimentares e envelhecimento precoce, afetando diretamente o  sistema imunológico, o estresse deixa a resposta imunológica, responsável pela defesa do organismo, mais lenta, desencadeando inúmeras doenças. Isso ocorre devido ao aumento de secreção de glicocorticóides e noradrenalina na circulação sanguínea,  causando alterações no sistema imunológico e em outros sistemas do corpo (Marques-Deak & Sternberg, 2004; Pagliarone & Sforcin, 2009; Silva Jr. & Gonzalez, 2021; Gontijo et al., 2023).

A interação entre o sistema nervoso central (SNC), o sistema endócrino e o sistema imune é mediada por mensageiros  químicos que desempenham um papel crucial na regulação das respostas fisiológicas e imunológicas. A comunicação entre esses  sistemas pode ser perturbada por estressores psicológicos, influenciando negativamente a resposta imune. Emoções e estresse  têm a capacidade de modular a atividade imunológica, e a ativação do sistema imune pode, por sua vez, gerar estresse, como  evidenciado pela resposta a patógenos e toxinas que causam lesões teciduais. Durante o início do estresse, ocorre um aumento  significativo no número de neutrófilos e células NK no sangue, seguido por uma diminuição na contagem de linfócitos, em  resposta ao aumento dos níveis de cortisol. Em situações de estresse crônico, os níveis elevados de cortisol resultam em um  potencial de defesa mais instável, aumentando a suscetibilidade a infecções e a disseminação de câncer, bem como a ocorrência  de doenças autoimunes (Neca et al, 2022). 

O estresse afeta também o lado emocional já que células que formam a epiderme têm uma conexão estreita com as células  nervosas, e tem se observado que várias dermatoses crônicas podem ser provocadas ou intensificadas pelo estado emocional do  paciente. Isso significa que as variações emocionais podem afetar negativamente a condição clínica. Assim como outras doenças  de pele, a psoríase está ligada ao estresse, que pode resultar, inclusive, do impacto emocional causado pelo constrangimento em  relação à aparência das lesões (De Melo et al, 2019).  

O artigo em questão trata-se de um estudo sistemática com objetivos de analisar como o estresse afeta o sistema imunológico  de forma a causar doenças e problemas de saúde. Diante do exposto, este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão  sistemática sobre como o estresse afeta o sistema imunológico de forma a causar doenças e problemas de saúde. 

2. Metodologia 

Utilizou-se como método a revisão sistemática da literatura. Este trabalho consiste numa revisão sistemática  da literatura. Uma revisão sistemática, assim como outros tipos de estudo de revisão, é uma forma de pesquisa que utiliza como  fonte de dados a literatura sobre determinado tema. Esse tipo de investigação disponibiliza um resumo das evidências  relacionadas a uma estratégia de intervenção específica, mediante a aplicação de métodos explícitos e sistematizados de busca,  apreciação crítica e síntese da informação selecionada (Linde & Willich, 2023). 

Os critérios de inclusão foram artigos de revisão sistemática, relatos de caso e artigos originais publicados nos últimos  20 anos, nas línguas portuguesa e inglesa. Foram excluídos artigos repetidos e aqueles não disponíveis na íntegra. 

A busca foi feita nos bancos de dados SciELO (Scientific Eletronic Library Online), PubMed e LILACS (Literatura  Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), durante os meses de abril a dezembro de 2023 e janeiro a julho de 2024,  utilizando se os seguintes Descritores em Ciência da Saúde (DeCS): Estresse, Sistema Imunológico, Cortisol, Saúde Mental,  Imunossupressão. 

3. Resultados 

Foram selecionados 100 artigos acerca do tema, dos quais foram utilizados 72 para esta revisão. Para análise dos  resultados foram selecionados 10 artigos de acordo com os critérios de inclusão e exclusão, os quais foram categorizados segundo  autor, ano de publicação, distúrbios gerados pelo estresse e evidências, conforme Quadro 1.

Quadro 1. Distúrbios gerados pelo estresse na saúde física e mental dos seres humanos.

Autor/AnoDistúrbios gerados pelo estresseEvidências
Zhao, Xue & Sun (2020).Lesão da Mucosa  Gástrica.O estresse pode ser definido como um desequilíbrio da homeostase corporal  causado por estímulos prejudiciais externos ou internos que afetam diversos  sistemas do corpo humano, sendo o trato gastrointestinal o mais acometido  pelo estresse. A lesão da mucosa gástrica induzida por estresse (LMGE) é  uma lesão da mucosa gástrica (LMG) aguda caracterizada principalmente  por erosão inflamatória e sangramento gastrointestinal, que apresenta alta  taxa de mortalidade e é uma das complicações viscerais mais comuns após  trauma.
Trigo, Teng &  Hallak (2007)BurnoutA síndrome de burnout é consequente a prolongados níveis de estresse no  trabalho e compreende exaustão emocional, distanciamento das relações  pessoais e diminuição do sentimento de realização pessoal. A prevalência  da síndrome de burnout pode apresentar comorbidade com alguns  transtornos psiquiátricos, como a depressão. Os efeitos do burnout podem  prejudicar o profissional em três níveis: individual (físico, mental,  profissional e social), profissional (atendimento negligente e lento ao  cliente, contato impessoal com colegas de trabalho e/ou pacientes/clientes)  e organizacional (conflito com os membros da equipe, rotatividade,  absenteísmo, diminuição da qualidade dos serviços).
Juruena, Cleare &  Pariante (2004)Transtorno bipolarA disfunção do eixo HPA são descritas em pacientes que experimentam  transtornos psiquiátricos. Além disso, indivíduos predispostos a terem  transtornos psiquiátricos apresentam o estresse como principal  desencadeante. Durante e após a exposição a fatores estressantes, a  produção e liberação do cortisol aumenta em grande quantidade.
Soares & Alves  (2006)
Juruane & Cleare  (2007)
Marcelino &  Carvalho (2005)Diabetes Tipo 1O emocional influi na etiologia do diabetes Tipo 1 e que o diabetes também  influi no emocional desta criança. Isso ocorre devido aos cuidados  incessantes para controle da doença, medo das possíveis complicações, mal estar provocado pelos sintomas de hiper e hipoglicemia, o fato de ser  “diferente”. Sendo assim, é necessário um acompanhamento desta criança  não só por médicos, mas também por outros profissionais da saúde, entre  eles o psicólogo, objetivando elaboração dos aspectos referentes à doença e  suas repercussões emocionais.
Ramos & Ferreira  (2011)Diabetes Tipo 2Estudos apontam que pacientes com diagnóstico de doenças crônicas têm  maior probabilidade de desenvolver formas patológicas de estresse,  ansiedade e depressão. Tais estudos sugerem que esses indivíduos, ao serem  expostos a situações aversivas, apresentariam dificuldades no manejo da  doença comprometendo a adesão ao tratamento e consequentemente a sua qualidade de vida. No caso específico do diabetes, estudos sugerem haver  correlação positiva entre esses fatores e o curso da doença. Contudo verificou se correlação significativa entre tempo de diagnóstico do diabetes e adesão,  sugerindo que quanto maior o tempo que o participante apresentava a doença,  maior a dificuldade em manter os níveis glicêmicos estabilizados e aderir às  orientações prescritas. Observou-se também correlação positiva entre baixa  adesão e estrutura familiar. Os resultados sugerem que outros fatores, além dos  emocionais, devem ser considerados na análise da adesão ao tratamento.
Candeira (2002) Arritmia cardíacaA hipertensão arterial surge devido a exposição ao estresse, que estimula a  liberação de catecolaminas e corticosteroides através de hipotálamo. Sendo  assim, liberações excessivas levam a arritmias cardíacas.
Melo et al. (2019) PsoríaseO estresse desregula os hormônios causando efeitos no sistema imunológico. A  pele é um órgão sensível, e devido a alterações na homeostase, os níveis  cutâneos tendem a se alterar, desencadeando doenças de pele, como a psoríase.
Nunes, (2022) Dermatite atópicaNíveis de estresse elevados aumentam a produção de glicocorticoides, e esse  aumento irrita a função de proteção da barreira da pele, com isso, a pele fica  susceptível a distúrbios inflamatórios, como a dermatite atópica.

4. Discussão 

Com base no Quadro 1 citado acima pode-se observar os distúrbios gerados pelo estresse na saúde física e mental dos  seres humanos. O estresse é a resposta que o organismo envia, devido a pressões sofridas pelos agentes estressores, causando  alterações psicofisiológicas, em decorrência de situações enfrentadas com frequência (acontecimentos vitais, acontecimentos  diários menores ou situações de tensão crônica) que alteram a homeostase (equilíbrio) do indivíduo (Candeira, 2002). 

Os sintomas do diagnóstico do estresse vão desde irritabilidade ou hipersensibilidade emotiva até doenças no coração e  alterações no sistema imunológico (Candeira, 2002; Marcelino & Carvalho, 2005; Soares & Alves, 2006; Juruane & Cleare,  2007; Trigo, Teng & Hallak, 2007; Melo et al., 2019; Nunes, 2022; Zhao, Xue & Sun, 2020). 

4.1. EFEITOS DO ESTRESSE NO SISTEMA DIGESTÓRIO. 

Colopatias (distúrbios na absorção e concentração do intestino grosso), úlceras, diarreias e náuseas são alguns distúrbios  causados pelo estresse (Bernik, 2002; Zhao, Xue & Sun, 2020). 

Quando o sangue é desviado para os pulmões e músculos, a boca fica seca, para que o estômago não tenha que ingerir  a saliva. A paralisação da digestão pode ocasionar problemas estomacais e distúrbios digestórios especialmente se é forçada a  introdução de alimentos no sistema que o está recusando. 

Os hormônios liberados pela hipófise, ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) e corticoesteróides, são responsáveis pela conexão endócrina entre o sistema nervoso central e a área gastrointestinal. Quando presentes em doses elevadas por uma  semana ou mais, o ACTH contribui para o aumento da secreção de ácido e pepsina, o que causa as complicações (Malagris 2001  apud Lipp 2001).

O eixo HHA, ao ser ativado de forma prolongada em situações de estresse, libera grandes quantidades de cortisol, que  desempenha um papel central em várias funções do corpo. No contexto da saúde gastrointestinal, o aumento da acidez gástrica  associado ao estresse pode agravar ou precipitar condições como gastrite e úlceras. Isso destaca a necessidade de se monitorar a  saúde mental de pacientes hospitalizados por longos períodos, uma vez que o estresse emocional pode complicar ainda mais seu  quadro clínico. 

A conexão entre o cortisol elevado e os sintomas descritos — como irritabilidade, fadiga constante, distúrbios sexuais  e dificuldades cognitivas — sugere que o tratamento eficaz deve ir além da abordagem fisiológica, incorporando estratégias para  reduzir os níveis de estresse e, consequentemente, o impacto negativo do cortisol. 

De acordo com Zhao, Xue & Sun (2002) o estresse pode ser definido como um desequilíbrio da homeostase corporal causado por estímulos prejudiciais externos ou internos que afetam diversos sistemas do corpo humano, sendo o trato  gastrointestinal o mais acometido pelo estresse. A lesão da mucosa gástrica induzida por estresse (LMGE) é uma lesão da mucosa  gástrica (LMG) aguda caracterizada principalmente por erosão inflamatória e sangramento gastrointestinal, que apresenta alta  taxa de mortalidade e é uma das complicações viscerais mais comuns após trauma. 

4.2. EFEITOS DO ESTRESSE NO SISTEMA IMUNOLÓGICO. 

Os glóbulos brancos são responsáveis pela defesa do organismo diante de ataques de várias naturezas, obstruindo e  resistindo às infecções por intermédio de duas estratégias de atuação: destruição dos agentes ou formação de anticorpos contra  os mesmos. A primeira estratégia consiste na morte de células por fagocitose, em que as mesmas são envolvidas e destruídas por  ingestão pela ação dos glóbulos brancos. No entanto, pode acontecer uma deficiência na produção dos anticorpos, deixando o  organismo vulnerável às mais variadas infecções (Arantes & Viera 2002). 

Várias pesquisas sugerem que os efeitos do estresse emocional podem deprimir o sistema de defesa do organismo, após  acontecimentos estressantes, mas vale ressaltar que “a personalidade individual é também um forte diferenciador entre as pessoas  que tem maior ou menor suscetibilidade às doenças” (Scarpato 2002). 

O termo imunidade é a capacidade de se proteger contra agentes estranhos específicos, como bactérias, vírus, toxinas,  corpos estranhos (Guyton apud Arantes & Vieira 2002). Existem os linfócitos B (formam anticorpo para o extermínio dos agentes  invasores) e os T (produtores de células T sensibilizadas e que estimulam a produção de anticorpos chamados auxiliadores).  Quando ocorre a situação de estresse, ocorre a diminuição dos linfócitos T, é quando podem surgir manifestações do herpes, por  exemplo (Arantes & Vieira 2002). Porém outras diversas doenças também podem ser causadas pela baixa imunidade: câncer,  lúpus ou uma gripe (Filho, 1992). 

A Psiconeuroimunologia tem investigado por décadas a relação entre estresse e desenvolvimento de doenças. Tal  relação tem se tornado cada vez mais clara devido ao insistente estudo por parte dos pesquisadores na tentativa de compreender  os mecanismos através dos quais o estresse pode alterar e/ou suprimir a resposta imunológica, modulando certos fatores ligados  ao sistema imune como a produção de citocinas e a atividade celular (Marques-Deak & Sternberg, 2004). 

Tanto o excesso quanto a inadequação da resposta dos hormônios do estresse estão associados com doenças, levando à  suscetibilidade a infecções e a doenças inflamatórias crônicas, autoimunes e alérgicas. Assim, a ativação crônica do eixo HPA  durante o estresse pode afetar a susceptibilidade ou o grau das doenças infecciosas através do efeito imunossupressivo dos  glicocorticoides (Glaser & Kiecolt-Glaser, 1998). Em contraste, a diminuída ativação do eixo HPA está associada com alta  suscetibilidade a doenças autoimunes e inflamatórias crônicas. Isto pode ser observado em animais com artrite submetidos à  adrenalectomia ou após administração de antagonistas de receptores para glicocorticóides, que apresentaram aumento  exacerbado do estado da doença, podendo resultar em morte dos mesmos.

Mudanças fisiológicas nos níveis de glicocorticóides circulantes estão associadas com desequilíbrio no padrão de  citocinas produzidas. A diminuição da resposta Th1 em relação à Th2 leva a uma maior suscetibilidade a infecções fúngicas,  virais e bacterianas, tanto em animais quanto em humanos, sendo esse desequilíbrio considerado o principal fator que leva ao  desenvolvimento de doenças infecciosas (Elenkov & Chrousos, 1999). 

Zhang et al. (1998) observaram que o estresse por imobilização inibiu a migração de leucócitos e a produção de citocinas  padrão Th1, mas induziu, entretanto, aumento de citocinas padrão Th2 em animais infectados com Lysteria monocytogenes.  Também foi observado que a infecção por Staphylococcus aureus é favorecida pelo estresse, uma vez que a resistência natural a  microrganismos depende da habilidade das células fagocíticas (neutrófilos e macrófagos) em migrar para o sítio de infecção, o  que é suprimido pelo estresse. O tratamento com glicocorticóides aumenta a suscetibilidade à tuberculose, por diminuir a  expressão de mRNA do fator de resistência Nramp 1. 

Além da resposta Th2 em infecções, essa também pode estar associada a reações alérgicas, asma, urticária e alergia a  alimentos (Elenkov &Chrousos, 1999). Doenças autoimunes como lupus eritematoso sistêmico, artrite reumatóide e esclerose  sistêmica estão relacionadas com alta produção de prolactina, o que acontece em situações de estresse. 

Estudos também relatam que o estresse pode ser favorável quanto à ativação de viroses latentes. Estudantes sob estresse  causado por exame escolar apresentaram diminuição no controle imune contra o vírus Epstein-Barr (EBV) e herpes simples tipo  1 (HSV-1) latentes. Diferentes tipos de estresse também podem exercer diferentes respostas fisiológicas quanto às viroses. 

Nas últimas décadas, pesquisadores também têm relacionado o estresse com progressão do câncer, devido a ocorrência  de disfunções celulares, como dano no DNA e diminuições no número e na atividade de células protetoras como os linfócitos T  e principalmente células NK (Palermo-Neto, Oliveira & Massoco, 2003). Em animais, foi demonstrado que estresse cirúrgico e  psicológico pode suprimir a atividade de células NK em ratos, suprimindo assim a resistência ao desenvolvimento tumoral  (Kemeny & Schedlowsky, 2007). Também tem sido demonstrado que estresse social e estresse por isolamento podem aumentar  o desenvolvimento de metástase tumoral em modelos animais (Wu et al., 2000), devido à alta produção das citocinas pró inflamatórias. IL-1β, IL-6 e TNF-α podem exercer papel na progressão tumoral, estando envolvidas no processo da angiogênese.  Pacientes com câncer apresentaram maior expressão de citocinas pró-inflamatórias e do fator estimulador de colônias de  granulócitos e macrófagos (GM-CSF), fatores estes participantes no processo de metástase. Ademais, células tratadas com IL 1β induziram a expressão de VEGF. 

Estudos realizados em animais e humanos sugerem fortemente a importância do papel imunoregulador do eixo HPA e  a significância biológica da sua apropriada responsividade em relação a doenças inflamatórias. Animais que falham ao gerar uma  resposta dos glicocorticóides ao estímulo psicológico são altamente vulneráveis a inflamação. Em humanos, foi observada pouca  responsividade do eixo HPA em pacientes com dermatite atópica sob estresse psicossocial. 

4.3. EFEITOS DO ESTRESSE NO SISTEMA MUSCULAR. 

A tensão muscular é resultado de uma complexa cadeia fisiológica, estimulada pelas emoções. Essa tensão tende a se  acumular em determinadas partes do corpo, de acordo com o mapa fisio-emocional individual. Nem todas as pessoas apresentam  tensos os mesmos grupos musculares, porque há diferenças significativas entre cada indivíduo nas respostas dadas pelo  organismo (Scarpato 2002). 

As alterações do estresse no sistema muscular podem ser: cãibras, formação de fibralgias musculares (nódulos dolorosos  nos músculos dos ombros e das costas) e dores de cabeça provocadas por tensão psíquica (Bernik 2002).

Estudos desenvolvidos por Almeida & Dumith (2018) em servidores públicos de uma universidade federal do sul do  Brasil constataram que quanto maior o estresse percebido, maior a prevalência de sintomas osteomusculares. Observou-se  tendência linear com significância estatística em quase todas as regiões anatômicas analisadas. 

Fiochi et al. (2022) analisaram a influência do estresse metabólico na hipertrofia muscular e constataram que a partir  do estímulo da sobrecarga, o sistema imune, a inflamação local, os fatores de crescimento, os hormônios sistêmicos e as células  satélites são mobilizados e ativados para promover a reparação tecidual e hipertrofia muscular. O treinamento resistido com  sobrecargas moderadas, com ou sem a restrição do fluxo sanguíneo, tem se mostrado eficiente para promoção da hipertrofia,  desde que induza elevado grau de desequilíbrio muscular caracterizado pelo estresse metabólico. 

4.4. EFEITOS DO ESTRESSE NO SISTEMA CARDIOVASCULAR. 

O estresse é um fator importante que afeta a função cardíaca. Existe uma correlação entre o estresse e as funções  hemodinâmicas, com deterioração do ventrículo esquerdo. O aparecimento da hipertensão arterial é favorecido em situações de  estresse, que estimulam por meio do hipotálamo a liberação de catecolaminas e corticosteróides. E é essa liberação excessiva  que determina o aparecimento de arritmias cardíacas, arteriosclerose coronariana, isquemia ou necrose do miocárdio e  insuficiência cardíaca (Arantes & Vieira 2002). 

Grande parte das evidências sobre a relação estresse e doença coronária está baseada em estudos retrospectivos, os quais  utilizam fatos acontecidos na vida do paciente, o que deixa claro que certos indivíduos já têm um risco elevado (tendência) de  desenvolverem doenças coronárias (Stroebe & Stroebe 1995). 

De acordo com Candeira (2002) a hipertensão arterial surge devido a exposição ao estresse, que estimula a liberação de  catecolaminas e corticosteroides através de hipotálamo. Sendo assim, liberações excessivas levam a arritmias cardíacas. 

No estudo desenvolvido por Rodrigues, Guerra e Maciel (2010) na análise de algumas variáveis psicológicas dentre  elas, o estresse, constatou-se que não houve diferenças significativas entre os grupos analisados quanto às variáveis estudadas  com exceção da percepção de estresse. A regressão logística binária permitiu concluir que o estresse é o único preditor da doença  coronária neste estudo e também que o estresse está associado ao caráter hostil dos indivíduos bem como aos níveis de colesterol.  E que fatores de risco como diabetes e o álcool estão associados moderadamente à ocorrência de acontecimentos de vida e ao  caráter hostil dos homens. 

4.5. EFEITOS DO ESTRESSE NA PELE. 

Raiva, frustrações ou vergonha podem causar a vermelhidão e coceira na pele, além de desencadear a chamada  Dermatite Atópica, que resulta do aumento da produção de glicocorticoides devido a elevados níveis de estresse (Scarpato, 2002;  Nunes, 2022). 

O estresse pode causar várias doenças de pele: a acne, que é extremamente comum, atinge quase 100% dos adolescentes  e grande número de adultos; a calvície, que afeta 65% dos homens e 10% das mulheres, determinada por uma série de fatores; a  rosácea, a qual é uma alteração que se localiza no rosto e se acompanhada de pápulas, semelhantes às da acne, possuindo  coloração vermelho-vivo (Lima, 2002). 

O estresse desregula os hormônios causando efeitos no sistema imunológico. A pele é um órgão sensível, e devido a  alterações na homeostase, os níveis cutâneos tendem a se alterar, desencadeando doenças de pele, como a psoríase (Melo et al.,  2019).

4.6. EFEITOS DO ESTRESSE NA DIABETES. 

A existência de relação entre o estresse e mediadores químicos como cortisol, catecolaminas, glucagon, renina e  hormônio do crescimento no desenvolvimento de patologias está descrita na literatura (Black, 2003), em que o estresse é  apontado como possível causador de obesidade visceral, síndrome metabólica e intolerância à glicose, devido à elevação de  produção dos hormônios envolvidos na resposta ao estresse. 

O estresse é considerado um fator que pode influenciar ou desencadear diferentes tipos de doenças, dentre elas a  hipertensão arterial e a diabetes, porém o mesmo se torna crônico apenas quando as estratégias de enfrentamento do indivíduo  falham. 

No estudo desenvolvido por Mesquita et al. (2014) a um grupo de trabalhadores de um órgão público observou-se que  27,41% dos participantes apresentavam estresse em que o tipo predominante de estratégia de enfrentamento foi de “controle”.  Nesse estudo os autores não observaram correlação significativa entre estresse e idade, estresse e pressão arterial e estresse e  nível glicêmico. Os tipos de estratégias de enfrentamento de estresse utilizados pouco influenciaram na pressão arterial e na  glicemia. 

Lessmann, Silva & Nassar (2011) analisaram o efeito do estresse em mulheres com Diabetes Mellitus tipo 2 por meio  de um estudo transversal prospectivo, desenvolvido com 147 mulheres, utilizando a Escala de Estresse Perceptivo (PPS). Nesse  estudo houve associação entre as variáveis testadas, sendo possível inferir que as mulheres com estresse elevado são as que  vivenciaram sofrimento e apresentam controle glicêmico alterado, ou seja, com valores superiores a 180 mg/dL. A maioria  relatou sofrimento decorrente de problemas nas relações interpessoais, óbito, doença de familiares e solidão. 

A relação entre fatores emocionais (estresse, ansiedade e depressão), qualidade de vida e adesão ao tratamento em  adultos com diabetes tipo 2 foram pesquisados por Ramos & Ferreira (2011). O estudo envolveu 30 pacientes (18 mulheres e 12  homens) entre 33 e 59 anos de idade, matriculados no programa Hiperdia de uma Unidade Básica de Saúde. Os instrumentos  utilizados foram os inventários de ansiedade e de depressão de Beck, o inventário de Sintomas de Stress de Lipp (ISSL) e o  Questionário geral de saúde e qualidade de vida (SF-36). A adesão ao tratamento foi medida por meio do último resultado do  exame de hemoglobina glicada. Os resultados mostraram não haver correlação entre fatores emocionais e adesão ao tratamento.  Contudo verificou-se correlação significativa entre tempo de diagnóstico do diabetes e adesão, sugerindo que quanto maior o  tempo que o participante apresentava a doença, maior a dificuldade em manter os níveis glicêmicos estabilizados e aderir às  orientações prescritas. Observou-se também correlação positiva entre baixa adesão e estrutura familiar. Os resultados sugerem  que outros fatores, além dos emocionais, devem ser considerados na análise da adesão ao tratamento. 

No levantamento bibliográfico realizado por Marcelino, Carvalho & Maringá (2005) notou-se que o emocional influi  na etiologia do diabetes e que o diabetes também influi no emocional desta criança. Isso ocorre devido aos cuidados incessantes  para controle da doença, medo das possíveis complicações, mal-estar provocado pelos sintomas de hiper e hipoglicemia, o fato  de ser “diferente”. Sendo assim, é necessário um acompanhamento dessa criança não só por médicos, mas também por outros  profissionais da saúde, entre eles o psicólogo, objetivando elaboração dos aspectos referentes à doença e suas repercussões  emocionais. 

4.6. EFEITOS DO ESTRESSE NO SISTEMA NERVOSO. 

A ação do agente estressor é percebida pelo sistema nervoso central, o qual envia sinais para o cérebro. A informação é  retroalimentada pelo sistema límbico, onde há uma interpretação emocional, fazendo liberar uma série de hormônios por várias  glândulas. Em todo esse processo de resposta do organismo, são desencadeadas alterações não só emocionais como também  físicas (Candeira, 2002; Marques-Deak & Esther Sternberg, 2004; Monfrim, 2014; Silva & Torres, 2020).

As contribuições da Neuropsicologia para um maior entendimento do estresse foram estudadas por Silva & Torres por  meio de um levantamento bibliográfico. A Neuropsicologia como área da Psicologia e das Neurociências investiga as relações  entre o sistema nervoso central (SNC), o funcionamento cognitivo e o comportamento têm oferecido importantes contribuições  aos estudos sobre estresse. Nesse levantamento bibliográfico os autores concluíram que o estresse pode ser pensado como um  produto do ambiente (pressões e coerções sociais) que gera efeitos psicológicos e físicos importantes e causa alterações nas  funções executivas, memória, atenção, psicomotricidade e rebaixamento cognitivo de forma geral. 

Gracino et al. (2016) em seus estudos bibliográficos para identificar as principais doenças que acometem os médicos  em todo o mundo. Nesse estudo os resultados encontrados apontaram que os acometimentos mentais prevaleceram, destacando-se o esgotamento profissional (síndrome de burnout). Entre as doenças físicas, predominaram os acometimentos  musculoesqueléticos. 

A síndrome de burnout é consequente a prolongados níveis de estresse no trabalho e compreende exaustão emocional,  distanciamento das relações pessoais e diminuição do sentimento de realização pessoal. Trigo, Teng & Hallak (2007) realizaram  um estudo bibliográfico a respeito da síndrome de burnout no Brasil e em outros países, considerando sua prevalência, possíveis  fatores de risco para seu desenvolvimento, sua associação com outros transtornos psiquiátricos e consequências para o indivíduo  e a organização em que trabalha. Nesse estudo foi observado que a prevalência da síndrome de burnout ainda é incerta, mas  dados sugerem que acomete um número significativo de indivíduos, variando de aproximadamente 4% a 85,7%, conforme a  população estudada. Pode apresentar comorbidade com alguns transtornos psiquiátricos, como a depressão. Os efeitos do burnout  podem prejudicar o profissional em três níveis: individual (físico, mental, profissional e social), profissional (atendimento negligente e lento ao cliente, contato impessoal com colegas de trabalho e/ou pacientes/clientes) e organizacional (conflito com  os membros da equipe, rotatividade, absenteísmo, diminuição da qualidade dos serviços). Mais pesquisas devem ser realizadas  para que mudanças positivas nas organizações de trabalho sejam baseadas em evidências científicas. 

O eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA) e o sistema simpático adrenomedular são os componentes neuroendócrinos  e neuronais primários da resposta ao estresse. A liberação do cortisol a partir do córtex adrenal, das catecolaminas a partir da  medula adrenal e da norepinefrina a partir dos terminais nervosos preparam o indivíduo para lidar com as demandas dos  estressores metabólicos, físicos e/ou psicológicos e servem como mensageiros cerebrais para a regulação do sistema  imunológico. 

A disfunção do eixo HPA são descritas em pacientes que experimentam transtornos psiquiátricos. Além disso,  indivíduos predispostos a terem transtornos psiquiátricos apresentam o estresse como principal desencadeante. Durante e após a  exposição a fatores estressantes, a produção e liberação do cortisol aumenta em grande quantidade (Juruena, Cleare & Pariante, 2004; Soares & Alves, 2006; Juruane & Cleare, 2007). 

Por outro lado, o sistema imunológico produz mensageiros químicos (citocinas) que desempenham um papel crucial em  mediar as respostas inflamatórias e imunes e também servem como mediadores entre os sistemas imunológico e neuroendócrino. O sistema imunológico também desempenha um papel importante no sistema nervoso central em relação à sobrevivência e morte  neuronal. As citocinas podem atuar no SNC como fatores de crescimento neuronal e como neurotoxinas, desempenhando,  portanto, um papel em doenças como Demência de Alzheimer, neuroAIDS, e trauma cerebral. 

O estudo bibliográfico desenvolvido por Porto et al. (2023) mostrou que o Transtorno Bipolar (TB) envolve episódios  afetivos de mania e depressão como sintomas clínicos primários juntamente com sintomas de déficit cognitivo, que juntos podem levar a uma redução geral da qualidade de vida. Além disso, os sintomas do transtorno bipolar podem existir em um espectro  com indivíduos apresentando vários graus de sintomas, e características do espectro bipolar, como aumento da atividade motora,  hipersonia, hiperfagia ou irritabilidade. Desequilíbrio de neurotransmissores, estresse oxidativo (OS) e causas genéticas são  alguns dos fatores que têm sido associados à fisiopatologia do TB. O transtorno bipolar é uma doença mental crônica com ônus significativo para o indivíduo, sociedade e sistema de saúde. Este transtorno é, muitas vezes, comórbido com uso de drogas,  transtornos de ansiedade e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, aumentando o risco de suicídio. Nesse contexto, é  ideal que seja tratada por uma equipe multidisciplinar com tratamento farmacológico e psicoterapia adjuvante. A terapêutica  medicamentosa de primeira linha é o lítio. 

Os estudos relacionados aos transtornos de humor e de ansiedade comórbidos em vítimas de violência com transtorno  do estresse pós-traumático foram desenvolvidos por Quarantini et al. (2009). A pesquisa baseou-se numa revisão bibliográfica.  Nesse estudo concluiu-se que a depressão maior é uma das condições comórbidas mais frequentes em indivíduos com transtorno  de estresse pós-traumático, mas eles também apresentam transtorno bipolar e outros transtornos ansiosos. Essas comorbidades  impõem um prejuízo clínico adicional e comprometem a qualidade de vida desses indivíduos. Comportamento suicida em  pacientes com transtorno de estresse pós-traumático, com ou sem depressão maior comórbida, é também uma questão relevante,  e sintomas depressivos mediam a gravidade da dor em sujeitos com transtorno de estresse pós-traumático e dor crônica. Os  estudos disponíveis sugerem que pacientes com transtorno de estresse pós-traumático têm um risco maior de desenvolver  transtornos afetivos e, por outro lado, transtornos afetivos pré-existentes aumentam a propensão ao transtorno de estresse pós-traumático após eventos traumáticos. Além disso, vulnerabilidades genéticas em comum podem ajudar a explicar esse padrão de  comorbidades. No entanto, diante dos poucos estudos encontrados, mais trabalhos são necessários para avaliar adequadamente  essas comorbidades e suas implicações clínicas e terapêuticas. 

4.7. ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO DO ESTRESSE. 

Os exercícios físicos, a alimentação saudável e, em alguns casos, medicamentos são algumas das estratégias de  enfrentamento do estresse (Candeira, 2002; Cardoso, 2001; Bertolucci, 2002; Zonta, Robles & Grosseman, 2006; Bernik, 2002).  O estresse se relaciona com a baixa imunidade, deixando o organismo suscetível até ao câncer (Barboza, 1998; Rossi, 2001;  Ballone, 2002; Scarpato, 2002; Silva & Salles, 2015). 

Um estudo qualitativo sobre a qualidade de vida de estudantes universitários de Medicina de uma universidade federal  do sul do Brasil desenvolvido por Zonta, Robles & Grosseman (2006) concluíram que a valorização dos relacionamentos  interpessoais e de fenômenos do cotidiano, equilíbrio entre estudo e lazer, organização do tempo, cuidados com a saúde,  alimentação e o sono, prática de atividade física, religiosidade, trabalhar a própria personalidade para lidar com situações  adversas e procura por assistência psicológica são estratégias que podem ser utilizadas no enfrentamento do estresse. Sugere-se  maior preocupação dos envolvidos na educação médica com a qualidade de vida do estudante de Medicina e o desenvolvimento  de estratégias para promovê-la ou que preparem o estudante para lidar com o estresse durante a formação médica.

Borine, Wanderley & Bassitt (2015) analisaram a relação entre a qualidade de vida e o estresse em acadêmicos da área  da saúde de uma faculdade privada no interior de Rondônia. Nesse estudo os autores utilizaram uma amostra constituída por 208  alunos, sendo 133 do sexo feminino e 75 do sexo masculino com idades entre 17 a 55 anos e para avaliar a qualidade de vida foi  utilizada a escala Whoqol-Bref e o Inventário de Sintomas de Stress para Adultos para avaliar o nível de estresse. Os resultados  mostraram que acadêmicos com maior nível de qualidade de vida apresentam menores índices de estresse, sendo os acadêmicos  do curso de Medicina Veterinária aqueles com maior índice de qualidade de vida e os acadêmicos do curso de Fisioterapia os  que apresentam o maior nível de estresse. Observou-se, também, que o sexo feminino apresentou mais níveis de estresse em  comparação ao sexo masculino. 

Um dos maiores desafios do homem moderno é conquistar rendimento profissional sem prejudicar sua saúde. Sendo  assim, o desgaste físico e mental, ocasionado pelo excesso de trabalho ou de pressão aumenta, propiciando o aparecimento de  doenças diversas, como os sintomas físicos: fadiga, dores de cabeça, insônia, alterações intestinais, entre outras.

O estresse ocupacional e as formas alternativas de tratamento foram alvos de estudo de Silva & Salles (2016) os quais  por meio de uma pesquisa bibliográfica relataram a dificuldade que os colaboradores têm enfrentado em conciliar as exigências do trabalho e a vida particular, o que acarreta transtornos como o estresse, desmotivando-o no trabalho. A solução para a  problemática identificada foi apresentar tratamentos alternativos para empresas (hipnose, acupuntura e atividades físicas), afim  de que seus colaboradores tenham mais qualidade de vida, prevendo doenças como o estresse e melhorando seu desempenho e  aumentando a produtividade e lucratividade da empresa. 

Quando se pratica exercícios físicos por trinta minutos ou mais, o organismo produz uma substância chamada beta  endorfina, que dá a sensação de tranquilidade e bem estar. Atividades físicas constante e baixo impacto, com orientação médica,  proporcionam benefícios ao organismo, melhorando as funções cardiovasculares, respiratórias e o condicionamento físico  (Cardoso, 2001). 

Os resultados do estudo bibliográfico desenvolvido Silva, Leonidio & Freitas (2015) indicaram que a prática de  atividades físicas tem sido inversamente associada aos níveis de estresse de adultos e idosos, bem como de indivíduos mais  jovens, sendo proposta como uma estratégia para aliviar a tensão e minimizar as consequências nocivas do estresse. 

O estresse físico e a dependência de exercício físico foram avaliados por Antunes et al. (2006) num grupo de 17 atletas  de ambos os gêneros com histórico de prática da modalidade de pelo menos três anos, com experiência em provas nacionais e  internacionais e que figuram nas primeiras posições do ranking brasileiro. Os voluntários responderam aos seguintes  questionários: Escala de Dependência de Exercício (EDE), Idate Traço e Estado, Profile of Mood States (POMS), SF36 Pesquisa  em Saúde e Questionário de Padrão Social. Os resultados revelaram que os escores observados na EDE foram indicativos de  dependência de exercício; já os questionários de humor revelaram ansiedade moderada, enquanto o POMS não detectou escores  indicativos de distúrbios de humor. Quanto à qualidade de vida, a média das oito dimensões referentes ao questionário SF-36 se  mostrou acima de 85%, sugerindo que, apesar de haver dependência de exercício, parece que esse fato não foi capaz de promover  alterações significativas no estado de humor e na qualidade de vida. Esses dados sugerem que atletas de CA apresentam  dependência de exercício não associada aos distúrbios de humor. 

O estresse é considerado o “o mal do século” por desencadear um processo patológico em cadeia. Entre as alterações  metabólicas induzidas pelo estresse crônico encontramos: hipertensão, dislipidemia, obesidade central, diabete mellitus,  arteriosclerose coronariana, sedentarismo, dieta inadequada, tabagismo, consumo excessivo de álcool também são fatores de  risco para essas doenças. Lima et al. (2011) realizaram um estudo bibliográfico para analisar os aspectos favoráveis do exercício  físico no controle das patologias provocadas pelo estresse crônico. Nesse estudo observou-se que a síndrome metabólica está  intimamente relacionada ao hipercotisolismo e que o exercício físico tem sido um importante recurso não farmacológico no  controle dessas patofisiologias, podendo evitar o surgimento de doenças coronarianas, bem como a morte súbita. Embora existam  poucas evidências que comprovem a diminuição da concentração sanguínea do cortisol a partir da prática de exercício físico, ainda podemos afirmar a sua importância no controle do estresse, seja através da influência no comportamento e vida social do  indivíduo ou minimizando os efeitos negativos do cortisol no organismo. 

O estresse incontrolável muda os padrões de alimentação e a saliência e o consumo de alimentos hiper palatáveis; com  o tempo, isso poderia levar a mudanças na carga alostática e desencadear adaptações neurobiológicas que promovem um  comportamento cada vez mais compulsivo. Matos & Ferreira (2021) realizaram um estudo bibliográfico correlacionado ao estresse e o comportamento alimentar e desmontaram que o estresse tem sido considerado um fator de risco crítico no  desenvolvimento de transtornos aditivos e recaída para comportamentos aditivos. No entanto, poucos estudos revisaram as  ligações entre o estresse e a ingestão de alimentos, particularmente de alimentos hiper palatáveis ou “confortáveis” que podem  ser consumidos para reduzir o estresse. 

As alterações homeostáticas que o aumento do hormônio cortisol causa devido aos agentes estressores estão ligadas  diretamente ao comportamento alimentar. O estudo de Ralph et al. (2023) apontou os principais efeitos do estresse crônico no indivíduo, ressaltando a importância do conhecimento clínico acerca do comportamento alimentar como forma de abrir caminhos  para aplicação de recursos e estratégias nutricionais a favor do bem-estar e qualidade de vida. 

O comportamento alimentar integra um conjunto de ações realizadas quando o indivíduo escolhe o alimento que deseja  consumir, e está mais relacionado à etapa antes do consumo. Para compreensão das escolhas alimentares é necessário visualizar  o contexto que ele está inserido e tratar de prazer, saúde, questões emocionais, identidade cultural e tomada de decisões, consequentemente, a alimentação alterada estimulada pelo estresse, resulta em exageros nas refeições ou recusa dos alimentos,  os quais contribuem para o aumento do número de pessoas com desnutrição, sobrepeso, obesidade e síndrome metabólica. Outros  fatores também estão relacionados à alimentação inadequada e o estresse, como os níveis de cortisol elevado, aumento de gordura  visceral, dietas restritivas, bem como a falta de orientação nutricional adequada para diferenciar a fome emocional da fome física. 

O estudo bibliográfico de Kulik et al. (2021) mostrou que o estresse sucede de alguns aspectos específicos e que pode  alterar de forma negativa a alimentação, assim é essencial que a equipe multiprofissional de saúde atue desenvolvendo estratégias  de acompanhamento, promoção da alimentação adequada, cuidado com a saúde física e mental para diminuir, tratar e prevenir  complicações associadas ao estresse. 

A alimentação exerce um papel fundamental no combate ao estresse, o qual rapidamente esgota o suprimento de glicose,  o principal combustível do corpo. O organismo começa a sofrer um desgaste de proteínas existentes nos músculos quando o  indivíduo enfrenta situações de estresse. Assim é recomendado o consumo de carboidratos e também uma quantidade extra de proteínas, para impedir o desgaste muscular. Uma alimentação equilibrada, rica em frutas, vegetais e grãos integrais, repõe as  vitaminas e minerais perdidos por causa do estresse (Bertolucci 2002). 

A vitamina C é um antioxidante e seus efeitos podem ser significantes em condições em que o estresse oxidativo  aumenta, e possui um efeito antioxidante fisiológico, protegendo as células hospedeiras contra o estresse oxidativo causado por  infecções. O estudo de Beja et al. (2020) por meio de levantamento bibliográfico relatou que a suplementação regular de vitamina  C resultou em uma redução estatisticamente significativa na duração dos episódios de resfriado comum que ocorreram durante  o período de suplementação profilática em crianças e adultos. Os ensaios regulares de suplementação demonstraram que a  vitamina C afeta a duração e a gravidade dos resfriados sem alterar sua incidência na população em geral, e há evidências de que  administrar a vitamina C terapeuticamente, começando imediatamente após os primeiros sintomas, possui resultados  significativos no tratamento das síndromes gripais. 

O sistema de defesa do corpo humano é constituído por uma complexa rede de células e moléculas dispersas por todo  o organismo e possui importante relação com a nutrição pois há interação entre a ingestão adequada de nutrientes, aumento no  estresse oxidativo e a ocorrência de processos infecciosos, com depleção imunitária. Na revisão bibliográfica realizada por  Biasebetti, Rodrigues & Mazur (2018) foi relatada a importância dos principais nutrientes que agem em benefício do sistema  imunitário: ferro, vitamina A, vitamina C, vitamina E, vitamina D e zinco. 

Vitamina C, carotenoides, pectina e compostos fenólicos são importantes componentes das frutas cítricas (Ywassaki &  Canniatti-Brazaca, 2011). Todas as frutas e verduras contêm alguma quantidade de vitamina C (Medline Plus). As frutas com  maiores quantidades de vitamina C são: acerola, caju, mexerica (tangerina), goiaba, laranja, mamão, kiwi, manga, morango e  carambola. Os legumes e vegetais folhoso com maiores teores incluem: pimentão amarelo, pimentão vermelho, couve, agrião, salsa, beterraba e brócolis. A dose recomendada para um adulto é de 60mg/dia. A dose terapêutica é de 100 a 2000mg/dia, nas  situações de baixa defesa imunológica (Pallaoro, 1997; Couto & Canniatti-Brazaca, 2010). 

A diminuição dos níveis de glicose no sangue devido ao estresse pode desencadear o desejo da ingestão de alimentos  ricos em açúcar, como o chocolate (Zonta, Robles & Grosseman, 2006). Há uma elevação dos níveis de triptofano no cérebro,  onde é transformado em serotonina (um neurotransmissor) muito conhecido como “substância química calmante”. Mas outros  alimentos, segundo Bertolucci (2002), também possuem propriedades sedativas, como por exemplo, o maracujá, camomila, erva  doce e raiz de valeriana (Valeriana officinalis). Não há dieta ideal para todas as pessoas, porque determinados fatores interferem  nas necessidades nutricionais: sexo, idade, atividade física, hereditariedade, etc (Rio, 1996).

A auto-hipnose é uma forte arma contra o estresse, pois é um método rápido de relaxamento. Em alguns aspectos, a  hipnose pode ser comparada ao sono, uma vez que há redução de consciência, além de inércia e passividade. Porém, na hipnose  nunca há perda total de consciência, o que acontece no sono (Eshelman et al. 1982). 

Na hipnose são percebidos alguns aspectos: redução da atividade muscular, perda de energia, diminuição da atenção e  capacidade de criar a sensação de leveza nos ombros. Quando se utiliza esse método, são observados vários benefícios  (habilidade para anestesiar partes do corpo e controlar sintomas dolorosos ou controlar funções orgânicas). Esta técnica tem sido  clinicamente utilizada para combater a insônia, dores crônicas, dores de cabeça, tensão muscular e ansiedades, sendo também  muito indicado para o tratamento da fadiga crônica (Eshelman et al., 1982). 

A ansiedade e o estresse, são fatores que contribuem significativamente para o envelhecimento prematuro da pele,  músculos e órgãos, além de afetarem negativamente a memória e a concentração. Esse envelhecimento pode ser mais lento com  a ajuda da hipnose clínica, também conhecida como hipnoterapia. Vários estudos demonstram a eficácia da hipnose clínica como  parte do tratamento integrativo de várias condições físicas e psicológicas (Szenészi, 2005; Agostinho, 2012; Neubern, 2012;  Santos, 2021; Gomes et al., 2022; Silva, 2024). 

Silva (2024) pesquisou a influência da hipnose clínica na qualidade de vida e no processo de envelhecimento num grupo  de idosos. A amostra foi não probabilística de conveniência, composta por 6 participantes: 4 do género feminino e 2 do género  masculino, com idades compreendidas entre os 67 e 74 anos, residentes na Zona da Grande Lisboa. O critério de inclusão foi  que os participantes não apresentassem patologias do foro psiquiátrico e tivessem idades compreendidas entre os 65 e 75 anos. Os resultados encontrados sugerem que a hipnose clínica/hipnoterapia teve um impacto positivo na redução dos sintomas relatados pelos participantes, tais como: dificuldades de concentração e memória, sedentarismo, tristeza, auto estima baixa, dificuldades em adormecer, pele envelhecida, falta de apetite, choro fácil, rugas e falta de elasticidade da pele. Em suma, a  hipnose clínica/hipnoterapia demonstrou ser uma abordagem eficaz para melhorar a qualidade de vida e promover um  envelhecimento mais saudável entre os participantes deste estudo. 

O trabalho desenvolvido por Neubern (2012) visou destacar como a hipnose pode ser um importante instrumento para  a reconstrução da experiência subjetiva dos sujeitos. O trabalho baseou-se num estudo de caso clínico em que há considerável  ênfase na utilização dos sentidos físicos em sessões de hipnose e como a cliente, inicialmente marcada por um intenso luto,  efetiva uma série de reconstruções de sua experiência no que se refere à vivência de corpo, de espaço, tempo e mundo. Conclui-se que os sentidos físicos, como processos vividos, podem ser de grande importância na psicoterapia e que a hipnose pode  proporcionar ao sujeito uma posição ativa na reconstrução de sua experiência. 

Muitas vezes haverá necessidade do uso de medicamentos, geralmente através de antidepressivos serotoninérgicos, com  ou sem ansiolíticos e/ou betabloqueadores por um tempo definido (Bernik,2002). 

A comercialização de antidepressivos e estabilizadores de humor cresce a cada ano no Brasil. Conforme dados do Conselho Federal de Farmácia, a venda desses medicamentos cresceu cerca de 58% entre os anos de 2017 e 2021. A população brasileira recorre de forma progressiva aos fármacos em situações relacionadas à saúde mental. De acordo com um levantamento divulgado em 2017 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é um dos países mais depressivos e ansiosos do mundo. Cerca de 5,8% da população sofre com a depressão e 9,3% possui problemas com ansiedade. Esses dados podem explicar o “sucesso” de ansiolíticos, antidepressivos e sedativos nos últimos anos. 

As medicações podem ter diferentes papeis no tratamento: regular a resposta ao estresse e permitir ao indivíduo um  retorno às suas atividades de vida normal; permitir uma melhor resolução da experiência traumática, em conjunto com o  tratamento psicoterápico; controlar sintomas de ansiedade generalizada, hiper excitação autonômica, psicoses breves, descontrole  de impulsos e insônia; e evitar recaídas de condições comórbidas (Bernik, Laranjeiras & Corregiari, 2003). 

A produção dessas substâncias pelo corpo humano influencia diretamente o estado de humor das pessoas. Problemas  como depressão e ansiedade alteram o funcionamento dos mediadores químicos e os medicamentos agem regulando a produção  desses mediadores, com o objetivo de estabilizar a condição emocional de quem passa por isso.

Assim como qualquer medicamento, os antidepressivos ou ansiolíticos podem causar a dependência dos pacientes se  forem utilizados de forma indiscriminada. Quando há alteração na produção dessas substâncias no organismo, ele tenta se  reequilibrar reagindo ao medicamento, porque é uma substância estranha no nosso corpo”. A dependência passa pelas diversas  alterações no mecanismo biológico do organismo humano. 

5. Considerações finais. 

O estresse pode comprometer os fatores psicossociais do trabalho e ocasionar doenças e falha na capacidade de proteger  o indivíduo. O estresse crônico causa alterações nas funções executivas, memória, atenção, psicomotricidade e rebaixamento  cognitivo de forma geral. As alterações neuropsicológicas relacionadas ao estresse crônico e sugerem que mais estudos sejam  realizados com a finalidade de compreender melhor a extensão do impacto do estresse crônico no funcionamento cognitivo e  emocional do indivíduo, além de avaliar sua influência a longo prazo. No entanto, é essencial a identificação da presença dos  sintomas nas consultas médicas, psicológicas, neuropsicológicas e de outros profissionais da saúde. Alguns desses sintomas, em  nível psicológico, podem surgir através de queixas em relação ao sono, libido, fadiga, humor, entre outros. 

O sistema imunológico trabalha para manter o equilíbrio interno do corpo, que é essencial, garantindo assim seu funcionamento saudável. Quando o indivíduo se encontra em uma situação estressante, podem ocorrer mudanças físicas ou emocionais que afetam diretamente seu sistema imune, fazendo-o reagir a situação, causando assim, uma resposta na maioria das vezes que vai impactar a saúde do indivíduo. Respostas a estímulos que são ameaçadores, acarretando um estado de alerta e  sintomas como aceleração da respiração e batimentos cardíacos aparecem rapidamente. Assim como baixar a imunidade, dores  de cabeça, cansaço mental, crises de ansiedade e humor, deficiência de concentração e perda de memória, deixando assim o  indivíduo inapto a realizar tarefas básicas do dia a dia e afetar os processos fisiológicos e imunológicos, incluindo a resposta  inflamatória, e podendo servir como um gatilho para o desenvolvimento de outras doenças. 

A influência do estresse sobre várias funções e sistemas desencadeiam diversas doenças, desestabilizando todo o sistema  imunológico, com isso é preciso ter em mente a importância dos cuidados da saúde, que se torna o maior aliado contra o estresse,  e ajuda em seu controle. 

Em geral, a prática de atividade física está associada/relacionada à redução dos níveis de estresse em diferentes faixas  etárias e por meio de distintos tipos de atividade, mas nem sempre revelando uma relação de causa e efeito. Embora existam poucas evidências que comprovem a diminuição da concentração sanguínea do cortisol a partir da prática de exercício físico  ainda podemos afirmar a sua importância no controle do estresse, seja através da influência no comportamento e vida social do  indivíduo ou minimizando os efeitos negativos do cortisol no organismo. Para controlar o estresse, é fundamental adotar uma  abordagem holística, que inclui a prática regular de exercícios, uma alimentação equilibrada, o sono adequado, uma atitude  mental mais leve e a capacidade de assumir o controle sobre sua vida. 

Embora pesquisas recentes tenham elucidado possíveis caminhos para a alimentação relacionada ao estresse, há uma necessidade considerável de tentar compreender e prevenir melhor a alimentação relacionada ao estresse e a alimentação não homeostática em geral. Apesar dos dados sugerirem propriedades potencialmente viciantes de alimentos hiper palatáveis, existe  um debate sobre a existência de dependência alimentar. Por esta e possivelmente outras razões, o vício em comida é geralmente  esquecido em ambientes clínicos. Faltam programas de prevenção e tratamento em larga escala para o vício em alimentos (como  aqueles para o vício em substâncias), com médicos, enfermeiras, psicólogos e outros clínicos recebendo pouco ou nenhum  treinamento em vício em alimentos ou seu manejo. A identificação de biomarcadores específicos e o desenvolvimento de  medidas quantificáveis para avaliar as adaptações bi comportamentais associadas ao estresse e ao vício em alimentos podem ser  benéficos no desenvolvimento de intervenções de saúde pública. 

O quadro clínico de estresse crônico pode interferir na alimentação do paciente, de modo que os seus hábitos e costumes  sejam totalmente desregulados. As alterações no comportamento alimentar devem ser analisadas a partir de distintos fatos, a exemplo das emoções. O quadro clínico de estresse crônico pode interferir diretamente nas percepções de saciedade e apetite, de  modo que a ingestão de macro e micronutrientes fique prejudicada. Os transtornos alimentares decorrentes dos efeitos do quadro  clínico de estresse crônico podem levar à compulsão alimentar, ao ganho de peso, a problemas gastrointestinais e a incapacidade  de perceber a saciedade após as refeições. Diante dessas circunstâncias é que se torna essencial o trabalho desenvolvido pelo  nutricionista, que deve integrar um quadro de acompanhamento profissional. 

O nutricionista ajuda no processo de intervenção para que o quadro clínico de estresse crônico não corrobora o consumo  desorganizado e descontrolado de alimentos, em episódios caracterizados pela compulsão alimentar. É a partir do conhecimento  do paciente, inclusive a partir do uso de formulários, que o profissional da nutrição pode oferecer acompanhamento personalizado  e apropriado, com a elaboração de dieta e reforço de hábitos saudáveis. 

A hipnose auxilia o paciente a entrar em um estado de relaxamento profundo, o chamado transe. Assim acontece a  diminuição da frequência cerebral e aumento da concentração. É nesse momento que o hipnoterapeuta tem acesso ao  subconsciente, fazendo com que o paciente encontre o episódio exato em que aquele trauma foi desencadeado, e assim, os  motivos que lhe causam mais estresse. Uma das vantagens da hipnose, em relação às terapias convencionais, é o tempo de  tratamento. Já nas primeiras sessões é possível notar sinais de recuperação. O paciente é encorajado, por meio da autoconfiança,  a enfrentar a situação e mudar suas percepções em relação ao evento traumático. A hipnose para a ansiedade, portanto, ajuda o  paciente a encontrar o evento causador do trauma e trabalhar o consciente de maneira que ele consiga superá-lo. 

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1ORCID: https://orcid.org/0009-0005-6491-1836, Centro Universitário – UniFunvic, E-mail: anandaandrade2017@gmail.com; 
2ORCID: https://orcid.org/0009-0008-5283-9891, Centro Universitário – UniFUNVIC, E-mail: rangelkananda@gmail.com;
3ORCID: https://orcid.org/0009-0004-5382-8845, Centro Universitário – UniFUNVIC, E´mail: satya.01011311.pinda@unifunvic.edu.br;  
4ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9640-5480, Centro Universitario – UniFUNVIC, E-mail: prof.claudiokelly.pinda@unifunvic.edu.br