Dr. Leandro Alberto Calazans Nogueira (RJ)
Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro e do Mestrado e Doutorado em Ciências da Reabilitação do Centro Universitário Augusto Motta. Pós-doutor pela Universidade de Sydney (Austrália), Mestre e Doutor em Neurologia – UNIRIO, Especialista em Biomecânica (UNESA) e Osteopatia (UCB).
PALESTRANTE CONFIRMADO
Contextualização: As condições musculoesqueléticas representam uma causa comum de dor e incapacidade na população mundial. Globalmente. Na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil a dor musculoesquelética acomete aproximadamente metade da população (1-3) . Portanto, a dor musculoesquelética é a principal causa de impacto social global (4) . Uma parte considerável dos pacientes com dores musculoesqueléticas desenvolve quadros crônicos de dor. Um estudo populacional brasileiro evidenciou que 41% da população apresentava dor por um período maior do que seis meses de duração (4) . Ademais, as condições musculoesqueléticas podem estar associadas a outras doenças crônicas. Por exemplo, pacientes com condições musculoesqueléticas apresentam 17% mais chances de desenvolver doenças crônicas, incluindo doença cardiovascular (5) . Desta forma, gerenciar a dor musculoesquelética é um desafio clínico comum para os profissionais da saúde.
Desenvolvimento: O tratamento para os pacientes com dores musculoesqueléticas envolve uma combinação de abordagens. Em geral, são recomendadas intervenções voltadas para a educação do paciente, intervenções ativas incluindo exercício físico e a adição de técnicas de terapia manual.
Recentemente, foram resumidas 11 intervenções para o cuidado de pacientes com dores musculoesqueléticas baseado em diretrizes internacionais (6) . A terapia manual é uma recomendação consistente observada em diretrizes clínicas de alta qualidade metodológica (6) . Técnicas de terapia manual induzem a um alívio imediato da dor (7) , além de representar uma vantagem econômica quando comparada com outras intervenções convencionais para a dor musculoesquelética 8 . As técnicas de terapia manual são frequentemente utilizadas por Fisioterapeutas, Quiropratas e Osteopatas.
Considerações Finais: A Osteopatia engloba uma combinação de diversas modalidades terapêuticas baseada em 4 princípios fundamentais (1 – a auto-cura; 2 – a unidade do corpo; 3 – a estrutura governa a função; 4 – a lei da artéria)(9) . Embora haja evidência disponível de sobre a efetividade da Osteopatia para algumas condições musculoesqueléticas (i.e., dor lombar crônica) (10) , existe uma carência de evidências científicas robustas sobre os efeitos da Osteopatia na dor musculoesquelética (11) . Portanto, é necessário incorporar as técnicas de terapia manual no tratamento dos pacientes com dores musculoesqueléticas, considerando as evidências científicas disponíveis, as opções terapêuticas e potenciais benefícios clínicos.
Referências:
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