The Effect of Music Therapy on Anxiety Reduction in Tooth Extractions Through Sialometric Examination
REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10144983
Ítalo Leonan Nunes Sousa[1]
Rafaella Ribeiro Couto[2]
Fabiana Ferreira Alves[3]
Rodrigo Ventura Rodrigues[4]
Ketlin Lara Tosta Vanzo[5]
Resumo
A ansiedade relacionada a procedimentos odontológicos se destaca por sua origem variada, influenciada por diversos fatores, incluindo experiências odontológicas traumáticas passadas. A ansiedade leva tanto a percepção de estímulos indolores como a dolorosos, o que resulta visitas irregulares, procedimentos tardios, com consequências prejudiciais que deterioram a saúde bucal desses indivíduos. O propósito primordial deste trabalho consistiu em investigar os impactos da musicoterapia na redução dos níveis de ansiedade no pré, trans e pós-operatório em exodontias, por meio do exame de sialometria. Este trabalho foi conduzido por meio de um ensaio clínico randomizado com grupos controle e intervenção. O estudo dividiu rigorosamente quatro participantes de cada gênero em dois grupos iguais. Cada grupo foi subdividido em subgrupos F1 e F2 (feminino) e M1 e M2 (masculino), sendo F2 e M2 os grupos que receberam intervenção musical. Foram colhidas amostras de saliva e medidos os indicadores de saúde cardiovascular, abrangendo a pressão arterial, a frequência cardíaca e a saturação em cinco momentos distintos. Os resultados preliminares de quatro pacientes mostraram aumento concomitante da frequência cardíaca, pressão arterial e dos níveis de cortisol, porém não foi possível obter resultados da 4º amostra, dos sujeitos submetidos a intervenção da musicoterapia, em razão de hemólise na amostra. Em função à dimensão da amostragem do trabalho, pode ser considerado piloto para um estudo de maior porte. Conclui-se que houveram resultados positivos na utilização da sialometria na avaliação da ansiedade odontológica em exodontias.
Descritores em Ciências da Saúde: Ansiedade; saliva; hormônios; cirurgia odontológica; musicoterapia.
Abstract
Dental procedure-related anxiety stands out due to its varied origin, influenced by various factors, including past traumatic dental experiences. Anxiety leads to the perception of both painless and painful stimuli, resulting in irregular dental visits, delayed procedures, with detrimental consequences that deteriorate the oral health of these individuals. The primary purpose of this study was to investigate the impacts of music therapy on reducing anxiety levels in pre, trans, and post-operative phases of tooth extractions, through the examination of sialometry. This study was conducted through a randomized clinical trial with control and intervention groups. The study rigorously divided four participants of each gender into two equal groups. Each group was subdivided into subgroups F1 and F2 (female) and M1 and M2 (male), with F2 and M2 groups receiving musical intervention. Saliva samples were collected, and indicators of cardiovascular health were measured, including blood pressure, heart rate, and saturation at five different time points. Preliminary results from four patients showed a simultaneous increase in heart rate, blood pressure, and cortisol levels. However, it was not possible to obtain results from the 4th sample of subjects undergoing music therapy intervention due to sample hemolysis. Due to the small sample size of the study, it can be considered a pilot for a larger study. It is concluded that there were positive results in using sialometry in the evaluation of dental anxiety in tooth extractions.
Health Sciences Keywords: Anxiety; saliva; hormones; dental surgery; music therapy.
1 Introdução
A ansiedade odontológica é uma emoção originada da desregulação das respostas de defesa naturais do corpo, destinada a proteger contra várias ameaças. Essa ansiedade varia em intensidade, gravidade e expressão entre indivíduos, influenciada por vários fatores, incluindo experiências odontológicas traumáticas passadas (NESSE RM et al., 1994, p. 247-261; CORAH N., 1969, p.596). A ansiedade leva tanto a percepção de estímulos indolores como a dolorosos, o que resulta visitas irregulares, procedimentos tardios, com consequências prejudiciais que deterioram a saúde bucal desses indivíduos (BERNSON JM et al., 2013, p. 270-276; ARMFIELD JM et al., 2007, p. 1-15, 2013; POHJOLA V et al., 2008. p. 278-285).
A ansiedade odontológica desencadeia um aumento significativo na pressão arterial, na frequência cardíaca e na secreção de cortisol. Essas respostas fisiológicas são resultado da ativação do sistema nervoso autônomo e do eixo hipotálamo-hipofisário-adrenal, que culmina na liberação na corrente sanguínea de epinefrina e norepinefrina pela medula adrenal. É importante ressaltar que o cortisol, uma hormona esteroidal, é secretado e pode ser detectado em diversos fluidos corporais, incluindo a saliva (SADOCK BJ et al., 2010, np).
A concentração do cortisol salivar representa um reflexo das concentrações de cortisol plasmático livre e mantém sua estabilidade em comparação com o cortisol plasmático (MEJÍA-RUBALCAVA C et al., 2015, p. 282-286). Consequentemente, a análise sialométrica emerge como uma ferramenta essencial para a avaliação dos níveis de ansiedade em contextos odontológicos. A extração dentária, realizada por cirurgiões bucomaxilofaciais e dentistas, frequentemente causa ansiedade e medo, independentemente do dente a ser removido. Estudos prévios revelaram que, na fase de avaliação pré-exodontia e durante atendimentos odontológicos de urgência, observaram-se níveis amplificados de cortisol salivar (MILLER CS et al., 1995, p. 436-441).
A musicoterapia é uma técnica que prontamente permeia o sistema nervoso, exercendo influência nas oscilações das ondas cerebrais e, assim, promovendo uma alteração substancial nas condições físicas e psicológicas de um indivíduo. Por conseguinte, essa abordagem tem demonstrado uma eficácia notável na redução da ansiedade relacionada a procedimentos odontológicos. Em comparação aos tratamentos farmacológicos, a musicoterapia apresenta uma série de vantagens, que incluem sua natureza indolor, caráter não invasivo, efeitos tranquilizantes e ansiolíticos, bem como sua economia, dispensando grandes investimentos (RAGHAV K et al, 2016, p. 1-11). O propósito primordial deste trabalho consistiu em investigar os impactos da musicoterapia na redução dos níveis de ansiedade no pré, trans e pós-operatório em exodontias, por meio do exame de sialometria.
2 Metodologia
2.1 Desenho do estudo
Este estudo foi conduzido por meio de um ensaio clínico randomizado com grupos de controle e intervenção, devidamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE n° 66713623.0.0000.0014). A pesquisa foi realizada estritamente conforme as diretrizes estabelecidas na Resolução CNS n° 466/12, que regulamenta a condução de estudos envolvendo seres humanos.
2.2 Assuntos e tamanho da amostra
Foram estabelecidos critérios de inclusão para selecionar pacientes elegíveis para este estudo. Os critérios abrangiam indivíduos saudáveis que procuraram a Clínica Odontológica da Afya Palmas durante os meses de maio e junho de 2023, na cidade de Palmas-TO, com necessidade de extração dentária. A faixa etária dos participantes incluiu indivíduos com idades compreendidas entre 18 e 55 anos, todos os quais deram seu consentimento para participar da pesquisa. Além disso, todas as intervenções foram conduzidas por dois operadores distintos, ambos utilizando o mesmo anestésico local.
Importante ressaltar que foram excluídos do escopo do projeto os pacientes que apresentassem comorbidades ou condições sistêmicas, crônicas ou endócrinas diagnosticadas, bem como aqueles que apresentassem evidências de secreção salivar alterada devido à administração de medicamentos, infecção local, edema ou presença de secreção purulenta. Gestantes e mulheres sob terapia com contraceptivos orais, fumantes, indivíduos previamente diagnosticados com transtornos de ansiedade e depressão em tratamento com antidepressivos ou antipsicóticos, além daqueles sem indicação clínica para extração dentária e os que recusaram consentir formalmente sua participação por meio da assinatura do termo de consentimento, também foram excluídos do escopo deste estudo.
O estudo foi conduzido com rigor, dividindo os participantes em 2 pequenos grupos de igual dimensão (n= 4), compreendendo 2 sujeitos do gênero feminino e 2 do gênero masculino. Estes foram subcategorizados em F1 e F2 (n=1 cada) para mulheres, com F1 representando o subgrupo que receberá a intervenção musical e F2 o subgrupo sem musicoterapia. Semelhantemente, o segundo grupo foi dividido em sujeitos do gênero masculinos, identificados em M1 e M2 (n=1 cada) para homens, com M1 referindo-se o subgrupo que receberá a intervenção musical e M2 ao subgrupo sem musicoterapia.
Foram colhidas amostras de saliva e medidos os indicadores de saúde cardiovascular, abrangendo a pressão arterial, a frequência cardíaca e a saturação de oxigênio em cinco momentos distintos: na triagem, imediatamente após o paciente chegar à recepção no dia do procedimento, ao se acomodar na cadeira odontológica antes do início da cirurgia, após a conclusão do procedimento cirúrgico e, por fim, após a remoção das suturas. Essas medias foram realizadas em ambos os grupos de pacientes.
Figura 1 – Paciente do subgrupo M2 do grupo intervenção no pré-operatório, na cadeira odontológica. (A) paciente sentado com as pernas descruzadas portando monitor de pressão arterial de pulso em mão direita e oxímetro digital em mão esquerda. (B) Coleta do sialogogo (algodão) utilizado para o tubo coletor. (C) Coleta de 1 ml da saliva para o tubo salivette
Fonte: Própria do autor.
2.3.1 Cortisol salivar e medição da ansiedade
Todas as intervenções para o controle dos níveis de cortisol foram realizadas pelo período da manhã, entre 8:00h às 11:45h AM. Os pacientes foram previamente informados a não ingerir AINEs, não consumir cafeína, álcool, nicotina, ou realizar qualquer procedimento de higiene bucal nas horas que antecedem as aferições. Foi disponibilizado um tubo salivette (Kit salivette Alvaro Apoio), contendo um sialogogo mecânico para estimulação salivar por um período de cinco minutos, posteriormente a saliva foi coletada em um copo descartável e reservada 1 ml no tubo coletor. Cada amostra foi etiquetada com o nome do paciente, grupo pertinente (controle ou de intervenção) e o horário da coleta, e logo armazenada em uma caixa térmica de vacina em 20° C para em seguida a aferição do cortisol salivar no laboratório clínico São Gabriel Eireli.
Figura 2 – Paciente do subgrupo M2 do grupo intervenção no pré-operatório, na cadeira odontológica. (A) Entrega do sialogogo para paciente. (B) Coleta salivar em copo descartável após a estimulação pelo sialogogo mecânico. (C) Coleta do sialogogo utilizado e de 1ml de saliva para o tubo salivette e armazenamento na caixa de vacina entiquetado.
Fonte: Própria do autor.
2.3.2 Musicoterapia
No contexto da musicoterapia empregada durante o procedimento cirúrgico no grupo de intervenção, optou-se pela utilização do estilo musical Xamânica, sendo reproduzidos por meio de fones de ouvido do tipo headset (modelo Tune 520 BT JBL Bluetooth, cor preta). A seleção musical foi criteriosamente elaborada, com base em uma playlist disponibilizada nas plataformas digitais do Spotify, contendo faixas sintonizadas na frequência de 432 Hz, escolhida por sua tranquilidade, agradabilidade e harmonia. Os indicadores de saúde cardiovascular, incluindo a pressão arterial, a frequência cardíaca e a saturação, foram registrados mediante o uso de dispositivos de última geração, a saber, o medidor de pressão arterial digital de pulso (modelo G Tech 400) e o oxímetro de pulso portátil (modelo G Tech led digital).
Figura 3 – Paciente do subgrupo M2 do grupo intervenção no trans-operatório, no momento da exodontia. (A e B) Paciente após paramentação, passando pelo processo cirúrgico ouvindo música com fone de ouvido headset.
Fonte: Própria do autor.
2.3.3 Exodontias: aspectos cirúrgicos e desafios
Subsequente a análise abrangente da história médica e odontológica de cada paciente, procedeu-se à avaliação clínica intraoral e extraoral. Foram solicitados exames complementares radiográficos de modo a aperfeiçoar a análise, com o intuito de avaliar a localização dos dentes, presença de dilacerações radiculares e proximidade a estruturas nobres, entre outros aspectos relevantes. Os pacientes foram submetidos a um protocolo que englobou as etapas pré, trans e pós-operatórias, seguindo os princípios fundamentais da cirurgia. As etapas operatórias compreenderam: lavagens das mãos, paramentação, montagem dos campos operatórios, montagem da mesa cirúrgica, antissepsia do paciente e a administração da anestesia local. Após a preparação, procedeu-se à exodontia do elemento dentário conforme planejado.
Para garantir um padrão uniforme de anestesia, optou-se pelo uso de mepivacaína 2% associada a epinefrina 1/100.000 em todos os pacientes. As incisões variaram de acordo com a localização do dente a ser extraído, sendo empregada a técnica de incisão envelope para dentes superiores e Maurel para dentes inferiores. Dado que os dentes a serem extraídos eram terceiros molares, essas incisões específicas foram planejadas e executadas.
O foco central do planejamento cirúrgico concentrou-se na aplicação de técnicas de extração dentária que visam minimizar ao máximo o trauma para o paciente. Nesse sentido, optou-se primordialmente pela utilização da técnica I ou II, conhecida como exodontia por via alveolar. Como alternativa, em situações que demandassem uma abordagem mais invasiva, foi empregada a técnica III, envolvendo a exodontia por via não alveolar. Após a extração dos dentes, procedeu-se à curetagem quando indicada, seguida da regularização da tábua óssea e realização de sutura. Foram passadas as recomendações pós-operatórias e prescrição medicamentosa que consistiram em amoxicilina 500 mg a cada 8 horas, por um período de 7 dias, nimesulida 100 mg a cada 12 horas por 3 dias, dipirona sódica 500 mg a cada 6 horas por 3 dias, ou conforme necessário para o controle da dor, e digluconato de clorexidina 0,12%, frasco de 250 ml, para bochecho de 10 ml da solução 3 vezes ao dia por 7 dias após 72 horas do ato cirúrgico.
Figura 4 – Paciente do subgrupo M2 do grupo intervenção no trans-operatório, no momento da exodontia. (A, B, C) Paciente após paramentação, passando pelo processo cirúrgico ouvindo música com fone de ouvido headset.
Fonte: Própria do autor.
3 Resultados e discussões
Quatro pacientes foram incluídos no estudo, sendo duas mulheres com média de idade de 21 (variação de 18 e 55 anos; 50% mulheres), dois homens com média de idade de 26 (variação de 18 a 55 anos; 50% homens), randomizados em dois grupos: M1 e F1 (n=1 cada) para grupo intervenção e M2 e F2 (n=1 cada) para grupo controle. Não foram encontradas diferenças significativas de sexo e idade entre os grupos.
Tabela 1 – Tabela de idade, média de idade e gênero segundo o estudo.
GRUPOS DE ESTUDOS | |||
PACIENTE | GÊNERO | IDADE | |
Grupo Intervenção | M1 (n=1) | Masculino | 27 anos |
F1 (n=1) | Feminino | 19 anos | |
Grupo Controle | M2 (n=1) | Masculino | 25 anos |
F2 (n=1) | Feminino | 23 anos | |
Idade Média (anos) | Masculino | 26 | |
Idade Média (anos) | Feminino | 21 | |
Porcentagem (%) | Masculino | 50% | |
Porcentagem (%) | Feminino | 50% |
Fonte: Própria do autor.
No grupo de controle, (conforme apresentado na tabela 2) foi observado um notável aumento nos níveis de cortisol em todas as medições em M2, enquanto as F2 apresentou índices intermediários. Na triagem, M2 exibiu um nível de cortisol de 0,372 ug/dl, que aumentou para 0,436 ug/dl na recepção, resultando em uma diferença de 0,064 ug/dl. Por outro lado, F2 também demonstrou esse aumento da triagem para a recepção no dia da cirurgia, com níveis iniciais de cortisol de 0,133 ug/dl, elevando-se para 0,445 ug/dl, indicando um aumento de 0,312 ug/dl. Em ambos os subgrupos, houveram um claro aumento nos níveis de cortisol na recepção do dia da cirurgia.
Na cadeira odontológica, os valores de cortisol registrados foram de 0,419 ug/dl para M2 e 0,356 ug/dl para F2, refletindo uma diferença de 0,017 ug/dl para M2 e 0,089 ug/dl para F2, em comparação com a medição anterior. Embora os níveis de cortisol permanecessem elevados, observou-se uma leve redução em relação às medições anteriores. Após a retirada das suturas, ambos os subgrupos apresentaram uma redução nos níveis de cortisol, com valores de 0,340 ug/dl para M2 e 0,232 ug/dl para F2, resultando em uma diferença de 0,079 ug/dl para M2 e 0,124 ug/dl para F2.
No grupo de intervenção, (conforme apresentado na tabela 2) os valores de cortisol foram relativamente mais baixos em comparação ao grupo de controle. Na triagem, F1 apresentou um significativo aumento nos níveis de cortisol, atingindo 0,418 ug/dl. Esse dado sugere que as pacientes estavam experimentando níveis elevados de ansiedade e medo. Em contrapartida, M1 mostrou valores mais baixos, registrando 0,158 ug/dl. Na recepção no dia da cirurgia, os níveis de cortisol de M1 aumentou para 0,211 ug/dl, uma diferença de 0,056 ug/dl em relação à triagem. Por outro lado, F1 apresentou uma redução, com valores diminuindo em 0,089 ug/dl, resultando em uma diferença notável de 0,329 ug/dl.
Enquanto na cadeira odontológica, M1 registrou uma diminuição nos níveis de cortisol, atingindo 0,184 ug/dl, com uma diferença de 0,027 ug/dl. Já F1 mostrou um aumento de 0,100 ug/dl, com uma diferença de 0,011 ug/dl em relação à medição anterior. Na fase de remoção das suturas, ambos os subgrupos tiveram aumentos nos níveis de cortisol. O subgrupo M1 atingiu 0,198 ug/dl, com uma diferença de 0,014 ug/dl, enquanto F1 alcançou 0,146 ug/dl, apresentando uma diferença de 0,046 ug/dl.
As mudanças nos níveis de cortisol foram relativamente pequenas, sugerindo uma resposta fisiológica ao estresse cirúrgico, embora moderada. No grupo de intervenção, notou-se variações nos níveis de cortisol durante o processo cirúrgico; porém não foi possível verificar a efetividade da musicoterapia, por não obter resultados dos níveis de cortisol na quarta amostra; a hemólise da amostra limitou a análise dos níveis de cortisol após a cirurgia, mas segundo os indicadores de saúde cardiovascular que foram aferidos, foi possível observar que a musicoterapia pareceu manter os níveis de ansiedade dentro de uma faixa de variação controlada; assim como no grupo de controle; a musicoterapia não eliminou completamente as variações nos níveis de ansiedade, mas manteve em uma faixa de variação estável.
Devido às evidências que demonstram como a ansiedade pode impactar negativamente a eficácia dos tratamentos, torna-se imperativo desenvolver estratégias para gerenciar a ansiedade na prática clínica. Diversos métodos têm sido explorados, incluindo técnicas de distração, intervenções psicoterapêuticas, abordagens farmacológicas e terapia cognitiva (PACKYANATHAN JS, 2019, p. 3854). Nesse contexto, a musicoterapia emerge como uma abordagem promissora, por oferecer um procedimento indolor e não invasivo, com efeitos notáveis de acalmar a ansiedade. Em comparação com terapias farmacológicas e outras intervenções, a musicoterapia se destaca pela sua acessibilidade, não exigindo grandes investimentos em treinamento ou equipamentos dispendiosos. Além disso, a música tem a vantagem de não estar limitada por tempo ou espaço, o que a torna capaz de alcançar facilmente o sistema nervoso e influenciar as ondas cerebrais, desempenhando um papel na modificação das condições fisiológicas e psicológicas dos indivíduos (RAGHAV K, et al, 2016, p. 1-11).
Tabela 2 – Tabela dos níveis de cortisol do grupo controle e intervenção de ambos gêneros.
Cortisol – ug/dl | ||||
CARACTERÍSTICAS | GRUPO CONTROLE (n=2) | GRUPO INTERVENÇÃO (n=2) | ||
LOCAIS DE COLETA | GÊNERO | GÊNERO | ||
Masculino | Feminino | Masculino | Feminino | |
Triagem | 0,372 ug/dl | 0,133 ug/dl | 0,158 ug/dl | 0,418 ug/dl |
Recepção (no dia da cirurgia) | 0,436 ug/dl | 0,445 ug/dl | 0,211 ug/dl | 0,089 ug/dl |
Cadeira odontológica | 0,419 ug/dl | 0,356 ug/dl | 0,184 ug/dl | 0,100 ug/dl |
Após a cirurgia | X | X | X | X |
Após a retirada das suturas | 0,340 ug/dl | 0,232 ug/dl | 0,198 ug/dl | 0,146 ug/dl |
Embora a coleta da amostra salivar pós-operatória tenha sido realizada 10 minutos após a cirurgia, não foi possível exercer um controle estrito sobre a presença de hemólise na amostra; hemólise é a ruptura das membranas das células sanguíneas, liberando componentes intracelulares que interferem nas medições, o que constitui a razão subjacente à anomalia observada nos resultados da coleta. A hemólise da amostra comprometeu significativamente a capacidade de uma avaliação abrangente dos efeitos da musicoterapia no contexto pós-cirúrgico, sublinhando a imperatividade de um planejamento meticuloso que inclua medidas alternativas para mitigar os desafios inesperados. Como perspectiva para pesquisas futuras, a coleta de amostras salivares pós-anestesia apresenta-se como uma alternativa mais promissora, suscetível a otimizar a validade e confiabilidade dos resultados.
Gráfico 1 – Cortisol (grupo controle e intervenção).
Fonte: Própria do autor.
Figura 5 – Tubos salivettes com 1 ml de saliva coletada em diferentes momentos, na recepção no dia da cirurgia, na cadeira odontológica e após a cirurgia.
Fonte: Própria do autor.
No grupo de controle (conforme apresentado na Tabela 3), notou-se um aumento substancial na pressão arterial média antes da cirurgia em M2. No subgrupo M2 durante a triagem, a pressão arterial média era de 127/94 mmHg, mas elevou-se para 135/77 mmHg quando os pacientes estavam posicionados na cadeira odontológica, representando uma diferença de 8 mmHg na pressão sistólica e uma diminuição de 17 mmHg na pressão diastólica. O grupo de intervenção também demonstrou um aumento significativo na pressão arterial média tanto antes como após a cirurgia em M1. No subgrupo M1, durante a triagem, a média estava em 138/89 mmHg e aumentou para 154/88 mmHg após a intervenção, resultando em uma diferença de 16 mmHg na pressão sistólica e uma diminuição de apenas 1 mmHg na pressão diastólica.
É importante notar que tanto no grupo de controle quanto no de intervenção, os participantes do sexo masculino, M2 e M1 apresentaram um aumento na pressão arterial sistólica tanto antes como após a cirurgia. No entanto, no grupo de controle, o subgrupo M2 mostrou pressão diastólica mais elevada durante a triagem, enquanto no grupo de intervenção, observou-se uma pressão sistólica mais alta no início do procedimento no subgrupo M1.
Outrossim, após a cirurgia e a retirada das suturas, a pressão arterial média no grupo de controle, o subgrupo F2 subiu para 126/58 mmHg, uma diferença notável de 22 mmHg na pressão sistólica e 33 mmHg na pressão diastólica em relação à triagem. No grupo de intervenção a pressão arterial média do subgrupo F1 também aumentou após a cirurgia, passando de 124/63 mmHg durante a triagem para 123/80 mmHg após a retirada das suturas. É interessante notar que, nas participantes de gênero feminino (F2 e F1), ambos os grupos mostraram um aumento na pressão arterial após a cirurgia, mas o grupo de intervenção já começou com uma pressão sistólica ligeiramente mais alta durante a triagem.
Em resumo, tanto no subgrupo de gênero masculino (M2 e M1) quanto no subgrupo de gênero feminino (F2 e F1), houve um aumento na pressão arterial antes e após a cirurgia em ambos os grupos de controle e intervenção. Diferenças não tão significativas nas mudanças na pressão arterial entre os grupos devido à dimensão do trabalho de pesquisa, mas subtende que além da musicoterapia, outros fatores, como a gravidade ou dificuldade da cirurgia (quadro 1), o estado emocional do paciente e a sensibilidade individual à música, podem ter influenciado a resposta fisiológica.
Tabela 3 – Tabela dos resultados das aferições da pressão arterial do grupo controle e intervenção de ambos gêneros.
Pressão Arterial – mmHg | ||||
CARACTERÍSTICAS | GRUPO CONTROLE (n=2) | GRUPO INTERVENÇÃO (n=2) | ||
LOCAIS DE COLETA | GÊNERO | GÊNERO | ||
Masculino | Feminino | Masculino | Feminino | |
Triagem | 127/94 mmHg | 104/71 mmHg | 138/89 mmHg | 124/63 mmHg |
Recepção (no dia da cirurgia) | 126/80 mmHg | 110/69 mmHg | 129/84 mmHg | 127/77 mmHg |
Cadeira odontológica | 135/77 mmHg | 109/63 mmHg | 136/84 mmHg | 112/75 mmHg |
Após a cirurgia | 121/68 mmHg | 101/65 mmHg | 154/88 mmHg | 120/98 mmHg |
Após a retirada das suturas | 115/75 mmHg | 126/58 mmHg | 127/80 mmHg | 123/80 mmHg |
Fonte: Própria do autor.
Gráfico 2 – Pressão Arterial Sistólica (grupo controle e intervenção).
Fonte: Própria do autor.
Gráfico 3 – Pressão Arterial Diastólica (grupo controle e intervenção).
Fonte: Própria do autor.
No grupo de controle (conforme evidenciado na Tabela 4), a frequência cardíaca média na triagem se manteve estável em ambos os subgrupos, permanecendo em 64 bpm para M2 e F2, uma diferença insignificante de 0 bpm. No entanto, no dia da cirurgia, observou-se um aumento de 64 bpm para 65 bpm em M2 (diferença de 1 bpm) e de 64 bpm para 73 bpm em F2 (diferença de 9 bpm) na recepção. Durante o procedimento na cadeira odontológica, M2 apresentou uma redução nesses valores, mantendo-se em 59 bpm, mas, após a cirurgia, a frequência cardíaca subiu para 66 bpm na remoção das suturas (diferença de 7 bpm). Enquanto isso, F2 mantiveram uma frequência cardíaca constante de 73 bpm na cadeira odontológica, sofrendo uma redução após a cirurgia e na remoção das suturas, chegando a 64 bpm (diferença de 9 bpm). Essas flutuações na frequência cardíaca no grupo de controle parecem ser respostas fisiológicas ao estresse cirúrgico, embora sejam relativamente modestas.
No grupo de intervenção (conforme indicado na Tabela 4), o subgrupo M1 experimentou um aumento na frequência cardíaca média durante a triagem, na cadeira odontológica e após a cirurgia, com valores respectivos de 84 bpm, 81 bpm e 85 bpm, principalmente após o procedimento cirúrgico. Notavelmente, durante a remoção das suturas, a frequência cardíaca diminuiu para 70 bpm. Já o subgrupo F1 mostrou valores mais elevados, especialmente na triagem, onde a frequência cardíaca atingiu 89 bpm. No dia da cirurgia, na recepção e na cadeira odontológica, houve uma redução, especialmente após a cirurgia com a intervenção musical, onde a frequência cardíaca alcançou 78 bpm. Ao contrário de F1, M1 do grupo de intervenção, apesar de apresentar valores mais baixos durante o processo cirúrgico, não registrou um aumento na frequência cardíaca na remoção das suturas. Isso nos leva a crer que a terapia musical teve um impacto positivo na manutenção do controle da ansiedade, além das diferenças observadas entre os gêneros.
É relevante salientar que, embora tenham sido observados valores mais elevados nos participantes do gênero feminino (F2 e F1) tanto no grupo de controle quanto no grupo de intervenção, é importante reconhecer que a validação definitiva dessas conclusões demandaria um estudo com um número substancialmente maior de participantes. Vários estudos têm destacado uma predominância de ansiedade mais acentuada em mulheres, o que resulta em resultados estatisticamente superiores em comparação com os homens. Essas descobertas indicam que as mulheres relatam uma incidência mais frequente de alto medo odontológico e sofrimento psicológico (POWERS., 2016, p. 172-179). Tanto o medo da dor quanto a ansiedade odontológica são frequentemente descritos como mais proeminentes entre as mulheres do que entre os homens (DI TELLA M et al., 2019 Apud OGAWA et al., 2023, p. 3).
Embora o cortisol seja um indicador útil de estresse a longo prazo, a frequência cardíaca é um indicador particularmente valioso para medir o medo, a ansiedade e o estresse imediatos (NATER UM, et al., 2005, p. 333-342; ALMAUMMAR, M et al., 2019, p. 1-8). Em ambos os subgrupos (M1 e F1) do grupo de intervenção com a musicoterapia, observaram-se variações na frequência cardíaca durante o processo cirúrgico (conforme apresentado na Tabela 4). Houve um aumento após a cirurgia, mas a musicoterapia parece ter contribuído para manter os valores em uma faixa de variação mais controlada, embora não tenha eliminado completamente as flutuações na frequência cardíaca, possivelmente contribuindo para manter os níveis dentro de uma faixa mais estável durante o processo cirúrgico.
Tabela 4 – Tabela dos resultados das aferições da frequência cardíaca do grupo controle e intervenção de ambos gêneros.
Frequência Cardíaca – bpm | ||||
CARACTERÍSTICAS | GRUPO CONTROLE (n=2) | GRUPO INTERVENÇÃO (n=2) | ||
LOCAIS DE COLETA | GÊNERO | GÊNERO | ||
Masculino | Feminino | Masculino | Feminino | |
Triagem | 64 bpm | 64 bpm | 84 bpm | 89 bpm |
Recepção (no dia da cirurgia) | 65 bpm | 73 bpm | 78 bpm | 82 bpm |
Cadeira odontológica | 59 bpm | 73 bpm | 81 bpm | 83 bpm |
Após a cirurgia | 59 bpm | 65 bpm | 85 bpm | 78 bpm |
Após a retirada das suturas | 66 bpm | 64 bpm | 70 bpm | 87 bpm |
Fonte: Própria do autor.
Em resumo, a musicoterapia no grupo de intervenção parece ter tido um efeito moderado em manter a frequência cardíaca mais estável durante o processo cirúrgico em comparação com o grupo controle, onde as variações foram um pouco mais pronunciadas. No entanto, é importante notar que a musicoterapia não eliminou completamente as variações na frequência cardíaca, sugerindo que outros fatores além da música podem influenciar a resposta fisiológica ao estresse cirúrgico.
Isso é consistente com uma revisão sistemática que examinou a eficácia de ouvir música na redução da ansiedade e dor durante a extração de terceiros molares, revelando que a música pode eficazmente reduzir a ansiedade pré-operatória e trans-operatória (MONTEIRO J et al., 2022, p. 6079–6086). No entanto, é importante notar que os efeitos da música podem variar com base em elementos musicais, como gêneros, frequências e ritmos. A seleção deliberada da música relaxante como critério principal de avaliação poderá ser uma alternativa crucial para o sucesso da análise (HAO et al., 2023, p. 10). No que tange à saturação de oxigênio, não foi possível identificar disparidades significativas nos resultados entre os grupos de controle e de intervenção, tanto nos subgrupos M2 e M1 quanto nos subgrupos F2 e F1 (conforme apresentado na Tabela 5).
Gráfico 4 – Frequência Cardíaca (grupo controle e intervenção).
Fonte: própria do autor.
Tabela 5 – Tabela dos resultados das aferições da saturação de oxigênio do grupo controle e intervenção de ambos gêneros.
Saturação – SpO2% | ||||
CARACTERÍSTICAS | GRUPO CONTROLE (n=2) | GRUPO INTERVENÇÃO (n=2) | ||
LOCAIS DE COLETA | GÊNERO | GÊNERO | ||
Masculino | Feminino | Masculino | Feminino | |
Triagem | 98% | 100% | 98% | 99% |
Recepção (no dia da cirurgia) | 98% | 100% | 97% | 98% |
Cadeira odontológica | 99% | 100% | 97% | 99% |
Após a cirurgia | 98% | 100% | 98% | 99% |
Após a retirada das suturas | 98% | 99% | 96% | 98% |
Fonte: Própria do autor.
Quadro 1 – Quadro do tipo de cirurgia, nível de dificuldade e procedimento do grupo controle e intervenção de ambos gêneros. Nível de dificuldade: 1 mínima, 2-3 moderada, 4 máxima.
Fonte: Própria do autor.
4 Conclusão
Este estudo fornece resultados preliminares de que a musicoterapia pode contribuir para a regulação dos níveis de cortisol em pacientes submetidos a exodontias, culminando a atenuação das respostas ao medo e ao estresse mais controlados com subsequente redução da ansiedade. Paralelamente, os parâmetros de saúde cardiovascular como pressão arterial e frequência cardíaca auxiliaram como complemento para corroborar os achados desta pesquisa, destacando sua significância. De modo congruente, a sialometria demonstrou ser eficaz na obtenção de resultados positivos dos níveis de cortisol. Não obstante, é essencial reconhecer que a relação entre música, cortisol e estresse é complexa, e fatores adicionais precisam ser considerados. Pesquisas futuras com maior número de pacientes podem explorar em detalhes como a música afeta as respostas fisiológicas em contextos cirúrgicos e identificar as melhores práticas para sua implementação.
Referências
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Apêndices
GRUPO CONTROLE (SEM MUSICOTERAPIA) – M2 | |||||
LOCAIS DE COLETA | AMOSTRAS/ml | NÍVEL DE CORTISOL/ug/dl – p | FC/bpm | PA/mmHg | SpO2% |
Triagem | 1° amostra/ 1 ml/ 0 min | 0,372 ug/dl | 64 bpm | 127/94 mmHg | 98% |
Recepção (no dia da cirurgia) | 2° amostra/ 1 ml/ 0 min | 0,436 ug/dl | 65 bpm | 126/80 mmHg | 98% |
Cadeira odontológica | 3° amostra/ 1 ml/ 60 min | 0,419 ug/dl | 59 bpm | 135/77 mmHg | 99% |
Após a cirurgia | 4° amostra/ 1 ml/ 120 min | x | 59 bpm | 121/68 mmHg | 98% |
Após a retirada das suturas | 5° 1° amostra/ 1 ml/ 0 min | 0,340 ug/dl | 66 bpm | 115/75 mmHg | 98% |
GRUPO CONTROLE (SEM MUSICOTERAPIA) – F2 | |||||
LOCAIS DE COLETA | AMOSTRAS/ml | NÍVEL DE CORTISOL/ng/ml – p | FC/bpm | PA/mmHg | SpO2% |
Triagem | 1° amostra/ 1 ml/ 60 min | 0,133 ug/dl | 64 bpm | 104/71 mmHg | 100% |
Recepção (no dia da cirurgia) | 2° amostra/ 1 ml/ 60 min | 0,445 ug/dl | 73 bpm | 110/69 mmHg | 100% |
Cadeira odontológica | 3° amostra/ 1 ml/ 60 min | 0,356 ug/dl | 73 bpm | 109/63 mmHg | 100% |
Após a cirurgia | 4° amostra/ 1 ml/ 120 min | x | 65 bpm | 101/65 mmHg | 100% |
Após a retirada das suturas | 5° 1° amostra/ 1 ml/ 0 min | 0,232 ug/dl | 64 bpm | 126/58 mmHg | 99% |
GRUPO INTERVENÇÃO (COM MUSICOTERAPIA) – M1 | |||||
LOCAIS DE COLETA | AMOSTRAS/ml | NÍVEL DE CORTISOL/ng/ml – p | FC/bpm | PA/mmHg | SpO2% |
Triagem | 1° amostra/ 1 ml/ 0 min | 0,158 ug/dl | 84 bpm | 138/89 mmHg | 98% |
Recepção (no dia da cirurgia) | 2° amostra/ 1 ml/ 0 min | 0,211 ug/dl | 78 bpm | 129/84 mmHg | 97% |
Cadeira odontológica | 3° amostra/ 1 ml/ 60 min | 0,184 ug/dl | 81 bpm | 136/84 mmHg | 97% |
Após a cirurgia | 4° amostra/ 1 ml/ 120 min | x | 85 bpm | 154/88 mmHg | 98% |
Após a retirada das suturas | 5° amostra/ 1 ml/ 0 min | 0,198 ug/dl | 70 bpm | 127/80 mmHg | 96% |
GRUPO INTERVENÇÃO (COM MUSICOTERAPIA) – F1 | |||||
LOCAIS DE COLETA | AMOSTRAS/ml | NÍVEL DE CORTISOL/ug/dl | FC/bpm | PA/mmHg | SpO2% |
Triagem | 1° amostra/ 1 ml/ 0 min | 0,418 ug/dl | 89 bpm | 124/63 mmHg | 99% |
Recepção (no dia da cirurgia) | 2° amostra/ 1 ml/ 0 min | 0,089 ug/dl | 82 bpm | 127/77 mmHg | 98% |
Cadeira odontológica | 3° amostra/ 1 ml/ 60 min | 0,100 ug/dl | 83 bpm | 112/75 mmHg | 99% |
Após a cirurgia | 4° amostra/ 1 ml/ 120 min | x | 78 bpm | 120/98 mmHg | 99% |
Após a retirada das suturas | 5° 1° amostra/ 1 ml/ 0 min | 0,146 ug/dl | 87 bpm | 123/80 mmHg | 98% |
Questionário
Pesquisa à pacientes antes do procedimento cirúrgico
Teve alguma lesão oral, observou sangramento ativo ou potencial?
( ) Sim ( ) Não
Escovou os dentes? Faz quantas horas?
( ) Sim ( ) Não
Fez tratamento dentário nas últimas 24 horas?
( ) Sim ( ) Não
Fez uso de medicação? Qual? Quando?
Possui algum processo infeccioso? Tem presença de edema e secreção purulenta?
Fumou hoje?
( ) Sim ( ) Não
Se alimentou antes de vir realizar o procedimento? Foi uma alimentação leve? Faz quantas horas?
Teve alguma lesão oral, observou sangramento ativo ou potencial na saliva?
( ) Sim ( ) Não
Observou alguma alteração na saliva?
( ) Sim ( ) Não
[1] Discente do Curso Superior de Odontologia da Instituição Afya e-mail: italoleonannunes061@gmail.com
[2] Discente do Curso Superior de Odontologia da Instituição Afya e-mail: rafaellaribeirocouto17@gmail.com
[3] Docente do curso Superior de Odontologia da Instituição Afya Mestre em Ciências da Saúde com área de concentração CTBMF (FOUSP) e-mail: dra.fabianafalves@gmiail.com
[4] Docente do Curso Superior de Odontologia da Instituição ITPAC Porto Nacional Mestre em Farmacologia, Anestesiologia e Terapêutica (UNICAMP) e-mail: rodrigo.rodrigues@itpacporto.edu.br
[5] Docente do Curso Superior de Odontologia da Instituição Afya Mestre em Odontologia Preventiva e Social (FOA-UNESP) e-mail: ketlin.vanzo@afya.com.br