O EFEITO DA KINESIO TAPING SOBRE A DOR E AMPLITUDE DE MOVIMENTO EM PACIENTES COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR (DTM)

UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7290536


Aline Maria da Silva, Beatriz Neris Guedes, Gabriela Uribe, Maria Vitória de Oliveira Sebastião, Nathalia Silva Cruz, Prof° Me. Leila D. A. Mustaphá, Me. Surama Cecília de Castro Ribeiro Lima


RESUMO

Introdução: A Disfunção Temporomandibular (DTM) é considerada a causa mais comum de dor crônica não dentária na região orofacial, com prevalência estimada de 31% em adultos e idosos e 11% em crianças e adolescentes. Embora possa ocorrer em qualquer idade, é mais comum entre indivíduos de 20 a 40 anos. A DTM pode ser definida por um conjunto de distúrbios que envolvem os músculos mastigatórios, a articulação temporomandibular (ATM) e/ou estruturas associadas. Objetivo: Analisar o efeito da KT sobre a dor e amplitude de movimento de pacientes com disfunção temporomandibular. Metodologia: Foi realizado uma revisão sistemática com busca na base de dados Pubmed, PEDro, Medline e Cochrane Library. Os artigos selecionados foram ensaios clínicos que abordavam sobre o tratamento da DTM com o uso da KT, entre 2010 à 2022, em inglês e português. Conforme foi realizado a pesquisa. Resultado: Foram encontrados 23 artigos, dos quais 5 foram selecionados. Conclusão: Os resultados foram positivos evidenciando o uso da kinesio taping para o tratamento da DTM.

Palavras-chave: Articulação temporomandibular, amplitude de movimento, dor temporomandibular, kinesio taping, fisioterapia.

ABSTRACT

Introduction: Temporomandibular Disorders (TMD) is considered the most common cause of non-dental chronic pain in the orofacial region, with an estimated prevalence of 31% in adults and the elderly and 11% in children and adolescents. Although it can occur at any age, it is most common among people in their 20s and 40s. TMD can be defined by a set of disorders that involve the masticatory muscles, the temporomandibular joint (TMJ) and/or associated structures. Objective: To analyze the effect of KT on pain and range of motion in patients with temporomandibular disorders. Methodology: A systematic review was carried out by searching the Pubmed, PEDro, Medline and Cochrane Library databases. The selected articles were clinical trials that addressed the treatment of TMD with the use of KT, between 2010 and 2022, in English and Portuguese. As the research was carried out. Result: 23 articles were found, of which 5 were selected. Conclusion: The results were positive, evidencing the use of kinesio taping for the treatment of TMD.

Key-words: Temporomandibular joint, range of motion, temporomandibular pain, kinesio taping, physical therapy.

INTRODUÇÃO

A articulação temporomandibular (ATM) é a articulação da fossa mandibular do osso temporal com a cabeça do côndilo da mandíbula, que compõe o aparelho da mastigação, incluindo neste conjunto os dentes e suas estruturas, a mandíbula e sua musculatura, e com muito menor influência, a deglutição e a fonação, que atuam na movimentação da ATM. É uma articulação do tipo sinovial, responsável pela realização de movimentos complexos como abertura, fechamento, protrusão, retrusão e movimentos laterais da mandíbula objetivando executar as funções básicas do deglutir, mastigar, falar e de expressões faciais (BADIMIL, 2002).

A ATM é a única articulação móvel do crânio, é considerada a mais complexa do corpo humano, por duas razões: é a única que permite movimentos rotacionais e translacionais, devido à articulação dupla do côndilo. Além disso, existem duas articulações conectadas a um único osso, a mandíbula, as quais funcionam simultaneamente (DONNARUMMA et al, 2010).

Os músculos são classificados quanto às fibras (direcionamento), função, ação, forma, inserção e origem. Observando-se a funcionalidade das diversas partes que compõem o corpo, percebe-se que grupamentos musculares estão envolvidos para desempenhar determinadas ações e em conjunto são denominados de acordo com a funcionalidade (SILVA et al, 2009).

Considera-se a existência de quatro músculos pertencentes ao grupo da mastigação. Dois são de fácil palpação, por serem superficiais (temporal e masseter), e os outros dois não são precisamente palpáveis por serem profundos (pterigóideos medial e lateral); no entanto, todos ligam a mandíbula ao crânio (BIASOTTOGONZALEZ, 2005).

Ash (1995) afirma que a disfunção temporomandibular (DTM) possui etiologia multifatorial, geralmente é causada pela desfavorável interação entre os seguintes fatores: neuromusculares, articulares, oclusais e psicológicos, podendo causar anormalidades estruturais, hiperatividade muscular induzida por stress e sobrecarga devido ao trauma, porém, existem outros fatores relacionados com as DTM. Segundo McNeill et al. (1980), tais fatores seriam: genéticos, de desenvolvimento, patológicos, ambientais e comportamentais.

Dor nos músculos da mastigação, da cabeça e do pescoço, nas articulações, limitação dos movimentos mandibulares, ruídos articulares e deformidades faciais também podem caracterizar as desordens, além de cefaleia e dores no ouvido e no pescoço e dor facial (BARBOSA, 2003).

As DTM fazem parte de um espectro de síndromes associadas ao estresse e são caracterizadas por fatores ambientais e psicológicos, incluindo fadiga, prejuízo das atividades do trabalho e escola, distúrbios do sono e do apetite/alimentação, ansiedade e depressão. Podem apresentar sintomas como dor na região da ATM e na palpação dos músculos da mastigação, outros sinais otológicos, desvios mandibulares, limitação da abertura bucal, cansaço e desgastes dentários (ROMANO, 2018).

Mulheres apresentam maior prevalência de estados dolorosos do que os homens, geralmente com idades entre 20 a 40 anos, a porcentagem de mulheres com cefaleia associada à DTM chega a 15%, e 10% em homens (ROMANO, 2018).

A fisioterapia desempenha um papel importante no tratamento de pacientes com DTM, o objetivo dos procedimentos fisioterapêuticos é eliminar ou reduzir a dor, reduzir o tônus excessivo dos músculos sobrecarregados da cabeça, pescoço e cintura escapular, ativar músculos de tônus muscular reduzido e mobilizar articulações com mobilidade limitada e alinhamento postural (SILVA, 2014). Conforme Biasotto (2002), a fisioterapia pode proporcionar não só um alívio das condições sintomatológicas do paciente, como também restabelecer a função normal do aparelho mastigatório, promovendo a desprogramação muscular e redução de cargas articulares (ILIBIO, 2011).

A kinesio taping (KT), também conhecida como bandagem elástica, foi desenvolvida em 1970 pelo Dr. Kenzo Kase no Japão, é uma fita elástica terapêutica que dispõe de uma cola especial sem látex com a capacidade de ser ativada no corpo, formada por um tecido poroso constituído por um fio de polímero elástico enrolado por fibras de 100% algodão. É considerada como uma intervenção que pode ser usada para liberar pontos gatilhos e tem como objetivo a estabilização da articulação, fortalecer a musculatura, corrigir desalinhamento do corpo, controle da dor, inibição e facilitação da atividade motora (ARTIOLI, 2014).

Permite a evaporação do suor, caracterizada pela possibilidade de ser esticada longitudinalmente em relação ao seu comprimento inicial, podendo permanecer aderida à pele por vários dias (EMÉRITO et al. 2022).

A tensão proporcionada pela fita gera estímulo aferente, facilitando o mecanismo inibitório da dor (teoria da comporta); a fita proporciona um feedback sensório motor que permite apenas movimentos que causam menor irritação mecânica dos tecidos, consequentemente ocorre menor dor (DUTRA. 2017).

A KT atua no aumento da força muscular, da propriocepção por meio de mecanorreceptores, bem como melhorando a microcirculação entre derme e a fina camada da epiderme, promovendo também ganho de amplitude de movimento por meio da diminuição da tensão muscular. Reputa-se a ela o aumento da atividade do sistema circulatório, linfático e dos mecanismos analgésicos endógenos. O potencial elástico da fita é primordial para causar ondulações ou pregas que, microscópicamente, realizam aumento do espaço intersticial da pele, descomprimindo e suprimindo as informações aferentes dolorosas advindas daquela região. Desse modo, resulta em alívio da dor e promove melhora da circulação sanguínea e linfática (ARTIOLI, 2014).

Várias são as abordagens terapêuticas empregadas no tratamento da DTM, as quais dependem, principalmente, do tipo e das características clínicas da disfunção. A bandagem elástica adesiva é um recurso conservador (EMÉRITO et al. 2022).

Em outros grupos musculares, os cervicais, por exemplo, também foram relatados benefícios para alívio da dor e relaxamento muscular. O uso da bandagem elástica na prática clínica fonoaudiológica tem crescido, assim como o número de pesquisas científicas sobre o assunto. Porém, a literatura sobre o tema ainda é reduzida, sendo importante verificar a efetividade desse recurso na prática clínica em dor orofacial, como técnica complementar a diversos outros tratamentos e modalidades, nas fases agudas e crônicas da reabilitação, bem como para medidas preventivas (EMÉRITO et al. 2022).

METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão sistemática, que levantará artigos contidos nas bases de dados National Library of Medicine (Pubmed), Physiotherapy Evidence database (PEDro), Medline e Cochrane Library publicados nas línguas portuguesa e inglesa, entre 2010 a 2022, utilizando os seguintes descritores: articulação temporomandibular, amplitude de movimento, dor temporomandibular, kinesio taping, fisioterapia e seus correspondentes na língua inglesa, usando como operador booleano – AND.

Foram incluídos neste estudo ensaios clínicos que utilizaram a Kinesio Taping como tratamento para pacientes com disfunção temporomandibular, que avaliaram a dor e a amplitude de movimento mandibular e apresentaram os instrumentos de avaliação utilizados.

Foram excluídos artigos tipo revisões da literatura, revisões sistemáticas, estudos experimentais com animais, estudos que utilizaram fármacos e artigos em duplicidade.

RESULTADOS

Na sequência de uma avaliação de artigos derivados dos bancos de dados citados anteriormente, foram encontrados 22 estudos (fig. 1). Depois da realização da leitura de seus títulos, resumos e textos completos, e da avaliação dos artigos através da escala PEDro, que selecionou somente artigos com pontuação igual ou maior a 4. 4 artigos foram selecionados para esta revisão, se adequado ao critério de inclusão.

Tabela 1. Pontuação da escala Pedro sobre cada estudo.

Tabela 2. Característica dos estudos incluídos na revisão.

Autor e anoTipo de estudoNúmero de indivíduos na amostraObjetivosInstrumentos utilizadosProcedimentoPeríodoConclusão
HE, F. et al. 2020Ensaio clínico.60 Indivíduos, 32 mulheres e 28 homens.Avaliar o efeito da KT no tratamento de pacientes com DTM com distúrbios do grupo I.Índice de craniomandibula r de Fricton (CMI), índice da disfunção (ID), índice da palpação (IP)Foram divididos em 3 grupos: grupo controle recebeu educação em saúde rotina, grupo de gravação recebeu KT e o grupo de ondas curta recebeu ondas curtas.Grupo controle: 3 a 21 dias; Grupo de ondas curtas: 5 a 30 dias; Grupo tapping: 4 a 28 diasComo um dos métodos de tratamento eficazes para muitos distúrbios musculoesqueléticos, a KT melhorou a DTM com os distúrbios do grupo I, necessitando assim de mais investigação para aplicação generalizada.
LIETZ – KIJAK , D. et al. 2018Ensaio clínico60 Indivíduos, 31 mulheres e 29 homens.Avaliar o efeito do método kinesio taping e da inativação dos pontosgatilhos na eliminação não farmacológica da dor em pessoas com DTM.Escala visual analógica (EVA), amostra pareada Welchtteste, modelos de regressão linear.Dois grupos de 30 pessoas cada: Grupo KT foi aplicado cinesiotaping ativo. Grupo TrP: Foi feita a liberação de pontos gatilhos.5 diasA KT e inativação de pontos gatilhos trouxeram efeitos analgésicos dos músculos mastigatórios.
Keskinr uzgar, A. et al. 2018Ensaio clínico34 IndivíduosComparar o efeito da KT com o da placa oclusal na diminuição da dor e amplitude de abertura da boca em indivíduos com bruxismo do sono e dor miofascial.Escala Visual Analógica (EVA)As fitas foram então colocadas passivamente bilateralmente na superfície da pele, na origem dos músculos masseteres, extremidades da faixa em forma de Y na região correspondente inserção, foi feita ao final de cada dia, durante 5 semanas e retiradas pela manhã. Placa oclusão é uma tala dura, de 0,5mm de espessura, feita de acordo com a medida do maxilar, usada durante as noites por 5 semanas.5 semanasA KT também pode aplicada para o tratamento do bruxismo, que reduz a dor muscular e aumenta o tamanho da boca em pacientes com bruxismo.
BENLIDAY , I. et al. 2016Ensaio simplescego, randomizado e controlado de eficácia.28 Indivíduos, 14 mulheres e 14 homens.Avaliar os efeitos KT sobre um regime de padrão de aconselhamento e exercícios mandibulares em pacientes com DTM.Escala visual analógica (EVA), Escala Likert de cinco pontos, questionário Biocomportamental RDC/TMD Áxis II.Foi feito um regime padrão para todos os participantes, sendo exercícios de ADM para mandíbula e de fortalecimento isométrico para os músculos mastigatórios.6 mesesKT em combinação com aconselhamento e exercícios musculares mastigatórios tem benefício adicional no alívio da dor, melhora da incapacidade e aumento da mobilidade da ATM do que aconselhamento de exercícios sozinho. KT pode servir como uma alternativa e ou abordagem adjuvante no manejo das DTM.
DONG, Y. et al. 2014Ensaio clínico.42 Indivíduos, 25 mulheres e 17 homens.Identificar o efeito a longo prazo na dor miofascial e ADM da ATM quando a KT é aplicada em pacientes com pontos gatilhos miofasciais latentes do músculo esternocleidomastoideo.Escala Analógica Visual (EVA), Limiar de Dor a Pressão (LPP) e goniômetro.Foram divididos em dois grupos: Grupo experimental que recebeu KT e grupo controle que não recebeu KT.3x por semana, durante 2 semanasKT é considerada um método de intervenção que pode ser aplicado em pontos gatilhos miofasciais latentes.

Tabela Pico

ACRÔNIMODESCRIÇÃO
PDisfunção Temporomandibular (DTM)
IKinesio Taping
CKinesio taping X outras técnicas convencionais da fisioterapia
OEficácia da kinesio taping

Legenda:

P – Problema;

I – Intervenção ou exposição;

C – Comparação;

O – Desfecho variável;

DISCUSSÃO

De acordo com Yuhang Ma et al. 2020 avaliaram o efeito da KT no tratamento de pacientes com DTM com distúrbios do grupo I, com seguintes instrumentos avaliativos: Índice de Craniomandibular de Fricton (CMI), Índice da disfunção (ID) e o índice da palpação muscular (IP) da ATM, foi avaliado quatro aspectos, sendo, ruído articular, movimento da mandíbula, palpação articular e palpação muscular dos músculos mastigatórios, a cada sinal positivo de cada item foi registrado como um ponto. O poder para desfecho primário (CMI) foi calculado por ANOVA comparações múltiplas com nível de significância de 5% (a=0,05). A hipótese nula (H0) para cada grupo foi igual (0,30) e as hipóteses alternativas (H1) foram 0,32, 0,24 e 0,26 para o grupo taping, ondas curtas e controle. Os autores apresentaram que os pacientes em geral com DTM apresentam diferentes graus de ansiedade, depressão, distúrbio do sono e dor muscular intensa. Foi feito o estudo em indivíduos com idades de 18 a 55 anos, sendo 28 homens e 32 mulheres. Foi utilizada a KT em forma de Y somente no lado comprometido e foi retirada somente depois de 24h, para o relaxamento dos músculos que afetam o movimento da mandíbula e ADM e foi aplicada nos pontos gatilhos miofasciais dos músculos esternocleidomastoideo e masseter com o objetivo de reduzir a dor observado pela escala visual analógica. Obteve resultados positivos, porém não teve melhora significativa no grupo controle. Segundo Danuta L. et al. 2018 Avaliaram pela Escala Visual Analógica e Welch-teste e modelos de regressão linear foram usados para avaliar a influência do sexo e da idade na eficácia do tratamento, e pelo critério de diagnóstico de pesquisa para distúrbios temporomandibulares introduzidos por Dworkin e LeResche. Os autores selecionaram 60 pacientes e dividiram em dois subgrupos de 30 pessoas, sendo no grupo KT 15 mulheres e 15 homens e no grupo TrP 16 mulheres e 14 homens e qualificaram os pacientes de 18 a 35 anos, que sofriam de distúrbios funcionais dolorosos nos músculos mastigatórios de características miofasciais. Foi aplicada no grupo KT na região do masseter, cortada em duas partes, diminuindo a tensão da zona afetada. O grupo TrP foi submetido a fisioterapia com liberação de pontos gatilhos pelo método de compreensão isquêmica que se baseava na aplicação de pressão no ponto gatilho diagnosticado com tensão excessiva dos músculos masseter e dores musculares sem limitação nos movimentos da mandíbula e sem desarranjo de disco e dores articulares. Foi observado que a kinesiotaping e a inativação dos TrP resultaram em melhoras nos distúrbios dolorosos funcionais dos músculos mastigatórios, e não foi relatada influência do sexo ou idade do paciente nos resultados obtidos. Entre os grupos evidencia que houve melhora na redução da dor com a KT.

Em seu estudo, Aydin keskinruzgar et al. 2018 avaliaram a eficácia da KT em pacientes com bruxismo do sono (BS), e foi mensurado o nível da dor pela escala de EVA. O estudo foi composto por 34 pacientes e foram divididos aleatoriamente em dois grupos, sendo 16 pacientes para o grupo da KT e 18 para o grupo órtese (placa oclusal). Os critérios de inclusão foram pacientes com idade média de 26 anos, que apresentavam os sinais de apertamento ou ranger dos dentes por pelo menos 5 dias por semana durante 6 meses, o paciente foi questionado se tinha alguém na hora de dormir que pudesse explicar o ranger dos dentes durante o período de sono, além disso, a presença de restaurações dentárias, abrasão dentária, hipertrofia nos músculos masseteres e dor induzida pela palpação nestes músculos. Foram excluídos os pacientes que não atendessem a esses critérios, que apresentassem doença sistêmica ou história cirúrgica na região maxilofacial e que tivessem sido previamente tratados para bruxismo. A Kinesio taping foi realizada por um fisioterapeuta, onde a faixa de 5 cm foi cortada em forma de Y. A pele ao redor do músculo masseter foi limpa e as seções mais largas das fitas foram então colocadas passivamente bilateralmente na superfície da pele, correspondendo à origem do músculo masseter. As extremidades da faixa em forma de Y foram fixadas na região correspondente à inserção do músculo masseter com uma tensão de cerca de 40%. Essa aplicação foi feita ao final de cada dia durante 5 semanas e as fitas foram retiradas pela manhã. Os valores da escala de EVA foram estatisticamente significativos, tanto no grupo KT, quanto no grupo órtese e tiveram resultados positivos na ADM bucal.

Já Benilda, Y, I et al. 2016 verificaram a eficácia da KT na DTM com escore da Escala Visual Analógica (EVA) para dor na ATM, Escala Likert de cinco pontos sendo (0-4) para eficácia mastigatória (4 representa “comer semilíquidos” enquanto o 0 representa comer alimentos sólidos – duros), e o questionário Biocomportamental RDC/TMD Axis II foi preenchido por todos os indivíduos na linha de base e na sexta semana do período de tratamento. Os autores selecionaram 28 pacientes, sendo 14 para o grupo experimental e 14 grupo controle, descreveram que os indivíduos foram diagnosticados com dor miofascial, artralgia e/ou deslocamento de disco com redução de acordo com RDC/TMD. Foram incluídos no estudo pacientes com menos de 55 anos, que não tivessem histórico cirúrgico de ATM, presença de doenças articulares inflamatórias, história de trauma, qualquer alergia a fita e dor orofacial que não estivessem relacionados a DTM. A KT foi aplicada em forma de “Y” sendo posicionada ligeiramente posterior a ATM. Um regime de exercícios foi adaptado para todos os participantes, porém só o grupo experimental que recebeu a KT. O estudo resultou que o grupo experimental teve alívio da dor, melhora da incapacidade e aumento da mobilidade da ATM.

De acordo com Yeonsu-gu, et al. 2014 verificaram os indivíduos estudados pela Escala Analógica Visual (EVA) e Limiar de Dor a Pressão (LPP) que serve para avaliar dor miofascial e musculoesquelética e a ADM da ATM foi mensurada por um goniômetro, medida em milímetros (mm) pela distância da fenda mediana dos dentes superiores e inferiores. Os autores apresentaram que os pacientes têm idade de 20 a 30 anos, sendo 17 homens e 25 mulheres, com pontos gatilhos latentes no músculo esternocleidomastoideo, restrição da ADM, crepitação ou desconforto durante a mastigação. A KT foi fixada em “Y” na porção clavicular e esternal. Após a aplicação da KT verificou que a dor no músculo aliviou e a ADM da ATM aumentou significativamente e o grupo controle não apresentou nenhuma mudança.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que o uso da KT foi significativo para o tratamento da DTM, quanto a diminuição da dor e ganho da amplitude de movimento.

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