O CORO COMO ATIVIDADE MOTIVACIONAL ATRAVÉS DE UMA ABORDAGEM MUSICOTERÁPICA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7296663


Danison D’ Johnson Alves da Silva
Orientador: Prof. Ms. Jairo Aurélio de Deus Sousa


RESUMO 

O presente artigo tem como objetivo principal apresentar as contribuições da atividade coral no processo musicoterápico considerando os aspectos motivacionais. Deste modo, outros aspectos serão levantados a respeito das vantagens realizadas através da prática coral, tais como auto- estima, autoconfiança e o trabalho motivacional em grupo. A pesquisa se justifica pela importância da utilização do coro para a motivação do indivíduo. O trabalho consiste na utilização de pesquisa bibliográfica através de estudos direcionados ao trabalho com coro no âmbito escolar e musicoterápico. A pesquisa teve como questionamento principal:  que tipos de características a prática coral deve ter em práticas terapêuticas e educacionais que visem a motivação dos participantes. Assim, acredita-se que através do canto, é possível que se realize uma prática social que proporcione a interação entre os participantes de forma motivacional. 

Palavras – chave: Motivação, Canto Coral, Âmbito Escolar, Musicoterapia. 

ABSTRACT 

The present paper has as main goal to show choral activity contributions in the music therapy process considering motivational aspects. So, other aspects will be discussed in respect to advantages made with choral as self- esteem, self-confidence and motivational group work. The research is justified for the importance of choral in motivation. The work consists in use of bibliographic research through studies in the school environment and music therapy. The research has as main question: what kind of activities may be developed to value the motivation in choral practice both therapy and education. It is believed that through singing it is possible to do a social practice considering the interaction among people. 

Keywords: Motivation, Choir, School Boundaries, Music Therapy. 

INTRODUÇÃO  

A música pode desencadear no ser humano os mais diferentes sentimentos, produzindo uma forte atração mesmo que inconsciente, sendo que, em alguns momentos, o indivíduo pode se perceber cantarolando uma melodia que ouviu, ou batendo os pés, de acordo com o ritmo da música ou seja sem perceber o ser humano vivencia música. 

Tendo em vista a utilização do canto como atividade terapêutica, o presente trabalho traz como temática o coro como elemento motivacional em diferentes contextos, tais como escolas, empresas, ONGs, hospitais e etc. sendo o objetivo principal desta pesquisa apresentar as possíveis contribuições do canto coral visando a motivação dos participantes envolvidos. 

Acredita-se que por meio da viabilização de um ambiente favorável através da utilização da música, e em que os participantes se sintam motivados, outras propostas de integração podem tornar-se viáveis, assim o artigo justifica-se pela importância do canto com finalidade terapêutica. Para as discussões dos tópicos levantados foi utilizado a pesquisa bibliográfica, intercruzando as contribuições das diferentes áreas de conhecimento no intuito de atingir dados parciais. A pesquisa tem como questão problematizadora: como trabalhar o canto como ferramenta motivacional, considerados os aspectos individuais e coletivos que caracteriza a prática coletiva? 

Com relação a estrutura do artigo, primeiramente será apresentado uma breve contextualização da prática do canto na história da música ocidental, e os benefícios do canto coral, considerando os aspectos físicos e psicológicos, por meio de uma perspectiva holística. 

A complexidade inerente aos diferentes tipos de personalidade e de estado emocionais dos indivíduos que realizam a prática coral refletem os possíveis resultados por meio da terapia coletiva, mas que ao mesmo tempo valoriza o aspecto individual. Em seguida será realizada uma reflexão sobre a possibilidade de uso do canto para a motivação. Considerando a motivação como estado psicológico, as ações dos participantes devem incorporar a vontade de realizar um trabalho integrador e que valorize o lado individual de cada participante. 

2. METODOLOGIA 

O presente trabalho tem como hipótese a possibilidade de se utilizar o canto coral como ferramenta terapêutica visando a motivação dos participantes. Para subsidiar as discussões propostas será utilizada a pesquisa bibliográfica que segundo Marconi e Lakatos (2010, p.166) 

A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc., até meios de comunicação oral: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, quer publicadas, quer gravadas.

Já para Ruiz (2006, p. 57) “Qualquer espécie de pesquisa, em qualquer área, supõe e exige pesquisa bibliográfica prévia, quer à maneira de atividade exploratória, quer para o estabelecimento do status quaestionis, quer para justificar os objetivos e contribuições da própria pesquisa”.  

Primeiramente será apresentado um breve histórico sobre a prática coral demonstrando suas diferentes formas de ser vivenciado. Em seguida será apontado os benefícios que a prática do canto em grupo pode possibilitar no contexto da educação. Após as abordagens sobre a prática coral adentrarmos no campo da psicologia terapêutica focando a motivação como finalidade do processo. Neste sentido, será proposta uma análise entre a terapia e a prática coral como trabalho motivacional. 

3. A ATIVIDADE CORAL: UMA BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO 

Canto coral é o nome dado ao conjunto de atividades ligadas a um coro ou a uma  capela.   Ainda que afeito à música, o canto coral vai além das questões musicais e converte se numa atividade que envolve a sociologia, a musicoterapia, psicologia, a antropologia, a fonoaudiologia e outras ciências afins. 

Não se pode afirmar com exatidão quando o canto coral teve início. O que se tem são registros que nos fazem supor a sua antiguidade. Um dos mais antigos se encontra na Caverna de Cogul na Espanha, datando do período neolítico. Essa imagem nos faz crer que existia canto e dança coletivos já na pré-história e ainda que de maneira muito rudimentar o canto coral estava presente.  

Na Grécia Antiga se faz referência a um coro, ligado ao teatro grego. De acordo com Grout (1988, p. 17) “Na época homérica os bardos cantavam poemas heróicos durante os banquetes (Odisseia,8,62-82) ”. O mesmo autor afirma que “Consequentemente, nas grandes tragédias da época clássica – obras de Ésquilos, Sófocles, Eurípedes — os coros e outras partes musicais eram acompanhados pelo som do aulo ou alternavam com ele (idem, p.17, grifo nosso).  

Na história da música ocidental para se compreender as atividades de coro num contexto mais amplo e necessário perceber a influência da igreja cristã em seus primórdios. Os estudos se contradizem com relação a influência judaica sobre a cultura cristã, neste caso incluindo a música, e mais especificamente o canto. Historicamente, a prática coral ou/e a prática de canto em conjunto se fez presente durante a realização de cultos públicos no templo de Jerusalém, que durante a realização de sacrifícios, “ um coro de levitas – com doze elementos, pelo menos — cantava um salmo, diferente para cada dia semana, acompanhado por instrumentos de cordas (GROUT, PALISCA, 1988, p. 35)     

Com o desenvolvimento da linguagem musical, no século X, se tem registro em escrita neumática que sugere o canto coletivo. No séc. XII surgem os primeiros registros específicos de música feita para coro. De acordo com Dart (2000, p. 190) “Na Idade Média, um compositor escrevia as distintas vozes de uma composição polifônica sucessivamente, e não simultaneamente. Deste modo pode afirmar- se que a prática coral predominou durante a idade até o renascimento, neste sentido de acordo com Henrique (2004, p. 21)

Desde meados do séc. XIII até final do séc. XVI, período em que a música vocal é mais importante que a instrumental. A execução nos instrumentos tinha como modelo a voz humana, limitando-se muitas vezes a dobrá-la; os seus âmbitos sonoros eram reduzidos por comparação aos instrumentos mais tardios, uma vez que não havia necessidade de produzir notas impossíveis de cantar.

De acordo com Figueiredo: 

As funções da atividade coral podem ser bastante diversas. O objetivo de cantar em coral pode estar relacionado ao desenvolvimento de habilidades técnicas, por exemplo, abrangendo questões de leitura musical, percepção de elementos sonoros, técnica vocal e assim por diante. A prática coral também pode contribuir para a ampliação do universo sonoro dos participantes através da realização de repertório diversificado. E também pode relacionar-se a experiências de performance em grupo através de apresentações públicas dos trabalhos realizados. Todas estas funções, e outras que poderiam ser agregadas, podem ser observadas em diversos tipos de corais. 

Para Belotti (2014, p. 41) “Na atualidade o canto coral é amplamente difundido e é praticado em universidades, escolas, igrejas, associações, clubes e empresas, além de grupos independentes que realizam um trabalho de grande aceitação”. 

Desta forma percebe-se as diversas formas de utilização do canto coral como atividade social, educacional, e terapêutica, sendo uma importante ferramenta no ambiente escolar com foco no trabalho motivacional dos alunos.  

3. 1. UMA BREVE APRECIAÇÃO SOBRE OS BENEFÍCIOS DO CANTO CORAL COMO ATIVIDADE TERAPÊUTICA  

A música é compreendida como forma de ampliar o conhecimento cultural das crianças e jovens no período que abrange a educação básica e, também, como fator que contribui para o desenvolvimento no ensino-aprendizagem escolar. A educação musical na escola deveria objetivar despertar a sensibilidade musical, o desenvolvimento cognitivo, o afetivo e as relações interpessoais, tendo em vista que seu caráter cultural diversificado propicia o respeito pelas diferentes culturas e pode contribuir para o desenvolvimento da criança, dando a ela oportunidade de conhecimento e valorização da vida e, por apresentar caráter interdisciplinar, é favorável sua inserção no currículo escolar.  

No que diz respeito à atividade coral para fins terapêuticos, os estudos revelam a existência de diferentes áreas beneficiadas por esta prática musical, não estando apenas direcionada ao contexto educacional ou de finalidade estética, como por exemplo, grupos corais autônomos, de universidade e de conservatórios. De acordo com Dias (2011) “Também a literatura consultada- Sharlow (2006), Bety e Davidson (2005) – revelou o desenvolvimento de pesquisas sobre o recurso ao canto coral para fins terapêuticos em outros campos de conhecimento diferentes da música, sobretudo no campo da medicina e da psicologia” (DIAS, 2011, p. 83).  

A subjetividade é um aspecto relevante dentro do processo terapêutico sendo que “ No campo da música, é comum encontrar pessoas que buscam o coro como um espaço de terapia no qual elas encontram uma forma de assegurar a constituição de suas subjetividades” (DIAS, 2011, p. 83). 

No plano subjetivo as emoções se manifestam de diversas formas, e a partir da interação entre o grupo, podem ser manifestados diferentes formas de sentir, porém dentro de um mesmo grupo. Assim, as práticas sociais coletivas, favorecem o afloramento das manifestações interpessoal e intrapessoal. 

Assim: 

Riedel (1964), que é mais especificamente ligado à área da música, considera o sentimento de pertença como a primeira característica de sociabilidade em práticas musicais coletivas. Como em todos os grupos, esse sentimento de pertença se aplica também à prática coral que, para constituir-se como tal, necessita como os seus membros assegurem a sua frequência e desenvolvam interações significativas para que o processo e o resultado estético musical possam acontecer e assegurar a sua adesão consciente, deliberada e com maior permanência possível. (DIAS, 2011, p. 90,91). 

Os benefícios do canto coral abrangem a saúde física e psicológica dos participantes

O canto coral contribui sobremaneira para a saúde física e psicológica do ser humano. Doenças como estresse, depressão, fadiga, sedentarismo podem ser tratadas e prevenidas através do canto em conjunto. Por ser uma atividade social, a música coral assume um significado mais amplo, proporcionando uma série de retornos sociais para aqueles que dela participam (SLOBODA, 2008, p. 3 apud BELOTTI, 2014, p. 39 

Além da prática estritamente musical, outros aspectos são abordados como o trabalho intelectual, a percepção de mundo através dos insights emocionais, e etc., segundo Belloti (2014).

Por conseguinte, o desenvolvimento musical exercitado na procura do timbre adequado, na correção da afinação, na ação disciplinadora da harmonia e no natural engajamento que a própria dinâmica exige, o coral resulta em diversos benefícios para os coralistas, que ao final vai refletir, inclusive, em sua vida pessoal porque, além do aprendizado da linguagem musical, a educação através da música, engloba a educação dos sentidos, educação da sensibilidade e educação da inteligência (BELOTTI, 2014, p. 40). 

A complexidade inerente ao ser humano reflete a possibilidade do trabalho terapêutico, portanto:

Há de se pensar, portanto, que, por detrás da voz desse instrumento musical humano, está um sujeito complexo, não no sentido de difícil ou inacessível, mas, sobretudo, constituído de diversos aspectos que interagem simultaneamente no ato de cantar. Assim, há de levar-se em conta que a expressão musical que o aprendiz possa dar através de si mesmo, com espontaneidade e inteireza próprias da condição humana, é resultante da mobilização dessa complexibilidade. (DIAS, 2011, p. 106) 

Desta forma é preciso levar em conta as diferentes formas inseridas em cada participante do coro, observando as característica e vivências que cada um carrega consigo assim, para Dias (2011)   

Portanto, na prática coral é importante que se considere não só os processos de ensino e aprendizagem para se trabalhar a técnica vocal e o repertório, más também que o profissional responsável tenha em contas as condições emocionais, sociais e culturais dos seus cantores ou educandos, no sentido, no sentido ajudá-los a encontrar o melhor resultado possíveis. (DIAS, 2011, p. 106) 

É fundamental que a prática de cantar para um melhor resultado terapêutico tenha uma intenção motivacional, embora haja diversos obstáculos, devido a subjetividade dos participantes, o trabalho coral com crianças possibilita ferramentas contemplem vias terapêuticas, assim: “Por isso, neste momento, é que se pensa no resgate dessa criança através do canto coral, especificamente o Coro Terapêutico, com uma perspectiva musicoterapêutica. Por sua significação, atuação e alcance, pode-se dizer que o canto coral traz consigo momentos carregados de prazer, de emoção, de resgate” (BELOTTI, 2014, p. 39). 

Além das contribuições no sentido de uma aprendizagem musical o coro terapêutico proporciona uma educação do sentido, trabalhando com os diversos estados emocionais, para tanto:

Por conseguinte, o desenvolvimento musical exercitado na procura do timbre adequado, na correção da afinação, na ação disciplinadora da harmonia e no natural engajamento que a própria dinâmica exige, o coral resulta em diversos benefícios para os coralistas, que ao final vai refletir, inclusive, em sua vida pessoal porque, além do aprendizado da linguagem musical, a educação através da música, engloba a educação dos sentidos, educação da sensibilidade e educação da inteligência (BELOTTI, 2014, p. 40).

Assim, o lado social torna-se um importante atributo de valor no processo musicoterápico valorizando a convivência do grupo participante, portanto:

O canto coral é uma atividade disciplinadora, socializadora, integrada e integradora, cuja característica principal é a convivência em grupo e a união; união em fusão das vozes, na harmonização dos sons e dos ritmos, na comunhão dos sentimentos e, não pode se constituir em um ensino isolado, nem pode dispensar os conhecimentos globalizados, para estar em harmonia com os interesses da vida atual (ALMEIDA, 2011 apud BELOTTI, 2014, p. 40). 

Os desafios encontrados em todo processo irão depender impreterivelmente da clientela dos participantes envolvidos ou/e pacientes, para isso o musicoterapeuta terá o papel de intervir de uma forma coerente, respeitando as características do grupo. 

4. A MOTIVAÇÃO NO CONTEXTO DO CANTO CORAL 

A possibilidade da utilização do canto como meio motivacional, sendo este entendido como estado psicológico pode ser realizado em qualquer espaço que realize esse tipo de atividade musical, porém, é necessário que se compreenda o que vêm ser motivação assim:

Motivação é um estado psicológico no qual o indivíduo tem disposição para realizar uma ação, seja no trabalho, seja em qualquer esfera de sua vida. Na raiz latina da palavra, movere, encontra-se uma de suas características-chave, o movimento, a dinâmica, ou seja, motivação não é algo implantado no indivíduo de forma permanente, mas sim um processo contínuo em que fatores de diversas naturezas atuam, a partir da concretização dos desejos das pessoas, do cumprimento de suas metas e do atendimento de suas expectativas (Amato, Neto, 2005). 

Refletindo sobre a condição do profissional que irá atuar diversos espaços sejam eles educacionais, hospitalares entre outros, implica a formação musical e outras áreas como a psicologia que abrangem as práticas terapêutica, sendo assim não apenas o músico terapeuta pode atuar no trabalho como o regente também, portanto:

O canto coral representa, além de muitas possibilidades, a oportunidade de integração e inclusão social, desenvolvimento vocal e aprendizagem musical. O condutor do canto coral, neste caso, o regente, deve ser uma pessoa preparada, pois o coro exige do profissional habilidade e competência na condução de pessoas que buscam se automotivar, oportunidade para aprender e poder se socializar (FUCCI AMATO, 2007 apud BELOTTI, 2014, p. 40).

Considerando os valores transcendentais que acercam a prática coral, o atributo social representa uma peça fundamental para construção de um ambiente favorável para o desenvolvimento da motivação, entretanto, “A importância sociocultural do canto coral é inequívoca. Ela não pode ser separada de nenhuma organização humana. O entrelaçamento da música com a atividade social, que é sua principal função, é imprescindível” (BELOTTI, 2014, p. 40). 

A necessidade de se criar um ambiente um ambiente que propicie o relaxamento, reflexão, a valorização da subjetividade, a diminuição das tensões proporciona um ambiente de troca tanto objetivas como subjetivas contribuindo para um ambiente de conforto, para tanto:

As citadas atividades permitem que se constitua um melhor ambiente humano no coro e que o indivíduo foque-se na atividade, aliviando suas tensões, o que gera um melhor resultado no processo de ensino aprendizagem. Ademais, criam no próprio grupo um espaço para o compartilhamento de problemas de ordem pessoal e possibilitam, por meio das reflexões, o delineamento de motivos para se praticar aquela prática musical em conjunto. Por fim, permitem uma gestão participativa do trabalho, com o compartilhamento do planejamento, da execução e da avaliação dos ensaios, na qual todos podem contribuir democraticamente. (AMATO, NETO, 2009, p. 92).

Neste sentido:

Assim, (...) ao participar de um coro, pode-se efetivar a integração interpessoal – por meio do tratamento do regente visando à igualdade na transmissão de conhecimentos novos para todas as pessoas, independentemente da origem social, faixa etária ou grau de instrução – e promover-se a motivação, pela própria natureza dessa atividade – artística e criadora –, que permite envolver os coristas em um processo de “fazer o novo” (cantar diferentes repertórios, apresentar-se em diversos locais etc.). (AMATO, NETO, 2009, p. 90).

A possibilidade de uma prática terapêutica integradora que utilize o canto como ferramenta principal requer do profissional tanto uma formação como em musicoterapia, no entanto, é possível que este profissional possa atuar de forma autônoma, criando suas próprias formas de utilizar a prática coral como terapia. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

 Partindo dos referenciais teóricos apresentados neste estudo percebeu-se a diversidade de áreas que se intercruzam com prática do canto, para tanto além da finalidade terapêutica objetivo principal deste trabalho outras áreas tais como antropologia, fonoaudiologia, psicologia, dentre outras podem ser reconhecidas como áreas afins 

A abrangência das possíveis contribuições do canto coral pode compreender o conhecimento cultural, a valorização de relações interpessoais e também da vida, possibilitando a educação estética. O trabalho da saúde física e psicológica, com a prevenção de doenças, principalmente mentais, e da educação dos sentidos e da sensibilidade, partindo da perspectiva subjetiva do indivíduo.  

Portanto, acredita-se que através da busca por meios musicoterápicos como a prática do canto coletivo, além de outras possibilidades contribuem para uma melhor qualidade de vida dos participantes envolvidos. 

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