EXCESSIVE CAFFEINE CONSUMPTION AND ITS NEGATIVE EFFECTS
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202502150232
Gabriel Guimarães de Araújo
Mireli Caroline dos Santos
Marcia Samia Pinheiro Fidelix
Resumo
O consumo de cafeína tem se tornado uma prática cada vez mais frequente e ordinária na sociedade contemporânea. Está se trata de uma substância estimulante que tem como principal característica, a capacidade de atuar no sistema nervoso central. O consumo da cafeína acarreta um efeito estimulante no corpo humano, resultando na elevação da energia, aumento da disposição e atenção dos indivíduos, diminuição da sensação de fadiga e aumento temporário da capacidade cognitiva. Sua ingestão pode ser de várias formas, podendo a cafeína ser encontrada em café, chá, bebidas energéticas ou até mesmo por meio de suplementos que contenham a substância, sendo a cafeína de fato, uma substância amplamente consumida ao redor do mundo. Todavia, esta substância não dispõe apenas de benefícios, mas também tem riscos associados ao seu consumo quando de maneira excessiva. O presente estudo tem como objetivo principal investigar os efeitos prejudiciais do consumo excessivo de cafeína, entendendo como estes podem impactar a saúde física e mental dos indivíduos. Esta pesquisa foi realizada por meio de uma pesquisa bibliográfica, de caráter exploratório e qualitativo. A análise demonstrou que de fato a cafeína é uma substância promissora e repleta de benefícios a seus consumidores, porém, sendo sua ingestão de maneira exacerbada, acarreta impactos negativos à saúde dos indivíduos, sejam estes malefícios tanto no âmbito fisiológico como no psicológico.
Palavras-chave: Cafeína. Consumo excessivo. Efeito estimulante. Saúde física e mental. Substância estimulante.
1. INTRODUÇÃO
Na atual sociedade em que há uma constante correria no dia a dia com rotinas aceleradas e altas demandas profissionais e pessoais, bem como a crescente busca pela melhoria e padronização corporal, muitos indivíduos buscam algumas alternativas para conseguirem se manter alertas, ativos e produtivos. Dentre estas alternativas tem-se o consumo de cafeína, o qual se trata de uma prática comum.
A eficácia da ingestão desta substância ocorre por esta ser psicoativa e ter um efeito estimulante no sistema nervoso central, propiciando a elevação da energia, disposição e atenção dos indivíduos. Este consumo pode suceder por meio da ingestão do café de maneira propriamente dita, chá e energéticos, bem como suplementos compostos por cafeína.
Em suma, o consumo de cafeína tem então se tornado uma prática cada vez mais frequente e ordinária na sociedade contemporânea. Todavia, esta substância não dispõe apenas de benefícios, mas também tem riscos associados ao seu consumo excessivo.
O uso excessivo da cafeína pode ocasionar consequências negativas à saúde de seus consumidores, as quais variam desde resultados mais brandos e rápidos, como insônia, até mesmo os mais graves como ansiedade, aumento da pressão arterial, distúrbios cardíacos, transtornos mais graves, como arritmias cardíacas e distúrbios digestivos, afetar o sistema nervoso e a própria qualidade de vida dos indivíduos. O que torna então de suma importância ser discutido acerca dos limites quanto ao consumo da cafeína, tendo em vista os impactos decorrentes de seu abuso. (CARVALHO, Andreza Burlamaque Borges)
De fato, a branda e moderada ingestão da substância pode ser benéfica para a cognição, estímulo e auxiliar no alerta mental dos indivíduos, todavia, vale ressaltar que seu consumo excessivo pode acarretar diversas e severas problemáticas à saúde, de Araújo et al. (2017). Desse modo, indaga-se: quais os impactos do consumo excessivo de cafeína no bem-estar físico e psicológico de um indivíduo?
O presente estudo tem como objetivo principal investigar os efeitos prejudiciais do consumo excessivo de cafeína, entendendo como estes podem impactar a saúde física e mental dos indivíduos. E como objetivos específicos: conceituar a cafeína como substância psicoativa; abordar a maneira como a cafeína age no organismo humano; apontar os efetivos negativos no âmbito fisiológico e psicológicos causados pelo consumo excessivo.
Acerca dos fatores que motivaram a elaboração da presente pesquisa, isto é, os motivos que levaram a busca pela resposta ao problema proposto, tem-se sua relevância, tendo em vista o alto consumo de cafeína na atualidade. Este que sucede em decorrência de rotinas aceleradas e altas demandas dos indivíduos em seu meio social, bem como a crescente preocupação com os hábitos alimentares e padrões de beleza corporal.
Assim, considerando os impactos dessa substância, é então imprescindível averiguar quanto às consequências que podem decorrer deste consumo, em busca de disponibilizar orientações claras e objetivas, fundamentadas em evidências científicas quanto ao consumo seguro. No decorrer da abordagem da vertente, almeja-se não apenas identificar os efeitos negativos decorrentes do consumo excessivo de cafeína, mas também dispor acerca de possíveis estratégias de prevenção e intervenção que visem mitigar os danos à saúde.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Conceito e Características da Cafeína
Conceitualmente falando, a princípio, vale destacar que a cafeína se trata de uma substância estimulante pertencente ao grupo das xantinas, isto é, compostos químicos naturais presentes nas mais diversas plantas. Sendo sua principal característica a capacidade de poder atuar no sistema nervoso central, acarretando um efeito estimulante no corpo humano, o que pode resultar na elevação da energia, aumento da disposição e atenção dos indivíduos, diminuindo a sensação de fadiga e aumento temporário da capacidade cognitiva. (CARVALHO, Andreza Burlamaque Borges)
De acordo com Araújo et al. (2017) a cafeína existe em forma de um pó branco ou em pequenas agulhas, sendo uma substância inodora de gosto amargo, com densidade de 1,2 g/cm³, ponto de fusão de 238°C e de sublimação, 178°C em condições normais de temperatura e pressão, hidrossolúvel (máximo de 2,17 g/100 mL de água, a 25°C) e resistente a temperaturas elevadas como ao processo de torra e a extração da bebida.
Considerada a substância psicoativa mais popular e consumida no mundo, a cafeína é uma molécula alcaloide derivada da xantina, possui fórmula molecular C8H10N4O2 e, é utilizada principalmente como estimulante do Sistema Nervoso Central (SNC) (ARAÚJO et al., 2017, p. 04).
A plena eficácia sucede em razão do fato de que a cafeína é uma substância psicoativa responsável por dispor de uma ação estimulante sobre o sistema nervoso central, promovendo um aumento nos níveis de energia, disposição e concentração. Assim, ao ser consumida, a cafeína age nada menos que bloqueando os receptores de adenosina, o qual se trata de neurotransmissor responsável por induzir o relaxamento e sono, acarretando maior sensação de alerta e foco.
Acerca de sua atuação no organismo, sua ingestão sucede realizando o bloqueio dos receptores de adenosina, a qual se trata de um neurotransmissor que induz o sono e o relaxamento. Ou seja, a adenosina, substância natural presente no corpo humano que propicia a tranquilidade e serenidade do indivíduo, é então bloqueada, dando lugar à sensação de estar ativo, alerta e disposto, de acordo com ANDRADE, Jackeline dos Santos; et al, 2024.
Assim, o cérebro passa a se manter em estado de alerta e disposição, mantendo o metabolismo acelerado, aumentando a frequência cardíaca e a pressão arterial. Estes se tratam de efeitos que contribuem para a melhora do foco e do desempenho físico e mental. (CAMARGO, CAMARGO & RODRIGUES, 2024, p. 03).
Embora existam outros motivos para a utilização desta substância, o majoritário se dá devido à busca incessante de se combater a sonolência e a fadiga (LOBÃO et al., 2024, p. 03).
A cafeína traz alguns benefícios para a saúde, como estimulação cerebral e ser uma fonte de energia para a execução de atividades físicas. Além disso, a ingestão de cafeína pode melhorar a habilidade de raciocínio e combater o declínio cognitivo associado ao avanço da idade (CAMARGO, CAMARGO & RODRIGUES, 2024, p. 03).
Em suma, os efeitos da cafeína são temporários, mas são demasiadamente eficientes no combate à fadiga e melhora do desempenho em atividades diárias que requerem atenção e que o indivíduo esteja em estado de alerta. A cafeína age ainda acelerando o metabolismo, contribuindo também para queimar calorias, motivo pelo qual é frequentemente utilizada em âmbitos de treinamento físico e mental, pois aumenta a performance dos indivíduos consumidores.
Caracteristicamente falando, acerca da questão nutricional, a cafeína não contém calorias, pelo contrário, auxilia na perda de gorduras, também não tem nutrientes essenciais, mas dispõe de propriedades estimulantes para melhorar o desempenho físico e mental. As pessoas recorrem à sua utilização em busca de obter melhoria em seu foco durante tarefas diárias que requerem atenção, como para se manterem alertas durante períodos como de trabalho e estudos, bem como na realização de exercícios físicos, por propiciar o aumento de energia. (CAMARGO, CAMARGO & RODRIGUES, 2024, p. 03).
A cafeína é uma substância consumida em todo o mundo, sendo obtida principalmente pela extração do café, bebida apreciada em todos os continentes (CAMARGO, CAMARGO & RODRIGUES, 2024, p. 02).
Quanto à sua ingestão, esta pode ser consumida de diversas formas, podendo ser encontrada em café, chá, bebidas energéticas ou até mesmo por meio de suplementos que contenham a substância. Sendo de fato, uma substância amplamente consumida ao redor do mundo.
São diversas as fontes naturais de cafeína, como grãos, frutos de diversas plantas, e ervas. Além disso, são vários os produtos encontrados no cotidiano que contém cafeína, sendo eles bebidas como o café, chás, refrigerantes, energéticos e também chocolates, suplementos para academia, medicamentos, entre outros (ARAÚJO et al., 2017, p. 04).
Camargo, Camargo e Rodrigues (2024) confirmam o supracitado ao dispor que a cafeína está presente no café, chá, chocolates, refrigerantes à base de cafeína ou medicamentos, pode-se dizer que em geral a população faz uso desta substância diariamente, embora seja muito difícil quantificar seu consumo.
Ainda, acerca de sua ingestão, uma característica da cafeína é o fato de que ela pode ser rapidamente absorvida pelo organismo, podendo ser seus efeitos sentidos em média 15 a 45 minutos, e seu pico de ação em cerca de uma hora. Outra característica da cafeína é que ela dispõe de um efeito diurético, isto é, leva ao aumento da frequência urinária. (ARAÚJO et al., 2017, p. 04)
Os efeitos fisiológicos causados pelo consumo da cafeína no organismo podem variar de acordo com a quantidade ingerida, idade e massa corporal (ARAÚJO et al., 2017, p. 06).
Todavia, seu consumo deve ser feito de maneira moderada, tendo em vista que sua ingestão de maneira excessiva pode levar a efeitos adversos, como insônia, ansiedade, problemas gastrointestinais e até mesmo dependência, dentre outros problemas que afetam diretamente à saúde. (SANTOS, Matheus Vasconcelos; 2017)
Camargo, Camargo & Rodrigues (2024) confirmam o supracitado ao disporem que apesar de seus benefícios, o consumo em excesso de café pode trazer efeitos colaterais. Outros autores referem a cafeína como um dos estimulantes mais potentes, podendo causar a dependência química (ARAÚJO et al., 2017, p. 06).
Lobão et al. (2024, p. 03) apontam ainda para alguns efeitos adversos resultantes da ingestão excessiva de cafeína, destacando que:
Estes podem ser divididos em dois grupos: (i) leves e (ii) fortes. Nos leves, tem-se a ansiedade, inquietação, insônia, aumento da micção, vermelhidão facial, contrações espasmódicas e tremores musculares, irritabilidade, agitação, aumento de frequência cardíaca ou irregularidade na mesma, e por fim, desconforto gastrointestinal. Esses efeitos podem se agravar, tornando-se efeitos adversos fortes como desorientação, alucinações, psicose, convulsões, arritmias, isquemia e rabdomiólise (LOBÃO et al., 2024, p. 03).
Por fim, vislumbra-se que a cafeína se trata de uma substância muito presente e utilizada no cotidiano, no atual meio social, sendo sua principal característica o fato de ter uma ação estimulante do sistema nervoso central. É fato que seu consumo acarreta efeitos positivos imediatos, como a melhoria do estado de alerta e mais disposição, todavia, vale ressaltar acerca da necessidade de que seu consumo seja moderado, a fim de coibir possíveis efeitos adversos.
2.2 Efeitos da Cafeína no Organismo
Como visto, a cafeína se trata de uma das substâncias psicoativas mais consumidas ao redor do mundo, sendo esta facilmente encontrada nas mais diversas bebidas, e com fácil acesso, como café, chá, refrigerantes e energéticos. O principal efeito da cafeína no organismo humano é o ato de estimular o sistema nervoso central, acarretando uma sensação de estímulo, disposição e redução da fadiga.
A cafeína possui uma participação significativa no mecanismo que envolve as ações do sistema central e periférico, apresentando como consequência mudanças nos processos metabólicos e fisiológicos (CAMARGO, CAMARGO & RODRIGUES, 2024, p. 05).
Barros (2021) complementa o supracitado dispondo que esta substância pode desencadear importantes alterações metabólicas e fisiológicas, em razão de possuir mecanismos de ação central e periférica.
Apesar dos benefícios ocasionados pelo consumo da cafeína, não há que se falar que estes são universais e iguais para todos os seres humanos. Os efeitos da cafeína são diversos e podem variar de acordo com vários fatores como a quantidade consumida, a tolerância individual de cada indivíduo, bem como a frequência que esta é consumida. (SANTOS, Matheus Vasconcelos;)
Ao ser consumida, a cafeína bloqueia os receptores de adenosina, isto é, o neurotransmissor responsável pela promoção da sensação de cansaço e relaxamento no corpo humano. Sendo então a adenosina bloqueada, passa a não exercer sua devida função de cansaço e relaxamento. Assim, o estado e nível de alerta do cérebro aumenta, propiciando uma maior sensação de disposição. (BARROS, 2021, p. 06)
A substância é distribuída no organismo através da corrente sanguínea, o que permite que sua ação atinja todos os tecidos (CARVALHO, 2021, p. 23).
Segundo Bispo et al. (2022), a cafeína antagoniza os receptores de adenosina, além de potencializar a neurotransmissão dopaminérgica, comportando-se como estimulador do sistema nervoso central e periférico.
Esse bloqueio da adenosina também aumenta, estimula a liberação de outros neurotransmissores, como a dopamina e a noradrenalina, substâncias químicas estas responsáveis pela melhoria do humor, aumento da concentração e promoção de uma sensação geral de energia. Propiciando então ao organismo, um aumento, ainda que temporário, na capacidade cognitiva e no desempenho físico. (CARVALHO, 2021, p. 23)
De acordo com Andrade et al. (2023), o uso da cafeína em doses moderadas e adequadas pode promover benefícios como, aumento da respiração, melhora da fadiga, diminuição do sono, liberação de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), aumento do metabolismo e da diurese, sendo estas duas últimas ações mais procuradas por atleta.
Em suma, o consumo da cafeína acarreta o aumento da atenção, concentração e da disposição do indivíduo. Melhorando ainda a capacidade cognitiva, o desempenho em tarefas que exigem atenção, bem como o desempenho em atividades físicas.
Araújo et al. (2017) explica que a cafeína desempenha função estimulante do Sistema Nervoso Central, agindo como antagonista em seus receptores, impedindo suas ligações com a molécula de adenosina, o que, por vez, estimula os centros vasomotores, medulares e respiratórios no cérebro. Ainda segundo o referido, este mecanismo é responsável pelo principal efeito da cafeína, o estímulo cerebral, que produz a sensação de despertar no consumidor após determinadas doses da substância.
Um dos principais efeitos agudos do uso de cafeína é o revigoramento, com redução do sono e fadiga […] ainda ocorre aumento da capacidade mental e sensorial, com maior desempenho cognitivo e reatividade (BISPO et al., 2022, p. 06).
Conforme asseveram Camargo, Camargo & Rodrigues (2024), os efeitos da cafeína sobre o organismo são vários, portanto é uma estimulação do sistema nervoso central que aumenta a atividade orgânica e agiliza as funções mentais e corporais e mentais.
Assim, vale ressaltar que a cafeína tem efeitos que vão muito além de afetar o sistema nervoso central, mas também acarreta impacto no sistema cardiovascular, de modo a aumentar, ainda que de maneira temporária, a frequência cardíaca e a pressão arterial do indivíduo, ou seja, afeta tanto o psicológico como o fisiológico. Nestes casos, a cafeína ocasiona o estímulo do sistema simpático.
Os efeitos farmacológicos do uso constante de cafeína incluem desde o aumento na concentração plasmática de ácidos graxos livres e de catecolaminas, até efeitos psicomotores, tanto em seres humanos como em animais (BARROS, 2021, p. 06).
Tem-se ainda outros efeitos como o grande impacto no metabolismo, o que é bastante atrativo para indivíduos praticantes de atividades e exercícios físicos, utilizando-a como um suplemento que auxilia na busca pelo emagrecimento. Nesta seara, a cafeína dispõe de um efeito termogênico, isto é, com a função de aumentar a taxa de queima de calorias, melhorar a performance nos treinos, aumentar a resistência e mitigar a sensação de fadiga muscular. (CARVALHO, 2021, p. 23)
Acredita-se que a cafeína possua mecanismos de ação central e periférica, capazes de excitar ou restaurar as funções cerebrais e bulbares, além de desencadear importantes alterações metabólicas e fisiológicas as quais melhorariam o desempenho atlético (CAMARGO, CAMARGO & RODRIGUES, 2024, p. 06).
Dessarte, Carvalho (2021), após ingestão de cafeína, os indivíduos podem temporariamente se sentir mais fortes e mais competitivos, acreditando poder realizar uma atividade física e mental por um tempo mais prolongado antes que se inicie a fadiga.
Há que se falar ainda que existem indivíduos que são sensíveis à esta substância, são os casos de hipersensibilidade, de modo que sua reação ao consumo de cafeína pode ser mais intensa do que em outras pessoas que não tenham essa sensibilidade. Assim, para estes, ainda que o consumo seja uma dose de baixa quantidade, sobretudo em excesso, pode acarretar efeitos adversos como aumentar demasiadamente sua pressão arterial, causar palpitações, arritmias cardíacas, ansiedade, dentre outros efeitos de mal-estar.
Todavia, ressalta-se que os efeitos da cafeína não são apenas de caráter benéficos, de tal modo que seu consumo quando realizado de maneira excessiva pode acarretar prejuízos e efeitos adversos. Dentre os quais tem-se insônia, ansiedade, aumento da pressão arterial, distúrbios cardíacos, arritmias cardíacas e distúrbios digestivos, afetando o sistema nervoso, dentre outros. (CARVALHO, 2021, p. 23)
Para Viana et al. (2024), essa substância, quando consumida em doses moderadas, pode trazer alguns benefícios a curto prazo, como maior atenção, estado de alerta, elevação do humor e aumento da função cognitiva, bem como, a longo prazo, diversos estudos demonstraram que o uso moderado da cafeína possui efeitos benéficos. Porém, o referido assevera que o consumo habitual em doses excessivas pode resultar em intoxicação aguda e em efeitos adversos cardiovasculares, neurológicos e psiquiátricos.
A cafeína age no organismo com efeitos multifacetados, isto é, acarretando impactos positivos bem como negativos. A consequência advinda do consumo desta substância dependerá da quantidade ingerida e da sensibilidade do organismo de cada indivíduo.
Por fim, compreende-se que de fato o consumo da cafeína tem seus efeitos e impactos positivos para o indivíduo, todavia, quando este é realizado de maneira segura e moderada, propiciando melhorias tanto para o psíquico como para o físico. No entanto, como visto, para que haja benefícios e não prejuízos aos indivíduos, é de suma importância que este consumo suceda de forma controlada, a fim de coibir que ocorram efeitos adversos e inesperados.
2.3 Efeitos negativos do consumo excessivo: fisiológico e psicológico
Ainda que benéfica às várias áreas e necessidades dos indivíduos, a cafeína também pode dispor de efeitos negativos tanto à mente como para o corpo destes que a consomem. Quando consumida de maneira excessiva, os prejuízos consequentes se sobressaem aos efeitos positivos ocasionados, afetando tanto no aspecto fisiológico quanto psicológico do indivíduo.
O consumo excessivo da cafeína é responsável por desencadear prejuízos e consequências negativas à saúde dos indivíduos. Estes malefícios variam desde resultados mais brandos e rápidos, como insônia, até mesmo os mais graves como ansiedade, aumento da pressão arterial, distúrbios cardíacos, transtornos mais graves, como arritmias cardíacas e distúrbios digestivos, afetar o sistema nervoso e a própria qualidade de vida dos indivíduos. (CARVALHO, 2021, p. 23)
O consumo excessivo da cafeína tem uma longa lista de efeitos colaterais psicológicos e físicos (VIANA et al., 2024, p. 1651).
Desse modo, ao passo que esta substância estimula e ativa mais o cérebro, por outro lado, também acarreta impactos negativos ao fisiológico e ao psicológico dos indivíduos, ou seja, afeta o corpo e a mente de maneira desfavorável. Trata-se do fato de que, da mesma maneira que o sistema nervoso central é estimulado a ter mais atenção temporariamente, com o decorrer do tempo este vai sendo afetado. (VIANA et al., 2024, p. 1646)
Assim, Carvalho (2021) confirma o supracitado ao dispor que mediante o seu efeito estimulante no cérebro, a cafeína pode reduzir fadiga, em contrapartida, pode afetar negativamente o controle motor e a qualidade do sono, bem como causar irritabilidade em indivíduos com quadro de ansiedade.
Como visto, levando em consideração que as doses e efeitos da cafeína não são universais, mas variam de acordo com cada pessoa, da mesma maneira sucede com seu consumo excessivo. Uma dose pode ser considerada alta para um indivíduo e lhe ocasionar efeitos adversos, porém ser algo normal para outros. (VIANA et al., 2024, p. 1651)
Ainda não está claro qual é o nível ideal de consumo para obter os benefícios da cafeína sem experimentar efeitos indesejáveis (VIANA et al., 2024, p. 1646).
Camargo, Camargo & Rodrigues (2024) explicam que o efeito da cafeína varia de pessoa para pessoa, levando em conta o seu peso e sua regularidade na ingestão.
Todavia, independentemente desta variação, se consumidas doses exacerbadas por qualquer indivíduo, consequências e prejuízos irão ocorrer em seu organismo de maneira geral.
Ao versar acerca da questão fisiológica, um dos principais efeitos do consumo excessivo de cafeína é o impacto no sistema cardiovascular. Esta consequência sucede em razão do fato de que a cafeína eleva a frequência cardíaca e a pressão arterial dos indivíduos, e ao ser consumida em grandes quantidades, pode acelerar os batimentos cardíacos e aumentar o risco de doenças cardíacas. (VIANA et al., 2024, p. 1651)
No entanto, segundo Benjamim et al. (2021), doses altas de cafeína podem contribuir para o aparecimento de sintomas de forma aguda como ansiedade e inquietação, podendo aumentar o risco de doenças cardiovasculares, o que pode resultar em taquicardia. De acordo com Maria e Gomide (2019) apud Camargo, Camargo & Rodrigues (2024), a cafeína presente no café é responsável por efeitos agudos prejudiciais, maléficos ao sistema cardiovascular como o aumento da pressão arterial e a indução de arritmias cardíacas.
Ainda acerca das reações corporais ocasionadas pelo consumo exacerbado de cafeína tem-se a possibilidade de causar desidratação, pois suas propriedades diuréticas, acarretam no aumento da produção de urina e elevação da perda de líquidos essenciais para o organismo. Esta perda é boa quando de maneira adequada e equilibrada, porém quando demasiada pode resultar em desequilíbrios eletrolíticos, afetando o funcionamento adequado das células e dos órgãos, o que provoca sintomas como fraqueza, tontura e cãibras musculares. (ANDRADE et al., 2023, p. 3936)
Tem-se ainda como outro afetado, o sistema digestivo, visto que as altas doses de cafeína no organismo podem resultar em problemas gastrointestinais, como refluxo, gastrite e úlceras. Este efeito sucede em razão de que a cafeína promove o estímulo da produção de ácido no estômago, e quando ingerida de forma exagerada, este ácido estará presente em maior quantidade. (VIANA et al., 2024, p. 1651)
Há que se falar ainda que o sono também é bastante afetado pelo consumo excessivo da cafeína, tendo em vista que esta substância age com efeito estimulante, bloqueando os receptores de adenosina, um neurotransmissor responsável por propiciar o relaxamento e o sono no organismo humano. Assim, visto que o corpo estará sendo estimulado a estar sempre ativo, pouco a pouco os neurotransmissores responsáveis pela questão do sono serão bloqueados e mitigados. Tornando difícil muitas vezes uma rotina normal e adequada de sono, resultando na insônia e prejudicando o descanso corporal necessário, afetando a saúde, desempenho cognitivo, bem-estar emocional e a qualidade de vida. (VIANA et al., 2024, p. 1651)
A cafeína pode provocar dependência química, efeitos diuréticos e estimulantes, e o excesso desse composto pode provocar irritabilidade, insônia, dores de cabeça, problemas cardíacos e até diarreia dependendo da quantidade consumida (ANDRADE et al., 2023, p. 3936).
Conforme assevera Bispo et al. (2022), à medida em que o indivíduo frequentemente consuma cafeína na tentativa de reduzir a sonolência diurna, há piora do sono à noite, e mais sonolência, e estabelece-se um ciclo.
Em suma, conforme dispõem Viana et al. (2024):
O consumo em excesso e contínuo de cafeína […]pode gerar efeitos adversos cardiovasculares – como arritmias, hipertensão e vasoespasmos coronários – e neurológicos – como convulsões, agitação e ideação suicida. Ademais, pode causar efeitos gastrointestinais, além de desidratação, sintomas de diabetes tipo II, nervosismo, hipersensibilidade, reações alérgicas, cefaleia, tremores. Em um estudo realizado em duas universidades do Líbano, constatou-se que essa grande diversidade de efeitos tóxicos da cafeína fizeram com que 12% dos participantes precisassem buscar tratamento médico ao menos uma vez (VIANA et al., 2024, p. 1652).
Analisando o ponto de vista psicológico, a excessiva ingestão da cafeína pode ocasionar distúrbios relacionados à ansiedade. Tendo em vista que a cafeína, substância estimulante, aumenta a produção de hormônios do estresse, como o cortisol, é então plenamente comum desenvolver no indivíduo sentimentos de nervosismo, medo, apreensão, inquietação, bem como crises de pânico e de ansiedade.
Ainda acerca desta questão no impacto psicológico Viana et al. (2024) explica que a cafeína, por inibir os receptores de adenosina, pode desencadear comportamentos semelhantes à ansiedade, tendo até mesmo uma relação entre a depressão com o consumo excessivo de bebidas cafeinadas, visto que estes receptores no sistema nervoso central, principalmente no hipocampo, amígdala e córtex pré-frontal, locais associados à emoção, cognição e motivação, são afetados.
Vale destacar, ainda na questão psicológica, que o consumo excessivo de cafeína pode impactar negativamente também, o humor e a estabilidade emocional. Os efeitos como aumento temporário de energia e disposição podem ser seguidos por uma queda abrupta de energia, acarretando na irritabilidade, alteração de humor e fadiga.
Aponta-se ainda como outro efeito negativo do consumo exacerbado, a dependência da cafeína, a qual se trata de um fator psicológico relevante. Nestes casos, o indivíduo sente a abstinência de cafeína, desenvolvendo sintomas como dores de cabeça, fadiga, dificuldade de concentração e alterações de humor, o que o torna cada vez mais dependente da substância para que seja possível manter o nível de alerta e bem-estar. (CAMARGO, CAMARGO & RODRIGUES, 2024, p. 08)
Por fim, entende-se que quando de maneira excessiva, o consumo da cafeína pode ocasionar sérios danos tanto ao fisiológico como ao psicológico, isto é, tanto ao corpo quanto à mente. No corpo em si, afeta o sistema cardiovascular, digestivo e nervoso, ao passo que à mente, contribui para o desenvolvimento de problemas psicológicos como ansiedade, dependência e outros sintomas. Neste consumo de cafeína, faz-se então necessário que os indivíduos a consumam com moderação e estejam cientes dos riscos dessa substância para preservar sua saúde física e mental.
METODOLOGIA
A presente pesquisa foi realizada por meio de uma pesquisa bibliográfica, de caráter exploratório e qualitativo. Justifica-se a escolha da maneira como está fora elaborada em razão da necessidade de obter informações existentes acerca da vertente abordada e analisá-la devidamente.
Para tal, o estudo foi plenamente fundamentado em materiais e fontes já publicadas, como livros, artigos científicos, teses e monografias. A pesquisa sucedeu de maneira exploratória e qualitativa, visando identificar e compreender a temática em si, por meio da análise das evidências teóricas que já estão disponíveis no acervo literário.
Por meio deste método fora possível compreender de maneira mais aprofundada acerca dos efeitos adversos do consumo excessivo de cafeína, tendo como base fundamentações teóricas já publicadas, propiciando dispor de uma visão ampla e detalhada acerca da problemática inicialmente apresentada, propiciando uma análise crítica das informações coletadas.
Para a elaboração do presente estudo, a metodologia adotada seguiu alguns passos. A princípio foi preciso definir o tipo de pesquisa, como já demonstrado, sendo esta a pesquisa bibliográfica. Quanto às fontes e instrumentos utilizados para a coleta de dados, fora tão somente de maneira teórica, isto é, através de pesquisas e análises em materiais bibliográficos obtidos em bancos de dados virtuais como Google Acadêmico, Scielo e PubMed.
Acerca da maneira como sucedera a seleção dos materiais, fora através da disposição de critérios de relevância e atualidade, dando prioridade às publicações mais atuais, com informações verídicas, em língua portuguesa e com leitura disponível integralmente. Por meio destes critérios foi possível assegurar a utilização de materiais tão somente de qualidade e com credibilidade das informações.
Tendo sido obtidos os materiais bibliográficos, realizou-se então um estudo minucioso e análise detalhada dos conteúdos, em busca de identificar as principais vertentes relacionadas ao consumo excessivo de cafeína. Para tal, as informações coletadas foram devidamente organizadas de acordo com suas categorias temáticas, visando facilitar a interpretação e a apresentação dos resultados. Vale ressaltar que não foi preciso a utilização de instrumentos quantitativos ou de coleta de dados primários, visto que a pesquisa sucedera de maneira exclusivamente bibliográfica.
RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS
Na presente pesquisa, foram identificados 22 artigos pela estratégia de busca, dos quais, todos passaram por uma triagem, foram minuciosamente analisados e estudados, para que fossem incluídos ou excluídos do estudo. Destes, ao final, foram selecionados 11 materiais bibliográficos, sendo os demais, excluídos por motivos que não os consideravam relevantes ao estudo.
Em busca de organizar de maneira sistemática acerca da extração de dados incluídos, que foram utilizados para a elaboração da presente pesquisa, fora elaborado um quadro-síntese (Tabela 01), o qual dispõe das seguintes informações: título, autor, ano, objetivo e resultados do material. Estando a referida, organizada em ordem alfabética do nome dos autores.
Tabela 01 – Extração de dados dos artigos selecionados.
Autor | Título | Ano | Objetivo | Resultados |
Andrade et al. | Efeitos da cafeína no organismo humano | 2023 | Revisão bibliográfica sobre os efeitos da cafeína no organismo, a fim de elucidar os benefícios que a substância pode ocasionar se consumida de maneira adequada, além de informações quanto aos efeitos adversos que o composto pode ocasionar. | É de conhecimento que o consumo da cafeína resulta em benefícios ao organismo do indivíduo, no entanto, entender os mecanismos de ação da cafeína, assim como seus efeitos colaterais em superdoses é importante, para a sociedade, servindo de alarde, como também para atualização da comunidade científica. |
Araújo et al. | Consumo de cafeína: uma abordagem bioquímica e sociocultural no IFC-Araquari | 2017 | Compreender os efeitos biológicos da cafeína na saúde humana para elencar vantagens e desvantagens do seu consumo e mensurar o nível de conhecimento dos consumidores de uma comunidade acerca disto; foi também traçar o perfil do consumo da cafeína da população estudada. | Apesar de a cafeína trazer diversos benefícios, o seu consumo em excesso pode trazer danos irreversíveis à saúde, a curto ou longo prazos. |
Barros, Jonas Vitor de Abreu | Uso da cafeína na performance do atleta | 2021 | Abordar os benefícios do uso da cafeína na performance física do atleta. | O uso da cafeína melhora o desempenho físico em atividades máximas e supramáximas de curta duração e em atividades de média e longa duração com intensidade moderada. Esses benefícios são evidenciados em estudos mais recentes devido a um controle mais eficaz e ao maior conhecimento da forma como a cafeína é ingerida. |
Benjamin et al. | Ação da Cafeína no Sistema Nervoso Central e na Variabilidade da Frequência Cardíaca | 2021 | O objetivo deste comentário, foi discutir os efeitos da cafeína no sistema nervoso central, trata-sede um comment, o qual foi trabalhado a partir de artigos científicos das bases de dados: PubMed, Scielo. Utilizou-se o método booleano (AND e NOT) e Descritores em Ciências da Saúde (DeCS)-Cafeína, Sistema nervoso central, Variabilidade. | a cafeína possui muitas qualidades, entre elas o seu uso direcionado ao melhoramento em atividades físicas, cognitivaseno tratamento ou até mesmo na prevenção de alguns problemas que tenham ligação com o sistema nervoso central e/ou frequência cardíaca. O estudo mostra que o uso inadequado e exacerbado pode contribuir para o aumento de doenças cardiovascular. |
Bispo et al. | Cafeína: Cuidado com as Crianças. Departamento de Pediatria Ambulatorial | 2022 | Estudo referente a uma palestra proferida pelo Prof. Mark R Corkins (Professor of Pediatrics, University of Tennessee) e membro do comitê de nutrição da AAP que repercutiu muito durante a conferência, e depois, em reportagens na imprensa leiga em todo o mundo, inclusive no Brasil. | Pelos relatos e documentação científica fica claro que a ingestão de bebidas contendo cafeína por crianças e adolescentes, não traz benefícios à saúde, muito pelo contrário pode até interferir no desenvolvimento neurocognitivo, influenciar o sistema cardiovascular, além do risco de dependência e intoxicação. |
Camargo, Camargo & Rodrigues | Cafeína e seus efeitos no organismo humano | 2024 | Descrever os efeitos e impactos da cafeína sobre o organismo humano. | O estudo revelou que a cafeína interfere diretamente no sistema nervoso central, no entanto, o consumo moderado de café não representa um risco para a saúde, apresentando um efeito protetor em diversas patologias. Portanto, a pesquisa também mostrou a necessidade de estudos mais aprofundados que discutam os efeitos da cafeína no organismo, visando maior conscientização sobre o seu uso. |
Carvalho, Andreza Burlamaque Borges | Avaliação da ingestão de cafeína de fontes alimentares e não alimentares em atletas do município de Macaé | 2021 | Avaliar a ingestão de cafeína em atletas do município de Macaé. | O consumo de cafeína se deu, principalmente, pelas fontes alimentares, tendo maior destaque para o café, chocolate ao leite e refrigerante tipo cola, já o consumo de fontes não alimentares foi baixo. Uma avaliação nutricional minuciosa por parte do nutricionista é uma ferramenta importante para a melhor compreensão das necessidades do atleta. |
Lobão et al. | Cafeína e o sono: implicações neuroanatômicas e neurofisiológicas. | 2024 | Realizar uma descrição dos efeitos da cafeína sobre o organismo humano com enfoque sobre o sono e seus impactos ao sistema nervoso central (SNC). | A cafeína induz diminuição do volume de matéria cinzenta (GMVs). De tal maneira, conclui-se que os efeitos estimulantes da cafeína sobre o sistema nervoso central estão amplamente descritos e referenciados em literatura científica internacional. Seus efeitos adversos podem ser lesivos à saúde humana podendo impactar negativamente a homeostase do sono e repercutir na redução de matéria cinzenta (GMVs). |
Viana et al. | Principais causas e impactos da ingestão excessiva de cafeína por estudantes de graduação: uma revisão integrativa de literatura | 2024 | Discorrer sobre as principais causas e impactos do uso excessivo de cafeína por estudantes da graduação. | O uso moderado de cafeína oferece diversos benefícios, mas o consumo excessivo, especialmente entre estudantes universitários —grupo mais propenso a ultrapassar as doses recomendadas —representa uma preocupação significativa de saúde. |
Santos e Salomon | Suplementação de cafeína: benefícios do efeito ergogênico no treinamento por praticantes de atividade física de alta e baixa intensidade | 2017 | analisar o potencial ergogênico da suplementação da cafeína, destacando os possíveis mecanismos de ação e sua relação com o desempenho físico em atividades de alta intensidade e curta duração e de baixa intensidade e longa duração. | Com base nos estudos mais recentes, nota-se a melhora no desempenho físico em atividades de longa duração e baixa intensidade, bem como nas de curta duração e alta intensidade, porém em outros estudos a cafeína não se mostrou eficiente. Não obstante, a administração errada de dosagens e até mesmo dosagens elevadas de cafeína, podem trazer efeitos colaterais ao usuário. |
Yonamine e Teng | O consumo de bebidas energéticas e seus efeitos à saúde | 2019 | Investigar na literatura os efeitos das bebidas energéticas e seus padrões de consumo na atualidade. | As bebidas energéticas podem oferecer benefícios, mas os riscos de seu consumo devem ser levados em consideração. O consumo excessivo de bebidas energéticas por populações cada vez mais jovens é preocupante, e é importante que os países adotem políticas efetivas de controle de vendas e consumo para evitar eventos adversos graves. |
Fonte: Elaborado pelos autores, 2024.
Como vislumbrado, os estudos apontam várias razões pelo qual a cafeína se trata de uma substância benéfica ao cotidiano dos indivíduos, os impulsionando e propiciando melhorias cognitivas. Fatores estes que deixam seu consumo em alta na atualidade, sendo a cafeína uma das substâncias mais consumidas no decorrer do cotidiano.
Acerca de sua composição, Lobão et al. (2024) explica que a cafeína é um dos estimulantes naturais do sistema nervoso central (SNC) que faz parte da classe das metilxantinas, sendo a bebida catalisadora psicoativa mais ingerida em todo o mundo. O referido dispõe que esta é derivativa principalmente dos grãos de café, porém está presente de forma natural em certos tipos de chás e em grãos de cacau e de forma artificial como acréscimo às bebidas industrializadas, e embora existam outros motivos para a utilização desta substância, o majoritário se dá devido à busca incessante de se combater a sonolência e a fadiga.
De acordo com Viana et al. (2024), este consumo de cafeína pode ocorrer por meio de bebidas energéticas cafeinadas, populares entre universitários devido às suas propriedades estimulantes, visto que estas bebidas contêm cafeína, açúcares e aditivos estimulantes, como taurina, guaraná, vitaminas do complexo B e erva-mate.
Afinal, sabe-se que a cafeína é uma das substâncias mais consumidas no mundo, de forma isolada ou presente em bebidas como café, chocolates, refrigerantes e outras. A literatura aponta que a cafeína tem sido associada a diversos efeitos: maléficos e benéficos ao organismo (CAMARGO, CAMARGO & RODRIGUES, 2024, p. 08).
Bispo et al. (2022) confirmam o supracitado ao dispor que a cafeína é considerada a droga mais consumida no mundo e é amplamente difundida pelo fato de comporem as bebidas energéticas.
Conforme assevera Santos e Salomon (2017), quando utilizada dentro dos limites, a cafeína vem a ser nada menos que uma substância efetiva para a melhora do desempenho físico, podendo ou não ser utilizada por um tempo contínuo, dependendo da gama de fatores que influenciam o usuário.
Dentre os benefícios propiciados por esta substância tem-se Andrade et al. (2023) aponta o aumento da respiração, melhora da fadiga, diminuição do sono, liberação de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), aumento do metabolismo e da diurese, bem como a melhora no desempenho em atividades físicas. Os autores dispõem ainda que sua ampla procura se associa normalmente ao estímulo do sistema nervoso central, promovendo melhor disposição, bem-estar e redução da sonolência.
A utilização controlada da cafeína, melhora o desempenho físico em atividades máximas e supramáximas de curta duração e em atividades de média e longa duração, com intensidade moderada (BARROS, 2021, p. 10).
Desse modo, Carvalho (2021) afirma que após ingestão de cafeína, os indivíduos podem temporariamente se sentir mais fortes e mais competitivos, acreditando poder realizar uma atividade física e mental por um tempo mais prolongado antes que se inicie a fadiga.
Todavia, mesmo com tamanhos benefícios, os referidos estudos evidenciaram ainda acerca dos impactos negativos e prejuízos decorrentes do consumo exagerado de cafeína. Assim, a ingestão de doses moderadas propicia melhorias aos indivíduos, porém se tomada de maneira exacerbada, a substância acarreta em diversos malefícios à saúde,
Porém, o uso indiscriminado desta substância pode trazer prejuízos à saúde, como insônia, taquicardia e irritabilidade (ANDRADE et al., 2023, p. 3941).
Segundo Camargo, Camargo & Rodrigues (2024), a cafeína é responsável por efeitos agudos prejudiciais, maléficos ao sistema cardiovascular como o aumento da pressão arterial e a indução de arritmias cardíacas, no entanto os efeitos protetores do ácido caféico contido no café, aumenta os níveis de glutationa e impedindo a oxidação por radicais livres de algumas moléculas, bem como altera alguns dos fatores que influenciam na saúde cardiovascular, tais como, a concentração plasmática de homocisteína, os níveis séricos de colesterol, a frequência cardíaca, além da pressão arterial.
Apesar de a cafeína trazer diversos benefícios, o seu consumo em excesso pode trazer danos irreversíveis à saúde, a curto ou longo prazos (ARAÚJO et al., 2017, p. 17).
Benjamin et al. (2021) dispõem que o uso inadequado e exacerbado pode contribuir para o aumento de doenças cardiovasculares. Bem como, Yonamine e Teng (2019) elucidam que a ingestão de energéticos também pode levar a alguns efeitos adversos, ou pelo consumo agudo excessivo, crônico, ou em associação com outras bebidas, como o álcool.
Por fim, foi possível vislumbrar que de fato a cafeína é uma substância benéfica e repleta de benefícios a seus consumidores, todavia quando consumida de maneira moderada e adequada. Caso contrário, sendo sua ingestão de maneira exacerbada e além dos limites, é plenamente comum perceber impactos negativos à saúde dos indivíduos, sejam estes malefícios tanto no âmbito fisiológico como no psicológico.
CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base no levantamento bibliográfico supracitado foi possível compreender acerca dos efeitos negativos decorrentes do consumo excessivo da cafeína. Os objetivos inicialmente almejados foram devidamente atingidos, sendo possível compreender acerca da temática apresentada e suas vertentes.
Vale ressaltar que assim como qualquer pesquisa, o presente estudo vislumbrou algumas limitações para sua elaboração. A princípio tem-se o fato de que o levantamento de dados que serviu como fundamentação teórica foi realizado por meio de fontes secundárias, o que limitou bastante a análise dos resultados, dificultando a observação de novos achados experimentais. Aponta-se ainda acerca da ausência de uma análise mais aprofundada acerca dos efeitos a longo prazo do consumo excessivo de cafeína, visto que a maioria dos materiais bibliográficos demonstram quanto aos efeitos imediatos ou de curto prazo.
No presente estudo foi possível compreender quanto ao conceito e caracterização da cafeína como sendo uma substância psicoativa. Esta, substância estimulante pertencente ao grupo das xantinas, dispõe da capacidade de poder atuar no sistema nervoso central, acarretando um efeito estimulante no corpo humano.
Como visto, acerca da maneira como a cafeína age no organismo humano, tem-se diversos efeitos atrelados à sensação de estímulo, disposição e redução da fadiga. Esta substância dispõe de propriedades que bloqueiam os receptores de adenosina, substância neurotransmissora responsável por propiciar a sensação de cansaço e relaxamento no corpo humano, de modo que ao ser esta bloqueada, passa a elevar o estado e nível de alerta do cérebro, propiciando uma maior sensação de disposição.
Apesar dos benefícios que podem ser vislumbrados no organismo humano, decorrente do consumo da cafeína, quando consumida em excesso, a cafeína pode dispor de efeitos contrários, os quais podem ser demasiadamente prejudiciais à saúde de maneira geral, tanto a curto como longo prazo, pois dispõe de diversos efeitos negativos e prejudiciais, no âmbito fisiológico e psicológicos, causando impactos no sistema cardiovascular, ansiedade, insônia, distúrbios gastrointestinais, bem como a dependência de seu consumo, dentre diversos outros pontuados.
Portanto, a fim de que o consumo da cafeína propicie mais benefícios do que prejuízos aos indivíduos, é de suma importância que este suceda de maneira controlada, para que sejam mitigados a ocorrência de efeitos adversos e inesperados.
Como sugestões de modificações no método para futuros estudos, aponta-se acerca da importância em expandir a forma de realização da pesquisa, fundamentando-se além de materiais bibliográficos, também em estudos de campo e pesquisas práticas, com uma amostra diversificada. Aponta-se ainda para a realização de pesquisas a longo prazo e estudos de acompanhamento para obter uma visão mais clara sobre as consequências obtidas também a longo prazo, do consumo excessivo de cafeína, a fim de isolar as variáveis e obter resultados mais confiáveis.
Assim, sugere-se que os estudos futuros analisem acerca da utilização de outras alternativas ao consumo de cafeína, como o consumo de outros estimulantes naturais ou intervenções comportamentais, que propiciem aumentar a disposição e energia, sem que haja os efeitos adversos decorrentes do consumo excessivo de cafeína. Tais melhorias no método de elaboração de futuros estudos contribuirão para uma melhor e mais ampla compreensão do impacto da cafeína na saúde.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Jackeline dos Santos; et al. Efeitos da cafeína no organismo humano. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, Umuarama, v.27, n.7, p.3931-3946, 2023
ARAÚJO, Daniel Elias de Paula, et al. Consumo de Cafeína: Uma abordagem Bioquímica e Sociocultural no IFC-Araquari. Arauqari: 2017.
c Uso da cafeína na performance do atleta. Juiz de Fora: 2021.
BENJAMIM, Cicera Josilânia Rodrigues et al. Ação da Cafeína no Sistema Nervoso Central e na Variabilidade da Frequência Cardíaca. Id on Line Revista de Psicologia. V.15 N. 54 p. 405-409, fevereiro/2021.
BISPO, Ana Jovina Barreto; et al. Cafeína: Cuidado com as Crianças. Departamento de Pediatria Ambulatorial. Sociedade Brasileira de Pediatria. 2022.
CAMARGO, Marcio Antonio Ferreira; CAMARGO, Carmen Aparecida Cardoso Maia, RODRIGUES, Alice Cardoso. Cafeína e seus efeitos no organismo humano. Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.9, p. 01-10, 2024.
CARVALHO, Andreza Burlamaque Borges. Avaliação da ingestão de cafeína de fontes alimentares e não alimentares em atletas do município de Macaé. Macaé, 2021.
LOBÃO, Italo da Silva, et al. Cafeína e o sono: implicações neuroanatômicas e neurofisiológicas. Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 7, n. 2, p. 01-13, mar./apr., 2024.
SANTOS, Matheus Vasconcelos; SALOMON, Ana Lúcia Ribeiro. Suplementação de cafeína: benefícios do efeito ergogênico no treinamento por praticantes de atividade física de alta e baixa intensidade. Brasília, 2017.
VIANA, Andrezza Lima; et al. Principais causas e impactos da ingestão excessiva de cafeína por estudantes de graduação: uma revisão integrativa de literatura. Revista observatorio de la economia latinoamericana, Curitiba, v.22, n.1, p. 1643-1655. 2024.
YONAMINE, Maurício; TENG, Tatiana K. O consumo de bebidas energéticas e seus efeitos à saúde. Revista Científica Internacional da Rede Académica das Ciências da Saúde da Lusofonia, v. 1, n. 2, p. 61-66, 2019.