CONSUMPTION OF CINNAMON AS A PREVENTION AND TREATMENT OF TYPE 2 DIABETES
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8335303
Deuclair Nogueira Batista¹;
Ester Vinhote de Souza²;
Lucimar Timóteo de Miranda³;
Sandra Andreia Lopes de Souza4;
Shirley Macedo Rabelo de Paula5;
Mercês Socorro Queiroz de Souza6
RESUMO
A canela é a especiaria mais antiga e tem sido usada por várias práticas culturais há séculos. Além de seus usos culinários, a canela possui uma popularidade crescente devido a muitos benefícios de saúde declarados. Além disso, o potencial terapêutico da canela também é provocado pelas suas propriedades antimicrobianas, antifúngicas, antivirais, antioxidantes, antitumorais, redutoras de pressão sanguínea, redutoras de colesterol e lipídios e gastroprotetoras. Com o crescente uso dos alimentos funcionais que ajudam a prevenir e até mesmo tratar diversas doenças este estudo teve como objetivo verificar a eficácia da ingestão de canela (Cinnamomum sp) na prevenção e tratamento do diabete mellitus tipo 2. Metodologia: O presente estudo consiste em uma revisão bibliográfica que utilizou sites de busca médica, Pub Med e Google Scholar e sites governamentais brasileiros e estrangeiros para pesquisa através de palavras-chave relacionadas ao tema e com publicação no período de 2011 a 2020. Em nossa pesquisa primária, detectamos um total de 120 registros; 120 duplicatas foram identificadas e removidas. Após a triagem com base em título e resumo, 22 artigos foram retidos para posterior avaliação. Dentro na etapa seguinte, 15 artigos foram excluídos com basena revisão de texto completo. Um total de 7 ensaios clínicos randomizados que avaliaram a suplementação de canela em indivíduos diabéticos.
Palavras-chave: Diabete, Canela, Alimento Funcional e Qualidade de Vida.
ABSTRACT
Cinnamon is the oldest spice and has been used by various cultural practices for centuries. In additionto its culinary uses, cinnamon has an increasing popularity due to the many declared health benefits. Inaddition, the therapeutic potential of cinnamon is also brought about by its antimicrobial, antifungal, antiviral, antioxidant, antitumor, blood pressure reducing, cholesterol and lipid and gastro-protective properties. With the increasing use of functional foods that help prevent and even treat various diseases, this study aimed to verify the effectiveness of eating cinnamon (Cinnamomum sp) in the prevention andtreatment of type 2 diabetes mellitus. Methodology: The present study consists of a bibliographic reviewthat used medical search sites, Pub Med and Google Scholar and Brazilian and foreign government sites for research using keywords related to the topic and published between 2011 and 2020. In our primary research, we detected a total of 120 records; 120 duplicates were identified and removed. After screening based on title and abstract, 22 articles were retained for further evaluation. Within the next stage, 15 articles were excluded based on the full text review. A total of 7 randomized controlled trials that evaluated cinnamon supplementation in diabetic individuals.
Keywords: Diabetes, Cinnamon, Functional Food and Quality of Life.
INTRODUÇÃO
O diabetes é uma das doenças crônicas que vem se expandindo pelo mundo de uma forma descontrolada, devido ao aumento do envelhecimento populacional, da maior urbanização, da progressiva prevalência de obesidade e sedentarismo (FLOR e CAMPOS, 2017).
Segundo Chatterjee et al., (2017), o diabete mellitus (DM) é classificado em dois tipos: DM tipo I ou insulino dependente e DM tipo II ou insulino-independente. Onde, no primeiro tipo há uma ausência ou redução da secreção da insulina pelo pâncreas por diversos fatores, incluindo os hereditários, autoimunidade e/ou infecção viral. Já no DM tipo II existe a resistência à ação da insulina, o que afeta a qualidade e o estilo de vida dos acometidos e podendo acarretar uma redução na expectativa dessa população (FERREIRA et al. 2013; SILVA et al. 2013).
Cerca de 12 milhões de pessoas atualmente são acometidas pelo diabetes, devido esses fatores os gastos públicos com o tratamento desses indivíduos são elevados. Sendo assim, o exercício físico surge como fator primordial no combate e/ou tratamento dos fatores relacionados a essa doença (ASANO, 2015). E estima-se que nos próximos 20 anos observará um aumento de 54% na prevalência de DM entre adultos no mundo. Especialmente nos países em desenvolvimento, como no Brasil, há uma tendência ao aumento na frequência do DM em todas as faixas etárias, especialmente nas mais jovens, cujo impacto negativo sobre a qualidade de vida e a carga da doença aos sistemas de saúde é imensurável (WHO,2016).
Como foi visto, ela é uma das doenças que mais assolam o mundo atualmente, pois está estreitamente relacionada com os avanços da sociedade, a diminuição da quantidade de atividades físicas e a uma alimentação cada vez mais desbalanceada do ponto de vista nutricional. A atividade física juntamente com uma alimentação balanceada é uma opção muito boa no combate e prevenção, pois além de ser muito eficiente, quando prioritariamente é administrada de forma correta, é também mais barata.
Com isso, muitas pessoas têm buscado também o uso de alimentos funcionais pois estes além de suas funções básicas nutricionais, afetam positivamente uma ou mais funções fisiológicas do organismo, favorecendo a saúde, melhorando a qualidade de vida e auxiliando na redução de riscos de enfermidades (SILVA et al., 2016), e também pelo fato de muitas vezes apresentarem um custo baixo.
Os alimentos funcionais são considerados uma nova tendência do mercado alimentício. Entre as razões relacionadas ao crescente mercado de alimentos funcionais pode-se destacar: a perseguição desenfreada por dietas saudáveis valorizando demasiadamente um componente do alimento em detrimento a valorização do alimento como um todo, o reconhecimento pelas agências reguladoras dos benefícios dos alimentos funcionais para a saúde, a possibilidade de redução de custos no combate das DCNTs por parte do Estado, e, por fim, para as indústrias que investiram em pesquisas e novas tecnologias. Os alimentos funcionais representam um nicho de mercado extremamente rentável, pois são produtos com alto valor agregado e com um marketing agressivo na busca pelo consumo. A canela é uma especiaria amplamente utilizada na culinária brasileira por acrescentar sabor a preparações doces e salgadas pois possui elevada concentração de compostos fenólicos e intensa atividade antioxidante. Geralmente, a canela é usada para melhorar a digestão, por conter propriedades carminativas (que reduz gases intestinais), anti alérgicas, anti-hermética (evita o vômito), e estomacais; isto se deve à algum dos seus componentes como os óleos essenciais, que estimulam a salivação e os sucos gástricos facilitando a digestão. Estas características ajudam no tratamento de doenças do aparato digestivo, como por exemplo: aerofagia, digestões difíceis, acidez, falta de apetite e vômitos (PASSOS, 2012).
É interessante destacar que a canela é usada para doenças do aparato circulatório, pois possui agentes antiagregantes, anti escleróticos e antitrombóticos que são bons para a circulação sanguínea. É usada em todos os tratamentos de má circulação periférica e frieira (PASSOS, 2012).
Combinando todos estes benefícios e o sabor e aroma que a canela pode trazer em nossa alimentação, esta especiaria pode e deve ser introduzida no dia-a- dia para auxiliar o bom desenvolvimento e funcionamento de nosso organismo. Assim,este estudo teve como objetivo principal verificar a eficácia da ingestão de canela (Cinnamomum sp) na prevenção e tratamento do diabete mellitus tipo 2.
METODOLOGIA
O presente estudo consiste em um pesquisa bibliográfica instrumentalizada por meio de busca eletrônica de artigos indexados em base de dados Scielo (Scientific Electronic Library Online); Lilacs (Literatura Científica e Técnica da América Latina e Caribe); Pubmed (serviço da U. S. National Library of Medicine); Medline (Medical Literature Analyssian Retrevial System Online), a partir de palavras-chave relacionadas “excesso de peso, dislipidemia, diabetes mellitus tipo 2, insulina resistência, colesterol, triglicerídeos, colesterol lipoproteína de baixa densidade (LDL),colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL), tecido adiposo, doença hepática gordurosa não alcoólica, lipídios mio celulares, adipócitos, alimentos funcionais, canela, Cinnamomum sp” publicados no período de janeiro de 2011 a fevereiro de 2020.
A amostra foi composta por publicações de 7 artigos indexados em periódicos, selecionados a partir de uma leitura prévia dos resumos anexados, seguindo os seguintes critérios: veículo de publicação, idioma de publicação, que comprovaram o impacto do uso da canela no tratamento ou prevenção de diabete mellitus tipo 2.
A partir dos critérios acima, objetivou-se verificar as características dos artigos publicados em relação ao tema, para isso utilizou-se os cruzamentos dos descritores(palavras chave) relacionados ao tema. Após essa verificação, foi realizado um levantamento preliminar através de leitura seletiva dos resumos encontrados, como citado nos critérios de inclusão.
Para melhor organização e compreensão, realizou-se um tabelamento do material constituído dos descritores utilizados na pesquisa e autores separados de acordo com assuntos referentes. Com isso, foi possível uma análise dos estudos selecionados, a fim de se obter um panorama detalhado da produção científica internacional sobre o uso da canela como um alimento funcional e sua eficácia na prevenção e no tratamento de diabetes, principalmente a de tipo 2.
Dessa forma, os artigos revisados constituíram as fontes primárias de conhecimento sobre a ocorrência de alterações em relação à prevenção e tratamento do diabete. Com os rigorosos critérios utilizados nas bases de dados consultadas, acredita-se ter englobado os artigos mais relevantes sobre o tema geral. Os trabalhos qualificados desta maneira foram incluídos na revisão elaborada através de uma análise descritiva e qualitativa da amostra bibliográfica.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em nossa pesquisa primária, detectamos um total de 120 registros; 120 duplicatas foram identificadas e removidas. Após a triagem com base em título e resumo, 22 artigos foram retidos para posterior avaliação. Dentro na etapa seguinte, 15 artigos foram excluídos com base na revisão de texto completo. Um total de 7 ensaios clínicos randomizados que avaliaram a suplementação de canela em indivíduos diabéticos que estão listados no Quadro 1. Com base em estudos realizados, os possíveis mecanismos dos efeitos da canela no diabetes são elaborados abaixo. Uma das questões importantes que levam a complicações na diabetes aumenta o açúcar no sangue. Uma maneira de reduzir as complicações do diabetes são açúcar no sangue reduzido; vários estudos têm investigado meios de improvisação, glicemia em jejum, glicemia pós-prandial, secreção de insulina ou sensibilidade à insulina. A maioria dos estudos foi investigar os efeitos da canela no diabetes concentram-se em suas modificações glicêmicas.
Quadro 1. Sumarização dos Resultados.
| Autor (Ano) | Amostra | Resultados | Conclusão |
| Anderson et al., (2016) | Adultos saudáveis (n=137); Grupo placebo (n=84) dose 250mg x 2/dia de amido por dois meses; Grupo controle (n=64) dose 250mg x 2/dia de extrato aquoso por dois meses. | Suplementação do extrato aquoso de canela reduziu significativamente os níveis de glicemia em jejum de 8.85 mmol/L para 22.26 mU/L sendo considerado significativo (p< 0.05) | A suplementação diária com extrato aquoso de canela reduziu os níveis de glicemia em jejum, insulina e junto disso melhorou os marcados lipídicos, mostrando ser um aliado em adultos com glicemia alta |
| Bernardo et al., (2015) | Adultos Saudáveis (n=30); grupos controle (n=7) e placebo (n=7), sendo usado 5g em capsulas ingeridas 12h antes do teste | A suplementação da canela reduziu a curva glicêmica após o teste de tolerância a glicose, mas não o bastante para ser significativo. | A suplementação ingerida de 5g de canela foi capaz de reduzir a glicemia no teste de tolerância na glicose. |
| Jain et al., (2017) | Adultos com síndrome metabólica (n=112); Grupos placebo (n=58) e controle (n=58), uso de uma dose de 500mg x 6/dia de canela por 16 semanas. | A suplementação da canela reduziu a glicemia em jejum de 5.7 mmol/L para 5.2 mmol/L (p<0,05); O marcado HbA1c teve uma significante melhora de 43,7 mmol/mol para 39,6 mmol/mol; Nível de glicose pós-prandial reduziu de 7,4 mmol/mol para 6,9 mmol/mol sendo significante na estatística (p<0,05) | A suplementação diária com 3 gramas de canela reduzir alguns marcadores metabólicos sendo um aliado ao tratamento da síndrome metabólica |
| Sahib, (2016) | Adultos com diabetes tipo 2 (25), 1 gr / d de suplementação de canela por três meses. | A administração de canela em pacientes diabéticos por 12 semanas resultou em uma elevação do nível de superóxido dismutase | |
| Sengsuk et al., (2016) | Adultos com diabetes tipo 2 (99), 0,5 gr/d de canela ou cápsula de placebo por dois meses | A FBS, A relação HbA1C, TG, TG / HDL C e PA diminuíram significativamente, enquanto os níveis de HDL-C e eGFR aumentaram significativamente no grupo de suplementação de canela | |
| Torabi et al., (2016) | Mulheres com Diabetes tipo 2 (18) com idade média de 53,6 anos, grupo placebo (n=9) e controle (n=9), 500 mg de canela cápsulas 3 vezes ao dia (1500 mg), por 8 semanas | Os níveis de transaminase glutâmico pirúvica (ALT) foram reduzidos em três grupos experimentais, cuja redução foi significativa apenas após o consumo de canela P <0,05. Além disso, as concentrações plasmáticas de transaminase glutâmico oxalacética (AST) aumentaram no treinamento canela e diminuíram nos grupos treinamento e canela, o que nenhum deles foi significativo. Todas as intervenções não tiveram efeito sobre a glicemia de jejum no sangue em todos os grupos experimentais P> 0,05. Não houve diferença significativa entre os grupos no pré e pósteste. | Os resultados confirmam que a suplementação de canela pode ser eficaz na melhoria dos níveis plasmáticos de ALT, mas a intensidade e a duração de um treinamento físico eficaz, especialmente com o consumo de suplementação de canela, precisam simultaneamente de mais estudos em pacientes diabéticos. |
| Zare et al., (2018) | Adultos com diabetes tipo 2 (138), com idade média de 52 anos; grupo placebo (n=69) e controle (n=69); 1 g de canela em Cápsulas, por 13 semanas. | A suplementação de canela levou à melhora de todos os resultados antropométricos (IMC, gordura corporal e gordura visceral), glicêmicos (FPG, 2hpp, HbA1C, insulina em jejum e resistência à insulina) e lipídios (colesterol total, LDL-c e HDL-c) (exceto para o nível de triglicerídeos). Todas as alterações observadas (exceto Colesterol Total e LDL-c) foram significativamente mais proeminentes em pacientes com IMC basal mais alto (IMC ≥ 27). | Com base nos resultados do estudo, a canela pode melhorar os parâmetros antropométricos, os índices glicêmicos e o perfil lipídico de pacientes com diabetes tipo II. Esses benefícios são significativamente mais proeminentes em pacientes com IMC basal mais alto (IMC ≥ 27). |
As características gerais dos estudos incluídos são descritas no Quadro 1. Esses estudos foram publicados entre 2011 e 2020 e foram realizados em diversas localidades do mundo. O seguimento período variou de 8 a 16 semanas. A dosagem diária recomendada de canela variou entre 1 e 10 g nesses estudos. Todos os estudos foram realizados em ambos sexos, exceto o de Torabi et al(2016), realizado exclusivamente em mulheres. O tamanho da amostra nos estudos incluídos variou de 18 a 138. No total, 559 indivíduos foram matriculados nesses estudos, dos quais 352 indivíduos alocados no grupo de suplementação de canela e 207 indivíduos no grupo de controle.
Os participantes nestes estudos foram pacientes com diabetes tipo 2, indivíduos pré-diabéticos e indivíduos com síndrome metabólica. Com base na presente revisão, os 7 estudos relataram peso corporal reduzido com canela. Dentro Em termos de mudanças no IMC, observou-se uma redução significativa de 6 ensaios, enquanto 1 estudo não encontrou esse efeito (Torabi et al., (2016)). Com base em suas descobertas, um estudo relatou o efeito favorável da ingestão de canela na redução da circunferência da cintura (Jain et al., (2017)) e outros não encontraram efeito significativo. Todos os estudos que examinaram o efeito da suplementação de canela na massa gorda encontraram uma redução significativa na massa gorda, exceto por uma publicação (Torabi et al., (2016)).
Segundo Talaei e Bahreini (2019) a canela é utilizada no tratamento da nefropatia diabética desde os tempos antigos. Muitos artigos originais e metanálises que investigam os efeitos da canela no diabetes documentaram contraditórios resultados. Considerando a popularidade do consumo de canela em pessoas com diabetes, os mecanismos de efeitos da canela no diabetes e suas complicações devem ser esclarecidos.
Neste estudo procurou-se resumir os registros disponíveis de 7 estudos que examinaram os efeitos da suplementação de canela na prevenção e tratamento do diabete mellitus tipo 2 em adultos. Essas descobertas revelaram que a suplementação de canela pode reduzir significativamente o peso corporal, Índice de Massa Corporal (IMC), Cintura Circunferência (CC) e massa gorda em adultos. Nas análises de subgrupos, encontramos uma maior redução no peso corporal em indivíduos com idade <50 anos, aqueles com IMC basal de 30 kg / m2. As administrações de canela reduziram significativamente o peso corporal nas doses de 2 g/d, quando administrado por 12 semanas. Tais resultados concordam com outros estudos que propuseram os potenciais efeitos anti-obesidade da canela suplementação (MOLLAZADEH e HOSSEINZADEH, 2016). Numa recente metanálise de ensaios clínicos randomizados, flavanóis, um componente principal da canela, mostrou um papel potencial contra obesidade (AKHLAGHI, 2018). Tais resultados também foram observados para os polifenóis (FARHAT et al., 2017).
Além de seu efeito no peso corporal, a suplementação de canela também demonstrou melhorar distúrbios relacionados ao peso, incluindo triglicerídeos no sangue, colesterol total, níveis de HDL-C, plasma em jejum glicose e níveis de HbA 1 c em humanos (Sengsuk et al., (2016); Zare et al., (2018)). Os efeitos benéficos da suplementação de canela na inibição da amilase pancreática e na redução da absorção intestinal de glicose, estimulando captação celular de glicose e síntese de glicogênio, inibindo a gliconeogênese, estimulando a atividade do receptor de insulina, melhorando o peso perda, aumento dos níveis de insulina e redução da glicemia em jejum também foram observados em estudos in vitro e in vivo. No geral, esses os resultados indicam que a suplementação de canela pode ser considerada um potencial tempero saudável para o corpo humano.
Canela pode atrasar o esvaziamento gástrico e aumentar a glucosidase enzimas e inibem ATPase de bordas de escova intestinais; então pode reduzir a absorção de glicose no intestino delgado. Além disso, a canela aumenta o transportador de glicose 4 (GLUT4). Todas essas ações estão diminuindo os níveis de glicose e transformando sua conversão em glicogênio. Os polímeros de metil-hidroxi-chalcona (MHCP) na canela tornam as células adiposas mais reativas à insulina ativa a insulina-receptor quinase e inibir a insulina-receptor-fosfatase, que aumenta a sensibilidade à insulina e ajuda a aumentar o metabolismo corporal (SUPRIANI e CHASANA, 2018).
Os flavonóides e fenólicos complexos como epicatequina, catequina e procianidina B2 na canela podem diminuir a absorção de glicose no intestino, diminuir a glicogenólise e aumentar a síntese de glicogênio. Além disso, essas ações podem diminuir a absorção de quilomícrons. A redução da absorção de glicose e quilomícron leva à redução da a síntese e armazenamento de gordura e melhora nas medidas antropométricas (UTZSCHNEIDER, 2016).
Os estudos supracitados indicaram que a suplementação de canela é mais eficaz quando administrada a adultos jovens, indivíduos com obesidade, em doses mais altas e maior duração. O aumento da duração da administração de canela tem um efeito significativo na redução da concentração sanguínea de triglicerídeos e colesterol. Em geral, os efeitos antioxidantes destes suplementos são melhorados quando prescritos em doses mais altas dosagem para uma duração mais longa(SAHEBKAR et al., 2015).
Com relação à idade, deve ser levado em consideração que a obesidade relacionada à idade desempenha um papel importante na desregulação da produção inflamatória de citocinas. Isto é possível que inflamação elevada em pessoas idosas possa prejudicar observando os efeitos da canela. O anti-inflamatório proteína, o tristetraprolina (TPP) é reduzido em pessoas com obesidade, mas é aumentado pela canela. A TPP desempenha um papel importante na sinalização de insulina, transporte de glicose e gliconeogênese. Então aumentar o TTP em pessoas com obesidade pode explicar maior peso mudança nestes participantes pela ingestão de canela.
Anderson et al., (2016) examinou os efeitos de um extrato de canela em água seca em 137 indivíduos com diabetes tipo 2, que recebeu 0,5 gr de canela por 2 meses(64 casos, 73 controles) e ao final do canela reduziu insulina em jejum, glicose, total colesterol e colesterol LDL e maior sensibilidade à insulina em indivíduos com glicose no sangue elevada. Enquanto nenhuma melhora significativa foi encontrada na pressão arterial (PA) sistólica ou diastólica no grupo canela, a inconsistência nos resultados pode ser devida à pressão arterial basal, status de colesterol e condição geral dos indivíduos. Para avaliar os efeitos da canela na PA, fatores correspondência entre os grupos caso e controle deve ser mais preciso e ainda trabalha com altas doses e é necessária suplementação a longo prazo.
Sengsuk et al., (2016) em um estudo randomizado, duplo-cego, controlado por placebo em 2016, investigou o efeito da suplementação de canela nos níveis de glicose, TG, HDL-C, TG / HDL-C Pressão arterial (PA) e pressão glomerular estimada taxa de filtração (TFGe) em 99 pacientes diabéticos. Todos os participantes receberam 0,5 gr / d de canela ou cápsula de placebo por dois meses e, no final do estudo, a FBS, A relação HbA1C, TG, TG / HDL-C e PA diminuíram significativamente, enquanto os níveis de HDL-C e eGFR aumentaram significativamente no grupo de suplementação de canela.
Sahib et al. (2016) usando 1 gr / d de suplementação de canela por três meses encontraram uma redução significativa (10,12%) na SFB níveis após 6 e 12 semanas de tratamento, 10,12% e 17,4%, respectivamente. Enquanto isso, os valores de Hb glicosilada diminuíram no grupo tratado com canela em (2,625%) e (8,25%) após 6 e 12 semanas, respectivamente; no entanto, a redução não foi significativa, comparada com a valor da linha de base. Em relação aos marcadores de estresse oxidativo, níveis séricos de glutationa mostraram uma significância elevação após 12 semanas; nível sérico de malondialdeído diminuiu significativamente após o tratamento de pacientes diabéticos com canela após 6 e 12 semanas, em comparação para o grupo placebo; no entanto, em comparação com a linha de base valor, houve uma redução de (15%)somente após 12 semanas tratamento considerado altamente significativo mudança. Finalmente, a administração de canela em pacientes diabéticos por 12 semanas resultou em uma elevação do nível de superóxido dismutase.
Wickenberg et al. (2014), em seu estudo não encontrou melhora significativa sensibilidade à insulina após suplementação com canela também em pacientes diabéticos. Contudo, vale ressaltar que para que haja efeito da canela no controle da glicemia provavelmente depende da forma de canela usada pelos pacientes. Além disso, diferentes extrações desses métodos podem afetar a eficácia da canela. Estudos demonstraram que os polímeros de polifenóis solúveis em água da canela podem aumentar significativamente o metabolismo da glicose dependente de insulina in vivo,bem como levar a uma atividade antioxidante elevada (ZAIDI et al., 2015).
O extrato aquoso da canela também foi capaz de melhorar a sinalização da insulina inibindo a proteína-tirosina fosfatase 1B, um fosfatase que regula negativamente a ação da insulina. Dietas com baixo índice glicêmico (IG) e baixo dietas de carga glicêmica estão associadas a um risco reduzido de DM2 e doença cardíaca, comparáveis à redução em risco observado com a alta ingestão de fibras alimentares e produtos integrais. Foram demonstradas medições da resposta à glicose no sangue duas horas após a ingestão ser um melhor preditor de mortalidade por doenças cardiovasculares, doença que a glicemia de jejum (ANDERSON et al.,2016).
A importância regulação da glicemia pós-prandial é baseada nos dados de estudos epidemiológicos que demonstraram que a hiperglicemia pós-prandial é um preditor de diabetes e eventos cardiovasculares (CHIEN et al., 2011). O pós-prandial estado pode estimular as espécies reativas de oxigênio (ERO) produção levando a um status de estresse oxidativo, um status isso envolve um mecanismo molecular para o desenvolvimento de diferentes complicações associadas à hiperglicemia. Além Disso, oxidativo pós-prandial o estresse pode ser acompanhado por inflamação pós- prandial e disfunção endotelial, conforme relatado por Chien et al., (2011)
O esvaziamento gástrico, juntamente com outros fatores, regula a resposta pós prandial à glicose no sangue, e uma redução na taxa de esvaziamento gástrico (RGE) leva para concentrações mais baixas de glicose no sangue pós-prandial. Hormônios gastrointestinais, como polipeptídeo insulínico-trópico (GIP), peptídeo 1 do tipo glucagon (GLP-1) e a grelina tem efeitos na glicose pós-prandial, na secreção de insulina e na taxa de esvaziamento gástrico (CHIEN et al., 2011).
Pesquisa em indivíduos saudáveis e naqueles com DM tipo 2 relataram que a canela aumenta a glicose, transporte e utilização no organismo, levando finalmente para melhorar o metabolismo da glicose.
CONCLUSÃO
Diabetes tipo 2 é o distúrbio metabólico mais comum mundial e sua prevalência está crescendo a um nível alarmante nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. É caracterizada por anormalidades no metabolismo de carboidratos, lipídios e lipoproteínas, que levam à hiperglicemia e muitas complicações como hiperlipidemia, hiperinsulinemia, hipertensão e aterosclerose.
Mudanças no estilo de vida, controle de peso, físico atividades e práticas saudáveis de nutrição são vitais para pessoas com diabetes para manter a qualidade de vida e longevidade. Também como uma abordagem alternativa, ervas medicinais com atividades anti-hiperglicêmicas são cada vez mais procurados por pacientes diabéticos e profissionais de saúde.
A canela tem sido usada como um alimento funcional para tratar doenças há milhares de anos em diversas localidades do planeta. Estudos in vitro e in vivo demonstraram que canela é um sensibilizador à insulina e que o extrato de canela estimula a absorção da glicose, a síntese de glicogênio e a síntese de glicogênio ativo.
Neste estudo foram discutidos os efeitos antidiabéticos da canela e mecanismos subjacentes. Os múltiplos modos emergentes de ação da canela contra a diabetes exige experiências in vivo e ensaios clínicos. Houve estudos que afirmaram não ser possível tirar conclusões definitivas sobre o uso da canela como terapia antidiabética, provavelmente devido às diferenças na população incluída, intervalo de doses, forma de dosagem, duração do tratamento, tratamentos concomitantes confusos e qualidade. Contudo, vale destacar que a canela reduz a glicose no sangue propriedades e potencial para reduzir perfis lipídicos e marcadores oxidantes e inflamatórios.
Entretanto, faz-se necessário que estudos adicionais em fatores alimentares, como a canela envolvida no controle da homeostase da glicose sejam realizados; portanto, a prevenção de complicações do diabetes e a melhoria especialmente em seus anti inflamatórios e anti-oxidantes propriedades.
No Brasil não foram encontrados estudos realizados que mostram a eficácia da canela no tratamento e prevenção do diabetes, os que tratam do assunto o fazem em forma de revisão bibliográfica e tendo como base estudos realizados em países estrangeiros, como foi realizado neste estudo. Há evidências de que a canela é um alimento funcional eficaz na prevenção e tratamento do diabetes, contudo nem um estudo publicado.
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¹Especialista Nutrição Clínica e Ambulatorial;
² Docente da Universidade Federal do Amazonas; Especialista em Nutrição Clínica Funcional; Especialista Nutrição em Nefrologia; Mestranda do Mestrado Profissional no Programa de Pós Graduação em Cirurgia – UFAM;
³ Especialista em Saúde Pública;
4 Especialista Nutrição Clínica Funcional;
5 Especialista Nutrição Clínica;
6 Especialista em Renal Crônico.