O CONHECIMENTO MATERNO SOBRE O ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7668334


Jéssica Batista dos Santos¹
Alvim João Faust²
Lohana Guimarães Souza³
Bianca Frese
Carlos Eduardo de Araujo Lopes⁴
Letícia Beatriz Cavalcanti da Costa
Isamara Santos da Silva Duarte
Isadora Sabrina Martins Sousa⁵
Jessica Cristina Moraes de Araújo⁶
Érica da costa Dias⁷
Alexandre Maslinkiewicz⁸
Tânia Pereira da Silva


RESUMO

O aleitamento materno é essencial para a saúde infantil, porém é um processo que ainda é considerado, muitas vezes, como uma habilidade instintiva e inerente a toda mulher. No entanto, embora fisiológico, possui muitas peculiaridades e estas aumentam em número e tamanho quando se relacionam com o prematuro. Esses dados geram grande preocupação por parte dos profissionais de saúde, pois os recém-nascidos prematuros apresentam limitações fisiológicas que influenciam o processo de amamentação, como a coordenação dos reflexos de respiração-sucção-deglutição (que se torna efetivo somente entre 32 e 34 semanas de idade gestacional); a imaturidade intestinal e a instabilidade respiratória e hemodinâmica. Compreendendo a importância de se promover, proteger e apoiar o AME, e a situação do aleitamento materno no Brasil, este estudo tem como questão norteadora: “Qual o conhecimento materno sobre aleitamento materno exclusivo em recém-nascido prematuro?”. O objetivo do estudo é analisar os conhecimentos maternos sobre aleitamento materno exclusivo em recém-nascido prematuro. O contexto em relação ao conhecimento materno sobre aleitamento exclusivo em recém-nascido prematuro os quais justificam a importância deste estudo a importância da realização desta pesquisa. Trata-se de um estudo survey, de abordagem quantitativa que terá como cenário o HU (Hospital Universitário de Alagoas Professor Humberto Nunes) que presta atendimento com várias especialidades do Estado de Alagoas e como sujeitos mães que tiveram seus filhos no local da pesquisa. Os instrumentos utilizados foram criados para adequação dos sujeitos ao qual este estudo está inserido. A pesquisa está vinculada intitulado “O conhecimento materno sobre o aleitamento materno exclusivo do recém-nascido prematuro” será enviado ao Comitê de ética em pesquisa da Universidade Federal de Alagoas. A amostra por conveniência será constituída de 30 mães com recém-nascido prematuro. Palavras-chave: Aleitamento Materno Exclusivo; Conhecimento; Recém-nascido prematuro.

1. INTRODUÇÃO

A amamentação exclusiva é ainda hoje um desafio e essencial para a saúde infantil, porém é um processo que ainda é considerado, muitas vezes, como uma habilidade instintiva e inerente à toda mulher. No entanto, embora fisiológico, possui muitas peculiaridades e estas aumentam em número e tamanho quando se relacionam com o prematuro (MACHADO, et al 2019).

 A oferta do leite materno possui grande importância, pois promove o crescimento e o desenvolvimento saudável da criança, é um fator determinante para a sobrevivência imediata sendo o maior condicionante para a saúde em longo prazo e uma das principais estratégias para a redução da morbimortalidade em recém-nascidos prematuros (MOREIRA et al 2020, GOMES et al 2019).

Dessa forma, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o uso do leite materno para alimentar os recém-nascidos prematuros por proporcionar inúmeros benefícios (NEUMANN et al 2020). Além dos benefícios nutricionais, promove a maturação gastrointestinal, sendo de suma importância, pois possui diversos nutrientes importantes, um melhor desenvolvimento neuropsicomotor, cognitivo, desenvolvimento metabólico, desenvolvimento emocional e estimula o sistema imunológico, conferindo proteção contra patógenos (VASCONCELOS, SANTIAGO et al 2020).

 O aleitamento materno contribui para um melhor prognóstico de crescimento e desenvolvimento (GOMES et al 2019) Apresenta efeito protetor contra doenças, como a enterocolite necrosante, displasia broncopulmonar, infecção do trato urinário, doenças respiratórias e sepse tardia, complicações frequentes nesses recém-nascidos (SANTIAGO, ALVES et al 2019).

O aleitamento materno favorece benefícios também para a saúde da mulher, como um fator protetor contra patologias, como câncer de mama e ovários e fraturas ósseas por osteoporose. Proporciona involução uterina mais rápida, diminui o risco de hemorragias pós-parto e apresenta menor incidência de anemia. Quando comparadas às mulheres que não amamentam, as que amamentam retornam ao peso pré-gestacional em menor tempo (VASCONCELOS et al 2020). Além disso, estimula o fortalecimento do binômio mãe-filho, fortalecendo seu vínculo (SANTIAGO et al 2019).

Apesar dos inúmeros benefícios que o aleitamento materno oferece, ainda não se atingiu no Brasil o índice recomendado e esperado. (PERISSÉ et 2019) Para o grupo de recém-nascidos prematuros, a incidência é ainda mais reduzida, quando comparadas aos recém-nascidos a termo. (GOMES et al 2019).

 Muitas mães referem dificuldades relacionadas ao início e manutenção do aleitamento materno, referem também que as informações recebidas ainda gestantes são insuficientes sofre influência de variáveis que levam ao desmame precoce ou a manutenção da amamentação, sendo este um comportamento social que sofre mudanças. Um dos fatores que pode influenciar na amamentação é a escolaridade materna. (VASCONCELOS et al 2020).

A prematuridade, fator que dificulta o estabelecimento do aleitamento materno, tem crescido ao longo dos anos (TROJAHN et al., 2018), sendo motivo da atenção dos profissionais de saúde, no intuito de prover maior enfrentamento dos problemas presentes, contribuir para redução da mortalidade perinatal e neonatal e favorecer o aumento da sobrevida de recém-nascidos prematuros (CAVALCANTE et al., 2018).

As estratégias para apoiar o aleitamento materno em prematuros precisam ser realizadas desde o pré-natal até o acompanhamento após a alta hospitalar, de forma integral e referenciada nos vários níveis de atenção (BALAMINUT et al., 2018)

O recém-nascido prematuro (RNPT) é capaz de alimentar-se ao seio materno com o auxílio de profissionais, mas estes devem estar preparados para integrar o manejo clínico hospitalar da lactação por meio de protocolos padronizados (CAVALCANTE et al., 2018).

Com tantos desafios e dificuldades a serem vencidos por mães e bebês prematuros para o estabelecimento e manutenção do aleitamento materno, a equipe de Enfermagem possui papel fundamental nesse processo, pois se relaciona com a mulher durante o ciclo gravídico-puerperal, sendo responsável por ações/intervenções que apoie e incentive a amamentação exclusiva.  (BALAMINUT et al., 2018) ao utilizar de ferramentas de comunicação, tais como explicação, orientação e incentivo, essas ações corroboram com aumento dos índices de aleitamento materno e, consequentemente, diminuem os índices de desnutrição infantil, alergias, anemias, doenças dentárias e infecções que podem elevar à mortalidade infantil, buscando contemplar as políticas públicas relacionadas ao aleitamento materno (ARAÚJO et al., 2018), além da presença constante à beira do leito.

No Brasil, a proporção de nascimento prematuro é de 11,3%. Esses dados geram grande preocupação por parte dos profissionais de saúde, pois os recém-nascidos prematuros apresentam limitações fisiológicas que influenciam o processo de amamentação, como a coordenação dos reflexos de respiração-sucção-deglutição (que se torna efetivo somente entre 32 e 34 semanas de idade gestacional); a imaturidade intestinal e a instabilidade respiratória e hemodinâmica. (PERISSÉ et al 2019).

Investigar o conhecimento das mães sobre o aleitamento materno exclusivo em recém-nascidos prematuros permitirá propor intervenções e estratégias para manutenção e promoção do aleitamento materno na unidade onde será pesquisada. Compreendendo a importância de se promover, proteger e apoiar o AME, e a situação do aleitamento materno no Brasil, este estudo tem como questão norteadora: Qual o conhecimento materno sobre aleitamento materno exclusivo em recém-nascido prematuro?

A seguir, alguns aspectos relevantes, em relação ao conhecimento materno sobre aleitamento exclusivo em recém-nascido prematuro os quais justificam a importância deste estudo.

O nascimento prematuro representa um desafio de saúde global, tendo em vista as complicações da prematuridade que representaram a maioria das mortes neonatais. No contexto mundial, o Brasil ocupa o nono lugar no ranking de nascimentos que ocorrem antes de a gestação completar 37 semanas. Portanto, o direcionamento preciso das intervenções da unidade neonatal pode proporcionar o cuidado especializado e integral ao recém-nascido pré-termo (RNPT), essencial para a redução das taxas de morbimortalidade infantil. CHAWANPAIBOON et al 2019)

O leite materno é a primeira escolha para início da alimentação de RNPTs. Evidências consistentes indicam que o uso precoce do aleitamento materno reduz o risco de desenvolvimento de enterocolite necrosante (ECN) (BASSAN ET AL 2021).

O leite produzido por mães de RNPTs possui características especiais, a fim de suprir as necessidades nutricionais do neonato, favorecendo o desenvolvimento e reduzindo as complicações da prematuridade, como as infecções gastrointestinais e a sepse neonatal e o incentivo ao aleitamento materno exclusivo como uma estratégia importante, apoiada em três pilares erguidos sob a ótica da promoção, da proteção e do apoio ilimitado e reforçado à mulher, começando no início da gestação. Além disso, aborda a importância do estímulo, com o objetivo de melhorar a prática do aleitamento materno (WHO, 2020).

Devido às alterações fisiológicas, ambientais e psicológicas ocasionadas pelo nascimento prematuro, manter o aleitamento materno durante a internação e na alta hospitalar é um grande desafio para a mãe, a família e os profissionais de saúde e a desinformação da população e dos próprios profissionais como causa do desmame precoce: O percentual de difusão de informações errôneas se assemelha ao percentual de mães que abandonam a amamentação sob a alegação de que ‘‘o leite não sustenta’’, o que evidencia a importância da capacitação dos profissionais de saúde para incrementar a prevalência do aleitamento materno (WHO; 2020).

A fim de aumentar as taxas de AM, essas mães precisam ser apoiadas e orientadas pela equipe de saúde visando a manutenção da lactação, utilizando-se de estratégias como o esgote precoce das mamas (MITHA et al 2019).

Assim como a PNAISC traz no seu segundo eixo estratégico o aleitamento materno e alimentação complementar saudável ressaltando a necessidade de investimentos nas políticas públicas voltadas à saúde da criança afim de garantir sobrevivência e o desenvolvimento integral de todas as crianças para o exercício da cidadania e a garantia do desenvolvimento nacional, colaborando para o cumprimento dos compromissos do País diante das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2015-2030 (ODS) (BRASIL, 2018).

2. OBJETIVO

2.1 Objetivo geral

Analisar os conhecimentos maternos sobre aleitamento materno exclusivo em recém-nascidos prematuros.

2.2 Objetivos específicos

2.2.1 Verificar o conhecimento das mães sobre amamentação exclusiva. 

2.2.2 Verificar a intenção das mães em realizar a amamentação de forma exclusiva.

2.2.3 Verificar a associação entre as características socioeconômicas, de gestação e parto das mães de recém-nascidos prematuros, as características do conhecimento sobre aleitamento materno exclusivo para recém-nascido prematuro.

3. REVISÃO DE LITERATURA          

PEQUENO HISTÓRICO SOBRE AMAMENTAÇÃO

O desmame precoce no aleitamento materno é uma questão de saúde pública, pois pode desencadear inúmeros problemas de saúde na vida da criança, os quais poderiam ser prevenidos com o simples ato de amamentar. A enfermagem possui grande importância na educação em saúde, podendo minimizar, por meio de intervenções da consulta de enfermagem e educação em saúde, o percentual de mulheres que deixam de amamentar o recém-nascido antes dos seis meses (ALVARENGA SC, et al.,2018).

Em relação aos benefícios, a amamentação promove o desenvolvimento saudável da criança, previne infecções gastrointestinais e respiratórias, reduz o risco de morbimortalidade infantil, diminui a incidência de alergias, entre outros. Além dessas vantagens, o aleitamento materno ajuda no desenvolvimento cognitivo e contribui para aumentar o vínculo entre a mãe e o filho (MENEZES; SOARES, 2018). Para Organização das Nações Unidas (ONU, 2018) apenas 38% das crianças são alimentadas exclusivamente de leite materno até os seis primeiros meses de vida na região das Américas, e 32% continuam mamando até os dois primeiros anos de vida.

Amamentar é uma aprendizagem que requer muita paciência, força de vontade e desejo, no entanto poderão surgir dificuldades que em muitas vezes levam a mãe a desistir da amamentação e a oferecer outros tipos de alimentos, iniciando assim o desmame precoce. Em alguns casos a mãe precisa interromper a amamentação exclusiva porque precisa voltar ao trabalho e não consegue ou não foi orientada a ordenhar. Também podem acontecer dificuldades por parte do bebê, que por algum motivo não consegue sugar o seio. Essas situações são muito comuns de acontecerem, porém, a mãe não deve se desesperar, e introduzir outros alimentos, pois estes podem aumentar o risco da criança desenvolver alergias, problemas gastrintestinais e anemia (SILVA, 2019).

O aleitamento artificial foi implementado, sob forma de mamadeira, possibilitado pelo processo de esterilização do leite de vaca, após o fim do século XIX. Tal, progresso veio a substituir a amamentação mercenária realizada pelas amas-de-leite (BOSI e MACHADO, 2005). Em razão da grande mortalidade infantil, começou-se a pensar em programas de apoio à criança e incentivo a amamentação, como estratégia para redução das doenças que afetavam a infância e consequentemente, a mortalidade (ALMEIDA, 1999, p.42).

A amamentação exclusiva tornou-se amplamente divulgada para o público nos meios de comunicação em forma de campanhas, e virou alvo de estudos no meio científico (ALMEIDA, 1999, p.43). A Constituição Federal de 1988 veio contribuir para o incentivo ao aleitamento assegurando a saúde como direito de todos e dever do Estado, subsidiando a implementação do SUS, a partir da lei orgânica da saúde (lei no 8080/90) e de suas normas operacionais básicas, permitindo incrementar a atenção básica, a atenção ambulatorial especializada e a atenção hospitalar voltadas para o incentivo ao aleitamento materno (BRASIL, 1988).

No ano de 1992 foi implantada a Iniciativa Hospital Amigo da Criança no Brasil, visando apoiar, proteger e promover o aleitamento materno. A IHAC está inserida na Estratégia Global para Alimentação de Lactentes e Crianças de Primeira Infância da OMS e do UNICEF e tem por objetivo resgatar o direito da mulher de aprender e praticar a amamentação com sucesso por meio dos Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno (UNICEF, 1990). Em 1992 também foi aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde (12 de outubro de 1992), a Norma Brasileira para Comercialização de Alimentos para Lactentes (NBCAL).

Segundo a NBCAL, a promoção comercial de alimentos infantis deverá incluir em caráter obrigatório e com destaque uma advertência de que esses alimentos não devem ser utilizados para a alimentação do lactente nos primeiros seis meses de vida, salvo orientação de médico ou nutricionista (BRASIL, 1992).

Em 1993, foi publicada portaria nº 1016/MS, referente às normas básicas para o funcionamento do alojamento conjunto. Essa portaria foi uma revisão e atualização da resolução nº 18 de 1983 do Ministério da Saúde que estabeleceu a obrigatoriedade do alojamento conjunto nas maternidades próprias, contratadas e conveniadas ao extinto INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social).

O alojamento conjunto é indicado como um facilitador para a amamentação, pois o binômio mãe-bebê permanece 24 horas por dia no mesmo ambiente hospitalar (BRASIL, 1993). A partir de 1998, o Programa de Aleitamento Materno foi inserido na área de Saúde da Criança do Ministério da Saúde, que passou a ser o responsável pelas ações já existentes e pela implementação de novas ações voltadas para o aleitamento materno (ARAUJO et al, 2003).

Em agosto de 2002, foi aprovada a Resolução nº 221 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária que norteia o uso de chupetas, bicos, mamadeiras e protetores de mamilo. Dentre medidas tomadas, inclui-se a obrigatoriedade de se inserir, no rótulo desses produtos, em fácil visualização, a advertência de que a criança que mama no peito não necessita de bico, mamadeira ou chupeta e que seu uso prolongado prejudica a dentição e a fala da criança (BRASIL, 2002).

BENEFÍCIOS DO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO PARA A MÃE E RECÉM-NASCIDO PREMATURO.

Para os Recém-Nascidos (RN) prematuros, o leite materno oferece benefícios adicionais, como menor incidência e gravidade de enterocolite necrosante, sepse e retinopatia da prematuridade, aumento no desempenho neuropsicomotor, fortalecimento do vínculo mãe-filho, menor tempo de hospitalização e menor incidência de reinternações (QUIGLEY et al 2019).

O aleitamento materno é a prática que beneficia o RN prematuro, o leite materno possuiu um inquestionável teor nutricional, fisiológico, biológico, imunológico. Suas propriedades contêm lipídios, proteínas, vitaminas, enzimas e minerais que são fundamentais para o desenvolvimento do RN (PACHU et al 2018).

Os benefícios do leite materno ultrapassam da fase da infância, atingem a fase adulta, e contribuem com a diminuição do desenvolvimento de doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e no aparecimento de disfunções neurológicas (COSTA, 2018)

Os benefícios do leite materno têm demonstrado aumento de anticorpos contra H. influenzae tipo B, vírus da poliomielite e toxóide diftérico nos RNP em AM. Os componentes encontrados no leite humano conferem propriedades anti-infecciosas do colostro e leite maduro, esses componentes são os solúveis e celulares (SANTOS et al 2019).

Para a mulher, o risco de câncer mamário e ovariano, cardiopatias e outras patologias é diminuído, somado à perda ponderal satisfatória para muitas, o pouco sangramento e baixa chance de anemia. Os benefícios psicológicos são notáveis pois o vínculo formado cresce ao longo do tempo e pode mudar vários conceitos nesta mãe, apesar de as doenças psiquiátricas puerperais deverem ser levadas em consideração quando existentes (COSTA,2019).

É justamente através do primeiro contato para a  aleitamento  que  a  mãe  propõe segurança e sustentação ao seu recém-nascido prematuro. A puérpera protege o seu RN dos perigos físicos, levando em conta as suas sensibilidades cutâneas tanto visual como auditivas e a facilidade das quedas. É através desses cuidados cotidianos que ela instaura uma rotina, tendo ali sempre uma sequência repetitivas de cuidados (CALDAS,2021).

DISCUSSÃO

Os fatores que influenciam e favorecem a amamentação exclusiva, são multidimensionais, envolvendo questões sociais, econômicas, culturais e psicológicas. De acordo com estudos epidemiológicos conduzidos no Brasil existem 36 fatores associados à amamentação exclusiva. Os fatores mais frequentemente associados foram o local de residência, ora urbana ora rural, idade materna intermediária, escolaridade materna crescente, ausência de trabalho materno, não uso de chupeta e financiamento privado da atenção primária à saúde (ROCHA et al., 2018).

A influência de familiares próximos pode favorecer, ou não, o aleitamento materno, dificultando a adaptação entre o bebê e a mãe onde pode contribuir negativamente no processo do AM, por excesso de cansaço, insegurança e estresse materno, contribuindo para o desmame e comprometendo o desenvolvimento infantil (CARREIRO et al 2018).

As dificuldades referentes ao posicionamento da mãe e da criança durante a amamentação são mais evidentes nos primeiros dias de pós-parto, nesse momento ambos estão em adaptação a uma nova fase a qual o profissional de saúde poderá auxiliar e orientar a mulher para evitar futuras inseguranças (COCA et al 2018).

Acrescida a isto, a confiança materna ou a falta dela em amamentar pode ser considerada uma variável importante não só para iniciar a amamentação como também para mantê-la exclusivamente (JAVORSKI et al 2018).  Associada pela mulher ao choro frequente da criança, por desconhecimento, pode por sua vez interferir na insatisfação alimentar da criança e consequentemente provocar sucção ineficiente, acarretando outros problemas como ingurgitamento mamário, lesão mamilar e por fim o desmame precoce (COLOMBO et al 2018).

As alterações fisiológicas nas mamas são mais intensas nas primeiras 72 horas do puerpério, quando as mamas aumentam rápida e extensamente de volume, acompanhadas de distensão excessiva da pele, podendo gerar dor ou desconforto em algumas mulheres. Esse processo de distensão da pele e aumento do volume é caracterizado como apojadura (SANTOS, 2018).

Algumas dificuldades podem surgir durante o processo de amamentação e existem fatores que quando não são corrigidos tem a capacidade de desencadear grandes complicações para a mãe e para o recém-nascido (RN). Dentre esses fatores citamos a pega incorreta que pode levar a fissuras mamilares, mastites e ingurgitamento mamário. Quando ocorrem essas complicações e a mãe não é informada e orientada, ela pode desistir da amamentação causando um grande prejuízo para o desenvolvimento do RN, que não irá obter todos os anticorpos e nutrientes necessários (BARBOSA, 2018).

Todas essas dificuldades deverão ser detectadas pelo profissional de saúde, como o enfermeiro, o qual tem papel fundamental na assistência à mulher nessa fase. Este profissional deverá dar o encaminhamento, manejo e instrução necessária. Vale ressaltar que o exame das mamas é fundamental, pois por meio dele podem-se detectar situações que poderão exigir uma maior assistência à mulher (SANTOS, 2018).

3. METODOLOGIA

3.1 TIPO DE ESTUDO

Estudo survey, de abordagem quantitativa. O método quantitativo, de acordo com Dalfovo, Lana e Silveira (2008) citando Richardson (1989) caracteriza este método como o emprego da quantificação, tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento dessas através de técnicas estatísticas, desde as mais simples até as mais complexas.

A pesquisa survey tem o objetivo descrever a distribuição das características ou de fenômenos que ocorrem naturalmente em grupos da população. Num sentido amplo, refere-se a uma postura que procura explicar o que existe de errado na realidade social, identificar atores que são capazes de modifica-la e definir formas para sua efetivação. Sua intenção é transformadora, já que se propõe à melhoria da qualidade de vida das pessoas, a diminuição das desigualdades sociais e a eliminação de todas as formas de opressão. Assim, pode-se identificar o marxismo como uma das principais influências na teoria crítica (LINCOLN; LYNGHAM; GUBA, 2018).

Os procedimentos desta pesquisa serão divididos em quatro fases.  A primeira fase pelo planejamento do survey considerando aspectos como os questionamentos a ser aplicados, levando em conta o perfil do público-alvo (mães que amamentam seus filhos que são recém-nascidos prematuros), o tipo de questionário a ser aplicado e a forma de aplicação do questionário. A segunda fase será a coleta de dados do survey após a aplicação.  A terceira fase consisti em analisar os dados coletados pelo survey  por  último  os  resultados  obtidos  com  o survey serão expostos e apresentado na tese.

4. CONCLUSÃO

Espera-se que através do estudo, ocorra uma sensibilização dos profissionais de saúde para o tema de AME e que a partir dos resultados esses profissionais possam saber de que forma apoiar e como orientar essas mães, visto que levantará as principais lacunas do conhecimento materno.

Acredita-se que o trabalho contribuirá com novos conhecimentos para pesquisa, ensino e extensão. Além de contribuir para o aprofundamento da temática e produção de novas pesquisas, conscientizando gestores hospitalares, a população em geral e ao estudantes da área da saúde.

5. REFERÊNCIAS

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1Faculdade Seune (Sociedade de Ensino Universitário do Nordeste) Maceió Alagoas
ORCID: 0000-0001-8436
http://lattes.cnpq.br/1604497091158463

²Graduação: Medicina
Instituição: Universidade Maria Auxiliadora – Assunção Paraguai
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-5594-8881
Lattes: http://lattes.cnpq.br/3477305587460667

³Bacharela em Saúde e estudante de Medicina – Universidade Federal do Sul da Bahia
Teixeira de Freitas – Bahia
lohana.souza@cja.ufsb.edu.br http://lattes.cnpq.br/1963004946902197
https://orcid.org/0000-0001-8964-9874

⁴Titulação: Fisioterapeuta
Faculdade: Anhanguera São Luís
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-0395-0322
Cidade e Estado: São Luís – Maranhão

⁵Graduação: Enfermagem
Instituição: Estácio do Amazonas
Cidade e estado: Manaus, Am
Lattes: http://lattes.cnpq.br/3164832314259779

⁶Graduação: Enfermeira
Instituição: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ (UESPI)
Cidade e estado: Parnaiba Piauí
Orcid: 0000-0003-0380-906X
Lattes: http://lattes.cnpq.br/5362675095083270

⁷Graduação: Enfermagem
Instituição: Uniesamaz
Cidade e estado: Belém-PA
Orcid: 0000-0003-1363-7329

⁸Vínculo institucional: Faculdade Venda Nova do Imigrante – FAVENI
Titulação: Especialização em Docência do Ensino Superior com Ênfase em Sistemas de Saúde
Município/Estado:Teresina / Piauí
ORCID:0000-0001-9722-8383