O CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DE ENSINO ACERCA DE PRIMEIROS SOCORROS NO AMBIENTE ESCOLAR: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

THE KNOWLEDGE OF TEACHING PROFESSIONALS ABOUT FIRST AID IN THE SCHOOL ENVIRONMENT

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7999338


Pedro Henrique Aragão Rodrigues1
Luís Felipe Pereira Silva2
Bruna de castro Ornellas3


RESUMO

Objetivo: Observar os conhecimentos dos profissionais de ensino acerca dos primeiros socorros e a sua aplicação em ambiente escolar. Além disso, visa compreender a complexidade e os desafios de sua aplicação nas escolas. Método: Revisão de literatura do tipo integrativo, utilizando a estratégia PICO para compor o estudo. A Revisão se deu por meio da pesquisa de artigos na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), juntamente às bases de dados LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde), MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online -Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica), BDENF (Base de Dados de Enfermagem) e IBECS (Índice Bibliográfico Español en Ciencias de la Salud), publicados entre os anos 2013 a 2023. Resultados: Foi capaz de identificar a dificuldade dos professores de educação infantil em relação aos conhecimentos dos primeiros socorros. Por outro lado, quando há intervenção por meio de capacitações, observa-se um aumento exponencial do conhecimento desses profissionais de ensino acerca da temática. Conclusão: Assim, o estudo evidência a relevância da obtenção de conhecimento por parte dos profissionais de ensino em relação aos primeiros socorros e o seu impacto no ambiente escolar.

Palavras-chave: Educação em saúde. Primeiros socorros. Capacitação.

ABSTRACT

Objective: Observe the knowledge of teaching professionals about first aid and its application in the school environment. In addition, it aims to understand the complexity and challenges of its application in schools. Method: Integrative literature review, using the PICO strategy to compose the study. The review was carried out through the search for articles in the Virtual Health Library (VHL), together with the databases LILACS (Latin American and Caribbean Health Sciences Literature), MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online – System Online Search and Analysis of Medical Literature), BDENF (Nursing Database) and IBECS (Spanish Bibliographic Index in Health Sciences), published between the years 2013 to 2023. Results: It was able to identify the difficulty of early childhood education teachers in relation to first aid knowledge. On the other hand, when there is intervention through training, there is an exponential increase in the knowledge of these teachers about the theme. Conclusion: Thus, the study highlights the relevance of obtaining knowledge on the part of teachers in relation to first aid and its impact on the school environment.

DESCRIPTORS: Healthy education. First aid. Training.

INTRODUÇÃO

Primeiros socorros são os cuidados imediatos e procedimentos de emergência realizados para preservar a vida de um indivíduo em situação de risco até a chegada de atendimento especializado, prestados por pessoas com treinamento básico conforme o Manual de Primeiros Socorros da Fundação Oswaldo Cruz (2003). Ressalta-se que, há exposição de riscos em todas as atividades cotidianas realizadas pelos indivíduos, sejam crianças, adolescentes, adultos ou idosos. Isto é, todos estão sujeitos a acidentes que podem acarretar ferimentos e traumatismos (LOUREIRO et. al, Revista Nursing, 2022).

Em uma análise de dados do Ministério da Saúde entre os anos de 2011 e 2017, foi possível identificar que mais de 40 mil crianças e adolescentes no Brasil morrem devido a afogamento, sufocamento, intoxicação e quedas (DATASUS, MS).

De fato, ambientes escolares são responsáveis por grande parte do montante desses óbitos. Afinal, instituições de ensino, além de serem locais mais agitados por sua natureza, abrigam o público retratado por grande parte do seu dia a dia. Isso significa que, têm maior propensão de ocorrer situações de risco (LIBERAL et. al, 2005).

Certamente, as escolas têm o importante papel de assegurar a saúde e a segurança de seus alunos, proporcionando um ambiente saudável. Para tanto, é fundamental que professores e demais funcionários do ambiente escolar sejam capazes de manejar os primeiros socorros (FRANÇOSO, MALVESTIO, 2007; MASIH S et. al, 2014)

De maneira geral, por falta da capacitação dos profissionais e ainda, a elevada quantidade de alunos que as instituições comportam, é natural que esses educadores e colaboradores apresentem atitudes e procedimentos impróprios, quais sejam: deixar de manter a calma, não manipular a vítima corretamente, não analisar a situação como um todo e deixar de verificar qual conduta deve seguir (FRANÇOSO, MALVESTIO, 2007; MAS et. al, 2011). É de extrema importância compreender que a intervenção realizada fora do ambiente hospitalar, contribui para diminuição de possíveis agravos à saúde, portanto, o conhecimento acerca do assunto é imprescindível para manter a segurança e o bem-estar de crianças e adolescentes em escolas, prevenindo acidentes (JESUS; SOUSA, 2015).

Sendo assim, perante a problemática apresentada, buscou-se responder a seguinte questão: “Quais os níveis de conhecimento dos profissionais de ensino no que se refere aos primeiros socorros no ambiente escolar e suas aplicações?”.

Dessarte, o presente trabalho objetiva observar os conhecimentos sobre os primeiros socorros dos profissionais de ensino em ambiente escolar, tendo em vista a sua grande complexidade e desafios.

METODOLOGIA

O presente estudo utilizou como método investigativo a revisão integrativa da literatura acerca do conhecimento dos profissionais de ensino referente aos primeiros socorros em ambiente escolar. Permitindo um aperfeiçoamento diante a temática proposta e observando as dificuldades encontradas. Possibilitando assim, uma futura aplicação dos resultados obtidos em instituições de ensino.

Para a definição da questão norteadora, foi utilizado o método PICO (P: população; I: intervenção/interesse; C: controle; e O: desfecho). Assim, P: representa os profissionais de ensino, I: os níveis de conhecimento sobre primeiros socorros e sua aplicação, C: profissionais capacitados e não capacitados e seu entendimento frente aos acidentes a atuação do enfermeiro e O: entender a importância da capacitação e aplicação no conhecimento desses profissionais

Para alcançar o objetivo e responder a questão norteadora os seguintes passos foram seguidos nesta revisão: 1- identificação do problema e definição da pergunta de pesquisa, 2- busca de estudos em bases de dados e bibliotecas virtuais utilizando os descritores, 3- seleção dos estudos, por meio dos parâmetros de inclusão e exclusão 4- leitura dos estudos na íntegra para a análise crítica em relação a sua aderência ao objetivo desta pesquisa, 5- interpretação dos resultados e, por fim, 6- síntese do conhecimento.

Desta forma, a pesquisa de artigos na literatura foram realizadas a partir da Biblioteca virtual em saúde (BVS), através das bases de dados LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde), MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online -Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica), BDENF (Base de Dados de Enfermagem) e IBECS (Índice Bibliográfico Español en Ciencias de la Salud), atendendo aos critérios de inclusão e exclusão com o intuito de responder à questão norteadora (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).

Os critérios de inclusão empregados para seleção final dos artigos foram: artigos completos e disponíveis gratuitamente na íntegra relacionados à temática os conhecimentos de profissionais de ensino acerca dos primeiros socorros em ambiente escolar, publicados nas bases de dados nos idiomas português, inglês e espanhol, entre os anos 2013 a 2023.

Após a leitura dos títulos e resumos, foram incluídos para essa análise os artigos relacionados com o objetivo e questão norteadora deste estudo. Por outro lado, foram excluídos livros, teses, dissertações e monografias, revisão bibliográfica, artigos de opinião e relatos de casos, bem como artigos duplicados nas bases.

Os descritores em Ciência da saúde (DeCS) utilizados para esta pesquisa foram “Educação em Saúde”, “Primeiros Socorros” e “Capacitação”. O cruzamento de dados utilizou-se do operador booleano “AND” relacionando as palavras. Salienta-se que, foram utilizados os mesmos descritores em todas as bases de dados pesquisadas.

A busca, a seleção e a análise dos artigos foram estabelecidas por dois examinadores. Inicialmente, os artigos foram selecionados a partir dos títulos e resumos. Entretanto, quando o título e/ou resumo se mostraram insuficientes, foi necessário a avaliação por meio da leitura na íntegra. Diante disso, os dados extraídos dos artigos após análise, foram: autor/ano, país, título, objetivos, métodos e resultados.

Em suma, os dados utilizados foram analisados através do método de análise de conteúdo BARDIN (2011), se estruturando em três etapas: 1: Préanálise; 2: Exploração do material, categorização e/ou codificação; 3:

Tratamento dos resultados, inferências e interpretação.

RESULTADOS

Como resultados dessa pesquisa, foram encontrados 448 artigos. Com a leitura paralela de títulos e resumos, foram analisados os artigos selecionados através dos critérios de inclusão e exclusão definidos. Após a aplicação dos critérios, foram excluídos 323 artigos e incluídos 125 artigos, dos quais 114 foram excluídos por não referir-se à temática do estudo. Restando assim, 11 artigos completos, onde 5 artigos foram excluídos considerando sua duplicidade. Por fim, totalizou-se 6 artigos para compor o presente trabalho. (Figura 1)

Figura 1– Seleção de artigos para revisão integrativa. Brasília, DF, Brasil, 2023.

No Quadro 1 encontra-se uma síntese dos artigos que compõem esta revisão integrativa contendo autor/ano/país, título, objetivo/metodologia e resultado de cada artigo selecionado.

Quadro 1 – Síntese das obras. Brasília, DF, Brasil, 2022.

Autor/ Ano/PaísTítuloObjetivo/MetodologiaResultado
CRUZ et al.,2022, BrasilAptidão, conhecimento e atitude de profissionais da educação infantil sobre primeiros socorrosObjetivo: Analisar a aptidão, o conhecimento e a atitude de profissionais da educação infantil que participaram ou não de capacitação em primeiros socorros. Método: Estudo transversal, desenvolvido com 132 profissionais da educação infantil do município de Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, Brasil, por meio de questionário no Google Forms. Aplicaram-se os testes quiquadrado ou Exato de Fisher.Resultados: Dos 132 profissionais, 67 relataram não ter participado anteriormente de capacitação em primeiros socorros. A maioria sente-se apta a prestar atendimento nas situações de febre, ferimentos e sangramentos. Aqueles que já participaram de capacitação acertaram mais respostas referentes ao conhecimento dos conceitos de febre, convulsão, desmaio, trauma, parada cardiorrespiratória e acidente por animal peçonhento; e referente às atitudes para convulsão, desmaio, engasgo, queda/trauma e parada cardiorrespiratória.
CUNHA et al., 2021, BrasilConhecimentos de funcionários de creches sobre primeiros socorros com crianças antes e após treinamento ativoObjetivo: Identificar mudanças no conhecimento de funcionários de creches após intervenção educacional ativa em primeiros socorros com crianças no ambiente escolar. Método: Estudo quase-experimental, do tipo antes e depois, com grupo único de comparação composto por 134 funcionários das seis creches públicas de um município brasileiro, mediante adesão voluntária ofertada a toda população do estudo. O treinamento em primeiros socorros contou com 16 horas/aula e utilizou métodos ativos de aprendizagem. Um questionário fechado com nove situações simuladas avaliou o conhecimento antes/após. Utilizou-se o software R Core Team 2020, nível de significância 5% e o teste não paramétrico de McNemar para efeito da intervenção.Resultados: Houve um aumento estatisticamente significativo de acertos após o treinamento nos seguintes assuntos: parada cardiorrespiratória; convulsão; engasgo; choque elétrico; trauma, queda; hemorragia; e intoxicação. As principais diferenças nos acertos antes e após foram engasgo (77,6% para 98,5%), trauma (75,3% para 94,7%), intoxicação por ingestão (70,8% para 86,5%) e convulsão (87,3% para 98,5%). Conclusões: o treinamento ampliou conhecimentos acerca de todas as temáticas, com exceção de queimaduras (p=0,248). O contexto sociocultural deve ser considerado, bem como a carga horária distribuída entre teoria e práticas. Os enfermeiros podem ser os profissionais de referência para ministrar tais cursos.
MOREIRA et al., 2021, BrasilCapacitação em primeiros socorros para professores e funcionários do ensino fundamental e médioObjetivo: Avaliar a efetividade de capacitação para professores e funcionários em primeiros socorros. Método: Foi realizado um estudo de intervenção e aplicado um pré e pós-teste, para mensurar a apreensão da capacitação em primeiros socorros para professores e funcionários de um Colégio Estadual localizado no Norte do Paraná. O colégio público teve um total de 179 funcionários e abrangeu 1.023 matrículas do Ensino Fundamental II e Ensino Médio no ano de 2018.Resultados: Participaram da pesquisa 34 trabalhadores, com idade de 37 a 70 anos. No pré-teste, das oito questões de conhecimento em primeiros socorros, cinco delas obtiveram mais erros que acertos, destacam-se um dos temas sobre convulsão, criança inconsciente e hemorragia nasal. Já no pósteste, todas as questões obtiveram mais acertos que erros, com destaque nos números telefônicos a serem chamados em caso de emergência, um dos temas de convulsão e hemorragia nasal. A capacitação mostrou melhora significativa do préteste para o pós-teste, portanto foi eficaz e sugerese que seja feito treinamento em primeiros socorros anualmente, garantindo a proteção dos escolares.
JONGE et al., 2020, BrasilConhecimentos de profissionais de educação infantil sobre obstrução de vias aéreas por corpo estranhoObjetivo: Identificar o conhecimento de profissionais de educação infantil sobre obstrução de vias aéreas por corpo estranho em crianças no ambiente escolar. Métodos: Pesquisa descritiva, de abordagem qualitativa, realizada em instituição filantrópica no município do Rio de Janeiro, Brasil, por meio da aplicação de questionários a profissionais da creche e pré-escola, sendo o corpus textual submetido à análise temático-categorial.Resultados: Participaram 64 profissionais da educação infantil, os quais apontaram como principais causas de engasgo alimentos e objetos pequenos. Da análise emergiram 20 unidades temáticas que mediante agrupamento compuseram duas categorias: vigilância nas atividades de brincar e se alimentar na escola; e, entre a atitude certa e o desconhecimento diante do engasgo na escola.
ZONTA et al., 2018, BrasilAutoconfiança para o manejo inicial das intercorrências de saúde na escola: construção e validação de uma escala visual analógicaObjetivo: Descrever a construção e validação da escala visual analógica de autoconfiança dos professores com relação ao manejo inicial das intercorrências de saúde na escola. Método: Estudo metodológico desenvolvido a partir do procedimento teórico (construção dos itens e validação do conteúdo), empírico (análise semântica e teste piloto) e analítico (análise da consistência interna). Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa.Resultados: Escala constituída por 12 itens referentes às principais intercorrências de saúde na escola, índice de validação de conteúdo de 100% na segunda rodada, compreensível pelo públicoalvo e com alta consistência interna entre os itens (α de Cronbach 0.89). Conclusão e implicações para a prática Ferramenta de fácil utilização que mostrou-se pertinente para atender a dimensão da autoconfiança dos professores no manejo inicial das intercorrências de saúde na escola. A escala pode contribuir no planejamento de estratégias educativas sistematizadas e efetivas entre os professores.
LIMA; NEVES, 2016, BrasilBrigada Estudantil de Prevenção de Acidentes e Primeiros Socorros em Palmas (TO)Objetivo: Promover a capacitação, realizada pela equipe do Samu e das secretarias, dos acadêmicos do curso de Medicina da UFT, no Módulo de Urgências e Emergências do internato e também da Liga Universitária Tocantinense de TraumaResultados: Considera-se que, para alcançar a meta de Saúde para todos, não basta desenvolver a atenção primária, mas também uma educação voltada às


(Lutte) e dos acadêmicos de Enfermagem da Ulbra. Método: Ministração de palestras aos funcionários das escolas da rede municipal de Palmas (TO).necessidades e possibilidades da comunidade. A prática médica contemporânea reconhece que, para melhorar o panorama da Saúde Pública, é necessário educar as grandes massas, com o objetivo de promover campanhas em prol da saúde e em detrimento das doenças tributárias de prevenção e controle, por meio de medidas educativas e sanitárias. A Brigada apresentou resultados positivos quanto à aceitação e à satisfação dos funcionários das escolas, que tiveram a oportunidade de tirar suas dúvidas sobre situações rotineiras vivenciadas tanto por alunos quanto por eles próprios durante o trabalho nas escolas. A experiência foi também enriquecedora para os acadêmicos, que tiveram a oportunidade de exercer sua cidadania, contribuindo para o bem-estar da sociedade e para a promoção da saúde.

DISCUSSÃO

  1. A importância do conhecimento dos professores de educação infantil em primeiros socorros.

Os acidentes são responsáveis pela maior causa de óbitos em crianças no mundo, segundo a ONG Criança Segura, só no Brasil por ano, mais de 3.300 meninas e meninos morrem por acidentes e outras 112 mil crianças são internadas em estado grave (CRUZ et. al, 2022; ZONTA et. al, 2018).

O ambiente escolar é considerado um local fundamental, uma vez que as crianças passam a maior parte do seu dia na escola, contemplando as diversas fases do seu desenvolvimento. Nessa etapa, é comum que essas crianças passem por muitas descobertas e curiosidades por meio de atividades desenvolvidas pela própria Instituição de Ensino, as quais podem se tornar suscetíveis a incidentes. Em outras palavras, podem ocasionar quedas, machucados e fraturas por meio de brincadeiras agitadas e exposição a atividades recreativas, tornando assim, o ambiente escolar um grande potencial para ocorrência de acidentes (CRUZ et. al, 2022; ZONTA et. al, 2018).

Os professores são os primeiros indivíduos a terem contado com as crianças em casos de acidentes nas escolas, isto é, prestar os primeiros socorros até a chegada de ajuda especializada, colaborando ao máximo para manter a vitalidade da vítima. Entretanto, estudos apontam que há uma deficiência de conhecimento acerca dessa temática por parte desses profissionais, tendo em vista a falta de capacitação em relação aos aspectos práticos e teóricos referentes aos primeiros socorros (CRUZ et. al, 2022).

De acordo com o autor CRUZ et. al, (2022), em um estudo transversal realizado no Mato Grosso do Sul, no Brasil, concluiu-se que há a necessidade da capacitação de educadores infantis a respeito de primeiros socorros. Para o estudo, foram indagados 132 profissionais de educação infantil, diante de um questionário confeccionado através de duas enfermeiras especializadas em urgência e emergência, aplicado por meio da ferramenta digital Google Forms, o qual baseou-se no protocolo de suporte básico de vida de atendimento móvel de urgência (SAMU) e nas Diretrizes da American Heart Association (AHA). Diante disso, observou-se que os profissionais que nunca participaram de nenhuma capacitação relacionado a primeiros socorros (50,8%), responderam o questionário com maiores proporções de respostas incorretas referente a níveis de conhecimento acerca de parada cardiorrespiratória (46,3%), convulsão (44,8%) e trauma (46,3%).

No mesmo contexto, o autor CUNHA et. al, (2021), em um estudo quase experimental no Estado de Sergipe, Brasil, elaborado com 134 funcionários de 6 creches públicas, pôde examinar através de um questionário de avaliação do conhecimento, que esses funcionários necessitam de treinamento a respeito de suporte básico de vida.

O questionário, revisado por dois enfermeiros especialistas em urgência e emergência, foi composto por 9 questões objetivas relacionadas a situaçõesproblemas com crianças sofrendo acidentes nas escolas. Notou-se, que 85,3% dos funcionários participantes já presenciaram algum tipo de incidente com crianças em ambiente escolar, sendo um total de 233 situações diferentes relatadas. Destaca-se também que, 94,7% dos participantes nunca tiveram nenhum tipo de treinamento acerca dos primeiros socorros. Diante do questionário aplicado, às condutas com maiores taxas de erros foram: engasgo (10,4%); fratura (14,9%); intoxicação por ingestão (27,5%); convulsão (8,8%); choque elétrico (3,7%); hemorragia (8,2%); PCR (7,4%); intoxicação por contato (17,1%); e queimadura (4,4%) (CUNHA et al., 2021).

Em outro estudo, o autor MOREIRA et. al, (2021), constatou que antes da capacitação, os profissionais de ensino tiveram o maior índice de erro em condutas relacionadas a caso de convulsão (79%), criança inconsciente (59%) e hemorragia nasal (53%). O estudo de intervenção foi realizado por meio de um teste em um colégio estadual do Paraná, com o intuito de avaliar o conhecimento dos professores e funcionários do ensino fundamental e médio referentes às noções de primeiros socorros.

Deste modo, frente ao exposto, é imprescindível o conhecimento desses profissionais da educação infantil em relação à temática abordada. Tendo em vista os dados apresentados, revela-se que a grande maioria desses professores nunca tiveram um treinamento, portanto, não são capazes de comportar-se frente a uma emergência no ambiente escolar (JONGE et. al, 2020).

  1. As dificuldades encontradas pelos profissionais de ensino em acidentes no ambiente escolar.

É perceptível que quando se trata de conhecimentos relacionados a primeiros socorros, há uma carência desse assunto por parte dos profissionais de ensino. Isso é, há uma dificuldade desses profissionais em como proceder em situações de emergência. Com isso, é necessário compreender quais são essas dificuldades e como elas influenciam os professores de educação infantil frente a um incidente escolar (ZONTA et. al, 2018).

Conforme o autor ZONTAet. al, (2018), em um estudo metodológico desenvolvido a partir do procedimento teórico, empírico e analítico, concluiu-se que a falta de conhecimento em relação aos primeiros socorros é um fator determinante que potencializa sentimentos como a insegurança, o medo e o nervosismo, ocasionando assim, na deterioração da autoconfiança dos professores de educação infantil. Neste estudo, os autores criaram uma escala virtual analógica capaz de mensurar a autoconfiança dos professores com relação ao manejo inicial das intercorrências de saúde na escola.

Ressalta-se que, a autoconfiança é compreendida como a perspectiva do indivíduo de se sentir seguro e expressar convicção em relação às suas próprias capacidades, sendo assim, um fator primordial para uma atuação correta diante uma situação de emergência em ambiente escolar. Portanto, se não trabalhada corretamente, pode gerar complicações. Uma vez que, em situação real, um indivíduo sem autoconfiança pode comprometer e agravar ainda mais um acidente. Assim, compreende-se que a autoconfiança pode se tornar uma dificuldade para o professor, influenciando diretamente em uma intercorrência (ZONTA et. al, 2018).

É notório que, a principal dificuldade dos profissionais de ensino em primeiros socorros, é a sua falta de conhecimento acerca do assunto. Conforme estudos anteriormente abordados, percebe-se que a maioria dos professores nunca passaram por nenhum tipo de treinamento acerca de suporte básico de vida, influenciando assim, em diferentes aspectos em relação a uma situação de emergência em ambiente escolar. Portanto, em situações como essa, é de extrema importância possuir conhecimento teórico e prático para ser capaz de realizar os procedimentos necessários corretamente (CUNHA et. al, 2021).

Por conseguinte, em razão dessas dificuldades, foi instituída a Lei nº 13.722 em 08 de outubro de 2018, que determina a obrigatoriedade de capacitação em primeiros socorros de professores e funcionários de escolas públicas e privadas de ensino infantil e básico. Essa lei, popularmente conhecida como Lei Lucas, deve ser ofertada pela própria instituição de ensino e ministrada por entidades especializadas ou por profissionais da área da saúde (CUNHA et. al, 2021).

Em contrapartida, a autora espanhola ABELAIRAS-GÓMEZ et. al, (2019) considera que a capacitação em primeiros socorros deve ocorrer desde da graduação dos professores de educação infantil, pois assim, esses pedagogos e educadores estariam habituados a determinados protocolos de emergência. Podendo dessa forma, intervir em uma situação de risco caso necessário.

Em um questionário aplicado pelos autores do estudo de ABELAIRASGÓMEZ et. al, (2019), para 394 universitários do curso de licenciatura em educação infantil, observa-se que 100% dos estudantes responderam que o treinamento de primeiros socorros deveria ser conteúdo obrigatório na grade curricular dos futuros professores de educação primária e básica.

No Brasil, com exceção dos cursos na área da saúde, não existe a obrigatoriedade de uma matéria relacionada ao suporte básico de vida em sua formação profissional dentre os cursos de graduação. Portanto, os futuros pedagogos e educadores infantis se tornam profissionais sem adquirir o conhecimento adequado em relação a quaisquer intercorrências que possam ocorrer em ambiente escolar (MOREIRA et, al, 2021).

Por fim, compreende-se que as dificuldades encontradas pelos profissionais de ensino referente aos acidentes escolares, necessitam de enfoque para que possam ser tratadas, visando a capacitação desses professores, seja de forma posterior à sua graduação ou até mesmo, como matéria obrigatória no curso de formação (ABELAIRAS-GÓMEZ et. al, 2019; ZONTA et al., 2018).

3. Métodos de capacitação dos profissionais de ensino acerca dos primeiros socorros.

A aplicação de treinamentos tanto práticos como teóricos referente ao assunto do estudo são fundamentais, considerando que essas práticas são indispensáveis na prevenção de acidentes e na promoção da saúde. Evidenciase que, a obtenção do conhecimento visa preparar o professor para as diversas situações de emergência, possibilitando maior incorporação de medidas benéficas para a saúde (LIMA, NEVES, 2016).

Com isso, a capacitação deve ser realizada de forma anterior às experiências profissionais desses educadores em instituições de ensino, mediante diferentes metodologias, quais sejam: cursos presenciais, educação continuada em plataformas EAD, palestras, oficinas, simulações realísticas, entre outros. Ressalta-se que, na maioria das vezes, essa capacitação ocorre apenas de forma tardia (CRUZ et. al, 2022).

Para o estudo do autor CUNHA et. al, (2021), foi realizada uma capacitação através de uma intervenção educativa conduzida por oito acadêmicos de enfermagem capacitados em primeiros socorros, planejada e executada a partir dos conhecimentos e vivências dos professores referente aos temas direcionados. A intervenção, realizada no período de junho a agosto de 2016, possuía carga horária total de 16 horas e atividades como oficinas temáticas e simulações realísticas. Essas oficinas temáticas se baseiam no método da problematização por meio do contexto e discussão, nesse caso, retratavam casos de acidentes envolvendo crianças.

Antes da intervenção ser aplicada, um teste fora conduzido aos profissionais de ensino, capaz de demonstrar a carência de conhecimento a respeito do assunto. Dois meses após a capacitação, um novo teste foi aplicado, onde notou-se que houve uma gradativa melhora nos resultados, conforme expressa a Figura 2. Assim percebe-se que, a metodologia de capacitação utilizada atingiu o seu êxito (CUNHA et. al, 2021).

Figura 2– Dados obtidos a partir do estudo de CUNHA et al., 2021. Brasília, 2023.

Da mesma forma, o autor MOREIRA et al. (2021), como já retratado anteriormente, foi capaz de mensurar a necessidade da capacitação em primeiros socorros. Dessarte, diante do estudo de intervenção, fora realizada uma capacitação em forma de palestra, abordando temas como: engasgo, desmaio, hemorragias, quedas, fraturas, entre outros. Foram aplicados testes pré e pós capacitação, onde observou-se que após os devidos treinamentos, os números de acertos dos testes aumentaram de forma exponencial.

A título de exemplo, o assunto “engasgo” obteve 50% de acertos no préteste e 76% no pós-teste, o assunto “desmaio” obteve 20% de acertos no préteste e 73% no pós-teste, o assunto “hemorragia nasal” obteve 38% de acertos no pré teste e 82% no pós-teste, o assunto “criança inconsciente” obteve 29% de acertos no pré teste e 79% no pós-teste e, por fim, o assunto “conduta em caso de convulsão” obteve 12% de acertos no pré teste e 53% de acertos no pós-teste (MOREIRA et. al, 2021).

Destarte, em um estudo realizado em Goiânia – GO, Brasil, por residentes em caráter multidisciplinar da área de enfermagem, fisioterapia e psicologia, foi capaz de identificar a necessidade do treinamento no âmbito de primeiros socorros. Diante desse estudo, foi criado um programa que, além de ensinar o suporte básico de vida, identifica situações de risco e dispõe como preveni-las. Esse programa, denominado com “HUGOL nas Escolas” abrange educadores, funcionários e alunos, abordando temas como engasgamento, lesão perfuro cortante, queimaduras, comportamentos a serem tomados em casos de rebaixamento do nível de consciência e a identificação de uma possível parada cardiorrespiratória juntamente com os procedimentos a serem adotados (MARGARIDA MCA et. al, REVISA, 2021).

De acordo com a Lei nº 7.498 de 25 de Junho de 1986, Artigo 11, Inciso II, J, o enfermeiro, como integrante da equipe de saúde, pode contribuir com a educação visando a melhoria da saúde da população. Isso é, os enfermeiros possuem autonomia e conhecimentos para capacitar esses professores, diante do conteúdo retratado. De fato, a enfermagem é responsável pela maioria dos trabalhos de educação à saúde nas escolas, atuando no desenvolvimento de novas metodologias educativas e tecnológicas de aprendizagem (CRUZ et. al, 2022; CUNHA et. al, 2021).

Desse modo, a necessidade da capacitação dos professores representa uma excelente oportunidade para ampliar o campo de atuação dos enfermeiros e torná-los mais presentes no ambiente escolar. Corroborando assim, o papel do enfermeiro como um educador em saúde (CRUZ et. al, 2022; CUNHA et. al, 2021).

Em síntese, se mostra essencial as metodologias desenvolvidas para auxiliar o treinamento adequado dos pedagogos e educadores infantis, visando a sua prática em situações de risco. Frisa que, os profissionais da saúde possuem papel fundamental nessa temática, vez que possuem competência de promover a saúde de forma educacional (LIMA, NEVES, 2016).

CONCLUSÃO

Conclui-se que o objetivo proposto inicialmente, o qual era observar os conhecimentos dos Profissionais de Ensino acerca dos primeiros socorros, visando compreender a complexidade e desafios de sua aplicação nas escolas, foi atingido pelo presente trabalho. Desta forma, entre os vários estudos analisados, tornou-se evidente a relevância da capacitação de educadores infantis em relação à temática abordada, visto as diversas situações de incidentes que podem acometer as crianças no ambiente escolar.

Entende-se portanto, que o presente estudo se mostra benéfico para a população por se tratar de um tema pouco discutido entre educadores, no qual expõe a fragilidade dos professores em relação às intercorrências escolares. Contudo, evidencia-se que quando capacitados, esses professores se tornam indivíduos aptos para manejar adequadamente uma emergência. Ressalte-se ainda, que também compete à enfermagem exercer a função de capacitador.

Essa revisão integrativa, teve como limitação a dificuldade de encontrar artigos científicos na íntegra relacionados à temática proposta. Inicialmente, definiu-se a seleção de artigos com no máximo 5 anos de publicação, entretanto, com a dificuldade de se encontrar literaturas suficientes, este período foi ampliado para 10 anos de publicação. Sugere-se assim, mais estudos e pesquisas referente ao tema.

Em suma, por meio desse trabalho podem ser desenvolvidos novos artigos sobre o ensino de primeiros socorros para profissionais de ensino. Fomentando a criação de políticas públicas voltadas à prevenir agravos relacionados à saúde dos escolares, tencionando a promoção da saúde e aprendizado, estimulando os profissionais que atuam na comunidade escola.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABELAIRAS-GÓMEZ, C. et al. Conocimientos en soporte vital básico del futuro profesorado de Educación Infantil y Educación Primaria. ¿Una cuenta pendiente de los planes de estudios universitarios? Anales de Pediatría (English Edition), v. 91, n. 5, p. 344–345, 2019.

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1-Graduando em Enfermagem do Centro Universitário UniLS. E-mail: pedro.rodrigues76@lseducacional.com

2- Graduando em Enfermagem do Centro Universitário UniLS. E-mail: Luis.silva63@lseducacional.com

3 Mestre em Enfermagem. Professor(a) orientador(a) do curso de enfermagem do Centro Universitário UniLS. E-mail: bruna.ornellas@unils.edu.br