O BADMINTON COMO ALTERNATIVA ESPORTIVA PARA QUALIDADE DE VIDA

BADMINTON AS A SPORTING ALTERNATIVE FOR QUALITY OF LIFE ABSTRACT  

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7652830


Robervan Soares de Mendonça


RESUMO  

Este trabalho tem como objetivo evidenciar os benefícios propiciados pelo esporte  ―Badminton e elucidar seus efeitos profícuos para a vida em sua plenitude. No  Brasil, o esporte mais praticado ainda é o futebol a despeito de visíveis influências  do mercado esportivo. Quando se fala em desporto pelo panorama midiático, são  observados desarmonia no sentido genuíno da palavra ―esporte, uma vez  que bem-estar físico, cognitivo e afetivo, não são logrados por meios financeiro  como mostra as mídias, mas sim, por benefícios adquirido por toda e qualquer  atividade física, através de liberação de substância prazerosa (endorfina). Os  autores Gonçalves (2012), Alvarez e Stucchi (2008), discorre sobre os inúmeros  benefícios que o esporte Badminton traz nas diversas fases da vida, sendo  destacado por ser um esporte intuitivo, de baixo impacto pedagógico e inclusivo. 

Palavras-chave: Badminton. Benefícios. Atividade física. 

ABSTRACT

This paper aims to highlight the benefits provided by the sport called Badminton and  elucidate its proficous effects to life in its fullness. In Brazil, the most practiced sport  is still soccer due to visible influences from the sports market. When speaking about  sports in the media overview, a disharmony in the genuine sense of the word sport is  observed, since physical, cognitive and affective well-being are not achieved by  financial means as shown by the media, but by benefits acquired by any and all  physical activity, through release of pleasurable substances (endorphin). The authors  Gonçalves (2012), Alvarez and Stucchi (2008), discuss the numerous benefits that Badminton brings in the various phases of life, being highlighted as an intuitive, with  low pedagogical impact and inclusive sport. 

Keywords: Badminton. Benefits. Inclusion. Physical activity. 

1 INTRODUÇÃO 

É sabido que há décadas, o futebol encontra-se entre as modalidades  esportivas mais badaladas e praticadas no mundo. No Brasil, segundo estudo do  Ministério dos Esportes (2013) 54,00% da população entre quinze (15) e dezenove  (19) anos praticam futebol, enquanto 46,00% nessa mesma faixa etária dividem-se  entre as demais práticas existentes. Diante dessas informações, são perceptíveis as  fortes influências das mídias (marketings dos jogadores, patrocinadores, televisão),  ou seja, um mercado financeiro milionário que visa negócios e lucratividade. Assunto  esse propício para uma nova abordagem. 

Pensando em minimizar essa discrepância, faz-se necessário planejar novas  estratégias, incluindo modalidades esportivas integrativas, cooperativas, dinâmicas e  através destas proporcionar oportunidade para todas as pessoas, sem distinção de  classe, gênero ou idade. Bassani; Torri; Vaz (2003) evidenciam que, os benefícios  do esporte têm ultrapassado os limites do bem- estar físico, e tornar-se visível  também a nível educacional e formativo para crianças, adolescentes e jovens. 

Assim sendo, mencionaremos o Badminton que por si, tem  fundamentação para tal, a saber, saúde, lazer e inclusão, requisitos esses, que  devem ser objetos norteadores na inserção de qualquer projeto desportivo. Tubino  (2001) enfatiza com veemência, que o esporte é uma grande ferramenta na  humanização e deve ser inserido na integração dos instrumentos educacionais  colocados à disposição da sociedade. 

Partindo dessa premissa, discorreremos sobre a relevância da inserção de  novas alternativas, preconizando outros segmentos esportivos, e através destes,  incentivar o exercício sistemático para indivíduos que desejam ser mais ativos e  saudáveis. Teixeira (1999) comenta que o objetivo do esporte é a promoção da  saúde, sociabilização, construção de valores morais e éticos, recreação e lazer.Valores esses que podem ser considerados pilares de sustentação para uma  sociedade sadia. 

Essa breve reflexão tem como objetivo nos levar a compreender que a maior  herança obtida pela atividade física, não é buscar único e exclusivamente formar  atletas e/ou praticantes, e sim seus benefícios para as diversas fases da vida, e  incentivar a cultura do esporte, considerando o leque de modalidades ainda pouco  exploradas no território brasileiro. 

2 BENEFÍCIOS DO BADMINTON 

Em se tratando de benefícios fisiológicos a ciência comprova dia após dia,  que a atividade física é a grande mentora para uma vida longa e saudável. Assim o  Badminton, está entre as modalidades esportivas que mais traz benefícios seja  para vida adulta ou infância. 

Segundo Gonçalves et al o badminton auxilia no desenvolvimento do  raciocínio, pois através dele o praticante tem que criar estratégias de jogo para se  sobressair ao seu adversário, melhora o rendimento esportivo, desenvolve as habilidades psicomotoras essenciais para sua vida e que favorecem seu aprendizado, como a coordenação motora, lateralidade, estruturação espacial e  temporal, dentre outras capacidades. Permite ao sujeito o desenvolvimento das capacidades físicas, cognitivas, afetivas e sociais, fazendo do corpo um instrumento  de percepção da realidade externa e interna perante a realização de seus movimentos. 

Das inúmeras vantagens que o Badminton oferece, mencionamos a segurança por ser um esporte de baixo impacto e sem contato físico. Alvarez e  Stucchi (2008) afirmam que o badminton colabora para a melhora do  desenvolvimento e domínio motor, pois trabalha muito a locomoção do praticante  juntamente com a manipulação de objetos, no caso a raquete, fazendo com que o  aprendiz tenha que conhecer os diversos movimentos e pegadas que podem ser  realizadas com a mesma, elevando assim, a percepção, compreensão e domínio  dos movimentosdo corpo. 

Além dos benefícios cognitivos e motor que o Badminton proporciona aos praticantes, não poderíamos deixar de mencionar a importância do mesmo para estratégia de integração escolar e/ou comunitário, objetivando cumprir  o que pregoa a Constituição Federal de 1988, no que se refere à inclusão. Todos sabem dos grandiosos efeitos benéficos que se obtêm através das atividades esportivas em qualquer fase da vida. Enfatizando essa ótica de bem estar, fica evidente a predominância esportiva em todas as regiões do Brasil, onde é utilizado um esporte legítimo com a motivação equivocada. 

Assim, surge a necessidade de abordar novas tendências desportivas, saindo  da mesmice imposta pelo sistema (TV aberta) Brasileiro e alavancar outras ricas  modalidades a exemplo do Badminton. Essa revisão bibliográfica, nos faz  refletir sobre os males causados por a falta de opções esportivas e  concomitantemente proporcionando o aumento do sedentarismo e outros malefícios  relacionados a ociosidade e a falta de atividades físicas e/ou opção esportiva. Nesse quesito há evidências suficiente para afirmar que o estilo de vida pouco  ativa é um grande fator de risco, seja para enfermidade coronais e/ou acidentes  vascular, uma das principais causas de morte em todo omundo. Segundo HASKELL  (1998), 54% dos fatores de risco de morte por problemas cardíacos estão  relacionados ao estilo de vida, isso é, alimentação, atividades físicas, pressão  arterial entre outras. Ainda sobre saúde e bem-estar, as crianças também estão  inseridas em um cenário preocupante. Conforme cometa Oliveira (2004, p.107): 

A obesidade na infância e adolescência é um importante fator de risco para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares na vida futura. Desta maneira, torna-se necessária à implementação de medidas intervencionistas e de prevenção no combate a este distúrbio nutricional em indivíduos mais jovens, como o aumento da atividade física, a implantação de programas de  exercício físico e o incentivo à aquisição de hábitos alimentares saudáveis. 

Para atenuar esses números, são necessárias estratégias com práticas esportivas empolgantes, de fácil aceitação e de custo-benefício acessível a todos conforme demonstraremos através de um breve histórico desse esporte o Badminton

Há mais de 2.000 anos, no berço da civilização grega se tinha notícia de um jogo chamado tamborete visto como precursor do Badminton. Porém, a teoria mais difundida é que o badminton é derivado de um jogo chamado poona, de origem Indiana, sendo conhecido pelos europeus durante a época da colonização Inglesa, no século XVI. Nessa época o jogo poona ainda era meramente recreativo e para fins de entretenimento e distração, a brincadeira consistia em arremessar a volante de um lado para outro sem que mesma caísse. 

Jogar poona era um exercício de convivência, meramente recreativo, no  século XIX. Consistia em manter no ar uma espécie de peteca (chamada também de volante ou birdie), atirada de um lado a outro pelos garotos que portavam um tipo de tamborete, semelhante a um pequeno remo. Não havia competição, apenas movimento, distração e leveza. Por esse motivo, também era do gosto dos adultos, que transformavam os encontros para  jogar poona em pretexto para agradáveis convescotes (SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA, 2012, p. 159). 

Nesse período, oficiais britânicos erradicados na Índia adotaram o esporte e o  levaram para a Inglaterra, onde se tornou mania entre moços e moças britânicas. Na década de 1870, o esporte ganhou regras e nome, 

Badminton, este nome originou-se depois de uma partida realizada na  propriedade de Badminton House pertencente ao Duque de Beaufort‘s, em Gloucestershire cidade e um distrito do sudoeste da Inglaterra (divisa com País de Gales). Posteriormente em 1893 nascia à associação de Badminton da Inglaterra, ou  seja, ―Badminton Association of England. 

Vinte e três (23) Anos mais tarde havia se proliferado consideravelmente a  prática do Badminton nas ilhas Britânicas e com isso os clubes esportivos se multiplicaram em toda a sua extremidade territorial. Segundo Fonseca e Silva (2012)  em 1920 existiam cerca de 300 clubes de Badminton nas ilhas britânicas. Em 1930,  este número subiu para mais de 500. Depois da segunda guerra mundial, já eram mais de 9000 clubes. 

O esporte tem sua maior popularidade nos países Asiáticos, e há também  números consideráveis de esportista nos Estados Unidos e Europa. No ano 1934  surgiu a Federação International Badminton Federation (IBF), tendo 173 países filiados e cerca 50 milhões de jogadores espalhado pelo mundo. 

A notoriedade do Badminton começou a aparecer após ter sua  participação nas Olimpíadas de Munique em 1972, como esporte de demonstração,  e em Seul em 1988, como esporte de exibição. A partir daí o Comitê Olímpico se rendeu e reconheceu sua verdadeira relevância como esporte e o promoveu a  esporte oficial das olimpíadas. 

Em Barcelona (1992) já como esporte olímpico o Badminton comprovou sua popularidade, quando aproximadamente um (1) bilhão de telespectadores assistiram os oito (8) dias de competição pela televisão. 

No Brasil, o Badminton passou a ser praticado de forma profissional a partir de 1984, com a realização da I Taça São Paulo. Neste mesmo ano a Associação  Paulista de Badminton passou a integrar como representante da IBF no cenário  nacional. 

Em 4 de novembro de 1994, foi registrado a Confederação Brasileira de Badminton, após a aprovação de seu estatuto, com as representações de São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais e Brasília, anos mais tarde, esses números multiplicaram-se e já eram 16 federações filiadas no âmbito do território Nacional, conforme afirma o Serviço Social da Indústria (2012). 

Atualmente, o Brasil possui milhares de federados e dezenas de milhares praticantes do Badminton, é o que afirma a Confederação Brasileirade Badminton quando diz ―o país possui de 7 a 8 mil federados num universo de 60 mil praticantes. 

De acordo com a Confederação Brasileira de Badminton (CBBd), atualmente  soma-se 19 federações nacional, e estão localizados nos seguintes estados: Amapá  (Região Norte), Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte  e Sergipe (Região Nordeste), Distrito Federal e Mato Grosso (Região Centro-Oeste), Espírito Santo e Rio de Janeiro (Região Sudeste), Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Região Sul) e São Paulo, onde está situada à CBBd. Ainda no  estado Paulista precisamente em Campinas encontra-se o Centro de Treinamento – CT onde os atletas da seleção Brasileira se preparam para as competições. 

2.1 A modalidade  

De maneira geral, coloca-se:  

∙ Modalidade esportiva que utiliza coordenação motora, agilidade, reflexo, força, resistência competitividade, técnica e estratégias; 

∙ Utiliza raquetes de alumínio, titânio ou grafite; 

∙ A volante (peteca) atinge velocidades superiores a 300 km; 

∙ Meninos e meninas podem participar; 

∙ Pode ser jogado em ambientes adaptado; 

∙ Oferece oportunidade para os participantes, experimentar a atividade individualmente e em equipe; 

∙ O badminton é um esporte sem contato físico e de baixo impacto;

∙ Esporte inclusivo onde crianças com deficiências física ou intelectual  podemparticipar; 

∙ O badminton pode ser esporte de competição ou de lazer; 

∙ Único esporte que permite jogar oficialmente com duplas mistas, homem e mulher. 

Segundo a Federação Internacional de Badminton (IBF) para começar o jogo,  com uma moeda ou com a própria peteca, faça um sorteio. O vencedor tem a opção  de servir (sacar), receber ou optar por um dos lados da quadra. Os atletastêm direito a um aquecimento de dois minutos antes do início do jogo. A pessoa que serve deve  ficar dentro da área de serviço no lado direito da quadra (olhando para a rede).  Quem recebe fica do outro lado da rede dentro daárea de serviço no lado direito da quadra, na diagonal de quem serve. Nos jogos em duplas, o parceiro pode ficar em  qualquer lugar da quadra desde que não bloqueie a visão do recebedor. 

Se o placar de quem serve for par, o serviço deve ser feito do lado direito da quadra. Se o placar for ímpar, do lado esquerdo da quadra. Nos jogos em duplas a  regra é a mesma. O servidor permanece servindo sempre que ele ou sua dupla ganhar o rally. O saque no Badminton sempre são realizados na diagonal, como no  tênis. No exemplo abaixo, o jogador A saca para o jogador X. O serviço, tanto no jogo de simples quanto no de duplas, inicia-se pelo lado direito da quadra de quem serve que deve lançar a peteca obliquamente sobre a rede, para o seu lado esquerdo da quadra adversária – Vencendo o ponto, continua servindo o mesmo jogador, devendo inverter a sua posição na quadra. Servirá, então, na sua esquerda  para o seu lado direito da quadra adversária. Havendo perda do ponto, o serviço passa para o lado adversário. – O recebedor não deve se mexer até que quem serve  golpeie a peteca. 

Quem serve tem que: manter parte de ambos os pés numa posição imóvel no chão; acertar a base da peteca primeiro; a peteca inteira ficará abaixo da linha de  cintura no instante em que é golpeada; o cabo da raquete do servidor no instante em  que a peteca é golpeada apontará para baixo; o movimento da raquete será contínuo até o final do serviço. Se o jogador ganhar a disputa da jogada (rally), ele  marca um ponto, mudando o lado do serviço e continuando a servir. Se ele perde o rally, seu oponente marca um ponto e passa a servir. Nos jogos em duplas, se a  dupla servidora ganhar o rally, um ponto é marcado e o servidor muda de lado e continua a servir. Se eles perderem o rally, o serviço passa para a dupla adversária. 

Se um erro de área de serviço for cometido, o erro não será corrigido e o jogo continuará sem mudança na área de serviço dos jogadores. O let ocorre quando  uma interferência de fora do jogo como, por exemplo, uma peteca de outra quadra  que cai na sua quadra. Será considerado falta:  

∙ Se o atleta (raquete ou roupa inclusive) encostar na rede enquanto a peteca  estáem jogo; 

∙ Se a peteca acertar o jogador, sua roupa, teto ou arredores da quadra;

∙ Se a peteca cair fora das linhas da quadra (a linha é considerada parte da quadra;) 

∙ Se o jogador invade ou acerta a peteca no lado oposto da rede (não vale  carregar a peteca); 

∙ Se a peteca for golpeada duas vezes do mesmo lado da quadra;

∙ Se houver interferência com a peteca, mau comportamento ou cera, o jogador perde o serviço ou o oponente ganha um ponto; 

∙ Se o parceiro do recebedor receber o serviço; 

∙ Se o servidor faz o movimento e erra a peteca. 

Mas, se a peteca acertar a rede e cair do lado oposto, o serviço é válido, desde que ela caia na área de serviço. Os jogos são disputados num total três games. O vencedor é o que ganhar dois games primeiro. Em todas as modalidades,  os games são de 21 pontos. Se houver empate em 20 pontos, vencerá aquele que  abrir 2 pontos de vantagem. Havendo empate em 29, vencerá aquele que fizer 30  pontos. O jogador que venceu o primeiro game serve primeiro do outro lado da  quadra no novo game. O ganhador do segundo game muda de lado e começa  servindo no terceiro game. No terceiro game, o jogador muda de lado e continua servindo no décimo primeiro ponto. Sempre que o 1º jogador/dupla atingir 11 pontos  um tempo de 60 segundo é concedido. Esta regra vale para qualquer game. – nos intervalos do 1º para o 2º game e do 2º para o 3º game (se houver) um intervalo de  dois minutos é concedido.

2.2 Dimensões e regras específicas  

2.2.1 A quadra 

O Badminton pode ser praticado ao ar livre, mas em competições, o ideal é  que ele seja jogado em quadra coberta, onde não ocorram correntes de ar. Não é aconselhável também o uso de sistema de ventilação que movimente o ar, oque atrapalha o jogo. O piso da quadra deve ser feito de materialantiderrapante, e suas  marcações serão feitas de cores facilmente identificáveis (branco ou amarelo). 

Figura 1- Quadra verde – linhas brancas. 

Fonte: Robervan S. Mendonça (2019). 

Para que haja maior segurança na prática do esporte, é necessário que o espaço entre a quadra e as paredes que cercam o recinto não deve ter menosde 1m (até as paredes laterais), e de um 1,5m (para as paredes de fundo).

Figura 2- Quadra badminton – medidas 

Fonte: http://www.badminton.org.br/r02/pdfs/regras_completas_2009.pdf 

Quadra de Simples As medidas da quadra para o jogo de simples Feminino eMasculino são de 13,40 metros por 5,18 metros. 

Figura 3- Quadra badminton- Simples 

Fonte: Robervan S. de Mendonça (2019)

Quadra de Duplas As medidas da quadra para o jogo de duplas Feminina, Masculina e Mista são de 13,40 metros por 6,10 metros. 

Figura 4- Quadra dupla masculino ou feminino 

Fonte: Robervan S. Mendonça (2019). 

2.2.1 A Rede 

A rede de badminton é feita por uma malha escura de corda fina ou fibra sintética, deve ficar a 1,55m de altura do chão e no mínimo 6,10m (igual à quadra)  de largura e 75 cm de altura. O espaço entre as malhas deve estar entre 1,5 a 2,0  cm. A mesma deve ter uma trama bem esticada de forma que seus fios superiores  fiquem no mesmo alinhamento dos postes. 

Figura 5- Dimensão da rede 

Fonte: Robervan S. Mendonça (2019). 

2.2.2 Postes 

Os postes medem 1,55 m de altura e devem ser fixados através de pesos (anilhas) ou encaixados ao solo. Na ausência de postes, a rede pode ser fixada em  algum suporte fora da quadra ex: trave de futsal ou base de cesta de basquete. 

Figura 6- Dimensão dos postes 

Fonte: Robervan S. Mendonça (2019). 

2.2.3 A Peteca 

Conforme a história mostrou, a peteca passou por várias mudanças, seja ela  de nomenclatura e/ou projeto, apesar da mesma parecer um brinquedo, na verdadeé um objeto aerodinâmico e por ser um ―projeto há todo um estudo envolvido até chegar no formato atual. Há dois tipos de peteca ―Nylon mais usada em  treinamento e a de ―Pena de Ganso utilizada competições oficiais. O modelo oficial (Pena de ganso) possui 16 penas de ganso aerodinamicamente posicionadas, todas  as penas têm 7 centímetros de altura com fio entrelaçado. Sua base externa é de  cortiça contendo em seu interior uma pequena esfera de chumbo com 25 a 28 mm  de diâmetro, revestida por uma trama de tecido geralmente de cor branca. Seu peso  varia entre 4,75 a 5,50 gramas. 

Figura 7- Peteca oficial 

Fonte: https://maresolonline.com.br/index.php/peteca-badminton.html

A despeito de à peteca parecer um objeto frágil, em jogo, a mesma pode  atingirvelocidade surpreendentes e ultrapassar os 300 km. 

2.2.4 A Raquete 

O badminton tem suas peculiaridade e dinamicidade por diversos fatores. Um dos objetos que deixa esse esporte em um patamar diferenciado sem sombra de dúvida é a raquete, esse instrumento proporciona ao jogador golpes potentes e com  risco mínimo de lesão (glenoumeral/ombro), graças à sua leveza e o conjunto da  obra que constitui esse esporte. 

Figura 8- Raquete 

Fonte: Robervan S. de Mendonça (2019). 

Seu comprimento é de 68 centímetros incluindo o cabo de empunhadura, a largura e de 23 centímetros a cabeça da raquete 29 centímetros, a 15 superfície das  cordas de 28 x 22 centímetros. O peso das raquetes varia de 60 a 120 gramas  dependendo do material utilizado em sua confecção, para os iniciantes são feitos de  aço e alumínio já os atletas de ponta utilizam raquetes mais leves, porém mais ágeis  e precisos, com materiais diferenciados como as raquetes de grafite e titânio.

4 FUNDAMENTOS 

4.1 Empunhadura (forehand) 

Em geral a raquete deve ser empunhada como se o jogador estivesse  apertando a mão com ela. Isso pode não parecer natural, mas com paciência e  prática vai tornar-se um hábito. 

4.2 Empunhadura (backhand) 

Permita que a mão vire ligeiramente, colocando o dedão contra as costas do punho da raquete. Nos golpes de backhand, a peteca deve entrar em contato com o  lado oposto da cabeça da raquete. 

Segurando a raquete – a raquete sempre deve ser segurada de forma a manter o pulso e o braço esticados e tensionados. Isso é particularmente importante quando sacando baixo e em lances próximos à rede. 

Posição da raquete – mantenha a cabeça da raquete bem para cima e pronta para qualquer tipo de golpe. Pulso – um pulso firme é usado no tênis, mas não no badminton. Mantenha o pulso solto para conseguir melhor desempenho  nos golpes. 

4.3 Alcance 

A maioria dos golpes no badminton usa toda extensão do braço para alcançar  a peteca. Trabalho de pernas é o mais importante fator para posicionar o corpo de forma a dar um golpe correto. Golpes de forehand e backhand devem ser feitos com  o pé direito à frente. Todos os golpes altos de forehand devem ser feitos com o pé  esquerdo à frente. Os golpes altos de backhand devem ser feitos com o pé direito à frente. Rapidez de movimentos, como se virar, são mais importantes do que correria.  Passos curtos são melhores do que corridinhas. Evite golpear tendo os dois pés  virados na direção da rede. Dissimulação – em todos os golpes é fundamental que o  jogador disfarce qual será a próxima jogada a ser realizada, executando um mesmo movimento para os mais variados golpes sempre que possível. Assim, o adversário  nunca saberá, de antemão, qual será o próximo golpe usado! 

4.4 Clear 

O clear é um golpe defensivo básico do badminton. Deve ser alto e profundo. Alto para evitar uma interceptação precoce, dando mais tempo para o jogador se reposicionar em quadra e, profundo, para dificultar a resposta do  adversário. Para acertar um clear defensivo, o jogador deve golpear a peteca quando essa estiver alta e um pouco a frente da sua cabeça, impulsionando a peteca para ofundo da quadra adversária, descrevendo-se uma parábola. 

O golpe também pode ser usado para o ataque quando o adversário se  encontra em posição desfavorável esperando outro tipo de golpe, como um smash  ou um drop-shot. Para tanto, o jogador deve acertar a peteca, quando essa estiver caindo, um pouco mais à frente da sua cabeça do que no clear defensivo, fazendo a peteca voar mais rápida e reta, indo direto para o espaço descobertono fundo da quadra do adversário. 

4.5 Backhand Clear: 

∙ Segure corretamente a raquete, colocando o dedão contra o grip dela, dando mais força no golpe; 

∙ Coordene o golpe com o seu último passo, acerte a peteca enquanto o seu pé ainda estiver no ar, aproveitando o movimento do corpo no  golpe; 

∙ Corra, vire, acerte! Corra para a peteca, vire-se (esse golpe deve ser dado de costas para a rede), e acerte o golpe com força e precisão. 

4.6 Drop-shot 

O drop-shot é um golpe ofensivo, dando ao jogador bons resultados com  pouco dispêndio de energia. Para enganar o oponente, faça a mesma movimentação usada no clear defensivo, acertando a peteca quando essa estiver exatamente em  frente da sua cabeça, reduzindo a velocidade do braço num espaço pequeno antes de acertar a peteca (aprox. 30cm), forçando-a a uma trajetória descendente,  devendo essa cair, invariavelmente, logo após a rede, dificultando a próxima jogada do adversário. A velocidade do drop-shot pode variar dependendo do  posicionamento na quadra. Um drop-shot rápido na rede é sempre difícil de se devolver. 

4.7 Smash 

O smash é o golpe mais ofensivo, e, portanto, o mais importante do  badminton.É o vencedor de rallies, o clímax de vários golpes anteriores. O sucesso  do golpe depende de vários fatores como o ponto de impacto da peteca, a altura, o timing etc. Observar jogadores mais experientes é uma ótima prática para quemquer  melhorar o desempenho. Para acertar um smash, novamente prepare um clear defensivo. Se posicione mais atrás da peteca, acertando o golpe quando ela  estiver quase em frente do seu rosto (a altura da peteca varia de acordo com o  posicionamento do atleta em quadra. Um smash aplicado no fundo da quadra deverá acertar a peteca num ponto mais alto do que em outro ponto). Desloque-se em direção à peteca, para aproveitar a força do movimento do corpo. O golpe deverá ser forte, direcionado para baixo, devendo o jogador girar totalmente o pulso  de modo que, no fim do movimento, a cabeça da raquete esteja totalmente voltada  para baixo. 

Evite saltar para acertar a peteca, pois pode-se errar o tempo da peteca. Não tenha pena do adversário, desferindo o golpe com precisão e força. 

4.8 Drive 

O drive é um golpe ofensivo, mais usado nos jogos de dupla, desferido rapidamente, geralmente das laterais. Seu objetivo é direcionar a peteca, rapidamente, na direção do jogador adversário ou num espaço descoberto pela dupla oponente. O jogador se posiciona de lado para a rede e, deixando peso no pé de apoio, prepara o golpe levando a raquete para trás, abrindo o braço, mantendo a raquete na altura do ombro. 

Ao golpear a peteca, o jogador movimenta a raquete em direção dessa, dobrando o braço para frente e girando o pulso simultaneamente, dando uma chicotada na peteca. Ao mesmo tempo gire o corpo, terminando o movimento de  frente para rede, deixando o peso fluir no golpe e no pé dianteiro. 

4.9 Lob 

Na verdade, o lob é um golpe desferido de baixo para cima, usado para devolver a peteca quando essa cai bem abaixo da fita da rede e próxima a essa. O seu objetivo é de colocar a peteca alta e profunda na quadra adversária,dando  tempo para a recuperação do atleta. O lob, em outras palavras, é como um clear,  golpeado de baixo para cima. 

Esse golpe é dado próximo à rede, assim, não acerte com força a peteca, mas a conduza, com elegância, para o fundo da quadra adversária. Lembre-se que,ao  menos que você queira receber a peteca na cara enquanto recua, as virtudes aqui são: altura, profundidade e recuperação.  

4.10 Net-shots 

Esses são os golpes jogados próximo e muito próximo à rede. Eles podem ser jogados de baixo para cima ou de cima para baixo. O objetivo do golpe é devolver a  peteca tão perto da rede que o adversário não terá condições de responder à  jogada. É muito importante recuperar o posicionamento da raquete,pois, geralmente a peteca será devolvida de forma rápida. 

4.11 Push 

Nos jogos de badminton, é normal acontecer de a peteca ser empurrada  de volta para a quadra adversária quando a resposta de um golpe acontece um pouco acima da rede. Como o push é jogado perto da rede, qualquer indecisão pode  acarretar um erro. Para o bem da dissimulação, esse golpe é jogado com a mesma  ação do drive, sendo que a peteca deve ser golpeada com menos força para que  caia entre os jogadores da dupla adversária.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Diante do exposto neste trabalho, denota-se que, não há como falar em qualidade de vida sem mencionar atividade física como patrocinadora do bem- estar  físico e mental. A despeito das mídias e os mercados esportivos, pré- estabelecerem perfis ideais, vê-se também, resquícios de um tempo que enfatizavam o culto ao corpo perfeito, práxis percebidas nas pedagogias higienistas e militaristas que  também tiveram seus méritos em importantes descobertas (fisiológica, técnica dos  exercícios) científicas. 

Entretanto, pedagogias mais englobantes foram conquistadas e postas em leis, dando maior ênfase a integralidade das pessoas, e assim estabelecendo ―Interaction Network, ou seja, uma rede de interação entre os  aspectos cognitivos, físicos e social, dando sentido a citação: mens sana in  corpore sano de Juvenal (poeta romano). Apesar da frase mencionada ter sido nosentido hierático (sagrado) atribui-se também à vida cotidiana nos maisdiversos contextos, refletindo que não há corpo sadio sem uma mente saudável. Nesse prisma de saúde e bem-estar a ciência tem comprovado a cada dia,  que o esporte foi, e é, o divisor de águas para a longevidade da vida proporcionando maior vigor, prazer e saúde nas mais diversas fases. Pensando nas vantagens obtidas pelos exercícios sistemáticos, o que mais causa estranheza são as tímidas  divulgações (Ministério da Saúde e imprensa) sobre os benefícios adquiridos através  de todos os esportes, tendo em vista os alarmantes números de doenças causadas pela vida sedentária. 

Em matéria de benefícios o Badminton deveria ser um dos esportes mais divulgados em (campanha Nacional) se tratando de ser pedagógico, excelente para  a saúde e indicado para todos sem distinção de idade e/ou gênero. Além de todos  esses benefícios o badminton tem a peculiaridade de resgatar a autoestima de  indivíduos que outrora não tiveram privilégios de vivenciar os prazeres que só o  desporto proporciona, considerando a indução unilateral do mercado esportivo  Brasileiro. 

A despeito de tudo que foi mencionado neste estudo, afirmamos, que, os efeitos genuínos do desporto, não estão fundamentados ambientes específicos e/ou luxuosos (academias, spas, entre outros…), mas sim, nas pequenas atitudes físicas  exercitadas diariamente. Concluímos, afirmando com mais veemência, que o esporte não é moda (pessoas, estilos, marca), esporte é saúde, educação, respeito,  inclusão, vida longa e prazerosa. 

REFERÊNCIAS 

ARAÚJO, P. F. de. Desporto adaptado no Brasil : origem, institucionalização e atualidade. 

1997. 140f. Tese (Doutorado em Educação Física) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 

Alvarez TBR, Stucchi S. Introdução ao movimento do Badminton. Movimento e percepção. São Paulo, jul./dez. 2008. v. 9, n. 13, p. 4. Disponível em Acesso em 20.08.2016 

BASSANI, J. J.; TORRI, D.; VAZ, A. F. Sobre a presença do esporte na escola: paradoxos e ambiguidades. Movimentos, Porto Alegre, 2003. 

BRASIL. Ministério da Educação. Lei n. 9.394/96 — Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasil: MEC, 1996. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Resolução n. 2/01 — Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasil: MEC/SEESP, 2001. 

BRASIL. Ministério da Educação. Decreto n. 6.094/07 — Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação. 

Brasil: MEC, 2007. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasil: MEC/SEESP, 2008. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de  EducaçãoEspecial. Decreto n. 7.611/11. Brasil: MEC/SEESP, 2011. 

BRASIL, Assembléia Nacional Constituinte. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal/Secretaria Especial de Editoração e  Publicações, 1988. BRASIL, Congresso Nacional. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da  União n. 248, de 23/12/96 – Seção I, p. 27833. Brasília, 1996.  

FONSECA, Keiko Verônica Ono; SILVA, Paulo Roberto Bastianini da. Badminton: manual de fundamentos e exercícios. Curitiba: M. M. Ono, 2012. 

ARAÚJO, L.C. Estudo da in#uência da iniciação ao Badminton centrado na tomadade consciência sobre o desenvolvimento psicomotor de jovens praticantes. 2012. 

GORGATTI, M.G.; GORGATTI, T. O esporte para pessoas com deficiência. In: GORGATTI, M.G.; COSTA, R.F. (Org.). Atividade Física Adaptada: qualidade de vida para pessoas com necessidades especiais. 2.ed. Barueri: Manole, 2008. p.532- 570. 

SÁNCHEZ, P. A. A educação inclusiva: um meio de construir escolas para todos no século XXI. Inclusão: Revista da Educação Especial, Brasília, n. 1, p. 7-18, out. 2005. 

TEIXEIRA, A. Educação no Brasil. 3ª ed. Rio de Janeiro UFRJ, 1999. 

TUBINO, M.J.G.Dimensões sociais do esporte. 2ª edição revisada. São Paulo: Cortez 2001. 

UNESCO — Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a  Cultura. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas  especiais. Brasília: Corde, 1994. Disponível em: . Acesso em: 9 jun. 2013.  

OLIVEIRA, C. L. de. Obesidade e síndrome metabólica na infância e adolescência.Revista de Nutrição, Campinas, 17(2):237-245, abr./jun, 2004. 

SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA. Badminton. In: SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA (São Paulo). Tênis, Tênis de Mesa & Badminton. São Paulo: Sesi-SP Editora, 2012. p. 153-193. 

MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos. Verbete Declaração de Salamanca. Dicionário Interativo da Educação Brasileira – Educabrasil. São Paulo: Midiamix, 2001. Disponível em:  <http://www.educabrasil.com.br/declaracao- de-salamanca/>. Acesso em: 20 de fev.  2019. 

HASKELL, W. Phsical activity and the discases of tecnologically advanded society. In: The American Academy of Phisical Education Papers: Phisical Activity in Early and Modern Populations, n.21,p.73-87, 1998.