O AUTISMO E A CONTRIBUIÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202502101021


Maria José de Jesus Pereira¹
Evangelina Pereira Costa2


RESUMO

O  presente  artigo  tem  como  objetivo  investigar  o  autismo  e  saber  como  se  desenvolve.  Neste  estudo  pretende-se  abordar  as  características  do  autista,  bem  como  a  contribuição  da  psicopedagogia  e  como  se  dá  a  aprendizagem  do  mesmo.  Para  tanto,  foram  utilizadas  pesquisas  bibliográficas  referente  a  essa  temática.  Como  aporte  teórico  dialogaremos  com  as  obras  de  Cunha (2014) ,  Mantoan  (  1992 ) ,  Feltrin  (  2004  )  entre  outros  que  abordam  sobre  o  autismo  e  a  deficiência  na  aprendizagem.  Este  estudo  visa  ampliar  e  contribuir  com  as  discussões  acerca  do  autismo.  Contudo,  pretende-se  apontar  alguns  tipos  de  transtornos  que  está  relacionado  ao  vínculo  afetivo-social  e  demostrando  a  importância  da  aprendizagem  de  acordo  com  estímulos  e  intervenção  psicopedagógica.  Neste  sentido  o  artigo  apresenta  uma  grande  relevância  na  educação  inclusiva  e  em  especial,  para  criança  com  autismo  e  interessados  na  área  como,  pesquisadores  ,comunidade  acadêmica.  No  entanto, a contribuição  da  psicopedagogia  no  que  se  refere  ao  autismo  é  de  extrema  relevância  para  o  sucesso  de  crianças  com  autismo,  oportunizando  o  desenvolvimento  cognitivo,  afetivo,  biológico  e  social,  por  meio  de  um  trabalho  eficaz.  Para  tanto  o  artigo  traz  em  sua  abordagem  o  breve  histórico  sobre  o  autismo,  das  características  e  apontamento  dos  tipos  de  transtornos,  aprendizagem,  fala  ainda  do  vínculo  afetivo-  social,  da  psicomotricidade,  consequentemente  avaliação  e  intervenção  psicopedagógica e o tratamento do transtorno do espectro autista.

Palavras-chaves:  Educação.  Autismo.  Aprendizagem.  

RESUMEN

Este artículo tiene como objetivo el autismo y aprender cómo se desarrolla. En este estúdio pretende abordar las características de la persona autista, así como el aporte de la psicopedagogía y cómo se produce el aprendizaje. Para ello, se utilizaron investigaciones bibliográficas referentes a este tema. Como aporte teórico, dialogaremos com los trabajos de Cunha (2014), Mantoan (1992), Feltin (2004) entre outros que abordam el autismo y las discapacidades de aprendizaje. Este estúdio tiene como objetivo ampliar y contribuir a las discusiones sobre el autismo. Sin embargo, se pretende señalar algunos tipos de transtornos que se relacionan com el vínculo afectivo-social y demonstrando la importancia del aprendizaje según estímulos intervención psicopedagógica. Em este sentido, el artículo es de gran relevancia em la educación inclusiva y especialmente para los niños com autismo y aquellos interessados em el campo, como investigadores, la comunidade académica. Sin embargo, la contribuición de la psicopedagogía con respecto al autismo es sumamente relevante para el éxito de los niños com autismo, brindando oportunidades para el desarrollo cognitivo, afectivo, biológico y social, a través del trabajo efectivo. Para ello, el artículo trae em su abordaje la breve historia del autismo, de las características y nota de los tipos de transtornos de aprendizaje, también habla del vínculo afectivo-social, de la psicomotricidade, cusecuentemente de la evaluación y la intervención psicopedagógica.y tratamento del trastorno del espectro autista.

Palabras clave: Educación. Autismo. Aprendizaje.

INTRODUÇÃO  

O  presente  estudo  tem  como  objetivo  investigar  o  autismo,  tendo  em  vista  conhecer  as  suas  principais  características  e  saber  como  o  mesmo  se  desenvolve  mediante  a  intervenção  psicopedagógica.  Levando  em  consideração  a  princípio,  em  saber  como  as  pessoas  com  necessidades  educacionais  especiais  se  comportam  e  interagem  no  aspecto  cognitivo,  biológico,  afetivo, físico  no  meio  educacional,  social e na  sua  trajetória  de  ensino/aprendizagem. 

Na  elaboração  do  artigo  pretende-se  abordar  o  autismo  e  a  contribuição  psicopedagógica,  trazendo  em  primeira  instância  a  definição,  características  do  mesmo.  Esse  artigo  destaca-se  ainda,  a  tritonicidade,  por  meio  da  incidência  do  tipo  de  autismo,  com  a  finalidade  de  demonstrar  a  possibilidade  de  tratamento  e  intervenção  psicopedagógica.  Nesse  sentido,  primeiramente  abordaremos  sobre  o  breve  histórico  do  autismo;  classificações  dos  tipos  e  níveis  do  mesmo; a  psicomotricidade  e  ludicidade; o  processo  de  aprendizagem do espectro autista;  o  clima  sócio  afetivo  do  espectro  autista; a contribuição psicopedagógica e o tratamento.

  Como  procedimentos  metodológicos  utilizaremos  a  pesquisa  bibliográfica  descritiva  por  meio  de  livros,  sites,  blogs,  revistas  eletrônicas,  numa  abordagem  qualitativa,  buscando  obter  informações  que  giram  em  torno  do  tema,  ou  seja,  sobre  as  verdadeiras  motivações  do  autismo,  tendo  em  vista  o  aspecto  comportamental  dos  indivíduos  com  transtorno  global  do  desenvolvimento,  que  culminará  na  intervenção  psicopedagógica.

Portanto,  este  artigo  traz  uma  grande  importância  para  a  educação,  uma  vez  que  nessa  área  busca-se  muitas  indagações  sobre  como  lidar  com  esses  seres  cognoscentes,  isto  é,  os  indivíduos  com  transtorno  global  do  desenvolvimento.  Dessa  forma  este  trabalho  irá  contribuir  para  os  familiares,  acadêmicos  e  os  demais  envolvidos  nesse  processo  de  ensino  aprendizagem  de  maneira  qualitativa  para  subsidiar  os  anseios  do  público  alvo.  

1 BREVE HISTÓRICO DO AUTISMO  

Por  muito  tempo  o  autismo  era  pouco  falado  e  até  mesmo  desconhecido ,confundido com outros problemas de saúde por ter outras comorbidades ao mesmo tempo, por  vários  períodos  foram  realizadas  pesquisas  para  possível  entendimento  sobre o assunto.  Pois esse transtorno desencadeia alguns modos comportamentais como, irritabilidade, impulsividade entre outras manias. Nesse  sentido,  a  denominação  do  autismo  toma  uma  proporção  maior  por Cunha  de  forma  relevante, Pois segundo ele,   

 O  transtorno  do  espectro  autista  manifesta  -se  nos  primeiros  anos  de  vida  de  vida,  causas  ainda  desconhecidas,  mas  com  grande  contribuição  de  fatores  genéticos.  Trata-se de  uma  síndrome  tão  complexa  que  pode  haver  diagnóstico  médicos  abarcando  quadros  comportamentais  diferentes. 

 Têm  em  seus  sintomas  incertezas  que muitas  vezes, um  diagnóstico  precoce.  (CUNHA.2014.p  19).  

Segundo Santos e Vieira (2017) “o transtorno do Espectro do Autismo ( TEA) é  denominado  pela  Associação  Americana  de  Psiquiatria  (APA),  como  transtorno  do  neurodesenvolvimento”.  Depois  de  mais  algumas  pesquisas,  foi denominado de  transtorno  do  espectro  autista(TEA) .  Esse tipo de transtorno afeta a vida afetivo social, educacional, familiar, impedindo assim que o indivíduo  possa interagir em sua totalidade.

Pois de acordo  com  APA  (2013) apud ZANON et al (2014) que diz:

[…] as  manifestações  comportamentais  que  define  o  TEA  incluem  comportamentos  qualitativos  no  desenvolvimento  sócio- comunicativo, bem  como  a  presença  de  comportamentos  estereotipados  e  de  um  repertório  restritos  de  interesses  e  atividades, sendo  que  os  sintomas  nessas  áreas, quando  tomadas  conjuntamente, devem  limitar  ou  dificultar  o  funcionamento  diário  do  indivíduo”(APA,  2013  apud  ZANON  et  al,  2014,  p. 125).  

A  partir  dessas  investigações sobre  o  autismo  com  muitos  esforços e  pesquisas  busca-se descobrir  como  este se  caracteriza,  quais  causas  comportamentais,  como  surgiu  a  aversão  a  afetividade,  ou  seja,  uma  reclusão  de  algo  que  é  intrínseco  ao  ser  humano como a   interação  social,  afetos, a sua  etiologia,  causas  e  meios  para  entender  o  comportamento  das  pessoas  com  essas  deficiências,  uma  vez  que  são  inúmeras  as  nomenclaturas  e tipos  de  autismo  com  várias  mudanças  implementadas.

Nesse  aspecto,  de  acordo  com  o  (DSM-IV-TR  2002):

“Os  Transtornos  Globais  do  Desenvolvimento  (TGD)  representam  uma  categoria  na  qual  estão  agrupados  transtornos  que  se  manifestam  antes  dos  três  anos  de  idade.  E  são  caracterizados  por  alterações  em  três  áreas:  socialização  (relação  e  interação  sociais),  comunicação  (linguagem  verbal  e  não  verbal)  e  comportamento ( padrões  de  atividades  e  interesses  restritos,  estereotipados  e  repetitivos).  Os prejuízos  qualitativos  representam  um  desvio  acentuado  em  relação  ao  nível  de  desenvolvimento  ou  idade  mental  do  indivíduo”.(PORTAL  EDUCAÇÃO,  2015).  

O autismo é  uma  limitação  na  comunicação,  linguagem,  na  parte  psíquica  ,na  motricidade,  interação  social,  como  também ,   impedimento  do  indivíduo.  Sendo  afetado  na  totalidade  do  seu  desempenho  por  trazer  várias  outras  comorbidades. No  entanto,  a  pessoa  autista  precisa  de  cuidados  individuais  para  o  seu  desenvolvimento,   uma  vez  que  possui  necessidades  educacionais  especiais. Neste sentido  vale  ressaltar  o  que  diz  Ziraldo   2013:  

  […]o  autista  nasce  com  um  transtorno  neurobiológico  ou  seja,  uma  alteração   no  desenvolvimento  que  faz  com  que  ele  tenha  dificuldades  no  relacionamento  com  as  pessoas  e  com  o  ambiente  onde  vive,  ele  precisa  assim  de  ajuda  para  se  desenvolver  e  superar  suas  limitações”(ZIRALDO,2013  p.6).   

2 CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE AUTISMO  

O  autismo  classifica-se  em  alguns  tipos  e  níveis,  dependendo  desses  transtornos,  podem  afetar  o  indivíduo  como  um  todo  ou  de  forma  parcial  no  que  se  refere  a  déficit  intelectuais.  Dessa  forma,  de  acordo  com  Cunha  existe  vários  tipos  de  autismo  [..]classificam-se  em  leve,  moderado  e  severo,  assim  não  se  pode  homogeneizar  o  sujeito  com  autismo,  considerando  que  são  sujeitos  diversos  com  níveis  de  intelectualidades  diferentes,  é  viável  o  conhecimento  mais  sucintos  das  características  desse  transtorno[… ] Cunha.2014.p.23.  

  Há  alguns  tipos  de  autismo  mais  utilizados. Conforme informações o, 

[…]Autismo  clássico  o  grau  de  comportamento  pode  variar  de  mente,  mas  de  maneira  geral,  os  portadores  são  voltados  para  si  mesmo,  não  estabelece  contato  visual  com  as  pessoas  nem  com  o  ambiente;  consegue  falar  mas  não  usam  a  fala  como  ferramenta  de  comunicação.  Embora  possa  entender  enunciados  simples,  têm  dificuldades  de  compreensão  e  aprendem  apenas  o  sentido  literal  das  palavras. (A CIÊNCIA EXPLICA, 2007)  

Existe  ainda  outro  tipo  segundo  o  autor  que  é  considerado  como  […]Autismo  de  alto  desempenho  antes  chamado  de  síndrome  de  asperge  os  portadores  apresentam  as  mesmas  dificuldades  dos  outros  autistas,  mas  numa  medida  bem  reduzida.  São  verbais  e  inteligentes,  podendo  ser  confundido  com  gênios  ou portadores  de  altas  habilidades  ,  porque  são  inabaláveis  nas  áreas  do  conhecimento  em  que  se  especializam.  Quanto  maior  a  dificuldade  DE  intervenção  social,  mais  eles  conseguem  levar  próximo  ao  normal. Pois de acordo com a (A CIÊNCIA EXPLICA, 2007): 

[…]Distúrbios  global  do  desenvolvimento  sem  outra  especificação  (DGD)  –  SOE  normal  portadores  são  considerados  dentro  do  espectro  do  autismo,  dificuldade  de  comunicação  e  de  interação  –  social;  mas  os  sintomas  não  são  o  suficiente  para  incluí-los  em  nem  uma  das  categorias  específicas  do  transtorno,   o  que   torna o   diagnóstico muito  mais   difícil.

Além  dos  tipos,  o  autismo  está  classificado  em  alguns  níveis  como  veremos  a  seguir.  

2.1  Níveis do autismo  

Os  níveis  de  autismo  estão  classificados  em  leve,  moderado  e  severo. 

Dependendo do nível a interação social pode se desenvolver em determinada área  específica  do conhecimento. Todo  indivíduo  independente  de  ser  deficiente  mental  ou  não  tem  sua  potencialidade,  para  tanto,  deve-se  atribuir  tarefas  para  que  eles  venham  auto-progredir  e   desenvolver   sua  personalidade no seu cotidiano.

Todo  ser  humano,  enquanto  vivo,  tem  potencialidade  de  desenvolvimento  de  sua  personalidade,  também  o  deficiente  mental  severo  profundo,  o  dependente,  de  qualquer  faixa  etária.  E  para  todos  vale  a  lei  fundamental:  ‘’Não  há  desenvolvimento  humano  senão  pela  auto  atividade  do  próprio  sujeito.”–  Sempre  a  crescimento,  quando  se  exerce  a  Auto  atividade  adequada  para  isso.  (FEDERAÇÃO  NACIONAL  DAS  APAES  2002,  pág. 136).    

Portanto  existe  distinção  entre  o  autismo,  alguns  casos  em  que  o  sujeito  pode  até  levar  sua  vida  mais  próxima  do  normal  possível como em desempenhar tarefas simples a mais complexas. Contudo  existem  distinção  entre  eles  com  suas  peculiaridades  individuais  no  modo  de  ser, e  de  agir, de  sentir  e  de  perceber  o  que  está  ao  seu  redor  podendo assim interagir com outro indivíduo, galgando sua potencialidade com sucesso.

3  PSICOMOTRICIDADE E LUDICIDADE  

Vale  ressaltar  que  a  psicomotricidade  é  importante  na  educação  dos  autista  e  juntamente  a  esta  é  muito  valioso  a  colocação  do  lúdico, sendo que este trabalha a tonicidade, noção de lateralidade, sentimentos, respeito, cooperativada, ordem, a coordenação motora fina e grossa.  Sendo essas funções estimulantes para suas faculdades  e corpo   como  um  todo. Para tanto pode-se mencionar que a psicomotricidade é ferramenta eficaz no desenvolvimento dos autistas. Nesse  sentido  de  acordo   com  Gonçalves:  

A  proposta  da  psicomotricidade  para  este  sujeito  é  de  contribuir,  na  medida  do  possível,  para  o  processo  de  significação  desse  corpo  fragmentado,  assim  esta  criança  terá  uma  possibilidade  maior  de  sentir  e  vivenciar  seu  corpo,  a  proposta  dessa  intervenção  é  oferecer  à  criança  autista  o  prazer  de  vivenciar  suas  experiências,  por  meio  de  seu  corpo,  várias  relações  que  esta  desenvolverá”  Gonçalves,  (2011,  p.  84).    

A  psicomotricidade  promove  interação  social,  habilidade  no  corpo, na mente, na parte biológica,  no comportamento, estimula a linguagem verbal e não verbal,  desenvolve  a  disciplina,  interação  sócio-  afetiva,  a  coordenação  motora ,  raciocínio  lógico, regras de convivência, concentração, competitividade, respeito, atenção,  memorização, desenvolve a lateralidade, a motricidade, noção de tempo.  Nesse aspecto  como  cita   Gonçalves  2011:

[…]o  corpo  como  porta  de  entrada  e  saída  da  aprendizagem  expõe  toda  a  transcendência  de  sua  experiência  concreta  ou  sensorial,  no  contexto  abstrato  ou  perceptivo,  em  fim  para  o  representativo  ou  simbólico,  melhorando  a  qualidade  de  vida,  no  entanto  lustra  a  importância  que  o  movimento  e  a  postura  tem  no  processo  contínuo  de  percepção  do  mundo  exterior  na  introdução do   conhecimento ( GONÇALVES  2011,p.131).   

Sendo assim   é  indispensável  a  psicomotricidade  e  a  ludicidade  na  vida  acadêmica  dos  autistas, para que esse sujeito se desempenhe de forma mais rápida. O lúdico promove sensação de bem-estar, descontração, além de fazer com  que o indivíduo tenha  interação social. Por  meio  da  ludicidade  esse  indivíduo  poderá  desenvolver  habilidades  na  parte  cognitiva,  biológica,  socio-afetiva,  além  do  desenvolvimento  motor.  Nesse  sentido,  segundo  Ribeiro:  

O  lúdico  como  método  pedagógico  prioriza  a  liberdade  de  expressão  e  criação.  Por  meio  dessa  ferramenta,  a  criança  aprende  de  uma  forma  menos  rígida,  mais  tranquila  e  prazerosa,  possibilitando  o  alcance  dos  mais  diversos  níveis  do desenvolvimento.  Cabe  assim,  uma  estimulação  por  parte  do  adulto/professor  para  a  criação  de  ambiente  que  favoreça  a  propagação  do  desenvolvimento  infantil,  por  intermédio  da  ludicidade (RIBEIRO 2013 ,  p.1).   

Para  se  trabalhar  o  lúdico  pode-se  usar  alguns  materiais  como  quebra  cabeça, músicas,  histórias em quadrinhos,  caça-  palavras,  ditado  mudo,  caixa  lúdica,  jogo   da  memória, materiais ilustrados, outros concretos como caixa de areia, jogo da pesca, dos pares. Pois os jogos despertam sentimentos de competitividade.  Além do uso de outros recursos  pertinentes  no  desenvolvimento  desse  público  alvo. Nesse aspecto,  de  acordo  com  Mafra:  

“Os   jogos  e  brincadeiras  são  instrumentos  metodológicos  através  dos  quais  os  educadores  podem  estimular  na  criança  o  seu  desenvolvimento  cognitivo,  afetivo,  social,  moral,  linguístico  e  físico-motor;  como  também  propiciar  aprendizagens  curriculares  específicas” ( MAFRA 2008 ,  p.  16).   

Nesse  sentido  em  consonância  com  Mafra,  Soares  diz  que:  

“O  ato  do  brincar  traz  muitos  benefícios  para  quem  participa  dessa  atividade,  pois,  contribui  para  o  desenvolvimento  físico,  social,  intelectual,  respeito  ao  outro,  a  criança  supera  os  desafios  através  da  brincadeira  ou  jogo,  além  disso,  os  educando  aprendem  a  serem  cooperativos,  aprendem regras,  a  lidar  com  seus  limites,  enfim,  não  é  somente  uma  atividade  que  proporciona  alegria,  prazer,  divertimento,  direta  ou  indiretamente  está  trabalhando  na  formação  do  sujeito,  para  que  ele  aprenda  a  conviver  com  os  outros,  a  respeitar,  a  aceitar  as  pessoas  que  são  diferentes,  independente  que  tenham  ou  não  alguma  deficiência” ( SOARES  2010,  p.  12).  

Portanto,  o  lúdico  propicia  na  vida  das  pessoas o desenvolvimento social, físico e mental por meio de sentimentos como, descontração, prazer,  ânimo, o bem-estar, auto  estima,  regras  de  socialização,  desenvolve  a  oralidade, o lado motor, entre  outros.  

Desse  modo,  a  criança  irá  desenvolver também sua  criatividade,  capacidade de atenção,  concentração,  raciocínio  lógico,  memorização  e  outras  habilidades necessárias ao ser humano.  

4   O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DO ESPECTRO AUTISTA  

A  escola  como  espaço  de  construção  do  saber  tem  também  a  responsabilidade  de  acolher  os  alunos  com  dificuldade  de  aprendizagem,  haja  vista  desempenhar  um  trabalho  eficiente e eficaz,  para  tentar  solucionar  os  problemas  encontrados. Assim como no “seio familiar”, o sujeito cognoscente deve se sentir   bem recebido, de modo que este sinta o prazer em se desenvolver de maneira integral. Nesse sentido  de  acordo  com  Feltrin  (2004):  

“As   escolas têm a obrigação de receber o aluno com  NEE,   Existem  tentativas  para  providenciar  atividades  e  atendimento  aqueles  que  não  conseguem  acompanhar  o  desenvolvimento  normal”  da  classe.  Talvez as crianças não consigam aprender porque não são bem ensinadas  e  no  ensino  por  certo,  o  professor  tem  papel  preponderante[..]   (FELTRIN  2004,  Pg.  86).   

Nesse  processo  de  aprendizagem  o  professor  como  agente  do  saber  é  aquele  que  conduzirá  o  aluno  a  ter  um  novo  olhar  para  aprendizagem  significativa.  Para  tanto,  todo  professor,  somente  os  que  se  dedicam  a  trabalhar  com  alunos  com  dificuldades  de  aprendizagem  e  transtornos  globais  do  conhecimento,  deveria  se  qualificar,  fazendo  formação  continuada  para  melhorar  esse  déficit  na  aprendizagem. 

Desse  modo,  conforme  Feltrin  (2004):   

O  professor  dá aula  é  considerado  o  recurso  principal  para  o  ensino  de  alunos  que  apresentam  algum  problema  de  aprendizagem.  isso  pressupõe  um  esforço  permanente  para  melhorar  a  sua  competência  profissional  e  desenvolver  as  suas  habilidades  didáticas.  Esse  reconhecimento  da  importância  da  formação  do  professor  completa  se  com  uma  maior  reflexão  sobre  como  pode  ser  enriquecido  o  currículo,  como  adaptar  o  ensino  à  diversidade  dos  alunos  e  como  favorecer  a  aprendizagem  cooperativa. (FELTRIN  2004  Pg.87).

Todo  processo  de  aprendizagem  deve  ser  gradativo,  à  medida  que  seja  proporcionado  estímulos  para  que  o  aluno  se  sinta  encorajado e tenha  mais  desempenho  nas  atividades  escolares. Sendo que esse aluno deve se sentir incluído nessas tarefas. Para isso, todo ambiente educacional  deve ter profissionais especializados para   desenvolver  uma educação de qualidade dessas pessoas que necessitam de atendimento diferenciado.  Nesse  aspecto,  como  cita  Feltrin  (2004):  

A  aprendizagem  deve  ser  um  processo  contínuo  que  vai  proporcionando  um  acúmulo  de  informações  influenciado  pela  estimulação,  pelo  treino  e  pela  otimização  das  funções  psico-neurológicas  e  orgânicas. O  processo  suporte que o  aluno  esteja  atento  aos  estímulos  e  que  esteja  em  condições  de  selecionar  os  mais  úteis  e  importantes  para  o  seu  momento.  A  atenção, assim,  torna-se  condição  básica  para  aprendizagem.  Feltrin  (2004,  Pg.101).    

É  importante  frisar que o  professor ainda que tente  resolver  as  situações  problemas  no  que  tange  ensino/aprendizagem,  é  mal  recompensado  e  sobretudo,  se  no  meio  dessa  situação  em  uma  sala  de  aula  tiver  alunos  especiais,  torna-se mais difícil  dar  conta  de  todos  esses  impasses. Além de outras situações adversas como falta de recursos, de formação continuada e suporte de um orientador pedagógico.  Diante  disso,  segundo  Feltrin  (2004):  

“Na  escola,  o  educador  enfrenta  o  sistema,  enfrenta  aluno,  enfrenta  a  instituição,  enfrenta  a  sociedade:  conspiram  contra  ele  as  dificuldades  econômicas,  a  falta  de  recursos  e  de  equipamentos  didáticos,  a  má  vontade  e  a  falta  de  estímulo  do  sistema  e  das  autoridades,  os  alunos  negligentes,  arrogantes  e  desinteressados,  a  incompreensão  de  diretores  e  dos  próprios  pais,  a  morosidade  e  a  longa  espera  pela  colheita  […]”  (FELTRIN  2004,  p.  20).    

Levando em  consideração  o  aspecto  da  aprendizagem,  para o autista  a  capacidade  de  ler  e  escrever,  depende  do  seu  nível  de  deficiência,  contudo isso pode  ser  algo  desafiador. No entanto, se tiverem um aprendizado  adequado  a  suas  potencialidades,  conseguem  desenvolver  habilidades  para  resolver situações problema,  constituindo  assim  o  desenvolvimento  de  sua  autonomia.  Dessa forma, de  acordo  com  Mantoan:  

De  fato,  ler  e  escrever  só  constituem  instrumentos  pelos  quais  o  sujeito  é  capaz  de  conquistar  sua  autonomia,  quando  não  se  resumem  Exclusivamente  em  decifrar  signos,  montar  palavras  escritas. Mantoan (1992 ,  P.42).  

Portanto o  processo  de  aprendizagem  do  espectro  autista  dependendo  do  seu  nível  de  transtorno  é  demorado,  porém,  se  houver  comprometimento  por  parte  da  família,  da  escola no que tange o acolhimento, a estrutura física e pedagógica adequada  e  dos  profissionais  responsáveis,  haverá  um  bom  desempenho  desse  sujeito  aprendente. Sendo que o autista precisa de bastante estímulo e atratividade para o seu desenvolvimento.

5  O CLIMA SÓCIO-AFETIVO DO ESPECTRO AUTISTA  

O  desenvolvimento  da  personalidade  do  indivíduo,  reflete  no  seu  modo  de  convivência  no  seio  familiar,  na  escola  e  também  na  vida  social,  que  pode  trazer  consequências  boas  ou  ruins  dependendo  da  interação  desse  sujeito  cognoscente,  que por sua vez  necessita de um olhar diferenciado. Pois é mais necessário e vantajoso trabalhar com esse indivíduo  a partir da infância, visto que o autismo é detectado nos primeiros anos de vida, havendo assim maior rapidez no tratamento. Dessa forma  conforme  Mantoan:  

“O  deficiente  mental  reflete  o  modo  pelo  qual  sua  família  e  colaterais  o  concebem  como  pessoa.  Sua  conduta  denuncia  os  sentimentos  que  estão  por  trás  de  certas  atitudes,  na  maioria  das  vezes  inconscientemente,  daqueles  com  os  quais  convive  mais  diretamente  em  seu  meio  de  origem”.  Mantoan (1992,  Pág. 120).    

O  autista com retardo  mental  poderá  ter  a  capacidade  de  resolver  problemas  que  lhe  forem  atribuídos  na  vida  social,  se  tiver  a  colaboração  da  família  e  escola, e demais envolvidos nesse processo de desenvolvimento para  que  ele  possa  desempenhar suas  habilidades. Contudo, por meio das ferramentas que estimulam a aprendizagem, bem como o auxílio de tecnologias que podem contribuir com o desenvolvimento motor, cognitivo, físico, emocional. Dessa  forma  segundo  Mantoan  (1992):

“Ora,  a  garantia  dessa  possibilidade  de  construção  está  em  se  outorgar  ao  aluno  deficiente  mental  o  direito  de  exercer  sua  liberdade  e  autodeterminação,  poder  de  decisão  e  crítica,  facultando-lhe  a  iniciativa  própria  na  resolução  de  conflitos  de  natureza  intelectual  e  moral.  Essa  outorga,  contudo,  não  deverá  ocultar  as  limitações  de  sua  condição  excepcional,  e  este  conta  com  a  colaboração  da  família  e  da  sociedade  para  que  se  entenda  a  outros  ambientes  o  mesmo  clima  de  confiabilidade  através  do  qual  poderá  desenvolver  autoconfiança  e  afirmação”.  Mantoan  (Pág,94).  

Nesse  aspecto,  para  que  o  indivíduo  possa  ter  essa  progressão  na  vida  social  é  preciso  aprender  a  trabalhar  em  grupo.  A  atividade  em  grupo  é  fundamental  para  que  o  sujeito  venha  saber  se  relacionar,  valorizar  o  outro,  desenvolver  um  espírito de  cooperação,  competitividade  e  reciprocidade.  Contudo,  saber  que  nem  toda  atividade  se  realiza  individualmente,  mas  sim  em  conjunto.  A  troca  de  ideias  produz  experiência  e  consequentemente  gerar  mais  conhecimentos.  Nesse  sentido,  conforme  Mantoan:   

“A  vida  em  grupo  introduz  o  ponto  de  vista  do  outro,  provocando  o  intercâmbio  de  ideias,  o  choque  de  opiniões.  Nela  é  que  se  confrontam  as  proposições  e  que  se  estabelece  a  verdade  ou  falsidade  das  mesmas.  

Quando  o  sujeito  se  contradiz,  o  grupo  se  encarrega  de  mostrar-lhe  isso.”  Mantoan  1992  (Pág  135).  

Por isso,  vale  mencionar que o  autista  pode  ter  uma  vida  social  normal,  dependendo  do  seu  nível  de  transtorno,  por  isso  que  se  deve  procurar  recursos  pedagógicos  para  que  essa  deficiência  seja  amenizada  o  quanto  antes.  Por conseguinte, a ajuda dos profissionais capacitados como fonoaudiólogo, neuropsiquiatria,  psicopedagogo, psicólogo entre outros. Para então dar início uma vida mais próxima do normal possível.

5.1  Desafios da inclusão de criança autista na educação  

Na  educação  de  crianças  autistas,  o  professor  deve  estar capacitado e buscando novas pesquisas para subsidiar o aluno com  essa deficiência, sondar  possíveis  sinais  e  consequentemente  encaminhar  o  aluno  com  dificuldades  de  aprendizagem  para  o  psicopedagogo,  sendo  que  este  irá  levantar  algumas  hipóteses  e  posteriormente  encaminhar  a  outro  profissional  competente,  dependendo  do  problema  que  a  criança  venha  apresentar.   

Criança  vista  com  estas  dificuldades ou  limitações  precisam  de  atendimento, acompanhamento  educacional  e  comprometimento  profissional,  pois  de  acordo  com Magalhães  os  profissionais  precisam  de  capacitação  de  outros  profissionais,  para  que  estes  alcancem  sucesso,  com  o objetivo de  fazer  com  que  esse  sujeito  aprenda  e  se  sinta  incluído. Para tanto é necessário materiais de apoio para alavancar seus conhecimentos de forma significativa.  Desse  modo,  segundo  Magalhães, […]Devemos  considerar  a educação especial  como  prática social  historicamente  produzida  e  não  simplesmente,  como  uma  especialização  para  alguns  profissionais  da  área  da  educação  e  saúde”.  Magalhães  ( 2011,  p.14).  

Por  conseguinte,  o  psicopedagogo  tem  um  papel  preponderante  no  que  se  refere  ao  desenvolvimento  de  crianças  com  dificuldades  de  aprendizagem  e  transtorno  global  do  conhecimento.  Esse atua de maneira significativa na vida desses  indivíduos, com o intuito de facilitar e subsidiar no conhecimento formal e informal, juntamente com uma equipe multidisciplinar, diante das dificuldades inerentes a esses indivíduos.

6   CONTRIBUIÇÃO PSICOPEDAGÓGICA       

A psicopedagogia contribui na compreensão, relação interpessoal, sócio afetiva, assimilação e orientação comportamental, no intelecto, na auto estima, possibilitando   aos  pacientes  um  novo  padrão  de  se  relacionar  com o mundo  e  até  mesmo  a  quebra  de  paradigmas.  Sendo assim, o psicopedagogo vem como subsídio para  minimizar  essas  dificuldades  no  contexto  educacional,  uma  vez  que  a  psicopedagogia  de  acordo  com  Santo  (2010),  vem  trazendo:

  […]Atividades  e  treinamentos  para  indivíduos  com  problemas  de  aprendizagem  e  comportamento  baseado,  em  teorias  comportamentais,  como  sugere  a  psicologia  educacional  nem  define  métodos,  técnicas  e  estratégias  de  ensino  como  propõe  a  pedagogia  mas  cabe-nos  ocupar  um  lugar  que  está  na  inter-relação  do  ensino  e  aprendizagem (Santos 2010,  p.1).   

Nesse sentido, o  psicopedagogo  pode  tratar  com  o  indivíduo  de  acordo  a  sua  necessidade  por  meio  da  terapia  tanto  clínico  como  institucional,  para  minimizar  suas  dificuldades  comportamentais  ou  educacionais,  ou  seja,  a  psicopedagogia  trata  o  ser  aprendente como  um  todo.  Por  intermédio  do  psicopedagogo  institucional  ou  clínico e  acordo  com  Cortez 2012 ,  segue  as  etapas  do  processo  de  intervenção  psicopedagógica.  

Na  primeira  etapa:

[…]  Uma  assessoria  psicopedagógica  e  as  intervenções  geralmente  acontecem  diretamente  junto  ao  grupo  docentes  que buscam  metodologias diferenciadas  de  trabalho,  visando  melhor o  aproveitamento  escolar  por  parte  do  aluno. Também junto  aos pais,  ou  seja,  familiares  de  alunos  que  apresentem  dificuldade  de  aprendizagem.  (CORTEZ 2012, p.  3816).  

Na  segunda  etapa:

  […]  Neste  caso,  o  psicopedagogo  passa  a  realizar  um  trabalho  em  conjunto  com  outros  com  outros  profissionais  contribuindo  em  diversos  aspectos  como  metodologia, ,avaliação, relacionamentos  entre  outros, o  psicopedagogo  pode  também  atuar  junto  aos  pais  na  busca  de  melhoria   nas  relações  entre  pais  e  filhos  frente  aos  desafios  de  um  mundo  em  constante  mudanças.  (CORTEZ 2012, p. 3816)     

E  por  última,  a  terceira  etapa:  

[…]Diretamente  com  seus  alunos  em  sala  de  aula,  o  que  favorece  o  relacionamento  de  proximidade,  de  confiança  propiciando  um  melhor   conhecimento  das  possíveis  dificuldades  de  aprendizagem  dos  alunos  e  intervindo  no  sentido  de  prevenir  ou  minimizar possíveis   dificuldades de  aprendizagem  (CORTEZ 2012, p .3816).  

Diante  dessa  afirmativa  de  Cortez,  faz  se  necessário  o  trabalho  psicopedagógico  na  aprendizagem  do  autista  uma  vez  que este  apresenta  algumas  dificuldades  comportamentais, cognitiva e  educacionais como, estereotipia, irritabilidade, inquietação, agressividade, impulsividade, falta de interação social e  atenção, indisciplina, baixo auto estima, dificuldade na linguagem escrita e verbal, de interpretar, discernir entre outros.

O  desenvolvimento  intelectual  do  indivíduo  pode  resultar  de  um  trabalho  de  longa  duração,  principalmente  se  este  tiver  algum  bloqueio,  porém  é  necessário  muitas  indagações  para  que  se  obtenha  trabalho  de  qualidade  e  um  retorno  eficaz.  

Nesse  sentido,  conforme  Mantoan:  “A  inteligência  se  estrutura  em  função  desse  movimento  ascendente,  resultante  de  coordenações  mentais  cada  vez  mais  complexas.  […]”  Mantoan  (1992,  pág. 119).    

Portanto,  o  desenvolvimento  do  sujeito  aprendente  se  constitui  a  partir  da  utilização  de  métodos  e  técnicas  usadas  pelos  profissionais  competentes.  Esse  desenvolvimento  pode  também  acontecer  a  partir  da  ludicidade  que  o  psicopedagogo  e os  demais  envolvidos  nesse  processo  possam estar  aplicando,  com  os  jogos  de  memória,  da pesca, didáticos, ditado mudo, quebra-cabeça,  caça-  palavras,  caixa  lúdica, músicas, conto e reconto de histórias  e  outros  recursos  que  possam  desenvolver  as habilidades  desse  sujeito  cognoscente.  

7  O TRATAMENTO

Na atualidade o diagnóstico é feito por meio de avaliação  clínica podendo ser mais rápido possível para desenvolvimento das pessoas com autismo. Sabendo que o mesmo prejudica a comunicação, adaptação, comportamento e outros problemas associados ao (TEA). No entanto, deve-se fazer o acompanhamento médico encaminhando esse sujeito ao especialista, para assim intervir com o tratamento eficaz na comunicação, na parte motriz e comportamental fazendo se necessário a terapia, medicação, acompanhamento psicopedagógico para tratar os distúrbios do sono, dificuldade de alimentação, sintomas gastrointestinais, convulsões e déficit atenção/hiperatividade. 

Além disso, existem outros fatores que auxiliam no tratamento do transtorno do espectro autista como: 

•              controle da raiva: práticas na concentração usando mecanismos de enfrentamentos  na prevenção de fatores e minimizar  explosões emocionais. 

•              processamento sensorial: sendo a forma como o sistema nervoso  recebe mensagem dos sentidos e transforma para resposta motoras e comportamentais. 

•              terapia assistida por animais e através de animais para melhoria do bem estar físico, emocional e social dos seres humanos.

•              teleprática: manuseio de internet de alta velocidade, webcams, skype e outras tecnologias de comunicação de psicoterapia a distância.

•              medicamentoso para tratar os transtornos globais do autismo (como estereotipias, agressividade e irritabilidade). 

•              Antipsicótico: para o melhoramento dos sintomas dos transtornos mentais, como a risperidona  clozapina  utilizando-se do cid 10. Com base nisso cabe informar que,

Um número cada vez maior de profissionais tem defendido que a forma mais adequada de se estabelecer o diagnóstico é de modo interdisciplinar, incluindo pelo menos um neuropediatra e um psicólogo com especialização em distúrbios do desenvolvimento. Esses profissionais têm a oportunidade de analisar cada caso conjuntamente, identificando as várias nuanças do quadro clínico da criança e oferecendo à família informações detalhadas não apenas acerca do diagnóstico, mas também do perfil médico, cognitivo e adaptativo da criança. Além disso, esses profissionais devem orientar a família acerca das possibilidades de tratamentos e intervenções e encaminhá-la aos serviços e apoios necessários. (SCIELO BRASIL, 2009)

Portanto, sabemos que todo ser humano apesar de suas limitações é capaz de realizar determinadas funções ou tarefas que lhe forem atribuídas.  Por isso, sabendo que o autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta diretamente a capacidade de interação social, dificultando a comunicação, o lado afetivo do indivíduo, se faz necessário o tratamento tanto medicamentoso ou por meio de terapias e o uso de animais para que haja uma inserção desse sujeito cognoscente no meio social.

8  CONCLUSÃO  

Mediante  o  exposto,  quando  se  fala  de  pessoas  com  autismo  é  bastante  abrangente, sendo  que  este  transtorno  interfere  diretamente  na  vida  educacional,  social  e  afetiva e profissional  do  sujeito  aprendente. Para isso, se faz necessário a intervenção psicopedagógica, uma vez que o profissional desta área atua na parte afetiva,  cognitiva, física, social e biológica do sujeito cognoscente a fim de amenizar essas dificuldades de aprendizagem.

Diante  disso,  é  necessário  um  novo  olhar  sobre  o  sujeito  com  autismo,  entretanto  cabe  ao  psicopedagogo  a utilização  de  recursos  muito  eficientes como os jogos, as Tcs, a ludicidade, a música, a interação social das crianças por meio de brincadeiras de roda, esportes entre outros, para  a  realização  do  diagnóstico  e   intervenção,  com  vistas  à  superação  das  dificuldades  de  aprendizagem  para  despertar  e estimular o  desejo  de  aprender.  

Portanto,  é  possível  o  estabelecimento  de  vínculo  afetivo  e  social  diante  deste  distúrbio, o desenvolvimento   na   área   educacional  através  da  intervenção  psicopedagógica, o tratamento medicamentoso e terapêutico por meio de outros profissionais  que  vem subsidiar,  contribuir e aprimorar  no  desempenho  desses clientes   com  transtornos  globais  do  desenvolvimento com o intuito de minimizar   as dificuldades de aprendizagem.

REFERÊNCIAS   

CORTEZ,  Ana  Rita  Ferreira  Braga.2012.  O  estado  do  conhecimento acerca da   psicopedagogia escolar  no Brasil.  Disponível em:  https//m.meuartigo.brasilescola.uol.com.br/amp/pedagogia/a-importancia-psicopedagog ica-intitucional.htm.  Acesso  em:  23 de  jan. de  2021.     

CUNHA, Eugênio.   Autismo e   inclusão:  psicopedagogia práticas   educativas  na  escola e  na  família. 5 .ed. Rio de Janeiro: Wak Ed,  2014. Disponível  em:  http://mirandalibrassemfronteiras,weebly.com/aee-atendimentoeducacional-especializa do-ahsd—distuacuterbios. Acesso em 22 de fev. 2021.

ELIANE, Cristina Livieiro Tanzawa et al. In: SANTOS 2010. Psicopedagogia Institucional: Passos para a Atuação do Assessor Psicopedagógico. Disponível em <https://www.inesul.edu.br/revista/arquivos/arq-idvol_13_1307132500.pdf`>. Acesso em: 20 de jun. 2021.

Diagnosticando o transtorno autista: aspectos fundamentais e considerações práticas. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pcp/a/RP6tV9RTtbLNF9fnqvrMVXk/?lang=pt. Acesso em: 20 de jun. 2021.

Entenda  o que é transtorno do espectro  autista. Disponível em: http://www.cienciaexplica.com.br/2018/04/02/o-que-e-transtorno-espectro-autista/ Acesso em: 20 de jun. 2021.

FEDERAÇÃO NACIONAL DAS APAES. Guia curricular para Deficientes   Mentais,  Educáveis,  Treináveis  e  Semidependentes.  São Paulo:   Almed Editora   e Livraria  Litda, 2002.  

FELTRIN, Antônio Efro.  Inclusão Socail   na Escola: quando  a pedagogia  se  encontra  com a  diferença.  São Paulo: Paulinas,  2004.

GONÇALVES,  F.  Psicomotricidade  e  Educação  Física-quem  quer  brincar  põe  o  dedo  aqui. São   Paulo:  editora cultural  RBL,  2011.   

MAGALHÃES,  Rita  de Cássia   Barbosa  Paiva.  Org: educação  inclusiva.        escolarização, poli   A.ca  e  formação  docente.  Brasília:   Líder, 2011.          

MANTOAN, Maria  Tereza   Egler.  Compreendendo a   deficiência  mental:  novos  caminhos educacionais.  São   Paulo: Scipione,  1992.

PORTAL  BRASIL  ESCOLA:  Disponível em: <https://monografias.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-importancia-ludico-na-educaca o-infantil.htm>  Acesso  em:  01 de  fev. 2021.  

PORTAL EDUCAÇÃO 2015. Disponível em: http;//www.portal  educação.com.br/pedagogia/artigos/54869/o  aee- para-o    aluno-com-transtorno  global-  do  desenvolvimento.  Acesso  em:  01  de fev. 2021.  

SANTOS e VIEIRA 2017. In: ZANON et al (2014). Disponível em:<https://periodicos.ufersa.edu.br › article › view › pdf>. Acesso em 20 de jun. 2021.

ZIRALDO, A. D. R. Autismo  e  realidade : autismo  uma  realidade. São Paulo: A&R realidades-associação de Estudo e apoio. 2013. Disponível em:http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/cao_civel/cartilha-ziraldo-autismo-umarealidade.pdf . Acesso em: 20 de jun. 2021.


¹ Graduada em Licenciatura Plena em Pedagogia pela Uva. Graduada em Letras-Espanhol pela UEMA. Pós graduada em Docência do Ensino Superior Pelo CAPEM e pós graduada em Psicopedagogia pelo CAPEM. E-mail: marisejp007@hotmail.com/ marijosejp33@gmail.com
² Graduada em Licenciatura Plena em Pedagogia pela Uva. Pós graduada em Educação Inclusiva Pelo CAPEM e pós graduada em Psicopedagogia pelo CAPEM.