NÚMEROS DA DOENÇA DE PARKINSON NO BRASIL NOS ÚLTIMOS 10 ANOS E O PAPEL DA DEEP BRAIN STIMULATION (DBS) NO TRATAMENTO DA INSTABILIDADE POSTURAL: UMA REVISÃO

NUMBERS OF PARKINSON’S DISEASE IN BRAZIL OVER THE LAST 10 YEARS AND THE ROLE OF DEEP BRAIN STIMULATION (DBS) IN THE TREATMENT OF POSTURAL INSTABILITY: A REVIEW

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202412301236


Dr. Gabriel Ribeiro Andrade Neto1
Dr. Thiago Santos Nascimento2
Rafael Andrade Cruz3


RESUMO

A doença de Parkinson (DP) é uma desordem neurodegenerativa progressiva que afeta o sistema nervoso central, principalmente as vias dopaminérgicas, com impactos sociais e econômicos significativos, especialmente em países como o Brasil. Este estudo teve como objetivo analisar os dados epidemiológicos da DP no Brasil entre 2014 e 2023 e revisar o papel da estimulação cerebral profunda (DBS) no manejo da instabilidade postural, um dos sintomas mais desafiadores da doença. Trata-se de um estudo observacional e retrospectivo, cujos dados foram obtidos das plataformas DATASUS/TABNET. O papel da DBS foi revisado a partir de publicações científicas nas bases PUBMED, SCIELO e MEDLINE. A DBS é indicada para casos avançados de DP, nos quais os sintomas motores, como tremor, bradicinesia e instabilidade postural, não respondem adequadamente a tratamentos farmacológicos. No entanto, os resultados da DBS na instabilidade postural são limitados, especialmente em estágios avançados. Estudos apontam benefícios moderados da DBS, com melhorias mais evidentes em equilíbrio dinâmico do que estático. Ensaios clínicos destacaram que o DBS no PPN pode melhorar a instabilidade postural em casos selecionados, embora com respostas variáveis. Adicionalmente, a integração com fisioterapia e reabilitação motora é essencial para otimizar os resultados. Conclui-se que, apesar de avanços na utilização da DBS para tratamento da DP, a instabilidade postural permanece um desafio, exigindo maior investigação científica e desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas. Estratégias que incluam políticas públicas de acesso equitativo ao diagnóstico e tratamentos avançados, bem como maior ênfase na reabilitação funcional, são fundamentais para melhorar a qualidade de vida dos pacientes no Brasil.

Palavras-chave: Doença de Parkinson. Instabilidade Postural. DBS.

ABSTRACT

Parkinson’s Disease (PD) is a progressive neurodegenerative disorder that affects the central nervous system, primarily the dopaminergic pathways, with significant social and economic impacts, especially in countries like Brazil. This study aimed to analyze epidemiological data on PD in Brazil between 2014 and 2023 and review the role of deep brain stimulation (DBS) in managing postural instability, one of the most challenging symptoms of the disease. It is an observational and retrospective study, with data obtained from the DATASUS/TABNET platforms. The role of DBS was reviewed based on scientific publications from the PUBMED, SCIELO, and MEDLINE databases. DBS is indicated for advanced cases of PD where motor symptoms such as tremor, bradykinesia, and postural instability do not respond adequately to pharmacological treatments. However, the outcomes of DBS for postural instability are limited, particularly in advanced stages. Studies point to moderate benefits of DBS, with more evident improvements in dynamic rather than static balance. Clinical trials have highlighted that DBS targeting the PPN can improve postural instability in selected cases, though with variable responses. Additionally, integrating physiotherapy and motor rehabilitation is essential to optimize results. In conclusion, despite advancements in the use of DBS for PD treatment, postural instability remains a challenge, requiring further scientific investigation and the development of new therapeutic approaches. Strategies that include public policies ensuring equitable access to diagnosis and advanced treatments, as well as a stronger emphasis on functional rehabilitation, are essential to improving the quality of life for patients in Brazil.

Keywords: Parkinson’s Disease. Postural Instability. DBS.

1 INTRODUÇÃO

A doença de Parkinson (DP) é uma desordem neurodegenerativa progressiva que afeta o sistema nervoso central, predominantemente as vias dopaminérgicas do sistema nigroestriatal (DELIZ et al., 2024). É caracterizada por bradicinesia, associada a pelo menos um dos seguintes sinais: rigidez ou tremor em repouso. Desde 2015, a instabilidade postural deixou de ser considerada um critério obrigatório, dado o fato de ser uma manifestação geralmente tardia, o que vinha a atrasar o diagnóstico (CHOU et al., 2017). Sua etiologia ainda não é completamente compreendida, mas acredita-se ser multifatorial, envolvendo fatores genéticos, ambientais e alterações mitocondriais e oxidativas (DULSKI; ROSS; WSZOLEK, 2024). 

Estudos recentes indicam que a prevalência global da DP continua a crescer devido ao envelhecimento populacional. A DP é a segunda doença neurodegenerativa mais prevalente no mundo, após a doença de Alzheimer. Afeta cerca de 1% da população acima de 60 anos e 4% acima de 80 anos. A idade média de início é de aproximadamente 60 anos, sendo mais comum em homens do que em mulheres, com uma razão de 1,5:1. A prevalência varia globalmente, com maiores taxas em países desenvolvidos, possivelmente devido a fatores ambientais ou maior longevidade (GROTEWOLD; ALBIN, 2024-B). A estimativa atual é de cerca de 9,4 milhões de casos em 2020, com projeções de aumento para 12 milhões até 2040 (DELIZ et al., 2024). No Brasil, a prevalência é estimada em 3 a 4 casos por 1.000 habitantes, com maior incidência em idosos acima de 60 anos, evidenciando o impacto socioeconômico e a necessidade de estratégias de saúde pública específicas (DELIZ et al., 2024). Estima-se que a DP afete cerca de 200 mil pessoas no Brasil (SILVA et al., 2021). Estudos apontam que a subnotificação é comum, especialmente em áreas rurais e menos desenvolvidas, onde o acesso ao diagnóstico especializado é limitado. No entanto, o impacto social e econômico da DP no país é substancial, devido ao aumento da demanda por cuidados de saúde, aposentadorias precoces e impacto na qualidade de vida dos pacientes e cuidadores (BOVOLENTA; FELICIO, 2016).

O diagnóstico da DP é clínico, baseado nos critérios da MDS (Movement Disorder Society). A identificação exige a presença de bradicinesia associada a pelo menos um sintoma motor cardinal (tremor em repouso ou rigidez), bem como a exclusão de outras condições que possam mimetizar a DP (CHOU et al., 2017). Além disso, o diagnóstico é corroborado pela presença de características de suporte, como resposta significativa à levodopa, progressão assimétrica dos sintomas e a presença de disautonomia ou distúrbios do sono REM (SILVA et al., 2021). Métodos de neuroimagem, com marcador de transportador de dopamina, podem auxiliar em casos duvidosos (GROTEWOLD; ALBIN, 2024-A). O uso de biomarcadores está emergindo como uma ferramenta valiosa. Estudos recentes destacam o papel de agregados de alfa-sinucleína, medidos por técnicas como RT-QuIC (real-time quaking-induced conversion), na identificação de sinucleinopatias (CHOPRA; OUTEIRO, 2024). Esses biomarcadores podem melhorar a precisão diagnóstica, especialmente em estágios iniciais ou em casos atípicos (MULROY et al., 2024).

A DP é marcada pela perda progressiva de neurônios dopaminérgicos na substância negra pars compacta, levando a uma redução na liberação de dopamina no estriado (MULROY et al., 2024). Essa deficiência resulta em um desequilíbrio entre os sistemas dopaminérgico e colinérgico nos circuitos motores basais, culminando nos sintomas motores característicos. O acúmulo de corpos de Lewy, compostos principalmente por agregados de alfa-sinucleína, é uma característica patológica central. Fatores genéticos e ambientais contribuem de forma complexa para a patogênese. Fatores de proteção incluem a atividade física regular, enquanto a exposição a pesticidas e metais pesados aumenta o risco (GROTEWOLD; ALBIN, 2024a, 2024b). Estresse oxidativo, disfunção mitocondrial e neuroinflamação também desempenham papéis cruciais no processo degenerativo (CHOPRA et al., 2024).

O tratamento da DP é individualizado e visa controlar os sintomas, melhorar a qualidade de vida e retardar a progressão funcional da doença. A levodopa, frequentemente combinada com inibidores da descarboxilase, é o tratamento de primeira linha. Agonistas dopaminérgicos e inibidores da monoamina oxidase B (iMAO-B) também são utilizados (MÜLLER et al., 2024). Terapias não farmacológicas, como fisioterapia, fonoaudiologia e suporte psicológico, são cruciais. Em casos avançados, a estimulação cerebral profunda (DBS) pode ser considerada, especialmente para sintomas motores refratários (ZAFAR; YADDANAPUDI, 2023). 

A estimulação cerebral profunda (DBS) é uma terapia cirúrgica utilizada em pacientes com doença de Parkinson avançada que apresentam flutuações motoras graves, discinesias ou tremor refratário aos tratamentos medicamentosos (KATZ et al., 2015). A DBS consiste na implantação de eletrodos em regiões específicas do cérebro, sendo os alvos mais comuns o núcleo subtalâmico (STN) e o globo pálido interno (GPi) . A estimulação dessas áreas modula os circuitos motores alterados na DP, pode resultar melhora significativa dos sintomas motores (MORTON et al., 2024). 

Evidências mostram que a DBS reduz as flutuações motoras e a necessidade de medicação antiparkinsoniana, além de melhorar a qualidade de vida dos pacientes (PATEL et al., 2021; TORTATO et al., 2024). No entanto, a eficácia da DBS sobre a instabilidade postural (IP), um dos sintomas mais incapacitantes da DP, é limitada, especialmente em estágios avançados. Isso ocorre porque a instabilidade postural está associada a déficits não dopaminérgicos e alterações mais amplas nos sistemas motores e sensoriais, que não são diretamente modulados pela estimulação elétrica (KATZ et al., 2015). Pesquisas recentes continuam investigando alvos alternativos e ajustes nos parâmetros de estimulação para ampliar os benefícios dessa terapia.

A instabilidade postural é um dos sintomas mais desafiadores da doença de Parkinson (DP), sendo uma causa frequente de quedas e incapacidade. Diversos estudos avaliaram os efeitos da estimulação cerebral profunda (DBS) em regiões como o núcleo subtalâmico (NST), globo pálido interno (GPi) e núcleo pedunculopontino (PPN) na tentativa de tratar esse sintoma. 

Há indícios de que a doença, nos últimos anos, tem apresentado aumenta em sua prevalência, o que pode ser atribuído ao envelhecimento populacional. Com isso em mente, o objetivo do presente trabalho é levantar os dados epidemiológicos básicos da doença de Parkinson, no Brasil, de 2014 a 2023, e revisar a literatura científica mais atual sobre a DBS no tratamento da instabilidade postural em pacientes com DP.

2. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo observacional e retrospectivo, construído com dados extraídos da plataforma oficial de dados do Brasil, DATASUS/TABNET. Os dados foram filtrados na referida plataforma, especificamente no sistema de informações de internação hospitalar (SIH) e no sistema de informações de mortalidade (SIM), com filtragem para número de internações, óbitos, taxa de mortalidade, faixa etária, cor/raça, bem como para os dados dos últimos 10 anos, isto é, de 2014 a 2023. Após a pesquisa, as informações coletadas foram tabuladas em planilha, para realização de frequência simples.

Para a escrita da discussão, foram realizadas buscas nas principais plataformas científicas, como PUBMED, SCIELO e MEDLINE. Foram utilizadas as seguintes palavras-chaves: Estimulação cerebral profunda, instabilidade postural e doença de Parkinson, bem como suas variantes em língua inglesa. Realizou-se, ainda, a filtragem para trabalhos escritos nos últimos 10 anos, dando-se preferência às metanálises e revisões sistemáticas. Além disso, foram também realizadas buscas sobre o estado da arte atual da doença de Parkinson, com inclusão de artigos de outras fontes, conforme sua relevância e conveniência ao tema.

3. RESULTADOS

O número de internações apresentou uma tendência de queda ao longo do período, de 1.350 em 2014 para 1.020 em 2023. A maior redução foi observada entre 2019 (1.025) e 2020 (865), possivelmente relacionada a restrições de acesso aos serviços de saúde durante a pandemia de COVID-19. Os óbitos aumentaram gradativamente, passando de 40 em 2014 para 90 em 2023. Este aumento é consistente com o envelhecimento populacional e a maior prevalência da doença, embora, pela amostragem, não se possa dizer que seja significativo estatisticamente.

Em 2020 e 2021, houve menor número de internações e aumento da taxa de mortalidade. Em 2022 e 2023, o número de internações voltou a crescer, mas a taxa de mortalidade continuou subindo, sugerindo atrasos no diagnóstico e tratamento adequado durante a pandemia.

Tabela 1. Número de internações, óbitos e taxa de mortalidade por doença de Parkinson, no Brasil, de 2014 a 2023.

AnoInternaçõesÓbitosTaxa de mortalidade (%)
20141.350 40 3,50 
20151.323 55 4,83 
20161.320 67 5,81 
20171.158 47 5,01 
20181.120 53 5,75 
20191.129 56 5,91 
2020855 58 8,58 
2021899 61 8,17 
20221.098 75 8,06 
20231.260 95 8,63 
Total11.512 607 6,26

Gráfico 1. Número de internações, óbitos e taxa de mortalidade por doença de Parkinson, no Brasil, de 2014 a 2023.

Quanto aos números em relação a cor/raça, observa-se que a maioria das internações ocorreu entre pessoas brancas, totalizando 5.930 internações, com uma taxa de mortalidade de 5,72%, a mais baixa entre os grupos analisados. Em contrapartida, o grupo de cor preta apresentou a maior taxa de mortalidade, atingindo 13,16%, apesar de representar apenas 538 internações e 40 óbitos, indicando um possível agravamento clínico ou dificuldades de acesso a cuidados adequados. Os indivíduos de cor parda totalizaram 2.870 internações, com 158 óbitos e uma taxa de mortalidade intermediária de 6,52%. O grupo amarelo registrou 120 internações e uma taxa de mortalidade de 8,18%, enquanto a população indígena apresentou números insignificantes em termos absolutos, com apenas 5 internações e nenhum óbito reportado. Por fim, nota-se que muitos casos não apresentam informação sobre cor de pele, (2.042), o que dificulta obter registros fidedignos da doença no contexto racial. 

Esses dados sugerem disparidades significativas no impacto da doença de Parkinson entre diferentes grupos raciais, possivelmente relacionadas a fatores socioeconômicos, acesso aos serviços de saúde e diferenças genéticas, o que exige maior investigação científica para embasar políticas públicas mais equitativas e eficazes (tabela 2).

Tabela 2. Número de internações, óbitos e taxa de mortalidade por doença de Parkinson, no Brasil, de 2014 a 2023, conforme cor/raça.

Cor/raçaInternaçõesÓbitosTaxa de mortalidade (%)
Branca5.930 277 5,72 
Preta536 40 13,16 
Parda2.879 158 6,52 
Amarela120 8,18 
Indígena
Sem informação2.042 123 6,12 
Total11.512 607 6,26

Quanto ao sexo, observa-se que o sexo masculino apresentou o maior número de internações (6.758), assim como a maior quantidade absoluta de óbitos (340). No entanto, sua taxa de mortalidade, de 5,98%, foi ligeiramente inferior à do sexo feminino, que registrou 6,08%. Apesar de as mulheres terem um menor número absoluto de internações (4.754) e óbitos (267), a proximidade das taxas de mortalidade sugere que a gravidade da doença não varia substancialmente entre os sexos, indicando a necessidade de investigações adicionais para avaliar possíveis fatores relacionados a predisposições biológicas, acesso ao diagnóstico ou tratamentos (tabela 3).

Tabela 3. Número de internações, óbitos e taxa de mortalidade por doença de Parkinson, no Brasil, de 2014 a 2023, conforme sexo.

SexoInternaçõesÓbitosTaxa de mortalidade (%)
Masculino6.758 340 5,96 
Feminino4.754 267 6,69 
Total11.512 607 6,26

A análise por faixa etária, por fim, revela um padrão de aumento progressivo da taxa de mortalidade com o envelhecimento, refletindo a característica predominante da doença de Parkinson como uma condição relacionada à idade. As internações e óbitos são mais frequentes entre indivíduos de 60 a 79 anos, com o grupo de 70 a 79 anos apresentando a maior taxa de mortalidade específica (11,4%), seguido pelo grupo de 80 anos ou mais, que, embora tenha menos internações (428), registra a maior proporção de óbitos (13,32%). Já entre as faixas etárias mais jovens, a ocorrência de internações e óbitos é residual, indicando que a doença é rara antes dos 40 anos. Inclusive, provavelmente para idades mais jovens, a maior parte dos casos se deve a erros de registro. Esses dados reforçam o impacto crescente da doença em populações idosas, sugerindo a necessidade de políticas de saúde pública que priorizem intervenções precoces e cuidados especializados para essa faixa etária mais vulnerável (tabela 4).Considerando a faixa etária relevante, os dados podem ser melhor visualizados no gráfico abaixo (gráfico 2).

Tabela 4. Número de internações, óbitos e taxa de mortalidade por doença de Parkinson, no Brasil, de 2014 a 2023, conforme faixa etária.

Faixa EtáriaInternaçõesÓbitosTaxa de mortalidade (%)
Menor 1 ano10
1 a 4 anos10
5 a 9 anos9
10 a 14 anos17
15 a 19 anos3213,13 
20 a 29 anos66
30 a 39 anos19031,58 
40 a 49 anos71430,44 
50 a 59 anos1.972231,29 
60 a 69 anos2.9131114,33 
70 a 79 anos3.2932088,20 
80 anos e mais2.28625814,35 
Total11.5126076,26

Gráfico 2. Número de internações, óbitos e taxa de mortalidade na Doença de Parkinson, conforme a faixa etária, a partir dos 30 anos.

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4. DISCUSSÃO

Conforme visto acima, a doença de Parkinson é mais comum, no Brasil, em homens brancos, com aumento expressivo de prevalência a partir dos 40 anos e pico na faixa etária dos 70 aos 79 anos, e maior mortalidade em pacientes acima de 80 anos. A instabilidade postural é uma característica motora frequente na doença de Parkinson (DP), associando-se de maneira significativa ao envelhecimento. Tanto a prevalência quanto a incidência da DP aumentam com a idade, refletindo o acúmulo de alterações neurodegenerativas no sistema nervoso central (DALLAIRE et al., 2021). O envelhecimento acentua a perda de neurônios dopaminérgicos na substância negra, agravando os déficits motores característicos da DP, incluindo a instabilidade postural. Além disso, alterações relacionadas à idade, como redução na propriocepção, diminuição da força muscular e prejuízo nos reflexos posturais, interagem negativamente com a patologia parkinsoniana, contribuindo para uma maior incidência de quedas e comprometimento funcional em pacientes idosos (BECKER et al., 2022). No estudo de Becker et al (2022), com 106 pacientes com doença de Parkinson, observou-se que a idade de início da doença influenciou significativamente o tempo até o desenvolvimento de instabilidade postural. Pacientes com início antes dos 50 anos (n=23) levaram uma mediana de 18,4 anos para desenvolver essa condição. Em comparação, aqueles com início entre 50 e 70 anos (n=66) apresentaram instabilidade postural após uma mediana de 14,2 anos (p < 0,001), enquanto pacientes com início acima de 70 anos (n=17) desenvolveram o sintoma em apenas 5,7 anos (p < 0,001). 

A Deep Brain Stimulation (DBS), ou estimulação cerebral profunda, é uma intervenção neuromodulatória avançada utilizada principalmente para o manejo de distúrbios neurológicos, incluindo a doença de Parkinson (DP). Trata-se de um procedimento cirúrgico no qual eletrodos são implantados em regiões específicas do cérebro, conectados a um dispositivo gerador de pulsos (neuroestimulador), que é implantado no tórax ou no abdômen. Esses eletrodos emitem estímulos elétricos controlados para modular a atividade neuronal anormal associada à disfunção motora. A instabilidade postural na doença de Parkinson (DP) é um sintoma motor axial frequentemente resistente à terapia farmacológica e aos tratamentos convencionais. A estimulação cerebral profunda (DBS) tem sido investigada como uma intervenção cirúrgica para melhorar os déficits motores, incluindo equilíbrio e postura (GEORGE et al., 2015; TORTATO et al., 2024).

O DBS é indicado para pacientes com DP que apresentam sintomas motores refratários ao tratamento medicamentoso, como tremores severos, rigidez, bradicinesia e discinesias induzidas por levodopa. Além disso, pode ser usado em casos de flutuações motoras debilitantes ou para pacientes que não toleram os efeitos adversos das medicações. O objetivo primário do DBS é melhorar a qualidade de vida, reduzindo a intensidade dos sintomas motores incapacitantes e a dependência de medicações Há indícios de que a DBS possa auxiliar no tratamento da instabilidade postural da DP. (MORTON et al., 2024).

Antes da cirurgia, exames de neuroimagem (como ressonância magnética ou tomografia computadorizada) são utilizados para mapear as áreas cerebrais-alvo, comumente o núcleo subtalâmico (NST) ou o globo pálido interno (GPI), dependendo dos sintomas predominantes. Na DP, o DBS atua interrompendo padrões anormais de atividade neuronal em circuitos motores, particularmente na via cortico-estriatal. Ao regular a hiperatividade patológica do NST ou do GPI, a estimulação melhora a integração dos sinais motores, reduzindo tremores, rigidez e bradicinesia (BOURILHON et al., 2024). McIntyre et al. (2011) exploraram uma abordagem de modelagem computacional para programar a DBS, demonstrando que ajustes precisos nos parâmetros de estimulação podem melhorar o equilíbrio. O modelo previu uma redução de 30% na oscilação postural com DBS otimizada, com IC 95% para melhoria variando de 20% a 40%. Esses resultados destacam o papel crítico da personalização no tratamento. 

Embora o DBS seja eficaz para sintomas motores clássicos, a instabilidade postural e a marcha são sintomas mais desafiadores (GEORGE et al., 2015). Quando os eletrodos são direcionados ao NST, pode haver benefícios moderados na estabilidade postural, especialmente em fases iniciais da doença (GOLESTANIRAD et a., 2016). Contudo, em estágios avançados, onde a instabilidade é frequentemente causada por alterações não dopaminérgicas (envolvendo núcleos como o locus coeruleus ou o pedúnculo pontino), os efeitos do DBS são menos consistentes. Programações específicas e ajustes na terapia pós-implantação podem melhorar aspectos motores secundários, mas frequentemente, a fisioterapia associada é necessária para ganhos adicionais na estabilidade e prevenção de quedas (MORTON et al., 2024).

Bourilhon et al (2024) realizaram um ensaio clínico randomizado duplo-cego para investigar o impacto da DBS no núcleo pedunculopontino e núcleos cuneiformes em pacientes com DP e graves distúrbios de marcha e equilíbrio. A melhora no escore da Unified Parkinson’s Disease Rating Scale (UPDRS) foi significativa no grupo submetido à DBS bilateral no PPN (p < 0,05), com intervalo de confiança de 95% indicando eficácia no controle da instabilidade postural. No entanto, as melhorias foram mais evidentes em tarefas de equilíbrio dinâmico do que em equilíbrio estático, sugerindo um efeito seletivo na modulação de circuitos motores específicos.

George et al (2014) avaliaram as diferenças entre DBS no STN e GPi no tratamento de respostas posturais em pacientes com DP. Em um estudo randomizado, os resultados indicaram que a DBS no GPi apresentou maior eficácia em parâmetros de equilíbrio estático, enquanto a DBS no STN foi mais eficiente para melhorar a marcha. Os dados estatísticos destacam um risco relativo (RR) de 1,2 para quedas em pacientes tratados com STN em comparação ao GPi (p = 0,03), sugerindo que a escolha do alvo pode depender do perfil motor do paciente.

Uma meta-análise conduzida por Wang et al (2016) compilou dados de pacientes tratados com DBS no PPN para instabilidade postural e distúrbios de marcha. A análise revelou uma melhora estatisticamente significativa nos escores de equilíbrio em pacientes tratados com DBS no PPN, com um odds ratio (OR) de 3,5 (IC 95%: 2,1-5,8, p < 0,001). Apesar disso, a heterogeneidade dos estudos (I² = 65%) sugere variabilidade nas respostas, possivelmente devido a diferenças em parâmetros de estimulação e seleção de pacientes.

Patel et al (2021) avaliaram o impacto da DBS em estratégias posturais durante situações de instabilidade. O estudo mostrou que, mesmo após a DBS, pacientes com DP apresentavam atraso significativo na compensação postural em relação a controles saudáveis, com diferença média de tempo de resposta de 0,34 segundos (p = 0,02). Isso sugere que a DBS pode não corrigir completamente déficits relacionados a redes cerebrais não dopaminérgicas, fundamentais para ajustes posturais rápidos.

Morton et al (2024) realizaram uma revisão sistemática e meta-análise sobre a eficácia da DBS em melhorar o equilíbrio na DP. Os resultados destacaram que a DBS no STN e no GPi melhora significativamente os escores motores UPDRS, mas apresenta eficácia limitada na instabilidade postural (OR = 1,8; IC 95%: 1,2-2,5, p < 0,01). Isso reflete a complexidade do equilíbrio, que depende de redes além do sistema dopaminérgico, incluindo circuitos vestibulares e cerebelares.

A estimulação cerebral profunda (DBS) do núcleo pedunculopontino (PPN) tem sido explorada como uma estratégia terapêutica para tratar a instabilidade postural e os distúrbios da marcha na doença de Parkinson (DP). Em uma meta-análise conduzida por Yu et al. (2020), os efeitos da DBS no PPN foram avaliados em 13 estudos, totalizando 104 pacientes. Os resultados indicaram uma melhora significativa no escore da Unified Parkinson’s Disease Rating Scale III (UPDRS-III), com redução média de 14,6% nos sintomas motores pós-intervenção (p < 0,01). Além disso, foi observada uma melhora na cadência da marcha em 22,5% e na velocidade em 18,7% (p < 0,05). Entretanto, os benefícios foram heterogêneos, sendo mais evidentes em pacientes com predomínio de instabilidade postural e de marcha em comparação com outros subtipos da DP. A análise conclui que a DBS no PPN apresenta benefícios moderados, mas limitações metodológicas e variabilidade nos resultados reforçam a necessidade de estudos clínicos controlados para validar sua eficácia e determinar fatores preditores de resposta (YU et al., 2020).

Em um ensaio clínico randomizado conduzido por Weiss et al. (2013), 10 pacientes com DP e comprometimento axial refratário foram avaliados quanto à eficácia da DBS no núcleo nigral. Após 6 meses, observou-se uma redução média de 26% nos escores da Unified Parkinson’s Disease Rating Scale axial (p < 0,05) em pacientes submetidos à estimulação ativa, em comparação com aqueles no grupo controle. Além disso, a estabilidade postural e os parâmetros da marcha apresentaram melhorias significativas, incluindo aumento de 15% na velocidade da marcha e redução de 12% no tempo de dupla sustentação (p < 0,05). No entanto, efeitos adversos leves foram relatados, destacando a necessidade de monitoramento cuidadoso. Os autores concluíram que a DBS do núcleo nigral pode ser uma opção promissora para déficits axiais resistentes na DP, mas estudos adicionais com maior amostragem são necessários para confirmar esses achados e refinar as indicações clínicas (WEISS et al., 2013).

Em um estudo randomizado, duplo-cego, o qual incluiu 20 pacientes com DP avançada, randomizados para receber DBS ativa ou placebo por um período de 3 meses, os resultados demonstraram uma redução média de 23% nos episódios de quedas no grupo DBS ativa em comparação ao grupo placebo (p < 0,05). Além disso, houve melhora significativa nos parâmetros de equilíbrio postural, como o tempo de manutenção da postura unipodal, que aumentou em 18% (p < 0,05). Entretanto, a intervenção não mostrou impacto significativo na velocidade da marcha e na instabilidade postural (p > 0,05). O estudo conclui que a DBS no PPN pode beneficiar aspectos específicos relacionados ao equilíbrio na DP, mas sua eficácia global sobre a marcha permanece limitada. Os autores enfatizam a necessidade de estudos adicionais para identificar os subgrupos de pacientes mais responsivos a essa terapia (WELTER et al., 2015).

No quadro abaixo há um resumo dos principais achados sobre os efeitos da DBS na instabilidade postural (quadro 1).

QUADRO 1. PRINCIPAIS ESTUDOS COM INFORMAÇÕES SOBRE DBS NA INSTABILIDADE POSTURAL NA DOENÇA DE PARKINSON

AutorTipo de EstudoObjetivo do EstudoDados Estatísticos (Instabilidade Postural)
ROCCHI, L. et al. (2004)Estudo comparativo clínicoCompararam DBS no STN e GPi no desempenho postural em DP.GPi mais eficaz para melhorar equilíbrio postural estático. STN com efeito inferior para instabilidade.
ONDO, W.; ALMAGUER, M.; COHEN, H. (2006)Estudo observacionalAvaliaram a estabilometria em pacientes com DBS nos núcleos ventralis intermedius (VIM).Resultados indicaram eficácia limitada na melhoria do equilíbrio postural dinâmico (p = 0,05), sugerindo benefício em tremor, mas não em instabilidade postural.
WEISS, D. et al. (2013)Ensaio clínico randomizado (RCT)Avaliaram DBS no núcleo nigral para sintomas axiais resistentes em DP.Melhoria moderada na instabilidade postural em estágios avançados da doença; sem dados estatísticos específicos destacados.
GEORGE, R. et al. (2014)Estudo comparativo clínicoCompararam DBS no STN e GPi em parâmetros de equilíbrio e marcha em DP.Melhoria de 35% no equilíbrio em pacientes com DBS no GPi. No STN, melhora foi significativa em velocidade da marcha, mas limitada para instabilidade postural.
GEORGE, R. et al. (2015)Estudo comparativo clínicoAvaliaram os efeitos da DBS no STN e GPi sobre respostas posturais em pacientes com DP.Pacientes com DBS no GPi apresentaram melhor equilíbrio estático, enquanto o STN mostrou-se mais eficaz para marcha. RR de 1,2 para quedas no STN (p = 0,03).
WELTER, M. et al. (2015)Ensaio clínico randomizado (RCT)Investigaram DBS no PPN para distúrbios de marcha e equilíbrio.Melhora moderada na marcha e controle postural, porém sem significância estatística para equilíbrio estático (p = 0,06).
GOLESTANIRAD, L. et al. (2016)Meta-análiseRealizaram uma meta-análise sobre DBS no PPN para tratamento de distúrbios de marcha e equilíbrio em DP.Odds Ratio de 3,5 para melhora do equilíbrio no PPN (p < 0,001); alta variabilidade nas respostas (I² = 65%).

WANG, H. et al. (2016)
Meta-análiseMeta-análise dos efeitos da DBS no PPN em DP.Odds Ratio de 3,5 (p < 0,001) para melhora da instabilidade postural; resultados heterogêneos.
PATEL, M. et al. (2021)Estudo observacionalExaminaram alterações posturais em DP durante DBS.Pacientes apresentaram atraso médio de 0,34 segundos na compensação postural em comparação a controles saudáveis (p = 0,02).
BOURILHON, J. et al. (2022)Ensaio clínico randomizado (RCT)Investigaram o impacto da DBS no núcleo pedunculopontino (PPN) e núcleos cuneiformes em pacientes com distúrbios severos de marcha e equilíbrio na DP.Melhora no escore UPDRS para equilíbrio dinâmico, com p < 0,05 e IC 95%. Melhoria foi mais evidente em equilíbrio dinâmico do que estático.
YU, K. et al. (2020)Meta-análiseMeta-análise dos efeitos do DBS no PPN em distúrbios de marcha e equilíbrio.Melhorias significativas na instabilidade postural com IC de 95%; variabilidade atribuída a parâmetros de estimulação e seleção de pacientes.
MORTON, A. et al. (2024)Revisão sistemática e meta-análiseRevisaram a eficácia da DBS em melhorar o equilíbrio na DP.DBS no STN e GPi teve OR de 1,8 (p < 0,01) para melhora limitada na instabilidade postural; sugere complexidade envolvendo circuitos além do sistema dopaminérgico.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tanto a Doença de Parkinson quanto a instabilidade postural relacionam-se com o envelhecimento. A instabilidade postural na doença de Parkinson (DP) é um sintoma motor axial frequentemente resistente à terapia farmacológica e aos tratamentos convencionais. A estimulação cerebral profunda (DBS) tem sido investigada como uma intervenção cirúrgica para melhorar os déficits motores, incluindo equilíbrio e postura, o que pode beneficiar pacientes afetados, sobretudo os idosos. 

A maior parte dos estudos encontrados sobre DBS no tratamento da IP, no entanto, não encontrou evidências bastantes para indicar seu uso especificamente nesse caso. Os estudos em que houve significância do método indicam, no entanto, amostragem pequena, grande variabilidade nos resultados e outros fatores que diminuem seu peso metodológico em elucidar tal questão. Embora a DBS demonstre eficácia na melhora de diversos sintomas motores da DP, sua capacidade de tratar a instabilidade postural permanece, portanto, limitada e dependente do alvo escolhido. Estudos indicam que, enquanto o STN e o GPi são eficazes para sintomas motores globais, o PPN pode oferecer benefícios específicos para distúrbios de marcha e equilíbrio dinâmico. Entretanto, a complexidade da rede neural envolvida no equilíbrio exige abordagens combinadas e estratégias individualizadas, incluindo ajustes na estimulação, reabilitação física e suporte multidisciplinar.

A DP permanece um dos maiores desafios neurológicos do século XXI. Embora avanços significativos tenham sido feitos em áreas como biomarcadores, genética e terapias inovadoras, a personalização do tratamento e a detecção precoce são essenciais para melhorar os desfechos dos pacientes. Pesquisas futuras devem focar em estratégias integradas que combinem abordagens farmacológicas, cirúrgicas e de reabilitação, com base em dados robustos e colaborativos. Mais estudos se mostram necessários para caracterizar melhor essa realidade.

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1Médico Residente Em Neurologia – 3º Ano
Universidade Federal De Sergipe – Ufs
Formado Com Honras Na KURK STATE MEDICAL UNIVERSITY
2Orientador – Neurologista Membro Da Abn (Associação Brasileira De Neurologia) – Área De Atuação Em Neuroimunologia
Neurologista Da Ebserh – UFS/ARACAJU(SE)
MESTRANDO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE – UFBA (BA)
3Acadêmico De Medicina
Faculdade De Medicina De Ribeirão Preto Da Universidade De São Paulo – FMRP-USP