NEW CONTRACEPTIVE MANAGEMENT TECHNOLOGIES
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7442451
Priscila Duarte de Morais Lima
Orientador: Alex Sandro Rodrigues Baiense
RESUMO
Introdução: O tema versa sobre o surgimento de novas tecnologias de contraceptivos ao qual tem gerado aceitação nas escolhas realizadas pelos usuários, considerando que a contracepção é uma prática utilizada mundialmente e a alternativa do método contraceptivo deve adequar-se às necessidades e condições de saúde dos pacientes. Objetivo: Apresentar através da literatura novas tecnologias em métodos contraceptivos. Justificativa: o tema se torna relevante por sugerir novos métodos de formas de administração com alternativas para quem deseja contracepção de mais longo prazo, evitando a necessidade de ingestão diária. Metodologia:
Estudo de revisão literária com publicações nas bases de dados da BVS, Scielo, Google Acadêmico e Conselho Federal de Farmácia, do ponto de vista dos objetivos a pesquisa é do tipo descritiva e se insere na abordagem qualitativa. Resultado: À luz das evidências literárias o resultado aponta para um cenário ao qual essas novas tecnologias contraceptivas colocam as necessidades das mulheres em primeiro lugar, sabemos que os contraceptivos modernos são altamente eficazes na prevenção da gravidez contudo a saúde, qualidade de vida e bem estar da mulher devem ser considerados. Conclusão: Não se trata apenas de sugerir todas as formas
contraceptivas, tão abordadas na literatura, mas apresentar e identificar novas tecnologias objetivando ampliar o leque de escolha contraceptiva de forma responsável em concordância com a própria forma de viver. Destarte, sugere-se que sejam desenvolvidos mais pesquisas sobre o tema para que os usuários tenha uma visão ampla sobre a eficácia, custo-benefício, segurança, vantagens e desvantagens das novas tecnologias contraceptivas. Quando mulheres e meninas têm acesso a novas tecnologias de contraceptivos se abre um período de empoderamento que beneficia a todos.
Palavras-chave: Contraceptivos. Adesivo. Dispositivo Intrauterino. Planejamento Familiar. Implanon.
ABSTRACT
Introduction: The theme deals with the emergence of new contraceptive technologies that have generated acceptance in the choices made by users, considering that contraception is a practice used worldwide and the alternative of the contraceptive method should adapt to the needs and health conditions of patients. Objective: To present through the literature new technologies in contraceptive methods. Justification: the theme makes relevant because it suggests new methods of forms of administration with alternatives for those who want longer-term contraception, avoiding the need for daily intake. Methodology: Study of literary review with
publications in the databases of the VHL, Scielo, Google Academic and Federal Council of Pharmacy, from the point of view of the objectives the research is descriptive type and is part of the qualitative approach. Result: In light of literary evidence the result points to a scenario to which these new contraceptive technologies put women’s needs first, we know that modern contraceptives are highly effective in preventing pregnancy however women’s health, quality of life and well-being should be considered. Conclusion: It is not only a question of suggesting all contraceptive forms, so addressed in the literature, but also to present and identify new
technologies aiming to expand the range of contraceptive choice in a responsible way in accordance with the way of living itself. Thus, it is suggested that more research on the subject be developed so that users have a broad view on the efficacy, cost-benefit, safety, advantages and disadvantages of new contraceptive technologies. When women and girls have access to new contraceptive technologies, a period of empowerment opens up that benefits everyone.
Keywords: Contraceptives. Adhesive. Intrauterine device. Family Planning. Implanon.
1 INTRODUÇÃO
Os contraceptivos são a principal ferramenta de planejamento familiar. Atualmente, 58% das mulheres brasileiras utilizam a pílula anticoncepcional como método contraceptivo. Na sequência vem o preservativo com 43%, seguido do DIU de cobre com 8% e, por último, os anticoncepcionais injetáveis com 6%. Laqueadura, método da tabelinha, temperatura corporal e coito interrompido são a minoria, com menos de 5% cada um (REVISTA CRESCER, 2021).
Sabe-se que a pílula anticoncepcional é o método mais usado, pois é um método de fácil acesso, disponível em diversas formas e com valores acessíveis, porém nem sempre é o mais indicado. É um método que exige responsabilidade da paciente e manutenção diária, pois a eficácia do medicamento pode ser prejudicada caso o tratamento seja interrompido. Nesse sentido o trabalho versa sobre diferentes e inovadores métodos que são eficazes, de baixa manutenção e com menos efeitos colaterais ao corpo da mulher, diante desse contexto o estudo tem por objetivo apresentar através da literatura novas tecnologias em métodos contraceptivos.
A justificativa do tema vai além de uma pesquisa bibliográfica, o estudo tem como base a motivação de se aprofundar no tema e a necessidade de desenvolver conteúdo que contribua para uma causa maior, ou seja, informações que sejam capazes de potencializar o conhecimento da mulher sobre a existência de tecnologias contraceptivas e ampliar as informações do profissional de farmácia, acadêmicos e sociedade sobre a existência de diferentes formas de contraceptivos além dos tradicionais orais.
Keywords: Contraceptives. Adhesive. Intrauterine device. Family Planning. Implanon.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo geral
Apresentar através da literatura novas tecnologias em métodos contraceptivos.
1.2.2 Objetivos específicos
● Conhecer os métodos contraceptivos tradicionais e de novas tecnologias;
● Apresentar as vantagens e desvantagens dos contraceptivos;
● Discutir sobre possíveis efeitos colaterais dos métodos contraceptivos;
● Identificar métodos contraceptivos modernos;
● Conceituar sobre contraceptivos.
1.3 JUSTIFICATIVA
A relevância do tema vai muito além de uma pesquisa bibliográfica, a motivação tem como base a necessidade de se aprofundar no tema e de desenvolver conteúdo que contribua para uma causa maior, ou seja, informações que sejam capazes de potencializar o conhecimento da mulher sobre a existência de tecnologias contraceptivas e ampliar as informações do profissional de farmácia, acadêmicos e sociedade sobre a existência de diferentes formas de contraceptivos além dos tradicionais orais.
Na instituição que realizo estágio foi possível presenciar alguns relatos de mulheres adeptas dos anticoncepcionais oral (tradicionais), assim foi possível observar que a necessidade de pesquisar novos contraceptivas objetivando minimizar os efeitos prolongados que a pílula anticoncepcional pode causar nas mulheres.
Partido das premissas a sociedade, o governo e a comunidade científica se beneficiam, pois as abordagens literárias fornecem insumos que permitem enxergar os novos métodos contraceptivos como fator para minimizar as reações do corpo da mulher.
Por esse motivo, os estudos a respeito das novas tecnologias de anticoncepcional é relevante, pois se encontra cada vez mais no campo de interesse de pesquisadores, na tentativa de promover a saúde da mulher de forma mais humanizada e com qualidade no momento de optar por algum contraceptivo inseridos no contexto de nova tecnologia.
1.4 METODOLOGIA
O presente trabalho é um estudo bibliográfico, para Lakatos e Marconi (2019) o procedimento de pesquisa bibliográfica é o mais comum, estando praticamente presente em todos os trabalhos de conclusão de curso, tem caráter predominante teórico ao qual se busca desvendar os relacionamentos entre conceitos, ideias e característica de um objeto. Realiza-se a comparação a partir de vários ângulos diferentes sobre o mesmo problema, nesse contexto o pesquisador amplia as informações sobre o assunto e através dessas informações os resultados são comparados e interpretados chegando à conclusão.
O critério de inclusão e exclusão tem como base publicações dos últimos 5 anos relacionados ao tema que serão obtidas através de livros, E-books, escritos e eletrônicos, artigos científicos, páginas na internet, periódicos, teses e dissertações, website, periódicos de Revista Eletrônica de Farmácia com publicações no idioma português. As buscas serão realizadas nas principais base de dados, por exemplo, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scientific
Electronic Library Online (SciELO), Google Acadêmico, Conselho Federal de Farmácia (CFF), entre outros. Como critério de inclusão os artigos selecionados contêm subsídios que contribuíram com respostas necessárias para se alcançar os objetivos do trabalho. Para exclusão desconsiderou-se as publicações classificadas como documentário, blogs, e anais de congresso.
Do ponto de vista dos objetivos a pesquisa é do tipo descritiva, que de acordo com Gil (2008) têm como desígnio primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados. Os mecanismos de busca dos dados são os sistemas baseados no uso exclusivo de programas de computador para a indexação das páginas da Web. Nesses mecanismos, a pesquisa é feita por palavras-chave.
O estudo se insere na abordagem qualitativa, conforme Rauen (2018) na pesquisa qualitativa existe um vínculo entre sujeitos e a realidade na qual não se consegue traduzir em números ou estatísticas, mas sim a partir da interpretação descritiva dos dados obtidos pelo pesquisador.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 Contraceptivos: Conceito e Definição
São maneiras, medicamentos, objetos e cirurgias usados pelas pessoas para evitar a gravidez. Existem métodos femininos e masculinos. Existem métodos considerados reversíveis, que são aqueles em que a pessoa, após parar de usá-los, volta a ter a capacidade de engravidar.
Existem métodos considerados irreversíveis, como a ligadura de trompas uterinas e a vasectomia, porque, após utilizá-los, é muito difícil a pessoa recuperar a capacidade de engravidar. Por isso, para optarem pela ligadura de trompas uterinas ou pela vasectomia como método anticoncepcional, as pessoas precisam estar seguras de que não querem mais ter filhos (BRASIL, 2009).
A Conferência sobre População e Desenvolvimento (CPD) realizada no Egito em 1994 é um marco na definição do planejamento familiar como direito . No Brasil, a Política Naciona de Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos e as Políticas Nacionais Relacionadas à Saúde da Mulher fortalecem a garantia dos direitos constitucionais relacionados ao planejamento familiar e estabelecem as responsabilidades do Estado. Essas medidas têm efeitos diretos na saúde reprodutiva e na melhoria de indicadores socioeconômicos (BRASIL, 2005).
Corroborando Perpétuo e Wong (2006) pontuam que o uso de contraceptivos no Brasil foi investigado na Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS) em 1996 e em 2006. Na PNDS-2006, 65,2% das mulheres de 15 a 49 anos referiram uso atual de método contraceptivo considerado moderno. Ao incluir os métodos tradicionais (tabela, abstinência periódica, entre outros), a prevalência foi 67,8%. Predominaram contraceptivo oral (22,1%), esterilização feminina (21,8%), preservativo masculino (12,9%), injeção
contraceptiva (3,5%) e esterilização masculina (3,3%).
Os métodos contraceptivos1 têm a função de proteger homens e mulheres das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), bem como evitar uma gravidez indesejada. Existem os métodos de barreira, os hormonais, intrauterinos, cirúrgicos e os comportamentais (UFRRJ, 2021). É importante que homens e mulheres conheçam o funcionamento do seu corpo. Esse conhecimento os auxilia no controle da sua capacidade reprodutiva e ajuda a entender melhor como agem os métodos anticoncepcionais, de modo que possam planejar a gravidez, quando
ela for desejada (BRASIL, 2009).
Não existe um método melhor que o outro, cada um tem vantagens e desvantagens.
Assim como também não existe um método 100% eficaz, todos têm uma probabilidade de falha.
Dessa forma, um método pode ser adequado para uma pessoa e não ser para outra, por isso a pessoa deve procurar escolher o método mais adequado para si. O melhor método para uma pessoa usar é aquele que a deixa confortável e que melhor se adapta ao seu modo de vida e à sua condição de saúde. É importante procurar um serviço de saúde antes de iniciar o uso de qualquer método anticoncepcional, porque existem situações em que determinados métodos não devem ser usados. Além disso, é necessário fazer acompanhamento periódico para verificar se o método está sendo usado corretamente e se houve o aparecimento de algum problema
(BRASIL, 2009).
Destarte, a escolha deve ser livre e informada. É importante procurar um serviço de saúde para receber informações sobre os métodos anticoncepcionais disponíveis e para obter o método escolhido. Estar bem informado é fundamental para se fazer a melhor escolha (BRASIL, 2009).
O devido conhecimento sobre a ação dos anticoncepcionais orais hormonais, incluindo modo de ação e a curto, médio e longo prazo é necessário antes da utilização por mulheres que buscam nele, a anticoncepção. Sem o devido acompanhamento com o profissional de saúde o uso pode tornar-se indiscriminado, comprometendo a saúde da usuária do método por meio dos efeitos adversos que o anticoncepcional oral (ACO) pode proporciona (SILVÉRIO et al., 2021).
Almeida (2010) acrescenta que a decisão na escolha dos vários métodos contraceptivos passa pela análise das vantagens e desvantagens de cada técnica. Devem ser explicados e entendidos de forma que o indivíduo faça a opção mais adequada.
Embora os métodos mais conhecidos sejam o anticoncepcional oral, preservativo masculino, esterilização feminina, DIU e abstinência periódica, a contracepção se restringe geralmente ao uso do anticoncepcional oral e da esterilização feminina. Desse modo, a diversidade de métodos contraceptivos contrasta com a dificuldade no acesso e limitada informação sobre a ampla variedade de métodos anticoncepcionais existentes, indicando um
descompasso entre o que é proposto pelo programa de planejamento familiar e aquilo que é efetivamente implementado (SOS CORPO, 2007).
2.2 Métodos Contraceptivos Tradicionais
Os anticoncepcionais ou ACO são fármacos que previnem a gravidez e podem ser utilizados em circunstâncias específicas como na prevenção de uma gravidez de risco, no planejamento familiar, controle do crescimento populacional, entre outras. Segundo Goldfien (1988) e Williams e Stancel (1996), apresentam também outros benefícios tais como: a regularização do ciclo menstrual, redução da tensão pré-menstrual, redução da incidência de cistos ovarianos, de câncer ovariano e endometrial e de doenças benignas das mamas.
Freguglia e Fonseca (2006) destacam que ao longo do tempo com o avanço dos conhecimentos sobre o funcionamento do corpo, especialmente sobre os hormônios, associados às novas tecnologias, sugiram os anticoncepcionais orais e os métodos de esterilização. Mas as primeiras formas de contracepção iniciou com os métodos de barreira, especialmente a camisinha. Almeida (2010) afirma que o uso de métodos contraceptivos é reconhecido como a variável intermediária de maior importância na determinação dos níveis de fecundidade.
De acordo com Alves (2018) a determinação em conseguir um contraceptivo oral só foi possível devido a militância de Margaret Sanger, dos recursos financeiros de Katharine McCormick e dos conhecimentos científicos de Gregory Pincus e John Rock. Em 1951 e 1952, Margaret Sanger conseguiu financiamento para a pesquisa da contracepção hormonal de Gregory Pincus. Em 1952, John Rock foi recrutado para investigar o uso clínico da progesterona para prevenir a ovulação. Em 1955, a equipe anunciou o uso clínico bem-sucedido de
progestinas para prevenir a ovulação. Enovid2, o nome comercial da primeira pílula, foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA e colocado no mercado em 1957 como regulador menstrual.
“Um dia histórico e um tremendo passo à frente”: foi com essa manchete que a revista Der Stern anunciou, na década de 1960, o lançamento do contraceptivo oral no mercado alemão. Tudo havia começado no início dos anos 1950 nos Estados Unidos. A feminista Margaret Sanger e a milionária Katherine McCormick haviam se unido para inventar uma pílula contra a gravidez que fosse fácil de usar, eficiente e barata (HARTL, 2020).
Alves (2018) acrescenta que em 1960, a Enovid obteve aprovação do FDA para o uso contraceptivo. Diante das duras críticas que a pílula sofreu, na década de 1970 surge a segunda geração de pílulas, com menos hormônios e sem perda da eficácia. A terceira geração de pílulas chegou ao mercado em 1990, as pílulas modernas têm uma quantidade muito menor de hormônio que as antigas.
O uso de métodos contraceptivos é reconhecido como a variável intermediária de maior importância na determinação dos níveis de fecundidade, mas antes de iniciar o uso de métodos anticoncepcionais, a mulher deve ser adequadamente orientada pelo profissional de saúde. Essa orientação deve abranger informações acuradas sobre todos os métodos anticoncepcionais disponíveis. Uma orientação adequada permite a tomada de decisão baseada em informações, traduzindo a escolha livre e informada (ALMEIDA, 2010). Descobrir qual é o método que mais se adapta é importante não só para o sucesso da contracepção, mas também para mulher se sinta à vontade para usá-lo de forma prolongada (PINHEIRO, 2022).
Segundo Almeida (2010) os métodos contraceptivos se dividem em Métodos reversíveis naturais; métodos não reversíveis não naturais; métodos hormonais ou químicos; dispositivos intrauterinos; Métodos irreversíveis conforme o quadro 1 especifica. Para o autor o conhecimento sobre a divisão dos métodos contraceptivos pode contribuir para que os indivíduos escolham o que é mais adequado ao seu comportamento sexual e condições de saúde, bem como para seu uso de forma correta. Assim, esse conhecimento deve estar relacionado à
prevenção da gravidez indesejada, ao aborto provocado, a mortalidade materna e outros agravos
à saúde relacionados à morbimortalidade reprodutiva.
Quadro 1 – Divisão dos métodos contraceptivos
Métodos | Tipos |
Métodos reversíveis naturais (métodos comportamentais. | Tabelinha (Método Rítmico ou Ogino-Knaus); Muco Cervical ou Billings Temperatura Basal; Coito Interrompido. |
Métodos não reversíveis não naturais (método de barreiras). | Preservativo Masculino; preservativo Feminino; diafragma; capuz Cervical. |
Métodos hormonais ou químico. | Anticoncepcionais orais (pílulas); pílula vaginal; anticoncepcionais Injetáveis; espermicida vaginal; esponja vaginal; implante Hormonal; anel vaginal Nuvaring (Organon); adesivos; contracepção de emergência ou pílula do dia seguinte. |
Dispositivos intrauterinos. (Método sinto térmico). | Dispositivo Intrauterino (DIU); dispositivo Intrauterino combinado com hormônios (MIRENA). |
Métodos irreversíveis (cirúrgicos). | Laqueadura; Vasectomia. |
De acordo com Silvério et al. (2021) a escolha do método a ser adotado deve ser feita a partir do perfil da mulher e em comum acordo com o parceiro, O aconselhamento que antecede a decisão da mulher pelo melhor método deve considerar a sua história clínica, as contraindicações e as informações de outros métodos alternativos compatíveis com sua condição de saúde, simbolizando cautela, habilidade e raciocínio clínico como atributos
essenciais para uma interação entre personalizada, humanizada e, principalmente, qualificada na assistência à saúde.
Confira a seguir na figura 1 a lista que elenca os métodos contraceptivos tradicionais com sua especificação de eficazes e ineficazes.
Para Trussell e Vaughan (1999) o uso típico de métodos contraceptivos reversíveis tem índice de falha de 1,8. Em geral, a falha é motivada por uso imperfeito, e não por inerente ineficácia do método. Altas taxas de suspensão da contracepção provavelmente refletem insatisfação com os métodos disponíveis. Hensshaw (1998) esclarece que as estimativas de falha vêm diminuindo, provavelmente devido a novas abordagens que aumentam a adesão e propiciam maior aceitação pelas usuárias.
No entanto, Wannmacher (2006) alerta sobre à similaridade dos outros medicamentos, o autor acrescenta que é preciso considerar sua eficácia, segurança, conveniência e custo-efetividade comparativa. Em termos de escolha para contracepção, devem ser incluídos critérios específicos, tais como: eficácia contraceptiva (teórica e de uso), segurança (aceitáveis efeitos adversos), reversibilidade (retorno à fertilidade), conveniência (duração do método, modo de administração, presença de amenorreia ou sangramento similar ao menstrual), prevalência de
contraindicações absolutas (intolerância a um ou mais componentes, osteoporose, trombose venosa profunda, hipertensão arterial etc.); vantagens não-contraceptivas, custo suportável e acesso.
2.2.1 Vantagens e desvantagens dos contraceptivos e possíveis efeitos colaterais
Embora os contraceptivos hormonais tenham permitido que gerações de mulheres planejassem suas famílias, eles não são adequados para todos. Vogelsong (2022) pontua que as vantagens e desvantagens estão associadas a possíveis efeitos colaterais como sangramento uterino imprevisível, alterações de humor e dores de cabeça podem ser irritantes na melhor das hipóteses e, nos piores casos, debilitantes. Quase todos os produtos no mercado envolvem hormônios, então as mulheres se deparam com uma escolha terrível: suportar os efeitos
colaterais? Ou corre o risco de gravidez indesejada? Desenvolver outras opções para essas mulheres faz sentido, mas historicamente os investimentos em contraceptivos não hormonais têm sido quase inexistentes. O quadro 2 resume as vantagens, desvantagens e o tipo de efeito colateral consequente da utilização de contraceptivos.
Quadro 2 – Vantagens, desvantagens e efeitos colaterais dos contraceptivos
Método | Vantagens | Desvantagens | Efeitos Colaterais |
Camisinha | Favorece o conhecimento do período da menstruarão e fertilidade de cada mulher. | Não é recomendável para adolescentes pode ocorrer falhas e gravidez; não previne contra DST e HIV, pode romper durante a atividade sexual; pode ser desconfortá- vel. | Não apresenta efeitos colaterais |
Diafragma | Pode ser usado em todas as fases da mulher da adolescência à menopausa; não atrapalha a relação sexual; não faz mal à saúde e não interfere no ciclo menstrual; pode ser usado com um espermicida aumen-tando a proteção. | Exige disciplina em seu uso; não evita todas as doenças sexualmente transmissíveis (DST). | Não apresenta efeitos colaterais. |
Espermicida | Não precisa ser usado todos os dias; não prejudica a saúde e não interfere no ciclo menstrual; utilização simples. | O tempo de ação do espermicida é de 2hs. Necessita de reaplicação em relação prolongada ou repetida; não protege de DST; pouco eficaz. | Pode aumentar o risco de infecção do trato urinário se não for usado corretamente; pode ocorrer irritação vaginal se usado mais de várias vezes ao dia; queimação, vermelhidão ou coceira na vagina. |
Hormonal pílula | A mulher toma diariamente a pílula não necessitando de utilizar outros méto- dos de contracep- ção na altura da relação sexual; com sua suspensão os ovários voltam a funcionar normal- mente; regula o ciclo menstrual alivia as dores menstruais. | Exige autodisciplina, pois se a mulher esquecer de tomar a pílula poderá engravidar; contra indica- do para mulheres acima de 35 anos e fumantes; não deve ser utilizada durante a amamentação; não previne contra DST. | O mais temido da pílula anticoncepcional é a trombose venosa profunda; dor abdominal e náusea; alteração do fluxo menstrual; aumento de peso; no início da primeira semana de uso poderá a mulher sentir dor na cabeça. |
Tabelinha | Este método favorece o conhecimento do período menstrual da mulher. | Necessita praticar cálculo do período fértil durante 6 meses; não previne contra DST/HIV; não deve ser utilizada no período de amamentação; disciplina para anotações mensais do ciclo menstrual e de abstinência ou uso de preservativos nos dias férteis. | Não apresenta efeitos colaterais. |
Emergencial | Utilização em situações especiais, peincipal-mente nos casos de relação sexual desprotegida, não planejado, uso inadequado e falha de métodos anticoncepcionais e presumida violência sexual,. | Os comprimidos possuem alta concentração de hormônio; em mulheres que amamentam, pode diminuir a quantidade de leite materno; medicamentos como barbitúricos e alguns antibióticos | Pode causar náuseas, vômitos, tonturas e dor de cabeça. |
Coito interrompido | Em situações inesperadas de não uso de nenhum contraceptivo reduz um pouco o risco de gravidez. Inclui a participação do homem na prevenção da gravidez. | A eficácia deste método é baixa e oferece alto risco de gravidez, pois o pênis solta gotas de lubrificação préejaculatória que pode conter espermatozóide que ficam na vagina antes da interrupção da relação sexual. | Como exige retenção constante da ejaculação, para alguns homens, pode gerar tensão, ansiedade e dor pélvica. Exige dos homens uma aprendizagem de controle da ejaculação. |
Injetáveis Implante hormonal | Não interferem na relação sexual; não precisa ser usado no dia a dia; eficácia de 98,5% quando utilizado corretamente. | Exige os mesmos cuidados que a pílula anticoncepcional; acarretam sobrecarga hormonal e consequente aumento da circulação sanguínea, não deve ser utilizado por fumantes ou mulheres acima de 35 anos. | Contra indicado para mulheres acima de 35anos, não protege da DST; com o passar do tempo reduz o ciclo menstrual e pode fazer com que a mulher não tenha mais menstruarão. |
Adesivos | Eficiente para as mulheres que se esquecem de tomar as pílulas orais; se a mulher parar de usar o adesivo, ela retoma a fertilidade (engravidar). | Ganho de peso; não protege contra a DST; risco de trombose Venosa Profunda; similares a pílula oral combinada. |
A seção a seguir discorre sobre as novas tecnologias que aumentam a adesão e propiciam maior aceitação pelos usuários.
2.3 Novas Tecnologias de Contraceptivos
O investimento em tecnologia anticoncepcional para uso em países de baixa e média renda onde a necessidade não atendida é maior foi de apenas US$ 64 milhões em 2018. (O investimento em P&D para HIV/AIDS nesses países durante o mesmo período ultrapassou US$ 1,4 bilhão). A pesquisa mostra que 218 milhões de mulheres e adolescentes em países de baixa e média renda quase um quarto da população nessa faixa etária têm uma necessidade não atendida de contracepção. Em andamento novos produtos contraceptivos que atendem às
necessidades das mulheres são norteados para estudos. A atualidade e a demanda cotidiana das mulheres requer contraceptivos seguros e confiáveis que não exijam uma consulta médica ou procedimento para iniciar ou usar, ou seja, opções que elas possam controlar. E muitas mulheres também querem um método discreto porque o planejamento familiar nem sempre é aceito por suas comunidades, ou mesmo por seus parceiros (VOLGELSONG, 2022).
[…] Uma mãe ocupada acha difícil tomar uma pílula todos os dias. Uma mulher não pode viajar para longe a uma clínica a cada três meses para uma nova receita. Está claro que as opções atuais de contracepção não estão funcionando para muitas mulheres. E, no entanto, a tecnologia anticoncepcional não vê inovação há décadas .
É comum que as mulheres de hoje usem os mesmos métodos contraceptivos de suas mães, ou mesmo de suas avós (VOLGELSONG, 2022, p. 1).
Wannmacher (2006) pontua que o surgimento de novas abordagens contraceptivas nos tem gerado grandes expectativas na ampliação do elenco dessas alternativas, visando maior disponibilidade de escolha pelas usuárias e, por consequência, aumentando teoricamente sua aceitação e adesão aos novos métodos. Para categorizar o benefício clínico das novas opções, dentro dos princípios de uso racional de medicamentos e à luz da evidência contemporânea, comparam-se diferentes categorias de métodos contraceptivos e os novos representantes ou dispositivos, segundo o quadro que segue. A contracepção é prática amplamente realizada no
mundo inteiro. Nos Estados Unidos da América, contraceptivos orais (CO) constituem o método reversível mais usado. Mesmo assim, há aproximadamente três milhões de gravidezes não desejadas, metade das quais são eletivamente terminadas.
Segundo Vogelsong (2022) essas novas tecnologias colocam as necessidades das mulheres em primeiro lugar, sabemos que os contraceptivos modernos são altamente eficazes na prevenção da gravidez. Então, por que mais mulheres não os usam? E o que podemos fazer para ajudar as mulheres a alcançar melhor suas metas de planejamento familiar? Os métodos contraceptivos, o planejamento familiar e a saúde reprodutiva da mulher são subfinanciados, pouco estudados e compartimentalizados. Investir nesse tipo de estudo beneficia a todos.
Negligenciá-lo retém mulheres e meninas. Oferecer às mulheres novas opções contraceptivas nunca foi tão importante, a seguir algumas tecnologias contraceptivas interessantes nas quais os pesquisadores estão trabalhando. O autor elenca que:
• Uma pílula uma vez por mês: Esta atualização da pílula anticoncepcional hormonal aborda uma de suas deficiências atuais: ela deve ser tomada todos os dias para ser eficaz.
Fazer uma pílula mensal é mais complicado do que parece, então os pesquisadores estão trabalhando em novas maneiras de garantir que os hormônios sejam liberados ao longo do tempo.
• O patch de microarray: Este é um tipo inteiramente novo de conceito contraceptivo.
Imagine algo como um Band-Aid que uma mulher pode colocar em sua pele, mas com projeções de tamanho micro que vão para as camadas da pele. A parte pegajosa é removida, deixando as projeções se dissolverem e liberarem hormônios ao longo de vários meses. Esse método seria projetado para ser simples e seguro de usar em casa, além de discreto, pois nenhum adesivo permanece na pele.
• Um injetável de seis meses: Muitas mulheres em países de baixa e média renda gostam de anticoncepcionais injetáveis, e estudos mostraram que as mulheres podem se injetar com sucesso em casa. Os pesquisadores estão trabalhando em injetáveis contraceptivos que duram seis meses, reduzindo pela metade o número de injeções a cada ano.
procedimento para iniciar ou usar, ou seja, opções que elas possam controlar. E muitas mulheres também querem um método discreto porque o planejamento familiar nem sempre é aceito por suas comunidades, ou mesmo por seus parceiros (VOLGELSONG, 2022).
[…] Uma mãe ocupada acha difícil tomar uma pílula todos os dias. Uma mulher não pode viajar para longe a uma clínica a cada três meses para uma nova receita. Está claro que as opções atuais de contracepção não estão funcionando para muitas mulheres. E, no entanto, a tecnologia anticoncepcional não vê inovação há décadas .
É comum que as mulheres de hoje usem os mesmos métodos contraceptivos de suas mães, ou mesmo de suas avós (VOLGELSONG, 2022, p. 1).
Wannmacher (2006) pontua que o surgimento de novas abordagens contraceptivas nos tem gerado grandes expectativas na ampliação do elenco dessas alternativas, visando maior disponibilidade de escolha pelas usuárias e, por consequência, aumentando teoricamente sua aceitação e adesão aos novos métodos. Para categorizar o benefício clínico das novas opções, dentro dos princípios de uso racional de medicamentos e à luz da evidência contemporânea, comparam-se diferentes categorias de métodos contraceptivos e os novos representantes ou dispositivos, segundo o quadro que segue. A contracepção é prática amplamente realizada no
mundo inteiro. Nos Estados Unidos da América, contraceptivos orais (CO) constituem o método reversível mais usado. Mesmo assim, há aproximadamente três milhões de gravidezes não desejadas, metade das quais são eletivamente terminadas.
Segundo Vogelsong (2022) essas novas tecnologias colocam as necessidades das mulheres em primeiro lugar, sabemos que os contraceptivos modernos são altamente eficazes na prevenção da gravidez. Então, por que mais mulheres não os usam? E o que podemos fazer para ajudar as mulheres a alcançar melhor suas metas de planejamento familiar? Os métodos contraceptivos, o planejamento familiar e a saúde reprodutiva da mulher são subfinanciados, pouco estudados e compartimentalizados. Investir nesse tipo de estudo beneficia a todos.
Negligenciá-lo retém mulheres e meninas. Oferecer às mulheres novas opções contraceptivas nunca foi tão importante, a seguir algumas tecnologias contraceptivas interessantes nas quais os pesquisadores estão trabalhando. O autor elenca que:
• Uma pílula uma vez por mês: Esta atualização da pílula anticoncepcional hormonal aborda uma de suas deficiências atuais: ela deve ser tomada todos os dias para ser eficaz.
Fazer uma pílula mensal é mais complicado do que parece, então os pesquisadores estão trabalhando em novas maneiras de garantir que os hormônios sejam liberados ao longo do tempo.
• O patch de microarray: Este é um tipo inteiramente novo de conceito contraceptivo.
Imagine algo como um Band-Aid que uma mulher pode colocar em sua pele, mas com projeções de tamanho micro que vão para as camadas da pele. A parte pegajosa é removida, deixando as projeções se dissolverem e liberarem hormônios ao longo de vários meses. Esse método seria projetado para ser simples e seguro de usar em casa, além de discreto, pois nenhum adesivo permanece na pele.
• Um injetável de seis meses: Muitas mulheres em países de baixa e média renda gostam de anticoncepcionais injetáveis, e estudos mostraram que as mulheres podem se injetar com sucesso em casa. Os pesquisadores estão trabalhando em injetáveis contraceptivos que duram seis meses, reduzindo pela metade o número de injeções a cada ano.
Estas novas ideias cria expectativas positivas, mas ainda existem obstáculos. Por um lado, nenhum desses produtos chegou ao estágio de teste clínico, então não sabemos qual, se algum, chegará ao mercado. Na melhor das hipóteses, eles são oito a dez anos de distância. E todos esses produtos são baseados em hormônios, o que levanta um conjunto diferente de desafios (VOLGESONG, 2022).
Pereira (2021) acrescenta, no que diz respeito ao cenário de métodos contraceptivos masculinos, há algumas opções em desenvolvimento. Os métodos de barreira, que consistem na inserção de um gel ou um dispositivo nos vasos deferentes (responsáveis pela circulação dos espermatozoides), bloqueariam a passagem dos espermatozoides sem impedir a ejaculação.
Com exceção do RISUG (Reversible Inhibition of Sperm Under Guidance, “inibição reversível de esperma sob orientação” em tradução livre), em desenvolvimento na Índia desde a década de 1970, outros produtos que propõem o mesmo bloqueio, como o Vasalgel, o ADAM, o VasDeBlock e o Bimek SLV estão na fase de testagem pré-clínica.
Há métodos hormonais que já se encontram na fase de estudos clínicos. Dentre eles, têm destaque a DMAU, estudada em forma de pílula ou de injeção, o gel conhecido como NES/T e a pílula conhecida como 11-beta-MNTDC. Existem também diversos fármacos não hormonais que focam na produção, maturidade e mobilidade dos espermatozoides. Alguns exemplos são a gendarussa, o EPPIN, a Clean Sheets Pill, o JQ1 e o Adjudin (PEREIRA, 2021).
De acordo com o portal Globo Ciências (c2022) já está sendo estudada a criação do anticoncepcional para homens, E com o avanço da tecnologia, a indústria farmacêutica está investindo cada vez mais em novos contraceptivos. Inclusive, os cientistas estão estudando a possibilidade de criar o primeiro anticoncepcional oral para homens, capaz de interromper a produção de espermatozoides, mas as pesquisas ainda são incipientes. A seguir, o quadro 3 demonstra os métodos contraceptivos mais modernos para as mulheres.
Quadro 3 – Contraceptivos modernos para as mulheres
Método contraceptivo | Procedimento de uso |
Anticoncepcional injetável | O dispositivo é implantado entre os músculos do braço e, oito horas depois do procedimento, já começa a liberar hormônio suficiente para inibir a gravidez por três anos. A mulher não menstrua, mas pode ter sangramentos de escape. |
Adesivos cutâneos com hormônios | colados no braço, na barriga, nas costas ou nas nádegas, exceto nas mamas, e devem ser trocados 1 vez por semana., é feita uma pausa e a mulher menstrua. Os hormônios são liberados diretamente na circulação sanguínea, o que evita os desconfortos como enjoos e dor de cabeça. |
Implantes subdérmicos (Ex.: Implanon) | O dispositivo é implantado entre os músculos do braço e, oito horas depois do procedimento, já começa a liberar hormônio suficiente para inibir a gravidez por três anos. A mulher não menstrua, mas pode ter sangramentos de escape. |
Anel vaginal | Contém etonogestrel e etinilestradiol, os mesmos hormônios da maioria das pílulas anticoncepcionais. É colocado na vagina no 5º dia da menstruação, permanecendo nessa posição durante três semanas. A maior vantagem é que a mulher não precisará tomar a pílula todo dia. |
Dispositivo intra uterino (DIU) | Os dispositivos intrauterinos são feitos de polietileno, com ou sem adição de substâncias metálicas ou hormonais, que exercem efeito anticonceptivo quando colocados dentro da cavidade uterina. O método age de várias maneiras, provocando reações anti- inflamatórias no útero e reações bioquímicas que interferem no transporte dos espermatozoides no aparelho genital. O DIU é seguro e barato, mas pode provocar sangramentos menstruais exagerados |
2.3.1 Breve discursão sobre o Implanon
O principal diferencial que se pode destacar entre o Implanon e os outros métodos anticoncepcionais mais recorrentes é a independência da paciente, que fica livre do regime diário, semanal ou mensal da medicação. Segundo o fabricante e a própria ANVISA, o implante anticoncepcional é capaz de proteger a mulher de gravidez indesejada pelo período de até 3 anos, de acordo com as condições clínicas da paciente (PORTAL CLINIFEMINA, c2022).
As características farmacológicas tem propriedades farmacodinâmicas Grupo farmacoterapêutico: progestagênios, classificação ATC G03ACO8. IMPLANON® é um implante subdérmicos, não biodegradável, contendo etonogestrel, que é o metabólito biologicamente ativo do desogestrel, um progestagênio amplamente utilizado em anticoncepcionais orais. É estruturalmente derivado da nortestosterona e liga-se com alta afinidade aos receptores de progesterona nos órgãos-alvo (SCHERING-PLOUGH, c2022).
Segundo pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz, mais de 50% das gestações não planejadas resultam da falha no uso do anticoncepcional contínuo. Cada mulher tem uma necessidade diferente, nesse sentido, o Implanon, é o um dos métodos anticoncepcionais mais indicados. Sua ação dura por até 3 anos, sendo fácil de inserir e de remover. Sua eficácia é garantida e maior que a ligadura das trompas uterinas, que o dispositivo intrauterino (DIU) e o anticoncepcional oral. Ele libera porções de hormônio em
quantidade inferior àquela presente na pílula. Trata-se de um bastão pequenino que tem cerca de 2 mm de diâmetro por 4 cm de comprimento, sendo semelhante a um palito de fósforo (PORTAL CLINICACEU, c2022).
a) Inserção do Implanon: recomenda-se que a paciente esteja no período menstrual. No caso de lactantes, é necessário terminar o puerpério, período de 60 dias após a gravidez. Além disso, é preciso descartar qualquer hipótese de gravidez para a inserção; deve acontecer em uma clínica especializada ou consultório médico, o procedimento é feito com anestesia local, rápido e praticamente indolor, podendo causar um leve desconforto.
b) Adaptação ao Implanon: uma vez instalado o implante anticoncepcional, entra a fase de adaptação. Esse tempo pode durar de 3 a 6 meses. Lembre-se de que ele afetará o funcionamento do seu organismo, por isso é preciso ter um pouco de paciência até que se passe a fase de adaptação. Pode acontecer irregularidade menstrual e escapes de sangue fora do período, ausência de menstruação, persistência de menstruação, mas em menor volume e diminuição das cólicas, sangramentos irregulares eventuais.
Quando conhecemos uma nova tecnologia, é comum que sua adoção seja cercada por dúvidas. o chip anticoncepcional é considerado um dos métodos mais eficazes de contracepção da atualidade. Isso por que a sua eficácia ultrapassa os 99% durante os cerca de 3 anos em que o implante segue liberando seu princípio ativo para a corrente sanguínea. De acordo com uma revisão sistemática realizada recentemente pela USP, o implante anticoncepcional está no topo da lista dos métodos anticoncepcionais mais eficazes (PORTAL CLINIFEMINA, c 2022).
CONCLUSÃO
Através dos estudos literários foi possível coletar dados que subsidiem o conhecimento sobre novas tecnologias de contraceptivos além de ampliar informações que venham alertar a sociedade, profissionais de farmácia e acadêmicos além de chamar a atenção das mulheres sobre a necessidade de conhecer as vantagens, desvantagens e principalmente os efeitos. A autonomia e liberdade de escolha do método contraceptivo é concedido a mulher. O ginecologista pode contribuir para informar possibilidades de alternativas, é possível
analisar e considerar que o esclarecimento possibilita maturidade suficiente para responsabilidades sobre seus atos e decisões de uso de algum método de contracepção.
É necessário destacar que através do estudo identificou que há algumas tecnologias contraceptivas interessantes nas quais os pesquisadores estão trabalhando, este cenário demonstra que o governo deveria promover campanhas, palestras e divulgações midiáticas para garantir a consolidação, fortalecer e aprofundar as informações sobre como e quando escolher algum tipo de contraceptivo.
Com a possibilidade de livre escolha e com insumos de informações relevantes e esclarecedoras culminam numa sociedade conscientemente por ter ou não ter filhos, sem discernimento, coibição ou abuso. Acredita-se que as informações e o conhecimento são instrumentos inquestionável que auxiliam a mulher na escolha, assim espera-se como resultado tornar as mulheres consciente de seus direitos a fim de proporcionar sua passagem da posição de sua própria sexualidade. Diante desse contexto através dos e autores citados objetivou-se
caracterizar diversos modos e tipos de contraceptivos tradicionais e de novas tecnologias.
Os objetivos do presente trabalho foram alcançados, vale ressaltar que atualmente as pessoas têm a capacidade de acompanhar e ter conhecimento sobre novos métodos contraceptivos através dos avanços tecnológicos no mundo todo, mas ainda há dificuldades de acesso físico e falta de informações, principalmente nas regiões de maior vulnerabilidade social.
Não se trata apenas de sugerir todas as formas contraceptivas, mas apresentar tecnologias objetivando que possam ampliar o leque de escolha contraceptiva de forma responsável em concordância com a própria forma de viver. Os estudos sobre o tema não se esgotaram, sugere-se que seja desenvolvidas novas pesquisas para que os usuários tenha uma visão ampla sobre a eficácia, custo-benefício, segurança, das novas tecnologias contraceptivas.
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1 Ao longo do tempo com o avanço dos conhecimentos sobre o funcionamento do corpo, especialmente sobre os hormônios, associados às novas tecnologias, sugiram os anticoncepcionais orais e os métodos de esterilização.
Mas as primeiras formas de contracepção iniciou com os métodos de barreira, especialmente a camisinha
(FREGUGLIA, FONSECA, 2006).
2 No dia 18 de agosto de 1960, foi lançado o contraceptivo oral Enovid-10 nos Estados Unidos. A pílula significaria
uma verdadeira revolução nos hábitos sexuais do mundo ocidental (HARTL, 2020).