NEUROGÊNESE ESTIMULADA PELO EXERCÍCIO: UMA DEFESA CONTRA DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS

EXERCISE-STIMULATED NEUROGENESIS: A DEFENSE AGAINST NEURODEGENERATIVE DISEASES

NEUROGÉNESIS ESTIMULADA POR EL EJERCICIO: UNA DEFENSA CONTRA LAS ENFERMEDADES NEURODEGENERATIVAS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11669445


Pedro César de Souza1
Allana Fernanda de Araújo Barroso Leite2
Daiane Maria da Silva3
Tamyrys de Vasconcelos Paes Barreto 4
Lizandra Luiza Lopes França 5
Milena da Silva Rodrigues 6
Marielena Rodrigues da Silva 7
Janaína Barbosa Torres8
Ellen Juliana da Silva Santos9
Kamylla Krisley Pinto De Melo Andrade 10


Resumo

A neurodegeneração é uma característica central de doenças como Alzheimer e Parkinson, que afetam milhões de pessoas globalmente. Estudos recentes sugerem que o exercício físico pode promover a neurogênese e oferecer neuroproteção, melhorando a função cognitiva e retardando o declínio relacionado a essas doenças. Este trabalho objetiva revisar e sintetizar as evidências sobre os efeitos do exercício físico na neurogênese e na neuroproteção em doenças neurodegenerativas. A revisão integrativa foi conduzida utilizando bases de dados como PubMed, Scopus, ScienceDirect e SciELO, com palavras-chave como “physical exercise”, “neurogenesis”, “neuroprotection”, “Alzheimer’s disease” e “Parkinson’s disease”. Foram incluídos estudos em inglês e português, de naturezas qualitativa e quantitativa. Após a seleção e análise de 10 estudos por dois revisores independentes, os dados foram sintetizados de forma descritiva. Os resultados indicaram que o exercício físico regular melhora a neurogênese, aumenta a plasticidade sináptica e reduz a inflamação. Mecanismos moleculares como a modulação do BDNF, melhoria da função mitocondrial e adaptação de células gliais foram identificados como mediadores desses efeitos. A discussão reforça a importância do exercício físico como intervenção terapêutica, destacando a necessidade de mais pesquisas para entender os mecanismos específicos. Conclui-se que o exercício físico é uma estratégia eficaz para promover a saúde cerebral e combater o declínio cognitivo em doenças neurodegenerativas. Esses achados sublinham a importância de integrar o exercício físico em protocolos terapêuticos, oferecendo novas perspectivas para o tratamento e prevenção dessas condições debilitantes.

Palavras-chave: Neurogênese; Neuroproteção; Exercício físico; Doença de Alzheimer; Doença de Parkinson.

ABSTRACT

Neurodegeneration is a central feature of diseases such as Alzheimer’s and Parkinson’s, which affect millions of people globally. Recent studies suggest that physical exercise can promote neurogenesis and offer neuroprotection, improving cognitive function and slowing the decline related to these diseases. This paper aims to review and synthesize the evidence on the effects of physical exercise on neurogenesis and neuroprotection in neurodegenerative diseases. The integrative review was conducted using databases such as PubMed, Scopus, ScienceDirect and SciELO, with keywords such as “physical exercise”, “neurogenesis”, “neuroprotection”, “Alzheimer’s disease” and “Parkinson’s disease”. Both qualitative and quantitative studies in English and Portuguese were included. After the selection and analysis of 10 studies by two independent reviewers, the data was synthesized in a descriptive manner. The results indicated that regular physical exercise improves neurogenesis, increases synaptic plasticity and reduces inflammation. Molecular mechanisms such as BDNF modulation, mitochondrial function improvement and glial cell adaptation have been identified as mediators of these effects. The discussion reinforces the importance of the physical exercise as a therapeutic intervention, highlighting the need for more research to understand the specific mechanisms. It is concluded that the physical exercise is an effective strategy to promote brain health and combat cognitive decline in neurodegenerative diseases. These findings underline the importance of integrating physical exercise into therapeutic protocols, offering new perspectives for the treatment and prevention of these debilitating conditions.

Keywords: Neurogenesis; Neuroprotection; Physical exercise; Alzheimer’s disease; Parkinson’s disease.

Resumen

La neurodegeneración es una característica central de enfermedades como el Alzheimer y el Parkinson, que afectan a millones de personas en todo el mundo. Estudios recientes sugieren que el ejercicio físico puede promover la neurogénesis y ofrecer neuroprotección, mejorando la función cognitiva y ralentizando el deterioro relacionado con estas enfermedades. Este artículo pretende revisar y sintetizar las pruebas sobre los efectos del ejercicio físico en la neurogénesis y la neuroprotección en las enfermedades neurodegenerativas. La revisión integradora se realizó utilizando bases de datos como PubMed, Scopus, ScienceDirect y SciELO, con palabras clave como “ejercicio físico”, “neurogénesis”, “neuroprotección”, “enfermedad de Alzheimer” y “enfermedad de Parkinson”. Se incluyeron estudios en inglés y portugués de naturaleza cualitativa y cuantitativa. Tras la selección y el análisis de 10 estudios por parte de dos revisores independientes, los datos se sintetizaron de forma descriptiva. Los resultados indicaron que el ejercicio físico regular mejora la neurogénesis, aumenta la plasticidad sináptica y reduce la inflamación. Se han identificado mecanismos moleculares como la modulación del BDNF, la mejora de la función mitocondrial y la adaptación de las células gliales como mediadores de estos efectos. La discusión refuerza la importancia del ejercicio físico como intervención terapéutica, destacando la necesidad de seguir investigando para comprender los mecanismos específicos. Se concluye que el ejercicio físico es una estrategia eficaz para promover la salud cerebral y combatir el deterioro cognitivo en las enfermedades neurodegenerativas. Estos resultados subrayan la importancia de integrar el ejercicio físico en los protocolos terapéuticos, ofreciendo nuevas perspectivas para el tratamiento y la prevención de estas afecciones debilitantes.

Palabras clave: Neurogénesis; Neuroprotección; Ejercicio físico; Enfermedad de Alzheimer; Enfermedad de Parkinson.

1. Introdução

A neurodegeneração, caracterizada pela progressiva perda de estrutura ou função dos neurônios, é uma característica central de várias doenças debilitantes, como Alzheimer, Parkinson e esclerose lateral amiotrófica. Essas condições afetam milhões de pessoas em todo o mundo, representando um enorme desafio para a medicina moderna devido à falta de tratamentos eficazes que possam retardar ou reverter o curso da doença (Petzinger et al., 2013; Sujkowski et al., 2022). Os sintomas variam desde déficits cognitivos, como perda de memória e dificuldades de aprendizagem, até comprometimentos motores, como tremores e rigidez muscular. A alta prevalência dessas doenças e seu impacto debilitante na qualidade de vida dos pacientes e de seus cuidadores sublinham a necessidade urgente de desenvolver intervenções terapêuticas mais eficazes (Choi et al., 2018).

A neurogênese é o processo de formação de novos neurônios a partir de células-tronco neurais e ocorre principalmente em duas regiões do cérebro adulto: o giro dentado do hipocampo e a zona subventricular dos ventrículos laterais (Leiter et al., 2022). Este processo é essencial para a manutenção da plasticidade cerebral e está fortemente associado à aprendizagem e memória. A neurogênese permite a integração de novos neurônios nos circuitos existentes, contribuindo para a adaptação do cérebro a novas informações e experiências. Estudos indicam que a neurogênese pode ser modulada por vários fatores, incluindo o exercício físico, que tem mostrado aumentar a proliferação de células-tronco neurais, promover a diferenciação neuronal e melhorar a sobrevivência de novos neurônios (Petzinger et al., 2013; Choi et al., 2018).

O exercício físico é amplamente reconhecido por seus benefícios abrangentes para a saúde física e mental. A prática regular de atividade física melhora a capacidade cardiovascular, fortalece os músculos e ossos, e promove a manutenção de um peso saudável. Além dos benefícios físicos, o exercício tem um impacto significativo na saúde mental, ajudando a reduzir sintomas de depressão e ansiedade, melhorar o humor e aumentar o bem-estar geral (Petzinger et al., 2013). Estudos mostram que o exercício pode aumentar os níveis de endorfinas e outros neurotransmissores, como a serotonina e a dopamina, que são essenciais para a regulação do humor e das emoções. Além disso, o exercício regular está associado a uma melhoria na qualidade do sono e na função cognitiva, contribuindo para uma melhor memória, atenção e capacidade de aprendizagem (Sujkowski et al., 2022). A atividade física também desempenha um papel crucial na modulação do sistema imunológico, reduzindo a inflamação sistêmica e melhorando a resposta imunológica. Estes benefícios combinados fazem do exercício físico uma ferramenta poderosa para a promoção da saúde e prevenção de diversas doenças crônicas, incluindo condições cardiovasculares, metabólicas e neurodegenerativas (Leiter et al., 2022; Choi et al., 2018). Especificamente, o exercício físico tem demonstrado potencial para estimular a neurogênese, oferecendo uma via promissora para intervenções terapêuticas em doenças neurodegenerativas.

Diversos estudos sugerem que a atividade física regular pode promover a neurogênese, aumentar a plasticidade sináptica e melhorar a função cognitiva (Leiter et al., 2022; Choi et al., 2018). Esses efeitos são mediados por uma série de mecanismos moleculares e celulares, incluindo a modulação de fatores neurotróficos, como o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), a melhoria da função mitocondrial, a redução do estresse oxidativo e da inflamação, e a adaptação de células gliais (Cefis et al., 2023; Lee et al., 2021). Além disso, o exercício físico tem sido associado a mudanças benéficas na microbiota intestinal, que podem influenciar a saúde cerebral através do eixo intestino-cérebro (Cutuli et al., 2023). Essas descobertas destacam o papel multifacetado do exercício na promoção da saúde cerebral e sugerem que ele pode ser uma intervenção eficaz para mitigar os efeitos das doenças neurodegenerativas.

O crescente corpo de evidências indica que o exercício físico pode atuar como uma intervenção terapêutica eficaz para melhorar a saúde cerebral e retardar a progressão de doenças neurodegenerativas. Por exemplo, Petzinger et al. (2013) demonstraram que o exercício melhora a neuroplasticidade e a função motora em indivíduos com Parkinson, enquanto Choi et al. (2018) mostraram que a combinação de neurogênese induzida e aumento de BDNF mimetiza os benefícios do exercício na cognição e na redução da patologia de Alzheimer. Esses estudos, junto com outros, sugerem que o exercício físico pode não apenas prevenir o declínio cognitivo, mas também promover a recuperação funcional em pacientes com doenças neurodegenerativas.

Para explorar essa premissa, foram analisados 23 estudos relevantes sobre os efeitos do exercício físico na neurogênese e na neuroproteção em doenças neurodegenerativas. Desses, 10 estudos foram selecionados para compor os principais resultados, enquanto os outros 13 estudos foram utilizados para corroborar e fortalecer a discussão, fornecendo um contexto mais amplo e sustentando as conclusões alcançadas (Cefis et al., 2023; Fahnestock et al., 2020).

Diante da crescente evidência de que o exercício físico pode ser uma intervenção não farmacológica eficaz para melhorar a saúde cerebral e retardar a progressão de doenças neurodegenerativas, este estudo se propõe a revisar e sintetizar essas evidências. Compreender os mecanismos subjacentes a esses benefícios pode abrir novas vias para a pesquisa e o desenvolvimento de estratégias terapêuticas inovadoras, melhorando a qualidade de vida dos pacientes (Cutuli et al., 2023; Lee et al., 2021). O objetivo deste trabalho é revisar e sintetizar as evidências sobre os efeitos do exercício físico na neurogênese e na neuroproteção, contribuindo para uma melhor compreensão e aplicação dessa intervenção na prática clínica.

Metodologia

A revisão integrativa foi realizada segundo Souza et al. (2010), com o objetivo de oferecer uma visão abrangente sobre o tema, compilando e sintetizando as evidências existentes sobre os efeitos do exercício físico na neurogênese e na neuroproteção em doenças neurodegenerativas. A revisão foi orientada pela pergunta: “Como o exercício físico pode estimular a neurogênese e contribuir para a neuroproteção em doenças neurodegenerativas?”. Para tanto, adotaram-se critérios específicos de inclusão e exclusão, permitindo a análise de estudos em inglês e português, de naturezas qualitativa e quantitativa, focados no impacto do exercício físico em doenças neurodegenerativas.

A pesquisa foi conduzida em bases de dados como PubMed, Scopus, ScienceDirect e SciELO, utilizando palavras-chave como “physical exercise”, “neurogenesis”, “neuroprotection”, “Alzheimer’s disease” e “Parkinson’s disease”, garantindo uma coleta abrangente de informações. Após a seleção e análise dos estudos por dois revisores independentes, os dados extraídos foram sintetizados de forma descritiva, concentrando-se nas descobertas principais sobre os efeitos do exercício físico na neurogênese e neuroproteção.

A avaliação da qualidade metodológica dos artigos foi realizada com ferramentas adequadas, destacando estudos de alta qualidade para fundamentar a discussão (Figura 1). Essa metodologia sistemática permitiu não apenas um entendimento profundo dos mecanismos pelos quais o exercício físico promove a neurogênese e oferece neuroproteção, mas também apontou para lacunas de pesquisa que direcionam para estudos futuros, contribuindo significativamente para a literatura científica sobre o papel do exercício físico em doenças neurodegenerativas.

Figura 1: Fluxograma de seleção de estudos.

Fonte: Autor (2024)

Resultados e discursão

A análise dos dez manuscritos (Quadro 1) sobre os efeitos do exercício físico na neurogênese e na neuroproteção em doenças neurodegenerativas revelou não apenas a eficácia do exercício na promoção da saúde cerebral e na prevenção do declínio cognitivo, mas também expôs os mecanismos moleculares subjacentes e os benefícios terapêuticos associados à sua prática regular.

Quadro 1. critérios adotados na metodologia

AutorTítuloAnoObjetivoResultados
Odette Leiter et al.Selenium mediates exercise-induced adult neurogenesis and reverses learning deficits induced by hippocampal injury and aging2022Investigar como o selênio mediatiza a neurogênese adulta induzida pelo exercício e reverte os déficits de aprendizado induzidos por lesões hipocampais e envelhecimento.A suplementação de selênio restaurou a neurogênese e reverteu o declínio cognitivo associado ao envelhecimento e lesão hipocampal.
G. M. Petzinger et al.Exercise-enhanced Neuroplasticity Targeting Motor and Cognitive Circuitry in Parkinson’s Disease2013Investigar como o exercício melhora a neuroplasticidade, visando circuitos motores e cognitivos na doença de Parkinson.O exercício promove a neuroplasticidade e melhora a função motora e cognitiva em indivíduos com Parkinson.
Alyson L. Sujkowski et al.The Protective Role of Exercise Against Age-Related Neurodegeneration2022Examinar os benefícios do exercício de resistência na neuroproteção contra doenças neurodegenerativas relacionadas à idade.O exercício de resistência protege contra a neurodegeneração relacionada à idade, promovendo a neurogênese e modulando a inflamação.
Se Hoon Choi et al.Induced Adult Neurogenesis Plus BDNF Mimics the Effects of Exercise on Cognition in an Alzheimer’s Mouse Model2018Investigar se a indução da AHN e o aumento dos níveis de BDNF podem imitar os benefícios cognitivos do exercício em um modelo de camundongo com Alzheimer.A combinação de neurogênese induzida e aumento de BDNF mimetiza os benefícios do exercício na cognição e na redução da patologia de Alzheimer.
Debora Cutuli et al.Physical Exercise as Disease-Modifying Alternative against Alzheimer’s Disease: A Gut–Muscle–Brain Partnership2023Explorar como o exercício pode atuar como uma alternativa modificadora de doenças contra a doença de Alzheimer, focando na parceria intestino-músculo-cérebro.O exercício modula a microbiota intestinal, promovendo a saúde cerebral e oferecendo neuroproteção contra a Alzheimer.
Marina Cefis et al.Molecular mechanisms underlying physical exercise-induced brain BDNF overproduction2023Estudar os mecanismos moleculares subjacentes à superprodução do BDNF induzida pelo exercício físico.O exercício físico aumenta a produção de BDNF no cérebro, melhorando a saúde cerebral.
Banseok Lee et al.Physical Exercise-Induced Myokines in Neurodegenerative Diseases2021Investigar o papel das miocinas induzidas pelo exercício físico em doenças neurodegenerativas.As miocinas induzidas pelo exercício têm efeitos neuroprotetores em doenças neurodegenerativas.
Sama Jaberi et al.Mechanisms of the Beneficial Effects of Exercise on Brain-Derived Neurotrophic Factor Expression in Alzheimer’s Disease2023Investigar os mecanismos pelos quais o exercício aumenta a expressão do BDNF e seus efeitos na melhoria da função cognitiva e na patologia da doença de Alzheimer.O exercício aumenta a expressão de BDNF, melhorando a cognição e reduzindo a patologia de Alzheimer.
Margaret Fahnestock et al.Physical exercise during exposure to 40-Hz light flicker improves cognitive functions in the 3xTg mouse model of Alzheimer’s disease2020Examinar os efeitos do exercício físico e da exposição a luz piscante de 40 Hz em um modelo de camundongo transgênico 3xTg-AD de Alzheimer.O exercício e a luz piscante de 40 Hz melhoram a função cognitiva e reduzem a patologia de Alzheimer em camundongos.
Suk-yu Yau et al.Physical Exercise-Induced Adult Neurogenesis: A Good Strategy to Prevent Cognitive Decline in Neurodegenerative Diseases?2014Investigar como o exercício de resistência pode prevenir o declínio cognitivo através da neurogênese em doenças neurodegenerativas.O exercício de resistência aumenta a neurogênese e previne o declínio cognitivo em doenças neurodegenerativas.

Leiter et al. (2022) investigaram como o selênio mediatiza a neurogênese adulta induzida pelo exercício e reverte déficits de aprendizado induzidos por lesões hipocampais e envelhecimento. A suplementação de selênio restaurou a neurogênese e reverteu o declínio cognitivo associado ao envelhecimento e lesão hipocampal, destacando o papel crítico do selênio na mediação dos efeitos benéficos do exercício. Petzinger et al. (2013) exploraram como o exercício melhora a neuroplasticidade em circuitos motores e cognitivos na doença de Parkinson. O estudo demonstrou que o exercício promove a neuroplasticidade e melhora a função motora e cognitiva em indivíduos com Parkinson, sugerindo que o treinamento baseado em metas e a atividade física aeróbica podem ser terapias eficazes.

Sujkowski et al. (2022) examinaram os benefícios do exercício de resistência na neuroproteção contra doenças neurodegenerativas relacionadas à idade. O exercício de resistência protege contra a neurodegeneração relacionada à idade, promovendo a neurogênese e modulando a inflamação, o que pode atrasar o declínio cognitivo. Choi et al. (2018) investigaram se a indução da neurogênese adulta (AHN) e o aumento dos níveis de BDNF podem imitar os benefícios cognitivos do exercício em um modelo de camundongo com Alzheimer. A combinação de neurogênese induzida e aumento de BDNF mimetizou os benefícios do exercício na cognição e na redução da patologia de Alzheimer.

Cutuli et al. (2023) exploraram como o exercício pode atuar como uma alternativa modificadora de doenças contra a doença de Alzheimer, focando na parceria intestino-músculo-cérebro. O exercício modulou a microbiota intestinal, promovendo a saúde cerebral e oferecendo neuroproteção contra a Alzheimer. Cefis et al. (2023) estudaram os mecanismos moleculares subjacentes à superprodução do BDNF induzida pelo exercício físico. O exercício físico aumentou a produção de BDNF no cérebro, melhorando a saúde cerebral e promovendo a neuroplasticidade.

Lee et al. (2021) investigaram o papel das miocinas induzidas pelo exercício físico em doenças neurodegenerativas. As miocinas induzidas pelo exercício mostraram ter efeitos neuroprotetores em doenças neurodegenerativas, destacando a importância da comunicação músculo-cérebro. Jaberi et al. (2023) investigaram os mecanismos pelos quais o exercício aumenta a expressão do BDNF e seus efeitos na melhoria da função cognitiva e na patologia da doença de Alzheimer. O estudo mostrou que o exercício aumenta a expressão de BDNF, melhorando a cognição e reduzindo a patologia de Alzheimer. Fahnestock et al. (2020) examinaram os efeitos do exercício físico e da exposição a luz piscante de 40 Hz em um modelo de camundongo transgênico 3xTg-AD de Alzheimer. Os resultados indicaram que o exercício e a luz piscante de 40 Hz melhoram a função cognitiva e reduzem a patologia de Alzheimer em camundongos.

Yau et al. (2014) investigaram como o exercício de resistência pode prevenir o declínio cognitivo através da neurogênese em doenças neurodegenerativas. O estudo concluiu que o exercício de resistência aumenta a neurogênese e previne o declínio cognitivo em doenças neurodegenerativas. Os resultados apresentados corroboram a hipótese de que o exercício físico promove a neurogênese e oferece neuroproteção em doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson. A análise dos treze estudos adicionais fortalece essa conclusão, elucidando os mecanismos moleculares subjacentes e as implicações clínicas dos achados.

Estudos como os de Fluoxetine et al. (2014) destacam que tanto o exercício quanto a fluoxetina promovem a neurogênese e melhoram os sintomas depressivos. Este estudo reforça a importância da atividade física na saúde mental e sua relação com a neurogênese. Yau et al. (2014) discutem como a atividade física melhora a saúde mental e as funções cognitivas em idosos. A evidência sugere que o exercício regular pode prevenir o declínio cognitivo e melhorar a qualidade de vida, alinhando-se com os achados de que o exercício modula a neurogênese e a plasticidade cerebral.

Fahnestock et al. (2020) evidenciam que fatores nutricionais, aliados ao exercício, podem potencializar a neurogênese e a função cognitiva. A combinação de dieta e exercício emerge como uma estratégia poderosa para manter a saúde cerebral. Jaberi et al. (2023) mostram que a atividade física adapta os astrócitos, proporcionando efeitos neuroprotetores. Este mecanismo adicional apoia a ideia de que o exercício beneficia a neurogênese e a saúde cerebral através de múltiplas vias celulares.

Lee et al. (2021) oferecem uma visão abrangente dos benefícios do exercício através de estudos multi-ômicos, demonstrando a redução da gravidade das doenças neurodegenerativas. Este estudo reforça a relevância do exercício na modulação de vias moleculares e celulares complexas. Sujkowski et al. (2022) destacam como o exercício melhora a função mitocondrial, proporcionando neuroproteção. A saúde mitocondrial é crucial para a neurogênese e a plasticidade neuronal, corroborando os achados dos artigos selecionados.

Cefis et al. (2023) exploram diversos mecanismos neuroprotetores do exercício, como a redução da inflamação e o aumento da capacidade antioxidante. Esses mecanismos são essenciais para entender como o exercício promove a saúde cerebral. Choi et al. (2018) mostram que o exercício ajusta a via proteolítica da APP, melhorando a neurogênese no hipocampo de camundongos com Alzheimer. Este estudo fornece evidências adicionais sobre como o exercício modula vias específicas para promover a neurogênese.

Cutuli et al. (2023) demonstram que a atividade física reconfigura circuitos cerebrais contra a neurodegeneração. Este estudo reforça a ideia de que o exercício pode modificar a estrutura e função cerebral de maneira benéfica. Petzinger et al. (2013) discutem como a atividade física modula o sistema endocanabinoide, oferecendo neuroproteção. Este mecanismo adicional amplia a compreensão dos benefícios do exercício para a saúde cerebral.

Sujkowski et al. (2022) revisam o papel protetor do exercício em diversas doenças neurodegenerativas, destacando a importância da neurogênese e da neuroproteção. Este estudo apoia a conclusão de que o exercício é uma intervenção eficaz para a saúde cerebral. Exercise-enhanced Neuroplasticity Targeting Motor and Cognitive Circuitry in Parkinson’s Disease demonstra que o exercício melhora a neuroplasticidade nos circuitos motores e cognitivos em Parkinson, alinhando-se com os achados de que o exercício é benéfico para múltiplas vias neurológicas.

Conclusão

Os estudos revisados fornecem evidências robustas de que o exercício físico regular desempenha um papel crucial na promoção da neurogênese e na proteção contra o declínio cognitivo associado a doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson. A atividade física modula diversos mecanismos moleculares e celulares, incluindo o aumento da expressão de neurotrofinas como o BDNF, a adaptação de células gliais, a melhoria da função mitocondrial, a redução da inflamação e o aumento da capacidade antioxidante. Esses achados sublinham a importância do exercício como uma estratégia terapêutica promissora para manter a saúde cerebral e retardar a progressão de patologias neurodegenerativas. Assim, incentivar a prática regular de exercícios físicos pode ser uma intervenção eficaz e acessível para melhorar a qualidade de vida e as funções cognitivas de indivíduos afetados por essas condições. Pesquisas futuras devem continuar a explorar os mecanismos específicos e desenvolver protocolos de exercício personalizados para maximizar os benefícios terapêuticos, oferecendo novas perspectivas para a prevenção e tratamento dessas doenças debilitantes.

Referencias

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22. YAU, Suk-yu et al. Physical Exercise-Induced Adult Neurogenesis: A Good Strategy to Prevent Cognitive Decline in Neurodegenerative Diseases? Journal of Alzheimer’s Disease, v. 42, p. S31-S35, 2014.

23. YAU, Suk-yu et al. Physical exercise and cognitive decline prevention. Journal of Alzheimer’s Disease, v. 42, p. S31-S35, 2014.

24. Souza, MTD, Silva, MDD, & Carvalho, RD (2010). Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein, 8, 102-106.


1 Farmacêutico, Centro Universitário Maurício de Nassau – UNINASSAU, Recife,PE, Brasil.
Pedro_cesar.pc@hotmail.com 
Orcid 0009-0005-8701-9103

2 Orcid  0009-0005-1171-5807 – ORCID
Farmacêutica, Centro Universitário Maurício de Nassau – UNINASSAU, Recife,PE, Brasil. Allanafernanda2212@gmail.com

3 Graduanda em Farmácia, Centro Universitário Brasileiro, Recife, PE, Brasil.
daianemaria1894@gmail.com 
0009-0006-7712-6076

4 Farmacêutica, Centro Universitário Maurício de Nassau, Recife, PE, Brasil.
Tamyrysvpb@hotmail.com
0009-0004-8286-524X

5 Graduanda em farmácia, Centro universitário Maurício de Nassau, Recife, PE, Brasil.  lizandralopes.farmacia@gmail.com 
0009-0007-0308-6806

6 Nutricionista, Univag – Centro universitário de várzea grande, Cuiabá-MT, Brasil milenayasmim22@gmail.com 
 0009-0004-9499-9958

7 Farmacêutica, Centro Universitário Brasileiro – UNIBRA, Recife,PE,Brasil.
marielenarodrigues1@gmail.com 
0009-0004-4101-3403

8 Farmacêutica, Centro Universitário Maurício de Nassau, Recife, PE, Brasil.
Janainatorres731@gmail.com
0009-0000-3465-9717

9 Farmacêutica, UNIFAVIP, Caruaru, PE, Brasil. 
ellen.juliana02@hotmail.com
0000-0002-2463-2542

10 Graduada em Farmácia, Faculdade Pernambucana de Saúde  kamyllameloandrade@gmail.com
0009-0005-6005-4873