NEUROSCIENCE AND ADDITIONAL LANGUAGE LEARNING: A NECESSARY DIALOGUE IN THE CONTEXT OF CURRENT EDUCATION
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/dt10202501271148
Gustavo de Noronha
Orientador: Professor Diego Argentino
RESUMO
A neurolinguística é um ramo da neurociência que estuda os mecanismos neurofisiológicos responsáveis pela aquisição e uso da linguagem. Então, nessa área do conhecimento o indivíduo deve ser capaz de correlacionar automaticamente o dialético. A incorporação da neurociência na educação trouxe uma transformação significativa para o processo de ensino. Essa abordagem inovadora permite que os educadores criem cursos mais abrangentes que atendam às necessidades individuais de cada aluno. No entanto, como a neurociência e a aquisição de idiomas adicionais podem facilitar o discurso necessário no ambiente educacional atual? A aprendizagem é um processo cognitivo que se origina no cérebro como uma resposta a estímulos externos. As sinapses criadas no cérebro formam circuitos capazes de processar informações e armazená-las em nível molecular. A tese de que a aprendizagem está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento do cérebro é reforçada por pesquisas realizadas sobre essas tecnologias. Portanto, o objetivo deste artigo é mostrar a importância da organização educacional através de movimentos e atividades que já vem utilizando no processo de conhecimento onde pode ser comprovado através de cursos multidisciplinares. A conexão entre neurociência e aprendizagem confirmou as principais ideias de teóricos da educação. Entre eles estão a influência das emoções na lembrança de informações, a importância da motivação e do foco no aprendizado e a capacidade do cérebro de mudar dependendo das experiências e da exposição ao ambiente. Ainda faltam evidências da neurociência para provar modelos de aprendizagem multissensorial, como aqueles que trabalham com estimulação visual, auditiva e cinestésica. Eles operam com a premissa de que a informação obtida por meio de uma modalidade sensorial é processada no cérebro sem referência ao conteúdo aprendido de outra espécie.
Palavras chaves: Neurociência e Aprendizagem. Modalidade Sensorial. Línguas Adicionais. Processo de Comunicação
NEUROSCIENCE AND ADDITIONAL LANGUAGE LEARNING: A NECESSARY DIALOGUE IN THE CONTEXT OF CURRENT EDUCATION
ABSTRACT
Neurolinguistics is a branch of neuroscience that studies the neurophysiological mechanisms responsible for language acquisition and use. So, in this area of knowledge, the individual must be able to automatically correlate the dialectic. The incorporation of neuroscience in education brought a significant transformation to the teaching process. This innovative approach allows educators to create more comprehensive courses that meet the individual needs of each student. However, how can neuroscience and additional language acquisition facilitate the discourse needed in today’s educational environment? Learning is a cognitive process that originates in the brain as a response to external stimuli. The synapses created in the brain form circuits capable of processing information and storing it at a molecular level. The thesis that learning is intrinsically linked to brain development is reinforced by research carried out on these technologies. Therefore, the objective of this article is to show the importance of the educational organization through movements and activities that it has already been using in the process of knowledge where it can be proven through multidisciplinary courses. The connection between neuroscience and learning confirmed the main ideas of education theorists. These include the influence of emotions on remembering information, the importance of motivation and focus in learning, and the brain’s ability to change depending on experiences and exposure to the environment. There is still a lack of evidence from neuroscience to prove multisensory learning models, such as those that work with visual, auditory and kinesthetic stimulation. They operate on the premise that information gained through one sensory modality is processed in the brain without reference to content learned from another species.
Keyword: Neuroscience and Learning. Sensory Modality. Additional Languages. Communication Process
INTRODUÇÃO
Não é incomum encontrar pessoas fluentes em mais de um idioma. Essa tendência foi impulsionada por uma série de fatores, incluindo a globalização, a disseminação da Internet e o crescimento do comércio internacional e das viagens. Como resultado, o multilinguismo está se tornando uma habilidade essencial em muitos campos, como negócios, diplomacia e academia. Ser capaz de se comunicar efetivamente com pessoas de diferentes origens culturais também pode promover maior compreensão e cooperação entre nações e povos. Quando grupos díspares de indivíduos ocupam o mesmo local físico, eles têm uma inclinação natural para coexistir.
No entanto, essa coexistência costuma ser repleta de desafios. o multilinguismo tornou-se um fenômeno predominante em um mundo cada vez mais globalizado. Esse fenômeno não se limita a nenhuma região ou país em particular, mas se espalhou pelo mundo nos últimos anos. As razões subjacentes a esta tendência são numerosas e complexas, desde incentivos econômicos a fatores sociais e culturais.
Assim, os benefícios do multilinguismo são amplamente reconhecidos, como aumento das habilidades cognitivas e de comunicação aprimoradas e maior consciência cultural.
Portanto, é crucial que indivíduos e sociedades adotem e encorajem o multilinguismo como um bem valioso no mundo moderno.
Diante dessa estimativa, o presente artigo tem por finalidade elucidar como a neurociência e aprendizagem de línguas adicionais podem proporcionar um diálogo necessário no contexto da educação atual? Uma vez que no Brasil, a maioria da população desconhece que há cerca de 274 línguas nativas, mas, a aceitação dessa informação, tem sido um processo gradual. Assim, como nos Estados Unidos, o preconceito e a escassez de informações cientificas têm dificultado esse reconhecimento.
O tratamento de línguas adicionais nas escolas regulares denota a percepção de que apenas o português é falado no país.
Por essa razão, o presente artigo está dividido em três capítulos, cujo primeiro refere-se ao conhecimento linguístico sob a ótica da neurociência onde retrata uma compreensão básica de Neurociência e Cognição necessária para que seja planejado atividades de ensino-aprendizagem juntamente com um conhecimento de Linguagem. O segundo capitulo traz uma perspectiva histórica evolutiva da Neurolinguística, que deu início em 1970 através do trabalho do professor de língua americana John Grinder e do psicólogo Richard Bandler onde juntos analisaram grandes comunicadores da época com o intuito de criar modelos de habilidades sendo possível atualmente, definir o PNL por diversos angulos cujo uma delas é que a Programação Neurolinguística é um método de modelagem capaz de ser replicada. Porém, para que esse processo seja aplicado é importante analisar como grandes organizações e indivíduos alcançam altos resultados tornando a experiência humana subjetiva. E por fim, a contribuição da neurociência para o processo de comunicação, onde a função do cérebro é facilitar a comunicação, pensar em soluções, planejar ações, alterar comportamentos, superar obstáculos e criar novas formas de comunicação e interação com o mundo. É possível dizer que quase todas as partes do cérebro humano estão envolvidas na recepção e transmissão de mensagens, o que é significativamente complexo.
A metodologia utilizada para realização desta pesquisa, se deu de forma qualitativa através de referências bibliográficas e artigos científicos.
1. O conhecimento linguístico sob a ótica da neurociência
A forma como nos comunicamos tem o poder de moldar nossas relações humanas. A linguagem, então, é parte integrante disso, interagir e responder a associações entre pessoas. Quando se trata do estudo da expressão, discurso e cognição não podem ser vistos como dois elementos distintos. Ambos, estão inextricavelmente ligados um sobrepondo o outro para dar à linguagem seu sabor único. Examiná-los juntos é essencial para entender sua interconectividade. Esta análise tem um dinamismo que não pode ser esquecido, por estar em constante mudança, ou seja, eternamente em transformação. É um ciclo interminável de crescimento e alteração.
Portanto, o cérebro é composto de cinco seções distintas, que podem agir sozinhas ou em conjunto para criar uma configuração funcional. O cérebro consiste em cinco lobos que trabalham juntos ou independentemente para realizar diferentes funções.
A partir da mudança na instrumentalização da análise neurocientífica, outros modelos ampliaram a proposta de Wernicke e Lichtheim. Uma das teorias sobre o processamento da fala no cérebro, mais aceitas atualmente, é a que postula duas vias: a ventral e a dorsal. Trata-se do Modelo de via dupla no processamento da fala (Dual stream model of speech processing) de Hicock e Poeppel (2000 apud HICOCK, POEPPEL, 2016 Disponível em Acesso em: 10 maio 2023.
Essas aplicabilidades cobrem um amplo espectro de atividades, desde o recebimento de informações sensoriais até o segmento do raciocínio mental. Cada lobo tem especialidades específicas que contribuem para o funcionamento geral do cérebro. O primeiro lobo é o parietal responsável pela continuação de informações sensíveis do corpo. Já o lobo occipital desempenha informação visória. O lobo temporal é o agente pela cognição auditiva e também pela criação da memória. A regulação do equilíbrio interno do corpo fica por conta do lobo insular. E por fim, o cerebelo que é conhecido como pequeno cérebro, responsável por manter o equilíbrio, controlar os músculos e permitir os movimentos voluntários desempenhando também um papel crucial no aprendizado de habilidades motoras como caminhar, andar de bicicleta, nadar, correr, pular ou até mesmo tocar um instrumento musical.
Os hemisférios laterais cerebelares e os núcleos denteados e emboliformes parecem ser responsáveis pela modulação do pensamento, planificação, formulação de estratégias, aprendizagem, memória e linguagem, características só identificadas nos mamíferos. Desse modo, o cerebelo vem sendo considerado um poderoso coordenador, capaz de contribuir tanto para as habilidades motoras, quanto sensoriais e cognitivas, graças às conexões que estabelece com regiões encefálicas responsáveis pela execução dessas funções. (GUYTON, 2006 p 140).
É importante reafirmar que quase todas as áreas do cérebro estão envolvidas de alguma forma com a linguagem. O cérebro humano é um órgão complexo e altamente avançado, capaz de processar qualquer idioma.
A razão da complexidade da linguagem deve-se aos seus componentes emocionais, bem como à sua dependência da reativação de múltiplas modalidades de memória, que incluem estímulos visuais, auditivos e olfativos. Além disso, a linguagem depende de inúmeras outras funções do cérebro, tanto primitivas quanto evoluídas.
De acordo com a American Speech and Hearing Association, a linguagem é definida como um sistema de símbolos complexo e dinâmico, utilizado tanto para a comunicação quanto para o pensamento. A avaliação e a compreensão da linguagem podem ser baseadas em diferentes parâmetros como fonologia, morfologia, sintaxe, semântica e pragmática, além de fatores biológicos, cognitivos, psicossociais e ambientais. A combinação de todos esses componentes determina, em última análise, o aprendizado e o uso da linguagem.
A linguagem é considerada aqui como a capacidade humana de articular significados coletivos e compartilhá-los, em sistemas arbitrários de representação, que variam de acordo com as necessidades e experiências da vida em sociedade. A principal razão de qualquer ato de linguagem é a produção de sentido. A compreensão da arbitrariedade da linguagem pode permitir aos alunos a problematização dos modos de “ver a si mesmos e ao mundo”, das categorias do pensamento, das classificações que são assimiladas como dados indiscutíveis. A linguagem é uma herança social, uma “realidade primeira”, que, uma vez assimilada, envolve os indivíduos e faz com que as estruturas mentais, emocionais e perspectivas sejam reguladas pelo seu simbolismo. (BRASIL, 1995 p.5-6).
Nesta estrutura funcional anatômica, vários sistemas e subsistemas atuando em série e paralelo estão envolvidos. Portanto, avaliar a linguagem é avaliar a saúde de todo o cérebro. om os recentes avanços na pesquisa de neuroimagem, os cientistas foram capazes de criar modelos anatomopatológicos de ativação cerebral durante a função da linguagem e descobriram que as localizações cerebrais de áreas ativadas durante a linguagem (exceto para prosódia emocional) eram preferencialmente desviadas para o hemisfério esquerdo, envolvendo o córtex e as áreas subcorticais.
Em estudos realizados em pessoas saudáveis, observou-se que, ao ler palavras silenciosamente, o hemisfério occipital direito e esquerdo juntamente com o córtex temporal direito são ativados. As várias regiões temporais esquerdas e a região frontal inferior esquerda são responsáveis pela integração dos processos semânticos e fonológicos.
2. Uma perspectiva histórica evolutiva da Neurolinguística
O cérebro humano pode processar, pensar, contextualizar, interpretar e reagir em um nível muito avançado. É tão natural no cotidiano humano, que o indivíduo, não pensa em como esse processo é tão único existindo vastos campos científicos propostos para estudar os aspectos psicológicos. A ascensão no mundo do desenvolvimento e motivação pessoal, conhecida como PNL- Programação Neurolinguística, trouxe o termo à tona, principalmente nas mídias digitais. Não é de admirar que coaches, gerentes de Recursos Humanos e psicoterapeutas estão cada vez mais usando técnicas de PNL em ambientes profissionais.
Portanto, se faz necessário entender o que vem a ser neurolinguística, que nada mais é, a ciência que estuda o cérebro enfocando todos os tipos e formas de linguagem e comunicação. Nesse termo está incluindo a linguística, neuroanatomia, neurofisiologia, filosofia, psicologia, psiquiatria, fonoaudiologia e ciência da computação. Atualmente, foi incluído nesse estudo a neurobiologia, antropologia, química, ciência cognitiva e inteligência artificial. O uso de equipamentos modernos de imagem cerebral estimulou o desenvolvimento e a expansão da neurolinguística, tornando possível entender e organizar as funções cerebrais e a linguagem de forma global.
O termo programação neurolinguística foi criado para representar coletivamente todas as ações voluntárias e conscientes ou não que o corpo realiza quando é afetado por um estímulo. Isto implica que, se trata essencialmente de uma leitura corporal voltada para o relacionamento entre indivíduo de forma a compreender melhor os sinais do corpo e facilitar a comunicação.
A neurolinguística estuda atividades cognitivas realizadas durante o processamento da linguagem: avaliando alterações elétricas e hemodinâmicas no cérebro, durante a realização de pequenas tarefas cognitivas estritamente linguísticas e também as não linguísticas, mas ligadas de alguma forma ao processamento linguístico. Essa ciência surgiu nos anos 80, a partir de dois eventos principais. De um lado, os testes de ERP, já empregados desde os anos 50 na avaliação de doenças que afetam as cognições de linguagem, visão e audição, passaram a ser usados também em pesquisa básica de cognição de linguagem. (FRANÇA, 2005 p. 24).
Com base nos estudos anteriores realizados tanto no Brasil quanto no exterior, é possível atualmente, compreender melhor o contexto interfásico linguístico entre as representações abstratas propostas pela teoria da linguagem. Essa visão, pode ser comprovada através de registros hemodinâmicos e elétricos da atividade cerebral. Ao lidar com essa difícil atribuição, a neurolinguística ampliou os limites científicos e gerou esforços interdisciplinares que diante de outras evoluções, a mesma coloca a linguística entre as ciências naturais.
O impacto da neurolinguística no desenvolvimento humano é resultado da relação entrelaçada entre neurologia, linguagem e programação. A perspectiva de um indivíduo em várias situações se manifesta principalmente por meio de imagens, sons ou sentimentos. A neurolinguística concentra-se na interação de três fatores significativos onde o primeiro é a neurologia que é responsável por regular o funcionamento do nosso organismo enquanto a linguagem, determina como nos comunicamos e nos relacionamos com os outros. Enquanto, a programação examina as dinâmicas centrais que existem na interconexão desses três componentes.
Assim a verdadeira inovação da Neurolinguística é a capacidade de analisar sistematicamente o ser humano e suas experiências para que esses conhecimentos possam ser amplamente utilizados por outras pessoas. A PNL está na centralização de muitas metodologias de comunicação e mudança sendo incorporada a muitos treinamentos empresariais, workshops de comunicação, aulas e palestras.
“Algumas ferramentas e conteúdos utilizados pela programação neurolinguística podem ser amplamente observadas e aplicadas quando o quesito é comunicação facilitada e bom relacionamento (O’CONNOR; SEYMOUR, 1996 p. 132).
Uma das técnicas comumente usadas na programação neurolinguística é chamada de “suavizadores”, que tem o potencial de provocar transformações significativas na linguagem. Os linguistas também se referem a termos atenuantes como simplificador, parte de uma estratégia de polidez da linguagem.
Os classifica como podendo ser de natureza não linguística (voz mansa, sorriso, inclinação da cabeça) ou linguística, a qual ainda subdivide em: substitutivos e acompanhantes. Os substitutivos consistem na amenização de sentenças diretas para indiretas, como por exemplo o uso de condicional (“você poderia fechar a porta?”) e os acompanhantes consistem no uso de estruturas espaciais tal como “por favor” e “se for possível. (KERBRAT-ORECCHIONII, 2006 p. 230).
Os seres humanos usam uma linguagem sensorial específica que reflete como as informações são armazenadas e recuperadas. A maioria das pessoas tem, mais ou menos, um sistema de representação preferido, mas ninguém pode ser descrito ou categorizado por esse composto de interpretação, como pertencente a um único sistema de representação. O indivíduo não representa em suas ações e fala uma só designação ou identidade, ao contrário, apresentam contextualizações que dependendo da situação vivida, apresentará comunicação que nunca serão puramente separáveis. Todos eles trabalharão juntos, porém, caracterizados em graus variados como preferências e habilidades.
O ritmo da fala pode ser usado para identificar sistemas representacionais, juntamente com palavras processuais. Uma velocidade de fala mais rápida geralmente é indicativa de indivíduos que processam informações principalmente por meio do canal visual, devido à sua capacidade de visualizar informações rapidamente. Em contraste, indivíduos que preferem o processamento cinestésico levam mais tempo para se imaginar em uma determinada situação e vivenciá-la, levando a uma velocidade de fala mais lenta. O avanço neurolinguístico aponta que o cérebro humano funciona de forma semelhante a um computador, executando vários programas. As estratégias mentais de um indivíduo são compostas por sequências sistemáticas de instruções ou representações internas que dependendo das “configurações” de cada cérebro humano, programas específicos podem funcionar de forma mais eficaz do que outros para tarefas individuais.
3. A contribuição da neurociência para o processo de comunicação
Desde o momento do nascimento, os estímulos sensoriais causam mudanças no cérebro e afetam o comportamento e a comunicação. O choro é a nossa primeira comunicação com o mundo. Esse processo de aprendizado e memória ocorre ao longo da vida devido aos circuitos e adaptações cerebrais. É extremamente desafiador tratar e estudar a atividade do lobo frontal, responsável por receber as informações auditivas e direcionar a parte mais complexa, cognitiva e temporal das informações envolvidas na memória, e do lobo parietal que também é responsável pela síntese das informações de SNPs. A pesquisa permitirá aprender cada vez mais sobre a função da comunicação e sua relação com o mundo, essencial para a sobrevivência dos ambientes profissionais e das organizações.
A comunicação depende de vários tipos de memória, incluindo memória declarativa, não declarativa e procedural. Os dados sensoriais originários do sistema nervoso periférico são processados pelo sistema nervoso central e, portanto, requerem consolidação na memória. O cérebro armazena habilidades de linguagem em tipos específicos de memória, principalmente memória não declarativa. A forma como nos comunicamos e interagimos está mudando rapidamente à medida que nosso mundo se torna mais volátil, incerto, complexo e ambíguo. Com essas mudanças, fica claro que precisamos formar novas conexões neurais e sinapses, principalmente ao navegar em ambientes online.
Não é incomum ouvir pessoas com colapso nervoso dizerem que não têm energia para fazer nada. Isso porque essa rigidez também cansa os músculos e gera tanta fadiga quanto subir uma ladeira. Saber reconhecer cada um desses momentos é uma vantagem quase que cinematográfica, pois o poder de antecipar os próximos passos é primordial. Quando uma pessoa vem em sua direção e parece que vai ter um ataque cardíaco devido ao estresse acumulado, é importante ter o autocontrole para que o indivíduo não permita que o sentimento continue a se desenvolver e comprometer seu relacionamento social.
A Programação Neuro Linguística é amplamente estudada por gestores e educadores que desejam otimizar os números da empresa ou ter o controle dos alunos, buscando formas mais fáceis de ler o corpo para abreviar o processo de sucesso, além de trabalhar no desenvolvimento pessoal. Um bom gestor independentemente da área, entende que esse caminho consegue manter a equipe ou alunos trabalhando com satisfação, aumentando sua produtividade e trazendo ainda mais receita para a empresa ou escola.
Simplesmente, o modelo que defendemos argumenta que qualquer teoria completa do comportamento humano no contexto da comunicação de massas especifica relações empiricamente observadas entre as variáveis, os substratos neurais dessas variáveis e uma explicação sonora (preferencialmente evolutiva) para esses substratos neurais. A maioria das teorias atualmente populares na pesquisa de comunicação de massa fornece relatos descritivos das relações observadas entre variáveis, às vezes com apelos ligeiramente explicados à ciência cognitiva ou modelos da mente (em oposição aos modelos de função cerebral). (WEBER; MATHIAK; SHERRY, 2009, p. 44-45).
“Vale salientar aqui que o processo de comunicação é como um laço que liga o emissor e o receptor e opera nas duas direções. Segundo esses autores, a comunicação não está completa até que o emissor original saiba que o receptor entendeu a mensagem.” (GRIFN, MOORHEAD 2016, p. 299)
A neurociência fez uma descoberta crucial: o cérebro tem uma adaptabilidade notável, que permite que ele se organize para atender às necessidades funcionais. Como resultado dessa adequação, vários ajustamentos ocorrem no cérebro quando se trata de ler e escrever. Isso porque não existe uma área específica na composição genética da espécie que seja designada para essas atividades.
“Temas clássicos como a compreensão da leitura, o desenvolvimento da fala e da escrita e a aprendizagem de línguas, entre outros, exigem uma reavaliação, agora, sob a ótica dos avanços neurocientíficos.” Ou seja, todos estes aspectos podem ser estimulados e treinados, através de programações neuronais. (OLIVEIRA, 2013 p. 40).
Schenkman descreveu e sugeriu que, a herança genética das pessoas é um guia para o desenvolvimento e amadurecimento da linguagem, independentemente da cultura ou formação gramatical envolvida. O desenvolvimento da linguagem está intimamente relacionado ao cérebro humano, ou seja, a formação e organização da linguagem é característica do raciocínio humano. Portanto, é importante entender que nas interações biológicas com o meio ambiente, o cérebro produz substratos para cognição, consciência, aprendizado, conhecimento, personalidade, emoção, pensamento, criatividade, imaginação, comunicação simbólica, atenção e funções sensório-motoras. Embora a linguagem ou comunicação esteja intimamente relacionada às regiões cerebrais e independentemente do contexto cultural e da educação gramatical individual, esses aspectos são importantes para o surgimento e desenvolvimento da comunicação humana.
Defende que “a neurociência é indispensável para que sejam compreendidos os correlatos fisiológicos da fala, da linguagem, dos gestos e da cognição. Assuntos recorrentes como comunicação escrita e neurociência, a comunicação oral (falada) x neurociência são por vezes discutidas e estudados afim de buscar compreensões que possam esclarecer as contribuições da neurociência para o processo de comunicação. (BHATNAGAR, 2004, p. 1).
Referente à comunicação escrita do desenvolvimento humano a neurocientista e pesquisadora Elvira de Souza Lima o projeto “Escrita para Todos”, apresentou laços profundos sobre o conhecimento atrelado ao sistema nervoso visando aprimorar as práticas pedagógicas dos educadores para que através da neurociência, o desenvolvimento intelecto da criança e do adulto seja previamente conhecido no aprendizado da escrita.
Porém, é preciso considerar que, os neurotransmissores estão envolvidos na audição, fala, linguagem, aprendizagem e memória. Dessa forma, as transmissões ajudam a modular os mecanismos cerebrais que controlam a cognição, a linguagem, a audição, o humor, a atenção, a memória, a personalidade, a motivação e as adaptações fisiológicas do cérebro.
CONCLUSÃO
A linguagem é um processo de comunicação social que está inserida na vida humana sendo um fenômeno muito complexo que requer pesquisas interdisciplinares. Por isso, é importante entender a linguística relacional, em particular a funcional, interligando a neurociência com cognição para entender como o cérebro processa e influencia mutuamente, a área mental e social. Atualmente, existem programas de consultoria utilizando tipos de linguagens e dialetos que facilitam a coleta de informações, com o objetivo de uma aprendizagem socialmente mais cognitiva.
À medida que o estudo avança, os campos da neurolinguística e de sua programação, se sobrepõem em alguns casos, mas também há diferenças, pois a neurolinguística busca entender as conexões entre a fala e o cérebro e os mecanismos de interpretação. Dessa forma, torna-se uma ciência despercebida e que quando explorada pode contribuir ativamente para as descobertas relacionadas à saúde humana.
Por outro lado, a PNL é particularmente voltada para o crescimento pessoal. Seus métodos são compreensíveis e fáceis de memorizar e aplicar. Empregar e alterar uma norma ou modificar comportamento resulta em grandes benefícios pragmáticos não só para o indivíduo como para aqueles que o cercam. Por isso, a Programação Neurolinguística (PNL), se firmou no mercado desenvolvendo-se a cada instante o escopo de suas atividades.
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