REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10223840
Beatriz Dias Gusmão1
Érika Alezard Ostermann2
RESUMO
O tema principal do presente artigo é como a neuroarquitetura está presente nos ambientes, por meio de quais técnicas pode ser observada e como pode auxiliar no tratamento de crianças que apresentam o Transtorno do Espectro Autista (TEA). O objetivo geral é que indivíduos que já possuem algum conhecimento prévio sobre o TEA possam aprofundar sobre o tema em questão. Trata-se de um estudo teórico com caráter exploratório, onde foram realizadas pesquisas bibliográficas, tendo como primeiro enfoque as particularidades que essas crianças diagnosticadas com o transtorno apresentam e como se comportam. Por conseguinte, é explicado um dos métodos mais usuais dentro do campo da arquitetura e autismo, o método ABA. Dando sequência, fica explícito o conceito da neurociência atrelada à arquitetura, de que forma pode se fazer presente nos centros terapêuticos e quais são suas técnicas, e por fim, de qual maneira esses assuntos podem estar relacionados. Concluiu-se, até o momento, que há uma melhora significativa de pacientes com TEA em centros terapêuticos que utilizam as estratégias da neuroarquitetura, podendo vir a ser uma prática mais recorrente, já que proporciona desenvolvimento e aprendizagem aos envolvidos.
Palavras-chave: Neuroarquitetura; TEA; Centro terapêutico; Método ABA.
ABSTRACT
The main theme of this article is how neuroarchitecture is present in environments, through which techniques it can be observed, and how it can help in the treatment of children who have Autism Spectrum Disorder (ASD). The general objective is that individuals who already have some previous knowledge about ASD can study deeper the theme presented here. This is a theoretical study of an exploratory nature, where bibliographical research was carried out with the main focus being the particularities that these children diagnosed with the disorder present and how they behave. Therefore, one of the most common methods within the field of architecture and autism is explained, the ABA method. Also, the concept of neuroscience linked to architecture is made explicit, how it can be present in therapeutic centers and what its techniques are, and finally, how these subjects can be related. It has been concluded so far that there is a significant improvement in patients with ASD in therapeutic centers that use neuroarchitectural strategies, which could become a more recurrent practice, as it helps the development and learning of those involved.
Keywords: Neuroarchitecture; ASD; Therapeutic center; ABA method.
1 INTRODUÇÃO
A Neuroarquitetura tem sido um termo bem recorrente nos últimos tempos, devido ao reconhecimento e eficácia em projetos pensados de modo exclusivo para atender às necessidades de uma população específica que a opta por ser uma resolução tanto de fatos pessoais das crianças que apresentam esse transtorno, como psicológicos. Caracteriza-se por possuir como foco as emoções e a satisfação ao estar em um ambiente em que cores, texturas, iluminação e até mesmo a ventilação, podem influenciar em seu bem-estar.
O ambiente onde se encontra o indivíduo, seja físico ou não, emite estímulos que podem agradar ou desagradar, gerando sensações de desconforto se houver grande disparidade com os limites do corpo (BESTETTI, 2014, p.602). Diante disso, é importante salientar que crianças com espectro autista, na presença de memórias específicas e/ou de ‘gatilhos’ mentais, podem se sentirem satisfeitas ou não, nos respectivos ambientes.
O tema escolhido aborda a relação da neuroarquitetura com o tratamento em centros terapêuticos de crianças com TEA. Esse transtorno é um neurodesenvolvimento confuso que pode ser percebido a partir dos dois ou três anos de idade, com predominância no sexo masculino, já que os comportamentos dessas crianças são bem inabituais. Algumas delas apresentam dificuldade na fala, em interagir com outras pessoas/crianças, têm manias contínuas e nem sempre se interessam em praticar atividades corriqueiras do dia a dia.
A afinidade e interesse surgiram diante de um histórico familiar, vislumbrando proporcionar o conhecimento aprofundado sobre o assunto aos parentes. Todas as crianças, independente da existência ou não do transtorno, merecem um lugar onde se sintam bem, acolhidas e seguras, e por meio da arquitetura, que leva em conta estratégias mentais e sensoriais, é possível lhes proporcionar um espaço agradável. A abordagem do assunto gera um grande impacto social, visto que há uma negativa consolidada perante este, mas será que é possível conscientizar essas pessoas que a arquitetura unida à ciência pode ajudar no tratamento em centros terapêuticos para crianças com TEA, através de um espaço modificado com todos os métodos particulares adequados?
Para obter tal resultado, têm-se como objetivo geral discutir como a neuroarquitetura pode auxiliar no tratamento de crianças com TEA. Tudo isso só será possível com o apoio de objetivos específicos como: Identificar as particularidades de crianças com o TEA, explicar como os métodos sensoriais, como cores, texturas e iluminação, podem interferir positivamente em centros terapêuticos para crianças com TEA e, por fim, analisar de que maneira a arquitetura atrelada à ciência (neuroarquitetura) pode auxiliar diretamente no tratamento dessas crianças com TEA.
2 METODOLOGIA
A presente pesquisa possui caráter exploratório, que segundo Gil (2002, pág. 41), estabelece mais intimidade com o tema, assim explanando-o e tornando-o ainda mais compreensível. Com isso, têm-se, como um dos delineamentos, as pesquisas bibliográficas cujo embasamento será realizado através do auxílio de leitura de teses, artigos, sites e livros que podem ser denominados de leitura recorrente ou de referência. A leitura recorrente remete aos gêneros desses livros, proporcionando domínio científico ou técnico, e as de referência adquirem maiores conhecimentos do tema específico:
[…] os livros de leitura corrente abrangem as obras referentes aos diversos gêneros literários (romance, poesia, teatro etc.) e também as obras de divulgação, isto é, as que objetivam proporcionar conhecimentos científicos ou técnicos. Os livros de referência, também denominados livros de consulta, são aqueles que têm por objetivo possibilitar a rápida obtenção das informações requeridas, ou, então, a localização das obras que as contêm. Dessa forma, pode-se falar em dois tipos de livros de referência: livros de referência informativa, que contém a informação que se busca, e livros de referência remissiva, que remetem a outras fontes (GIL, 2002, pg. 45).
Com base nas afirmações de Gil (2002), a leitura em questão será a de referência informativa, que tem como principal foco o TEA, os comportamentos de crianças com esse transtorno no ambiente, estudo de métodos sensoriais e mentais, ou seja, tudo que esteja relacionado com a neuroarquitetura e o transtorno, e como essa ciência pode ajudar significativamente a indivíduos em um centro terapêutico.
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Transtorno do Espectro Autista (TEA)
Segundo a APA (Associação Americana de Psiquiatria), indivíduos que apresentam o transtorno do espectro autista possuem déficits em seu crescimento ao longo da vida, e cada um apresenta a sua particularidade (RENATA BRINGEL, 2021). Porém, o TEA traz consigo muitas interpretações, dentre elas que é um distúrbio genético, e que crianças com esse transtorno apresentam sintomas que são considerados de urgência em seus dois primeiros anos de vida, como por exemplo: ausência de demonstrações de fala, principalmente a formação de frases, e a falta de brincadeiras comuns em bebês. (Silva e Mulick, 2009, pg. 09).
Conforme Brito e Vasconcelos (2016), o TEA não tem uma causa afamada, mas inclui não só os fatores genéticos, como também sociais, ambientais e imunológicos. Ainda, seguindo o pensamento dos autores mencionados anteriormente, foi apontado que essas crianças são bastante observadoras, mas vão além disso, pois 10% delas são (muito) hábeis em resolver exercícios que envolvem matemática, ou gostam de música, outras se destacam desenhando, dentre outras coisas.
Ainda, o indivíduo com TEA, sendo criança, é possível constatar este transtorno e tomar as devidas providências. O diagnóstico é concedido quando há pelo menos metade dos sintomas característicos desse transtorno, sendo pelo menos dois destes na interação com outras pessoas e/ou ambiente, tendo como exemplo: não estabelecer um contato visual direto, apresentar muitas expressões faciais, não conseguem manter um relacionamento, não tem interesse de mostrarem seus interesses, sejam eles de lazer ou não, não sabem iniciar uma conversa, e muita das vezes apresentam atraso na fala, são insistentes, agitam e torcem as mãos frequentemente, e etc. (Silva e Mulick, 2009, pg. 04).
Geralmente, o TEA se manifesta nas crianças de forma agressiva, uma vez que tem dificuldade de demonstrarem sentimentos e em interagir socialmente. A primeira reação quando sentem alguma dor, ou quando tentam falar algo e não conseguem, é ficarem agressivas, não porque desejam, senão porque é uma característica do transtorno. Nesses casos, o melhor é manter a calma e buscar as medidas cabíveis, conforme afirma Silva e Mulick (2009, p.2 apud e.g., Barbaresi et al., 2005; Lindsay & Aman, 2003; Newsom & Hovanitz, 2006):
[…] bem como comportamentos agressivos, autodestrutivos, perturbadores e destrutivos. Especialmente em crianças mais novas, comumente se observa uma baixa tolerância à frustração, acompanhada por “acessos de raiva” e “escândalos”; ou jogar-se no chão, gritar, chorar, bater com a cabeça, se morder, bater nos outros etc.
Crianças com esse transtorno apresentam uma hipersensibilidade dentro dos ambientes onde se encontram. De acordo com Ferrari (2022), muitas ficam atordoadas ao ouvirem barulhos muito altos, ou até mesmo o barulho de uma descarga de vaso sanitário. Outras já são sensíveis a texturas, cores, e têm grande fascínio por luzes: cada uma apresenta a sua particularidade.
Existem muitas técnicas que são capazes de amenizar os sintomas do TEA no público infantil, e dentre elas está a técnica ABA (Applied Behavior Analysis), que é a mais utilizada, e seus parâmetros estão baseados em aprendizagem e disciplina. Esse método consiste em técnicas específicas de uma terapia para o TEA, onde objetos, e até mesmo alimentos, são colocados em pauta, para poder auxiliá-los em alguns exercícios (MEDEIROS, 2021).
No caso da psicoterapia lúdica, Marques e Arruda (2006) apontam que ao iniciar essa terapia, as crianças estabelecem uma relação com o psicoterapeuta, o que ajuda muito, pois os profissionais têm que demonstrar atenção, acolhimento e proteção para ganhar a confiança das crianças. Assim, são feitas inúmeras supervisões, de maneira assídua, para conseguir captar cada vez mais informações, e obter diagnósticos.
3.2 Método ABA
O método ABA que quer dizer Análise de Comportamento Aplicada, é uma mediação para indivíduos que possuem o transtorno do espectro autista (TEA), cujos ideais estão de acordo com os filósofos do Behaviorismo Radical, de B. F. Skinner (Burrhus Frederic Skinner), de acordo com França e Pinho (2020). Geralmente, essa técnica é utilizada para melhorar a qualidade de vida das crianças com o TEA, sendo os seus comportamentos os principais alvos para assim poder amenizá-los, amplificá-los ou assegurá-los.
Um dos nomes mais conhecidos, quando se trata do ABA, é o do norueguês Ole Ivas Lovaas, quem concebeu esse método. Além de pesquisador, especificamente sobre o autismo, era professor e psicólogo. O pesquisador julgava que essas técnicas tinham que ser baseadas em uma forma de “recompensa” que também podiam ser chamadas de reforçadores já que de acordo com Medeiros (2021, apud Petersen e Wainer, 2011), as pessoas são movidas por retribuições. Assim, estão motivadas sempre a fazerem o certo para obtê-las.
À medida que as crianças acertavam o exercício feito, ganhavam algo que gostavam muito: comida ou um brinquedo. Porém, se ocorresse o contrário, elas não recebiam nada em troca. Uma forma de poder entender mais um pouco sobre essas recompensas é no Behavorismo (termo inglês que significa comportamento) radical, cujo objetivo era entender o comportamento das pessoas, baseado em estudos e onde também estão os valores do método ABA, tendo Burrhus Frederic Skinner, mais conhecido como Skinner, o pai dessa filosofia. Para ele, os seres humanos tinham seus comportamentos fundamentados no espaço, e as atitudes se transformavam à medida que no espaço também ocorresse o mesmo (MARQUES, 2022).
Com o método de Ole Ivas Lovaas, de 20 crianças que se sujeitavam a essa técnica, 10 tinham resultados satisfatórios, ou seja, normais para algumas técnicas usadas. Isso gerou uma grande repercussão na época, pois algumas pessoas achavam certo e outras não, já que se inclinavam à ideia de que as crianças com TEA se tornariam dependentes desses reforçadores. Contudo, os pais das crianças que as sujeitaram a esse método, hoje o reconhecem como o mais eficaz, e com isso, tornou-se o predileto(BRINGEL, 2021).
Em consideração a isso, a neuroarquitetura possibilita o mesmo efeito, já que a sua essência está apoiada ao fato de que ambientes com determinadas cores, texturas, iluminações, ou seja, com destaque no sensorial pode mudar a concepção de um indivíduo perante um espaço, causando assim, gatilhos benéficos ou não (BAPTISTELLI e GIACOMINI, 2020).
3.3 Neuroarquitetura
A neuroarquitetura nada mais é do que o estudo científico da arquitetura e como pode melhorar significativamente o espaço onde uma pessoa está inserida. Promove assim, saúde e bem-estar aos envolvidos, sendo que projetar espaços vai muito além da harmonia e viabilidade, interferindo de forma positiva nos indivíduos (PEREIRA, 2021).
Existem várias maneiras de estimular as emoções de um indivíduo, sejam elas por texturas, iluminação, ventilação, biofilia (contato com a natureza), cheiros e formas. Contudo, as cores são uma das premissas mais eficazes dentro de um determinado ambiente:
[…] já as cores, são fortes ferramentas em projetos que buscam sincronizar – se com os sentimentos dos usuários, provocando neles emoções e sensações e até influenciando no humor. A cor cinza transmite equilíbrio, tranquilidade e neutralidade. Rosa, em tons claros, dão a ideia de inocência. Em tons médios, associam a feminilidade e ao rompimento do preconceito, enquanto o rosa escuro gera o desejo de iniciar ações individuais. Três dos sentimentos causados pela cor roxa, são a calma, a criatividade e a sabedoria, enquanto o laranja sugere confiança, amizade, alegria e estimula áreas da vida que necessitam de mudanças. (SILVA, CABRERA, e TOPPEL, 2022).
Sabe-se que o sistema nervoso é um dos mais importantes da vida humana, pois está relacionado com tudo a sua volta, com todas as ações e pensamentos. O mesmo é composto por células gliais que são diversos tipos celulares que têm a capacidade de se multiplicarem (BIOLOGIA NET, 2023). Cérebro e medula espinhal encontram-se nesse sistema, além dos neurônios que são considerados um dos mais importantes, pois captam as informações e realizam mais funções. Segundo Chagas (2022), é através do espaço construído que as emoções e os sentimentos são formados, trazendo memórias à consciência atual.
A arquitetura é capaz de transformar os ambientes, e com as técnicas da neurociência, é possível que se tenha o espaço que se deseja, a fim de obter algum tipo de sentimento específico. Ainda de acordo com Chagas (2022), a arquitetura em si precisa não somente despertar a mente da criança como também sua postura corporal, pois dessa forma, agrega tanto à saúde mental, como a física.
A organização é outra base fundamental para a neuroarquitetura, e isso não é muito diferente quando se trata de crianças com TEA. É melhor que um ambiente esteja com uma simetria visual de objetos, com ergonomia e alturas corretas, para que as de menores faixas etárias consigam segurar/tocar esses objetos, e assim interagir de alguma forma com eles, contribuindo para o desenvolvimento dessas crianças, assim afirma Chagas (2022, apud Migliani, 2021).
3.4 Estratégias da Neuroarquitetura para crianças com TEA
Sabe-se que a Neuroarquitetura interfere diretamente em um ambiente, e que crianças com TEA, em contato com algumas características desse mesmo lugar, seja ele por meio das cores, de sons, texturas, iluminação, ou até mesmo a ventilação, podem se sentir bem ou não, pois cada uma apresenta um grau de neurodesenvolvimento diferente (leve, moderado e severo), e a partir disso são determinadas as suas emoções dentro de um espaço, conforme Freitas (p.03, apud Mostafa, p.191, 2008).
A maioria dessas crianças com TEA, apresentam uma hipersensibilidade, que nada mais seria que um sentido mais ‘aguçado’ para as coisas que os rodeiam, que tentam fugir a qualquer custo de estímulos sensoriais, e por meio disto, podem vir a expor um comportamento mais agressivo, que não são de fácil controle nem para si próprios, nem para quem presencia ou tenta ajudar de alguma forma. Há também a hiposensibilidade, que ao contrário do primeiro termo, seriam crianças que estão sempre em busca desses estímulos, de cores vibrantes, que chamam atenção, porém possuem uma insuficiência significativa de coordenação motora, e é por meio das cores que se situam. (FREITAS, p.03, apud SOUZA, p.28, 2018).
Tanto a hipersensibilidade como a hiposensibilidade podem ter auxílio de tarefas diárias que podem amenizar, e/ou ajudar esse público infantil, como por exemplo, em casos de hipersensibilidade, que são as crianças que fogem de situações que se sintam incomodadas ou intimidadas, pode-se diminuir a intensidade da iluminação do ambiente, fechar as portas de lugares para evitar que se distraiam, e não se esquecer de pedir permissão para ter contato tátil com eles. Já para as crianças com hiposensibilidade, é importante oferecer pontos focais visuais que fazem com que tenham facilidade de fazer interpretações do que por meio da fala, e sempre utilizar móveis que não tenham superfícies e formatos pontiagudos para que não possam se machucar (GALETI, 2020).
Conforme Lacerda (2021, p.13;14), atendendo a essas necessidades, têm-se a neuroarquitetura, que pode auxiliar significativamente o dia a dia de crianças com TEA, cuidando da sua hipersensibilidade e hiposensibilidade de maneira acolhedora, eficaz e segura. Ao se tratar dos ambientes projetados para crianças com TEA, tem que estar atento ao seu tamanho, já que precisam ser mais espaçosos, principalmente os banheiros, para que as crianças não entrem sozinhas, tendo sempre o apoio de alguém. Utilizar materiais como texturas e cores, principalmente em salas de fisioterapia, para ativar o estímulo corporal e cognitivo.
Uma técnica bastante utilizada é o quadro de sensações que contém todos esses parâmetros e coloca a criança a interagir com as diversas formas, cores e texturas. É importante ter também um espaço amplo e aberto para o lazer, onde todos os sentidos serão trabalhados através de atividades interdisciplinares. A iluminação é outro fator que deve se levar em consideração, já que tem que estar muito controlada, e sempre se unindo ao paisagismo, e à ventilação:
[…] a iluminação e ventilação naturais são utilizadas na humanização dos ambientes internos, uma vez que auxiliam no tratamento à medida que melhoram as condições térmicas, visuais e higiênicas. O paisagismo também faz parte da humanização dos ambientes e é extremamente importante pois a vegetação influencia no psicológico das pessoas, reduzindo o estresse e auxiliando no conforto acústico diminuindo os ruídos do local e também na qualidade climática da edificação, pois através dele é possível sombrear áreas e também administrar a trajetória dos ventos, possibilitando ventilação em toda a edificação. (NASCIMENTO, 2021, apud LUKIANTCHUKI e CARAM, 2008).
Estar atento à todas as particularidades e necessidades que crianças com TEA requerem ao se projetar um ambiente, ou modificá-lo, é um diferencial, pois há vários fatores citados anteriormente que comprovam a existência da melhoria cognitiva de crianças autistas, através dos espaços sensoriais. Visto isso, Laureano (2017, apud CORAUTISTA, 2015), realça que os âmbitos em que as crianças estão inseridas devem ter algumas estratégias como por exemplo, o uso de almofadas vibratórias, tubos de bolha, camas de água, tudo que as coloquem à prestarem mais atenção ao que acontece, conforme suas ações com tais intermédios.
No que diz respeito das cores, sabe-se que existe o círculo cromático, e este é composto pelas cores primárias (vermelho, azul e amarelo), secundárias (verde, roxo e laranja), e as terciárias que é a junção das primárias com as secundárias. Cada cor tem um significado e transmite sensações que afetam diretamente no humor, como afirma Menezes (2020).
A cor vermelha transmite força, poder, movimento, energia, já a amarela dá a sensação de alegria, foco, criatividade, enquanto a azul traz tranquilidade, confiança, lealdade. Quando se trata das cores secundárias, o verde representa vitalidade, renovação, calma, relaxamento, o roxo retrata a nobreza, sabedoria, mistério, e por último, o laranja que faz com que as pessoas se sintam extravagantes, equilibradas e confiantes.
O preto e o branco, considerados como ausência de luz e a totalidade de luz respectivamente, não fazem parte do círculo cromático, mas ainda assim podem ser complementares, já que originam a cor cinza, e têm suas referências. O preto traz um ar de superioridade, curiosidade e ousadia, já a cor branca conduz a ideia de inocência, pureza e calma. Não menos importante, a cor cinza causa emoções de estabilidade, solidez, tristeza, e etc. (AVMAKERS, 2016).
Um dos sentidos do corpo humano, o tato, é um dos mais importantes perante a essa vertente do TEA. Sabe-se que o tato está ligado ao contato físico com texturas e objetos, e é isso que Okamoto (2002) afirma:
“[…] o toque nas superfícies nos dá a sensação de interioridade do objeto. As impressões de liso, áspero, rugoso são sentidas dentro de nós. O fato de sentir o tato é que define o nosso corpo com relação ao meio circundante. É uma forma de nos sentirmos vivos. ”
Ainda seguindo o pensamento do autor, o espaço arquitetônico que nos cerca deve ser consistente, de forma que envolva estímulos sensoriais capazes de aguçar os sentidos corporais, assim compreendendo melhor o ambiente inserido. Conforme Oliveira (2021), as cores são a alma das construções, que podem ser estimulantes ou perturbadoras que são percebidas pela visão, que para Pallasma (2011) é uma ampliação do sentido tátil.
De acordo com Oliveira (2021, apud Mostafa, 2015) existem sete delineamentos arquitetônicos que transformam um ambiente para pessoas com TEA, sendo eles: estudo acústico do local, locais de fuga, espaços contínuos, mas que sejam seccionados também, ambientes de passagem, delimitações sensoriais e acima de tudo, a segurança. Ele afirma também que os espaços devem ser construídos em graus elevados de sons, de forma que exclua a submissão dessas crianças com TEA por esses sons/ruídos, e que interajam de forma ampla com o local que os cercam:
[…] é importante salientar que a promoção exclusiva de espaços sem qualquer ruído pode provocar dependência e limitar a interação do autista em ambientes com outros níveis sonoros. Nesse caso, devem-se possibilitar espaços com níveis gradativos de sons. ’’
Os locais de fuga, citados anteriormente, funcionam como uma ‘válvula de escape’ para as crianças que se encontram em recintos em que os estímulos sensoriais estejam em excesso e lhes causem perturbação mental. Esses ambientes devem ser objetivos, simples e os mais discretos possíveis. Também devem ter no máximo 6,00 m², com cores neutras, janelas mais baixas para que assim, a iluminação natural seja mais acessível. Desfrutar de placas de madeira perfuradas, e carpete azul (cor que transmite calma e tranquilidade) no piso, ajuda a minimizar os ruídos do local (NEUMANN, MIYASHIRO, e PEREIRA, 2021, pág. 7).
Já os espaços seccionados são ambientes que têm zoneamentos sensoriais, divididos por níveis. Por exemplo, tem locais que utilizam música, outros são para terapia, salas de aula gerais, e etc. Nesse quesito, entram os ambientes de passagem que de certa forma tem que estar relacionados com o ambiente anterior e com o seguinte, para que não haja uma mudança brusca de espaços sensoriais (OLIVEIRA, 2011, pág. 30).
Neumann, Miyashiro e Pereira (2021) realizaram dois estudos de caso, sendo o primeiro o Centro INTEGR.AUT, que é um centro de apoio e o segundo, o Centro Cultural Sensível ao Espectro Autista, ambos mostrando como a arquitetura se manifesta nos ambientes para crianças com TEA. No Centro INTEGR.AUT, todas as atividades que envolvem as crianças foram divididas em departamentos organizados em blocos, tendo a terapia ocupacional, a artística, administração, a parte de ensino, e a área comum, que é a de convívio. A organização é fundamental para crianças autistas, e a divisão em blocos facilita a compreensão delas perante o espaço. Cada sala da ala de terapia ocupacional é representada por uma cor, de preferência, as mais vibrantes como roxo, amarelo e laranja, e utilizando-se de portas camarão, que abrem para as laterais, compostas por duas ou mais folhas conectadas por dobradiças.
Já o Centro Cultural Sensível ao Espectro Autista, localizado na cidade de São Paulo, possui aberturas externas em grandeza, e as menores, na parte interna do edifício que fica em frente à estação de metrô. Neumann, Miyashiro e Pereira (2021) afirmam que para poder diferenciar os locais internos dos externos, foi feito um rebaixo com rampas no piso. Ao seu redor, possui um jardim que integra as pessoas com TEA e estimulam a sua socialização (visto que é um déficit para elas). Cores como azul-claro, branco, e cinza, assim como a madeira são predominantes a fim de evidenciar a tranquilidade do local.
Nesse centro cultural há um diferencial que é a sala tátil, que estimula sensações, e por tal motivo, piso e paredes foram revestidos diferentes para poder propor isso. Na sala visual, foi bastante trabalhado o uso de cores por meio de vitrais (roxo, laranja e azul), em que a luz natural é permissível, e durante o dia há uma iluminação mais concentrada e conforme for anoitecendo, a iluminação fica mais amena sem gerar desconforto. (NEUMANN, MIYASHIRO, e PEREIRA, 2021, pág. 11).
Os espaços arquitetônicos projetados para crianças autistas devem ser amplos, flexíveis, respeitando todas as necessidades dos indivíduos com TEA, utilizando-se de estratégias sensoriais, de modo que se sintam o mais confortáveis e seguras possível, promovendo integração ao ambiente onde estão inseridas, e promovendo desenvolvimento interpessoal. (OLIVEIRA, 2021).
4.0 Considerações finais
No presente artigo foi bem evidenciado, em todas as suas partes, que o público alvo em questão são as crianças com TEA, e que cada uma têm sua personalidade bem definida, de forma que se apresenta perante o espaço em que estão inseridas, e este precisa ser suficiente e satisfatório com todas as estratégias da neuroaquitetura para que se possa atender todas as necessidades deste público infantil, através também do método ABA, que é a análise de comportamento aplicada.
Foi comprovado, também, que há diversas estratégias correlacionadas à arquitetura atrelada à ciência (neuroarquitetura), que se colocadas em prática, podem tornar a terapia dessas crianças mais leve, motivadora, e divertida, por meio dos estímulos sensoriais como o uso das cores e seus significados, texturas, materiais, objetos, ventilação, paisagismo e iluminação, claro, sem esquecer do seu maior propósito que é ajudar a amenizar os sintomas desse transtorno.
Perante o exposto, mediante pesquisas, foram esclarecidos todos os objetivos específicos e, principalmente, o geral, que era discutir como a neuroarquitetura pode auxiliar no tratamento de crianças com TEA, a partir de um estudo de referenciais teóricos. Falar de autismo nem sempre é fácil. A medicina até hoje não tem as respostas de todas as perguntas acerca do assunto, mas saber reconhecer que pessoas com esse transtorno merecem estar e viverem em um lugar acolhedor e seguro, assim como quaisquer outras, já faz um diferencial na sociedade, visto que ainda há uma negativa consolidada perante elas. Assim, foi explícito o quanto a neuroarquitetura pode ajudar diretamente no dia a dia dessas pessoas, e como a população que as cercam pode se conscientizar disso e tornar o mundo cada vez mais evoluído.
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