NEOPLASIAS RECORRENTES NA CLÍNICA DE FELINOS

RECURRENT NEOPLASMS IN THE FELINE CLINIC

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102411212332


Barbara Baesa
Ligia Tiemy Nunes Nishimuta
Veyda Ferreira Constancio
Giovanna Matias Do Nascimento
Ingrid Stefanie Da Silva Mario


RESUMO

As neoplasias mais comuns na medicina felina são o Sarcoma de aplicação sendo uma neoplasia maligna encontrada em locais de aplicação de vacinas ou injeções. Também, o Osteossarcoma um tumor maligno afetando qualquer osso, principalmente os ossos longos dos membros pélvicos. Ademais, o Carcinoma de Células Escamosas e o Mastocitoma são neoplasias cutâneas, com origem de crescimento anormal dos queratinócitos e células mastocitárias, respectivamente. As neoplasias mamárias podem afetar uma ou mais mamas, comumente afetam mais fêmeas em idade avançada e costumam ter origem ligada a hormônios como progesterona e estrogênio. Por outro lado, tem o linfoma que é considerado uma neoplasia hematopoiética dada a proliferação de linfócitos malignos (DALECK, 2009). O diagnóstico, na maior parte dos casos, é baseado na citologia e histopatologia, bem como tratamento é baseado na cirurgia, radioterapia, quimioterapia e/ou suporte.

Palavras-chave: Felino, neoplasia, tumor, quimioterapia, radioterapia, cirurgia.

ABSTRACT

The most common neoplasms in feline medicine are injection sarcoma, a malignant neoplasm found at sites where vaccines or injections are applied. Osteosarcoma is also a malignant tumor that affects any bone, especially the long bones of the pelvic limbs. In addition, squamous cell carcinoma and mastocytoma are skin neoplasms that originate from abnormal growth of keratinocytes and mast cells, respectively. Mammary neoplasms can affect one or more breasts, commonly affect older females, and are usually linked to hormones such as progesterone and estrogen. On the other hand, lymphoma is considered a hematopoietic neoplasm due to the proliferation of malignant lymphocytes (DALECK, 2009). In most cases, diagnosis is based on cytology and histopathology, and treatment is based on surgery, radiotherapy, chemotherapy, and/or support

Keywords: feline, neoplasia, tumor, chemotherapy, radiotherapy, surgery

RESUMEN

Las neoplasias más comunes en la medicina felina son el sarcoma de aplicación, una neoplasia maligna que se encuentra en los lugares donde se administran vacunas o inyecciones. Además, el osteosarcoma es un tumor maligno que afecta a cualquier hueso, especialmente a los huesos largos de las extremidades pélvicas. Además, el carcinoma de células escamosas y el mastocitoma son neoplasias de la piel que se originan por el crecimiento anormal de queratinocitos y mastocitos, respectivamente. Las neoplasias mamarias pueden afectar a una o más mamas, comúnmente afectan más a mujeres de edad avanzada y suelen estar relacionadas con hormonas como la progesterona y los estrógenos. Por otro lado, el linfoma se considera una neoplasia hematopoyética debido a la proliferación de linfocitos malignos (DALECK, 2009). El diagnóstico, en la mayoría de los casos, se basa en citología e histopatología, y el tratamiento se basa en cirugía, radioterapia, quimioterapia y/o apoyo.

Palabras clave: Felino, neoplasia, tumor, quimioterapia, radioterapia, cirugía.

INTRODUÇÃO

No Brasil, de acordo com o Censo Pet IPB (2022) ocorre uma crescente de gatos como animal de estimação em diversas residências e consequentemente aumento desses pacientes na medicina veterinária; a presente revisão literária tem como principal objetivo informar sobre etiologia, classificação clínica, diagnóstico e tratamentos das neoplasias mais comuns na medicina de felinos. Acerca da metodologia utilizada são citadas pesquisas minuciosas originárias de livros e artigos científicos, encontrados através do Google Scholar, sempre priorizando publicações mais recentes. As neoplasias citadas no presente trabalho são sarcoma de aplicação, um tumor cutâneo maligno de origem mesenquimal que se desenvolve no local de aplicação de vacinas e outros medicamentos (LITTLE, 2018); carcinoma de células escamosas (também chamado de câncer espinocelular cutâneo), que trata-se de uma neoplasia maligna, cujo desenvolvimento pode ter relação com a exposição aos raios ultravioleta (MURPHY et al., 2000; KRAEGEL e MADEWELL, 2004); linfoma, neoplasia de órgãos linfóides, sendo a neoplasia que apresenta a maior frequência de ocorrência em felinos (DALECK, 2009); mastocitoma, oriundo da proliferação anormal de mastócitos (BLACKWOOD et al., 2012); neoplasias mamárias as quais costumam ser provenientes de hormônios (LITTLE, 2018) e osteossarcoma, tumor maligno mesenquimatoso produtor de matriz óssea (MORRIS; DOBSON, 2001).

SARCOMA DE APLICAÇÃO EM GATOS

A identificação de sarcomas associados a aplicações ocorre entre as décadas de 1980/90 associada ao aumento da casuística de tumores em locais comumente utilizados para aplicações; também ao período de lançamento de vacinas inativadas com adjuvantes a base de alumínio como a anti-rábica e anti vírus da leucemia felina (FeLV), e mudanças no protocolo de vacinação como inclusão da vacina contra FeLV e obrigatoriedade da vacina contra raiva (anti-rábica) em gatos também foram associadas ao aumento de casos, ambas vacinas de extrema importância no controle de doenças infecciosas tanto na saúde animal quanto humana no caso da vacina contra raiva (HENDRICK e GOLDSCHMIDT, 1991; KASS et al., 1993; HAUCK, 2003).

A incidência verdadeira de sarcomas em local de aplicação não é conhecida, porém estudos epidemiológicos apontam que a incidência seja de 1-4 casos a cada 10.000 gatos vacinados nos Estados Unidos (EUA), não havendo predisposição por raça ou sexo (RASSNICK, 2006; HARTMANN et al., 2015). A baixa prevalência dessa neoplasia em relação à quantidade de vacinas administradas sugere fatores inerentes a cada animal (NAMBIAR et al., 2001).

ETIOLOGIA E FATORES DE RISCO

Os sarcomas podem se apresentar em dois tipos clínicos distintos: a forma multicêntrica sendo a mais comum em gatos jovens, também é mais invasiva e anaplásica comparada a forma solitária que acomete mais gatos idosos (COUTO et al., 2002; KOBAYASHI et al., 2002); em sua maioria os sarcomas contém fibroblastos e miofibroblastos, envolvidos em resposta cicatricial que ocorre em reações inflamatórias. Acredita-se que a reação inflamatória após aplicação não seria sozinha o suficiente para induzir transformação neoplásica, presume-se que a patogenia que pode ou não levar ao sarcoma ocorre através de uma desorganização na resposta do tecido conjuntivo fibroso quando essas células (fibroblastos e miofibroblastos) ou suas precursoras são estimuladas antigenicamente ou pelo adjuvante vacinal, podem ocorrer alterações em associação a oncogenes ou carcinógenos que levam a formação de células malignas, em alguns tumores inclusive podem ser encontradas áreas de transição em que os focos microscópicos do sarcoma são encontrados em áreas de formação granulomatosa (HENDRICK, 1994; LITTLE, 2018).

Foi apontado que existe um precedente para este tipo de oncogênese no gato; entretanto nunca foi comprovado um componente específico que aumentasse o risco dessas reações. Assim como nem toda injeção pode levar a um quadro de sarcoma como por exemplo no caso de gatos diabéticos que recebem aplicações constantes de insulina e não estão associados com um risco maior de desenvolvimento de sarcoma de aplicação por conta disso (LITTLE, 2018).

As classificações histológicas de sarcomas em partes moles que costumam ser relatadas nos locais de aplicação são fibrossarcoma, osteossarcoma, rabdomiossarcoma, lipossarcoma, condrossarcoma, neurofibrossarcoma, mixossarcoma, schwanoma (tumor benigno de células de Schwann que recobrem o nervo vestibular), sarcoma indiferenciado e histiocitoma fibroso maligno, sendo fibrossarcoma (FSA) o tipo mais comum em felinos (COUTO et al., 2002; LIMA et al., 2007; LITTLE, 2018).

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

O sarcoma de aplicação clinicamente é uma massa subcutânea ou intramuscular que costuma ser indolor e varia de firme a flutuante, podendo conter áreas císticas e às vezes ulcerações devido o tamanho e região; formam-se em locais comuns de injeções em felinos como a região torácica, dorsal e entre escápulas porém devido novas recomendações de aplicação outros locais afetados são a região femoral, lombar, glútea e do flanco. Comumente se desenvolvem em 3 anos, mas alguns relatos abordam um período de 4 semanas a 10 anos (LITTLE, 2018).

Gatos acometidos não costumam apresentar sinais sistêmicos inicialmente apesar das formações neoplásicas serem extremamente agressivas e invasivas com potencial metastático moderado, características essas que tornam o tratamento um desafio e o prognóstico reservado. As metástases ocorrem principalmente no pulmão, podem ocorrer também em linfonodos regionais, fígado, mediastino, pericárdio, olhos e pelve; no momento do diagnóstico as metástases pulmonares são visíveis radiograficamente em 10 a 24% dos casos (LITTLE, 2018).

Sarcoma de Aplicação (Imagem de Banco Pessoal)

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico é confirmado por biópsia e análise histopatológica que identifica o tipo de sarcoma, grau de malignidade e presença ou ausência de invasão hemolinfática; contudo a suspeita ocorre através da anamnese e exame físico onde teremos histórico, localização e realizaremos palpação da massa. A biópsia deve seguir rigorosamente os princípios e técnicas padronizados, idealmente incluindo de três a cinco diferentes regiões tumorais; podendo ser biópsia por agulha Trut-Cut, biópsia por saca-bocado, biópsia em cunha ou a biópsia através de excisão cirúrgica agressiva; a biópsia é recomendada pois sarcomas não esfoliam células consistentemente e os achados em outras técnicas podem não ser fidedignos (NELSON e COUTO, 2015; LITTLE,  2018).

O protocolo de exames consiste em hemograma, perfil bioquímico sérico, sorologia de FIV e FeLV, urinálise e citologia com material coletado dos linfonodos caso estejam acessíveis, através de punção aspirativa por agulha fina (PAAF). Tornam-se necessários exames de imagem como radiografia de tórax (três projeções), tomografia computadorizada (TC) e/ou ressonância magnética (RM) para procura de metástases em que as taxas variam entre 10-28% e avaliação da capacidade invasiva do tumor para planejamento do melhor tratamento para aquele paciente; em alguns casos ultrassonografia abdominal pode ser solicitada para procura de metástase nos rins, fígado, intestino e baço (KOBAYASHI et al., 2002; LIMA et al., 2007; HARTMANN et al., 2015). Ecocardiograma e eletrocardiograma também são recomendados antes de uma excisão cirúrgica pois o paciente precisa passar por uma sedação e assim como em qualquer procedimento existem riscos; a associação da anamnese, exame físico e exames complementares como os citados acima torna-se necessária para uma avaliação pré-cirúrgica mais precisa.

TRATAMENTO E PROGNÓSTICO

O tratamento no primeiro momento foca no tumor primário, pois além do potencial metastático o sarcoma de aplicação é mais agressivo e localmente invasivo em comparação aos sarcomas não relacionados à aplicação, o que torna o tratamento complexo já que podem invadir até mesmo tecidos ósseos. Com a possibilidade de ressecção confirmada através de exames de imagem é feita a excisão cirúrgica ampla de maneira rigorosa retirando a massa com margem de 3 centímetros e uma camada fáscia não acometida com a retirada da pseudocápsula que circunda o tumor e caracteriza-se por uma camada de células malignas viáveis e comprimidas (CHALITA e RECHE JR, 2003); em alguns casos pode ser necessário ressecção óssea e reconstrução de parede corporal e flancos, nos membros existe ainda a possibilidade de amputação do membro

acometido, escapulectomia parcial com remoção de processos dorsais de vértebras com massas interescapulares e hemipelvectomia desde que estejam distais o suficiente para promover margem cirúrgica limpa (LITTLE, 2018). Os índices de recorrência são de 30 a 70%, mesmo quando não são detectadas células neoplásicas pode haver recorrência local de 50%, portanto a inclusão de radioterapia no plano de tratamento torna-se importante independente dos resultados cirúrgicos (LITTLE, 2018), inclusive podendo fazer parte de um tratamento multimodalidade tanto pré-cirúrgico quanto pós cirúrgico.

Outras abordagens que ainda estão sendo pesquisadas incluem uso de imunoterapia tumoral e uso de inibidores de tirosina quinase, esse último já sendo utilizado para tratamento de mastocitoma em cães e com potencial promissor para tratamento de sarcoma de aplicação (HOLTERMANN et al., 2016).

A quimioterapia não possui evidências comprovadas através de estudos que corroborem com seu uso inicial ou exclusivo no tratamento, porém é frequentemente aplicada para citorreduzir tumores grandes que antes não seriam ressecáveis. Seu uso é empírico devido a falta de estudos definitivos sobre benefícios de algumas combinações de fármacos e sua eficácia. Entre os agentes quimioterápicos utilizados estão a doxorrubicina, ciclofosfamida, carboplatina, mitoxantrona e vincristina mas as respostas em sua maioria são parciais, com as respostas completas tornando-se raras; até mesmo no uso da associação de doxorrubicina e ciclofosfamida em um estudo, os resultados não foram favoráveis pois as respostas não foram persistentes (LITTLE, 2018). No Brasil a radioterapia é inviável tornando assim a quimioterapia mais indicada entre os profissionais da área tanto no pré quanto no pós cirúrgico, além dos protocolos e efeitos colaterais da quimioterapia em felinos terem suas bases conhecidas.

Deve ser feito um acompanhamento rigoroso com o paciente tanto no pós-cirúrgico quanto durante todo o tratamento escolhido, consultas mensais nos três primeiros meses após ressecção do tumor primário e consultas trimestrais no período seguinte de um ano (McENTEE e PAGE, 2001).

PREVENÇÃO

O VAFSTF (Vaccine Associated Feline Sarcoma Task Force) sugere algumas estratégias e diretrizes que visam diminuir índices de morbimortalidade e a incidência de casos de sarcoma de aplicação. Todas as informações devem sempre ser registradas para consultas futuras como dose, fabricante, lote e o local de aplicação que deve ser padronizado no caso das vacinas sempre

aplicadas no mesmo local como a quádrupla felina no membro pélvico direito por exemplo, tornando-se parte da rotina para atender melhor os pacientes; sempre atualizando-se e seguindo novas recomendações e guidelines de vacinação em felinos (LITTLE, 2018; CHALITA e RECHE JR, 2003; CAWARDINE et al., 2014).

O tutor deve sempre estar ciente em relação a reações locais após qualquer aplicação e possível desenvolvimento de massa, além de auxílio do veterinário com tutores sobre quando procurar assistência após o aparecimento de uma massa. A recomendação atual é usar a “regra 3-2-1”: preocupar-se caso a massa persista por mais de 3 meses após a aplicação, massa maior que 2 centímetros independente do tempo após aplicação ou se crescer após 1 mês da aplicação (NELSON e COUTO, 2015; LITTLE, 2018).

OSTEOSSARCOMA EM FELINOS

Caracterizado pelo crescimento descontrolado de células ósseas, o osteossarcoma pode surgir em várias partes do esqueleto (axial ou apendicular), sendo mais comum nos ossos longos dos membros pélvicos em comparação aos membros torácicos. A incidência de tumores ósseos primários em felinos é mais comum em gatos mais velhos, com uma média de idade de 10 anos, e não há predisposição por sexo ou raça (MORRIS; DOBSON, 2001).

ETIOLOGIA E FATORES DE RISCO

A causa dos tumores ósseos e cartilaginosos em gatos não é completamente compreendida. Esses tumores podem estar associados a traumas anteriores, inflamação crônica e implantes metálicos ou próteses (MORRIS; DOBSON, 2001).

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Os felinos afetados pelo osteossarcoma podem apresentar uma variedade de sintomas que refletem o impacto do tumor em seu corpo. A claudicação, é uma queixa comum, pois o tumor nos ossos afetados pode causar dor e dificuldade para suportar peso. A dor também pode ser evidente, manifestando-se por meio de vocalização, relutância em se mover ou reações ao toque na área afetada. O aumento de volume na região afetada pode ser observado visualmente ou palpado durante o exame físico, também é comum dentre os sinais clínicos o emagrecimento do animal, já que devido a dor, o mesmo tende a se prostrar e não alimentar direito (WITTIG et al., 2002).

Em estágios avançados da doença, os ossos enfraquecidos pelo tumor podem se tornar propensos a fraturas mesmo com um trauma mínimo, o que é conhecido como fratura patológica. Isso pode levar a uma limitação significativa no movimento, interferindo na mobilidade e na capacidade do felino de realizar atividades normais (MORRIS; DOBSON, 2001).

DIAGNÓSTICO

Se não diagnosticado precocemente e tratado adequadamente, o osteossarcoma pode causar dor intensa, comprometimento da mobilidade e, em estágios avançados, metástases que diminuem drasticamente as chances de sobrevivência. Esse tumor é diagnosticado considerando vários aspectos, começando pelo histórico clínico do paciente, exame físico e os achados radiográficos que desempenham o papel crucial de avaliar a extensão do crescimento do tumor ósseo e distinguir neoplasias ósseas de outras condições não neoplásicas, como fraturas, osteomielites e doenças ósseas metabólicas, a presença de lise óssea é uma característica comum em casos confirmados de osteossarcoma, mas a confirmação do diagnóstico é geralmente obtida por meio de biópsia e exame histológico do tecido tumoral ( DALECK et al., 2016).

Além de exames como hemograma, bioquímica sérica, urinálise e avaliação cardíaca e neurológica, também seria necessário a solicitação de exames de imagem modernos como tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (RM) e cintigrafia, que é um exame de imagem considerado a melhor técnica de avaliação intramedular do tumor por possuir maior capacidade de contraste entre os tecidos moles, porém leva mais tempo para ser realizado, comparado a tomografia (DALECK et al., 2016).

  • TRATAMENTO

Para tumores ósseos em gatos, a amputação é recomendada se não houver metástase, proporcionando um prognóstico favorável. Ela remove completamente o tumor primário. As margens de ressecção do tumor dependem do estágio da doença, geralmente removendo todo o tecido invadido pelo tumor. Em casos raros, como OSA na coluna vertebral, cirurgias mais complexas como vertebrectomia podem ser necessárias. Para preservar o membro, o “limb sparing” (preservação de membros) é uma opção, removendo o tumor com margem de segurança e realizando a fusão da articulação (ENDICOTT, 2003). Principalmente em casos onde a amputação não é possível ou desejada. Essa técnica tem se tornado mais comum, proporcionando retorno funcional ao membro sem comprometer a sobrevida do paciente.

A quimioterapia é usada principalmente após cirurgia para reduzir a carga tumoral e prolongar a vida do animal, especialmente em casos de tumores ósseos. No entanto, administrar quimioterapia sem cirurgia não traz benefícios significativos. Os medicamentos comuns incluem cisplatina, carboplatina e doxorrubicina, mas a cisplatina não deve ser usada em gatos devido ao risco de edema pulmonar fatal (HAWKINS, 2014). A radioterapia é utilizada para controlar localmente o tumor, principalmente como tratamento paliativo, quando a cirurgia não é uma opção viável, a radioterapia ajuda a reduzir a dor e a inflamação, melhorando a qualidade de vida do animal.

LINFOMA EM FELINOS

ETIOLOGIA E FATORES DE RISCO

O linfoma, conhecido também como linfoma maligno ou linfossarcoma, é considerado uma neoplasia hematopoiética dada proliferação de linfócitos malignos (Dalek, 2009). Sendo originados essencialmente em órgãos linfoides, como baço, timo, fígado, linfonodos e medula óssea (Daleck e Nardi, 2016), ainda assim, pode se formar em qualquer outro órgão (DALEK, 2009; VAIL, 2007; MESTRINHO, 2006; CRYSTAL, 2004), devido a passagem dos linfócitos por diversos tecidos do organismo animal (STELL & DOBSON, 2006).

É uma neoplasia mais comum na espécie felina, podendo acometer qualquer idade entre 1 a 16 anos (Vezzali, Parodi, Marcato & Bettini, 2010), sexo ou raça, no entanto, gatos de raças pura como Siamês, podem ter um maior risco de serem acometidos pela doença (Choy e Bryan, 2016).

A etiologia é multifatorial, podendo ocorrer por fatores genéticos, doenças virais imunossupressoras, como vírus de imunodeficiência felina (FIV) e/ou vírus da leucemia felina (FELV) e exposição ao excesso de fumaça de tabaco (Choy & Bryan, 2016). O vírus de imunodeficiência felina age indiretamente na oncogênese, imunossuprimido e prejudicando o sistema imune de destruir as células malignas do linfoma (Dalek, 2009), por outro lado, o vírus da leucemia felina entra na célula hospedeira alterando o DNA resultando na transformação de células malignas (Dalek, 2009).

O linfoma felino é classificado conforme a anatomia, celularidade, imunofenótipo e histologicamente (Morris e Dobson, 2006). Na classificação anatômica, pode ser como alimentar, multicêntrico, mediastinal, extranodal e tímico (Vezzali, Parodi, Marcato & Bettini, 2010). Portanto, na avaliação histológica é conforme o grau de malignidade (baixo, intermediário e alto) (Dalek, 2009), e quanto à imunofenotipagem pode ser de linfócitos do tipo T ou B assim de baixo ou alto grau de malignidade (Lu, 2005; Vail & Young, 2007). E na classificação de células, pode ter crescimento difuso ou folicular, de células grandes, pequenas, clivadas ou imunoblásticas (Dalek, 2009).

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

As manifestações clínicas do linfoma variam de acordo com grau e localização anatômica (Bergman, 2011).

O linfoma alimentar (gastrointestinal) acomete mais gatos idosos, afetando principalmente o intestino delgado, estômago, íleo e cólon (Vail, 2007). Tem como sinais clínicos: anorexia, perda de peso, letargia, vômitos e diarreia (Vail, 2008; Souza e Teixeira, 2003; Mahony, 1995).

O linfoma mediastinal é causado por linfoadenopatiamediastinal, afetando ou não a medula óssea, com prevalência em gatos mais jovens acometidos por FeLV (Cápua, 2005; Damico 2006; Morris e Dobson, 2006; Souza e Teixeira, 2003). Os sinais clínico são: anorexia, letargia, perda de peso, tosse, linfonodomegalia, dispneia dado a presença de massa no mediastino ou pela efusão pleural, ocasionando cianose (Morris e Dobson, 2006; Amorim, 2006; Cápua, 2005; Crystal, 2004;  Souza e Teixeira, 2003).

O linfoma multicêntrico é determinado por lesões neoplásicas em órgãos e linfonodos, portanto, os sinais clínicos são de acordo com o órgão acometido, no entanto, é semelhante aos outros linfomas com sinais mais abrangentes como anorexia e perda de peso (Souza Junior, 2008; Souza e Teixeira, 2003).

Por fim, o linfoma extranodal afeta qualquer tecido corporal, como olhos, sistema nervoso e pele (Souza e Teixeira, 2003), e os sintomas são relacionados ao tecido acometido. (Lipp, 2008).

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico é um desafio, dado que o linfoma pode acometer qualquer órgão, logo, é baseado em descartar outras doenças através de exames complementares como hemograma, bioquímico (renal, hepático, eletrólitos, albumina, proteína e cálcio) exame radiográfico, mielograma, ultrassonografia abdominal, testes para FIV e FELV para determinar a melhor abordagem terapêutica (Dalek, 2009).

É necessário realizar um bom exame físico, avaliando a condição corporal do animal, tamanho dos linfonodos, inspeção da coloração das mucosas, palpação abdominal e exame oftálmico (Moore e Frimberger, 2009; Lingard et al., 2009; Vali, 2010).

No hemograma, pode apresentar anemia, leucocitose neutrofílica, monocitose, trombocitopenia e eosinopenia (Dalek, 2009; Lipp, 2008; Knottenbelt e Blackwood, 2006). Já no exame bioquímico, qualquer alteração é devido o acometimento do órgão específico (Knottenbelt e Blackwood, 2006). No linfoma alimentar pode-se encontrar hipoproteinemia (Vail, 2003); em linfoma renal pode levar alteração da ureia e creatinina, assim na urinálise pode identificar azotemia (Crystal, 2004; Ettinger, 2003).

Na radiografia, pode-se observado alterações a nível pulmonar, como efusão pleural e linfoadenopatia, já a nível abdominal pode ser visualizado hepatoesplenomegalia e linfadenopatia (Dhaliwal e Kitchell, 2003). Em contrapartida, na ultrassonografia é visível a infiltração neoplásica e quanto acometeu a arquitetura tecidual (Morris e Dobson, 2006).

Contudo, para confirmação do linfoma é através da citologia e histopatologia. A citologia é feita por biópsia aspirativa por agulha fina (BAAF) de algum órgão ou massa aumentada (Lipp, 2008), tem como vantagem a rapidez e baixo custo e de desvantagem a impossibilidade de avaliar arquitetura da lesão (Suzano et al, 2008). Já no exame histopatológico, é possível avaliar os graus do linfoma, como baixo, intermediário ou alto, é necessário enviar linfonodo completo e não utilizar agulha Trucut pois impossibilita avaliação da arquitetura tecidual (Lipp, 2008; Knottenbelt e Blackwood, 2006).

TRATAMENTO

O tratamento frequentemente usado em linfoma felino é a quimioterapia, podendo ser associada com radioterapia e cirurgia, tendo como objetivo a melhora da qualidade de vida e aumento de sobrevida (Vail, 2008).

A quimioterapia é composta por três etapas: a primeira, chamada de indução, consiste na remissão dos sinais clínicos (Vail, 2008), utilizando doses altas e intervalos curtos. A segunda etapa é a manutenção e por último a terapia de resgate, tentando obter uma nova remissão (Dalek, 2009). Alguns fatores podem influenciar o resultado da quimioterapia, como localização do linfoma, condição do paciente, classificação histopatológica, condições financeiras e disponibilidade de tempo do tutor e resistência dos fármacos (Lipp, 2008; Fan e Kitchell, 2002).

É fundamental a realização de hemograma a cada sessão de quimioterapia, devido aos agentes antineoplásicos terem caráteres mielossupressores, portanto, os leucócitos devem estar acima de 2.000 e as plaquetas acima de 70.000, caso os valores sejam menores, a quimioterapia deve ser parada por uma semana, após isso, voltar com doses menores (Dalek, 2009).

O uso de corticoide, por exemplo a prednisona como tratamento paliativo, deve ser evitada antes das drogas antineoplásicas, pois causa resistência e baixa taxa de resposta e sobrevida (Stell e Dobson, 2006).

Há diversos protocolos, o mais utilizado é o protocolo COP ou protocolo Cotter (ciclofosfamida, vincristina, prednisona e manutenção com doxorrubicina), entretanto, é retirado a ciclofosfamida devida à toxicidade em gatos, virando protocolo OP com remissão completa em 75% a 80% dos casos (Dalek, 2009; Lanore e Delprat, 2004). Segundo Amorim (2006), o protocolo COAP (ciclofosfamida, vincristina, prednisona e citarabina) é o mais recomendado para linfoma felino. No entanto, ambos protocolos  são baratos e de baixa

toxicidade. Também há o protocolo ACM (vincristina, L-asparaginase, ciclofosfamida, doxorrubicina, prednisona e metotrexato) comumente utilizado em linfoma alimentar com maior tempo de sobrevida (Dalek, 2009).

A quimioterapia permite uma expectativa de vida para o gato de 6 a 9 meses, com prognóstico pior para gatos FeLv positivo cerca de até 4 meses de sobrevida.

Já a cirurgia é boa em estágios iniciais com nódulos isolados e a radioterapia é usada em massas isoladas em que não pode ser tratada com cirurgia, como linfoma nasal e oral (Morris e Dobson, 2006), ou como forma paliativa em tumores locais e linfoma do sistema nervoso central (Macewen e Young, 2007; Ettinger, 2003).

MASTOCITOMA EM FELINOS

Os mastocitomas são tumores cutâneos frequentemente diagnosticados em felinos, representando uma parcela significativa dos casos de neoplasias cutâneas nessa espécie (BLACKWOOD et al., 2012). Estes tumores surgem a partir da proliferação anormal de células mastocitárias, que são encontradas no tecido conjuntivo da pele.

ETIOLOGIA E FATORES DE RISCO

A etiologia exata do mastocitoma em felinos ainda não está completamente esclarecida. Fatores genéticos, ambientais e imunológicos têm sido implicados no desenvolvimento desses tumores e estudos sugerem que raças específicas, como siameses e abissínios, podem ter uma predisposição maior para o desenvolvimento de mastocitomas (PATNAIK et al., 1984; BLACKWOOD et al., 2012). O mastocitoma cutâneo consiste em uma proliferação desordenada dos mastócitos originados do tecido cutâneo e subcutâneo. Ele foi relatado como a segunda neoplasia de pele mais comum em gatos nos EUA (BLACKWOOD et al., 2012). O MCT visceral envolve o fígado, baço, linfonodos abdominais e intestino. A exposição a agentes carcinogênicos, como a radiação ultravioleta, pode desempenhar um papel na patogênese desses tumores (WILCOCK et al., 1986).

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Os sinais clínicos associados ao mastocitoma em felinos podem variar de acordo com a localização e o estágio do tumor. Dos gatos acometidos pelo MCT, a maior parte costuma

apresentar apenas uma lesão isolada (BLACKWOOD et al., 2012) e na maioria dos casos, ao contrário dos cães, o comportamento do tumor é benigno (GARRET et al., 2002). Os sintomas mais comuns incluem a presença de massas cutâneas, que podem ser únicas ou múltiplas, prurido, inflamação localizada, ulceração e até mesmo hemorragia (KIUPEL et al., 2004). Em alguns casos, os felinos podem apresentar sinais sistêmicos, como letargia, perda de peso e anorexia, especialmente em estágios avançados da doença (GARRETT et al., 2002).

ESTADIAMENTO E DIAGNÓSTICO

O estadiamento do mastocitoma em felinos envolve a avaliação da extensão do tumor e a determinação de possíveis metástases. O médico veterinário realiza um exame físico completo para avaliar o tamanho, a localização e a aparência do tumor primário. Também são observados sinais clínicos sistêmicos que possam indicar metástases ou comprometimento de outros órgãos (BLACKWOOD et al., 2012). A ultrassonografia, radiografia e/ou tomografia computadorizada podem ser realizadas para avaliar a presença de metástases em órgãos internos, como linfonodos, fígado, baço e pulmões. Esses exames ajudam a determinar a extensão da doença e orientar o plano terapêutico (KIUPEL et al., 2004).

A citologia aspirativa da massa é frequentemente realizada para obter amostras de células do tumor primário, que são examinadas sob o microscópio para determinar o grau de malignidade e identificar possíveis características de agressividade (GARRETT et al., 2002). Além disso, a histopatologia, que envolve a análise microscópica de amostras de tecido obtidas por biópsia, é essencial para confirmar o diagnóstico e classificar o mastocitoma de acordo com o sistema de graduação de Patnaik (WILCOCK et al., 1986).

Com base nos resultados dessas avaliações, o mastocitoma em felinos pode ser estadiado de acordo com um sistema de classificação que leva em consideração a extensão do tumor primário, a presença de metástases locais ou distantes e outros fatores prognósticos relevantes (WILCOCK et al., 1986). Essa classificação ajuda a orientar o plano de tratamento e fornece informações importantes sobre o prognóstico do paciente.

TRATAMENTO

A cirurgia é frequentemente considerada o pilar do tratamento do mastocitoma em felinos, especialmente quando o tumor é acessível e pode ser completamente removido com margens de segurança adequadas (KIUPEL et al., 2004). A excisão cirúrgica completa do tumor primário é crucial para reduzir o risco de recorrência local e metastática, porém a localização do mastocitoma pode tornar a cirurgia desafiadora, especialmente se o tumor estiver localizado em áreas de difícil acesso ou próximo a estruturas vitais (WILCOCK et al., 1986).

A radioterapia desempenha um papel importante no tratamento adjuvante do mastocitoma em felinos, especialmente em casos de tumores incompletamente ressecados ou com alto risco de recorrência local (PATNAIK et al., 1984). A radioterapia pode ser utilizada para diminuir o tamanho do tumor residual, controlar a progressão da doença e melhorar o controle local. Além disso, a radioterapia é frequentemente indicada para o tratamento de metástases locais em linfonodos regionais (GARRETT et al., 2002).

A quimioterapia tem sido amplamente utilizada no tratamento do mastocitoma em felinos, tanto como terapia adjuvante após a cirurgia quanto como tratamento primário em casos de doença metastática ou recorrente. Agentes quimioterápicos comumente utilizados incluem a vinblastina, lomustina, e prednisona (KIUPEL et al., 2004; PATNAIK et al., 1984). A escolha do regime quimioterápico depende de vários fatores, incluindo o estágio da doença, a saúde geral do paciente e a tolerabilidade do tratamento. A imunoterapia emergiu como uma abordagem promissora no tratamento do mastocitoma em felinos. Terapias imunomoduladoras, como o uso de vacinas terapêuticas baseadas em células tumorais autólogas ou halógenas, têm sido investigadas como uma forma de estimular a resposta imunológica do organismo contra as células cancerígenas (GARRETT et al., 2002). Embora ainda haja necessidade de mais pesquisas nessa área, a imunoterapia representa uma opção terapêutica promissora para felinos com mastocitomas avançados ou refratários a tratamentos convencionais.

PREVENÇÃO E PROGNÓSTICO

O prognóstico do mastocitoma em felinos varia significativamente dependendo de vários fatores, incluindo o estágio do tumor, a localização, a extensão da doença e a resposta ao tratamento (PATNAIK et al., 1984). Felinos com mastocitomas de baixo grau geralmente têm um prognóstico mais favorável, com taxas de sobrevida mais longas, enquanto aqueles com mastocitomas de alto grau tendem a apresentar um prognóstico reservado, especialmente se houver metástases (WILCOCK et al., 1986). O acompanhamento veterinário regular é crucial para monitorar a progressão da doença e ajustar o plano terapêutico conforme necessário (KIUPEL et al., 2004; (WILCOCK et al., 1986). Embora não haja medidas de prevenção específicas para o mastocitoma em felinos, estratégias para reduzir a exposição a fatores de risco conhecidos, como a radiação ultravioleta, podem ajudar a minimizar o risco de desenvolvimento desses tumores (WILCOCK et al., 1986). Além disso, a conscientização dos proprietários sobre a importância da detecção precoce e do tratamento adequado de lesões cutâneas suspeitas pode contribuir para um melhor prognóstico e qualidade de vida para os felinos (BLACKWOOD et al., 2012).

CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS

O carcinoma de células escamosas (CCE), também conhecido como carcinoma espinocelular cutâneo (CEC), carcinoma escamocelular ou carcinoma epidermóide é uma neoplasia maligna dos queratinócitos; sendo a neoplasia de pele mais comum em felinos e atingindo também caninos, equinos e bovinos, é incomum em ovinos e raro em caprinos e suínos (GOLDSCHMIDT e HENDRICK, 2002). Nos gatos costuma ocorrer em animais mais velhos com idade média de nove a onze anos.

ETIOLOGIA E FATORES DE RISCO

A pele é o maior órgão do corpo e também o mais exposto a agressões externas, é composta por uma grande variedade de células e tecidos que incluem componentes epiteliais, mesenquimatosos e nervosos (SANTOS et al., 2018). A pele apresenta inúmeras estruturas anatômicas, que incluem a epiderme com queratinócitos, melanócitos, células de Langerhans e células de Merkel; a derme com células do tecido conjuntivo (fibroblastos), células hematopoiéticas (mastócitos e histiócitos), anexos epidérmicos (folículos pilosos, glândulas sudoríparas e sebáceas), nervos, vasos sanguíneos e os vasos linfáticos, além dos granulócitos, linfócitos, monócitos e os plasmócitos, comprovando assim a alternância entre tipos celulares em um mesmo local e a possibilidade de que qualquer tecido ou célula pode originar tumorações benignas ou malignas (KRAEGEL e MADEWELL, 2004).

Como em tantas outras neoplasias a causa exata do CCE não está elucidada, entretanto alguns autores sugerem que a causa exógena seja a exposição aos raios ultravioleta (UV), com consequente lesão do ácido desoxirribonucléico (DNA) e mutagenicidade associada (MURPHY et al., 2000; KRAEGEL e MADEWELL, 2004). As lesões são ocasionadas por exposição aos raios UV na faixa de 3000 A (angstrons), as nuvens não são capazes de filtrar esses raios o que torna esse tipo de neoplasia mais comum em países tropicais, como o Brasil em que o clima é predominantemente quente e ensolarado. O CCE apresenta comportamento biológico localmente invasivo, proliferativo e provoca ulcerações na epiderme, geralmente apresenta baixo potencial metastático (ESPLIN et al.,2003).

Gatos com pelagem branca ou muito clara, que possuem regiões como plano nasal e pavilhão auricular despigmentadas ou com pouca pelagem possuem maior propensão a desenvolverem neoformações nessas áreas (GROSS et al., 2007).

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

O CCE é considerado um tumor que apresenta características proliferativas ou ulcerativas (MULLER e KIRK, 1996). Os tipos proliferativos são massas de dimensões variáveis que podem ulcerar e sangrar com facilidade. Os tipos ulcerativos surgem inicialmente como úlceras rasas e crostosas e podem vir a aprofundar-se.

Quanto à distribuição das lesões foi observado que cerca de 80-90% dos gatos acometidos possuem lesões localizadas no nariz, cerca de 50% possuem lesão nas orelhas, enquanto 20% dos gatos possuem lesão nas pálpebras (SCOTT et al., 1996). Lesões no plano nasal são associadas a sinais clínicos como corrimento nasal e ocular, epistaxe, respiração ruidosa e até mesmo apatia e perda de peso em casos mais graves (GUÉRITOS et al., 2005). Uma das possíveis manifestações metastáticas dessa neoplasia pode ocorrer no tecido ósseo, resultando em destruição de estruturas como maxilar, osso frontal, palato, zigomático ou turbinado nasal.

Recomendamos através deste trabalho que o veterinário responsável examine o paciente com cuidado até obter o diagnóstico, pois algumas doenças zoonóticas como esporotricose também apresentam manifestações cutâneas em regiões da face do animal, essa sendo muito comum em felinos, é causada por um fungo presente na natureza.

DIAGNÓSTICO

A suspeita inicia-se com uma ferida que não cicatriza, após anamnese e avaliação preliminar das formações neoplásicas durante exame físico; observa-se características das formações como aspecto, localização, tamanho, mobilidade em caso de massas e se há demais regiões afetadas como linfonodos (JERICÓ et al., 2015) .

O diagnóstico só pode ser confirmado após estudo citológico e/ou histopatológico, o material para análise citológica pode ser coletado por PAAF (punção aspirativa por agulha fina) ou por impressão na lâmina em caso de feridas ulceradas, porém alguns profissionais consideram a biópsia excisional o melhor método para diagnóstico definitivo como Moore & Ogilvie (2001) (SANTOS et al., 2018).

O exame histopatológico permite a avaliar a arquitetura celular do tecido neoplásico, a existência de invasão tecidual e a presença de possível comportamento metastático por meio da presença de células tumorais encontradas em vasos linfáticos ou sanguíneos (JERICÓ et al., 2015). A desvantagem desta técnica encontra-se no seu método de coleta que é cirúrgico e necessita que o paciente seja anestesiado.

O profissional deve cogitar possíveis diagnósticos diferenciais antes de confirmar o diagnóstico de CCE; entre as possibilidades encontram-se o papiloma escamoso, carcinoma basoescamoso, melanoma, mastocitoma, hemangioma ou hemangiossarcoma cutâneo, epitelioma cornificado intracutâneo, tumores do folículo piloso ou das glândulas sebáceas; além de processos alérgicos, dermatofitose, pênfigo, leishmaniose ou esporotricose (RASKIN e MEYER, 2003; CRYSTAL, 2004). Outros exames como hemograma, bioquímicos e exames de imagem como radiografia para investigação de metástases – principalmente pulmonar – são imprescindíveis para avaliar o quadro geral do paciente antes de escolher a melhor abordagem terapêutica.

TRATAMENTO E PROGNÓSTICO

O tratamento pode variar conforme o grau, tamanho e gravidade das lesões, feridas neoplásicas pequenas podem ser erradicadas. Entre as diversas modalidades de tratamento temos utilização intralesional de fármacos antineoplásicos, criocirurgia, quimioterapia, eletroquimioterapia, radiação ionizante, terapia fotodinâmica e exérese cirúrgica; sendo criocirurgia e cirurgia as opções mais usadas devido baixo potencial metastático do CCE (STRAW, 1998; BARROS et al., 2008). A retirada depende de alguns fatores que vão além a localização e grau do tumor como a aceitação os tutores em relação aos efeitos colaterais de alguns tratamentos e mudanças estéticas (MOORE & OGILVIE, 2001); o procedimento de retirada pode resultar em uma remoção total do pavilhão auricular, esse segundo sendo, apresentado no relato de caso “Carcinoma de Células Escamosa em Felino” Santos et al., 2018 .

A criocirurgia é uma técnica de aplicação de substâncias criogênicas, diretamente nas células tumorais com o objetivo de congelamento das mesmas. Esse congelamento desencadeia uma série de reações nas células (crionecrose); formam-se cristais intracelulares e extracelulares, sendo esses últimos os responsáveis por alterarem o gradiente osmótico entre o meio intracelular e extracelular, provocando uma toxicidade por eletrólitos que alteram o pH das macromoléculas e da membrana celular, devido a saída de água do interior da célula. O resultado duas horas após o congelamento é edema, hemorragia, formação de microtrombos e danos focais nos capilares; nas oito horas seguintes ao procedimento ocorre necrose focal ou segmentar dos vasos (QUEIROZ e MATERA, 2003). A criocirurgia permite a abordagem de lesões de difícil acesso, sejam elas malignas ou benignas, como as da cavidade oral, conduto auditivo, plano nasal, região palpebral, região interdigital, períneo, reto e áreas extensas para suturar (DALECK e NARDI, 2016).

A eletroquimioterapia é a combinação de fármacos quimioterápicos com impulsos elétricos de alta tensão. Essa técnica terapêutica tem se mostrado um método seguro e eficaz para o tratamento de lesões localizadas de CCE. A desvantagem é o risco de lesão ocular no tratamento de carcinomas na face (CORRÊA, XAVIER et al.; 2017).

PREVENÇÃO

Seguindo a ideia mais aceita de que a radiação ultravioleta é o fator principal que desencadeia essa neoplasia, a prevenção lógica seria limitar os animais à exposição solar diária e utilizar recursos como filmes protetores em janelas, protetor solar tópico de uso veterinário sempre que necessário, como em passeios e viagens; e observar quaisquer feridas que não cicatrizam, principalmente se estiver localizada nas áreas comumente afetadas. Independente da pelagem do animal é de extrema importância tentar protegê-los ao máximo contra raios UV.

NEOPLASIA MAMÁRIA EM FELINOS

Os tumores mamários constituem o terceiro tipo de tumor mais comum em felinos, machos também podem ser acometidos por esse tipo de neoplasia porém a incidência maior ainda é relatada em fêmeas, principalmente com idade superior a 10 anos; em geral as raças Pelo Curto Doméstico e Siamês mostram maiores chances de desenvolverem tumores mamários (LITTLE, 2018), porém neoplasias mamárias malignas ou benignas não estão restritas a uma raça, gênero ou idade, podendo acometer quaisquer felinos em qualquer fase de suas vidas. Cerca de 97,3% dos casos ocorrem em fêmeas e até 2,7% ocorrem em machos (ESTEPHEN, 1998).

A hiperplasia fibroepiteptelial felina, uma hipertrofia benigna das glândulas mamárias, não deve ser confundida com neoplasias mamárias malignas (LITTLE, 2018).

ETIOLOGIA E FATORES DE RISCO

Naturalmente os felinos podem ter até três gestações no período de um ano, com variação de um a nove filhotes em cada uma delas, assim a superpopulação destes animais ocorre de maneira exponencial, o que resulta nos tutores procurando formas de contracepção para os animais (DOMINGOS, et al., 2007). Dentre as formas existentes, destacam-se a ovariosalpingohisterectomia (OSH) e a contracepção hormonal.

Não se conhece a etiologia precisa dos tumores mamários felinos, porém hormônios, particularmente estrogênio e progesterona, provavelmente desempenham papel importante na tumorigênese (LITTLE, 2018), a pseudociese, obesidade e alimentação rica em lipídios na juventude também podem estar associados à etiologia dos tumores de mama (MOULTON, 1990).

Os fármacos anticoncepcionais de maior utilização são os análogos sintéticos da progesterona, como, o Acetato de Medroxiprogesterona (AMP), o Acetato de Megestrol e a Proligestona. Porém, estes provocam efeitos negativos como hiperplasia ou neoplasia mamária, piometra, aborto se usado em período de gestação, diabetes mellitus, dermatopatias, supressão adrenal e distúrbios comportamentais, portanto não é recomendado o seu uso em felinos (FILGUEIRA, et al.,2008; VIANA, et al., 2012; SILVA, et al., 2020.). O mecanismo de ação dos progestágenos envolve alguns processos, como a inibição dos hormônios gonadotróficos, inclusive FSH, LH, PRL, a prevenção local do crescimento folicular ovariano, a secreção de estrogênio, ovulação e a inibição do comportamento sexual (RODRIGUES & RODRIGUES, 2005; LIMA et al, 2009).

Diferente dos caninos, a maioria das massas mamárias que acometem felinos (80 a 96%) é maligna, e a maior parte é diagnosticada como adenocarcinomas (tipos tubular, papilar e sólido), apresentando crescimento rápido e importante potencial metastático, disseminando-se para linfonodos regionais e pulmões (LITTLE, 2018 e TANAKA, 2002). Outros subtipos achados incluem os carcinomas, rico em lipídios (KAMSTOCK et al., 2005), de células escamosas, mucinosos, carcinosarcomas (GIMENEZ et al., 2010), micropapilares, papilares, tubulares, ricos em glicogênio, e carcinomas mistos (CAMPOS et al., 2014). São menos comuns CEC, sarcomas de partes moles, carcinomas mucinosos, carcinomas complexos e mistos e carcinomas mamários inflamatórios (LITTLE, 2018).

Em um estudo com controle de casos, gatas submetidas a ovário-histerectomia antes dos 6 meses de vida e com 1 ano de vida apresentam respectivamente 91% e 86% de redução de risco a desenvolverem carcinoma mamário em relação as gatas inteiras (LITTLE, 2018).

Felinos independente de serem fêmeas ou machos, quando regularmente expostos a progestinas ou associações exógenas estrogênio-progestina, como acetato de medroxiprogesterona, correm risco maior de desenvolverem carcinoma mamário (LITTLE, 2018).

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Macroscopicamente os gatos apresentam nódulos palpáveis em uma ou em várias glândulas mamárias e mais de 50% dos felinos acometidos apresentam a forma de envolvimento glandular múltiplo (LITTLE, 2018), podem apresentar ulcerações em casos mais avançados e até secretar uma substância facilmente confundida com lactação (TANAKA, 2002).

Quando ocorre a presença de metástase no pulmão, os gatos podem manifestar dispneia aguda em decorrência de derrame pleural maligno, com frequência contendo células malignas esfoliadas (LITTLE, 2018).

No caso de hiperplasia fibroepitelial felina, na sintomatologia clínica uma ou mais mamas afetadas encontram-se aumentadas, quentes, túrgidas, doloridas, com presença de nódulos, pode ter ulcerações e necrose cutânea. Além da sintomatologia localizada, pode ocorrer ainda, sinais clínicos sistêmicos como febre, apatia, anorexia e desidratação. Pode afetar o animal bilateralmente e certos animais apresentam diferentes níveis de morbidade podendo até vir a óbito por complicações da doença ou até mesmo serem eutanasiados. (FILGUEIRA et al., 2008; LITTLE, 2018).

DIAGNÓSTICO

Em muitos dos casos o próprio tutor repara em uma massa na região mamária que pode ser confirmada pelo veterinário durante o exame físico, para confirmar se o processo é maligno são necessários mais exames e em caso de confirmação o veterinário responsável deve estabelecer o estágio clínico e o prognóstico (LITTLE, 2018).

A avaliação após anamnese inclui exames como hemograma, perfil bioquímico sérico e urinálise, além da avaliação do tumor primário e linfonodos regionais, a procura de metástases também se faz necessária através de exames de imagem como radiografia com pelo menos três projeções, principalmente na cavidade torácica para avaliação do pulmão e pleura (LITTLE, 2018).

O tumor ou tumores devem ser avaliados em quantidade, tamanho, localização, consistência, ulceração, presença de secreção pelo mamilo e fixação todos os nódulos identificados devem ser submetidos a biópsia que pode ser incisional antes de retirada cirúrgica ou excisional durante a cirurgia definitiva (LITTLE, 2018). A avaliação

histopatológica de toda a cadeia mamária e da rede linfática fornecem informações importantes sobre a sua origem, tipo histológico e a extensão microscópica da lesão, auxiliando na determinação do prognóstico (CAVALCANTI; CASSALI, 2006; SPADER,2009). Os índices relatados de metástases para carcinomas mamários de felinos variam de 25 a 100%, com os locais mais comuns sendo os pulmões e linfonodos drenantes (axilares, inguinais, esternais) em outros órgãos ou tecidos corporais as metástases são menos comuns (LITTLE, 2018).

O exame citológico usando a técnica de PAAF nas lesões mamárias em gatos pode confirmar uma neoplasia epitelial, porém não diferenciam de modo confiável entre um tumor benigno e maligno. A citologia poderá ser útil para descartar neoplasias cutâneas ou subcutâneas não mamárias como tumores de mastócitos (LITTLE, 2018).

TRATAMENTO

Os gatos possuem quatro pares de glândulas mamárias: dois craniais (torácicos) e dois caudais (abdominais). As glândulas craniais desembocam em linfonodos axilares e esternais, enquanto as glândulas caudais desembocam em linfonodos inguinais; o linfonodo inguinal sempre deverá ser removido se a glândula mamária caudal estiver acometida, já o linfonodo axilar deve ser removido apenas se forem confirmados aumento e envolvimento tumoral em citologia, pois a remoção profilática pode criar espaço morto subcutâneo significativo e tem pouca possibilidade de apresentar benefício terapêutico (LITTLE, 2018).

A cirurgia ainda é a modalidade de tratamento primário mais prontamente aceita para os carcinomas mamários felinos, embora não seja curativa, pode ser considerada individualmente ou associada à quimioterapia adjuvante. Em geral recomenda-se mastectomia de cadeia radical, essa podendo ser unilateral ou bilateral; a mastectomia completa está associada à menor índice de recorrência local (LITTLE, 2018).

A quimioterapia comumente é recomendada como adjuvante, porém não existem estudos em larga escala bem controlados documentando seu papel no tratamento de tumores de glândulas mamárias em felinos. Os protocolos com base em doxorrubicina são relatados com maior frequência, porém os protocolos e a eficácia variam entre os estudos. A doxorrubicina e a ciclofosfamida como terapia associada foram descritas, com respostas mensuráveis a curto prazo observadas em cerca de metade dos gatos com doença metastática ou com doença local não ressecável (estágio III ou IV). A doxorrubicina deve ser usada com cautela em gatos por causa do risco de efeitos nefrotóxicos, tornando a mitoxantrona uma alternativa adequada para gatos com função renal comprometida. O tempo mediano de sobrevida foi de 747 dias para os gatos tratados com mitoxantrona e 484 dias para os gatos tratados com doxorrubicina (LITTLE, 2018).

PREVENÇÃO E PROGNÓSTICO

Recomenda-se que o procedimento de castração seja realizado até os 12 meses de idade, porque quando a cirurgia é feita nesse período, a chance da doença ocorrer na vida adulta é muito menor, entretanto, quando a cirurgia é realizada após os 24 meses de idade, não possui efeito preventivo para as neoplasias, porém minimiza a ocorrência de afecções do trato reprodutivo (FILGUERA et al., 2014; SILVA et al., 2020).

A conscientização de tutores sobre a reprodução dos gatos e a prevenção do estro são o primeiro passo para reduzir o número de casos de neoplasias. É de extrema importância informar os tutores de gatos sobre os malefícios do uso de fármacos popularmente conhecidos como anticoncepcionais e os desencorajar de fazerem o uso desses, sugerindo no lugar uma ovarioectomia ou ovariosalpingohisterectomia; realizar campanhas de castração para controle populacional são uma ótima alternativa também, assim reduzindo as chances de neoplasias e zoonoses (FERNANDES et al., 2020; SILVA et al., 2020; BILHALVA et al., 2020).

O tempo de sobrevida médio entre a detecção primária do tumor e a morte em gatos não tratados é de 10 a 12 meses (LITTLE, 2018). O diâmetro do tumor é um fator prognóstico muito importante, pois felinos com tumores com menos de 2 cm tiveram sobrevida, após a cirurgia, de 3 anos; com 2 a 3 cm sobrevida de 2 anos e com mais de 3 cm sobrevida de 6 meses; sendo assim quanto menor o tumor e mais inicialmente encontrado, maiores as chances de sobrevida com tratamento de acordo com o caso (ETTINGER, 1995).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta revisão literária teve como principal objetivo informar as características das neoplasias mais comuns na medicina de felinos. Dentre os principais achados da pesquisa, destacamos a importância em manter o controle de saúde dos felinos em dia, permitindo um diagnóstico precoce.

Entre as principais neoplasias na medicina felina, o sarcoma de aplicação é necessário a monitorização após injeções ou vacinas, já que é considerada uma doença agressiva e tem possibilidade de metástase. No osteossarcoma, podemos destacar a magnitude podendo surgir em vários ossos devido a metástase e como consequência a falta de mobilidade e diminuição de sobrevida do animal.

O Carcinoma de Células Escamosas e o mastocitoma podem se manifestar através de lesões ou massas cutâneas na pele, podendo ser confundidas entre si portanto o exame histopatológico é essencial para diferenciá-las, no entanto, o tratamento primário de ambas doenças mencionadas é a cirurgia. As neoplasias mamárias em especial podem ser diferenciadas do CCE e do mastocitoma pois afetam a região mamária, principalmente em fêmeas de idade avançada, porém não é uma regra, o tratamento mais indicado costuma ser a retirada de toda a cadeia mamária através de uma mastectomia unilateral ou bilateral que pode ou não ser associada à quimioterapia.

O linfoma em felino possui diversas formas, por esse motivo os sintomas variam de acordo com o local acometido. E na maioria das vezes, o tratamento é quimioterápico.

Por fim, um plano terapêutico minucioso do oncologista veterinário em conjunto com outros médicos veterinários para ter um possível sucesso no tratamento devido à complexidade, onde há opção de uma terapia multimodal, como cirurgia, quimioterapia, radioterapia e suporte para melhorar a qualidade de vida do animal.

Os resultados aqui unidos podem servir para outros estudantes e médicos veterinários no auxílio de diagnosticar e entender melhor as características das neoplasias mais comuns na medicina felina. E quanto às limitações é importante relatar que não foram encontrados muitos estudos atualizados, então para futuras investigações poderiam ampliar a busca em outros idiomas e em outras plataformas acadêmicas.

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