MUSCULAÇÃO PARA IDOSOS

BODYBUILDING FOR SENIORS

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10425469


ALVES, Gabriel de Paiva[1]
LIMA, Antonia Lucineide[2]
DIAS NOVO JÚNIOR, Darcilio Dantas[3]


Resumo

Este trabalho aborda a relação entre a musculação e a promoção da saúde e da força máxima do idoso; enfatizar a importância da prática da musculação nesta faixa etária. Tais objetivos foram definidos para versar sobre o tema Musculação Para Idosos. Tal problemática consiste em responder a seguinte questão de pesquisa: Quais os benefícios que a prática da musculação pode trazer para as pessoas da terceira idade, seja em prol da promoção a saúde ou mesmo da realização pessoal? Essa questão justifica-se em propor reflexões por meio de pesquisa e publicação científica no que se refere a importância da prática de musculação a população idosa. O objetivo central deste estudo é descrever por meio de revisão bibliográfica os benefícios promovidos pela prática da musculação em idosos, de forma específica busca-se, investigar de que forma a literatura científica aborda a prática da musculação e seus benefícios para pessoas idosas. Para isso, foram empregados os  procedimentos metodológicos de um estudo exploratório, de abordagem qualitativa tendo como descrição a revisão de literatura. evidenciou-se por meio dos resultados obtidos que são vários os benefícios ofertados pela prática desta modalidade na terceira idade. Os achados identificaram que além de benefícios como o fortalecimento físico, maior equilíbrio, melhora na execução de atividades diárias, redução de quedas, haja vista que estes tem como objetivo o aumento da massa muscular, bem como da densidade óssea, a prática da musculação pode prevenir e tratar doenças como o diabetes, pressão arterial, obesidade entre outros.

Palavras-chave: Saúde do idoso, Envelhecimento, Musculação.

1 INTRODUÇÃO

A população idosa é uma das que mais cresce mundialmente, contudo o processo de envelhecer apesar de algo fisiológico nem sempre é tido como algo fácil, devido às inúmeras dificuldades que alguns destes indivíduos enfrentam. Segundo Correa (2016, p. 14) “uma característica marcante no processo de envelhecimento é o declínio gradual da capacidade de desempenho da força. Este declínio é uma das principais razões da perda da autonomia de ação do idoso”.

Diante disso, e buscando dentre outros aspectos o fortalecimento da força muscular muitos idosos têm optado cada vez mais pela prática de atividades físicas, dentre elas a musculação. Esta prática tem sido cada vez presente na vida de todas as pessoas independentes da faixa etária devido aos benefícios oferecidos pela mesma.

Nos últimos anos a prática de exercício físico tem sido alvo de muitas pesquisas científicas onde são destacados seus inúmeros benefícios. Ao escolher atuar em determinadas áreas precisamos ter aptidões específicas. Onde durante a graduação de educação física pode-se escolher qual o caminho profissional devemos seguir, angariado a tudo isso e impulsionado pelos meus desejos profissionais e pessoais. A escolha do tema justifica-se em propor reflexões por meio de pesquisa e publicação científica no que se refere a importância da prática de musculação a população idosa, no que concerce a promoção da qualidade de vida,  e bem-estar e não apenas como uma atividade a ser desempenhada em busca da definição do corpo.

Estudos envolvendo temáticas relacionadas a saúde do idoso e a prática de atividades físicas em prol da melhoria desta saúde tem ganhado bastante destaque na área científica, onde muitos autores demonstram uma melhora significativa neste aspecto.

Diante do exposto a pesquisa tem como pergunta norteadora a seguinte questão: Quais os benefícios que a prática da musculação pode trazer para as pessoas da terceira idade, seja em prol da promoção a saúde ou mesmo da realização pessoal?

Assim, o presente trabalho tem objetivo geral: descrever por meio de revisão bibliográfica os benefícios promovidos pela prática da musculação em idosos. De forma mais específica busca-se: Investigar de que forma a literatura científica aborda a prática da musculação e seus benefícios para pessoas idosas; descrever a relação entre a musculação e a promoção da saúde e da força máxima do idoso; enfatizar a importância da prática da musculação nesta faixa etária.

O desenvolvimento do presente estudo dar-se através da coleta, leitura, análise e exposição de dados e informações coletadas por meio de literatura científica publicada anteriormente, para tanto, fora recorrido pelo pesquisador o uso de bases de dados complementares a exemplo do: google acadêmico, SciELO e demais revistas especializadas que disponibilizem de informações que possam corroborar com a temática estudada, incluindo assuntos voltados a abordagem de: Saúde do idoso. Envelhecimento. Musculação.

Sendo assim, os pressupostos metodológicos do trabalho seguem parâmetros da pesquisa bibliográfica com análise qualitativa. Sendo os autores que contribuíram por meio de dados primários para a realização da presente pesquisa: Medeiros et al. (2014); Hartmann (2015); Véras et al. (2015); Correia (2016); Leal et al. (2018); Cavalcante (2020);  Gurgel (2020); Oliveira e Pereira (2020); Ribeiro et al. (2013).

Diante do exposto, o trabalho encontra-se em três principais seções: a seção 1 (um) diz respeito à Introdução, trazendo uma abordagem representativa do tema estudado; os objetivos, problemática e justificativa pela escolha do tema. A segunda seção intitulada de metodologia: faz menção a caracterização, tipo de estudo, amostra, instrumentos e procedimentos adotados para a coleta, análise e exposição dos dados. A terceira seção trata-se da apresentação dos resultados e discussão de estudos selecionados para exposição de informações sobre a temática estudada. Por fim, tem-se as Considerações finais, seguida da respectiva lista de referências bibliográficas que subsidiaram a pesquisa.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Aspectos fisiológicos do envelhecimento

Um dos principais aspectos relacionados ao ser humano está o processo de desenvolvimento deste que vai desde o momento da sua concepção até o momento da sua morte. O que significa que este à medida que se desenvolve também envelhece, mas em que consiste o envelhecer e como defini-lo?

            Dentro deste contexto Argimon e Stein (2005, p. 71) caracterizam o envelhecimento como, “um processo em que, para cada pessoa, as mudanças físicas, comportamentais e sociais desenvolvem-se em ritmos diferentes, sendo a idade cronológica apenas um dos aspectos, entre outros, que podem ou não afetar o bem-estar do idoso”.

            Ou seja, o envelhecer é um processo característico do ser humano, e apesar de algumas particularidades deste, cada pessoa o enfrentará de maneira distinta. Para Chagas e Rocha (2012, p. 94) “O envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo no qual há alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas, que vão alterando progressivamente o organismo”.  Estas alterações estão relacionadas aos efeitos que a idade por si só gera no organismo humano, fazendo com que a capacidade que o mesmo possui de manter-se equilibrado diminua, o que faz com que fisiologicamente o corpo comece a enfraquecer.

De acordo com Esquenazi; Silva e Guimarães (2014) estas alterações relacionadas ao envelhecimento podem ser pequenas, incapazes de gerar problemas muito graves quando em sua fase inicial, contudo, podem limitar o desempenho de atividades cotidianas do idoso com o passar dos anos.

Cabe destacar que para ocorrer alterações mais significativas no corpo ao envelhecer é preciso levar em consideração inúmeros aspectos relacionados ao processo de envelhecimento. É preciso observar aspectos relacionados a vivência da pessoa durante o longo da sua vida, fatores como uma vida desregrada ou uma vida saudável, considerando desde alimentação a possíveis vícios farão, toda diferença no processo de envelhecer. Neste aspecto podemos citar conceitos como senescência e senilidade.

De acordo com Medeiros et al. (2021, p.3):

Senescência faz jus ao processo natural de tornar-se velho, o que implica em mudanças comuns como perda de cabelo, flexibilidade e condicionamento físico, enrugamento da pele, etc. Senilidade, refere-se ao corpo envelhecido que está atrelado a certas patologias, mas que não se definem como aspectos comuns a todos os indivíduos nesta idade. 

Ou seja, envelhecer é inevitável, e nem sempre é um processo fácil, mas o que irá fazer a diferença durante todo esse percurso será a capacidade e a forma de o idoso lidar não só com as mudanças, mas também com as alterações que acompanham esse processo. Cabe destacar ainda que cada um envelhece ao seu modo, e que fatores externos ao idoso, conforme citado anteriormente farão toda a diferença neste aspecto.

2.2 Benefícios da prática da musculação

Inúmeros estudos e pesquisas tem apontado que a prática dos exercícios físicos, proporcionam incontáveis benefícios a saúde física e mental dos indivíduos que optam por uma vida ativa e saudável onde se tem esta como uma de suas práticas diárias. Para Almeida e Pavan (2010, p. 10) a prática de exercícios físicos “aumenta a massa muscular, reduzem o percentual de gordura corporal, aumentando a força do indivíduo, facilitando a sua locomoção, mantêm a pressão sanguínea e a frequência cardíaca dentro de padrões aceitáveis, dificultando o acúmulo de colesterol no sangue”.

Desta forma, pode-se dizer que a prática de exercícios físicos sobretudo na sociedade moderna se apresenta como um importante método não só nos aspectos citados anteriormente como também no que se refere ao combate ao estresse, aumento da interação social e maior dedicação ao lazer, haja vista que através da prática desses exercícios independente da modalidade escolhida é possível unir estes três aspectos.

Diante desta perspectiva Ojiambo, (2013) cita ainda que, ao praticar exercícios regularmente qualquer pessoa independente do sexo ou faixa etária trará contribuições para uma saúde psicológica e social de qualidade, destacando como principais benefícios da prática regular de exercícios resistidos a redução da gordura corporal; controle da ansiedade e tensão; melhorias da qualidade do sono; melhora na capacidade cardiovascular e pulmonar; controle dos níveis de colesterol; fortalecimento e aumento da força dos membros musculares, entre outros.

Dentro das inúmeras modalidades de exercícios que podem contribuir para tais melhorias pode-se destacar a musculação, que neste sentido se apresenta como uma atividade de treinamento que faz com que através do gasto de calorias pessoas sedentárias possam levar uma vida de condicionamento físico ativa, fator importante só para o emagrecimento como para quem deseja melhorias em todos os aspectos da sua vida.

Ao abordar a temática da musculação e dos benefícios que ela traz ao corpo humano Murer (2007, p. 34-35) destaca que:

Devido as suas qualidades, a musculação passou a ocupar lugar de destaque nas academias, onde o objetivo é a preparação física das pessoas, independentemente de objetivos atléticos. Além de induzir o aumento da massa muscular, os exercícios com pesos estimulam a redução da gordura corporal e o aumento de massa óssea, levando às mudanças extremamente favoráveis na composição corporal. […] Do ponto de vista funcional, os exercícios com pesos desenvolvem importantes qualidades de aptidão, constituindo uma das mais completas formas de preparação física. Uma das características mais marcantes dos exercícios com pesos é a facilidade com que podem ser adaptados à condição física individual, possibilitando até mesmo o treinamento de pessoas extremamente debilitadas. Pela ausência de movimentos rápidos e desacelerações, os exercícios com pesos apresentam também baixo risco de lesões traumáticas. Por todas as suas qualidades, e pela comprovação de sua segurança, o treinamento com pesos ocupa hoje lugar de destaque em reabilitação geriátrica e em atividades terapêuticas.

Ou seja, é uma prática que independentemente da idade de cada indivíduo e da finalidade, seja para meio estéticos ou na promoção da saúde a prática da musculação se destaca como uma atividade que além de inúmeros benefícios oferece riscos menores no que diz respeito a lesões, etc.

Corroborando Radesca (2015, p. 11) enfatiza, “quando esses treinamentos ocorrem sobre supervisão adequada, representam uma excelente opção para a manutenção e melhoria da qualidade de vida, pois qualquer pessoa pode se beneficiar desde que o protocolo seja seguido adequadamente”.

Logo, assim como toda e qualquer prática de exercício físico para que seja realizada de maneira adequada e de modo que atenda a necessidade específica e a realidade de cada pessoa é preciso ser acompanhada por profissionais capacitados para tal função.

Destarte, destaca-se além dos incontáveis benefícios, a importância da prática da musculação na vida das pessoas sobretudo nos dias atuais, sendo considerada uma ação que visa estabelecer a promoção a saúde e melhor qualidade de vida, sendo inclusive indicada por diversos profissionais da área de saúde como um importante comportamento a ser adotado por esses indivíduos que almejam não só manter um corpo estruturado, como prevenir, combater e tratar diversas doenças crônicas não transmissíveis.

2.3 Musculação para idosos

Como já vem sendo citado neste estudo o envelhecimento tem como característica o declínio de algumas capacidades dos idosos, seja em seus aspectos físicos ou cognitivos, levando em consideração suas particularidades de vida.

Contudo, não pode-se deixar de evidenciar conforme cita Correa (2016) que “com a idade, há uma evidente diminuição da força muscular, massa magra e um aumento paralelo do percentual de gordura, que se inicia a partir da terceira década de vida”. Essas diminuições acabam por limitar funcionalmente o idoso, reduzindo suas capacidades físicas e funcionais.

Neste sentido a prática de atividades fisicas se apresentam como uma forma muito positiva na vida do idoso, gerando além de relaxamento físico e mental , a sensação de bem-estar.  Dentro deste contexto Marchi Netto (2004, p. 83) descreve que:

As recomendações para a orientação e o acompanhamento  da prática  de  atividades  físicas  leves  e  moderadas  são  importantes  por estimular  os  idosos  a  se  envolverem  em  programas  de  exercícios  e atividades  físicas,  assegurando-se,  deste  modo,  a    manutenção  e recuperação das funções vitais do organismo, as quais auxiliam também as funções neurocerebrais e músculo-esqueléticas.

Assim, quando o idoso passa a ter uma vida ativa através da prática regular de exercícios físicos, os fatores mencionados anteriormente passam a contribuir significativamente tanto em nível físico quanto psicológico, além de servir como forma de prevenir doenças, promover saúde, e fazer com que o idoso possa sentir-se melhor.

Dentro destas atividades físicas pode-se destacar a prática da musculação que segundo Zawadisk e Vagetti (2007) se torna um dos meios de beneficiar morfológico, orgânico e psicossocialmente o idoso, proporcionando não só o seu bem-estar, como melhorando sua saúde e consequentemente sua qualidade de vida.

A musculação assim como enfatiza Nahas (2003) beneficia o idoso tanto nos aspectos fisiológicos, quanto psicológicos e sociais, melhorando sobretudo a qualidade de vida destes indivíduos. Além disso a musculação ajuda principalmente no condicionamento físico do idoso tornando o mesmo mais independente e ativo. Conforme cita Gomes et al. (2021, p.6) ao destacar que:

A musculação é uma via que melhora o ganho de massa muscular do idoso; melhora outras capacidades físicas como a flexibilidade, o equilíbrio, a resistência e diversos fatores de condicionamento mental; melhora o ganho de força – o que diminui o risco de quedas, como também aumenta a autonomia e diminui a atrofia muscular.

Neste sentido a musculação se apresenta como uma atividade de treinamento que faz com que através do gasto de calorias pessoas idosas possam levar uma vida de condicionamento físico ativa, fator importante para o envelhecimento, em virtude do fortalecimento sobretudo muscular oferecido pela prática.

Complementando Cecchin (2020, p.20) destaca que a prática contínua da musculação pelo idoso garante:

[…] a prevenção e o controle de doenças crônicas decorrentes do processo de envelhecimento, proporciona ganho de massa muscular, melhorias no sistema cardiovascular e cardiorrespiratório, além de evitar ou mitigar outras moléstias oriundas de uma vida sedentária e da senescência. a musculação contribui ainda para uma das maiores buscas da terceira idade que é sentir-se ativo, com autônima para realização de atividades básicas do dia a dia, e, principalmente, sentir-se digno socialmente.

Logo, destaca-se como sendo a musculação uma forma de auxiliar as pessoas dessa faixa etária a terem uma melhor qualidade de vida em todos os seus aspectos, haja vista que a mesma proporciona desde o bem-estar físico ao psicológico, fazendo com que essas pessoas possam em sua maioria sentir-se capazes de viver de novo. Desta forma, pode se dizer que ao adotar determinados exercícios que envolvam a musculação de forma planejada, sistematizada, progressiva e adaptada para esses indivíduos, é possível estimular uma ou várias adaptações morfológicas ou funcionais, proporcionando-lhes um melhor bem-estar e promoção a saúde.

Contudo, e apesar de ser extremamente importante na vida do idoso, a prática da musculação deve ser elaborada cautelosamente, com estímulos que deverão ir do leve ao moderado, bem como de modo que respeite os princípios básicos do treinamento físico (CORREA, 2016).

Deste modo, cabe frisar que esta atividade para que obtenha os resultados esperados e de forma satisfatória deverá ser acompanhada por um profissional capacitado e habilitado nesta área, de modo que possa atender à necessidade de cada idoso neste processo.

Neste aspecto Silva e Oliveria (2014, p. 1) destacam, “se supervisionada adequadamente, a musculação representa uma excelente opção para a manutenção da saúde e melhor estilo de vida, desde que o protocolo seja ajustado a sua realidade e objetivos”. Não se deve abrir mão d o acompanhamento de profissionais qualificados e capacitados para auxiliarem esses idosos, pois mesmo apesar de indicada para esta população, a musculação oferece riscos se desenvolvida de maneira errônea.

3 METODOLOGIA

Para realização do presente foi utilizado de um estudo exploratório, de abordagem qualitativa tendo como descrição a revisão de literatura. Segundo Marconi e Lakatos (2006) as pesquisas exploratórias são investigações de pesquisa empírica cujo objetivo é a formulação de questões ou de um problema, com tripla finalidade: desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno, para a realização de uma pesquisa futura mais precisa ou modificar e clarificar conceitos.

Já as pesquisas qualitativas são descritas por Prodanov (2012) como aquelas que objetivam fazer uma relação dinâmica dos dados expostos com o mundo real no qual o sujeito da pesquisa está inserido, outro aspecto destacado pelos autores sobre as pesquisas qualitativas é a inexistência de métodos e dados estatísticos na maioria das pesquisas.

Corroborando com este pensamento Gil (2002) destaca que a maioria das pesquisas qualitativas costumam ter forte ligação com estudos bibliográficos e de revisão de literatura, onde os principais materiais utilizados para a elaboração das mesmas são: livros online e impressos, revistas, publicações em periódicos e artigos científicos, jornais, monografias, dissertações, teses, e demais materiais científicos publicados em bases de dados da  internet, com o objetivo de colocar o pesquisador em contato direto com todo material já escrito sobre o assunto da pesquisa.

Para tanto, para o estudo em foco as principais bases de dados utilizadas foram: Google Acadêmico, Scientific Electronic Library Online – Scielo e Revistas Cientificas da área de Educação Física. Como critérios de inclusão serão selecionados trabalhos científicos em língua portuguesa publicados entre 2012 a 2022, com os seguintes descritores: Musculação. Bem-estar. Saúde do idoso.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Foram encontrados 35 estudos a partir dos descritores selecionados e, após aplicação dos critérios de inclusão, exclusão, assim como breve leitura, foram eliminados 26 destes artigos. Desse modo, o estudo contou com 9 artigos para a análise e discussão dos resultados dispostos em tabela, para uma melhor compreensão da presente pesquisa, conforme observado a seguir.

Tabela 1 – Relação de artigos selecionados para análise, no período de 2012 a 2022 n= (09)

TítuloAutoresAno
Efetividade dos exercícios resistidos nas funções cognitivas de idososRibeiro et al.2013
Aplicabilidade de hidroginástica e musculação em pessoas idosas da comunidadeMedeiros et al.2014
Perfil dos níveis de flexibilidade em idosos praticantes de musculaçãoHartmann2015
Efeito agudo do treinamento resistido em idoso diabético: estudo de casoVéras et al.2015
A musculação e sua influência na saúde e na vida funcional de mulheres na terceira idade: um estudo de casoCorreia2016
Os benefícios da musculação em academias ao ar livre para pessoas na terceira idade participantes do projeto saúde, bombeiros e sociedade (PSBS) de Crato/CELeal et al.2018
Percepção dos idosos sobre a prática de musculação na redução dos riscos de quedasCavalcante2020
Efeitos do exercício físico em idosos praticantes de musculaçãoGurgel2020
Fatores motivacionais que levam idosos de sete lagoas-mg-brasil a aderirem à prática de musculaçãoOliveira; Pereira2020

Fonte: Dados da Pesquisa, (2022).

O processo do envelhecimento é algo pelo qual todos que gozam de uma boa saúde e com uma boa qualidade de vida irá desfrutar. Contudo está nem sempre é uma das melhores fases para o ser humano, haja vista que com ela também vem as limitações, as percas, etc. Por isso a importância de uma vida ativa nesta idade.

Dentro deste contexto é que foram realizados estudos como o de Ribeiro et al. (2013), que por meio de um estudo de caso com 85 idosos com idade entre 60 e 74 anos, sendo 43 praticantes de musculação pelo menos 2 vezes na semana e 42 sedentários objetivou comparar a capacidade cognitiva de idosos praticantes de exercícios resistidos (musculação), com idosos sedentários.

Os resultados principais do estudo mostram os idosos praticantes de musculação apresentaram maior capacidade cognitiva do que os idosos sedentários. Houve diferença na escolaridade geral dos dois grupos, podendo sugerir que o nível de formação tenha influenciado na melhor pontuação do grupo ativo. Mas no comparativo de idosos com até de 5 anos de escolaridade percebe-se a melhor capacidade cognitiva significativa. Este resultado pode ser interpretado como uma tendência benéfica desta modalidade de exercício físico na capacidade cognitiva de indivíduos desta faixa etária.

Medeiros et al. (2014) também por meio de estudo de campo composto por uma amostra de 30 idosos, dos quais 10 eram praticantes de musculação, 10 de hidroginástica e 10 de atividades artísticas, como canto e pintura e teve como objetivo avaliar qual das modalidades físicas, hidroginástica ou musculação, promove melhora do equilíbrio motor dos idosos praticantes. Os resultados mostraram um melhor desempenho considerando principalmente o equilíbrio nos idosos que praticavam musculação. Estes resultados corroboram com os encontrados por Araújo et al (2017) ao demonstrar que por meio da prática da musculação os idosos participantes do estudo obtiveram melhoras no seu dia a dia, sendo o equilíbrio uma destas principais melhorias. 

O estudo desenvolvido por Hartmann (2015) também caracterizado como um estudo de campo, teve como objetivo principal verificar o perfil dos níveis de flexibilidade em idosos praticantes de musculação por meio do teste Flexiteste. O estudo foi composto por 20 idosos, entre eles, 5 homens praticantes de musculação e 5 homens não praticantes, e 5 mulheres idosas praticantes de musculação e 5 mulheres não praticantes. Onde os resultados obtidos e os dados estatísticos evidenciaram um perfil de níveis de flexibilidade maior nos idosos praticantes de musculação, o que entende-se segundo a autora que o treino de pesos influencia na flexibilidade, de modo que a resposta muscular em praticantes com pesos será significativa comparada àqueles que não praticam.

A pesquisa realizada por Véras et al (2015) teve como amostra um idoso do sexo masculino de 82 anos de idade, onde objetivou verificar o efeito agudo do exercício resistido sobre a glicemia pré e pós exercício neste indivíduo. Os resultados mostraram que houve além da redução da glicemia, progresso no aumento da resistência localizada  e de força muscular. Observou-se ainda, que a redução na glicemia foi acompanhada por melhora no quadro clínico geral (principalmente a redução da poliúria e o aumento do apetite) de sintomas no diabetes tipo 2 do idoso avaliado.

Correia (2016) desenvolveu um estudo de caso composto por 8 mulheres, a partir de 60 anos de idade e praticantes da musculação, seu principal objetivo foi avaliar os níveis de composição corporal, força, flexibilidade e resistência aeróbia de um grupo de mulheres da terceira idade praticantes da atividade física de musculação, de modo a se verificar os efeitos na independência funcional e na qualidade de vida desse grupo de pessoas.  Os resultados verificaram uma vantagem das variáveis físicas estudadas em relação aos sujeitos do estudo, quando comparadas as de outros grupos de pessoas idosas praticantes de atividades diversas da musculação, sugerindo, portanto, que a prática de musculação seja uma excelente atividade para contribuir na melhoria da aptidão física das pessoas da terceira idade.

O estudo de Leal et al (2018) foi composto por uma amostra de 24 idosas e objetivou principalmente compreender os benefícios da musculação em Academias ao Ar Livre em um grupo de pessoas da terceira idade participantes do Projeto Saúde, Bombeiros e Sociedade (PSBS) em uma cidade do interior do Ceará. Foi possível analisar neste estudo que, as academias ao ar livre representam um espaço muito importante para a população, pois vem contribuindo para o desenvolvimento do lazer e bem-estar dos usuários, principalmente na terceira idade, e que a musculação é de suma importância e de grande contribuição na vida dessas pessoas, lhe confiando mais saúde, através de uma pratica saudável, melhorando sua agilidade, dinamismo, novas amizades, coordenação, redução do cansaço e solidão, aumentando a resistência, a flexibilidade e o fortalecimento muscular.

            No estudo de Cavalcante (2020) desenvolvido em uma academia e tendo como participantes da pesquisa 10 idosos entre 60 a 71 anos, tendo como objetivo apontar segundo a percepção dos idosos se a pratica de musculação contribui para a melhoria da redução dos riscos de quedas. O principal resultado obtido evidenciou a importância da musculação e treinamento de força na capacidade muscular do idoso, auxiliando assim a melhora do equilíbrio, mobilidade, nas realizações das atividades diárias e consequente reduzindo os riscos de quedas.

Já Gurgel (2020) objetivou analisar a prática da atividade na academia para idosos. O estudo composto por 10 idosos, sendo 5 homens e 5 mulheres mostrou que os dois principais motivos para a prática de exercícios físicos em idosos é a manutenção da saúde e questões estéticas; a metade dos idosos optam por 5 treinos semanais e citam como principais benefícios do exercício físico a melhora da autoestima e da disposição física e mental, bem como redução do estresse e da ansiedade.

No estudo desenvolvido por Oliveira e Pereira (2020) com 108 voluntários de idade igual ou superior a 60 anos em 20 academias de Sete Lagoas, teve como objetivo investigar fatores motivacionais que influenciam idosos a aderirem e permanecerem praticando musculação. Os resultados mostraram que são diversos os motivos para que idosos passem a aderir à musculação, como: melhora da qualidade de vida, prevenção de doenças, indicação médica, diminuição do estresse e aumento do contato social.

            Pôde-se observar em todos os estudos que são vários os benefícios oferecidos pela prática da musculação em indivíduos da terceira idade e que o uso destes tipos de atividades físicas de acordo com a particularidade de cada um pode oferecer-lhes uma vida mais prazerosa em todos os aspectos possíveis.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A musculação proporciona aos seus praticantes inúmeros benefícios de acordo com a necessidade de cada indivíduo buscando a melhor maneira de garantir que este tenha o máximo de sucesso possível seja na busca de um bem-estar físico, mental ou simplesmente de um corpo mais definido esteticamente falando. A proposta desta pesquisa, no entanto foi descrever os benefícios da prática da musculação em idosos tendo como base os estudos de caso citados anteriormente.

            Destarte, evidenciou-se por meio dos resultados obtidos que são vários os benefícios ofertados pela prática desta modalidade na terceira idade sendo atualmente uma atividade bastante indicada para indivíduos desta faixa etária. Os achados identificaram que além de benefícios como o fortalecimento físico, maior equilíbrio, melhora na execução de atividades diárias, redução de quedas, haja vista que estes tem como objetivo o aumento da massa muscular, bem como da densidade óssea, a prática da musculação pode prevenir e tratar doenças como o diabetes, pressão arterial, obesidade entre outros.

Dito isso, os dados obtidos levam à conclusão do quão importante é a prática de exercícios físicos, seja ela a musculação ou mesmo outra atividade de acordo com o desejo de cada indivíduo, tendo em vista que atividades físicas e sobretudo os exercícios de resistência colaboram de maneira mais eficaz na promoção de uma boa saúde como na melhora da aptidão física, principalmente das pessoas idosas.

Cabe enfatizar que toda e qualquer atividade que requer o uso de equipamentos como no caso de exercícios resistidos requer o acompanhamento de profissionais habilitados levando em consideração a necessidade de cada pessoa.

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[1] Bacharelado em Educação Física no Centro Universitário Internacional Uninter – gabrielpaiva @gmail.com

[2] Orientadora e Professora de metodologia do Trabalho Científico. e-mail: professoraluhlima@gmail.com

[3] Docente do Curso de Educação Física na Escola de Enfermagem Nova Esperança – FACENE. e-mail: darcilioj@hotmail.com