MORTALIDADE DE PESSOAS IDOSAS POR NEOPLASIAS MALIGNAS DOS ÓRGÃOS GENITAIS

Mortality of elderly people from malignant neoplasms of the genital organs

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202409291329


Alves, Kássia Reis
Silva, Emília Pio da


RESUMO

Introdução: Este artigo discorre sobre as neoplasias malignas dos órgãos genitais na pessoa idosa, em ambos os sexos, nos últimos dez anos, visto ser crescente a população idosa e o quantitativo de cânceres nos sistemas reprodutores. Objetivo: Averiguar a mortalidade de pessoas idosas por neoplasias malignas dos órgãos genitais, de acordo com o sexo, no estado de Minas Gerais, nos últimos 10 anos. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem quantitativa, longitudinal, realizado a partir de dados secundários coletados por meio do DATASUS (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil). Resultados e Discussão: De 2013 a 2022 foram registrados 15.036 óbitos de homens idosos por neoplasias malignas dos órgãos genitais, e 7.965 óbitos de mulheres idosas, o que correspondeu a 65,37% e 34,62% respectivamente. Os homens foram os mais acometidos pelas neoplasias dos órgãos genitais no recorte de tempo pesquisado, e os óbitos aumentaram com a idade; acredita-se que pela maior omissão quanto à procura de auxílio na saúde pública. Nos homens, o câncer mais evidente foi o câncer de próstata; nas mulheres, o de colo do útero. Conclusão: O acompanhamento de saúde da pessoa idosa é imprescindível, pois trata-se da população que mais vem crescendo nos últimos anos, além de ser a mais acometida pelas neoplasias. A pesquisa evidenciou o panorama do quantitativo dos casos que pode favorecer o planejamento de estratégias para abordar essa população.

Palavras-Chave: Neoplasias Malignas. Idosos. Órgãos genitais mais acometidos. Taxa de mortalidade.

ABSTRACT

Introduction: This article discusses malignant neoplasms of the genital organs in the elderly, in both sexes, in the last ten years, as the elderly population and the number of cancers in the reproductive systems are growing. Objective: To investigate the mortality of elderly people due to malignant neoplasms of the genital organs, according to sex, in the state of Minas Gerais, in the last 10 years. Methodology: This is a descriptive study, with a quantitative, longitudinal approach, carried out using secondary data collected through DATASUS (Informatics Department of the Brazilian Unified Health System). Results and Discussion: From 2013 to 2022, 15,036 deaths of elderly men due to malignant neoplasms of the genital organs were recorded, and 7,965 deaths of elderly women, which corresponded to 65.37% and 34.62% respectively. Men were the most affected by neoplasms of the genital organs in the period studied, and deaths increased with age; It is believed that this is due to the greater omission in seeking public health assistance. In men, the most evident cancer was prostate cancer; in women, the cervix. Conclusion: Health monitoring of elderly people is essential, as this is the population that has grown the most in recent years, in addition to being the most affected by neoplasms. The research highlighted an overview of the number of cases that can favor the planning of strategies to approach this population.

Keywords: Malignant Neoplasms. Elderly. Genital organs most affected. Mortality rate.

INTRODUÇÃO

Nos últimos anos houve um aumento na expectativa de vida da população brasileira. As pessoas estão vivendo mais, contudo, acometidas por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), que geram redução da capacidade funcional e dependência. Dentre essas doenças destacam-se as neoplasias, que acometem pessoas idosas de ambos os sexos. Segundo Carvalho e Paes (2019) a taxa de mortalidade por câncer ocupa o segundo lugar em todo o mundo, e pode chegar ao primeiro lugar nos próximos anos. No cenário das neoplasias, destacam-se os cânceres ginecológicos e urológicos.

O câncer em órgãos genitais masculinos tem maior incidência após os 60 anos, e decorre da procura tardia por tratamento devido ao constrangimento, medo ou negação (Krüger; Cavalcanti 2018). O câncer mais prevalente no sistema reprodutor masculino é o de próstata, tem-se ainda o câncer de testículos e pênis. Já na mulher, o câncer mais prevalente nos órgãos genitais é o de colo do útero, e em menor quantidade o câncer no ovário, no corpo do útero, na vagina e na vulva (Barbosa, 2015).

Os órgãos do sistema reprodutor são as áreas mais afetadas pelas neoplasias malignas, e suas manifestações podem afetar a funcionalidade, dito isso, é importante o esclarecimento sobre a saúde, prevenção, tratamento e autocuidado, pois desse acometimento decorrem alterações na autoestima, capacidade funcional e nos aspectos psicológicos tanto em homens quanto em mulheres. Ademais, quanto mais cedo houver diagnóstico, melhor é o prognóstico; assim, faz-se imprescindível a detecção precoce (Fernández Pereira et al., 2016).

O câncer mais prevalente nas mulheres é o câncer de colo do útero, o qual pode estar relacionado a infecção pelo vírus Papiloma Vírus Humano (HPV), relação sexual precoce, múltiplos parceiros sexuais sem a utilização de preservativos, uso prolongado de anticoncepcionais e tabagismo. A prevenção dessa neoplasia ocorre por meio da vacinação contra o HPV, e a detecção precoce é feita pela realização do exame Papanicolau, exames de colposcopias e biópsias para confirmação do diagnóstico. O exame Papanicolau é feito a partir da análise citopatológica de produto da raspagem do colo do útero, com intuito de observar se há lesões precursoras e sua magnitude, assim como a caracterizá-las em lesões intraepiteliais de baixo grau (LSIL) e lesões intraepiteliais de alto grau (HSIL) (INCA, 2016).

Como opções de tratamento desses cânceres, tem-se a radioterapia, a quimioterapia, a realização de cirurgias oncológicas e a braquiterapia, que visam reestabelecer a funcionalidade e promover cuidados paliativos. Existem campanhas de saúde com informações de prevenção secundária, de detecção precoce, que salientam a importância do autoexame, do tratamento; aquelas que veiculam orientações para controle dos sintomas e alívio de dor; e até campanhas que esclarecem sobre a possibilidade de encaminhamento para suporte psicológico, justificável pelas alterações decorrentes do tratamento, que tem potencial para afetar a segurança, a confiança, a disposição e a autoestima da mulher (Lopes; Ribeiro, 2019).

Ao se considerar as mencionadas opções de tratamento do câncer, é sabido que a quimioterapia afeta de forma mais ampla os idosos de ambos os sexos, e gera consequências físicas, emocionais e sociais nessa população, pelo fato de apresentarem mudanças fisiológicas no transcorrer dos anos, face à senescência e senilidade. Assim, o idoso apresenta mais sensibilidade ao tratamento, o que, de certa forma, o deixa mais vulnerável à toxicidade dos antineoplásicos presentes em seus tecidos, o que acarreta diminuição da absorção intestinal da excreção renal (Souza et al., 2018).

Já nos homens, o câncer de próstata é a neoplasia maligna mais frequente, que representa significativa causa de morbimortalidade em todo país. Apesar disso, o prognóstico é bom, ou seja, possui altas chances de cura com detecção precoce e tratamento imediato. Atualmente o rastreio da patologia é feito pelo exame de toque retal e pela dosagem do antígeno prostático específico, conhecido como PSA, e o diagnóstico é confirmado através da biópsia.

Apesar de favorecer a detecção precoce e melhorar o prognóstico, o toque retal é um procedimento repudiado por certos homens, que optam pela não realização dele, por preconceito associado à condição de masculinidade e pela influência na condição emocional decorrente, o que prejudica a resolutividade e favorece o diagnóstico tardio. A sintomatologia associada à necessidade de investigação, além dos fatores de risco, inclui a dificuldade com o ato da micção, polaciúria, disúria e noctúria, podendo haver, ainda, dor, infecção urinária ou insuficiência renal em estágios avançados da doença (Oliveira et al., 2019).

A partir da análise de dados demográficos, é sabido que a população idosa é que mais cresce em todo o mundo. É fato, também, que os anos vividos favorecem o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), que trazem consigo a incapacidade e causam a mortalidade de pessoas idosas, de ambos os sexos. A taxa de acometimento por neoplasias malignas aumenta com a idade, e há de se considerar, ainda, que muitos idosos já possuam comorbidades, o que os deixam mais susceptíveis ao acometimento. Desse modo, trazer à tona e discutir esses dados quantitativos, referentes à mortalidade, promoverá reflexões valiosas que poderão embasar ações governamentais voltadas para o desenvolvimento de mais promoção, prevenção, tratamento e cuidado com a saúde dos idosos acometidos por neoplasias, bem como embasar pesquisas futuras na área (Rufino et al., 2020).

Considerando o exposto acima, este estudo visou verificar a mortalidade de pessoas idosas por neoplasias malignas dos órgãos genitais, de acordo com o sexo, no estado de Minas Gerais, nos últimos 10 anos.

METODOLOGIA

Tipo de pesquisa

Trata-se de um estudo descritivo, realizado a partir de dados secundários, de abordagem quantitativa, longitudinal. Para Nunes e colaboradores (2016) a pesquisa descritiva é um estudo de observação, análise, identificação, compreensão e descrição dos fatos sem envolver-se na pesquisa. A pesquisa quantitativa se “orienta por dimensionar, analisar e avaliar a aplicabilidade de recursos ou técnicas, ou até mesmo introduzir uma variável na coleta de dados para um registro quantitativo” (Rodrigues; Oliveira; Santos, 2021, p. 165). Já o estudo longitudinal é utilizado para estudar a evolução de fenômenos ou variáveis, e pode ser, ainda, classificado como estudo retrospectivo e prospectivo.

Banco de Dados Utilizado

Os dados foram coletados na base de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS). O referido banco é um órgão da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, que disponibiliza informações e análises objetivas baseadas em evidências, para elaboração e planejamento de ações dos gestores em saúde, além de realizar a coleta de dados para pesquisas, processo e disseminação, que referencia a saúde no país (DATASUS, 1991).

No DATASUS, os dados foram obtidos no Tabnet, por meio das estatísticas vitais, ao acessar a aba mortalidade geral desde 1996. Buscou-se, em fevereiro e março de 2024, dados referentes à mortalidade por neoplasia maligna dos órgãos genitais masculino e feminino, no período referente aos últimos 10 anos, a saber, de 2013 a 2022, por se tratar dos últimos dados disponível.

Análise dos Dados

Para análise dos dados foi empregada a estatística descritiva, por meio do programa Microsoft Excel, e dos cálculos de média, variância, estudo de gráficos e tabelas.

Procedimentos Éticos da Pesquisa

De acordo com o sistema CEP/CONEP esta pesquisa não necessitou ser submetida à aprovação do CEP, visto que trata de dados numéricos de domínio público e não identifica os participantes.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No intervalo entre os anos de 2013 e 2022, houve registros, em Minas Gerais, de 23.001 óbitos de idosos diagnosticados com neoplasias malignas dos órgãos genitais, conforme descrito no Quadro 1.

Ele foi elaborado de acordo com os dados do DATASUS, quanto à mortalidade de idosos por neoplasias malignas dos órgãos genitais femininos e masculinos, no período entre 2013 e 2022, no estado de Minas Gerais, considerando as faixas etárias 60 a 69, 70 a 79 e 80 anos ou mais.

Quadro 1 – Mortalidade de idosos por neoplasia maligna dos órgãos genitais em Minas Gerais, no período entre 2013 e 2022.

Fonte: Elaborado pela autora de acordo com os dados do DATASUS, 2024.

Conforme pode ser observado no Quadro 1, o menor quantitativo de óbitos ocorreu em 2013 (n = 2.008), e o maior em 2022 (n= 2.578). Uma consideração importante é que o número de óbitos aumentou ano a ano, o que evidenciou comportamento crescente, vez que em nenhum período avaliado houve queda no quantitativo de óbitos. Tais achados são referendados por Costa, Lima e Dantas (2021), que evidenciaram que a neoplasia maligna é um dos maiores problemas de saúde enfrentados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nos âmbitos epidemiológico, social e econômico.

De acordo com as estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA, 2022), no Brasil, são esperados 704 mil casos novos, a cada ano, no triênio de 2023 a 2025. Em Minas Gerais, dentre as neoplasias dos órgãos genitais masculinos, destaca-se o câncer de próstata, sendo previstos para o referido triênio 7.970 novos casos. Nos últimos quatro anos, vieram à óbito mais de 5,8 mil homens, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (2023), o que deixa evidente o grande quantitativo de óbitos causados pela doença.

Os óbitos geralmente estão relacionados ao diagnóstico tardio, aquele que acontece quando as chances de cura se encontram bastante reduzidas pelo avançar da doença. Segundo Silva et al. (2017), em Minas Gerais, a maioria dos homens só procura assistência à saúde após a apresentação dos sintomas, a prevenção em saúde masculina não se configura um hábito. A resistência em procurar ajuda médica está ligada ao preconceito em torno dos exames de PSA e toque retal. Além disso, o baixo nível de escolaridade contribuiu para o enraizamento desse preconceito; adiciona-se a isso a falta de informação acerca dos cuidados necessários à saúde masculina e a dificuldade de acesso aos serviços de saúde (Silva et al., 2017).

Estratificando por gênero, verificou-se que a neoplasia do órgão genital que mais afeta as mulheres é a de colo do útero. Em Minas Gerais, a cada 100 mil mulheres são esperados 1.670 novos casos de câncer de colo do útero, 720 do corpo do útero, e 640 de ovário (INCA, 2022). Somente nos últimos cinco anos, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (2023), o câncer de colo de útero, acometeu 7.896 mulheres.

As estimativas crescentes em relação a doença foram comprovadas nesta pesquisa, visto que, no intervalo pesquisado, 2013 a 2022, foram registrados 15.036 óbitos de homens idosos por neoplasias malignas dos órgãos genitais, e 7.965 óbitos de mulheres idosas, o que correspondeu a 65,37% e 34,62% respectivamente. Tal achado demonstra que este tipo de neoplasia foi mais prevalente entre os homens, e pode ser visualizado no Gráfico 1.

Gráfico 1 – Óbitos em Minas Gerais, por neoplasias malignas dos órgãos genitais femininos e masculinos, no período de 2013 a 2022.

Fonte: Elaborado pela autora, 2024.

Faria et al. (2020) explicaram que a maior mortalidade masculina por neoplasia, em relação às mulheres, deve-se ao fato dos homens serem mais negligentes nos cuidados à saúde. As mulheres geralmente procuram o serviço de saúde pelo menos uma vez ao ano, para elas o autocuidado é de extrema importância. Situações como esta, demonstram que o gênero masculino pode ser um fator de risco para a doença. Camarço et al. (2022) também evidenciaram que o alto índice de neoplasias malignas nos órgãos genitais dos homens está ligado à falta de cuidado com a saúde, o que retarda o diagnóstico, e quando este é feito tardiamente gera um prognóstico ruim, com potencial para levar o indivíduo ao óbito.

Ao se estratificar por faixa etária, esta pesquisa revelou que, entre os homens, os mais afetados foram aqueles com 80 anos ou mais, e que a maioria desses óbitos ocorreu em 2022, o que pode ser visto no gráfico 2. A segunda faixa etária mais acometida foi de 70 a 79 anos, seguida pelos homens de 60 a 69 anos. Ou seja, no caso dos homens idosos, a mortalidade por neoplasia maligna de órgãos genitais aumenta de acordo com a idade. Em relação às mulheres idosas, embora os óbitos tenham sido mais evidentes também em 2022, a realidade foi inversa: a maior quantidade de óbitos se concentrou na faixa etária de 60 a 69 anos, seguida de 70 a 79 anos, e a faixa etária menos acometida foi de 80 anos ou mais, conforme pode ser observado no Gráfico 3.

Gráfico 2 -Mortalidade masculina por neoplasias malignas dos órgãos genitais de acordo com a faixa etária.

Fonte: Elaborado pela autora, 2024.

Gráfico 3 -Mortalidade feminina por neoplasias malignas dos órgãos genitais de acordo com a faixa etária.

Fonte: Elaborado pela autora, 2024.

Os estudos de Oliveira; Cruz e Correa (2022) revelaram que, em relação as mulheres, a idade pode ser um fator de risco para as neoplasias dos órgãos genitais, principalmente o câncer de colo do útero, uma vez que este possui etiologia associada à infecção sexualmente adquirida e a certos tipos de HPV (Papilomavírus Humano). Nesse contexto, e considerando que o HPV pode ser transmitido, em 95% dos casos, por relação sexual desprotegida, pode-se considerar a possibilidade das mulheres, de 50 anos ou mais, que têm vida sexual ativa, contraírem a doença por falta de conhecimento dos meios de prevenção como os preservativos. Cogita-se que, para essas mulheres, estar livre da gravidez, em virtude da menopausa instalada, pode provocar sentimento de não preocupação com o uso dos preservativos, que possuem a função de proteção contra as infecções sexualmente transmissíveis, para além da contracepção. Assim cerca de 80% das mulheres nesta faixa etária estão propensas ao diagnóstico da doença.

Em relação ao envelhecimento do homem, em quem o câncer de próstata é o mais incidente, a tendência é que no decorrer dos anos haja um aumento da próstata, que terá, por consequência, diminuição do fluxo urinário, devido à maior pressão na uretra, o que pode gerar os sintomas de jato fraco ou de gotejamento ao urinar, que consistem nos sintomas mais característicos e relacionados ao câncer de próstata (Bacelar Júnior et al., 2015).

Nascimento, Silva e Dantas (2021), corroboram com os achados desta pesquisa, na medida que evidenciaram que a taxa de mortalidade por neoplasias malignas vem aumentando ano a ano, e que um dos fatores de risco é a idade. Eles afirmaram que as pessoas idosas estão mais pré-dispostas a desenvolver o câncer, devido a diversos fatores, e por já conviverem com certas comorbidades, têm mais chances de evoluírem para o óbito. Para esses autores, o envelhecimento tem se relacionado, consideravelmente, com o aumento da incidência de neoplasias e com o óbito decorrente delas.

CONCLUSÃO

Foi crescente, ano após ano, a taxa de mortalidade de pessoas idosas, por neoplasias malignas dos órgãos genitais, de acordo com o sexo, no estado de Minas Gerais, no período pesquisado. A análise do recorte temporal proposto, 2013 a 2022, permitiu concluir que a idade constitui um dos principais fatores de risco para o óbito: no público idoso masculino, o número de óbitos aumenta proporcionalmente à idade; entre as mulheres idosas, houve mais óbitos por neoplasias no início da velhice, e eles decrescem com o avançar da idade.

No entanto, de acordo com os estudos demográficos, a população idosa é a que mais cresce mundialmente. Assim, há de se considerar outros fatores de risco de óbito correlacionados, dentre os quais se incluem aspectos culturais, socioeconômicos, hábitos de vida e escolaridade; esses aspectos devem ser ponderados na medida em que podem influenciar, de forma objetiva, a destinação dos recursos para promoção da saúde e prevenção de doenças.

Portanto, esta pesquisa reforçou importância do acompanhamento da saúde da pessoa idosa, visto que, por meio da evolução do quantitativo de óbitos e da estratificação por gênero e idade, trouxe uma visão ampla e panorâmica da mortalidade decorrente das neoplasias malignas nos órgãos genitais, em homens e mulheres de Minas Gerais.

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