MORDIDA CRUZADA ANTERIOR

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7760724


Carolina Ferreira Oliveira1
Carlos Eduarde Bezerra Pascoal2
Pedro da Silva Rodrigues Filho3
Priscila Pinto Brandão de Araujo4
Geórgia Coelho da Cunha5


RESUMO

Mordida cruzada anterior (MCA), é definida como uma relação sagital reversa entre os incisivos superiores e inferiores, podendo ser de um ou mais dentes. Acredita-se que a MCA tenha três origens, dentaria, esquelética e funcional (Pseudo-Classe III). O objetivo desse trabalho é apresentar o relato de caso clínico de um paciente adulto, com mordida cruzada anterior, e correção feita através do uso de aparelho fixo convencional. O planejamento usado para a correção da mordida cruzada anterior foi levante de mordida posterior e uso de elástico corrente inferior para lingualização dos incisivos. Notou-se que o tratamento preconizado foi efetivo, visto que houve a correção da mordida cruzada anterior, resultando assim, no acerto da vestibularização excessiva dos incisivos inferiores, observada a mudança na posição labial e consequentemente a melhora no perfil. O paciente continuará em tratamento ortodôntico e finalizará com a reabilitação protética.

Palavras-chave: Mordida cruzada, Mordida cruzada anterior, Má oclusão.

ABSTRACT

Anterior crossbite (ACM) is defined as a reverse sagittal relationship between the upper and lower incisors, which can be one or more teeth. MCA is believed to have 3 origins, dental, skeletal and functional (Pseudo-Class III). The objective of this paper is to present the report of a clinical case of an adult patient, with anterior crossbite, and correction made with a conventional fixed appliance. The planning used to correct the anterior crossbite was the elevation of the posterior bite and the use of a lower elastic band for the lingualization of the incisors. It was noticed that the recommended treatment was effective, as there was correction of the anterior crossbite, unsuccessfully eliminating the excessive buccalization of the lower incisors, observing the change in the position of the lip and, consequently, the improvement in the profile. The patient will continue on orthodontic treatment and will end up with prosthetic rehabilitation.

Keywords: Crossbite, Anterior crossbite, Malocclusion.

INTRODUÇÃO

A estética tem sido o principal fator motivacional para a ida dos pacientes ao consultório odontológico. O descontentamento com más posições dentárias e até mesmo de face tem se destacado.  A mordida cruzada anterior apresenta uma visível exposição dos incisivos inferiores, causando aos pacientes uma maior timidez ao sorrirem (De Launay, Gebeile-Chauty, 2018).

Mordida cruzada anterior (MCA), é definida como uma relação sagital reversa entre os incisivos superiores e inferiores, podendo ser de um ou mais dentes (Staderini et al., 2020).

Acredita-se que a MCA tenha três origens: Dentária, devido à alteração da inclinação de um ou mais dentes; esquelética, onde há uma discrepância óssea basal no plano sagital entre maxila e mandíbula; e funcional ou Pseudo-Classe III, interferências dentárias que força o deslocamento anterior mandibular na intercuspidação (Staderini, et al., 2020; Pinho, Mendes, Bellot-Arcis, 2018).

Em um estudo proposto por Wiedel e Bondemark (2015) na Suécia, foi observada a prevalência variando entre 2,2% a 12% dependendo da idade e etnia das crianças avaliadas e 36% dos indivíduos com MCA, a origem é funcional.

Carvalho et al (2013) mostrou a incidência de mal oclusões nas pré-escolas de Belo Horizonte – MG, onde a MCA aparece na quinta posição. Em 46. 2% das crianças observadas à mordida profunda foi o tipo de má oclusão mais prevalente (19,7%), depois a mordida cruzada posterior (13,1%), sobressaliência acentuada (10,5%), depois, a mordida aberta anterior (7,9%). Concluiu-se nesse estudo que a mordida cruzada anterior aparece em 6,7% das crianças observadas no Brasil.

Assim, sabe-se que a Mordida Cruzada Anterior é estabelecida na dentição mista, por resultar em uma condição dento facial comprometedora que poderá resultar no desenvolvimento de uma verdadeira má oclusão de Classe III, assim, a intervenção precoce é recomendada nessa fase (Wiedel e Bondemark, 2015).

Existem diversas opções de tratamento para MCA que variam conforme a etiologia e a sua gravidade, podendo ser feito através de ortopedia funcional dos maxilares em casos onde a má oclusão é de origem esquelética. Podemos citar como exemplo o uso de máscara facial, protração maxilar para correção de maxilar deficiente, correção cirúrgica, ancoragem esquelética por meio de mini placas ou mini parafusos. Em casos de origem funcional, ou dentária onde o objetivo é movimentar os dentes, correções podem ser feitas com aparelho fixo ou removível com molas digitais (Wiede, Bondemark, 2015; Foersch et al., 2015; Willmann, 2018).

Sendo assim, diversos tratamentos foram propostos desde o final do século XIX e até hoje continuam sendo um desafio para profissionais das áreas ortodônticas e ortopédicas (Foersch et al.,2015).

O objetivo desse trabalho é apresentar o relato de caso clínico de um paciente adulto, com mordida cruzada anterior, e correção feita através do uso de aparelho fixo convencional. 

RELATO DE CASO

Paciente RCR, 38 anos, gênero feminino, cidade de Manaus, procurou o curso de Especialização em Ortodontia da instituição Ceproeducar/FASERRA, queixando-se de “mordida errada e posição labial”. Na anamnese, a paciente apresentou bom estado geral de saúde, sem histórico de doenças sistêmicas ou crônicas.

Durante a análise facial, paciente apresentou-se com Padrão III, perfil convexo, mesofacial, sugestivo a excesso mandibular, com selamento labial passivo e exposição gengival do sorriso normal (Figura 1 A-C).

Figura 1 – Fotografias extra orais: A) Frontal, B) Perfil direito, C) Sorriso

No exame clínico intraoral, observamos que a paciente, com dentição permanente, possui maxila e mandíbula sem atresia, ausência de apinhamentos, com presença de diastemas em ambas as arcadas. Trespasse horizontal negativo, ântero inferior e Classe I de canino bilateral. Dente 26 extruído, linha média superior coincidente e inferior desviada para o lado direito (Figura 2 A-E).

Figura 2 – Fotografias intraorais: A) Oclusão – frontal; B) Oclusão – lado direito; C) Oclusão –lado esquerdo; D) Oclusal superior e E) Oclusal Inferior.

Na Figura 3 representa a radiografia panorâmica inicial, nessa imagem foi constatada a ausência dos dentes 18, 16, 28, 36, 37, 46, 47. Além de tratamento endodôntico nos dentes 14 e 24.

Figura 3 – Radiografia panorâmica inicial

A telerradiografia em norma lateral (Figura 4) e cefalograma (Figura 5) com análise cefalométrica (Tabela 1) sugerem perfil convexo, protrusão maxilar e mandibular em relação à base do crânio, Classe I esquelética, inclinação dos incisivos superiores e inferiores (Tabela 2).

Figura 4 – Telerradiografia inicial
Figura 5 – Traçado cefalométrico inicial
MEDIDAPADRÃOINICIAL
(N-Pog).(Po-Orb)88.0 +/- 1.088 gr
N-A.Pog0.0 +/- 2.08 gr
S-N.A82º (+/-2º)94 gr
S-N.B80º (+/-2º)91 gr
A-N.B2º (+/- 2º)3 gr
S-N.D76º88 gr
S-N. Gn67.061 gr
S-N. Ocl14.08 gr
(S-N).(Go-Me)32.030 gr
(Go-Gn).Ocl18.022 gr
Ângulo Interincisivo131.0114 gr
1/.NS103.0118 gr
1/- Órbita5.08 gr
1/.NA22.0 +/- 5.027gr
1/-NA4.05mm
/1.NB25 +/- 4.038gr
/1-NB4.09 mm
/1-NPog0.012mm
H.(N-B)10.0 =/- 1.516 gr
H-Nariz10.0 =/- 1.06 mm
Pog-NB-2 mm
Eminencia Mentoniana7.0 =/- 1.03 mm
FMIA68.052 gr
FMA25.028 gr
IMPA87.098 gr
TPi-6mm
/1-Linha l0.0-9mm
(Go-Me).(V-T)72.085 gr
F.(V-T)81.065 gr
A-(V-T)3.0-10 mm
Iii-(V-T)6.00.9 mm
H.(V-T)5.013gr
Discrepância Cefalometrica – Vigorito0.7
Tabela 1- Medidas cefalométricas iniciais (Padrão USP)

Tabela 2- Resumo do diagnóstico inicial

DescriçãoDiagnóstico
N-A.PogPerfil côncavo
S-N.AProtrusão maxilar
S-N.BProtrusão mandibular
A-N.BClasse I esquelética
1/.NABem posicionado
/1.NBVestibularização inferior
Tabela 2- Resumo do diagnóstico inicial

Diante dos dados clínicos e exames complementares, foi realizado o planejamento do caso e a terapêutica escolhida consistiu no uso do aparelho ortodôntico fixo convencional, bite turbo nos incisivos inferiores 31 ao 41 para descruzar mordida, uso de elástico corrente na arcada inferior e mini parafusos para intrusão do dente 26. Alinhamento e nivelamento e finalizar em Classe I de canino.

No primeiro mês foi realizado a montagem do aparelho ortodôntico fixo metálico superior, prescrição Roth, slot 0,022”, fio 0,012” NiTi superior, dos dentes 15 ao 23. (Figura 6 A-C).

Na consulta seguinte, o tratamento acabou sendo interrompido temporariamente devido à pandemia do novo coronavírus, sendo assim, a paciente ficou sem atendimento por 5 meses até o retorno seguro as nossas atividades normais.

Figura 6 – Início do alinhamento e nivelamento do arco superior: A) oclusão frontal; B) oclusão (lado direito); C) oclusão (lado esquerdo).

Na primeira consulta após esse período, foi realizado a troca para o fio 0,014” NiTi superior, colagem do bráquete no dente 24 e tubo duplo no dente 26. Assim, após replanejamento, optamos por colocar o levante de mordida nos 1º e 2º pré-molares inferiores com Ortho Bite transparente. Com isso, podemos realizar a instalação do aparelho ortodôntico fixo metálico inferior de forma passiva, 5×5 e elástico corrente. Fio 0,016” NiTi superior e fio 0,020” Aço contornado inferior (Figura 7 A-E).

 Figura 7 – Fotografias intraorais: A) Oclusão – frontal; B) Oclusão – lado direito; C) Oclusão –lado esquerdo; D) Oclusal superior e E) Oclusal Inferior.

Evoluímos para o fio 0,018’’ NiTi o arco superior e mantivemos o inferior em fio 0,020’’ Aço contornado com elástico corrente. No mês seguinte, evoluímos o arco superior para 0,020’’ NiTi, elástico corrente ainda mantendo o arco inferior.

Após 10 meses, realizamos a remoção do levante de mordida, arco 0,017×0,025’’ NiTi superior e mantivemos o inferior em 0,020’’ Aço e elástico corrente. Notamos a correção da mordida cruzada anterior e a melhora do perfil da paciente. (Figura 8 A-C).

Figura 8 – Fotografias intraorais:
A) Oclusão – frontal; B) Oclusão – lado direito; C) Oclusão – lado esquerdo

Uma segunda onda da pandemia chegou à cidade de Manaus e precisamos interromper novamente o tratamento, dessa vez, por três meses. Retomamos o tratamento no arco superior em 0,020’’ Aço, amarrilho conjugado do dente 13 ao 15, dente 23 ao 26 e elástico corrente do 13 dente ao 23. No arco inferior amarrilho conjugado do dente 33 ao 43 e fio mantido em 0,020’’ Aço.

Seguindo o tratamento, mantivemos o arco superior e amarrilho conjugado do dente 13 ao 24, elástico corrente do dente 14 ao 13, acrescentado mola aberta de 24 ao 26 para obtenção de espaço para reabilitação protética do dente 25. Na arcada inferior fio ativo.

Na consulta seguinte, foi feito amarrilho conjugado em todos os dentes superiores e mantido a mola aberta, já no arco inferior fio 0,020’’ Aço, amarrilho individual nos dentes 35, 44, 45 e elástico corrente 5×5 (Figura 9 A-E). Novas fotos extra orais foram realizadas (figura 10 A-C).

Figura 9 – Fotografias intraorais: A) Oclusão – frontal; B) Oclusão – lado direito; C) Oclusão –lado esquerdo; D) Oclusal superior e E) Oclusal Inferior.
Figura 10 – Fotografias extra orais em tratamento: A) Perfil direito, B) Sorriso, C) Frontal

Após quinze meses de tratamento solicitamos nova radiografia panorâmica (Figura 11), telerradiografia em norma lateral (Figura 12) para nova análise cefalométrica, documentando a evolução do caso.

Figura 11 – radiografia panorâmica parcial
Figura 12 – Telerradiografia parcial
Figura 13 – Traçado cefalométrico parcial

Tabela 3 – Medidas cefalométricas iniciais e parciais (Padrão USP).

MEDIDAPADRÃOINICIALPARCIAL
(N-Pog).(Po-Orb)88.0 +/- 1.090 gr90 gr
N-A.Pog0.0 +/- 2.08 gr8 gr
S-N.A82º (+/-2º)94 gr94 gr
S-N.B80º (+/-2º)91 gr91 gr
A-N.B2º (+/- 2º)3 gr3 gr
S-N.D76º88 gr88 gr
S-N. Gn67.061 gr62 gr
S-N. Ocl14.08 gr8 gr
(S-N).(Go-Me)32.030 gr30 gr
(Go-Gn).Ocl18.022 gr22 gr
Ângulo Interincisivo131.0114 gr121 gr
1/.NS103.0118 gr119 gr
1/- Órbita5.08 gr8 gr
1/.NA22.0 +/- 5.027gr27 gr
1/-NA4.05mm5 mm
/1.NB25 +/- 4.038gr28 gr
/1-NB4.09 mm5 mm
/1-NPog0.012mm12 mm
H.(N-B)10.0 =/- 1.516 gr13 gr
H-Nariz10.0 =/- 1.06 mm3 mm
Pog-NB-2 mm-2 mm
Eminencia Mentoniana7.0 =/- 1.03 mm3 mm
FMIA68.052 gr62 gr
FMA25.028 gr29 gr
IMPA87.098 gr86 gr
TPi-6mm-6 mm
/1-Linha l0.0-9mm-5 mm
(Go-Me).(V-T)72.085 gr84 gr
F.(V-T)81.065 gr65 gr
A-(V-T)3.0-10 mm-10 mm
Iii-(V-T)6.00.9 mm0.4 mm
H.(V-T)5.013gr13 gr
Discrepância Cefalometrica – Vigorito0.70.7

Tabela 4 – Resumo do diagnostico parcial.

DescriçãoDiagnóstico
N-A.PogPerfil côncavo
S-N.AProtrusão maxilar
S-N.BProtrusão mandibular
A-N.BClasse I esquelética
1/.NABem posicionado
/1.NBBem posicionado
Figura 14 – Sobreposição dos traçados cefalométricos inicial em rosa e parcial em azul.

Caso clínico não finalizado em função da conclusão do curso. A paciente será encaminhada para dar continuidade ao tratamento, com os alunos das turmas da especialização que se encontram em andamento.  Após conclusão do tratamento ortodôntico, será encaminhada para reabilitação protética.

DISCUSSÃO

A mordida cruzada anterior (MCA) é uma má oclusão que altera a relação vestíbulo-lingual que leva como consequências interferências com a função e a estética do paciente (Pinho, Mendes, Bellot-Arcis, 2018).

Sendo assim, Wiedel e Bondemark (2015) afirmam que a intervenção ortodôntica deve ser antecipada, permitindo um tratamento corretivo, evitando assim uma má oclusão.

A época ideal para iniciar o tratamento da MCA é na dentição mista, a fim de evitar o estabelecimento de uma verdadeira má oclusão de Classe III futura. Por isso, a intervenção precoce é unânime entre os autores (Tashima, et al. 2003; Garbin, et al. 2016; Bérgamo, 2018).

Na literatura são relatadas algumas consequências a partir de uma intervenção tardia no tratamento, são elas: tratamento prolongado e complexo; modificações no crescimento; compensações dentárias; desvios permanentes; assimetria craniofacial; padrões mastigatórios potencialmente deletérios; aumento do desvio condilar e sons derivados da ATM; interferência com o crescimento do terço médio da face; padrões de fala anormais; perda da integridade do arco; doença periodontal; estética indesejável e reabsorção radicular dos incisivos centrais (Fernandes, 2019).

Este relato de caso observou a intervenção tardia no tratamento da paciente e a mesma realizou terapia na dentição permanente, uma vez que o paciente encontra-se na fase adulta, o que contraindicou o uso de aparelhos ortopédicos, usado geralmente na dentição mista (Paiva Felix et al., 2018; Da Silva et al., 2020 e Barros et al., 2020). Sendo assim, no levantamento bibliográfico realizado por Dilio et al. (2014) o mais recomendado é o tratamento com aparelho ortodôntico fixo.

Em um estudo semelhante a este, Franco et al (2008) discutiu e estabeleceu critérios e tratamentos ortodônticos da MCA em adultos e dentre as possibilidades terapêuticas existentes quando ocorrem apenas envolvimentos dentário e muscular recomenda-se aparelho ortodôntico fixo.

Tseng, Chang e Roberts (2016), relatam a utilização de fios retos e elásticos de classe III como meios de intervenção suficientes na correção da má oclusão.Entretanto, no presente caso a MCA foi corrigida com levante de mordida posterior e lingualização dos incisivos inferiores que se encontravam vestibularizados e protruídos com elástico corrente.

Conforme o andamento do tratamento foi notado uma melhora no perfil da paciente deste relato, onde a face ficou mais harmoniosa e assimetrias foram reduzidas na projeção da posição labial. Esse fato concorda com Tavares (2016) que relata em seu estudo assimetria facial reduzida em paciente com características semelhantes ao caso descrito neste estudo.

Em relação ao relato de caso descrito neste trabalho, a paciente demonstrou satisfação ao tratamento, resultando assim, uma melhora da qualidade de vida, estética e autoestima do paciente. Aspectos psicossociais estão diretamente relacionados a esse tipo de tratamento, pois a aparência facial influencia na formação da imagem corporal, da identidade e da autoestima (Nicodemo, Pereira e Ferreira, 2007).

Por fim, Santos et al (2016), afirma que “Um belo sorriso torna-se muito importante, pois é capaz elevar a autoestima de um indivíduo, transmitindo confiança e personalidade àqueles que estão ao seu redor”.

CONCLUSÃO

O caso clínico apresentado de mordida cruzada anterior em paciente adulto teve como tratamento preferido, levante de mordida posterior e uso de elástico corrente inferior.

Neste relato, nota-se que o tratamento preconizado foi efetivo, visto que houve a correção da mordida cruzada anterior, resultando assim, no acerto da vestibularização excessiva dos incisivos inferiores. Já na avaliação extra oral, foi observada a mudança na posição labial e a melhora no perfil, possibilitando o aumento da qualidade de vida e consequentemente elevando a autoestima da paciente.

No entanto, o paciente continuará em tratamento para fechamento de diastemas restantes e intrusão do dente 26. Após conclusão do tratamento ortodôntico, será encaminhado para reabilitação protética.

REFERÊNCIAS

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1Especialista em Ortodontia
2Especialista em Ortodontia
3Especialista em Ortodontia
4Doutora em Ortodontia
5Mestre em Ortodontia

Trabalho desenvolvido no Curso de Especialização em Ortodontia da Ceproeducar/FaSerra – Manaus /AM